Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE RESUMO - PATOLOGIA ORAL - PROVA 1 BIÓPSIA E PROCESSAMENTO LABORATORIAL Indicações: Exame clínico não é suficiente Lesões ósseas ou intraósseas Lesões que interfiram na função local Há suspeita de câncer Contra indicações: Exame clínico é suficiente Pacientes com imunidade baixa Lesões vasculares como hemangioma INCISIONAL - fragmento da lesão Lesões múltiplas, extensas ou com suspeita de malignidade Tecidos indesejáveis: superficiais Tecidos desejáveis: mais profundos com margem de tecido sadio para comparação EXCISIONAL- remoção total da lesão Lesões bem delimitadas e benignas Tecidos indesejáveis: presença de bordas comprometidas, deixando lesão residual Tecidos desejáveis: remoção total da lesão, com bordas e profundidade adequadas Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) - lesões submucosas, subcutâneas e profundas, em que a biópsia comum seria uma cirurgia muito grande Cuidados: - Material deve ser identificado logo após retirada com nome do paciente, do profissional e data do procedimento - Formol deve ter 20x o volume do material - Profissional deve preencher ficha de solicitação do exame histopatológico e enviar para laboratório Motivos de inadequações: Fixação inadequada Ficha com dados incompletos Falta de identificação do profissional Etapas laboratoriais: 1 - Obtenção da amostra - incisional ou excisional 2 - Fixação - formol 10% tamponado 3 - Macroscopia - descrição a olho nu - número, forma, cor, consistência; clivagem - reduzir a dimensão; descalcificação em tecido duro 4 - Processo histotécnico - desidratação (banhos crescentes de álcool 70% até álcool absoluto) - diafanização (tirar álcool e colocar xilol, deixando tecidos translúcidos), 2 banhos; impregnação (tirar xilol e coloca parafina, endurecendo tecido), 3 banhos 5 - Inclusão - bloco histológico; parafina aquecida em superfície refrigerada; polimeriza a parafina. 6 - Microtomia - cortes em fita - banho maria - pesca - fixação na estufa 7 - Coloração - Desparafinar em xilol por 9 min - Hidratar em álcool por 9 min - imersão em álcool absoluto, 95 e 70; - lavar em água por 3 min - hematoxilina por 5 min - lavar por 5 min - eosina por 2 min Especiais: PAS - glicogênio - fungos Vermelho congo - amiloides Tricômio Massom - fibras colágenas Fontana- Massom - melanina GROCOTT - prata - fungos - esporos, hifas e micélios BAAR - tuberculose 8 - Análise Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES São glândulas exócrinas que liberam saliva. Divididas em: maiores - parótida, submandibular e sublingual - e menores - na submucosa jugal, lingual, dos lábios, palato mole, 2 ⁄ 3 posteriores do palato duro e assoalho de boca. Não estão presentes na gengiva e palato duro MUCOCELE - ruptura parcial ou total de um ducto excretor, levando ao extravasamento de muco pro tec. conj. adjacente Não é um cisto verdadeiro porque não possui tec. ep. circundante. Ocorre principalmente no lábio inferior, mas também na parte ventral da língua A medida que a mucocele cresce, o tecido epitelial fica mais fino, levando a um aspecto translúcido azulado nas lesões mais superficiais Rompe facilmente Mais comum em crianças e adolescentes Presença de vasos telangiectásicos Tempo de evolução: 1 ou 2 meses - Normalmente é indolor. Se houver algum trauma secundário pode haver infiltrado inflamatório mais intenso e gerar dor - A medida que a saliva extravasa para o tec. conj., ela é reconhecida como material estranho. Desse modo, macrófagos são recrutados e agem fagocitando a saliva na periferia da lesão. Assim, a área fica pronta para ser reparada e gera tecido de granulação, que vai formar um envoltório em torno do muco. Esse processo leva a formação de um aspecto bem delimitado a lesão. Tratamento: remoção de todas as glândulas da região acometida. Tem um excelente prognóstico, só havendo recidiva se as glândulas subjacentes não forem devidamente removidas RÂNULA - mucocele no assoalho de boca São maiores que as mucoceles, com aspecto translúcido e com vasos telengiactásicos, semelhante ao ventre de uma rã Normalmente vem da glândula sublingual, mas também do ducto da submandibular e das salivares menores Nódulos abaulados e flutuantes Tratamento: Avaliação da origem da lesão - tentativa de esvaziamento (método conservador) para que caso a ruptura do ducto tenha sido parcial haja o reparo naturalmente Micromarsupialização - transfixar a lesão com um fio de sutura (de algodão ou seda) e dar um nó frouxo, para que a saliva extravase gradualmente e o tecido se reconstitua CISTO DO DUCTO SALIVAR - cisto verdadeiro delimitado por epitélio que aprisiona saliva no ducto. Isso ocorre pelo acúmulo de debris/restos celulares que obstruem o ducto ou pela sua má formação, levando a falta de comunicação com a cavidade oral. - ocorre mais em adultos - parecem mucoceles, flutuantes, amolecidos, podendo ser azulados dependendo da profundidade - quando no assoalho, podem ficar adjacentes ao ducto da glând. submandibular - epitélio cúbico simples, sem formação de tecido de granulação porque a saliva ficou dentro do cisto - epitélio pode sofrer metaplasia Tratamento: excisão cirúrgica conservadora. Nas glândulas salivares maiores a remoção parcial ou total pode ser necessária. Sem recidivas. SIALOADENITE: são inflamações nas glândulas salivares, oriunda de causas infecciosas ou não Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Infecções bacterianas surgem pela obstrução ductal ou diminuição do fluxo salivar, levando a disseminação retrógada das bactérias através do ducto. Pode ser causado por sialolitíase, estreitamentos congênitos ou por compressão por tumor Sialolitíase bacteriana em glândulas saliv. menores normalmente são causadas por sialolitos Siadonelite aguda - neutrófilos no sistema ductal e acinar Siadonelite crônica - linfócitos e plasmócitos Tratamento: antibioticoterapia, reidratação do paciente, drenagem em caso de abscesso. Na crônica varia de uma terapia conservadora para uma intervenção cirúrgica. SIALOLITÍASE - são estruturas calcificadas que se formam no ducto circundando material orgânico (debris), como muco, bactérias, células do epitélio e materiais estranhos. Pode ser causada pela siadonelite crônica ou obstrução parcial Ocorre mais em jovens e adultos São duros, arredondados, ovais ou cilíndricos Amarelados, brancos, ou marrons-amarelados; submandibulares são maiores; Normalmente são únicos Praticamente indolor. O paciente relata dor quando há a migração retrógada das bactérias da boca para a glândula salivar que causam infecção dentro da glândula. Sintomas: aumento de volume na região de assoalho e região submandibular, secreção purulenta, mucosa eritematosa, dor; Evolui de 2 a 3 dias Utiliza-se radiografias oclusais Tratamento: os mais superficiais, podem ser tratados de forma conservadora com massagens na glândula para expelir a pedra através de uma incisão no ducto sob anestesia local. Os maiores necessitam de remoção cirúrgica. Caso tenha dano inflamatório, a glândul também deverá ser removida. Na sialodenite bacteriana também se prescreve antibióticos: amoxilina 500mg 3 vezes ao dia por 10 dias CISTOS DO DESENVOLVIMENTO É uma cavidade patológica revestida por epitélio e circundada por tecido conjuntivo fibroso. Dentro da cápsula pode ter cristais de colesterol A hipótese para o surgimento é que remanescentes epiteliais começam a se proliferar e as células mais centrais ficam sem nutrientes e se degeneram gerando o cisto - é a patologia mais frequente dos maxilares: mandíbula > maxila - é assintomático na fase inicial - crescimento lento - mais prevalente na 20 e 30 década de vida Classificação Odontogênicos - fazem parte do desenvolvimento dentário Não odontogênicos - são oriundos de remanescentes epiteliais nas linhas de fusão ou nivelamento entre os processos embrionários CISTO NASO-LABIAL Lábio superior, lateral a linha média Teoria 1 - é um cisto fissural oriundo de restos remanescentes epiteliaisdo processo maxiliar, processo nasal mediano e lateral Teoria 2 - deposição ectópica do epitélio do ducto nasolacrimal Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Aumento do lábio superior lateral a linha média que pode levar a apagamento da região do vestíbulo Pode gerar obstrução nasal e dificultar uso de próteses Dor rara Mais em adultos entre 30 e 40 e mulheres Epitélio colunar pseudoestratificado com células caliciformes e cílios Tec, conj, fibroso adjacente contento tec, muscular esquelético Tratamento - remoção cirúrgica total. Às vezes se tira um pouco do assoalho bucal Marsupialização da lesão CISTO DO DUCTO NASOPALATINO OU DO CANAL INCISIVO É o mais comum da cavidade oral. Ocorre em 1% da população Se origina de remanescentes do ducto nasopalatino Mais comum na 4ª e 6ª décadas de vida Raramente observado na 1º década de vida < homens Tumefação da região anterior do palato, drenagem e dor Algumas são assintomáticas Nas radiografias, apresenta formato de pêra invertida ou coração. É bem circunscrito e fica na linha média, entre os ápices dos incisivos centrais superiores. Margem esclerótica Varia de 6 mm a 6 cm A maioria varia de 1 a 2,5 cm Forame incisivo < 6 mm Cisto da papila incisiva - nos tecidos moles Epitélio pavimentoso estratificado (mais próximos a cavidade oral) > epitélio colunar pseudoestratificado (mais próximos a cavidade nasal > ep. col. simples > ep. col. cúb. Pode ter células caliciformes e cílios junto ao ep. colunar Quando originado no canal incisivo pode ter artérias, veias e nervos na parede do cisto Pode ter pequenas ilhas de cartilagem hialina, glândulas mucosas e resposta inflamatória com plasmócitos, linfócitos e histiócitos Tratamento - enucleação cirúrgica - recidiva rara - é realizado um retalho palatino rebatido após uma incisão ao longo da margem gengival lingual dos dentes anteriores superiores Biópsia para diagnóstico CISTO DERMÓIDE Revestido por epitélio semelhante a epiderme e apresenta anexos cutâneos Forma cística benigna do teratoma e mais simples Linha média do assoalho bucal ou mais lateralmente Quando abaixo músculo gênio-hioideo,, pode deslocar a língua superiormente e causar dificuldades na alimentação, na fonação ou respiração. Quando acima, queixo duplo Varia de poucos mm a 12 cm Mais frequentes em crianças e jovens, 15% de origem congênita Normalmente sem dor. Apresenta-se como uma massa borrachoide ou pastosa que retém marcas dos dedos Epitélio escamoso estratificado ortoceratinizado Queratina na luz do cisto Parede cística de tec. conj. fibroso com anexos cutâneos, como gland. sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Tratamento - remoção cirúrgica - acima do gênio-hióideo, incisão intraoral - abaixo do gênio-hióideo - extraoral Recidivas raras CISTO DA FENDA BRANQUIAL OU LINFOEPITELIAL CERVICAL Teorias - se desenvolve de remanescentes das fendas branquiais (95% do segundo e 5% do primeiro, terceiro e quarto arco) ou se origina de degenerações císticas do epitélio da glândula parótida que ficou aprisionado nos linfonodos cervicais superiores Região lateral superior de pescoço - ao longo da margem do esternocleidomastóideo Mais comum entre 20 e 40 anos Massa mole e flutuante que varia de 1 a 10 cm Se houver lesão secundária pode haver dor Cistos linfoepiteliais – derivados do epitélio da glândula parótida aprisionado dentro de um linfonodo - são raros dentro da glândula parótida. Contudo, um aumento do número desses cistos foi relatado em pacientes infectados pelo HIV, provavelmente, relacionados com a linfadenopatia. Epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado ou não. Podendo ter ep. respiratório tbm Tecido linfóide com centros germinativos Tratamento - remoção cirúrgica, quase nunca recidiva Biópsia por aspiração com agulha fina pode ser útil para exclusão de malignidade antes da cirurgia. CISTO LINFOEPITELIAL ORAL Dentro do tecido linfoide oral - amígdalas linguais e palatinas e adenóides faringianas. Também pode ocorrer na parte ventral da língua, assoalho de boca e tecidos moles Microscopicamente igual ao cisto da fenda branquial só que menor Massa submucosa pequena e menor que 1 cm de diâmetro - O cisto pode ser firme ou mole e a mucosa de revestimento é macia e não ulcerada Lesão é branca ou amarela e muitas vezes contém, em sua luz, queratina com aspecto caseoso ou cremoso Assintomático, embora, alguns pacientes queixem-se de tumefação ou drenagem Dor secundariamente a um traumatismo Mais frequentes em adultos jovens Mais comum no assoalho bucal, depois na superfície ventral, margem lateral da língua, amígdala palatina ou no palato mole. Cavidade cística revestida por epitélio escamoso estratificado sem projeções para o conjuntivo Normalmente paraqueratinizado com células epiteliais descamadas preenchendo sua luz. Em raras ocasiões, o revestimento epitelial pode conter células mucosas Presença de tecido linfóide na parede cística Cistos podem se comunicar com a mucosa de revestimento Tratamento - excisão cirúrgica e a recidiva geralmente não ocorre Biópsia nem sempre é necessária, desde que a lesão seja característica o bastante para o diagnóstico ser feito com base na clínica PATOLOGIA DA POLPA Etiologia Biológicos - cárie, toxinas Físicos - trauma, abrasão, atrição, iatrogênicos, calor Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Químicos - erosão, ácidos, materiais restauradores e clareadores Polpa normal - agente agressor - pulpite reversível - persistência do agressor - pulpite irreversível - persistência - necrose pulpar 1 - Estímulo externo atinge um nível nocivo 2 - Degranulação dos mastócitos, diminuição do fluxo de nutrientes e dano celular 3 - Liberação de mediadores inflamatórios (p. ex., histamina, bradicinina, neurocinina, neuropeptídeos e prostaglandinas) 4 - Vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo e extravasamento vascular com edema PULPITE REVERSÍVEL No teste térmico apresenta dor aguda, mas que cessa logo depois da remoção do estímulo Sem evidência radiológica Dente responde ao teste pulpar elétrico em níveis mais baixos de corrente do que em um dente de controle apropriado Mobilidade e sensibilidade à percussão estão ausentes PULPITE IRREVERSÍVEL Invasão bacteriana é o limite entre a pulpite reversível e a irreversível Dor espontânea, com maior prevalência ao deitar e que não cessa com remoção do estímulo (bebidas quentes agravam). Analgésicos não funcionam Sem evidência radiográfica Terapia não conservadora Quando bactérias atingem a dentina terciária, a barreira de defesa foi atravessada, causando um grau de pulpite severa com chance mínima de recuperação da polpa PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA OU PÓLIPO PULPAR Apresenta tecido reacional (de granulação) exacerbado, ultrapassando os limites da câmara pulpar Crescimento hiperplásico da polpa Normalmente em dentes jovens decíduos ou permanentes Testes térmicos podem indicar estágio reversível ou irreversível NECROSE PULPAR Sem resposta a estímulos, não há mais sinais de vitalidade Testes de palpação e percussão podem ser positivos Sem evidências radiográficas Coagulativa (por trauma, isquemia, hipóxia, mantém morfologia) x liquefativa (bactérias, digestão enzimática, não mantém morfologia) CALCIFICAÇÃO PULPAR Metastática (hipercalcemia por doenças sistêmicas) x distrófica (áreas focais de necrose) Dentículos - interior da cavidade dente Cálculos pulpares - circulares, bem concentradas Calcificações lineares Características histopatológicas: Pulpite reversível: hiperemia, edema e algumas células inflamatórias subjacentes à região dos túbulos dentinários afetados. Pode ser observada dentina terciária na parede dentinária adjacente e células inflamatórias agudas dispersas. Pulpite irreversível: congestão das vênulas, que resulta em necrose focal. Zona necrótica com leucócitos polimorfonucleares e histiócitos. Tecido pulpar circundante geralmente com fibrose e infiltrado misto de plasmócitos, linfócitos e histiócitos.Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Pulpite crônica hiperplásica: Capuz de tecido de granulação inflamado subagudo - preenche completamente o espaço que a câmara pulpar ocupava. Se assemelha ao granuloma piogênico. O tecido pulpar profundo do interior dos canais apresenta fibrose e um infiltrado inflamatório crônico.. Tratamento - pulpite reversível - remoção do irritante local. Às vezes, uso de analgésicos. Teste de vitalidade após a diminuição dos sintomas, para assegurar que não tenha ocorrido um dano irreversível. Pulpites irreversíveis e crônicas hiperplásicas - extração do dente ou por tratamento endodôntico. PATOLOGIA DO PERIÁPICE Processo de necrose da polpa - Invasão do periápice - agentes nocivos + presença de vascularização Periacopatias Agudas - + agressão e - defesa Crônicas - agressão = defesa PERIODONTITE APICAL AGUDA ABSCESSO DENTO-ALVEOLAR PERIAPICAL AGUDO Trauma ou lesão cariosa - Necrose pulpar - Produtos irritantes - Coleção purulenta na região periapical Não apresenta alterações visíveis na radiografia por causa da rapidez de evolução Dor contínua Necrose pulpar Sensível à percussão Patologia das cáries Extrusão (o pus causa impacto nos dentes) Aumento da mobilidade dentária Aumento do calor local Celulite facial (extravasamento de pus para os tecidos e músculos faciais) Linfadenopatia, palidez e febre (efeitos sistêmicos) Abscesso em evolução - mucosa avermelhada - aumento de volume - firme à palpação Abscesso já evoluído - coloração amarelada - massa flutuante e dolorosa ABCESSO PERIAPICAL CRÔNICO Infecção de baixa intensidade Formação de fístula Não provoca dor porque não há mais acúmulo de pus Tratamento - abertura coronária - drenagem intra e extra bucal - antibioticoterapia + antiinflamatório (abscessos agudos) - quando o abscesso se drena naturalmente, se forma uma fístula (mais comum no crônico) PERIODONTITE APICAL CRÔNICA GRANULOMA PERIAPICAL Inflamação no periápice em resposta a irritantes oriundos do canal radicular Necrose pulpar e difusão de irritantes para a região periapical - Resposta bem sucedida do organismo em limitar e neutralizar os produtos tóxicos dos irritantes É um achado radiográfico e clínico Esse granuloma não está relacionado ao tecido de granulação da inflamação e sim ao aspecto físico de grânulo que ele apresenta Assintomáticos Hiperemia e edema Mucosa normal na região, sem aumento de volume - Sem aumento de mobilidade - Sem sensibilidade à percussão Produtos bacterianos saem da região apical - Macrófagos recrutam células inflamatórias e liberam de citocinas no Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE local - Citocinas induzem os osteoclastos que reabsorvem o osso Radiografia com área radiolúcida circunscrita CISTO PERIAPICAL CRÔNICO É uma lesão inflamatória oriunda de irritantes da necrose pulpar Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado Persistência do granuloma leva a proliferação dos restos de Malassez, necrose das células centrais e crescimento da lesão por aumento da pressão osmótica Área radiolúcida circunscrita Assintomático Necrose pulpar Crescimento lento Sem aumento da mobilidade Crepitação à palpação Sem sensibilidade à percussão Mucosa normal na região Expansão óssea e deslocamento de dentes adjacentes Tratamento do granuloma ou cisto periapical - Remover o agente etiológico/ causador - Endodontia + acompanhamento - Remoção cirúrgica - Os cistos radiculares não respondem bem ao tratamento endodôntico (por causa da relação cística com o periápice) Cisto em bolsa ou baia - permite uma comunicação do cisto com o canal, então vão responder bem ao tratamento endodôntico Cisto verdadeiro - não permite comunicação da cavidade cística com o canal. Então, ele não sofre ação dos agentes agressores do periápice, são independentes. Não vão responder ao tratamento endodôntico CISTO RESIDUAL Cisto radicular que permanece mesmo após a exodontia - Não forma pus Radiograficamente: imagem radiolúcida em região edêntula. Para existir cisto radicular, precisa ter necrose pulpar PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO NEOPLÁSICOS É um grupo de processos que, diante de um estímulo nocivo , induz a proliferação de células. Essa proliferação é reacional à irritação/ trauma. Lesão estímulo-dependente. Quando se remove o agente causador, a lesão para de se proliferar Só regride se for pequena. Grande deve ser removida cirurgicamente. HIPERPLASIAS GENGIVAIS HIPERPLASIA FIBROSA, HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA, EPÚLIDE FISSURADA, TUMOR POR LESÃO DE DENTADURA OU EPÚLIDE POR DENTADURA Prótese mal adaptada (apertada ou folgada) vai causar a irritação da mucosa fazendo ocorrer proliferação celular Rebordo flácido, área fibrosa Diagnóstico - remover a lesão e encaminhar para a análise histopatológica Tratamento - orientar o paciente a eliminar a prótese e confeccionar uma nova Características - prega única ou múltipla de tecido conjuntivo hiperplásico no vestíbulo alveolar associado à borda da prótese Tecido firme, fibroso, com coloração semelhante à mucosa ou com áreas eritematosas (avermelhadas) ou ulcerada Caroline Delmondes - Odontologia - UFPE Ocorre em homens e mulheres, porém há uma predileção por mulheres Outras possíveis causas – Colocar aspirina em cima do dente doendo (como a aspirina é ácida, pode causar úlceras) ; Radiação Características histopatológicas - Proliferação de células - Crescimento do tecido epitelial (Hiperplasia das células epiteliais) - Crescimento do tecido conjuntivo (Hiperplasia das células do tecido conjuntivo) - Infiltrado inflamatório - Recrutamento de células por quimiotaxia - Presença de fibroblastos (estimulam a formação de colágeno - formação de tecido fibroso) - Hiperplasia do tecido conjuntivo fibroso - Presença de úlceras - Epitélio de revestimento hiperqueratótico com hiperplasia irregular PÓLIPO FIBROEPITELIAL OU FIBROMA POR DENTADURA SEMELHANTE À FOLHA Ocorre no palato duro, abaixo da dentadura superior - Massa rósea aplainada presa no palato por pedículo estreito - Bordas denteadas lembrando uma folha HIPERPLASIA PAPILAR INFLAMATÓRIA: PAPILOMATOSE POR DENTADURA Ocorre no palato duro Presença de pequenas papilas Assintomático - pode envolver o rebordo alveolar da mandíbula - Aspecto eritematoso - Superfície papilar pedregosa - Sensação de queimação Se o paciente chega com a queixa de queimação, um diagnóstico diferencial pode ser “boca ardida”(comum em mulheres na menopausa). Numerosos crescimentos papilares na superfície - epitélio escamoso estratificado hiperplásico - tecido conjuntivo varia de frouxo ou edematoso à densamente colagenizado - células inflamatórias crônicas - hiperplasia pseudo-epiteliomatosa Tratamento - remoção da prótese para regressão do edema e do eritema O tecido pode retomar ao aspecto normal - lesões mais antigas exigem remoção cirúrgica - remover o agente irritante GRANULOMA PIOGÊNICO É o crescimento tecidual não neoplásico representando resposta tecidual exuberante a uma irritação local ou trauma Massa plana ou lobulada Ulcerada, rósea, vermelha ou roxa Fácil sangramento à manipulação Indolor Gengiva 75%, lábios, língua e mucosa jugal Maxila (região anterior) é mais comum Crescimento rápido Predileção por crianças e adultos jovens Mais comum no sexo feminino por causa dos hormônios Está associado ao irritante da placa bacteriana Hiperplasia da papila Quando a lesão cronifica, não há vermelhidão nem infiltrado inflamatório. Há presença de mais fibras colágenas do que células. Por isso, lesões antigas são mais colagenizadas. Proliferação vascular intensa - Tecido de granulação - Superfície parcialmente ulcerada Membrana fibrino-purulenta espessa (por causa da úlcera) - Vasos sanguíneos congestos - Infiltrado inflamatório misto - Áreas de hemorragias, numerosas hemácias e intensa vascularização - Áreas sem epitélio = úlcera Tratamento - Excisão cirúrgica - Remoção dos agentes irritantes (placa bacteriana, cálculo) - Em grávidas: pode se resolver espontaneamente após o parto (pois é umaCaroline Delmondes - Odontologia - UFPE lesão hormônio-dependente) - Prognóstico bom - Pode sofrer várias recidivas ( pois está ligada diretamente à higiene do paciente) LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES É uma lesão reativa causada por irritação local ou por um trauma Ocorre apenas na superfície do osso e não a nível intra ósseo Ocorre na gengiva ou rebordo alveolar - Massa nodular vermelha ou roxo-avermelhada - Séssil ou pedunculada - Com ou sem ulceração - Provoca reabsorção em forma de taça no osso alveolar subjacente - Predileção pela mandíbula - Mais comum no gênero feminino, entre 5 e 6 décadas de idade Presença de células gigantes (facilita o diagnóstico) Tratamento - Excisão cirúrgica local - Remover focos da irritação Excelente prognóstico 10% de recidiva FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO Epúlide fibróide ossificante, granuloma periférico com calcificação, granuloma fibroblástico calcificante. Crescimento gengival de natureza reativa (maturação fibrosa e posterior calcificação) - Proliferação fibrosa associada à formação de material mineralizado Lâmina própria com proliferação fibrosa associada com formação de material mineralizado semelhante a osso, cemento ou calcificações distróficas Superfície pode estar ulcerada (membrana fibrinopurulenta) ou revestida por epitélio pavimentoso estratificado Tratamento - Excisão cirúrgica - Eliminação do agente irritante - Ótimo prognóstico - Recidiva de 16%
Compartilhar