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- Patologia: ciência que estuda os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem as alterações morfológicas e funcionais que se apresentam - Saúde: sentimento de bem estar no meio socioeconômico, social, ambiental... - Sintoma: o que o paciente sente na doença; não tem como mensurar; é subjetivo - Sinal: é objetivo e observável; é mensurável; presente na doença - Etiologia: genética, fatores ambientais, consumo de determinadas substâncias - Patogênese: estudo o mecanismo de atuação do fator etiológico - Anatomia patológica: origem da lesão/ início da lesão - Fisiopatologia: estudo do mal funcionamento Injúrias físicas e químicas: → Lesões fundamentais: - Denominação clínica dada as alterações teciduais Solução de continuidade: - São aquelas que apresentam perda de tecido epitelial Erosão; úlcera; fissura; sulco; - Diferem entre si pela profundidade envolvida e sua forma Aumentos de volume: - São intumescimentos teciduais projetados para o observador Pápula; nódulos; vesículas; bolhas - Diferem entre si pelo conteúdo e dimensão da lesão Alterações de cor e expessura: - São modificações exógenas/ endógenas que alteram a cor tecidual Manchas (máculas); placa; membrana - Diferem entre si pela espessura e cor → Aumentos de volume: - Pápula: conteúdo sólido < que 3 mm - Nódulo: conteúdo sólido > que 3 mm - Vesícula: conteúdo líquido < que 3 mm Patologia bucal - Bolha: conteúdo líquido > que 3 mm → Aumento de espessura e cor: - Placa: - Aumento da espessura do tecido (extensão maior que altura da lesão) - Não cede à raspagem - Lesão fundamental que surge em decorrência de fatores físicos, químicos... - É uma lesão plana e pouco elevada. Sua altura é pequena em relação à extensão. - É uma lesão em que ocorre um espessamento de tecido, o que representa clinicamente a elevação. - Mancha: - Alterações de cor tecidual, sem aumento da espessura - Membrana: - Tecido que se destaca frente à raspagem - Tecido que se encontra aderido a uma região → Solução de continuidade ou perda epitelial: - Erosão: - Perda superficial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo - Úlcera: - Perda de epitélio com perda do tecido conjuntivo - Erosão e úlceras são lesões características pela perda de tecido, lesões deprimidas. Também são lesões fundamentais. A diferença entre elas está na quantidade de tecido que se perde (tecido epitelial) - Sulco: - Perda superficial do epitélio sem exposição do conjuntivo - Fissura: - Perda retilínea de epitélio com exposição do conjuntivo/ úlcera retilínea/ maior profundidade do que extensão - Aspecto clínico: sintomatologia, duração, consistência a palpação, bordas, forma, tamanho, cor - Injúrias físicas: - Linha alba: - Normalmente se apresenta como uma elevação linear bilateral assintomática - Bilateral em mucosa julgal - Segue o formato da oclusão dos dentes - Conseguimos diagnosticar através do exame clínico - Tratamento: trabalhar estresse → fator causal (não morder mais) - Hiperqueratinizações - Morsicatio linguarum - Relacionado com trauma mecânico (coroa dentária, restauração) - Aspecto clínico: - Apresenta-se como uma elevação linear, bilateral, assintomática, de coloração levemente esbranquiçada e localizada na altura da linha, de superfície rugosa oclusal dos dentes. Tem consistência normal à palpação. O diagnóstico é clínico. * Leucoplasia pilosa (ausência de fatores traumáticos, bilateral, em mucosa julgal → solicitar teste de HIV (epistembar ativado) condição viral - Manifesta-se clinicamente como uma placa branca, caracteristicamente não removível através de raspagem, com localização preferencial nas bordas laterais da língua, podendo ser uni- ou bilateral. A superfície pode apresentar-se plana, corrugada ou pilosa - Os pacientes soropositivos para o HIV constituem o grupo de predileção, sendo rara em crianças e adolescentes - Aspecto histopatológico: - É caracterizado por hiperceratose, paraceratose, acantose, papilomatose, presença de células balonizadas com alterações nucleares na camada espinhosa, discreto infiltrado inflamatório intra- epitelial e no tecido conjuntivo subjacente que, freqüentemente, está associado à presença de candidíase - Úlcera por mordida: - Atrito por dentes tocando na mucosa julgal - Com borda esbranquiçada - Origem traumática - Úlcera por fratura coronária: - Restauração desadaptada, dente com borda cortante - Fibrinopurulenta: pseudomembrana do material necrótico - Queimadura térmica: - Temperaturas muito altas ou muito baixas - Injúrias químicas: - Queimadura por ácido acetilsalicílico: - Leucodema (edema branco) → distender a mucosa do paciente, por baixo rosa (na mucosa) - Queimadura por peróxido de hidrogênio - Queimadura por clareamento dental Injúrias físicas e químicas - Tratamento de queimaduras químicas: prevenção a exposição, solução sem/com cicatriz, desbridamento (raro) - Aspecto clínico: - Clinicamente, a mucosa afetada apresenta-se recoberta por uma membrana branca resultante de necrose. O epitélio necrosado pode ser facilmente removido, resultando em uma superfície avermelhada e sangrante. As lesões são dolorosas. O diagnóstico baseia-se nas características clínicas e na história. - Adaptações celulares x Neoplasias * Adaptações celulares: - Resposta a estímulos fisiológicos alterados e a estímulos novos não letais - Hiperplasia/ Hipoplasia (alteração na taxa de divisão celular) - Hipertrofia/ Hipotrofia (alteração no volume celular) - Displasia (alteração no crescimento e diferenciação celular) - Metaplasia (alteração na diferenciação celular) * Neoplasias: - Respostas independente de estímulos - Neoplasia benignas - Neoplasia malignas → Processos proliferativos não neoplásicos - Lesões reacionais; aumento dos tecidos moles da boca ou tumores dos tecidos moles Definição: lesões proliferativas, basicamente de natureza inflamatória, sem características histológicas neoplásicas → Hiperplasias - Fibrosas - Papilomatosa → Granuloma piogênico - Gravídico - Epúlide granulomatosa → Lesão de células gigantes - Periférica - Central → Fibroma ossificante periférico Hiperplasia fibrosa focal: - Sinonímias: fibroma; fibroma de irritação; fibroma traumático; nódulo fibroso - A Hiperplasia Fibrosa Focal (HFF), também conhecida como fibroma, ou fibroma de irritação é uma lesão ocasionada por um traumatismo crônico de baixa intensidade, ou por estresse e ansiedade que leva os pacientes a morder repetidamente na região. - Aumento de volume mais comum da mucosa oral - Localização mais comum: mucosa jugal - Tamanho variável - Usualmente assintomático - Mais comum entre as 4° e 6° décadas de vida - Características clínicas: - É um nódulo de superfície lisa com forma e tamanho variado, com base de implantação séssil ou pediculado. Com frequência, apresenta a coloração rósea, semelhante à mucosa normal, porém a superfície pode se apresentar esbranquiçada, em decorrência de hiperqueratose ou eritematosa em decorrência de inflamação, ou ainda ulcerada com sintomatologia dolorosa. O tamanho médio é de 1,5cm, porém pode variar de tamanho. - Características histopatológicas: - Apresenta epitélio pavimentoso, estratificado, hiperplásico,ceratinizado, alternando áreas de paraqueratose e hiperqueratose. O epitélio apresenta atrofia das cristas. Já o tecido conjuntivo é fibroso e denso, composto por feixes de fibras de colágenas dispostas de forma circular, irradiada ou aleatória, entremeados por fibroblastos e pequenos vasos sanguíneos. Pode ser observada uma Processos proliferativos não neoplásicos inflamação difusa, principalmente abaixo da superfície epitelial. - Diagnóstico diferencial: Lipoma, Neurofibroma, Rabdomioma, Leiomioma, Tumores de Glândula Salivar Menor, Granuloma Piogênico e Fibroma Ossificante Periférico. - Tratamento: excisão cirúrgica e eliminação do trauma Hiperplasia fibrosa inflamatória: - Sinonímias: epúlide fissurada; tumor por lesão de dentadura; epúlide por dentadura - É uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso que se desenvolve em associação as bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. - Única ou múltiplas pregas de tecido hiperplásico - Localização mais comum: vestíbulo alveolar, região anterior - Tamanho variável - Mais comum na meia idade e em adultos mais velhos - Comum em pacientes que possui prótese má adaptada - Mais comum em mulheres - Características Clínicas - Apresenta-se como uma prega única ou múltipla de tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar. O tecido é firme e fibroso e algumas vezes pode se apresentar eritematoso e ulcerado. O tamanho da lesão pode variar de poucos milímetros a alguns centímetros. Se desenvolve na região vestibular do rebordo alveolar, mas também pode aparecer na face lingual do rebordo alveolar inferior. Os sintomas dependem da intensidade do trauma. - Características Histopatológicas: - O epitélio da mucosa bucal é do tipo estratificado pavimentoso queratinizado, apresenta áreas de hiperplasia, acantose, exocitose e espongiose. Pode ser observadas áreas de ulceração. O tecido conjuntivo é fibroso e apresenta grande quantidade de fibras colágenas e um número variável de vasos sanguíneos. Em algumas outras áreas o tecido conjuntivo pode ser frouxo. O infiltrado inflamatório crônico pode variar de moderado a intenso e é constituído de células mononucleares (linfócitos, macrófagos e plasmócitos). - Diagnóstico diferencial: - O diagnóstico diferencial das lesões que estão localizadas na gengiva inserida inclui: granuloma piogênico, fibroma ossificante periférico, lesão periférica de células gigantes e neoplasias mesenquimais benignas. Quando localizadas em outras áreas da mucosa bucal, o diagnóstico diferencial deve considerar principalmente as neoplasias mesenquimais e glandulares. - Tratamento: excisão cirúrgica e eliminação do trauma Hiperplasia papilar inflamatória: - Sinonímias: papilomatose por dentadura - A hiperplasia papilomatosa inflamatória (HPI) é definida como um crescimento tecidual reacional da mucosa bucal, que usualmente se desenvolve por baixo da dentadura. A patogênese exata é desconhecida, porém os fatores associados são prótese mal adaptada, má higiene da prótese, ou o uso diário excessivo da prótese total. - Lesão de superfície pedregosa, geralmente assintomática - Localização mais comum: vestíbulo alveolar, região anterior - Patogênese incerta: má adaptação da prótese; higienização precária e uso interrupto da prótese - Pode estar associada à Candida sp. - Características clínicas: - A HPI é caracterizada por eritema e inflamação das áreas de mucosa bucal cobertas pela prótese. A mucosa se apresenta com superfície papilar ou pedregosa, com múltiplas pápulas ou nódulos eritematosos. As projeções podem ser vilosas e delgadas, ou arredondadas e rombas e apesar de ser uma lesão “assintomática”, muitas estão associadas com a sensação de “queimação” na boca por dentadura e à candidose e/ou ulceração. A área mais envolvida é a abóbada palatina, porém também pode ocorrer no rebordo alveolar e palato mole com menos frequência. São mais comuns entre a terceira e a quinta década de vida. - Características Histopatológicas: - Em lesões de HPI, os crescimentos papilares na superfície da mucosa são cobertos por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado ou não. Áreas de hiperplasia, acantose são observados frequentemente no epitélio, porém é possível notar em maior aumento microscópico, a presença da degeneração hidrópica, exocitose e espongiose. O Epitélio envolve um tecido conjuntivo hiperplásico, que pode variar entre frouxo, edematoso ou densamente colagenizado. Há também a presença de um infiltrado de células inflamatórias mononucleares, podendo estar presentes leucócitos polimorfonucleares. Áreas de feixes de fibras colágenas são observados dispersas pelo tecido conjuntivo e na submucosa. - Diagnóstico diferencial: - Granuloma piogênico, fibroma ossificante periférico, lipofibroma, neurofibroma, rabdomioma, leiomioma, tumores de glândula salivar menor. - Tratamento: depende do estágio da lesão (conservador ou cirúrgico) Granuloma Piogênico: - O Granuloma Piogênico (GP) é uma lesão hiperplásica reacional, caracterizado pela proliferação de células endoteliais e pela formação de vasos sanguíneos. Sua localização preferencial é na gengiva inserida, porém também podem ocorrer em dorso de língua, mucosa labial e jugal. Sua etiologia geralmente envolve o acúmulo de biofilme e cálculo, para lesões em gengiva, ou trauma, para lesões em outros locais. O estímulo inflamatório leva a angiogênese. - Características clínicas: - Apresenta-se como pápula ou nódulo de superfície lisa ou lobulada, de base séssil ou pediculada, superfície ulcerada (ou não), de coloração que varia do rosa ao vermelho ou roxo, dependendo do tempo da lesão. Crescimento indolor e rápido. Apresenta grande vascularização, podendo sangrar facilmente. Cerca de 75% se apresentam na gengiva, sendo mais comum na região vestibular na área dos dentes anterossuperiores. Outras localizações mais comuns são: lábios, língua e mucosa jugal. Frequentemente acomete crianças e jovens, com predileção ao sexo feminino. - Reação tecidual à irritação local - Assintomática, altamente vascularizada e de tamanho variável - Massa plana ou lobulada, usualmente pediculada, rosa → vermelho ou roxo - Localização mais comum: gengiva (75% dos casos), podendo se estender entre os dentes - Características histopatológicas: - Ao exame microscópico o epitélio é estratificado, pavimentoso e pode exibir hiperplasia, acantose, atrofia, exocitose leucocitária e ulceração, sendo esta última recoberta por membrana fibrinopurulenta. No tecido conjuntivo fibroso nota-se numerosas células endoteliais, por vezes dispostas em padrão lobular, formando espaços vasculares de tamanho e formato variados. Alguns vasos estão congestos (obliterados por hemácias). O infiltrado inflamatório é misto (agudo e crônico) e de intensidade variável, com presença de neutrófilos, linfócitos, macrófagos e alguns plasmócitos. - As células da inflamação aguda (polimorfonucleares) estão localizadas mais próximas a superfície da úlcera e as células da inflamação crônica (mononucleares) são encontradas permeando as células endoteliais e em áreas mais profundas. Lesões antigas podem ter áreas com aparência mais fibrosa. - Diagnóstico diferencial: - Os principais DDs do granuloma piogênico em gengiva são: lesão periférica de células gigantes, hiperplasia fibrosa, fibroma ossificante periférico e neoplasias mesenquimais benignas. Lesões vasculares benignas e neoplasias malignas também - Tratamento: remoção do agente irritativo e excisão cirúrgica Lesão Periférica de Células Gigantes: - Sinonímias: granuloma periférico ou epúlide periférica de células gigantes - A lesão periférica de células gigantes (LPCG) se caracteriza por um crescimentosemelhante a um tumor, seu aparecimento na cavidade bucal é comum. É uma lesão hiperplásica reacional ocasionada por agentes traumáticos ou irritantes locais. Apresenta numerosas células gigantes multinucleadas permeadas por células mononucleares. - Reação tecidual à irritação ou trauma local - Massa nodular, vermelha ou vermelho-azulada, que geralmente menores de diâmetro. Séssil ou pediculada - Localização exclusiva: gengiva ou rebordo alveolar edêntulo. Mandíbula - Pico de prevalência entre 5° e 6° década de vida - Ocasionalmente pode ser observada reabsorção em forma de taça - Características clínicas: - Apresenta-se como pápula ou nódulo de coloração que varia do vermelho ao vermelhoazulado, possui menos de 2 cm de diâmetro, pode ser séssil ou pediculada e em alguns casos apresentam ulcerações. É exclusiva da gengiva ou rebordo alveolar edêntulo. Desenvolve- se nas regiões anterior e posterior da gengiva ou da mucosa alveolar, sendo a mandíbula ligeiramente mais afetada que a maxila. - Características histopatológicas: - A LPCG apresenta proliferação de células gigantes multinucleadas em meio a células mesenquimais ovoides e fusiformes. As células gigantes podem ter poucos ou muitos núcleos, sendo eles grandes e vesiculares ou pequenos e picnóticos. Frequentemente são observadas áreas de hemorragia e depósitos de hemossiderina (pigmento férrico resultante da degradação das hemácias), além de células inflamatórias mononucleares. Ocasionalmente, podem ser detectadas áreas de formação óssea. Uma faixa de tecido conjuntivo fibroso separa a proliferação de células gigantes da mucosa de superfície, também estão presentes células inflamatórias agudas e crônicas. - Diagnóstico diferencial: - Os principais diagnósticos diferenciais são granuloma piogênico, hiperplasia fibrosa, fibroma ossificante periférico e neoplasias mesenquimais benignas. Da mesma forma que para o GP, lesões vasculares benignas e neoplasias malignas também devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. - Tratamento: excisão cirúrgica abaixo do osso subjacente e raspagem dos dentes Lesão Central de Células Gigantes: - Sinonímias: granuloma central ou tumor de células gigantes - Lesão osteolítica dos maxilares: localizada, benigna, mas algumas vezes agressiva - Lesão não neoplásica, porém reacional a um estímulo desconhecido - Tem um comportamento parecido com uma neoplasia benigna, mas a OMS não considera - Proliferação= fibroblastos (células primárias) + células gigantes multinucleadas + osso reacional - Lesão intra-óssea reativa, com predileção pela mandíbula, região anterior - Pode ultrapassar a linha média - Gênero feminino é mais afetado - Acomete mais jovens (<30 a) - Assintomático (maioria) - Expansões ósseas lentas - Gnáticos (quase exclusivamente) - Achados radiográficos: lesões radiolúcidas uni ou multiloculares, bem delimitados, sem halo cortical - Tratamento: curetagem cirúrgica ou terapias medicamentais (corticoides; calcitonina) Fibroma Ossificante Periférico: - Sinonímias: epúlide fibroide ossificante; fibroma periférico com granuloma fibroblástico calcificante - O fibroma ossificante periférico (FOP) é considerado uma lesão de natureza reacional e não neoplásica. Caracteriza-se pela proliferação de células mesenquimais, com capacidade de deposição de colágeno, matriz óssea e estruturas semelhantes ao cemento. Trata-se de uma lesão que é originada a partir de células indiferenciadas do periósteo ou ligamento periodontal, sendo o material mineralizado provavelmente originado por essas células. A etiologia do FOP é incerta, porém acredita-se que seja em decorrência de fatores locais irritantes, como acúmulo de biofilme e cálculo dental. - Patogênese incerta - Produto mineralizado: células do periósteo ou ligamento periodontal - Localização exclusiva: gengiva, usualmente na papila interdental. Região anterior de maxila - Massa nodular, pediculada ou séssil, rósea- vermelho, de tamanho variável - Pacientes adolescentes e adultos jovens, do gênero feminino - Características clínicas: - O FOP ocorre exclusivamente na gengiva, principalmente na papila interdental e se caracteriza por uma pápula ou nódulo, podendo apresentar base séssil ou pediculada, de superfície lisa, de consistência firme, cor rósea ou avermelhada e pode apresentar ulceração com sintomatologia dolorosa. É provável que seu crescimento se inicie com uma lesão ulcerada, já que as lesões mais antigas mostram cicatrização da úlcera e superfície íntegra. O FOP acomete mais mulheres que homens, ocorre frequentemente em adolescentes e adultos jovens, com pico na segunda década de vida e predileção para a maxila, principalmente na região dos dentes anteriores, não afetando os dentes. Usualmente mede 1,5 cm, porém conforme registros na literatura, lesões de 6 a 9 cm já foram examinadas. Radiografias periapicais podem mostrar estruturas radiopacas no interior da lesão, contribuindo para estruturação das hipóteses diagnósticas. Porém para o estabelecimento do diagnóstico é fundamental a realização de exame anatomopatológico. - Características histopatológicas: - O FOP apresenta histologicamente um epitélio estratificado pavimentoso, que pode apresentar hiperplasia, acantose, atrofia, exocitose leucocitária e ulceração. Em caso de ulceração do epitélio, a superfície é coberta por membrana fibrinopurulenta com área subjacente de tecido de granulação. No tecido conjuntivo fibroso subjacente, observa-se numerosas células mesenquimais fusiformes ou ovoides, permeadas por trabéculas de osso (imaturo ou lamelar) e material mineralizado ovoide e basofílico semelhante à cemento ou calcificação distrófica, havendo uma combinação destes. O osso é do tipo trabeculado e entrelaçado. As calcificações distróficas possuem por característica múltiplos grânulos, glóbulos e grandes massas irregulares de material mineralizado basofílico. - Diagnóstico diferencial: - Granuloma Piogênico, Hiperplasia Fibrosa, Lesão Periférica de Células Gigantes, Neoplasias mesenquimais benignas. O exame Radiográfico nestes casos pode colaborar nas hipóteses diagnósticas! - Tratamento: excisão cirúrgica abaixo do osso subjacente e raspagem dos dentes - Pigmento: qualquer substância que tenha cor própria com algum significado - Mancha/ mácula → lesões planas, onde temos uma alteração de cor * Pigmento endógeno: produzido pelo próprio organismo (bilirrubina, melanina, hemoglobina...) * Pigmento exógeno: tatuagem por amálgama, intencionalmente colocados ou por uso de medicações e pigmentações por metais pesados * Lesões reacionais: Mácula melanótica, melanoacantoma, melanose associada ao fumo, pigmentação fisiológica, pigmentação pós- inflamatória * Neoplasia benignas: nevo melanocítico adquirido, nevo azul * Neoplasias malignas: melanoma * Pigmentações associadas a condições sistêmicas: Doença de Addison, Síndrome de Peutzs-Jeghers * Pigmentação: deposições de substâncias corantes - Uso excessivo de algumas vitaminas pode modificar a cor da pele - Células: → Melanócito - Se encontra na camada basal, bulbo piloso e bainha folicular externa dos folículos pilosos • Eumelanina (verdadeiro pigmento/ negro: duração maior) • Felmelanina (pigmento mais claro, castanhado/ vermelhado) → Aspecto clínico- Mancha ou mácula A- Melanina (marrom) B- Tatuagem (roxo) → alteração vascular C- Inflamação (vermelho vivo) D- Vascular (laranja) - Biópsia ecisional: remove toda lesão (sem riscos de magnilização e pequenas) - Biópsia incisional: remove parte da lesão→ Pigmentações exógenas: Tatuagem por Amálgama (argirose focal): - Lesão pigmentada mais comum da boca. - Pigmentação exógena. - Assintomático - Acontece por negligência do dentista, não fez o isolamento absoluto - Dependendo do tamanho pode aparecer na radiografia - Características clínicas: - Lesão macular, coloração preto azulado e acinzentada, geralmente única, bem delimitada, formatos variados, medindo 1 a 20 mm em seu maior diâmetro, superfície lisa, assintomática - Localização: - Gengiva, mucosa alveolar, soalho bucal, mucosa jugal e palato próximo a regiões restauradas por amálgama - Características demográficas: - Adultos, sem predileção por sexo - Conduta: - Radiografar o local. Em cerca de 25% dos casos se encontram grânulos radiopacos no local. Neste caso, o diagnóstico é clínico-radiográfico. Em caso de dúvidas, a biópsia deve ser realizada - Diagnósticos diferenciais Lesões Pigmentadas - Mácula melanótica, nevo melanocítico adquirido, melanoma Mácula melanótica: - No lábio= mácula melanótica melanótica - Na gengiva= mácula melanótica oral - Lesões únicas - Formato regular - Mesma coloração (homogênea) - Limites precisos - A mancha fica na camada basal - Benigna. - Etiopatogenia desconhecida, mas acredita-se ter origem reacional ou genética. - Indicadores: hormônios, A.C, radiação solar - Estrogênio e progesterona intensifica o aumento de melanócitos - Características clínicas: - Lesão macular, coloração de marrom ao preto, até 10 mm, superfície lisa, assintomática, bem circunscrita, geralmente única, quando múltiplas avaliar comprometimento sistêmico - Localização: - Vermelhão do lábio, gengiva, mucosa jugal e palato - Características demográficas: - Mulheres negras, de 4ª-5ª décadas de vida - Conduta: - Biópsia em caso de dúvidas, principalmente em palato devido a prevalência de melanoma no local - Diagnósticos diferenciais: - Melanoma, tatuagem por amálgama, nevo melanocítico adquirido, pigmentação pósinflamatória → Condições sistêmicas associadas à mácula melanótica: Doença de Addison: - Hipofunção das suprarrenais: tuberculose - Sintomas: Náusea, fraqueza, dor abdominal - Sinal: vômito - Doença sistêmica decorrente do comprometimento da glândula supra-renal, com consequente deficiência de produção de corticosteroides. A causa primária pode ser atribuída a doenças autoimunes, neoplasias, infecções, entre outros. - Características clínicas: - Lesão macular, coloração marrom, difusa, múltipla, bilateral, geralmente acompanhada de sinais e sintomas como: anorexia, hipotensão postural, náuseas, vômitos, fraqueza, dor abdominal, perda de peso, constipação e diarreia. - Localização: - Lábios, gengiva, mucosa jugal, palato duro e língua. - Conduta: - É necessária a identificação da doença de base, para realização do tratamento adequado com a reposição de corticosteroides. Exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico (ACTH, cortisol plasmático e eletrólitos séricos). A pigmentação geralmente persiste após o tratamento - Diagnósticos diferenciais: - Pigmentação fisiológica, melanose associada ao fumo, pigmentação fisiológica, pigmentação relacionada a medicamentos, pigmentação por metais pesados Pigmentação fisiológica: - Pigmentação melanocítica, benigna, comum, causada por fatores genéticos e intensificada por fatores físicos, químicos, hormonais e idade - Características clínicas: - Lesão macular, de coloração marrom a preto, tamanhos variados, difusas, bilaterais, assintomáticas, inócuas, bordas bem definidas, simétricas, únicas ou múltiplas - Localização: - Gengiva inserida (região anterior), mucosa jugal, lábios, língua (papilas) e palato - Conduta: - O diagnóstico é clínico e não há necessidade de intervenções cirúrgicas, exceto por queixas estéticas - Acomete com maior frequência pessoas negras - Diagnósticos diferenciais: - Melanose associada ao fumo, pigmentação relacionada a medicamentos, pigmentação pósinflamatória, pigmentação por metais pesados, melanoacantoma, doença de Addison, síndrome de Peutz-Jeghers Síndrome de Peutez- Jeghers: - Genética dominante - Sinais: presença de máculas → palmas das mãos, lábios - Crescimentos nodulares no intestino (pólipos intestinais) - Alta taxa de câncer intestinal - Sintoma: dor abdominal ao redor do umbigo - Também chamada de síndrome da polipose intestinal. Tem origem genética e se caracteriza por formação de pólipos intestinais que têm grande susceptibilidade à transformação maligna, além de maior risco para câncer de mama, tireoide e pâncreas. - Características clínicas: - Lesões maculares, múltiplas, coloração marrom, puntiformes (até 1 mm) e uniformes. Em boca correspondem a máculas melanóticas - Localização: - Lábios, região perioral, mucosa jugal, palato duro e gengiva. Podem ser encontradas em pele de extremidades (planta dos pés e palma das mãos) e face - Características demográficas: - Da primeira infância até jovens. Sem predileção por sexo - Conduta: - Identificação da síndrome para a realização do tratamento adequado com o médico gastroenterologista. A pigmentação não tem potencial de transformação maligna, persiste até a idade adulta, diminuindo a intensidade ao longo dos anos - Diagnósticos diferenciais: - Mácula melanótica, nevo melanocítico adquirido e doença de Addison Nevo melanocítico adquirido: - Neoplasia benigna, melanocítica, incomum, oriunda de células névicas - Grande maioria na boca: intradérmico - Maior frequência em palato duro - Características clínicas: - Lesão macular, em placa ou papular, arredondada ou ovalada, coloração marrom, cinza, preto ou amelanótica, geralmente até 10 mm, assintomática, bem circunscrito e única - Localização: - Palato duro, mucosa jugal, vermelhão do lábio e gengiva - Conduta: - Biópsia excisional e exame anatomopatológico - Diagnósticos diferenciais: - Tatuagem por amálgama, mácula melanótica, melanoma e nevo azul Nevo Azul: - Neoplasia benigna, melanocítica, oriunda de células névicas. Segundo tipo mais comum de nevo intra-bucal, variante do nevo melanocítico adquirido. - Características clínicas: - Lesão macular ou em placa, coloração azulada devido a profundidade da pigmentação, superfície lisa, assintomática, bem circunscrita, geralmente única e pequena - Localização: - Palato duro - Características demográficas: - Pacientes com cerca de 40 anos de idade - Conduta: - Biópsia excisional e exame anatomopatológico - Diagnósticos diferenciais: - Nevo melanocítico adquirido, mácula melanótica, melanoma Pigmentação relacionada a medicamentos: - Lesão pode ser melanocítica ou não melanocítica causada pelo uso prolongado de medicamentos - Características clínicas: - Lesão macular, geralmente multifocal, coloração marrom a preto azulado, tamanhos variados e bordas bem definidas - Localização: - Palato duro, mucosa alveolar maxilar, língua e gengiva inserida - Medicamentos: - Antimaláricos (pirimetamina, quinacrina, quimidina, cloroquina), antimicrobianos (tetraciclina, minociclina), anticoncepcionais (estrogênio), antifúngicos (cetaconazol), para hanseníase (clofazimina), barbitúricos, anti- neoplásicos (bussulfano, dexorrubicina, mesilato de imatinibe), para desordens autoimunes (ciclofosfamida), antipsicóticos e anti-histamínicos (fenotiazinas), laxantes (fenolftaleína), para AIDS (zidovudina) - Conduta: - Diagnóstico é clínico, biópsia em casos duvidosos. Regressão total ou parcial após cessado o uso do medicamento - Diagnósticos diferenciais: - Melanoma, mácula melanótica, nevo melanocítico adquirido, pigmentação fisiológica, pigmentação pós-inflamatória, melanose associada ao fumo Pigmentação relacionadaa metais pesados: - Não melanocítica, ocorre devido ao nível aumentado de metais no sangue. Exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico (mineralograma, dosagem de minerais nas hemácias ou urina). - Características clínicas: - Lesão macular linear e difusa, a coloração varia de acordo com o tipo de metal, maioria é preta, acinzentada e azulada, bem delimitada e bilateral - Localização: - Gengiva marginal - Características demográficas: - Aspiração de vapores, medicamentos e água contaminada, devido aspectos laborais e/ou culturais - Conduta: - O diagnóstico pode ser clínico. Fator causal deve ser identificado. Comprometimento sistêmico decorrente da contaminação deve ser avaliado e tratado pelo médico (distúrbios mentais, sialorreia, náuseas, vômitos, cefaleia, alterações cardíacas, dores abdominais e diarreia) - Alguns metais: - Chumbo, prata, mercúrio, bismuto, arsênico, ouro e grafite - Diagnósticos diferenciais: - Tatuagem por amálgama, pigmentação fisiológica, pigmentação relacionada a medicamentos e pigmentação pós-inflamatória Melanoma: - Neoplasia maligna, melanocítica, rara e altamente agressiva. - Características clínicas: Estágio inicial: Lesão macular ou em placa, única, coloração de marrom a preto, uniforme, assintomática, bordas assimétricas e mal definidas e crescimento rápido Em evolução: Lesão nodular, geralmente única, coloração marrom, preto, roxo, avermelhado e cinzentado, com ulcerações, sintomatologia dolorosa, bordas mal definidas, assimétrica, de crescimento rápido e causando mobilidade dentária e destruição óssea vista radiograficamente - Características demográficas: - Homens, de 4ª a 7ª décadas de vida - Localização: - Predominante em palato duro, podendo acometer outras regiões da mucosa bucal - Conduta: - Biópsia incisional e exame anatomopatológico. O tratamento é realizado pelo médico oncologista e cirurgião de cabeça e pescoço e consiste em remoção cirúrgica com margem de segurança, associada à radioterapia e quimioterapia. - Diagnósticos diferenciais: - Tatuagem por amálgama, mácula melanótica, nevo melanocítico adquirido, pigmentação fisiológica, sarcoma de Kaposi (neoplasia de origem vascular, usualmente vista em pacientes HIVpositivos) - Diagnósticos diferencias melanoma amelanótico: Outras lesões malignas, como carcinomas Cisto → cavidade patológica revestida por epitélio, sustentada por uma cápsula de tecido conjuntivo - Cápsula (tecido conjuntivo - Revestimento epitelial - Cavidade cística - Cistos odontogênicos → o epitélio vem de restos embrionários de epitélios que revestiram o esmalte dentário na odontogênese. Com origem incerta - São lesões que afetam geralmente ossos, ou internamente nos dentes - Cistos não odontogênicos → o epitélio que reveste a cavidade não tem relação com a odontogênese. Vem de restos embrionários resultantes da construção da face * Cistos odontogênicos de desenvolvimento: - Etiologia não conhecida - Não foi a inflamação o fator de desenvolvimento - Traumas que podem levar a formação do cisto - Cisto dentígero, cisto de erupção, ceratocisto odontogênico, cisto odontogênico ortoceratinizado, cisto gengival do recém-nascido, cisto gengival do adulto, cisto periodontal lateral, cisto odontogênico calcificante, cisto odontogênico glandular * Cistos odontogênicos inflamatórios: - Cisto periapical radicular, cisto residual, cisto da bifurcação vestibular Cisto Dentígero (Folicular): - Cavidade patológica revestida por epitélio que passou pelo processo de odontogênese - Separação do folículo pericoronário e a coroa do dente - Esse é o tipo mais comum de cisto odontogênico do desenvolvimento, sendo responsável por cerca de 20% de todos os cistos revestidos por epitélio nos ossos gnáticos. - O cisto dentígero envolve a coroa de um dente impactado e se conecta ao dente pela junção amelocementária. Cistos Odontogênicos - Patogênese: - A patogênese desse cisto é incerta, mas aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. - Características clínicas: - Apesar de o cisto dentígero poder ocorrer em associação com qualquer dente impactado, ele envolve, mais frequentemente, 3° molares inferiores. Outros sítios relativamente frequentes incluem os caninos e os 3° molares superiores e os 2° pré-molares inferiores. - Os cistos dentígeros raramente envolvem dentes decíduos inclusos. - Precisa de um dente incluso - Mais frequente em pacientes entre 10 e 30 anos. - Mais comum em pacientes do sexo masculino - Assintomático - Radiograficamente: - Radiograficamente, o cisto dentígero mostra tipicamente uma área radiolúcida unilocular que está associada à coroa de um dente incluso. A lesão radiolúcida geralmente apresenta uma margem bem definida e frequentemente esclerótica, mas um cisto infectado pode mostrar margens pouco definidas. - Um cisto dentígero de grandes dimensões pode passar a impressão de um processo multilocular devido à persistência de trabéculas ósseas dentro da lesão radiolúcida. - Características histopatológicas: - Os aspectos histopatológicos incluem cápsula de tecido conjuntivo fibroso arranjada frouxamente revestida por epitélio com 2 a 4 camadas de células achatadas não ceratinizadas e a interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é plana. Pequenas ilhas ou cordões de restos de epitélio odontogênico aparentemente inativos podem estar presentes na capsula fibrosa - Tratamento: - O tratamento usual para o cisto dentígero é a cuidadosa enucleação e remoção do dente incluso associado. Se a erupção do dente envolvido é considerada viável, o dente pode ser mantido no local após a remoção parcial da parede do cisto. A marsupialização pode ser uma escolha de tratamento, em casos de cisto dentígeros grandes, o que acarretará na descompressão e redução do tamanho do defeito ósseo. - Recorrência não é esperada e o prognóstico é bom - Sinais e sintomas: -Um exame clínico habitualmente revela a falta de um dente e, possivelmente, um edema que pode causar dor. As características mais importantes desta lesão são a capacidade de expansão assintomática, o potencial para deslocar ou reabsorver dentes adjacentes e também osso. Pode causar um atraso na erupção dentária. - Complicações: - Podem ocorrer complicações como a fractura óssea patológica, a perda de dentes permanentes, a deformação óssea e o desenvolvimento de um carcinoma espinocelular, carcinoma mucoepidermóide ou ameloblastoma - Diagnósticos diferenciais: - O diagnóstico diferencial deve incluir ainda o queratocisto odontogénico, o odontoma, o cementoma, o fibroma ameloblástico, o granuloma central de células gigantes e o ameloblastoma. Cisto Dentígero Inflamatório: - Dentes: 1° ou 2° molar decíduo (inferior) → mais comum em pacientes jovens - Área escura radiolúcida, respeitando a junção amelocementária da raiz - Posicionamento mais central - Descobre de forma acidental - Tratamento: remoção do dente - Assintomático - Desconfiamos de crianças que não estão com o canino permanente - Histologicamente: - Epitélio estratificado, células pavimentosas superficiais não queratinizadas, interface com epitélio conjuntiva plana Cisto de Erupção (Hematoma de Erupção): - O cisto se desenvolve como resultado da separação do folículo dentário da coroa de um dente em erupção que já está posicionado nos tecidos moles que recobrem o osso alveolar. - O dente está em processo de rompimento querendo chegar na cavidade oral - Características clínicas: - O cisto de erupção surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentementetranslúcido, na mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção. A maioria dos exemplos é observada em crianças com menos de 10 anos de idade. - Apesar de esse cisto poder ocorrer em qualquer dente em erupção, a lesão é mais comumente associada a incisivos centrais decíduos inferiores, a 1° molares permanentes e a incisivos decíduos superiores. - O trauma em sua superfície pode resultar em uma quantidade considerável de sangue no fluido cístico, o que concede uma cor azul a marrom- arroxeada ao cisto. - Essas lesões algumas vezes são denominadas de hematoma de erupção. - Coloração azulada/arroxeada (podendo também ter uma cor semelhante à da mucosa) - Pacientes que apresentam uma gengiva mais densa, fibrosa, ao realizar o procedimento nesses pacientes, se colocar muita força podemos conseguir afastar a coroa do dente - Remove parte da incisão= Ulectomia - Características Histopatológicas: - Epitélio fino, delgado, estratificado, pavimentoso, cavidade plana, não produz queratina - Tratamento: - Pode não haver necessidade de tratamento porque o cisto geralmente se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Se isso não acontecer, então a simples excisão do teto do cisto geralmente permite a rápida erupção do dente. - Diagnóstico diferencial: - O diagnóstico diferencial é com hemangioma, cisto gengival do recém-nascido e granuloma piogênico Ceratocisto (queratocisto): - Cisto capaz de produzir queratina - Lesão agressiva - Deriva de remanescentes da lâmina dentária - Mutações que não dão características de neoplasia - Região posterior do ramo/ângulo de mandíbula - O queratocisto odontogénico pode envolver um dente adjacente não erupcionado (queratocisto envolvente) e por vezes um dente pode erupcionar para a cavidade de um queratocisto (queratocisto folicular) - Os queratocistos odontogénicos podem provocar reabsorção da cortical óssea e também deslocamento dentário e reabsorção radicular, embora não tanto como os cistos dentígeros - A maioria dos queratocistos são lesões isoladas, embora cistos múltiplos também ocorram, particularmente na síndrome de carcinomas nevóides de células basais (Síndrome de Gorlin). - Não necessita de um dente incluso - Unilocular ou multilocular - Características clínicas: - Os ceratocistos odontogênicos podem ser encontrados em pacientes com idade variável, desde a infância até a velhice, mas cerca de 60% de todos os casos são diagnosticados em pessoas entre 10 e 40 anos. Há uma leve preferência por homens. - A mandíbula é acometida em 60% a 80% dos casos, com uma marcante tendência para o envolvimento do corpo posterior e do ramo da mandíbula - Radiograficamente: - Os ceratocistos odontogênicos exibem uma área radiolúcida, com margens escleróticas frequentemente bem definidas. Lesões grandes, particularmente no corpo posterior e no ramo da mandíbula, podem se apresentar multiloculadas - Características histopatológicas: - É caracterizado por uma fina cápsula fibrosa e revestimento de epitélio escamoso estratificado queratinizado, habitualmente com uma espessura de 5 a 8 células e, geralmente, sem cristas interpapilares. - Histologicamente, na ausência de inflamação, a parede é fina. A camada basal de epitélio é distintiva e bem definida, composta ou por células colunares ou cubóides em paliçada, assemelhando- se ao epitélio interno de esmalte. Isto porque a origem deste epitélio é a lâmina dentária ou porções diferenciadas do órgão de esmalte. - A queratinização do epitélio é predominantemente paraqueratótica, mas são observados casos com ortoqueratose. - Sinais e sintomas: - Tumefacção, dor muitas vezes associada a infecção, drenagem intra-oral, parestesia, abcesso, celulite e trismus - Diagnóstico diferencial: - ameloblastoma, cisto dentígero, cisto radicular, granuloma central de células gigantes, cisto ósseo traumático, cisto de Gorlin, cisto residual e mixoma odontogênico. - Dente: 3° molar- quando o dente incluso está presente - Osteotomia → remover a lesão e tirar parte do tecido ósseo - Núcleos hipercromáticos → alta atividade mitótica - Queratinização parcial (paraqueratina) - Síndrome do carcinoma basal de células menores (múltiplos) → alteração do desenvolvimento frontal → pupilas mais afastadas - Tratamento: - Existem diversas actuações cirúrgicas tais como a simples enucleação, a enucleação com curetagem, a marsupialização (descompressão), a recessão óssea e também terapêuticas adjuvantes como crioterapia com nitrogénio líquido, electrocautério, desbridamento ultra-sónico e solução de Carnoy para diminui as recidivas. Cistos odontogênicos de origem inflamatória: - Cárie dentária- necrose pulpar - Cisto radicular - Cisto residual - Restos epiteliais Granuloma Periapical x Cisto radicular: - Radiograficamente, em Granuloma Periapical não pode ser diferenciado de um Cisto Periapical - Granuloma- presença somente de células inflamatórias - Cisto Radicular → epitélio pavimentoso, estratificado não queratinizado - Cisto Periapical → cavidade patológica revestida por epitélio Granuloma Periapical: - O termo granuloma periapical refere-se a uma massa de tecido de granulação crônica ou agudamente inflamado no ápice de um dente desvitalizado. - Características clínicas: - A maioria dos granulomas periapicais é assintomática, mas pode desencadear dor ou sensibilidade se ocorrer uma exacerbação aguda. - O tecido mole sobrejacente ao ápice pode ou não estar sensível. - Radiograficamente: - As áreas radiolúcidas associadas são variáveis, podendo ser lesões pequenas, quase imperceptíveis, até imagens radiolúcidas excedendo 2,0 cm de diâmetro. Os dentes acometidos apresentam a perda da lâmina dura periapical. A lesão pode ser bem-circunscrita ou mal definida e pode ou não apresentar um halo radiopaco circundante. - Características histopatológicas: - Os granulomas periapicais consistem em tecido de granulação, circundado por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. O tecido de granulação é composto por um infiltrado de linfócitos denso variável, que é muitas vezes permeado por neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e, menos frequentemente, mastócitos e eosinófilos. - Tratamento: - O tratamento endodôntico é eficaz nos casos de granuloma periapical, no entanto, em alguns casos, só essa abordagem não é suficiente, necessitando de uma complementação cirúrgica, a cirurgia parendodôntica. - Tratamento do canal radicular Cisto radicular: - O cisto radicular é uma patologia que tem origem em resíduos epiteliais, nomeadamente nos restos epiteliais de Malassez que se encontram no ligamento periodontal, como consequência de inflamação crónica e geralmente após necrose da polpa dentária - Desenvolvem-se após uma inflamação da polpa atingir a região radicular periapical ou lateral (neste último devido a um forâmen pulpar extra ou ectópico) e dar origem à formação de um granuloma apical ou lateral. - Características clínicas: - Em geral, os pacientes com cistos periapicais não apresentam sintomas, a menos que exista uma exacerbação inflamatória aguda. Além disso, se o cisto atingir um tamanho grande, podem ser observadas tumefação e sensibilidade leve. Com o crescimento do cisto, podem ocorrer mobilidade e deslocamento dos dentes adjacentes. - Características histopatológicas: - A maioria dos cistos radiculares é revestida por epitélio escamoso estratificado habitualmente não queratinizado. A morfologia do epitélio é dependente do grau de inflamação e, na presença desta, vão ser exibidas cristas interpapilares proliferativas. O revestimento epitelial é incompleto em algumas secções e o epitélio apresenta hiperplasia reactiva e algumadegeneração. Há intenso edema intercelular nos cistos jovens e a maioria do infiltrado inflamatório é composto por polimorfonucleares, particularmente nas áreas de hiperemia - Radiograficamente: - A maioria dos cistos radiculares surge como uma lesão radiolúcida, unilocular com uma forma redonda ou elíptica na região periapical e com uma fina margem de osso cortical bem definida. - Tratamento: - O tratamento destas lesões, normalmente, envolve extracção ou tratamento endodôntico radical para o dente e marsupialização ou enucleação do cisto. Cisto do Ducto Nasopalatino: - Origem embriológica: remanescentes embrionários do ducto nasopalatino - O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não odontogênico mais comum da cavidade oral, ocorrendo em cerca de 1% da população. Acredita- se que ele se origine de remanescentes do ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo. - Características clínicas: - O cisto do ducto nasopalatino pode se desenvolver praticamente em qualquer idade, porém ele é mais comum na quarta a sexta décadas de vida. Apesar de ser um cisto do “desenvolvimento”, o cisto do ducto nasopalatino é raramente observado durante a primeira década de vida. - Radiograficamente: - As radiografias geralmente demonstram uma lesão radiolúcida bem-circunscrita próxima ou na linha média da região anterior de maxila, entre os ápices dos incisivos centrais. A reabsorção radicular é raramente notada. A lesão em geral é redonda ou oval, com uma margem esclerótica. Alguns cistos podem ter um formato de pera invertida, possivelmente devido à resistência das raízes dos dentes adjacentes. Outros casos podem exibir o formato clássico de coração, como resultado da sobreposição da espinha nasal ou pelo chanframento causado pelo septo nasal. - Pode ser assintomático ou sintomático - Sempre situado entre as raízes dos incisivos superiores - Região anterior do palato - Características histopatológicas: - O epitélio de revestimento dos cistos do ducto nasopalatino é variável. Pode ser constituído de: • Epitélio escamoso estratificado • Epitélio colunar pseudoestratificado • Epitélio colunar simples • Epitélio cúbico simples Frequentemente, mais de um tipo de epitélio é encontrado no mesmo cisto. O epitélio escamoso estratificado é o mais comum, estando presente em três quartos de todos os cistos. O epitélio colunar pseudoestratificado tem sido relatado desde um terço até três quartos de todos os casos. - Células caliciformes e cílios podem ser encontrados em associação do epitélio colunar. O tipo de epitélio pode estar relacionado com a posição vertical do cisto dentro do canal incisivo. Cistos que se desenvolvem mais superiormente no canal, próximos à cavidade nasal, tendem a apresentar epitélio respiratório, enquanto que aqueles localizados próximos à cavidade oral geralmente exibem epitélio escamoso. - Tratamento: - Os cistos do ducto nasopalatino são tratados por enucleação cirúrgica. A biópsia é recomendada, porque a lesão não é diagnosticada por radiográfia e existem outras lesões benignas e malignas semelhantes ao cisto do ducto nasopalatino. Cisto Nasolabial: - Tecido mole - Origem embriológica: remanescentes da porção anterior e inferior no ducto nasolacrimal ou restos epiteliais aprisionados do processo maxilar, nasal medial e nasal lateral - O cisto nasolabial é um cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior, lateral à linha média. - Características clínicas: - O cisto nasolabial apresenta-se como um aumento de volume do lábio superior lateral à linha média, resultando na elevação da asa do nariz. Muitas vezes, o aumento eleva a mucosa do vestíbulo nasal e causa apagamento do fundo de vestíbulo. Ocasionalmente, esta expansão pode resultar em obstrução nasal ou interferir na utilização de uma prótese. - A dor é rara, exceto quando a lesão está infectada secundariamente. - Os cistos nasolabiais são observados com maior frequência em adultos, com pico de prevalência na 4° e 5° décadas de vida. Existe uma predileção significativa pelo gênero feminino, com relação mulheres-homens de 3:1. Aproximadamente 10% dos casos relatados são bilaterais. - Radiograficamente: - Como o cisto nasolabial origina-se nos tecidos moles, na maioria dos casos não há alterações radiográficas. Ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso subjacente pela pressão exercida pelo cisto. - Características histopatológicas: - O cisto nasolabial é caracteristicamente revestido por epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo muitas vezes células caliciformes e ciliadas. Áreas de epitélio cúbico e metaplasia escamosa não são raras. Alterações apócrinas também foram relatadas. A parede do cisto é composta de tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente. - Tratamento: - O tratamento de eleição consiste na remoção cirúrgica total por acesso intraoral. Como a lesão geralmente está próxima ao soalho nasal, muitas vezes é necessário retirar uma parte da mucosa nasal para garantir a remoção completa da lesão. - A recidiva é rara. - Diagnóstico diferencial: - Inflamações periapicais, furúnculo, cisto do ducto nasal opalatino, cisto dermoide, epidermoide e ainda tumores de glândulas salivares Ameloblastoma Convencional: - O ameloblastoma convencional é uma neoplasia benigna originada do tecido epitelial odontogênico encontrado nos ossos maxilares - Características clínicas: - Mais comum na região posterior - Mandíbula (corpo e ramo) - Crescimento lento - Assintomático - Pico de incidência está na 4° e 5° décadas de vida - Adultos - Pode ou não está relacionado a um dente incluso- 3° molar - Aumento de volume indolor ou expansão de ossos gnáticos - Característica histopatológica: - Padrão folicular - Os ninhos epiteliais consistem em uma região central de células angulares arranjadas frouxamente, lembrando o retículo estrelado do órgão do esmalte - O núcleo dessas células está localizado no lado oposto a membrana basal (polaridade reversa) - Biologicamente agressivo → reabsorve com mais intensidade → infiltra - Podem surgir: restos de lâmina dentária - Órgão do esmalte - Revestimento epitelial de cisto odontogênico - Células basais da mucosa oral - Comum em adultos - Radiograficamente: - Radiograficamente, tais lesões apresentam imagem radiolúcida uni ou multilocular, com limites bem definidos. Quando multiloculada, essa imagem pode assemelhar-se a “favos de mel” (pequenos lóculos) ou “bolhas de sabão” (grandes lóculos) - Acompanhamento ao longo dos anos obrigatório → 1 a 2 décadas - Radiografia (aspecto clínico e microscópico) + exame complementar - Padrão folicular - Polarização invertida das células colunares periféricas - Região central de células angulares frouxamente, lembrando o retículo estrelado de um órgão do esmalte Ameloblastoma Unicístico: - Aspecto radiográfico unilocular - Provocam proliferação da cortical óssea e reabsorção radicular - Região posterior da mandíbula - Característica clínica: - Mais comum em pacientes jovens, 2° década de vida Tumores odontogênicos - Mandíbula - Assintomática - Radiograficamente: - Imagem radiolúcida circunscrita que envolve a coroa de um 3° molar inferior não erupcionado, lembrando, clinicamente, um cisto dentígero - Característica histopatológica: - A lesão consiste em uma parede cística fibrosa com um revestimento composto total ou parcialmente por epitélio ameloblástico. Tal epitélio exibe uma camada basal de células colunares ou cúbicascom núcleo hipercromático, que apresenta polaridade reversa e vacuolização citoplasmática basilar. - 2° molar - Tratamento: - O tratamento dos ameloblastomas, a variante uniloculada é menos agressiva, tem baixos índices de recidiva, podendo ser tratada através de uma cirurgia mais conservadora, enquanto que lesões multiloculada deverão receber um tratamento mais agressivo através de uma ressecção do tumor com margem de segurança e adequada reconstrução óssea do segmento Tumor Odontogênico Adenomatoide (TOA): - Lembra o epitélio granular - Tumor dos “dois terços” - Maxila - Sexo feminino - Região anterior - Coroa do dente - Impacto → pacientes jovens - Canino superior - Dente anterior mais comum - Origem embriológica: epitélio do órgão do esmalte, epitélio reduzido do esmalte, restos de Malassez e remanescentes da lâmina dentária - Características clínicas: - Comum em pacientes jovens- 10 a 19 anos - Lençóis de células epiteliais fusiformes - Assintomático - Lento - Forma cápsula - Estruturas em rosetas - Estruturas semelhantes a ductos - Radiograficamente: - Lesão radiolúcida circunscrita, unilocular, que envolve a coroa do dente não erupcionado, sendo mais usual o canino - Característica histopatológica: - O tumor é composto por células epiteliais fusiformes que formam lençóis de volume espiralados de células em um estroma fibroso escasso. As células epiteliais podem formar estruturas semelhantes a rosetas ao redor de um espaço central, que pode estar vazio ou conter pequena quantidade de material eosinofílico. - Removeu- não volta Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante: - Tumor de Pindborg - Adultos de 30 a 50 anos de idade - Origem embriológica: pode ser restos epiteliais da lâmina dentária ou do estrato intermediário do órgão do esmalte - Geralmente tem dente incluso - Lesão pode ser unilocular ou multilocular - Bem definidas - Geralmente envolvido com um dente impacto - Radiograficamente: - Exibe uma imagem radiolúcida uni ou multilocular, com um padrão unilocular encontrado mais comumente na maxila - A lesão pode ser inteiramente radiolúcida, porém o defeito das estruturas calcificadas de tamanhos e densidades variados em geral são encontrados - “flocos de neve” - Característica histopatológica: - Apresenta discretas ilhas em um estroma fibroso. Os contornos celulares das células epiteliais são distintos e é possível observar as pontes intercelulares. O núcleo mostra variação e núcleos gigantes - Grandes áreas de material extracelular amorfo, eosinofílico, hialinizado também estão presentes - Aspecto cribriforme - Tratamento: remoção - Volta mínima - Calcificação - Células epiteliais poliédricas - Pontes intercelulares Mixoma odontogênico: - 2° a 3° lugar de ocorrência - Origem: ectomesenquimal - É uma lesão benigna que mimetiza microscopicamente a polpa dentária ou o tecido conjuntivo folicular - Características clínicas: - Adultos jovens- 30 a 40 anos - Aparece em qualquer região da mandíbula e da maxila - Assintomático - Expansão indolor do osso - Crescimento infiltrativo - Aparência frouxa- remetendo a papila dentária - Produz muita substância fundamental, como o ácido hialurônico, refletindo assim no seu comportamento clínico - Padrão de escada, raquete de tênis - Pode reabsorver a raiz dentária - Radiograficamente: - São lesões bem circunscritas e usualmente são cercadas por uma margem esclerótica - Pode ser unilocular ou multilocular - Podem estar associadas à coroa de um dente impactado - Aparece como uma lesão mista radiopaca e radiolucente; o fibroma ameloblástico se apresenta radiograficamente como uma lesão completamente radiolucente - Características histológicas: - Tecido conjuntivo com aspecto frouxo (mixoide), com delicadas fibrilas colágenas, lembrando a papila dentária - Células de formato ora arredondadas ora fusiformes - Pequenas ilhas de restos epiteliais odontogênicos de aspecto inativo podem ser evidenciadas dispersas na substância fundamental mixoide. - Tratamento: - Pequenos mixomas são tratados, geralmente, através de curetagem. Para lesões maiores, ressecções mais extensas podem ser necessárias. Cementoblastoma: - Proliferação do cemento → célula responsável por secretar a matriz do esmalte - Características clínicas: - Dentes vitais (íntegros) - Absorção do terço apical da raiz (aderido) - Presença de dor (principalmente à palpação) - Ocorre entre a 2° e a 3° década de vida - Sintomático Tumores Odontogênicos de origem Mesenquimal e Mista - Se desenvolve na região apical pois é onde os amentoblastos ficam localizados - Invade o canal radicular → agredindo a polpa - Região posterior da mandíbula – pré-molares e molares (1° molar inferior – maior frequência) - Dente irrompido - Dentição permanente - Dor vem também do ligamento periodontal - Radiograficamente: - Interface radiolúcida, osso radiopaco - Massa radiopaca que está fundida a um ou mais dentes e é circundada por um fino halo radiolúcido. O contorno da raiz ou das raízes do dente envolvido está geralmente obscurecido como resultado da reabsorção radicular e fusão da neoplasia com o dente. - Características histopatológicas: - Cementoblastos volumosos dentro das lacunas - Matriz mineralizada basofílica, linhas reservas basofílicas - O estroma é composto de tecido fibrovascular celularizado. - Há com frequência células gigantes multinucleadas, além de proeminentes células blásticas margeando as trabéculas mineralizadas - A periferia da lesão, correspondente à zona radiolúcida vista na radiografia, é composta de matriz não calcificada, que na maioria das vezes está arranjada em colunas radiais. - Em poucos casos, as lesões podem se infiltrar na câmara pulpar e nos canais radiculares dos dentes envolvidos. - Tratamento: - Devido à íntima relação dessa neoplasia com a raiz dentária, ela não pode ser removida sem sacrificar o dente. Tipicamente, é requerido um alívio ósseo para remover essa massa bem circunscrita. Não são observadas recidivas. → Tumores odontogênicos de origem mista - Tecidos de origem mista e mesenquimal estão em proliferação Odontoma (Hmartomas) - Os odontomas são considerados como distúrbios de desenvolvimento (hamartomas), em vez de neoplasias verdadeiras. Quando totalmente desenvolvidos, os odontomas consistem principalmente em esmalte e dentina, com quantidades variáveis de polpa e cemento. - Os odontomas são ainda subdivididos em tipo composto e tipo complexo. - O odontoma composto é formado por múltiplas estruturas pequenas, semelhantes a dentes. - O odontoma complexo consiste em uma massa amorfa de esmalte e dentina, que não exibe qualquer semelhança anatômica com um dente. - Características clínicas: - Detectado durante as primeiras décadas de vida - Assintomático - Lesões relativamente pequenas - Ao formar esmalte, dentina e polpa sessam o crescimento - Encapsuladas (solitárias) - Ocorrem com mais frequência na maxila (odontoma composto) - Tem a separação da lesão dos tecidos adjacentes (devido a uma cápsula) - No odontoma complexo forma uma massa de tecidos dentários - Síndrome de Gardner → Odontoma complexo: - Região posterior (mandíbula, maxila) - Pode ter dente incluso - Ilhas de matriz de esmalte, dentina - Características histopatológicas: - O odontoma composto consiste em múltiplas estruturas lembrando pequenos dentes unirradiculares, contidos em uma matriz fibrosa frouxa. - Em pacientes que apresentam um odontoma em desenvolvimento, háestruturas que lembram os germes dentários. - Os odontomas complexos consistem, em grande parte, de dentina tubular madura. Essa dentina envolve fendas ou estruturas ocas circulares que costumam conter o esmalte maduro que foi removido durante a descalcificação. - Os espaços podem conter quantidades pequenas de matriz de esmalte ou esmalte imaturo - Em geral, há uma delgada camada de cemento na periferia do aumento de volume. Ocasionalmente, um cisto dentígero pode surgir do revestimento epitelial da cápsula fibrosa de um odontoma complexo. - Características radiográficas: - Radiograficamente, o odontoma composto aparece como uma coleção de estruturas semelhantes a dentes de variados tamanhos e formas, cercados por uma delgada zona radiolúcida. - O odontoma complexo aparece como uma massa calcificada com a radiodensidade da estrutura dentária, que também está cercada por uma delgada margem radiolúcida. - Tratamento: - Enucleação → Neoplasia benigna x Neoplasia maligna - Lipoma Grande - Papiloma Mal delimitado - Pequeno Crescimento Rápido - Bem delimitado Com hemorragia - Crescimento lento Com necrose - Não invasivo Localmente invasivo - Não metastático Metastático - Bem diferenciado Menos diferenciadas Lipoma: - É uma neoplasia benigna de gordura. - Características clínicas: - Mucosa jugal e mucosa labial - Coloração mais amarelada - Mais frequente em adultos - São aumentos de volume nodulares, de superfície lisa e consistência macia, que podem ser sésseis ou pediculados - Assintomático - Características histopatológicas: - Proliferação de tecido adiposo - Organizada em lóbulos - Tecido adiposo maduro - A neoplasia é bem circunscrita e pode apresentar uma fina cápsula fibrosa. - Tem sido descrito um número de variantes microscópicas. A mais comum delas é o fibrolipoma, que é caracterizado pela presença de um maior componente fibroso, misturado aos lóbulos de células adiposas. - O angiolipoma consiste em uma mistura de células adiposas maduras e numerosos pequenos vasos sanguíneos. - O lipoma de células fusiformes demonstra uma quantidade variável de células fusiformes de aparência uniforme em conjunto com um componente lipomatoso típico. - Os lipomas pleomórficos são caracterizados pela presença de células fusiformes mais células gigantes hipercromáticas e bizarras, sendo difícil sua diferenciação de um lipossarcoma pleomórfico. - Os lipomas intramusculares (infiltrantes) geralmente são situados mais profundamente e apresentam um padrão de crescimento infiltrativo por entre as fibras do músculo esquelético. - O sialolipoma foi criado para descrever lesões que secundariamente aprisionam tecido de glândulas salivares. - Tratamento: - Os lipomas são tratados pela excisão local conservadora, sendo as recidivas raras. - Os lipomas intramusculares apresentam uma elevada taxa de recidiva devido a seu padrão de crescimento infiltrativo, mas essa variante é rara na região oral e maxilofacial. Hemangioma: Tumores não odontogênicos- Patologia óssea - Neoplasia benigna - Malformações vasculares de desenvolvimento. - Muitos hemangiomas podem não ser reconhecidos ao nascimento, mas surgem durante as oito primeiras semanas de vida. Pode agravar após a adolescência - Características clínicas: - Coloração azulada/arroxeada - Assintomático - Mais frequente em mulheres - Mais frequente em pessoas brancas - São firmes e borrachosos à palpação, e o sangue não pode ser evacuado com a aplicação de pressão. - Língua, lábio... Anastomose: vasos se “comunicando” → levam a formação de lesões → lesões → exerce uma pressão sobre ela, muda de cor - Os “hemangiomas” intraósseos também podem ocorrer e, provavelmente, representam malformações venosas ou arteriovenosas. - Características Histopatológicas: - Hemangiomas da infância são caracterizados por numerosas células endoteliais volumosas e lúmens vasculares geralmente indistintos - Tecido epitelial estratificado pavimentoso - Vasos sanguíneos grandes e congestos - Radiograficamente: - A aparência radiográfica das malformações vasculares intraósseas é variável. Comumente, essas lesões exibem defeitos radiolúcidos multiloculares. As loculações individuais podem ser pequenas (aparência de favos de mel) ou grandes (aparência de bolhas de sabão). Em outros casos, a lesão pode se apresentar como área radiolúcida ou como radiolucência bem definida semelhante a um cisto. - Tratamento: - Laser → leva à coagulação → é diluído Cisto ósseo simples: - O cisto ósseo simples é uma cavidade óssea vazia ou com conteúdo fluido. Por causa da ausência de revestimento epitelial da lesão, representa um pseudocisto a um cisto verdadeiro. - Características clínicas: - Mais comum em jovens e raramente em crianças menores de 5 anos - Os cistos ósseos simples podem surgir nos ossos gnáticos, com marcante predominância pela mandíbula. - A região dos pré-molares e molar, e a região de sínfise são mais comumente acometidas. - Radiograficamente: - Imagem radiolúcida bem circunscrita → formando estrutura em cúpula entre as raízes - Características histopatológicas: - Tecido conjuntivo vascularizado - Existem áreas de fibrina, eritrócitos dispersos, ocasionais células gigantes e calcificações distróficas em forma de laço. - Não tem revestimento epitelial Displasia óssea focal: - Alterações metabólicas do ligamento - Periodontal - Características clínicas: - Envolve, mais comumente, a região posterior da mandíbula. - Assintomática → não gera alteração de volume - Ocorrem em mulheres, com uma predileção pela terceira à sexta década de vida. - Tecido conjuntivo mineralizado - Radiograficamente: - Radiograficamente, a lesão varia de completamente radiolúcida à densamente radiopaca com fino halo radiolúcido na periferia. - As margens são levemente finas e irregulares. Displasia óssea periapical: - Características clínicas: - A displasia óssea periapical envolve predominantemente a região anterior da mandíbula. - Lesões solitárias podem ocorrer, mas múltiplos focos estão presentes. - Mulheres negras entre a 3° e 2° décadas de vida - Assintomática - Tecido mineralizado - Tecido conjuntivo fibroso celularizado - Radiograficamente: - As lesões iniciais aparecem como áreas radiolúcidas circunscritas envolvendo a área periapical, similar aos granulomas periapicais e aos cistos radiculares - As lesões adjacentes podem se fundir para formar um padrão linear de radiolucência, que envolve os ápices de vários dentes - Com o tempo, as lesões tendem a “amadurecer” e criar uma aparência mista de radiolucidez e radiopacidade - No estágio final, as lesões mostram uma calcificação densa circunscrita, circundada por um estreito halo radiolúcido. Displasia óssea florida: - Lesões benignas - Características clínicas: - Região anterior e posterior da mandíbula - Mulheres negras- acima de 50 anos - Lesões simétricas e bilaterais - Tecido conjuntivo fibroso celularizado - Radiograficamente: - Radiograficamente, as lesões apresentam um padrão de maturação similar ao notado nas outras duas formas de displasia óssea. - De início, as lesões são predominantemente radiolúcidas, mas com o tempo se tornam mistas e então com dominância radiopaca, apresentando apenas um fino halo radiolúcido. - Por vezes, uma lesão pode se tornar quase que totalmente radiopaca e misturar-se com o osso adjacente de aparência normal.- Em geral, as radiopacidades permanecem separadas dos dentes adjacentes, por meio do espaço do ligamento periodontal intacto. - Desordens potencialmente malignas e CEO: → Fatores etiológicos: Tabagismo; etilismo (não é o principal fator); radiação ultravioleta (causa vermelhão nos lábios); radiografia (radiação em alta velocidade) - Neoplasia malignas - Grande frequência em idoso acima de 50 anos Leucolasia: - Não se encaixa nem clínica nem microscopicamente a nenhuma lesão pré-existente - Características clínicas: - Placas esbranquiçadas - Não saí à raspagem - A mais frequente devido a sua coloração - Assintomático - Dorso da língua, borda lateral da língua, ventre de língua, assoalho da boca - Região retromolar - Características histopatológicas: - Displasia leve → alteração celular → desequilíbrio entre proliferação e diferenciação - Núcleos levemente pleomórficos e hipercromáticos - Tratamento: - Remover- biópsia Eritroplasia: - Qualquer mancha ou placa vermelha que não se encaixa nem clínica e nem microscopicamente com qualquer outra lesão pré-existente - Características clínicas: - Assintomático - Mais “rara” - Mais frequente em homens - Paciente fumante- histórico de câncer - Candidíase Eritematosa - Assoalho da boca, palato mole, ventre de língua - Assintomático - Diagnóstico clínico- dado por exclusão - Características histopatológicas: - Pleomorfismo celular e hipercromatismo - Mitose atípica - Leucoplasia salpicada- partes brancas e vermelhas - Tratamento: - Excisão completa ou ablação Queilite Actínica: Desordens potencialmente malignas - É uma condição potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior, resultante da exposição crônica à luz UV. - Características clínicas: - Mais frequente em homens - Há uma predileção entre os de meia-idade a idosos de pele clara. - A lesão se desenvolve tão lentamente que os pacientes muitas vezes são inconscientes de uma mudança. - Os achados clínicos iniciais incluem atrofia (caracterizada por áreas lisas, manchadas e pálidas), ressecamento e fissuras do vermelhão do lábio inferior, com margem indefinida entre o vermelhão e a pele. - Com a progressão da lesão, áreas descamativas e ásperas, aparecem nas porções ressecadas do vermelhão. - Características histopatológicas: - Epitélio estratificado pavimentoso ortoceratinizado - Hipergranulose - Elastose solar- degeneração das fibras colágenas e elásticas devido a radiação ultravioleta Carcinoma de células escamosas: - Crescimento infiltrativo - Aspectos de malignidade: - Eritroplasia, ulceração, duração, crescimento, sangramento, endurecimento, fixação - Biopsia incisional - Se desenvolvendo e invadindo - Realizar a palpação - Aspectos gerais: - Neoplasia maligna mais comum da cavidade oral - Masculino para feminino 3:1 - Geralmente acima de 50 anos - Características clínicas: - Úlcera catriforme - Bordas elevadas - Início = assintomático - Ventre de língua - Crescimento para fora - Pode se apresentar como eritroplasia - Na superfície tem presença de epitélio normal - No conjuntivo, invasão neoplásica - Ilhas de células neoplásicas invadindo o conjuntivo - Pleomorfismo celular; Células disceratóticas - Pérolas córneas ou pérola de queratina - Estagiamento – Sistema ATM: T- tamanho do tumor primário, em cm N- envolvimento de linfonodos locais M- metástase - Quanto maior o estágio, pior o prognóstico Doenças mediadas imunologicamente → intensificação das células de defesa Doenças autoimune → o corpo ataca seus próprios tecidos Líquen Plano reticular: - Muco cutânea (tanto em mucosa quanto em pele) - Exacerbação de um infiltrado de linfócitos - Patogênese incerta, porém, estresse e medicamentos são fatores desencadeantes - Na mucosa oral: - Mucosa jugal, estrias esbranquiçadas que se entrelaçam (também conhecido como estrias de Wickham) - Sempre bilateral - Patognomônico (exclusivo da doença) - Acomete mais mulheres - Assintomático - Caráter muitas vezes crônico - Biópsia se faz necessária (principalmente com o uso de corticoides) - Desordem potencialmente maligna (OMS) - Lesão tende a regredir expontaneamente até 14 dias, ou com uso de corticoides (no caso do reticular) Na pele/unha: - Máculas/pápulas - Coçam muito → levando a pequenas úlceras/erosões - Na unha aparece estrias esbranquiçadas Líquen plano erosivo: - O epitélio é perdido parcialmente formando úlceras - Sintomático (muito doloroso) - Nas áreas centrais mais avermelhadas são revertidas por estrias esbranquiçadas - Gengiva (superior e inferior) → gengivite descamativa - Utilização de corticoide tópico se faz necessário - Se o componente erosivo for grave, pode ocorrer separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente, resultando na apresentação relativamente rara de líquen plano bolhoso. Características Histopatológicas: - Hiperparaqueratinização - Cristas epiteliais pontiagudas (alongadas) - Atrofia- erosivo - Infiltrado linfocítico em faixa - A diferença do erosivo para o reticular está no epitélio - Camada basal muitas vezes é destruída - Exocitose (entrada de células inflamatórias no epitélio) Doenças Imunológicas: Penfigoide das membranas mucosas: - Doença autoimune - Doença vesículo bolhosa - Células se ancoram na camada basal, essas células que se ancoram são alvos do sistema - São os m-desmossomos → o sistema os destrói (produz auto anticorpos) → gera formação de bolhas e vesículas - Isso faz com que o epitélio e o tecido conjuntivo se separem, formando uma fenda sub epitelial - Mais comum em mulheres - Palato mole (bolha/vesícula) - Áreas ulceradas - Sintomático - Começa a se manifestar primeiramente na boca - Formação de bolhas que estouram → formando simbléfaro no globo ocular, podendo levar à cegueira - Utilização de fármacos imunossupressores - Características histopatológicas: - Tecido epitelial estratificado pavimentoso - Tecido conjuntivo - Fenda sub-epitelial - Exame de imunofluorescência direto → tecido fresco (não será fixado) - Deposição de imunorreagentes na zona basal do epitélio - Tratamento: Corticoide (multiprofissional) Pênfigo Vulgar (fogo selvagem): - Formação de vesículas/bolhas - Acomete tanto homens quanto mulheres igualmente - Fenda intraepitelial acima da camada basal - Baixa mortalidade, alta morbidade - O corpo entende que as estruturas inimigas são os desmossomos, criando auto anticorpos, separando a ligação das células epiteliais entre si - Pode acometer qualquer região da boca - Sintomático - As vezes quando vamos manipular (sinal Nikolsky positivo), podemos gerar vesículas e bolhas - Características histopatológicas: - Fenda intraepitelial - Epitélio estratificado pavimentoso - Tecido conjuntivo - Células acantolíticas → células da camada espinhosa que perderam seus desmossomos e assumem formato redondo - Camada basal aderida - Exame de imunofluorescência direta - Deposição de imunorreagentes nas áreas intercelulares - Podem ser divididas em doenças de origem inflamatória e as de características de malignidade e benignidade Mucocele: - Aspecto flutuante - Mucosa labial inferior - Ruptura do sistema de ducto, fazendo a saliva fica “pressa” no tecido conjuntivo, gerando uma inflamação - Fator etiológico: trauma - Consistência macia - Pode ter em ventre de língua, assoalho de boca...
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