Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
30/08/2002 Completação João Carlos R. Plácido jcrp@cenpes.petrobras.com.br Definição l Ao término da perfuração, é necessário colocar o poço em condições de produzir de forma segura e econômica. l Completaçãoé o conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir água e hidrocarbonetos, ou para injetar fluidos. Tipos de Completação l Quanto ao posicionamento da cabeça do poço. – Seca: terra, mar (plataforma fixa ou jack up). – Molhada (ANM). l Quanto ao revestimento de produção. – Poço aberto: (formações consolidadas) l Vantagens: maior área aberto ao fluxo, redução de custo. l Desvantagem: falta de seletividade. – Linerrasgado: (formações inconsolidadas) l Vantagens e desvantagens similares ao poço aberto. l Grande aplicação em poços horizontais. – Revestimentocanhoneado. l Vantagens: seletividade e maior facilidade das operações de estimulação. Tipos de Completação ( c )( a ) ( b ) (a) Poço Aberto (b) LinerRasgado (c) Revestimento ou LinerCanhoneado Tipos de Completação l Quanto ao número de zonas explotadas. – Simples: uma única coluna de produção é utilizada para produzir somente uma zona de interesse. – Múltiplas: permite produzir ao mesmo tempo duas ou mais zonas diferentes, através de uma ou mais colunas de produção descidas no poço. A grande vantagem é a possibilidade de drenar ao mesmo tempo diversas zonas produtoras, através de um mesmo poço. As desvantagens ficam por conta da maior possibilidade de problemas operacionais, e da maior dificuldade na aplicação dos métodos artificiais de elevação. Tipos de Completação ( a ) ( c )( b ) (a) Simples (b) Seletiva (c) Dupla Etapas de uma completação l Condicionamento do poço. – Condicionamento do revestimento de produção (com broca e raspador) e substituição do fluido no interior do poço por um fluido de completação. – A broca corta os tampões e o restante de cimento. – O raspador limpa o que sobrou. – Testa-se o interior com pressão. – O fluido de completação é uma solução salina compatível com o reservatório e com os fluidos nele contidos. – Deve manter o poço amortecido sem causar dano à formação. Etapas de uma completação l Avaliação da qualidade da cimentação. – As funções da cimentação é isolar o anular, impedindo migração de fluidos por trás do revestimento, bem como propiciar suporte mecânico ao revestimento. – Perfis sônico CBL / VDL. l Composto por um emissor e dois receptores.O emissor é acioado por energia elétrica, emitindo pulsos sonoros de curta duração que se propagam através do revestimento, cimento e formação, antes de atingir os dois receptores (3 e 5 pés do emissor). l O perfil CBL detecta a qualidade da aderência entre o cimento e o revestimento cimentação (receptor a 3 pés). Uma boa aderência é detectada pela presença de valores baixos deste perfil. l A atenuação produzida pela aderência do cimento ao revestimento depende da resistência à compressão do cimento, do diâmetro e espessura do revestimento, e da percentagem da circunferência cimentada. Etapas de uma completação Esquema de um poço com falha na cimentação Etapas de uma completação – Perfis sônico CBL / VDL (continuação). l O perfil VDL detecta a qualidade da aderência entre o cimento e a formação. Uma boa aderência é indicada pela ausência de sinal de revestimento e presença de sinal de formação. l Na próxima figura observa-se que as zonas antes de 2695 m e depois de 2702 m encontram-se bem cimentadas, tanto no revestimento (CBL) quanto na formação (VDL). l O revestimento livre produz altos valores no perfil CBL e um característico padrão de faixas paralelas, retas, claras e escuras no perfil VDL, como mostrado no trecho entre 2695 e 2702 m. l O perfil de raios gama (GR) do CBL/VDL é correlacionado com o GR obtido a poço aberto, pois este perfil não sofre alteração devido à presença do revestimento e do cimento. l O perfil CCL localiza as luvas e controla as profundidades. l As curvas de tempo de trânsito (TT) permitem verificar a qualidade do CBL/VDL. Etapas de uma completação ÁGUA GÁS ÓLEO CIMENTAÇÃO PRIMÁRIA FLUIDO DE COMPLETA- ÇÃO CBL/VDL/GR/CCL R2 (5 pés) CCL EMISSOR R1 (3 pés) GR Ferramenta de perfilagem CBL / VDL Etapas de uma completação Perfil CBL/VDL/GR/CCL Etapas de uma completação – Perfil ultrasônicoCement Evaluation Log (CEL). l Melhor resolução circular que o CBL. Dispõe de 8 transdutores posicionados de forma helicoidal, de forma que cada avalie 45°. l Na Figura da página seguinte, as zonas escuras indicam melhor cimentação que as zonas em branco. Duas curvas auxiliares representam a resistência compressiva máxima (CSMX) e mínima (CSMN) do cimento atrás do revestimento. Etapas de uma completação Ferramenta e perfil ultra-sônico típico Etapas de uma completação – Perfil ultrasônicoCement Evaluation Log(continuação). l A Figura da página seguinte mostra de forma esquemática o caminho percorrido pelo pulso acústico de alta freqüência ao incidir no revestimento. Uma parcela da energia é refletida e o restante entra em ressonância nas paredes do revestimento, gerando reflexões múltiplas. A equação do coeficiente de reflexão é função da impedância dos meios de incidência, que neste caso são o fluido, o revestimento e o material presente no anular.Como as impedâncias do fluido e do revestimento são conhecidas, a única incógnita é a impedância do material presente no anular. l A presença de cimento em volta do revestimento é detectada através de uma amplitude pequena da onda acústica e um rápido decaimentoexponencial da ressonância. A ausência de cimento corresponde a uma amplitude grande e uma longa queda exponencial do sinal. É necessário um trecho de revestimento livre para calibrar a ferramenta. Etapas de uma completação Propagação do pulso ultra-sônico Etapas de uma completação – Ferramenta de perfilagemultra-sônica USIT (UltrasonicImager Tool). l Apresenta um único transdutor que gira a 7,5rps, cobrindo todo o perímetro do revestimento. Princípio de funcionamento similar ao perfil CEL. Alta impedância indica boa cimentação. Na Figura da página seguinte, a cor marrom mais escuro significa alta impedância, e o vermelho presença de gás. l As vantagens com relação ao CEL são: – Transdutor único, rotativo com distância ao revestimento controlada. – Tecnologia digital para o registro e envio de todas as formas de onda. – Método de processamento de sinal menos sensível aos efeitos do poço. – Medição direta da impedância acústica. – Capacidade de operar em ambientes com fluidos mais pesados. – Imagens coloridas do mapa da cimentação. Etapas de uma completação – Ferramenta de perfilagemultra-sônica USIT (continuação). l A Figura mostra um perfil USIT combinado. A primeira e a última pista se referem ao perfil CBL/VDL/GR/CCL. l A qualidade da cimentação do USIT é associada à impedância acústica do material Etapas de uma completação Perfil USIT-CBL -VDL -CCL -GR Etapas de uma completação l Canhoneio – Tem a finalidade de comunicar o interior do poço com a formação produtora. – Utiliza-se cargas explosivas. – A explosão gera jatos de alta energia que – atravessam o revestimento, o cimento e penetram até cerca de um metro na formação, criando os canais de fluxo entre a formação e o poço. – As cargas moldadas são descidas dentro de canhões, que são cilindros de aço com furos nos quais se alojam as cargas. – Posiciona-se o canhão em frente ao intervalo desejado, e um mecanismo de disparo é ativado da superfície. – Pode-se descer os canhões dentro do revestimento, através de cabo, enroscados na própria coluna ou a cabo por dentroda coluna de produção. Etapas de uma completação l Canhoneio (continuação). – Os canhões convencionais e os TCP têm diâmetro maior do que os que são descidos através da coluna de produção, e por isso, permitem o uso de cargas maiores, com maior poder de penetração. – Parâmetros relacionados com a geometria docanhoneioque têm influência no IP: l Densidade dos jatos (perfurações por unidade de comprimento). l Penetração dos jatos. l Defasagem entre os jatos (0°, 90°, 120° e 180°). l Folga entre o canhão e o revestimento. l Diâmetro do orifício perfurado. Canhoneio Canhoneio Canhoneio Convencional Canhoneio TCP Canhoneio pela coluna deprodução Etapas de uma completação l Instalação da coluna de produção. – Finalidades básicas de uma coluna de produção: l Conduzir os fluidos produzidos até a superfície, protegendo o revestimento contra fluidos agressivos e pressões elevadas. l Permitir instalação de equipamentos para elevação artificial. l Possibilitar a circulação de fluidos para o amortecimento do poço em intervenções futuras. Etapas de uma completação Coluna de produção convencional equipadacom gas-lift Etapas de uma completação l Instalação da coluna de produção (continuação). – Uma coluna de produção pode ter uma cauda permanente (abaixo do TSR), que permite retirar a parte superior e manter isolados oscanhoneados. – O projeto de uma coluna é função de: l localização do poço (terra ou mar). l Sistema de elevação (surgente ou artificial). l Características do fluido a ser produzido (corrosividade e abrasividade). l Necessidade de contenção da produção de areia. l Número de zonas produtoras (simples, múltipla). Etapas de uma completação l Colocação do poço em produção. – A surgênciapode ser induzida por redução da pressão hidrostática: injeção de gás através de válvulas de gas-liftou por flexitubo, retirada do fluido através de pistoneio(pistão descido a cabo) Coluna de Produção Principais componentes l Tubos de produção. – São os componentes básicos da coluna e representam o maior custo dentre os equipamentos de sub- superfície. – Função do diâmetro interno do revestimento de produção, da vazão, do tipo de fluido e dos esforços mecânicos esperados. Coluna de Produção Principais componentes Tubos de produção mais usuais Coluna de Produção Principais componentes l Shear-out (sub de pressurização). – Permite o tamponamento temporário da coluna de produção. Coluna de Produção Principais componentes Shear-out tripla Coluna de Produção Principais componentes Shear-out dupla em corte Sedes e esferas da Shear-out Coluna de Produção Principais componentes l Hydro-trip. – Também serve para tamponamento temporário da coluna de produção. A diferença é que a sede não cai no poço, porém, apresenta a desvantagem de não permitir passagem plena através do interior da coluna. Coluna de Produção Principais componentes Hydro-trip dupla Coluna de Produção Principais componentes l Nipples de assentamento. – Servem para alojar tampões mecânicos, válvulas de retenção ou registradores de pressão. Existem os tipos não seletivos (R) e seletivos (F). Coluna de Produção Principais componentes Nipplespara assentamento de tampões mecânicos Coluna de Produção Principais componentes l Camisa deslizante. – Possui uma camisa interna que pode ser aberta ou fechada através de operações com cabo. Coluna de Produção Principais componentes Camisa deslizante Coluna de Produção Principais componentes l Check valve (válvula de retenção). – Serve para impedir o fluxo no sentido descendente. É operada através de pressão. A válvula se abre quando pressurizada de baixo para cima, e veda quando pressurizada de cima para baixo. Coluna de Produção Principais componentes Check valve Coluna de Produção Principais componentes l Packer (obturador) de produção. – Promove a vedação do espaço anular entre a coluna de produção e o revestimento. – Pode ser recuperável ou permanente. – Recuperável: Assentamento mecânico (rotação da coluna, seguida de aplicação de peso ou tração) ou hidráulico (pressurização da coluna para assentar, e tração para desassentar). – Permanente: Geralmente descido a cabo, conectado a uma ferramenta de assentamento. O acionamento é elétrico detonando um explosivo que move a camisa superior para baixo comprimindo o conjunto contra a camisa retentora. Este movimento expande o elemento de vedação e as cunhas contra o revestimento. Coluna de Produção Principais componentes Packer de produção recuperável Coluna de Produção Principais componentes Packer permanente Coluna de Produção Principais componentes l Unidade selante. – Descido na extremidade da coluna que pode ser apoiado ou travado no packer permanente, promovendo vedação na área polida do packer. Divide-se em 3 tipos: l Âncora: travada na rosca do packer, é conectada com liberação de peso e desconectadacom rotação à direita. l Trava: travada na rosca do packer, é conectada com liberação de peso e desconectadacom tração. l Batente: não trava, pois não possui rosca. Traciona-se para retirar. Coluna de Produção Principais componentes Unidades Selantes Coluna de Produção Principais componentes l Junta telescópica (Tubing Seal Receptacle - TSR). – Usado para absorver a expansão ou contração da coluna de produção, causadas pelas variações de temperatura. – Permite também a retirada da coluna de produção sem retirar o packer e a cauda. – Composta por camisa externa (parte superior da coluna) e mandril (parte inferior da coluna). – O travamento entre os 2 conjuntos, para descida ou retirada, é feito através da sapata guia que se encaixa no mandril, e por parafusos de cisalhamento (para tração ou compressão). – O perfil F possibilita o isolamento da coluna através do tampão mecânico e possibilita limpeza de detritos por circulação. Coluna de Produção Principais componentes Junta telescópica (TSR) Coluna de Produção Principais componentes l Mandril de gas-lift. – Servem para alojar as válvulas de gas-lift, que permitirão a circulação de gás do espaço anular para o interior da coluna de produção. – Estas válvulas são assentadas e desassentadas através de operação a cabo. Coluna de Produção Principais componentes Mandril de gas-lift Coluna de Produção Principais componentes l Válvula de segurança de sub-superfície (DHSV). – Normalmente posicionada 30 m abaixo do fundo do mar, tem a função de fechar o poço numa emergência. – Contém uma mola que tende a fechá-la. É mantida aberta através de uma linha de controle permanentemente pressurizada.Havendodespressurizaçãodesta linha, a DHSV se fecha. – Existem 2 tipos: l Enroscadas na coluna (tubing mounted) que são conectadas diretamente na coluna de produção. l Insertáveis (wirelineretrievable) que são instaladas a cabo. Coluna de Produção Principais componentes DHSV tubing mounted Coluna de Produção Principais componentes DHSV insertável Equipamentos de Cabeça de Poço São responsáveis pela ancoragem da coluna de produção, pela vedação entre a coluna e o revestimento e pelo controle de fluxo de fluidos na cabeça do poço. l Cabeça de produção. – Carretel com dois flanges e duas saídas laterais (kill e choke lines). – Suspensor da coluna de produção. Equipamentos de Cabeça de Poço Cabeça de poço com adaptador Equipamentos de Cabeça de Poço l Árvore de natal convencional (ANC). – Conjunto de válvulas tipo gaveta (acionamento hidráulico, pneumático e manual) para permitir o fluxocontrolado do óleo. – Duas válvulas mestras com a função de fechamento do poço. – Uma válvula lateral com a função de controlar o fluxo do poço, direcionando para a linha de surgência. – Uma válvula lateral com abertura regulável para controlar a vazão de produção. – Uma válvula de pistoneio para permitir a descida de ferramentas dentro do poço. Equipamentos de Cabeça de Poço Árvore de natal convencional (ANC) Equipamentos de Cabeça de Poço l Árvore de natal molhada (ANM). – Equipamento instalado no fundo do mar, constituído por válvulas tipo gaveta, linhas de fluxo, sistema de controle interligado a um painel localizado na plataforma de produção. – Diver Operated (DO): operada por mergulhador. – Diver Assisted (DA): assistida por mergulhador. – Diverless (DL): operado sem mergulhador. – Diverless lay-away: operada sem mergulhador. – Diverless guidelineless: operada sem mergulhador e sem cabos guias. Equipamentos de Cabeça de Poço P e r f u r a ç ã o C o m p le t a ç ã o Á r v o r e L â m in a d ’ á g u a P la t a fo r m a A u t o - e le v á v e is ( P A ) A N C < 1 0 0 m M u d lin e S o n d a d e P r o d u ç ã o M a r ít i ca (S P M ) / S o n d a M o d u la d a ( S M ) A N C < 1 2 0 m (M L ) P A D O 1 < 1 2 0 m S e m i- s u b m e r s ív e l ( S S ) / N a v io - s o n d a ( N S ) D O 2 < 1 2 0 m S P M / S M A N C < 1 5 0 m S S / N S a n c o r a d o s D O 3 < 1 2 0 m G u id e l in e S S / N S a n c o r a d o s D A < 3 0 0 m (G L ) S S / N S a n c o r a d o s D L < 4 0 0 m S S / N S a n c o r a d o s D L L < 6 0 0 m G u id e l in e l e s s S S a n c o r a d a G L L < 1 0 0 0 m (G L L ) S S / N S p o s ic io n a m e n t o d in â m ic o ( D P ) G L L > 6 0 0 m Árvore de natal x Lâmina d’água Equipamentos de Cabeça de Poço ANM tipo DO Equipamentos de Cabeça de Poço ANM tipo DA Equipamentos de Cabeça de Poço ANM tipo GLL Abandono de Poço l Ao ser retirado de operação, o poço deve ser tamponado e abandonado: – Abandono temporário. – Abandono definitivo. lTampões de cimento. lTampões mecânicos (Bridge Plug- BP). Equipamentos de Cabeça de Poço
Compartilhar