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PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA BRASILIA/DF JULHO/2020 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS ORIENTADOR: FÁBIO GELAPE FALEIRO COORIENTADOR: JOSÉ RICARDO PEIXOTO TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA PUBLICAÇÃO: TESE/2020 BRASILIA/DF JULHO/2020 iii UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM AGRONOMIA. APROVADA POR: ___________________________________________ Fábio Gelape Faleiro, Dr. (Embrapa Cerrados) (Orientador) e-mail: fabio.faleiro@embrapa.br ___________________________________________ Michelle Souza Vilela, Dra. (Universidade de Brasília) (Examinadora Interna) e-mail: michellevilelaunb@gmail.com ___________________________________________ Keize Pereira Junqueira, Dra. (Embrapa Secretaria de Inovação e Negócios) (Examinadora Externa) e-mail: keize.junqueira@embrapa.br ___________________________________________ Francisco Eduardo de Castro Rocha, Dr. (Embrapa Cerrados) (Examinador Externo) e-mail: francisco.rocha@embrapa.br BRASÍLIA/DF, 31 de JULHO de 2020. iv FICHA CATALOGRÁFICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ZACHARIAS, A. O. Pós-melhoramento, mercado de sementes e mudas e adoção de tecnologias na cultura do maracujazeiro (Passiflora spp.). Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2020, 154 p. Tese de Doutorado. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS TÍTULO DA TESE: PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.). GRAU: DOUTORA ANO: 2020 É concedida à Universidade de Brasília de Brasília permissão para reproduzir cópias desta tese de doutorado para única e exclusivamente propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva para si os outros direitos autorais, de publicação. Nenhuma parte desta tese de doutorado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. Citações são estimuladas, desde que citada à fonte. ----------------------------------------------------------------------------------------- Nome: Aline Oliveira Zacharias CPF: 054.308.976-20 Endereço: Rua Bernardo Guimarães, 585, Fundinho, Uberlândia-MG Tel. (34) 99945-6163 E-mail: aline_zacharias@hotmail.com Zacharias, Aline Oliveira Pós-melhoramento, mercado de sementes e mudas e adoção de tecnologias na cultura do maracujazeiro (Passiflora spp.). / Aline Oliveira Zacharias; orientação de Fábio Gelape Faleiro; Co-orientação de José Ricardo Peixoto – Brasília, 2020. 154 p. : il. Tese de Doutorado (D) – Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2020. 1. Passiflora. 2. Transferência de Tecnologia. 3. Bioeconomia. 4. Diagnóstico Comportamental. 5. Inovação I. Faleiro, F. G. II. Doutor. v Dedico à minha família, por todo carinho. Especialmente, ao meu esposo Pablo Perina, pela ajuda incondicional e amor. vi AGRADECIMENTOS A Deus pela vida e por todas as conquistas. Aos meus pais, Ana Maria Zacharias e Nazir Zacharias Júnior, à minha irmã, Mariana Zacharias, e aos meus sobrinhos, Maria Clara e Lucas, pelo carinho, por compreenderem minha ausência em alguns momentos e por todo apoio nessa caminhada. Ao meu esposo, Pablo do Prado Perina, pelo amor e cuidado todos os dias, pelo apoio incondicional para realização desse trabalho e incentivo na minha vida. Ao meu orientador, Fábio Gelape Faleiro, pela compreensão, confiança, entusiasmo em cada conquista, exemplo de profissional e dedicação à pesquisa. Ao meu coorientador, José Ricardo Peixoto, pelos ensinamentos e amizade, e à Professora Michelle Souza Vilela pela ajuda e amizade. Ao pesquisador Francisco Rocha, pela inspiração na forma de analisar o comportamento dos produtores na busca pela inovação. À Professora Gabriella Queiroz de Almeida, da Universidade Federal de Uberlândia, pela ajuda valiosa nas análises estatísticas. À família Junqueira, que me acolheu em Brasília, Nilton, Rozania, Keize, Lívia e Tassiane, obrigada pelo carinho, cuidado e incentivo, em especial ao apoio da minha querida amiga Keize, sem você esse trabalho não teria se concretizado. Agradeço à equipe da Coordenação, Secretaria e Professores do curso de Pós-graduação em Agronomia da UnB, pela dedicação aos alunos. À Emater-MG do Triângulo Mineiro, em especial ao Gerente Regional Gilberto de Freitas, ao Coordenador Técnico José Roberto Silva e à equipe técnica, pela ajuda na aplicação dos questionários, e aos produtores rurais, pela disponibilidade em responder todas as perguntas, contribuindo com a pesquisa para melhoria da cadeia produtiva do maracujá. vii PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) RESUMO GERAL A produtividade do maracujazeiro no Brasil tem grandes variações entre as regiões e sistemas de produção, sendo ainda maiores quando se consideram os diferentes produtores e o potencial de produtividade das cultivares geneticamente melhoradas. Apesar do potencial econômico do cultivo do maracujazeiro, a produção brasileira é caracterizada pela pouca oferta de cultivares no mercado, aliada ao hábito do uso de sementes sem origem genética. Neste ambiente ainda carente de inovação, há demanda e espaço para o desenvolvimento e introduções de novos materiais que se mostrem superiores em requisitos agronômicos, de produtividade e industriais. Assim, o investimento de universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas no desenvolvimento de novas cultivares com maior produtividade, qualidade dos frutos, resistência e tolerância a pragas e doenças, visando a uma diminuição do risco da atividade produtiva, contribui de forma efetiva para o fortalecimento desta cadeia produtiva no país. A grande variabilidade genética do maracujazeiro possibilita diversidade de usos, desde o consumo in natura dos frutos, produção de sucos, ornamentação, utilização como matéria-prima pelas indústrias de alimentos, cosméticos e farmacêuticas. Esse mercado nacional e internacional tem estimulado produtores de sementes e mudas a se inscreverem no Registro Nacional de Sementes e Mudas – Renasem, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, para se tornarem legalmente habilitados a produzirem material propagativo de maracujazeiro. Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o processo de inovação adotado pela Embrapa para desenvolvimento e posicionamento no setor produtivo de cultivares do gênero Passiflora, bem como a comercialização de sementes das cultivares híbridas de maracujazeiro azedo BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Rubi do Cerrado, identificando as áreas de expansão e seus impactos na cadeia produtiva. Por meio do método de Diagnóstico Comportamental da AtividadeProdutiva (DCAP) foi também avaliado o perfil dos produtores e do sistema de produção e comercialização do maracujá na região do Triângulo Mineiro, comparado com o sistema de produção do Distrito Federal, a fim de identificar gargalos, ameaças e oportunidades que afetam a competividade desses importantes polos produtivos, para subsidiar futuras intervenções por meio de ações de transferência de tecnologia e do desenvolvimento de políticas públicas. As análises das atividades de pós-melhoramento de Passiflora promovidas pela Embrapa e outras instituições de pesquisa, bem como as análises mercadológicas de sementes e mudas e do sistema de produção do maracujá em diferentes regiões são importantes para retroalimentar os programas de pesquisa com informações essenciais para o desenvolvimento de novas cultivares e também para aumentar a eficiência dos sistemas de produção com novas tecnologias. Palavras-chave: Passiflora, transferência de tecnologia, bioeconomia, diagnóstico comportamental, inovação. viii POST-IMPROVEMENT, SEEDS AND SEEDLING MARKETS AND ADOPTION OF TECHNOLOGIES IN THE CROP OF PASSION FRUIT (Passiflora spp.) ABSTRACT The productivity of passion fruit in Brazil has great variations between regions and production systems, being even greater when considering the different producers and productivity potential of genetically improved cultivars. Despite the economic potential of passion fruit cultivation, Brazilian production is characterized by the low supply of cultivars on the market, coupled with the habit of using seeds without a genetic origin. In this environment still lacking in innovation, there is demand and space for the development and introduction of new materials that prove to be superior in agronomic, productivity and industrial requirements. Thus, the investment of universities, public and private research institutions in the development of new cultivars with higher productivity, fruit quality, resistance and tolerance to pests and diseases, aiming at reducing the risk of the productive activity, contributes effectively to the strengthening of this chain productive in the country. The great genetic variability of passion fruit allows for a diversity of uses, from fresh consumption of fruits, juice production, ornamentation, use as raw material by the food, cosmetics and pharmaceutical industries. This national and international market has encouraged producers of seeds and seedlings to enroll in the National Register of Seeds and Seedlings - Renasem, of the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply - MAPA, to become legally qualified to produce passion fruit propagating material. The objective of this work was to evaluate the innovation process adopted by Embrapa for development and positioning in the productive sector of Passiflora cultivars, as well as the commercialization of seeds of the hybrid cultivars of passion fruit BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho and BRS Rubi do Cerrado, identifying areas for expansion and their impacts on the production chain. Using the Behavioral Diagnosis of Productive Activity (BDPA) method, the profile of the producers and the production and marketing system of passion fruit in the Triângulo Mineiro region was evaluated, compared with the production system in the Federal District, where the average yield of the orchards is higher than the brazilian average. In this study, the objective was to identify bottlenecks, threats and opportunities that affect the competitiveness of these important productive hubs, to subsidize future interventions through actions of technology transfer and the development of public policies. The analysis of the post-breeding activities of Passiflora promoted by Embrapa and other research institutions, the market analysis of seeds and seedlings and of the passion fruit production system in different regions of Brazil have been important to feed back the research programs with essential information for development new cultivars and also to increase the efficiency of production systems with new technologies. Key words: Passiflora, technology transfer, bioeconomy, behavioral diagnosis, innovation. ix LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1 Figura 1. Modelo do Macroprocesso de Inovação da Embrapa. ................................... 42 Figura 2. Modelo de referência para o Processo de Desenvolvimento de Cultivares ... 43 Figura 3. Modelo esquemático das ações estratégicas da Embrapa e parceiros para desenvolvimento e posicionamento de cultivares de maracujazeiro. ............................. 44 Figura 4. Distribuição das Unidades de Observação das cultivares de maracujazeiro azedo BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado e BRS Rubi do Cerrado nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF, 2019. ........................................................................................................................................ 53 Figura 5. Distribuição das Unidades de Observação das cultivares de maracujazeiro silvestre BRS Pérola do Cerrado e BRS Sertão Forte nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019. ............................... 54 Figura 6. Distribuição das Unidades de Observação de cultivares de maracujazeiro ornamental BRS Estrela do Cerrado, BRS Rubiflora, BRS Roseflora, BRS Rosea Púrpura e BRS Céu do Cerrado nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019........................................................................ 54 Figura 7. Distribuição das Unidades de Observação da cultivar de maracujazeiro doce BRS Mel do Cerrado nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019........................................................................ 55 Figura 8. Síntese do Plano de Marketing utilizado para definir as estratégias de mercado das cultivares de maracujazeiro a serem lançadas pela Embrapa. Brasília-DF, 2019. ... 56 Figura 9. Modelo da análise SWOT utilizado pela Embrapa para posicionamento das cultivares de maracujazeiro BRS. Ferramenta criada por Albert Humphrey na década de 1960, na Universidade de Stanford. Brasília-DF, 2019. ................................................. 56 Figura 10. Fluxo do processo de licenciamento de cultivares de maracujazeiro da Embrapa. Brasília-DF, 2019. .......................................................................................... 58 Figura 11. Sistema de produção de sementes dos híbridos de maracujazeiro BRS em estufa. Brasília-DF, 2019. Fotos: Divulgação Agrocinco Ltda. ..................................... 58 Figura 12. Exemplos de produtores que cultivam com êxito das cultivares de maracujazeiro desenvolvidas pela Embrapa e parceiros. Brasília-DF, 2019. ................ 61 x CAPÍTULO 2 Figura 1. Análise de componentes principais da comercialização de sementes das cultivares de maracujá BRS Gigante Amarelo (V1), BRS Sol do Cerrado (V2), BRS Ouro Vermelho (V3) e BRS Rubi do Cerrado (V4), em 27 Estados brasileiros. .................... 83 Figura 2. Dendrograma de dissimilaridades entre os 27 Estados da Federação do Brasil, obtido pelo método de agrupamento hierárquico UPGMA a partir da distância euclidiana, com base na quantidade de sementes comercializadas e na estimativa de participação no mercado das cultivares de maracujazeiro, no ano de 2017. ............................................ 84 CAPÍTULO 3 Figura 1. Modelo Lógico de Rocha et al. (2018) com indicadores de intervenção e de resultados em curto, em médio e em longo prazo. ......................................................... 99 Figura 2. Municípios alvo da análise diagnóstica dos produtoresde maracujá na mesorregião do Triângulo Mineiro................................................................................100 Figura 3. Áreas de exploração agrícola da propriedade (% de entrevistados). Brasília-DF, 2020...............................................................................................................................105 Figura 4. Sistema de produção do maracujá no Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020..........................................................................................................105 Figura 5. Conhecimento dos produtores de maracujá do Triângulo Mineiro sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP) (% de respostas). Brasília-DF, 2020....................................107 Figura 6. Contribuição da pesquisa para a produção de maracujá no Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020...............................................................................111 Figura 7. Contribuição da extensão rural para a produção de maracujá no Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020.................................................................111 Figura 8. Contribuição da extensão rural para a produção de maracujá no Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020.................................................................112 Figura 9. Pessoas envolvidas no cultivo do maracujá - membro da família, empregado fixo e diarista – no Triângulo Mineiro (% de entrevistados). Brasília-DF, 2020.............122 Figura 10 Adoção de cultivares de maracujá pelos produtores do Triângulo Mineiro (% de entrevistados). Brasília-DF, 2020..............................................................................124 Figura 11. Eventos climáticos, doenças e pragas que prejudicaram o maracujazeiro em 2017 a 2019, na região do Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020........127 xi Figura 12. Expectativa do produtor de maracujá do Triângulo Mineiro sobre o que fazer com a área plantada (% de entrevistados) e respectivos motivos (% de respostas). Brasília- DF, 2020........................................................................................................................128 Figura 13. Dendrograma de dissimilaridades entre 22 produtores de maracujá da região do Triângulo Mineiro, obtido pelo método UPGMA com base no algoritmo de Gower (k = 1,25), a partir de dois caracteres qualitativos e seis quantitativos. Brasília-DF, 2020...............................................................................................................................129 xii LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 1 Tabela 1. Exemplos de trabalhos publicados sobre avaliação de cultivares de maracujazeiro desenvolvidas pela Embrapa e parceiros em diferentes agroecossistemas e regiões do Brasil e no exterior. ....................................................................................... 46 Tabela 2. Exemplos de atividades de transferência de tecnologia e comunicação estratégica sobre maracujazeiro realizadas pela Embrapa. ............................................. 62 CAPÍTULO 2 Tabela 1. Comercialização de sementes de cultivares de maracujazeiro realizada pela Embrapa e seus licenciados aos produtores, de maio de 2008 a dezembro de 2018, nos diferentes Estados brasileiros...........................................................................................79 Tabela 2. Comparação entre as médias de comercialização de sementes das cultivares de maracujazeiro BRS desenvolvidas pela Embrapa nos 26 Estados brasileiros e Distrito Federal, no período de 2008 a 2017................................................................................81 Tabela 3. Comercialização de sementes de maracujá-azedo (kg) das cultivares da Embrapa por ano, no período de maio de 2008 a dezembro de 2017..............................86 Tabela 4. Avaliação econômica do cultivo das cultivares de maracujá-azedo da Embrapa, por hectare, por ciclo de produção (18 meses). Brasília, 2019........................................88 CAPÍTULO 3 Tabela 1. Produção de maracujá em Minas Gerais e nas mesorregiões geográficas........97 Tabela 2. Comercialização de maracujá-azedo (tonelada) na Ceasa-Uberlândia/MG, em 2018, e percentual relativo por região de origem do produto..........................................97 Tabela 3. Perfil dos produtores de maracujá na mesorregião do Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 2020...........................................................................................................102 Tabela 4. Produção de maracujá nos municípios do Triângulo Mineiro, em 2017. Brasília-DF, 2020...........................................................................................................104 Tabela 5. Parecer geral atribuído ao conhecimento dos produtores de maracujá do Triângulo Mineiro quanto aos temas relacionados ao cultivo do maracujazeiro, em junho de 2019. Brasília-DF, 2020............................................................................................106 Tabela 6. Indicadores da motivação pessoal, crenças comportamentais modais salientes e percentuais de respostas dos produtores de maracujá do Triângulo Mineiro, em junho de 2019. Brasília-DF, 2020............................................................................................108 xiii Tabela 7. Indicadores da motivação situacional, crenças de controle modais salientes e respectivos percentuais de respostas dos produtores do Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 2020...............................................................................................................................109 Tabela 8. Indicadores da motivação social, crenças normativas modais salientes e respectivos percentuais de respostas dos produtores do Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 2020...............................................................................................................................110 Tabela 9. Temas e principais ações relatadas pelos produtores; percentual de relatos das ações envolvendo adoção de tecnologia ou outro tipo de situação; e qualificação das ações..............................................................................................................................113 Tabela 10. Destino da produção do maracujá, por tipo e local de venda, no Triângulo Mineiro em 2019. Brasília-DF, 2020..............................................................................122 Tabela 11. Qualificação técnica das ações dos produtores de maracujá no Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 2020............................................................................................124 Tabela 12. Indicadores estatísticos da área de cultivo (ha) e da produção de maracujá (t) na região do Triângulo Mineiro, no período de 2018 e 2019. Brasília-DF, 2020............126 xiv SUMÁRIO RESUMO GERAL ....................................................................................................... vii ABSTRACT ................................................................................................................. viii LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... ix LISTA DE TABELAS .................................................................................................. xii 1. INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................... 16 2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 19 2.1. Objetivo geral ..........................................................................................................19 2.2. Objetivos específicos ............................................................................................... 19 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 20 3.1. Panorama do cultivo do maracujá ........................................................................... 20 3.2. O agronegócio do maracujá ..................................................................................... 22 3.3. Melhoramento genético do maracujazeiro .............................................................. 24 3.4. Pós-melhoramento do maracujazeiro ...................................................................... 26 3.5. O sistema de produção de sementes e mudas de maracujazeiro.............................. 27 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 31 CAPÍTULO 1 – PÓS-MELHORAMENTO DE Passiflora spp. NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DA EMBRAPA EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA1 ................. 37 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 40 2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 41 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42 3.1. Etapas do processo de inovação .............................................................................. 42 3.2. Resultados da rede nacional de validação de cultivares ‘BRS’ de maracujazeiro em diferentes agroecossistemas do Brasil ............................................................................ 45 3.3. Ações de desenvolvimento de produto e de mercado.............................................. 55 3.4. Ações de transferência de tecnologia ...................................................................... 60 4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 66 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 68 CAPÍTULO 2 – COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO AZEDO EM DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL1 ....... 72 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 75 2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 76 xv 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 78 3.1. Análise da comercialização de sementes ................................................................. 78 3.2. Impacto econômico das cultivares de maracujá ...................................................... 87 4. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 88 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 90 CAPÍTULO 3 – DIAGNÓSTICO DE PRODUTORES E DA ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DE MARACUJÁ NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO1 ........................................................................................... 93 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 96 2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 99 2.1. Metodologia ............................................................................................................. 99 2.2. Delineamento ......................................................................................................... 100 2.3. Instrumento ............................................................................................................ 101 2.4. Coleta de dados ...................................................................................................... 101 2.5. Análise dos dados .................................................................................................. 101 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 102 3.1. Perfil dos produtores .............................................................................................. 102 3.2. Caracterização das propriedades ........................................................................... 103 3.3. Conhecimento dos produtores ............................................................................... 106 3.4. Motivação dos produtores ..................................................................................... 108 3.5. Adoção de tecnologias e impactos na produção .................................................... 112 3.6. Pressupostos finalísticos do DCAP do maracujá no Triângulo Mineiro ............... 129 4. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 130 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 132 ANEXO ........................................................................................................................ 137 16 1. INTRODUÇÃO GERAL O gênero Passiflora possui mais de 500 espécies, sendo que 50 são cultivadas ou apresentam potencial comercial (VIEIRA e CARNEIRO, 2004; MORERA et al., 2018). Originário da América do Sul, grande parte da variabilidade encontra-se no território brasileiro, colocando o país como um dos principais centros de diversidade genética desse gênero (FERREIRA, 2005; FALEIRO et al., 2019a). O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de maracujá, cultivando cerca de 43 mil ha e produzindo 602,7 mil toneladas de frutos no ano de 2018 (IBGE, 2020). Seu uso principal é para alimentação humana, na forma in natura, sucos, doces, geleias e sorvetes. O maracujá é conhecido pelo seu valor nutricional, sendo boa fonte de pró- vitamina A, niacina, riboflavina e ácido ascórbico, além de propriedades funcionais, calmantes e antioxidantes (COSTA e TUPINAMBÁ, 2005; PINELI, 2015). Segundo Faleiro et al. (2011), em meados dos anos 1990, o cultivo de maracujá era uma atividade pouco valorizada pelos pequenos agricultores, em função do baixo rendimento. A produtividade média que era de apenas seis toneladas por hectare por ano levou pesquisadores de instituições públicas e privadas a buscarem alternativas para aumentar o rendimento da cultura, otimizando o sistema de produção e desenvolvendo cultivares geneticamente superiores (FALEIRO et al., 2008b). Atualmente, o potencial de produtividade das novas cultivares em sistemas de produção altamente tecnificados é superior a 60 -t ha-1ano-1 a céu aberto e a 110 t ha-1ano-1 em estufa (FALEIRO et al., 2019b; GONTIJO et al., 2019), atraindo o interesse de outros países, como Colômbia, Equador, Peru, Austrália, além de países da Europa e África a acessarem as cultivares e tecnologias utilizadas nos sistemas de produção que foram desenvolvidos no Brasil. A produtividade média brasileira foi de 14 t ha-1ano-1 em 2018, mas existe grande variação desta produtividade média nos diferentes Estados, que vai de 6,8 t ha-1 ano-1 no Sergipe a 27,7 t ha-1 ano-1 no Distrito Federal (IBGE, 2020). Certamente, o uso de cultivares geneticamente melhoradas e de um adequado sistema de produção são decisivos para a obtenção de altas produtividades. Nesse contexto, o Brasil é referência no mundo em relação às ações de pesquisa e desenvolvimento com essa cultura (FALEIRO et al., 2008b; MORERA et al., 2018). Estas variações de produtividade são ainda maiores quando consideram os 17 diferentes sistemas de produção e perfis de produtores, além do potencial de produtividade das cultivares, que aumentou muito nos últimos anos.Segundo Meletti (2011), o aumento da produção e produtividade da cultura resulta de um progresso tecnológico, impulsionada pelos seguintes fatores: i) integração de bons produtores à cultura; ii) maior adoção da tecnologia de produção recomendada para o maracujazeiro; iii) utilização de sementes de qualidade; iv) uso de cultivares híbridas; v) qualidade das mudas utilizadas na instalação dos pomares; e vi) incentivo dado pelo preço do produto, apesar das flutuações. Vários programas de melhoramento genético são realizados no Brasil pela iniciativa pública e privada, as quais já registraram no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, até maio de 2020, 47 cultivares de maracujazeiro, sendo 23 da espécie Passiflora edulis Sims (RNC/MAPA, 2020). Para que as cultivares cheguem aos agricultores, são necessárias ações importantes de pós-melhoramento, incluindo a logística para produção e comercialização de sementes e mudas de qualidade e origem genética garantida. Para isso, os processos de registro e proteção de cultivares de maracujá estabelecidos no Brasil são de grande importância (FALEIRO et al., 2018a). Empresas de sementes, cada vez mais interessadas nesse mercado, estão investindo em tecnologia para produção de sementes de maracujazeiro, principalmente maracujá-azedo e maracujá-doce, visando à comercialização nacional e internacional. Da mesma forma, viveiristas estão se capacitando e legalizando a produção de mudas de diversas espécies de Passiflora para atender requisitos necessários à garantia da qualidade exigidos nas parcerias com as instituições que detêm propriedade intelectual sobre as cultivares. Apesar do potencial econômico do cultivo do maracujazeiro, a produção brasileira é caracterizada pela pouca oferta de cultivares no mercado, aliada ao hábito do uso de sementes sem origem genética. Neste ambiente ainda carente de inovação, há demanda e espaço para o desenvolvimento e introduções de novos materiais que se mostrem superiores em requisitos agronômicos, de produtividade e industriais. Assim, o investimento de universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas no desenvolvimento de novas cultivares com maior produtividade, qualidade dos frutos, resistência e tolerância a patógenos, visando uma diminuição do risco da atividade produtiva, contribui de forma efetiva para o fortalecimento desta cadeia produtiva no país 18 (MELETTI et al., 2005; FALEIRO et al., 2008a; 2018b). A grande variabilidade genética do maracujazeiro possibilita diversidade de usos, desde o consumo in natura dos frutos, produção de sucos, ornamentação, utilização como matéria-prima pelas indústrias de alimentos, cosméticos e farmacêuticas (FALEIRO et al., 2015; CERQUEIRA-SILVA et al., 2016). Esse mercado nacional e internacional tem estimulado produtores de sementes e mudas a se inscreverem no Registro Nacional de Sementes e Mudas – Renasem, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, para se tornarem legalmente habilitados a produzirem material propagativo de maracujazeiro. As análises das atividades de pós-melhoramento de Passiflora promovidas pela Embrapa e outras instituições de pesquisa, bem como as análises mercadológicas de sementes e mudas e do sistema de produção do maracujá no Brasil são importantes para retroalimentar os programas de melhoramento genético de Passiflora com informações essenciais para o desenvolvimento de novas cultivares de maracujazeiro azedo e também para diversificar os sistemas de produção com cultivares de maracujazeiro doce, ornamental e silvestre. Nesse contexto, os objetivos do presente trabalho envolvem a caracterização das atividades de pós-melhoramento de Passiflora spp. promovidas pela Embrapa e outras instituições de pesquisa, bem como análises do mercado de sementes e mudas e do sistema de produção do maracujá no Brasil. 19 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Caracterizar as atividades de pós-melhoramento de Passiflora spp. promovidas pela Embrapa e outras instituições de pesquisa e analisar o sistema de produção e comercialização de sementes e mudas de maracujazeiro no Brasil, além de avaliar os resultados técnicos e comerciais obtidos junto às cadeias produtivas de maracujá, tendo em vista a obtenção de indicadores analíticos para retroalimentar as ações de pesquisa e desenvolvimento. 2.2. Objetivos específicos 1. Identificar e caracterizar ações de pós-melhoramento dos programas de melhoramento genético de maracujazeiro nacionais; 2. Quantificar e qualificar o sistema nacional de produção de sementes e mudas de Passiflora spp. e a adoção das cultivares brasileiras de Passiflora spp.; 3. Realizar o diagnóstico de produtores e do sistema de produção de maracujá na região do Triângulo Mineiro e levantar novas demandas para ações de pesquisa e desenvolvimento. 20 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Panorama do cultivo do maracujá Apesar do maracujá (Passiflora spp.) possuir mais de 150 espécies nativas no Brasil, os cultivos comerciais no país com cadeia produtiva plenamente estabelecida são apenas com o maracujá amarelo ou azedo (Passiflora edulis Sims) e o maracujá-doce (Passiflora alata Curtis). Enquanto o maracujá-doce é consumido na sua totalidade in natura, o maracujá-azedo é destinado para mercado de frutas frescas e para indústrias de processamento, representando mais de 90% da área plantada e do volume comercializado (MELETTI, 2011). A participação no mercado de hortifrutigranjeiros é garantida, adequando-se perfeitamente a esse segmento que valoriza produtos de alto valor agregado. Novas cultivares de outras espécies de maracujá estão chegando no mercado, diversificando o cultivo no Brasil, a exemplo da cultivar BRS PC, conhecida como BRS Pérola do Cerrado (Passiflora setacea MD.) (EMBRAPA, 2020a) e da cultivar BRS SF, conhecida como BRS Sertão Forte (Passiflora cincinnata Mast.) (EMBRAPA, 2020b). O maracujá é uma cultura típica de pequeno produtor, que utiliza a mão de obra familiar. De acordo com a análise de indicadores de eficiência econômica do sistema de produção, realizada por Moreira et al. (2012), a cultura do maracujá, executada na escala de 1 ha e com aplicações manuais de adubos e defensivos, é um investimento muito atrativo para esse público, em função do uso intensivo de mão de obra e do capital da família empregado nesta atividade, resultando em uma renda familiar anual média de R$ 21 mil, nos dois anos de produção. A região Nordeste tem liderado a produção brasileira nos últimos anos, sendo responsável por 62% da produção nacional, seguida pelas regiões Sudeste (16%), Sul (12%), Norte (6%) e Centro-Oeste (3%), gerando um valor total de produção superior a R$ 1 bilhão (IBGE, 2020). O Estado da Bahia é responsável por 27% da produção nacional (161 mil toneladas de frutos), Ceará por 24% (147 mil toneladas de frutos) e Santa Catarina por 9% (54 mil toneladas de frutos), sendo esses os principais Estados produtores em 2018, segundo os dados do IBGE (2020). O Estado de São Paulo, grande produtor do início da década de 90, teve sua área de produção reduzida significativamente, em função da elevada incidência de viroses 21 (MELETTI et al., 2011) e atualmente produz 33 mil toneladas, menos de 6% da produção nacional. No Brasil, a produtividade média é de 14 t ha-1 ano-1, entretanto este rendimento pode ser muito maior com a utilização de cultivares geneticamente superiores e práticas culturais adequadas de podas, polinização manual, fertirrigação e controle fitossanitário (FALEIRO et al., 2008b; 2019b). No ranking da produção brasileira de frutas frescas, o maracujá ocupava a 13ª posição, em 2017, atrás da laranja, banana, melancia e uva que lideram a área nacional destinada ao plantio de frutas (ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTI&FRUTI, 2019). Os mais importantesmercados consumidores de suco integral de maracujá no Brasil estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco (FURLANETO et al., 2010). A exportação de maracujá ainda é incipiente e tem ocorrido sob as formas de fruta fresca e suco concentrado. A participação da fruta fresca no total das exportações de maracujá do Brasil tem-se restringido a 1,5%, pois o mercado interno absorve quase a totalidade da produção. O suco concentrado representa a maior parcela da exportação, alcançam as melhores cotações e ganhos em divisas, sendo comercializado para Holanda, Estados Unidos, Porto Rico, Japão e Alemanha, os quais importam 76% do suco concentrado produzido no Brasil (MELETTI, 2011). A produção mundial de maracujá, em 2016, era estimada em 1 milhão de toneladas e o Brasil, como maior produtor, produzia cerca de 80% desse total (ITI TROPICALS, 2020). O Equador ocupava o segundo lugar, com 13%, e a Colômbia em terceiro, produzindo 5% do total da produção mundial dessa fruta. África do Sul e Austrália são outros produtores mundiais, apesar de produzirem uma variedade diferente, conhecida como maracujá-roxo para consumo in natura. A Colômbia se destaca por produzir diferentes espécies do gênero Passiflora, muitas delas com inserção no mercado internacional como fruta fresca. Já a exportação de suco concentrado de P. edulis, Equador e Peru se destacam no cenário internacional, sendo que os principais destinos são países europeus, além dos Estados Unidos, China, Vietnam, Japão e Canadá (FALEIRO et al., 2017). Diante desse contexto, pode-se inferir que há espaço para expansão da cultura no Brasil, considerando a diversificação com novas espécies do gênero Passiflora e também uma maior participação no mercado internacional com a exportação de suco concentrado, 22 produtos agroindustriais e também de frutas frescas. Segundo Faleiro et al. (2015; 2018b), para que as diferentes espécies e híbridos de maracujá sejam utilizados, as ações de pós- melhoramento e a organização das cadeias produtivas são importantes, no sentido de desenvolver novos processos e produtos e conquistar novos mercados. 3.2. O agronegócio do maracujá Na última década, o maracujá transformou-se numa oportunidade de capitalização para os agricultores de diferentes Estados, gerando emprego e renda em curto prazo. Um dos canais para comercialização dos frutos são as indústrias de processamento de suco localizadas em algumas regiões produtoras, como é o caso do Triângulo Mineiro e Ceará, com atuação do grupo Britvic PLC e Ebba - Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos S/A, estimulando a expansão do cultivo no Brasil. No mercado de frutas frescas, são as Centrais de Abastecimento – Ceasa e os mercados municipais os principais canais de comercialização para o produtor rural, o qual leva os frutos encaixotados e comercializam-nos com os intermediários. Os preços recebidos pelos produtores são normalmente superiores aos pagos pela indústria, mas exigem cuidados adicionais na colheita, preparo, seleção, classificação, embalagem e expedição em relação aos produtos enviados à indústria (SEBRAE, 2020). Contudo, esses cuidados na pós-colheita muitas vezes não são praticados. Os frutos recebem preços compatíveis com sua classificação, separada por cor, tamanho e qualidade. Essa classificação visa uniformizar a linguagem do mercado, de forma que produtores, atacadistas, indústrias, varejistas e consumidores tenham os mesmos padrões para determinar a qualidade do produto. Em 2005, o MAPA estabeleceu a Instrução Normativa Nº 03 aprovando as Normas Técnicas Específicas para a Produção Integrada de Maracujá (NTEPIMaracujá). Para Andrigueto et al. (2005), o objetivo principal do Sistema de Produção Integrada de Frutas é elevar os padrões de qualidade e de competitividade da fruticultura brasileira ao patamar de excelência requerido pelo mercado internacional, em bases voltadas para a sustentabilidade do processo produtivo, expansão da produção, do emprego e da renda. O maracujá-azedo classifica-se de acordo com o grupo (relacionado à característica varietal de coloração da casca); subgrupo (relacionado ao estádio de maturação, identificado pela cor da casca); classe (relacionada ao diâmetro equatorial dos 23 frutos medido em mm); e tipo ou categoria (relacionado à quantidade de defeito presente no lote) (FURLANETO et al., 2010). Em termos de qualidade, considera-se que uma variedade desenvolvida para a agroindústria deve possuir frutos com casca fina e cavidade interna completamente preenchida, o que confere maior rendimento em suco. Também deve apresentar maior acidez, coloração constante e alto teor de sólidos solúveis, acima de 13° Brix (MELETTI, 2009). Este padrão difere dos frutos destinados ao mercado de fruta fresca, que devem ser grandes e ovais, a fim de conseguir boa classificação comercial, ter boa aparência, ser resistente ao transporte e à perda de qualidade durante o armazenamento e comercialização. As quantidades mensais de frutos de maracujá-azedo comercializadas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - CEAGESP, maior centro atacadista do país, apresentam dois períodos de concentração: (i) entre setembro e fevereiro, com ápice em dezembro e, (ii) entre fevereiro e abril, com ápice em março (FURLANETO et al., 2010). Dados da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (2020) mostram que em 2019 os picos de comercialização ocorrem em setembro (6.203 toneladas de frutos) e outubro (5.717 toneladas de frutos). A diversidade de origens é grande, sendo que, em 2019, o volume total de maracujá (60,8 mil toneladas) entregue na CEAGESP-São Paulo veio de 103 municípios, sendo 2 deles, Livramento de Nossa Senhora/BA e Dom Basílio/BA, responsáveis por 67% do abastecimento. O Estado da Bahia foi responsável por 66% dos frutos no entreposto de São Paulo, e Santa Catarina por 24%. No tocante aos preços médios de venda do fruto de maracujá nas Ceasas das principais regiões produtoras brasileiras, em 2019, foi de R$ 5,31/kg (CONAB, 2020). A cotação da caixa de 15 kg de frutos de maracujá estava R$ 35,00 em Juazeiro/BA, em junho de 2020 (AGROLINK, 2020). Estudos detalhados de qualificação das cultivares de maracujazeiro comercializadas às Ceasas e às indústrias de suco poderão demonstrar o padrão de qualidade desses frutos, indicando as características dos produtos entregues pelos agricultores ao mercado. 24 3.3. Melhoramento genético do maracujazeiro A conservação e caracterização de germoplasma de Passiflora têm sido feitas em BAGs (Bancos Ativos de Germoplasma), a maioria instalada e mantida por instituições públicas de pesquisa do Brasil (MELETTI et al., 2005; FALEIRO et al., 2019a). Algumas espécies silvestres têm se mostrado como importante fonte de genes para o melhoramento genético do maracujazeiro comercial por apresentarem resistência às doenças ou pragas, longevidade, maior adaptação às condições climáticas adversas, período de florescimento ampliado, maior concentração de componentes químicos e outras potencialidades ainda inexploradas (FALEIRO et al., 2015; JESUS et al., 2018). Para iniciar um trabalho de pesquisa com espécies nativas, como é o caso do maracujazeiro, deve-se atender a legislação nacional de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado, Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Esse novo Marco Legal da Biodiversidade passou a regular o acesso para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, bem como a repartição dos benefícios decorrentes da exploração econômica de produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir dessas espécies (VASCONCELOS, 2015). Sendo o maracujazeiro uma planta alógama, diversos métodos de melhoramento genético podem ser utilizados, visando o aumento da frequência de genes favoráveis ou exploração do vigor híbrido.Segundo Faleiro et al. (2011), os principais métodos de melhoramento utilizados são a introdução de plantas, a seleção massal, a seleção clonal, seleção de progênies, retrocruzamentos, a hibridação intra e interespecífica. O uso de marcadores moleculares de DNA tem contribuído para os estudos de diversidade genética do gênero, complementando as avaliações morfoagronômicas, bem como estudos sobre taxonomia, filogenia e evolução de espécies silvestres (FALEIRO et al., 2012; FALEIRO et al., 2018c). Essas técnicas possibilitam identificar de forma rápida e precisa espécies e acessos silvestres com características desejadas para ampliar a base genética de espécies e variedades comerciais. O melhoramento do maracujazeiro tem diversas finalidades em função do produto a ser considerado (fruto, folhas, flores, sementes) e da região de cultivo. De acordo com Meletti et al. (2005), a produtividade, a qualidade dos frutos, resistência ou tolerância às principais doenças, como virose do endurecimento dos frutos, bacteriose, fusariose, e a 25 maior taxa de vingamento dos frutos têm sido as principais características trabalhadas nos programas de melhoramento no Brasil. Apesar da importância econômica e potencial do maracujá, o número de cultivares comerciais ainda é muito pequeno, sendo os plantios comerciais, na maioria das vezes, limitados ao emprego de sementes obtidos em pomares comerciais (VILELA, 2013). As primeiras cultivares de maracujá tornaram-se disponíveis somente a partir de 1998, já representando um avanço considerável em produtividade e qualidade de frutos (BRUCKNER et al., 2005). Existem quarenta e sete cultivares de maracujá registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, sendo que a maioria são da espécie P. edulis (RNC/MAPA, 2020). Esse número é pequeno quando considerada a grande diversidade genética de Passiflora e também a diversidade de agroecossistemas presentes no Brasil (BELLON, 2014; FALEIRO et al., 2018b). Os mantenedores de cultivares de maracujá-azedo (P. edulis) no RNC/MAPA até junho de 2020 eram: a) Instituto Agronômico com 4 cultivares registradas (IAC Paulista, IAC-273 - Monte Alegre, IAC-275 – Maravilha e IAC-277 – Jóia); b) Embrapa e Universidade de Brasília com 3 cultivares e 4 progenitores registrados e protegidos em cotitularidade (BRS GA1, BRS SC1 e BRS OV1; BRS MR1, CPGA1, CPMSC1e CPF1SSBR); c) Embrapa com 3 cultivares registradas (CPATU-casca fina, BRS RC e BRS MJ); d) Viveiros Flora Brasil Ltda. com 2 cultivares (FB 200 Yellow Master e FB 300 Araguari); e) Fundo Passiflora com uma cultivar (SA2009 Sul-Brasil Afruvec); f) Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri com uma cultivar (SCS437 Catarina); g) Feltrin Sementes Ltda. com 2 cultivares ( Amarelo e Sol); h) Universidade Estadual do Norte Fluminense com uma cultivar (UENF Rio Dourado); i) Agristar do Brasil Ltda. com uma cultivar (Redondo Amarelo); j) Hortec Tecnologia de Sementes Ltda. com 2 cultivares (Gabriela e Sogoi); h) Instituto Agronômico do Paraná com 1 cultivar e 8 linhagens parentais (IPR Luz da Manhã, LP 100, LP 104, LP 37, LP 72, LP 87, LP 92, LP 93, LP 96). A Embrapa, por meio do seu programa de melhoramento genético do maracujazeiro, é a instituição com maior número de cultivares desenvolvidas e registradas. Além dos híbridos de maracujá-azedo, a empresa pública inseriu no mercado uma cultivar de Passiflora setacea cv BRS PC (BRS Pérola do Cerrado) com quatro 26 aptidões (consumo fresco, processamento industrial, ornamental e funcional) (EMBRAPA, 2020a), uma cultivar de Passiflora cincinnata cv BRS SF (BRS Sertão Forte) (EMBRAPA, 2020b), uma cultivar de Passiflora alata cv. BRS Mel do Cerrado (EMBRAPA, 2020c), além de cinco cultivares ornamentais (BRS Estrela do Cerrado, BRS Rubiflora, BRS Roseflora, BRS Rosea Púrpura e BRS Céu do Cerrado) lançadas oficialmente e disponibilizadas para a sociedade em 2019 (EMBRAPA 2020d). Esse contexto evidencia que espécies de maracujazeiro silvestre apresentam grande potencial no mercado de frutas especiais e podem ser utilizadas como porta- enxertos, plantas ornamentais, plantas funcionais-medicinais, sendo importantes alternativas para diversificar os sistemas de produção, valorizando a biodiversidade brasileira (FALEIRO et al., 2018b). O conhecimento e a utilização prática dessas espécies, envolvendo ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação são importantes demandas do setor produtivo. 3.4. Pós-melhoramento do maracujazeiro Para a utilização tecnológica de novas cultivares de maracujazeiro destinadas à produção de frutas e como planta ornamental, a disponibilidade de materiais geneticamente melhorados, de sistemas de produção ajustados e de uma adequada logística de produção e venda de sementes e mudas é essencial (FALEIRO et al., 2018b). Nesse sentido, diferentes ações de pós-melhoramento, como validação agronômica, industrial e mercadológica nas regiões produtoras, bem como o registro e a proteção dos materiais genéticos são fundamentais para o sucesso do novo produto e sua inserção na cadeia produtiva. Tais ações representam vantagens para o obtentor, para o produtor rural, produtor de sementes e mudas e para os órgãos governamentais (FALEIRO et al., 2018a). Após a obtenção do material genético superior, claramente distinto das outras cultivares disponíveis no mercado, a nova cultivar deve ser registrada no Registro Nacional de Cultivares - RNC, vinculado ao MAPA, para que as sementes e mudas possam ser comercializadas. A solicitação da proteção é realizada junto ao Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) do MAPA. Com a proteção concedida, significa que, durante o prazo de quinze anos, sementes e mudas das cultivares protegidas somente podem ser produzidas e comercializadas pelo obtentor ou por terceiro autorizado. 27 Com esses requisitos obedecidos, é possível que o obtentor tenha maior controle da produção de material propagativo das cultivares no território nacional e internacional, conhecendo o percentual de participação no mercado, além de garantir a qualidade genética do que está sendo ofertado aos agricultores. A validação é outra ação de avaliação técnica e mercadológica relacionada ao pós- melhoramento, essencial para o posicionamento correto dos produtos desenvolvidos, gerando pacotes tecnológicos para recomendação das cultivares de forma diferenciada, conforme a região ou sistema de produção, levando em consideração a interação genótipo x ambiente (FALEIRO et al., 2011). Dessa forma, a validação técnica, de acordo com a aptidão do material, avaliará os materiais quanto aos atributos agronômicos, industriais, medicinais e ornamentais, em escala comercial. A validação mercadológica analisará, durante e ao final do processo de desenvolvimento, junto ao consumidor final e Ceasa/mercado varejista se as cultivares atendem às necessidades do cliente, visando obter indicadores para definir o posicionamento no mercado. Para algumas cultivares, principalmente de nichos de mercado, é necessário fazer também uma validação para analisar a viabilidade comercial do produto quanto ao preço, embalagem, praça, logística e requisitos legais. Para tanto, a parceria das instituições públicas de pesquisa com representantes de cada elo do setor produtivo é necessária para dar agilidade e representatividade às avaliações de desempenho, em condições reais de uso dos produtos gerados pela pesquisa. 3.5. O sistema de produção de sementes e mudas de maracujazeiro A produção e comercialização de sementes e mudas de qualquer espécie devem ser feitas por produtores inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas – Renasem, junto ao MAPA. A legislação nacional estabelece normas para produção, comercialização e utilização de sementes (Instrução Normativa n° 09 de 2 de junho de2005) e de mudas (Instrução Normativa n° 24 de 16 de dezembro de 2005). Tais normativas estabelecem que todo produtor se responsabiliza pelo controle da qualidade e identidade das sementes e mudas em todas as etapas da produção, tendo como obrigação o envio trimestral (para sementes) ou semestral (para mudas) da quantidade produzida e comercializada por Unidade da Federação ao órgão de fiscalização do MAPA (SISLEGIS/MAPA, 2020). Os dados oficiais da produção nacional de sementes são sistematizados a cada safra na 28 plataforma do Sistema de Gestão da Fiscalização - SIGEF do MAPA. Contudo, os dados de produção de mudas de maracujazeiro não são desmobilizados, dificultando análises mercadológicas mais completas sobre a adoção das cultivares pelos agricultores. As etapas de produção de sementes e mudas devem ser acompanhadas e vistoriadas pelo Responsável Técnico contratado pelo produtor/viveirista, o qual emite a documentação que acompanha os lotes aprovados para comercialização. Ainda não existem padrões de qualidade de sementes e de mudas de maracujazeiro publicados pelo MAPA, dificultando a fiscalização. Todo lote de sementes de maracujazeiro, para ser comercializado, precisa ser analisado quanto ao percentual de germinação e pureza por Laboratórios de Análise de Sementes credenciados pelo MAPA. Para essas análises são utilizadas as metodologias previstas nas Regras para Análise de Sementes – RAS publicadas pelo MAPA em 2009. Porém, a RAS contempla metodologia apenas para P. edulis, a qual não apresenta problemas significativos com dormência de sementes. A RAS (2009) estabelece que o teste de germinação de sementes em P. edulis deve ser feito em substrato de papel, em temperatura de 20-30 °C, realizando a primeira contagem em 7 dias e a última em 28 dias. A recomendação para superar a dormência é realizar o teste no escuro ou retirar o arilo da semente, se esse interferir no teste. Porém, essa metodologia não se aplica às espécies silvestres, que podem apresentar germinação de 0% nas condições de laboratório. Muitas informações são conhecidas quanto à germinação de sementes do maracujazeiro, porém, é unânime a afirmativa de que o início e o término da germinação ocorrem de forma irregular, podendo, este período, ser de dez dias a três meses, o que dificulta a formação uniforme das mudas (ALEXANDRE et al, 2004; WELTER et al., 2011). A qualidade fisiológica das sementes é influenciada pelo genótipo, sendo máxima na sua maturidade, e a temperatura influencia na velocidade e na uniformidade de germinação. Várias metodologias de tratamento de sementes de diferentes espécies de Passiflora já foram avaliadas, principalmente para os materiais silvestres, com maior ocorrência de dormência das sementes. Diferentes resultados de pesquisa preconizam o uso de biorreguladores como forma de acelerar e incrementar a germinação das sementes, além de promover o crescimento de mudas de diferentes espécies (LEONEL e 29 PEDROSO, 2005; JOSÉ et al., 2020). Costa et al. (2010) obtiveram resultados eficazes para superação de dormência de sementes de P. setacea recém-colhidas, após submetidas à aplicação de reguladores vegetais. A lentidão e desuniformidade de germinação das sementes podem limitar a exploração comercial de materiais promissores, pois a propagação por sementes é a mais rápida e eficiente. Com o desenvolvimento de híbridos de maracujazeiro cada vez mais produtivos, a tendência é a redução do uso de sementes dos frutos colhidos no próprio pomar, uma vez que ocorre perda de heterose, podendo originar plantas com menor produtividade, menor tamanho dos frutos, maior suscetibilidade a doenças e maior desuniformidade em suas características. Mesmo as variedades ou populações podem ter problemas de autoincompatibilidade e perda de heterose nas gerações seguintes, principalmente quando há produção de sementes a partir de poucas plantas, geneticamente próximas. A conscientização dos agricultores é importante para sustentabilidade do setor produtivo na renovação do pomar, por meio da aquisição de sementes ou mudas de produtores/viveiristas qualificados, visando garantir a origem genética e manter o padrão dos frutos colhidos. Nesse cenário, estão inseridas as empresas de sementes e mudas de maracujazeiro, interessadas em se legalizarem para produzirem propágulos das novas cultivares e disponibilizá-las ao mercado. A lei de acesso ao patrimônio genético em vigor, a qual se aplica para o gênero Passiflora, estabelece que a exploração econômica de material reprodutivo desenvolvido a partir de acesso ao patrimônio genético nacional está condicionada à prévia apresentação de notificação ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGEN (VASCONCELOS, 2015). A notificação deve ser efetivada pelo produtor do último elo da cadeia do material reprodutivo, ou seja, o produtor de sementes e de mudas, apresentado o atestado de regularidade do acesso (cadastro ou autorização) emitido pelo CGEN, bem como indicando a modalidade de repartição de benefícios escolhida (monetária ou não monetária). Em 2020, havia 23 produtores de sementes inscritos no Renasem habilitados para produção de sementes de P. edulis, 9 habilitados para produção de sementes de P. alata, 3 habilitados para produção de sementes de P. caerulea, 3 habilitados para produção de sementes de P. setacea, 3 habilitados para produção de sementes de P. setacea x P. 30 coccinea e 1 habilitado para P. coccinea (RENASEM/MAPA, 2020). Os produtores de sementes de maracujá-azedo estavam distribuídos nos Estados da AM, DF, ES, MG, MT, PR, PE, RS, SC e SP. A primeira inscrição no Renasem é de 2005, quando entrou em vigor a legislação de sementes e mudas e houve a disponibilização das primeiras cultivares no mercado. Quanto aos produtores de mudas de maracujá-azedo, havia 569 inscritos no Renasem, sendo 207 em MG, 106 em SP e 56 no ES. Existiam também 103 produtores de mudas de maracujá-doce inscritos (RENASEM/MAPA, 2020). O Estado da Bahia, maior produtor nacional de frutos, tinha apenas 17 viveiros legalizados para produção de mudas de P. edulis, em 2020. O fato de ter poucos produtores de mudas e a inexistência de produtores de semente de maracujá-azedo na Bahia pode indicar uma alta taxa de uso de sementes salvas ou de mudas sem origem genética pelos agricultores. Isso reflete em menor demanda por material propagativo legalizado e baixa produtividade dos pomares (10,3 t ha-1), mostrando a necessidade de desenvolver mais ações de transferência de tecnologia nesse Estado. Os programas de melhoramento necessitam de mais informações sobre o mercado nacional de sementes e mudas de maracujazeiro para orientar novas linhas de pesquisa, possibilitando o desenvolvimento de novas cultivares que atendam às demandas dos diversos consumidores, obtenção de tecnologias para produção e tratamento de sementes e o estabelecimento de padrões de qualidade para sementes e mudas, visando a estruturação e profissionalização da cadeia produtiva do maracujazeiro no Brasil. Além disso, esses dados poderão colaborar nas definições de estratégias para posicionamento internacional da genética brasileira de maracujazeiro. 31 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGROLINK. Cotações. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/cotacoes/frutas/maracuja>. Acesso em: 09 mar. 2020. ALEXANDRE, R. S.; JÚNIOR, A. W.; DA SILVA NEGREIROS, J. R.; PARIZZOTTO, A.; BRUCKNER, C. H. Germinação de sementes de genótipos de maracujazeiro. 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Diferentes ações como validação agronômica, industrial e de mercado nas regiões produtoras, aplicação de metodologias estratégicas de marketing, bem como registro e proteção de materiais genéticos são fundamentais para o sucesso do novo produto e sua inserção na cadeia produtiva. O planejamento e a execução organizada dessas atividades constituem etapas importantes no processo de inovação e nos permitem agregar mais valor à sociedade. Este artigo apresenta a análise das atividades pós- melhoramento do maracujá (Passiflora spp.) realizadas pela Embrapa e parceiros, a fim de relatar como a estruturação dessas ações e a integração de esforços entre agentes públicos e privados otimizam o trabalho de transferência de tecnologia, aprimoram a adoção de cultivares derivadas da biodiversidade e podem ser exemplo para outras instituições de pesquisa no Brasil. O melhoramento genético do maracujá, o fornecimento de novos materiais tolerantes a doenças com alto potencial de produção e ornamentação e adaptados a diferentes regiões, juntamente com a rede de validação implementada pela Embrapa, têm permitido a recomendação de diferentes cultivares de maracujá 'BRS' para cultivo em todo o território nacional. Palavras-chave: desenvolvimento de mercado, maracujá, Passifloraceae, transferência de tecnologia, inovação. 39 POSTBREEDING OF Passiflora spp IN BRAZIL: EMBRAPA'S EXPERIENCE IN TECHNOLOGICAL INNOVATION Abstract: Post-breeding activities are key factors in the market positioning of cultivars. Different actions such as agronomic, industrial
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