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2020-AlineOliveiraZacharias

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PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E 
ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO 
(Passiflora spp.) 
 
 
 
 
 
 
ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS 
 
 
 
 
TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
BRASILIA/DF 
JULHO/2020
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA 
 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA 
 
 
 
PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E 
ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO 
MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) 
 
 
 
ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS 
 
 
 
ORIENTADOR: FÁBIO GELAPE FALEIRO 
COORIENTADOR: JOSÉ RICARDO PEIXOTO 
 
 
TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA 
 
 
PUBLICAÇÃO: TESE/2020 
 
 
 
BRASILIA/DF 
JULHO/2020 
iii 
 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA 
 
 
PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E 
ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO 
MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) 
 
ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS 
 
 
TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO 
EM AGRONOMIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À 
OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM AGRONOMIA. 
 
APROVADA POR: 
___________________________________________ 
Fábio Gelape Faleiro, Dr. (Embrapa Cerrados) 
(Orientador) e-mail: fabio.faleiro@embrapa.br 
 
___________________________________________ 
Michelle Souza Vilela, Dra. (Universidade de Brasília) 
(Examinadora Interna) e-mail: michellevilelaunb@gmail.com 
 
___________________________________________ 
Keize Pereira Junqueira, Dra. (Embrapa Secretaria de Inovação e Negócios) 
(Examinadora Externa) e-mail: keize.junqueira@embrapa.br 
 
___________________________________________ 
Francisco Eduardo de Castro Rocha, Dr. (Embrapa Cerrados) 
(Examinador Externo) e-mail: francisco.rocha@embrapa.br 
 
 
BRASÍLIA/DF, 31 de JULHO de 2020. 
iv 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
ZACHARIAS, A. O. Pós-melhoramento, mercado de sementes e mudas e adoção de 
tecnologias na cultura do maracujazeiro (Passiflora spp.). Brasília: Faculdade de 
Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2020, 154 p. Tese de 
Doutorado. 
 
CESSÃO DE DIREITOS 
NOME DO AUTOR: ALINE OLIVEIRA ZACHARIAS 
 
TÍTULO DA TESE: PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E 
MUDAS E ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO 
(Passiflora spp.). 
 
GRAU: DOUTORA ANO: 2020 
 
É concedida à Universidade de Brasília de Brasília permissão para reproduzir cópias desta tese 
de doutorado para única e exclusivamente propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva 
para si os outros direitos autorais, de publicação. Nenhuma parte desta tese de doutorado pode ser 
reproduzida sem a autorização por escrito do autor. Citações são estimuladas, desde que citada à 
fonte. 
 
 
----------------------------------------------------------------------------------------- 
Nome: Aline Oliveira Zacharias 
CPF: 054.308.976-20 
Endereço: Rua Bernardo Guimarães, 585, Fundinho, Uberlândia-MG 
Tel. (34) 99945-6163 E-mail: aline_zacharias@hotmail.com 
Zacharias, Aline Oliveira 
Pós-melhoramento, mercado de sementes e mudas e adoção de tecnologias na 
cultura do maracujazeiro (Passiflora spp.). / Aline Oliveira Zacharias; orientação de 
Fábio Gelape Faleiro; Co-orientação de José Ricardo Peixoto – Brasília, 2020. 
 
154 p. : il. 
 
Tese de Doutorado (D) – Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e 
Medicina Veterinária, 2020. 
 
1. Passiflora. 2. Transferência de Tecnologia. 3. Bioeconomia. 4. Diagnóstico 
Comportamental. 5. Inovação 
 
I. Faleiro, F. G. II. Doutor. 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico à minha família, por todo carinho. 
Especialmente, ao meu esposo Pablo 
Perina, pela ajuda incondicional e amor. 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus pela vida e por todas as conquistas. 
Aos meus pais, Ana Maria Zacharias e Nazir Zacharias Júnior, à minha irmã, Mariana 
Zacharias, e aos meus sobrinhos, Maria Clara e Lucas, pelo carinho, por compreenderem 
minha ausência em alguns momentos e por todo apoio nessa caminhada. 
Ao meu esposo, Pablo do Prado Perina, pelo amor e cuidado todos os dias, pelo apoio 
incondicional para realização desse trabalho e incentivo na minha vida. 
Ao meu orientador, Fábio Gelape Faleiro, pela compreensão, confiança, entusiasmo em 
cada conquista, exemplo de profissional e dedicação à pesquisa. 
Ao meu coorientador, José Ricardo Peixoto, pelos ensinamentos e amizade, e à Professora 
Michelle Souza Vilela pela ajuda e amizade. 
Ao pesquisador Francisco Rocha, pela inspiração na forma de analisar o comportamento 
dos produtores na busca pela inovação. 
À Professora Gabriella Queiroz de Almeida, da Universidade Federal de Uberlândia, pela 
ajuda valiosa nas análises estatísticas. 
À família Junqueira, que me acolheu em Brasília, Nilton, Rozania, Keize, Lívia e 
Tassiane, obrigada pelo carinho, cuidado e incentivo, em especial ao apoio da minha 
querida amiga Keize, sem você esse trabalho não teria se concretizado. 
Agradeço à equipe da Coordenação, Secretaria e Professores do curso de Pós-graduação 
em Agronomia da UnB, pela dedicação aos alunos. 
À Emater-MG do Triângulo Mineiro, em especial ao Gerente Regional Gilberto de 
Freitas, ao Coordenador Técnico José Roberto Silva e à equipe técnica, pela ajuda na 
aplicação dos questionários, e aos produtores rurais, pela disponibilidade em responder 
todas as perguntas, contribuindo com a pesquisa para melhoria da cadeia produtiva do 
maracujá. 
vii 
 
PÓS-MELHORAMENTO, MERCADO DE SEMENTES E MUDAS E ADOÇÃO 
DE TECNOLOGIAS NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO (Passiflora spp.) 
 
 
RESUMO GERAL 
 
 
A produtividade do maracujazeiro no Brasil tem grandes variações entre as regiões e 
sistemas de produção, sendo ainda maiores quando se consideram os diferentes 
produtores e o potencial de produtividade das cultivares geneticamente melhoradas. 
Apesar do potencial econômico do cultivo do maracujazeiro, a produção brasileira é 
caracterizada pela pouca oferta de cultivares no mercado, aliada ao hábito do uso de 
sementes sem origem genética. Neste ambiente ainda carente de inovação, há demanda e 
espaço para o desenvolvimento e introduções de novos materiais que se mostrem 
superiores em requisitos agronômicos, de produtividade e industriais. Assim, o 
investimento de universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas no 
desenvolvimento de novas cultivares com maior produtividade, qualidade dos frutos, 
resistência e tolerância a pragas e doenças, visando a uma diminuição do risco da 
atividade produtiva, contribui de forma efetiva para o fortalecimento desta cadeia 
produtiva no país. A grande variabilidade genética do maracujazeiro possibilita 
diversidade de usos, desde o consumo in natura dos frutos, produção de sucos, 
ornamentação, utilização como matéria-prima pelas indústrias de alimentos, cosméticos 
e farmacêuticas. Esse mercado nacional e internacional tem estimulado produtores de 
sementes e mudas a se inscreverem no Registro Nacional de Sementes e Mudas – 
Renasem, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, para se 
tornarem legalmente habilitados a produzirem material propagativo de maracujazeiro. 
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o processo de inovação adotado pela Embrapa para 
desenvolvimento e posicionamento no setor produtivo de cultivares do gênero Passiflora, 
bem como a comercialização de sementes das cultivares híbridas de maracujazeiro azedo 
BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Rubi do 
Cerrado, identificando as áreas de expansão e seus impactos na cadeia produtiva. Por 
meio do método de Diagnóstico Comportamental da AtividadeProdutiva (DCAP) foi 
também avaliado o perfil dos produtores e do sistema de produção e comercialização do 
maracujá na região do Triângulo Mineiro, comparado com o sistema de produção do 
Distrito Federal, a fim de identificar gargalos, ameaças e oportunidades que afetam a 
competividade desses importantes polos produtivos, para subsidiar futuras intervenções 
por meio de ações de transferência de tecnologia e do desenvolvimento de políticas 
públicas. As análises das atividades de pós-melhoramento de Passiflora promovidas pela 
Embrapa e outras instituições de pesquisa, bem como as análises mercadológicas de 
sementes e mudas e do sistema de produção do maracujá em diferentes regiões são 
importantes para retroalimentar os programas de pesquisa com informações essenciais 
para o desenvolvimento de novas cultivares e também para aumentar a eficiência dos 
sistemas de produção com novas tecnologias. 
 
Palavras-chave: Passiflora, transferência de tecnologia, bioeconomia, diagnóstico 
comportamental, inovação. 
viii 
 
POST-IMPROVEMENT, SEEDS AND SEEDLING MARKETS AND 
ADOPTION OF TECHNOLOGIES IN THE CROP OF PASSION FRUIT 
(Passiflora spp.) 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The productivity of passion fruit in Brazil has great variations between regions and 
production systems, being even greater when considering the different producers and 
productivity potential of genetically improved cultivars. Despite the economic potential 
of passion fruit cultivation, Brazilian production is characterized by the low supply of 
cultivars on the market, coupled with the habit of using seeds without a genetic origin. In 
this environment still lacking in innovation, there is demand and space for the 
development and introduction of new materials that prove to be superior in agronomic, 
productivity and industrial requirements. Thus, the investment of universities, public and 
private research institutions in the development of new cultivars with higher productivity, 
fruit quality, resistance and tolerance to pests and diseases, aiming at reducing the risk of 
the productive activity, contributes effectively to the strengthening of this chain 
productive in the country. The great genetic variability of passion fruit allows for a 
diversity of uses, from fresh consumption of fruits, juice production, ornamentation, use 
as raw material by the food, cosmetics and pharmaceutical industries. This national and 
international market has encouraged producers of seeds and seedlings to enroll in the 
National Register of Seeds and Seedlings - Renasem, of the Ministry of Agriculture, 
Livestock and Supply - MAPA, to become legally qualified to produce passion fruit 
propagating material. The objective of this work was to evaluate the innovation process 
adopted by Embrapa for development and positioning in the productive sector of 
Passiflora cultivars, as well as the commercialization of seeds of the hybrid cultivars of 
passion fruit BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho and BRS 
Rubi do Cerrado, identifying areas for expansion and their impacts on the production 
chain. Using the Behavioral Diagnosis of Productive Activity (BDPA) method, the profile 
of the producers and the production and marketing system of passion fruit in the Triângulo 
Mineiro region was evaluated, compared with the production system in the Federal 
District, where the average yield of the orchards is higher than the brazilian average. In 
this study, the objective was to identify bottlenecks, threats and opportunities that affect 
the competitiveness of these important productive hubs, to subsidize future interventions 
through actions of technology transfer and the development of public policies. The 
analysis of the post-breeding activities of Passiflora promoted by Embrapa and other 
research institutions, the market analysis of seeds and seedlings and of the passion fruit 
production system in different regions of Brazil have been important to feed back the 
research programs with essential information for development new cultivars and also to 
increase the efficiency of production systems with new technologies. 
 
Key words: Passiflora, technology transfer, bioeconomy, behavioral diagnosis, 
innovation. 
ix 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
CAPÍTULO 1 
 
Figura 1. Modelo do Macroprocesso de Inovação da Embrapa. ................................... 42 
 
Figura 2. Modelo de referência para o Processo de Desenvolvimento de Cultivares ... 43 
 
Figura 3. Modelo esquemático das ações estratégicas da Embrapa e parceiros para 
desenvolvimento e posicionamento de cultivares de maracujazeiro. ............................. 44 
 
Figura 4. Distribuição das Unidades de Observação das cultivares de maracujazeiro 
azedo BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado e BRS Rubi do Cerrado nos Estados 
da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF, 2019.
 ........................................................................................................................................ 53 
 
Figura 5. Distribuição das Unidades de Observação das cultivares de maracujazeiro 
silvestre BRS Pérola do Cerrado e BRS Sertão Forte nos Estados da Federação, Regiões 
e Biomas brasileiros até julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019. ............................... 54 
 
Figura 6. Distribuição das Unidades de Observação de cultivares de maracujazeiro 
ornamental BRS Estrela do Cerrado, BRS Rubiflora, BRS Roseflora, BRS Rosea Púrpura 
e BRS Céu do Cerrado nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até 
julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019........................................................................ 54 
 
Figura 7. Distribuição das Unidades de Observação da cultivar de maracujazeiro doce 
BRS Mel do Cerrado nos Estados da Federação, Regiões e Biomas brasileiros até 
julho/2019. Embrapa. Brasília-DF. 2019........................................................................ 55 
 
Figura 8. Síntese do Plano de Marketing utilizado para definir as estratégias de mercado 
das cultivares de maracujazeiro a serem lançadas pela Embrapa. Brasília-DF, 2019. ... 56 
 
Figura 9. Modelo da análise SWOT utilizado pela Embrapa para posicionamento das 
cultivares de maracujazeiro BRS. Ferramenta criada por Albert Humphrey na década de 
1960, na Universidade de Stanford. Brasília-DF, 2019. ................................................. 56 
 
Figura 10. Fluxo do processo de licenciamento de cultivares de maracujazeiro da 
Embrapa. Brasília-DF, 2019. .......................................................................................... 58 
 
Figura 11. Sistema de produção de sementes dos híbridos de maracujazeiro BRS em 
estufa. Brasília-DF, 2019. Fotos: Divulgação Agrocinco Ltda. ..................................... 58 
 
Figura 12. Exemplos de produtores que cultivam com êxito das cultivares de 
maracujazeiro desenvolvidas pela Embrapa e parceiros. Brasília-DF, 2019. ................ 61 
 
 
 
x 
 
CAPÍTULO 2 
 
Figura 1. Análise de componentes principais da comercialização de sementes das 
cultivares de maracujá BRS Gigante Amarelo (V1), BRS Sol do Cerrado (V2), BRS Ouro 
Vermelho (V3) e BRS Rubi do Cerrado (V4), em 27 Estados brasileiros. .................... 83 
 
Figura 2. Dendrograma de dissimilaridades entre os 27 Estados da Federação do Brasil, 
obtido pelo método de agrupamento hierárquico UPGMA a partir da distância euclidiana, 
com base na quantidade de sementes comercializadas e na estimativa de participação no 
mercado das cultivares de maracujazeiro, no ano de 2017. ............................................ 84 
 
CAPÍTULO 3 
 
Figura 1. Modelo Lógico de Rocha et al. (2018) com indicadores de intervenção e de 
resultados em curto, em médio e em longo prazo. ......................................................... 99 
 
Figura 2. Municípios alvo da análise diagnóstica dos produtoresde maracujá na 
mesorregião do Triângulo Mineiro................................................................................100 
 
Figura 3. Áreas de exploração agrícola da propriedade (% de entrevistados). Brasília-DF, 
2020...............................................................................................................................105 
 
Figura 4. Sistema de produção do maracujá no Triângulo Mineiro (% de respostas). 
Brasília-DF, 2020..........................................................................................................105 
 
Figura 5. Conhecimento dos produtores de maracujá do Triângulo Mineiro sobre Manejo 
Integrado de Pragas (MIP) (% de respostas). Brasília-DF, 2020....................................107 
 
Figura 6. Contribuição da pesquisa para a produção de maracujá no Triângulo Mineiro 
(% de respostas). Brasília-DF, 2020...............................................................................111 
 
Figura 7. Contribuição da extensão rural para a produção de maracujá no Triângulo 
Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020.................................................................111 
 
Figura 8. Contribuição da extensão rural para a produção de maracujá no Triângulo 
Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020.................................................................112 
 
Figura 9. Pessoas envolvidas no cultivo do maracujá - membro da família, empregado 
fixo e diarista – no Triângulo Mineiro (% de entrevistados). Brasília-DF, 2020.............122 
 
Figura 10 Adoção de cultivares de maracujá pelos produtores do Triângulo Mineiro (% 
de entrevistados). Brasília-DF, 2020..............................................................................124 
 
Figura 11. Eventos climáticos, doenças e pragas que prejudicaram o maracujazeiro em 
2017 a 2019, na região do Triângulo Mineiro (% de respostas). Brasília-DF, 2020........127 
 
xi 
 
Figura 12. Expectativa do produtor de maracujá do Triângulo Mineiro sobre o que fazer 
com a área plantada (% de entrevistados) e respectivos motivos (% de respostas). Brasília-
DF, 2020........................................................................................................................128 
 
Figura 13. Dendrograma de dissimilaridades entre 22 produtores de maracujá da região 
do Triângulo Mineiro, obtido pelo método UPGMA com base no algoritmo de Gower 
(k = 1,25), a partir de dois caracteres qualitativos e seis quantitativos. Brasília-DF, 
2020...............................................................................................................................129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
LISTA DE TABELAS 
 
CAPÍTULO 1 
 
Tabela 1. Exemplos de trabalhos publicados sobre avaliação de cultivares de 
maracujazeiro desenvolvidas pela Embrapa e parceiros em diferentes agroecossistemas e 
regiões do Brasil e no exterior. ....................................................................................... 46 
 
Tabela 2. Exemplos de atividades de transferência de tecnologia e comunicação 
estratégica sobre maracujazeiro realizadas pela Embrapa. ............................................. 62 
 
CAPÍTULO 2 
 
Tabela 1. Comercialização de sementes de cultivares de maracujazeiro realizada pela 
Embrapa e seus licenciados aos produtores, de maio de 2008 a dezembro de 2018, nos 
diferentes Estados brasileiros...........................................................................................79 
 
Tabela 2. Comparação entre as médias de comercialização de sementes das cultivares de 
maracujazeiro BRS desenvolvidas pela Embrapa nos 26 Estados brasileiros e Distrito 
Federal, no período de 2008 a 2017................................................................................81 
 
Tabela 3. Comercialização de sementes de maracujá-azedo (kg) das cultivares da 
Embrapa por ano, no período de maio de 2008 a dezembro de 2017..............................86 
 
Tabela 4. Avaliação econômica do cultivo das cultivares de maracujá-azedo da Embrapa, 
por hectare, por ciclo de produção (18 meses). Brasília, 2019........................................88 
 
CAPÍTULO 3 
 
Tabela 1. Produção de maracujá em Minas Gerais e nas mesorregiões geográficas........97 
 
Tabela 2. Comercialização de maracujá-azedo (tonelada) na Ceasa-Uberlândia/MG, em 
2018, e percentual relativo por região de origem do produto..........................................97 
 
Tabela 3. Perfil dos produtores de maracujá na mesorregião do Triângulo Mineiro. 
Brasília-DF, 2020...........................................................................................................102 
 
Tabela 4. Produção de maracujá nos municípios do Triângulo Mineiro, em 2017. 
Brasília-DF, 2020...........................................................................................................104 
 
Tabela 5. Parecer geral atribuído ao conhecimento dos produtores de maracujá do 
Triângulo Mineiro quanto aos temas relacionados ao cultivo do maracujazeiro, em junho 
de 2019. Brasília-DF, 2020............................................................................................106 
 
Tabela 6. Indicadores da motivação pessoal, crenças comportamentais modais salientes 
e percentuais de respostas dos produtores de maracujá do Triângulo Mineiro, em junho 
de 2019. Brasília-DF, 2020............................................................................................108 
xiii 
 
 
Tabela 7. Indicadores da motivação situacional, crenças de controle modais salientes e 
respectivos percentuais de respostas dos produtores do Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 
2020...............................................................................................................................109 
 
Tabela 8. Indicadores da motivação social, crenças normativas modais salientes e 
respectivos percentuais de respostas dos produtores do Triângulo Mineiro. Brasília-DF, 
2020...............................................................................................................................110 
 
Tabela 9. Temas e principais ações relatadas pelos produtores; percentual de relatos das 
ações envolvendo adoção de tecnologia ou outro tipo de situação; e qualificação das 
ações..............................................................................................................................113 
 
Tabela 10. Destino da produção do maracujá, por tipo e local de venda, no Triângulo 
Mineiro em 2019. Brasília-DF, 2020..............................................................................122 
 
Tabela 11. Qualificação técnica das ações dos produtores de maracujá no Triângulo 
Mineiro. Brasília-DF, 2020............................................................................................124 
 
Tabela 12. Indicadores estatísticos da área de cultivo (ha) e da produção de maracujá (t) 
na região do Triângulo Mineiro, no período de 2018 e 2019. Brasília-DF, 2020............126 
 
xiv 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO GERAL ....................................................................................................... vii 
ABSTRACT ................................................................................................................. viii 
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... ix 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. xii 
1. INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................... 16 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 19 
2.1. Objetivo geral ..........................................................................................................19 
2.2. Objetivos específicos ............................................................................................... 19 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 20 
3.1. Panorama do cultivo do maracujá ........................................................................... 20 
3.2. O agronegócio do maracujá ..................................................................................... 22 
3.3. Melhoramento genético do maracujazeiro .............................................................. 24 
3.4. Pós-melhoramento do maracujazeiro ...................................................................... 26 
3.5. O sistema de produção de sementes e mudas de maracujazeiro.............................. 27 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 31 
CAPÍTULO 1 – PÓS-MELHORAMENTO DE Passiflora spp. NO BRASIL: A 
EXPERIÊNCIA DA EMBRAPA EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA1 ................. 37 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 40 
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 41 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42 
3.1. Etapas do processo de inovação .............................................................................. 42 
3.2. Resultados da rede nacional de validação de cultivares ‘BRS’ de maracujazeiro em 
diferentes agroecossistemas do Brasil ............................................................................ 45 
3.3. Ações de desenvolvimento de produto e de mercado.............................................. 55 
3.4. Ações de transferência de tecnologia ...................................................................... 60 
4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 66 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 68 
CAPÍTULO 2 – COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE 
MARACUJAZEIRO AZEDO EM DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL1 ....... 72 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 75 
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 76 
xv 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 78 
3.1. Análise da comercialização de sementes ................................................................. 78 
3.2. Impacto econômico das cultivares de maracujá ...................................................... 87 
4. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 88 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 90 
CAPÍTULO 3 – DIAGNÓSTICO DE PRODUTORES E DA ADOÇÃO DE 
TECNOLOGIAS NO CULTIVO DE MARACUJÁ NA REGIÃO DO 
TRIÂNGULO MINEIRO1 ........................................................................................... 93 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 96 
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 99 
2.1. Metodologia ............................................................................................................. 99 
2.2. Delineamento ......................................................................................................... 100 
2.3. Instrumento ............................................................................................................ 101 
2.4. Coleta de dados ...................................................................................................... 101 
2.5. Análise dos dados .................................................................................................. 101 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 102 
3.1. Perfil dos produtores .............................................................................................. 102 
3.2. Caracterização das propriedades ........................................................................... 103 
3.3. Conhecimento dos produtores ............................................................................... 106 
3.4. Motivação dos produtores ..................................................................................... 108 
3.5. Adoção de tecnologias e impactos na produção .................................................... 112 
3.6. Pressupostos finalísticos do DCAP do maracujá no Triângulo Mineiro ............... 129 
4. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 130 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 132 
ANEXO ........................................................................................................................ 137 
16 
 
1. INTRODUÇÃO GERAL 
 
 
O gênero Passiflora possui mais de 500 espécies, sendo que 50 são cultivadas ou 
apresentam potencial comercial (VIEIRA e CARNEIRO, 2004; MORERA et al., 2018). 
Originário da América do Sul, grande parte da variabilidade encontra-se no território 
brasileiro, colocando o país como um dos principais centros de diversidade genética desse 
gênero (FERREIRA, 2005; FALEIRO et al., 2019a). 
O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de maracujá, cultivando cerca 
de 43 mil ha e produzindo 602,7 mil toneladas de frutos no ano de 2018 (IBGE, 2020). 
Seu uso principal é para alimentação humana, na forma in natura, sucos, doces, geleias e 
sorvetes. O maracujá é conhecido pelo seu valor nutricional, sendo boa fonte de pró-
vitamina A, niacina, riboflavina e ácido ascórbico, além de propriedades funcionais, 
calmantes e antioxidantes (COSTA e TUPINAMBÁ, 2005; PINELI, 2015). 
Segundo Faleiro et al. (2011), em meados dos anos 1990, o cultivo de maracujá 
era uma atividade pouco valorizada pelos pequenos agricultores, em função do baixo 
rendimento. A produtividade média que era de apenas seis toneladas por hectare por ano 
levou pesquisadores de instituições públicas e privadas a buscarem alternativas para 
aumentar o rendimento da cultura, otimizando o sistema de produção e desenvolvendo 
cultivares geneticamente superiores (FALEIRO et al., 2008b). Atualmente, o potencial 
de produtividade das novas cultivares em sistemas de produção altamente tecnificados é 
superior a 60 -t ha-1ano-1 a céu aberto e a 110 t ha-1ano-1 em estufa (FALEIRO et al., 
2019b; GONTIJO et al., 2019), atraindo o interesse de outros países, como Colômbia, 
Equador, Peru, Austrália, além de países da Europa e África a acessarem as cultivares e 
tecnologias utilizadas nos sistemas de produção que foram desenvolvidos no Brasil. 
A produtividade média brasileira foi de 14 t ha-1ano-1 em 2018, mas existe grande 
variação desta produtividade média nos diferentes Estados, que vai de 6,8 t ha-1 ano-1 no 
Sergipe a 27,7 t ha-1 ano-1 no Distrito Federal (IBGE, 2020). Certamente, o uso de 
cultivares geneticamente melhoradas e de um adequado sistema de produção são 
decisivos para a obtenção de altas produtividades. Nesse contexto, o Brasil é referência 
no mundo em relação às ações de pesquisa e desenvolvimento com essa cultura 
(FALEIRO et al., 2008b; MORERA et al., 2018). 
Estas variações de produtividade são ainda maiores quando consideram os 
17 
 
diferentes sistemas de produção e perfis de produtores, além do potencial de 
produtividade das cultivares, que aumentou muito nos últimos anos.Segundo Meletti 
(2011), o aumento da produção e produtividade da cultura resulta de um progresso 
tecnológico, impulsionada pelos seguintes fatores: i) integração de bons produtores à 
cultura; ii) maior adoção da tecnologia de produção recomendada para o maracujazeiro; 
iii) utilização de sementes de qualidade; iv) uso de cultivares híbridas; v) qualidade das 
mudas utilizadas na instalação dos pomares; e vi) incentivo dado pelo preço do produto, 
apesar das flutuações. 
Vários programas de melhoramento genético são realizados no Brasil pela 
iniciativa pública e privada, as quais já registraram no Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento - MAPA, até maio de 2020, 47 cultivares de maracujazeiro, sendo 23 da 
espécie Passiflora edulis Sims (RNC/MAPA, 2020). Para que as cultivares cheguem aos 
agricultores, são necessárias ações importantes de pós-melhoramento, incluindo a 
logística para produção e comercialização de sementes e mudas de qualidade e origem 
genética garantida. Para isso, os processos de registro e proteção de cultivares de maracujá 
estabelecidos no Brasil são de grande importância (FALEIRO et al., 2018a). 
Empresas de sementes, cada vez mais interessadas nesse mercado, estão 
investindo em tecnologia para produção de sementes de maracujazeiro, principalmente 
maracujá-azedo e maracujá-doce, visando à comercialização nacional e internacional. Da 
mesma forma, viveiristas estão se capacitando e legalizando a produção de mudas de 
diversas espécies de Passiflora para atender requisitos necessários à garantia da qualidade 
exigidos nas parcerias com as instituições que detêm propriedade intelectual sobre as 
cultivares. 
Apesar do potencial econômico do cultivo do maracujazeiro, a produção brasileira 
é caracterizada pela pouca oferta de cultivares no mercado, aliada ao hábito do uso de 
sementes sem origem genética. Neste ambiente ainda carente de inovação, há demanda e 
espaço para o desenvolvimento e introduções de novos materiais que se mostrem 
superiores em requisitos agronômicos, de produtividade e industriais. Assim, o 
investimento de universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas no 
desenvolvimento de novas cultivares com maior produtividade, qualidade dos frutos, 
resistência e tolerância a patógenos, visando uma diminuição do risco da atividade 
produtiva, contribui de forma efetiva para o fortalecimento desta cadeia produtiva no país 
18 
 
(MELETTI et al., 2005; FALEIRO et al., 2008a; 2018b). 
A grande variabilidade genética do maracujazeiro possibilita diversidade de usos, 
desde o consumo in natura dos frutos, produção de sucos, ornamentação, utilização como 
matéria-prima pelas indústrias de alimentos, cosméticos e farmacêuticas (FALEIRO et 
al., 2015; CERQUEIRA-SILVA et al., 2016). Esse mercado nacional e internacional tem 
estimulado produtores de sementes e mudas a se inscreverem no Registro Nacional de 
Sementes e Mudas – Renasem, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
– MAPA, para se tornarem legalmente habilitados a produzirem material propagativo de 
maracujazeiro. 
As análises das atividades de pós-melhoramento de Passiflora promovidas pela 
Embrapa e outras instituições de pesquisa, bem como as análises mercadológicas de 
sementes e mudas e do sistema de produção do maracujá no Brasil são importantes para 
retroalimentar os programas de melhoramento genético de Passiflora com informações 
essenciais para o desenvolvimento de novas cultivares de maracujazeiro azedo e também 
para diversificar os sistemas de produção com cultivares de maracujazeiro doce, 
ornamental e silvestre. 
Nesse contexto, os objetivos do presente trabalho envolvem a caracterização das 
atividades de pós-melhoramento de Passiflora spp. promovidas pela Embrapa e outras 
instituições de pesquisa, bem como análises do mercado de sementes e mudas e do 
sistema de produção do maracujá no Brasil. 
 
19 
 
2. OBJETIVOS 
 
 
2.1. Objetivo geral 
Caracterizar as atividades de pós-melhoramento de Passiflora spp. promovidas 
pela Embrapa e outras instituições de pesquisa e analisar o sistema de produção e 
comercialização de sementes e mudas de maracujazeiro no Brasil, além de avaliar os 
resultados técnicos e comerciais obtidos junto às cadeias produtivas de maracujá, tendo 
em vista a obtenção de indicadores analíticos para retroalimentar as ações de pesquisa e 
desenvolvimento. 
 
2.2. Objetivos específicos 
1. Identificar e caracterizar ações de pós-melhoramento dos programas de 
melhoramento genético de maracujazeiro nacionais; 
2. Quantificar e qualificar o sistema nacional de produção de sementes e mudas de 
Passiflora spp. e a adoção das cultivares brasileiras de Passiflora spp.; 
3. Realizar o diagnóstico de produtores e do sistema de produção de maracujá na 
região do Triângulo Mineiro e levantar novas demandas para ações de pesquisa e 
desenvolvimento. 
 
20 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
3.1. Panorama do cultivo do maracujá 
Apesar do maracujá (Passiflora spp.) possuir mais de 150 espécies nativas no 
Brasil, os cultivos comerciais no país com cadeia produtiva plenamente estabelecida são 
apenas com o maracujá amarelo ou azedo (Passiflora edulis Sims) e o maracujá-doce 
(Passiflora alata Curtis). Enquanto o maracujá-doce é consumido na sua totalidade in 
natura, o maracujá-azedo é destinado para mercado de frutas frescas e para indústrias de 
processamento, representando mais de 90% da área plantada e do volume comercializado 
(MELETTI, 2011). 
A participação no mercado de hortifrutigranjeiros é garantida, adequando-se 
perfeitamente a esse segmento que valoriza produtos de alto valor agregado. Novas 
cultivares de outras espécies de maracujá estão chegando no mercado, diversificando o 
cultivo no Brasil, a exemplo da cultivar BRS PC, conhecida como BRS Pérola do Cerrado 
(Passiflora setacea MD.) (EMBRAPA, 2020a) e da cultivar BRS SF, conhecida como 
BRS Sertão Forte (Passiflora cincinnata Mast.) (EMBRAPA, 2020b). 
O maracujá é uma cultura típica de pequeno produtor, que utiliza a mão de obra 
familiar. De acordo com a análise de indicadores de eficiência econômica do sistema de 
produção, realizada por Moreira et al. (2012), a cultura do maracujá, executada na escala 
de 1 ha e com aplicações manuais de adubos e defensivos, é um investimento muito 
atrativo para esse público, em função do uso intensivo de mão de obra e do capital da 
família empregado nesta atividade, resultando em uma renda familiar anual média de R$ 
21 mil, nos dois anos de produção. 
A região Nordeste tem liderado a produção brasileira nos últimos anos, sendo 
responsável por 62% da produção nacional, seguida pelas regiões Sudeste (16%), Sul 
(12%), Norte (6%) e Centro-Oeste (3%), gerando um valor total de produção superior a 
R$ 1 bilhão (IBGE, 2020). O Estado da Bahia é responsável por 27% da produção 
nacional (161 mil toneladas de frutos), Ceará por 24% (147 mil toneladas de frutos) e 
Santa Catarina por 9% (54 mil toneladas de frutos), sendo esses os principais Estados 
produtores em 2018, segundo os dados do IBGE (2020). 
O Estado de São Paulo, grande produtor do início da década de 90, teve sua área 
de produção reduzida significativamente, em função da elevada incidência de viroses 
21 
 
(MELETTI et al., 2011) e atualmente produz 33 mil toneladas, menos de 6% da produção 
nacional. No Brasil, a produtividade média é de 14 t ha-1 ano-1, entretanto este rendimento 
pode ser muito maior com a utilização de cultivares geneticamente superiores e práticas 
culturais adequadas de podas, polinização manual, fertirrigação e controle fitossanitário 
(FALEIRO et al., 2008b; 2019b). 
No ranking da produção brasileira de frutas frescas, o maracujá ocupava a 13ª 
posição, em 2017, atrás da laranja, banana, melancia e uva que lideram a área nacional 
destinada ao plantio de frutas (ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTI&FRUTI, 2019). 
Os mais importantesmercados consumidores de suco integral de maracujá no Brasil estão 
em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco (FURLANETO et al., 
2010). 
A exportação de maracujá ainda é incipiente e tem ocorrido sob as formas de fruta 
fresca e suco concentrado. A participação da fruta fresca no total das exportações de 
maracujá do Brasil tem-se restringido a 1,5%, pois o mercado interno absorve quase a 
totalidade da produção. O suco concentrado representa a maior parcela da exportação, 
alcançam as melhores cotações e ganhos em divisas, sendo comercializado para Holanda, 
Estados Unidos, Porto Rico, Japão e Alemanha, os quais importam 76% do suco 
concentrado produzido no Brasil (MELETTI, 2011). 
A produção mundial de maracujá, em 2016, era estimada em 1 milhão de toneladas 
e o Brasil, como maior produtor, produzia cerca de 80% desse total (ITI TROPICALS, 
2020). O Equador ocupava o segundo lugar, com 13%, e a Colômbia em terceiro, 
produzindo 5% do total da produção mundial dessa fruta. África do Sul e Austrália são 
outros produtores mundiais, apesar de produzirem uma variedade diferente, conhecida 
como maracujá-roxo para consumo in natura. A Colômbia se destaca por produzir 
diferentes espécies do gênero Passiflora, muitas delas com inserção no mercado 
internacional como fruta fresca. Já a exportação de suco concentrado de P. edulis, 
Equador e Peru se destacam no cenário internacional, sendo que os principais destinos 
são países europeus, além dos Estados Unidos, China, Vietnam, Japão e Canadá 
(FALEIRO et al., 2017). 
Diante desse contexto, pode-se inferir que há espaço para expansão da cultura no 
Brasil, considerando a diversificação com novas espécies do gênero Passiflora e também 
uma maior participação no mercado internacional com a exportação de suco concentrado, 
22 
 
produtos agroindustriais e também de frutas frescas. Segundo Faleiro et al. (2015; 2018b), 
para que as diferentes espécies e híbridos de maracujá sejam utilizados, as ações de pós-
melhoramento e a organização das cadeias produtivas são importantes, no sentido de 
desenvolver novos processos e produtos e conquistar novos mercados. 
 
3.2. O agronegócio do maracujá 
Na última década, o maracujá transformou-se numa oportunidade de capitalização 
para os agricultores de diferentes Estados, gerando emprego e renda em curto prazo. Um 
dos canais para comercialização dos frutos são as indústrias de processamento de suco 
localizadas em algumas regiões produtoras, como é o caso do Triângulo Mineiro e Ceará, 
com atuação do grupo Britvic PLC e Ebba - Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos 
S/A, estimulando a expansão do cultivo no Brasil. 
No mercado de frutas frescas, são as Centrais de Abastecimento – Ceasa e os 
mercados municipais os principais canais de comercialização para o produtor rural, o qual 
leva os frutos encaixotados e comercializam-nos com os intermediários. Os preços 
recebidos pelos produtores são normalmente superiores aos pagos pela indústria, mas 
exigem cuidados adicionais na colheita, preparo, seleção, classificação, embalagem e 
expedição em relação aos produtos enviados à indústria (SEBRAE, 2020). Contudo, esses 
cuidados na pós-colheita muitas vezes não são praticados. 
Os frutos recebem preços compatíveis com sua classificação, separada por cor, 
tamanho e qualidade. Essa classificação visa uniformizar a linguagem do mercado, de 
forma que produtores, atacadistas, indústrias, varejistas e consumidores tenham os 
mesmos padrões para determinar a qualidade do produto. Em 2005, o MAPA estabeleceu 
a Instrução Normativa Nº 03 aprovando as Normas Técnicas Específicas para a Produção 
Integrada de Maracujá (NTEPIMaracujá). Para Andrigueto et al. (2005), o objetivo 
principal do Sistema de Produção Integrada de Frutas é elevar os padrões de qualidade e 
de competitividade da fruticultura brasileira ao patamar de excelência requerido pelo 
mercado internacional, em bases voltadas para a sustentabilidade do processo produtivo, 
expansão da produção, do emprego e da renda. 
O maracujá-azedo classifica-se de acordo com o grupo (relacionado à 
característica varietal de coloração da casca); subgrupo (relacionado ao estádio de 
maturação, identificado pela cor da casca); classe (relacionada ao diâmetro equatorial dos 
23 
 
frutos medido em mm); e tipo ou categoria (relacionado à quantidade de defeito presente 
no lote) (FURLANETO et al., 2010). 
Em termos de qualidade, considera-se que uma variedade desenvolvida para a 
agroindústria deve possuir frutos com casca fina e cavidade interna completamente 
preenchida, o que confere maior rendimento em suco. Também deve apresentar maior 
acidez, coloração constante e alto teor de sólidos solúveis, acima de 13° Brix (MELETTI, 
2009). Este padrão difere dos frutos destinados ao mercado de fruta fresca, que devem 
ser grandes e ovais, a fim de conseguir boa classificação comercial, ter boa aparência, ser 
resistente ao transporte e à perda de qualidade durante o armazenamento e 
comercialização. 
As quantidades mensais de frutos de maracujá-azedo comercializadas na 
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - CEAGESP, maior centro 
atacadista do país, apresentam dois períodos de concentração: (i) entre setembro e 
fevereiro, com ápice em dezembro e, (ii) entre fevereiro e abril, com ápice em março 
(FURLANETO et al., 2010). Dados da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab 
(2020) mostram que em 2019 os picos de comercialização ocorrem em setembro (6.203 
toneladas de frutos) e outubro (5.717 toneladas de frutos). A diversidade de origens é 
grande, sendo que, em 2019, o volume total de maracujá (60,8 mil toneladas) entregue na 
CEAGESP-São Paulo veio de 103 municípios, sendo 2 deles, Livramento de Nossa 
Senhora/BA e Dom Basílio/BA, responsáveis por 67% do abastecimento. O Estado da 
Bahia foi responsável por 66% dos frutos no entreposto de São Paulo, e Santa Catarina 
por 24%. 
No tocante aos preços médios de venda do fruto de maracujá nas Ceasas das 
principais regiões produtoras brasileiras, em 2019, foi de R$ 5,31/kg (CONAB, 2020). A 
cotação da caixa de 15 kg de frutos de maracujá estava R$ 35,00 em Juazeiro/BA, em 
junho de 2020 (AGROLINK, 2020). 
Estudos detalhados de qualificação das cultivares de maracujazeiro 
comercializadas às Ceasas e às indústrias de suco poderão demonstrar o padrão de 
qualidade desses frutos, indicando as características dos produtos entregues pelos 
agricultores ao mercado. 
 
24 
 
3.3. Melhoramento genético do maracujazeiro 
A conservação e caracterização de germoplasma de Passiflora têm sido feitas em 
BAGs (Bancos Ativos de Germoplasma), a maioria instalada e mantida por instituições 
públicas de pesquisa do Brasil (MELETTI et al., 2005; FALEIRO et al., 2019a). Algumas 
espécies silvestres têm se mostrado como importante fonte de genes para o melhoramento 
genético do maracujazeiro comercial por apresentarem resistência às doenças ou pragas, 
longevidade, maior adaptação às condições climáticas adversas, período de florescimento 
ampliado, maior concentração de componentes químicos e outras potencialidades ainda 
inexploradas (FALEIRO et al., 2015; JESUS et al., 2018). 
Para iniciar um trabalho de pesquisa com espécies nativas, como é o caso do 
maracujazeiro, deve-se atender a legislação nacional de acesso ao patrimônio genético e 
ao conhecimento tradicional associado, Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Esse novo 
Marco Legal da Biodiversidade passou a regular o acesso para fins de pesquisa e 
desenvolvimento tecnológico, bem como a repartição dos benefícios decorrentes da 
exploração econômica de produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir dessas 
espécies (VASCONCELOS, 2015). 
Sendo o maracujazeiro uma planta alógama, diversos métodos de melhoramento 
genético podem ser utilizados, visando o aumento da frequência de genes favoráveis ou 
exploração do vigor híbrido.Segundo Faleiro et al. (2011), os principais métodos de 
melhoramento utilizados são a introdução de plantas, a seleção massal, a seleção clonal, 
seleção de progênies, retrocruzamentos, a hibridação intra e interespecífica. 
O uso de marcadores moleculares de DNA tem contribuído para os estudos de 
diversidade genética do gênero, complementando as avaliações morfoagronômicas, bem 
como estudos sobre taxonomia, filogenia e evolução de espécies silvestres (FALEIRO et 
al., 2012; FALEIRO et al., 2018c). Essas técnicas possibilitam identificar de forma rápida 
e precisa espécies e acessos silvestres com características desejadas para ampliar a base 
genética de espécies e variedades comerciais. 
O melhoramento do maracujazeiro tem diversas finalidades em função do produto 
a ser considerado (fruto, folhas, flores, sementes) e da região de cultivo. De acordo com 
Meletti et al. (2005), a produtividade, a qualidade dos frutos, resistência ou tolerância às 
principais doenças, como virose do endurecimento dos frutos, bacteriose, fusariose, e a 
25 
 
maior taxa de vingamento dos frutos têm sido as principais características trabalhadas nos 
programas de melhoramento no Brasil. 
Apesar da importância econômica e potencial do maracujá, o número de cultivares 
comerciais ainda é muito pequeno, sendo os plantios comerciais, na maioria das vezes, 
limitados ao emprego de sementes obtidos em pomares comerciais (VILELA, 2013). As 
primeiras cultivares de maracujá tornaram-se disponíveis somente a partir de 1998, já 
representando um avanço considerável em produtividade e qualidade de frutos 
(BRUCKNER et al., 2005). 
Existem quarenta e sete cultivares de maracujá registradas no Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, sendo que a maioria são da espécie P. 
edulis (RNC/MAPA, 2020). Esse número é pequeno quando considerada a grande 
diversidade genética de Passiflora e também a diversidade de agroecossistemas presentes 
no Brasil (BELLON, 2014; FALEIRO et al., 2018b). 
Os mantenedores de cultivares de maracujá-azedo (P. edulis) no RNC/MAPA até 
junho de 2020 eram: a) Instituto Agronômico com 4 cultivares registradas (IAC Paulista, 
IAC-273 - Monte Alegre, IAC-275 – Maravilha e IAC-277 – Jóia); b) Embrapa e 
Universidade de Brasília com 3 cultivares e 4 progenitores registrados e protegidos em 
cotitularidade (BRS GA1, BRS SC1 e BRS OV1; BRS MR1, CPGA1, CPMSC1e 
CPF1SSBR); c) Embrapa com 3 cultivares registradas (CPATU-casca fina, BRS RC e 
BRS MJ); d) Viveiros Flora Brasil Ltda. com 2 cultivares (FB 200 Yellow Master e FB 
300 Araguari); e) Fundo Passiflora com uma cultivar (SA2009 Sul-Brasil Afruvec); f) 
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri com 
uma cultivar (SCS437 Catarina); g) Feltrin Sementes Ltda. com 2 cultivares ( Amarelo e 
Sol); h) Universidade Estadual do Norte Fluminense com uma cultivar (UENF Rio 
Dourado); i) Agristar do Brasil Ltda. com uma cultivar (Redondo Amarelo); j) Hortec 
Tecnologia de Sementes Ltda. com 2 cultivares (Gabriela e Sogoi); h) Instituto 
Agronômico do Paraná com 1 cultivar e 8 linhagens parentais (IPR Luz da Manhã, LP 
100, LP 104, LP 37, LP 72, LP 87, LP 92, LP 93, LP 96). 
A Embrapa, por meio do seu programa de melhoramento genético do 
maracujazeiro, é a instituição com maior número de cultivares desenvolvidas e 
registradas. Além dos híbridos de maracujá-azedo, a empresa pública inseriu no mercado 
uma cultivar de Passiflora setacea cv BRS PC (BRS Pérola do Cerrado) com quatro 
26 
 
aptidões (consumo fresco, processamento industrial, ornamental e funcional) 
(EMBRAPA, 2020a), uma cultivar de Passiflora cincinnata cv BRS SF (BRS Sertão 
Forte) (EMBRAPA, 2020b), uma cultivar de Passiflora alata cv. BRS Mel do Cerrado 
(EMBRAPA, 2020c), além de cinco cultivares ornamentais (BRS Estrela do Cerrado, 
BRS Rubiflora, BRS Roseflora, BRS Rosea Púrpura e BRS Céu do Cerrado) lançadas 
oficialmente e disponibilizadas para a sociedade em 2019 (EMBRAPA 2020d). 
Esse contexto evidencia que espécies de maracujazeiro silvestre apresentam 
grande potencial no mercado de frutas especiais e podem ser utilizadas como porta-
enxertos, plantas ornamentais, plantas funcionais-medicinais, sendo importantes 
alternativas para diversificar os sistemas de produção, valorizando a biodiversidade 
brasileira (FALEIRO et al., 2018b). O conhecimento e a utilização prática dessas 
espécies, envolvendo ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação são importantes 
demandas do setor produtivo. 
 
3.4. Pós-melhoramento do maracujazeiro 
Para a utilização tecnológica de novas cultivares de maracujazeiro destinadas à 
produção de frutas e como planta ornamental, a disponibilidade de materiais 
geneticamente melhorados, de sistemas de produção ajustados e de uma adequada 
logística de produção e venda de sementes e mudas é essencial (FALEIRO et al., 2018b). 
Nesse sentido, diferentes ações de pós-melhoramento, como validação agronômica, 
industrial e mercadológica nas regiões produtoras, bem como o registro e a proteção dos 
materiais genéticos são fundamentais para o sucesso do novo produto e sua inserção na 
cadeia produtiva. Tais ações representam vantagens para o obtentor, para o produtor rural, 
produtor de sementes e mudas e para os órgãos governamentais (FALEIRO et al., 2018a). 
Após a obtenção do material genético superior, claramente distinto das outras 
cultivares disponíveis no mercado, a nova cultivar deve ser registrada no Registro 
Nacional de Cultivares - RNC, vinculado ao MAPA, para que as sementes e mudas 
possam ser comercializadas. A solicitação da proteção é realizada junto ao Serviço 
Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) do MAPA. Com a proteção concedida, 
significa que, durante o prazo de quinze anos, sementes e mudas das cultivares protegidas 
somente podem ser produzidas e comercializadas pelo obtentor ou por terceiro 
autorizado. 
27 
 
Com esses requisitos obedecidos, é possível que o obtentor tenha maior controle 
da produção de material propagativo das cultivares no território nacional e internacional, 
conhecendo o percentual de participação no mercado, além de garantir a qualidade 
genética do que está sendo ofertado aos agricultores. 
A validação é outra ação de avaliação técnica e mercadológica relacionada ao pós-
melhoramento, essencial para o posicionamento correto dos produtos desenvolvidos, 
gerando pacotes tecnológicos para recomendação das cultivares de forma diferenciada, 
conforme a região ou sistema de produção, levando em consideração a interação genótipo 
x ambiente (FALEIRO et al., 2011). 
Dessa forma, a validação técnica, de acordo com a aptidão do material, avaliará 
os materiais quanto aos atributos agronômicos, industriais, medicinais e ornamentais, em 
escala comercial. A validação mercadológica analisará, durante e ao final do processo de 
desenvolvimento, junto ao consumidor final e Ceasa/mercado varejista se as cultivares 
atendem às necessidades do cliente, visando obter indicadores para definir o 
posicionamento no mercado. Para algumas cultivares, principalmente de nichos de 
mercado, é necessário fazer também uma validação para analisar a viabilidade comercial 
do produto quanto ao preço, embalagem, praça, logística e requisitos legais. 
Para tanto, a parceria das instituições públicas de pesquisa com representantes de 
cada elo do setor produtivo é necessária para dar agilidade e representatividade às 
avaliações de desempenho, em condições reais de uso dos produtos gerados pela pesquisa. 
 
3.5. O sistema de produção de sementes e mudas de maracujazeiro 
A produção e comercialização de sementes e mudas de qualquer espécie devem 
ser feitas por produtores inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas – Renasem, 
junto ao MAPA. A legislação nacional estabelece normas para produção, comercialização 
e utilização de sementes (Instrução Normativa n° 09 de 2 de junho de2005) e de mudas 
(Instrução Normativa n° 24 de 16 de dezembro de 2005). Tais normativas estabelecem 
que todo produtor se responsabiliza pelo controle da qualidade e identidade das sementes 
e mudas em todas as etapas da produção, tendo como obrigação o envio trimestral (para 
sementes) ou semestral (para mudas) da quantidade produzida e comercializada por 
Unidade da Federação ao órgão de fiscalização do MAPA (SISLEGIS/MAPA, 2020). Os 
dados oficiais da produção nacional de sementes são sistematizados a cada safra na 
28 
 
plataforma do Sistema de Gestão da Fiscalização - SIGEF do MAPA. Contudo, os dados 
de produção de mudas de maracujazeiro não são desmobilizados, dificultando análises 
mercadológicas mais completas sobre a adoção das cultivares pelos agricultores. 
As etapas de produção de sementes e mudas devem ser acompanhadas e 
vistoriadas pelo Responsável Técnico contratado pelo produtor/viveirista, o qual emite a 
documentação que acompanha os lotes aprovados para comercialização. Ainda não 
existem padrões de qualidade de sementes e de mudas de maracujazeiro publicados pelo 
MAPA, dificultando a fiscalização. 
Todo lote de sementes de maracujazeiro, para ser comercializado, precisa ser 
analisado quanto ao percentual de germinação e pureza por Laboratórios de Análise de 
Sementes credenciados pelo MAPA. Para essas análises são utilizadas as metodologias 
previstas nas Regras para Análise de Sementes – RAS publicadas pelo MAPA em 2009. 
Porém, a RAS contempla metodologia apenas para P. edulis, a qual não apresenta 
problemas significativos com dormência de sementes. 
A RAS (2009) estabelece que o teste de germinação de sementes em P. edulis 
deve ser feito em substrato de papel, em temperatura de 20-30 °C, realizando a primeira 
contagem em 7 dias e a última em 28 dias. A recomendação para superar a dormência é 
realizar o teste no escuro ou retirar o arilo da semente, se esse interferir no teste. Porém, 
essa metodologia não se aplica às espécies silvestres, que podem apresentar germinação 
de 0% nas condições de laboratório. 
Muitas informações são conhecidas quanto à germinação de sementes do 
maracujazeiro, porém, é unânime a afirmativa de que o início e o término da germinação 
ocorrem de forma irregular, podendo, este período, ser de dez dias a três meses, o que 
dificulta a formação uniforme das mudas (ALEXANDRE et al, 2004; WELTER et al., 
2011). A qualidade fisiológica das sementes é influenciada pelo genótipo, sendo máxima 
na sua maturidade, e a temperatura influencia na velocidade e na uniformidade de 
germinação. 
Várias metodologias de tratamento de sementes de diferentes espécies de 
Passiflora já foram avaliadas, principalmente para os materiais silvestres, com maior 
ocorrência de dormência das sementes. Diferentes resultados de pesquisa preconizam o 
uso de biorreguladores como forma de acelerar e incrementar a germinação das sementes, 
além de promover o crescimento de mudas de diferentes espécies (LEONEL e 
29 
 
PEDROSO, 2005; JOSÉ et al., 2020). 
Costa et al. (2010) obtiveram resultados eficazes para superação de dormência de 
sementes de P. setacea recém-colhidas, após submetidas à aplicação de reguladores 
vegetais. A lentidão e desuniformidade de germinação das sementes podem limitar a 
exploração comercial de materiais promissores, pois a propagação por sementes é a mais 
rápida e eficiente. 
Com o desenvolvimento de híbridos de maracujazeiro cada vez mais produtivos, 
a tendência é a redução do uso de sementes dos frutos colhidos no próprio pomar, uma 
vez que ocorre perda de heterose, podendo originar plantas com menor produtividade, 
menor tamanho dos frutos, maior suscetibilidade a doenças e maior desuniformidade em 
suas características. Mesmo as variedades ou populações podem ter problemas de 
autoincompatibilidade e perda de heterose nas gerações seguintes, principalmente quando 
há produção de sementes a partir de poucas plantas, geneticamente próximas. 
A conscientização dos agricultores é importante para sustentabilidade do setor 
produtivo na renovação do pomar, por meio da aquisição de sementes ou mudas de 
produtores/viveiristas qualificados, visando garantir a origem genética e manter o padrão 
dos frutos colhidos. Nesse cenário, estão inseridas as empresas de sementes e mudas de 
maracujazeiro, interessadas em se legalizarem para produzirem propágulos das novas 
cultivares e disponibilizá-las ao mercado. 
A lei de acesso ao patrimônio genético em vigor, a qual se aplica para o gênero 
Passiflora, estabelece que a exploração econômica de material reprodutivo desenvolvido 
a partir de acesso ao patrimônio genético nacional está condicionada à prévia 
apresentação de notificação ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGEN 
(VASCONCELOS, 2015). A notificação deve ser efetivada pelo produtor do último elo 
da cadeia do material reprodutivo, ou seja, o produtor de sementes e de mudas, 
apresentado o atestado de regularidade do acesso (cadastro ou autorização) emitido pelo 
CGEN, bem como indicando a modalidade de repartição de benefícios escolhida 
(monetária ou não monetária). 
Em 2020, havia 23 produtores de sementes inscritos no Renasem habilitados para 
produção de sementes de P. edulis, 9 habilitados para produção de sementes de P. alata, 
3 habilitados para produção de sementes de P. caerulea, 3 habilitados para produção de 
sementes de P. setacea, 3 habilitados para produção de sementes de P. setacea x P. 
30 
 
coccinea e 1 habilitado para P. coccinea (RENASEM/MAPA, 2020). Os produtores de 
sementes de maracujá-azedo estavam distribuídos nos Estados da AM, DF, ES, MG, MT, 
PR, PE, RS, SC e SP. A primeira inscrição no Renasem é de 2005, quando entrou em 
vigor a legislação de sementes e mudas e houve a disponibilização das primeiras 
cultivares no mercado. 
Quanto aos produtores de mudas de maracujá-azedo, havia 569 inscritos no 
Renasem, sendo 207 em MG, 106 em SP e 56 no ES. Existiam também 103 produtores 
de mudas de maracujá-doce inscritos (RENASEM/MAPA, 2020). O Estado da Bahia, 
maior produtor nacional de frutos, tinha apenas 17 viveiros legalizados para produção de 
mudas de P. edulis, em 2020. O fato de ter poucos produtores de mudas e a inexistência 
de produtores de semente de maracujá-azedo na Bahia pode indicar uma alta taxa de uso 
de sementes salvas ou de mudas sem origem genética pelos agricultores. Isso reflete em 
menor demanda por material propagativo legalizado e baixa produtividade dos pomares 
(10,3 t ha-1), mostrando a necessidade de desenvolver mais ações de transferência de 
tecnologia nesse Estado. 
Os programas de melhoramento necessitam de mais informações sobre o mercado 
nacional de sementes e mudas de maracujazeiro para orientar novas linhas de pesquisa, 
possibilitando o desenvolvimento de novas cultivares que atendam às demandas dos 
diversos consumidores, obtenção de tecnologias para produção e tratamento de sementes 
e o estabelecimento de padrões de qualidade para sementes e mudas, visando a 
estruturação e profissionalização da cadeia produtiva do maracujazeiro no Brasil. Além 
disso, esses dados poderão colaborar nas definições de estratégias para posicionamento 
internacional da genética brasileira de maracujazeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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CAPÍTULO 1 – PÓS-MELHORAMENTO DE Passiflora spp. NO BRASIL: A 
EXPERIÊNCIA DA EMBRAPA EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1Artigo aceito para publicação na Série Documentos da Embrapa em junho 2020. 
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PÓS-MELHORAMENTO DE Passiflora spp. NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DA 
EMBRAPA EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 
 
Resumo: As atividades pós-melhoramento são fatores-chave no posicionamento de 
cultivares no mercado. Diferentes ações como validação agronômica, industrial e de 
mercado nas regiões produtoras, aplicação de metodologias estratégicas de marketing, 
bem como registro e proteção de materiais genéticos são fundamentais para o sucesso do 
novo produto e sua inserção na cadeia produtiva. O planejamento e a execução organizada 
dessas atividades constituem etapas importantes no processo de inovação e nos permitem 
agregar mais valor à sociedade. Este artigo apresenta a análise das atividades pós-
melhoramento do maracujá (Passiflora spp.) realizadas pela Embrapa e parceiros, a fim 
de relatar como a estruturação dessas ações e a integração de esforços entre agentes 
públicos e privados otimizam o trabalho de transferência de tecnologia, aprimoram a 
adoção de cultivares derivadas da biodiversidade e podem ser exemplo para outras 
instituições de pesquisa no Brasil. O melhoramento genético do maracujá, o fornecimento 
de novos materiais tolerantes a doenças com alto potencial de produção e ornamentação 
e adaptados a diferentes regiões, juntamente com a rede de validação implementada pela 
Embrapa, têm permitido a recomendação de diferentes cultivares de maracujá 'BRS' para 
cultivo em todo o território nacional. 
 
Palavras-chave: desenvolvimento de mercado, maracujá, Passifloraceae, transferência 
de tecnologia, inovação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POSTBREEDING OF Passiflora spp IN BRAZIL: EMBRAPA'S EXPERIENCE 
IN TECHNOLOGICAL INNOVATION 
 
Abstract: Post-breeding activities are key factors in the market positioning of cultivars. 
Different actions such as agronomic, industrial

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