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Cadeia Produtiva de Culturas Perenes

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2018
Cadeia Produtiva de 
Culturas Perenes
Profª Rachel Soares Ramos
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª Rachel Soares Ramos
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
630.81
R175cRamos, Rachel Soares
 Cadeia produtiva de culturas perenes / Rachel Soares Ramos. 
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 210 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0144-3
 
 1.Agricultura - Brasil. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
aPresentação
A agricultura, com usos de insumos, máquinas e cultivares superiores 
tem resultado em produtividades nunca antes vistas.
O sistema agrícola, ao mesmo tempo que produz alimentos para a 
população mundial, tem trazido enormes prejuízos para o meio ambiente, 
como o aquecimento global.
Devido à produção desenfreada, a temperatura média da superfície 
da Terra vem aumentando nos últimos 150 anos, e as possíveis causas são o 
aumento de gases do efeito estufa e o desmatamento das florestas.
As mudanças ambientais têm sido observadas em diversos locais, 
como a diminuição da cobertura de gelo, o aumento do nível do mar 
e as alterações dos padrões climáticos, e tem despertado a atenção de 
ambientalistas, governos e sociedade civil, pois essas mudanças podem 
influenciar as atividades agrícolas e também os ecossistemas, em que várias 
espécies podem desaparecem sem serem conhecidas e estudadas.
Atualmente, pode-se dizer que o melhoramento de plantas é o principal 
motor para a produção de alimento, energia, fibras e condições de vida para 
a sociedade. Com a rápida evolução da tecnologia, os conhecimentos em 
genética, estatística, biologia e, mais recentemente, com a biologia molecular, 
temos observado a grande responsabilidade que o melhoramento de plantas 
tem na vida de todos.
Passamos da redescoberta das Leis de Mendel à evolução das “ômicas” 
em um período relativamente curto, em que ainda não conseguimos enxergar 
a abrangência e os impactos, sejam positivos ou negativos na nossa vida. 
A evolução da Ciência, em particular do melhoramento de plantas, 
tem um papel crucial para o desenvolvimento sustentável do planeta e do 
bem-estar de todos os povos. Depende de nós fazermos bom uso dessa 
ferramenta valiosa.
Vemos, no momento atual, uma evolução na forma de pensar das 
pessoas. Atividades agrícolas errôneas que eram praticadas em outros tempos 
não são mais aceitas, portanto, temos que buscar alternativas para reduzir a 
poluição ambiental e, ao mesmo tempo, produzir alimentos saudáveis, com 
alta produtividade e rentabilidade.
IV
O cafeeiro, atualmente, é o principal produto agrícola na balança 
comercial brasileira. A cultura tem papel de destaque tanto na grande 
quanto na pequena propriedade, contribuindo de forma relevante na 
renda de diversas famílias e cidades do interior do país. Neste sentido, a 
pesquisa e a extensão são fundamentais para aumentar a produtividade e a 
sustentabilidade das lavouras pelo país afora.
Assim também é a cultura do eucalipto, que apresenta crescimento 
rápido e é uma alternativa para a produção de madeira e inúmeros produtos, 
como celulose, carvão, lenha, painéis, postes, dormentes, mourões, serrados, 
móveis, embalagens e outros.
O eucalipto, além de ser um ótimo produto para o setor madeireiro, 
pode ser alternativa para reflorestamentos e para uso em sistemas de 
consórcio com outras culturas ou animais.
Atualmente, a preocupação com a sustentabilidade das florestas 
nativas tem incentivado empresas e agricultores a buscarem outras espécies 
florestais, capazes de suprir a demanda por produtos florestais.
As frutas têm um apelo nutritivo muito grande, pois além de 
inúmeras vitaminas, minerais, elas podem ser consumidas de variadas 
formas, in natura, sucos, licores, doces, compotas, o que as torna versáteis e 
com elevada apreciação pela maioria da população mundial.
As práticas agrícolas voltadas para uma ação mais sustentável, sem 
contaminação alimentar devido ao uso de agrotóxicos e que possa levar 
desenvolvimento para as comunidades rurais, têm despertado o interesse 
da sociedade.
As culturas descritas são perenes e permanecerão no campo por 
vários anos, o que torna um importante fator de proteção dos solos. No 
entanto, algumas práticas podem contribuir para a degradação dos solos, 
processos erosivos e perda de nutrientes e de matéria orgânica, que acarreta 
na poluição das águas e em última análise do meio ambiente.
Diante disso, é de suma importância as pesquisas, estudos e 
conhecimento técnico das práticas de manejo das espécies de importância 
agrícola, o que evitará prejuízos, tanto para a sociedade como para o meio 
ambiente. Práticas agrícolas adequadas, manejo apropriado do solo e 
sistemas de produção que beneficiem o ambiente contribuem para tornar a 
agricultura aliada da qualidade de vida da população. 
Bons Estudos
Profª Rachel Soares Ramos
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA .......................................................... 1
TÓPICO 1 – CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA .............................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA MUNDIAL ............................................................... 4
3 BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ........................................................... 6
3.1 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA ........................................................... 8
3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA ............. 9
4 AGRICULTURA FAMILIAR E AGRICULTURA PATRONAL ................................................... 10
4.1 AGRICULTURA FAMILIAR ......................................................................................................... 10
4.2 AGRICULTURA PATRONAL ........................................................................................................ 12
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – MELHORAMENTOGENÉTICO DE PLANTAS ....................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 REPRODUÇÃO DAS ESPÉCIES CULTIVADAS ........................................................................... 20
2.1 REPRODUÇÃO SEXUADA ........................................................................................................... 20
2.2 REPRODUÇÃO ASSEXUADA ...................................................................................................... 20
3 BANCOS DE GERMOPLASMA ........................................................................................................ 21
4 APLICAÇÃO DA GENÉTICA NO MELHORAMENTO DE PLANTAS ................................... 25
5 MÉTODOS DE MELHORAMENTO ................................................................................................ 26
5.1 SELEÇÃO MASSAL ........................................................................................................................ 27
5.2 SELEÇÃO MASSAL ESTRATIFICADA ....................................................................................... 27
5.3 SELEÇÃO COM TESTE DE PROGÊNIES .................................................................................... 28
5.3.1 Etapas da avaliação e seleção das progênies ...................................................................... 28
5.4 SELEÇÃO RECORRENTE .............................................................................................................. 29
5.5 RETROCRUZAMENTO.................................................................................................................. 30
5.6 MÉTODO DESCENDENTE DE UMA ÚNICA SEMENTE (SSD) ............................................ 31
6 MELHORAMENTO DE ESPÉCIES PROPAGADAS ASSEXUADAMENTE ........................... 32
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 35
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 – BIOTECNOLOGIA VEGETAL ...................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 MARCADORES MOLECULARES .................................................................................................... 37
2.1 MARCADORES FENOTÍPICOS .................................................................................................... 37
2.2 MARCADORES BIOQUÍMICOS ................................................................................................... 38
2.3 MARCADORES GENÉTICOS ....................................................................................................... 38
2.4 MAPEAMENTO GENÉTICO DE LOCOS CONTROLADOS DE 
 CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS (QTLs) ......................................................................... 40
3 CULTURA DE TECIDOS .................................................................................................................... 41
3.1 MICROPROPAGAÇÃO .................................................................................................................. 41
3.2 EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA ...................................................................................................... 43
sumário
VIII
3.2.1 Aspectos morfológicos ........................................................................................................... 43
3.2.2. Etapas da embriogênese somática ....................................................................................... 44
3.2.3 Reguladores de crescimento ................................................................................................. 45
4 TRANSFORMAÇÃO GENÉTICA .................................................................................................... 45
4.1 PLANTAS TRANSGÊNICAS ......................................................................................................... 46
4.2. POTENCIAL DE APLICAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO GENÉTICA DE 
 PLANTAS ...................................................................................................................................... 46
4.2.1 Melhoramento genético ......................................................................................................... 46
4.2.2 Produção de metabolitos secundários ................................................................................. 47
4.2.3 Pesquisa básica ........................................................................................................................ 47
4.3 GENES MARCADORES ................................................................................................................ 47
4.3.1 Genes marcadores de seleção ................................................................................................ 48
4.3.2 Genes repórteres ..................................................................................................................... 49
4.3.3 Etapas da transformação ....................................................................................................... 49
4.3.3.1 Identificação, clonagem e isolamento do gene ....................................................... 50
4.3.3.2 Métodos de transformação ....................................................................................... 50
4.3.3.2.1 Transformação mediada por Agrobacterium ............................................ 50
4.3.3.2.2 Biobalística .................................................................................................... 52
4.3.3.2.3 Eletroporação ............................................................................................... 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 54
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 63
UNIDADE 2 – PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS CULTURAS PERENES .................................... 65
TÓPICO 1 – A CULTURA DO CAFEEIRO (Coffea spp.) ................................................................. 67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67
2 CULTIVARES ........................................................................................................................................ 68
2.1 CAFÉ CONILON ............................................................................................................................. 68
2.1.1 Principais cultivares de café conilon .................................................................................... 69
2.1.2 Principais cultivares de Coffea Canephora ............................................................................ 70
2.2 CAFÉ ARÁBICA .............................................................................................................................. 70
3 EXIGÊNCIAS EDAFOCLIMÁTICAS E SAZONALIDADE DA PRODUÇÃO ...................... 72
3.1 SAZONALIDADE DE PRODUÇÃO DO CAFÉ ARÁBICA ...................................................... 73
4 SISTEMA DE PLANTIO CONVENCIONAL ................................................................................. 74
5 IMPLANTAÇÃO DA LAVOURA ..................................................................................................... 74
5.1 ADUBAÇÃO DO CAFEEIRO .......................................................................................................75
5.2 MANEJO DE PRAGAS DO CAFEEIRO ....................................................................................... 76
5.3 MANEJO DE DOENÇAS DO CAFEEIRO ................................................................................... 77
5.4 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS DO CAFEEIRO ............................................................. 77
6 PRODUÇÃO DE MUDAS .................................................................................................................. 78
7 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO CAFEEIRO ...................................................... 79
8 MANEJO CULTURAL: PODA DO CAFEEIRO .............................................................................. 80
8.1 TIPOS DE PODAS ............................................................................................................................ 81
8.1.1 Recepa....................................................................................................................................... 81
8.1.2 Decote ....................................................................................................................................... 81
8.1.3 Esqueletamento ....................................................................................................................... 81
8.1.4 Capação .................................................................................................................................... 82
8.1.5 Desponte .................................................................................................................................. 82
8.1.6 Poda no café robusta (C. canephora) ...................................................................................... 82
9 COLHEITA, PÓS-COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO DO CAFÉ .......................................... 83
10 SISTEMAS DE CULTIVO: SISTEMA AGROFLORESTAIS ..................................................... 85
IX
10.1 EXEMPLO DE SAFS EM CAFEEIROS ....................................................................................... 87
11 SISTEMAS DE CULTIVO: PLANTIO DO CAFÉ ORGÂNICO .............................................. 87
11.1 SISTEMAS DE CULTIVO: PLANTIO DO CAFÉ ORGÂNICO ............................................. 89
11.2 CONVERSÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL PARA O 
 SISTEMA ORGÂNICO DO CAFÉ ............................................................................................. 89
11.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA UTILIZADA NA LAVOURA DE CAFÉ ................................... 90
11.4 CONTROLE DE PRAGAS NO SISTEMA ORGÂNICO......................................................... 90
11.5 CONTROLE DE DOENÇAS NO SISTEMA ORGÂNICO ..................................................... 91
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 92
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 2 – A CULTURA DO EUCALIPTO (Eucalyptus spp.) ...................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 PRINCIPAIS ESPÉCIES DO GÊNERO EUCALYPTUS CULTIVADAS NO BRASIL ...........103
3 SISTEMA DE PLANTIO CONVENCIONAL ...............................................................................105
3.1 PRODUÇÃO DE SEMENTES ......................................................................................................105
3.2 PRODUÇÃO DE MUDAS ............................................................................................................106
3.3 ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTIO .....................................................................107
3.4 PREPARO DO SOLO .....................................................................................................................107
3.5 CALAGEM E ADUBAÇÃO DO EUCALIPTO ..........................................................................107
4 IMPLANTAÇÃO .................................................................................................................................107
4.1 TRATOS CULTURAIS ...................................................................................................................109
4.2 EXPLORAÇÃO ..............................................................................................................................110
5 SISTEMAS AGROFLORESTAIS .....................................................................................................112
6 MANEJO CULTURAL – FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS QUE AFETAM 
 A PRODUTIVIDADE ........................................................................................................................113
6.1 PRAGAS DO EUCALIPTAL ........................................................................................................113
6.2 OUTRAS PRAGAS ........................................................................................................................115
6.3 PRINCIPAIS DOENÇAS NA CULTURA DO EUCALIPTO ...................................................116
6.4 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS .......................................................................................117
7 COLHEITA E PÓS-COLHEITA ........................................................................................................117
8 FOMENTO FLORESTAL ...................................................................................................................118
9 CUSTO DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE ECONÔMICA......................................................120
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................121
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
UNIDADE 3 – PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS CULTURAS PERENES ..................................131
TÓPICO 1 – A CULTURA DA BANANEIRA (Musa spp.) ............................................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 CULTIVARES.......................................................................................................................................133
2.1 SISTEMA DE CULTIVO................................................................................................................135
2.2 IMPLANTAÇÃO DE CULTURAS ..............................................................................................135
2.3 ESCOLHA DA ÁREA ...................................................................................................................135
2.4 ÉPOCA DE PLANTIO ..................................................................................................................135
2.5 VARIEDADES E ESPAÇAMENTO ............................................................................................136
2.6 PREPARO DA ÁREA ...................................................................................................................136
2.7 CALAGEM E ADUBAÇÃO .........................................................................................................137
2.8 MUDAS E PLANTIO .....................................................................................................................137
3 MANEJO CULTURAL .......................................................................................................................138X
3.1 MANEJO DE PRAGAS NA CULTURA DA BANANEIRA ....................................................139
3.2 MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA BANANEIRA .................................................140
3.3 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA BANANEIRA ..........................141
4 CICLO DA CULTURA .......................................................................................................................141
5 MANEJO DA IRRIGAÇÃO ..............................................................................................................142
5.1 IRRIGAÇÃO POR SULCOS .........................................................................................................142
5.2 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO CONVENCIONAL SUB-COPA ............................................143
5.3 MICROASPERSÃO ........................................................................................................................144
6 COLHEITA E PÓS-COLHEITA ........................................................................................................145
7 CUSTO DE PRODUÇÃO .................................................................................................................145
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................150
TÓPICO 2 – A CULTURA DA MACIEIRA (Malus spp.) ...............................................................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151
2 CULTIVARES ......................................................................................................................................151
3 SISTEMA DE CULTIVO ..................................................................................................................155
3.1 IMPLANTAÇÃO DE CULTURAS ..............................................................................................155
3.1.1 Característica da área ..........................................................................................................155
3.1.2 Preparo da área .....................................................................................................................156
3.1.3 Adubação ..............................................................................................................................156
3.2 SISTEMA DE CONDUÇÃO, DENSIDADE DE PLANTIO E ESPAÇAMENTO ..................156
3.3 PODAS ............................................................................................................................................156
3.3.1 Poda de formação .................................................................................................................157
3.3.2 Poda de frutificação (Poda seca ou Poda de inverno) .....................................................158
3.3.3 Poda verde (Poda no verão) ................................................................................................158
3.4 PROPAGAÇÃO DA MACIEIRA .................................................................................................159
3.5 PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTOS PARA MACIEIRA .....................................................159
3.5.1 Produção de mudas por dupla enxertia ............................................................................160
3.5.1.1 Propagação do porta-enxerto .................................................................................160
3.5.1.2 Preparo dos garfos e enxertia de mesa da cultivar copa no filtro .....................161
3.5.1.3 Enxertia do filtro no porta-enxerto a campo ........................................................161
3.5.1.4 Condução da muda, arranquio e frigorificação ...................................................161
4 MANEJO CULTURAL .......................................................................................................................161
4.1 MANEJO DE PRAGAS DA MACIEIRA ...................................................................................162
4.2 MANEJO DE DOENÇAS DA MACIEIRA ................................................................................162
4.3 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA MACIEIRA ....................................................162
5 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS ..........................................................................................................162
5.1 CICLO DA CULTURA .................................................................................................................163
6 COLHEITA E PÓS-COLHEITA ........................................................................................................164
7 CUSTO DE PRODUÇÃO .................................................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
TÓPICO 3 – CULTURA DO CITROS (Citrus spp.) ........................................................................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 CULTIVARES ......................................................................................................................................172
2.1 PORTA-ENXERTOS ......................................................................................................................174
3 SISTEMA DE CULTIVO E IMPLANTAÇÃO DE CULTURA ..................................................175
3.1 MERCADOS ..................................................................................................................................176
3.2 A ESCOLHA DA ÁREA ...............................................................................................................176
3.3 PREPARO DA ÁREA ...................................................................................................................176
XI
3.4 ESPAÇAMENTO E PLANTIO ....................................................................................................176
3.5 EXIGÊNCIAS EDAFOCLIMÁTICAS .........................................................................................177
3.6 PRODUÇÃO DE MUDAS ............................................................................................................178
3.6.1 Tipos de mudas .....................................................................................................................178
3.6.2 Plantas matrizes ....................................................................................................................179
4 MANEJO CULTURAL ......................................................................................................................180
4.1 MANEJO DA PODA NOS CITROS ............................................................................................180
4.2 PODA DE FORMAÇÃO E CONDUÇÃO ..................................................................................180
4.3 PODA DE LIMPEZA .....................................................................................................................180
4.4 PODA DE REDUÇÃO DE COPA ................................................................................................181
4.5 PODA DE REJUVENESCIMENTO .............................................................................................181
4.6 MANEJO DE DOENÇAS DOS CITROS .....................................................................................181
4.7 MANEJO DE PLANTAS DANINHASDOS CITROS .............................................................183
4.8 MANEJO DE PRAGAS DOS CITROS .......................................................................................183
5 COLHEITA E PÓS-COLHEITA ........................................................................................................183
6 COMERCIALIZAÇÃO ......................................................................................................................184
7 CUSTO DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE ECONÔMICA......................................................184
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................187
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................190
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................192
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................193
XII
1
UNIDADE 1
CONCEITOS GERAIS DE 
AGRICULTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
• identificar a importância socioeconômica da agricultura;
• entender os primórdios da agricultura e a evolução da agricultura moder-
na no Brasil;
• refletir sobre a importância do melhoramento de plantas;
• identificar os principais métodos de seleção de plantas;
• compreender as bases da biotecnologia vegetal e a sua evolução.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA 
TÓPICO 2 – MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS
TÓPICO 3 – BIOTECNOLOGIA VEGETAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
1 INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que a agricultura passou por milênios de evoluções isoladas, 
que culminaram com grande diversidade de sistemas fundiários em todo o 
planeta. O cultivo agrícola não surgiu como um passe de mágica, em que o homem, 
de caçador e coletor, passa a ser agricultor. As diferentes populações humanas 
domesticaram certas espécies por razões, fins e usos diversos (OLIVEIRA JR., 1989). 
A análise da dinâmica dos sistemas agrários das diferentes partes do mundo 
e em diferentes épocas permite captar o movimento geral de transformações no 
tempo e de diferenciação no espaço agrícola (MAZOYER; ROUDART, 2010).
Admite-se que as primeiras semeaduras aconteceram de forma acidental, 
próximas às moradias, em lugares de debulhas e de preparo culinário dos cereais 
nativos, e assim, os primeiros agricultores souberam reconhecer e preservar 
as linhagens de plantas e de animais que lhes traziam vantagens (MAZOYER; 
ROUDART, 2010).
 
Assim, o extrativismo deu lugar, paulatinamente, à Revolução Agrícola, 
em que o homem passou de caçador-pescador-extrativista a criador de animais e 
agricultor. Essa revolução teve consequências importantes, por exemplo, o aumento 
da população mundial, o que modificou a relação com a terra. E o sistema de cultivo 
fundamentou-se na derrubada/queimada das florestas (FLANNERY, 1973).
Durante séculos os agricultores evoluíram a forma de cultivar a terra, 
modificando as relações de acordo com o local, a época e o clima.
Entre os séculos XIV e XIX ocorreu a primeira revolução agrícola dos 
tempos modernos, com produção em larga escala de diversos produtos, como 
cana-de-açúcar, algodão, café e outros.
A segunda revolução agrícola iniciou-se no século XX, em que os sistemas 
motorizados, mecanizados, com uso de insumos e fertilizantes, dominaram a 
produção agrícola.
Atualmente, vemos a evolução tecnológica na produção agrícola, no 
entanto, diversos problemas e dificuldades têm surgido dessa evolução. Cabe a 
nós resolvermos esses problemas e promover a evolução real na agricultura e nas 
relações do homem com a terra.
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
4
2 BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA MUNDIAL
A agricultura iniciou-se no período neolítico, há 10.000 anos. Anteriormente 
a esse período o homem retirava da natureza os alimentos necessários para sua 
sobrevivência. Estes se baseavam na caça, pesca e coleta de frutos, raízes, grãos e 
outros produtos (OLIVEIRA JR., 1989). 
A atividade agrícola surge a partir do momento em que uma determinada 
sociedade consegue reunir condições suficientes para tirar proveito das 
potencialidades do ambiente. De acordo com Oliveira Jr. (1989), diversos fatores 
contribuíram para a emergência da agricultura, dentre eles destacam-se: 
• O modelo de consumo alimentar: A alimentação ainda era proveniente da caça, 
pesca e da coleta; e os cereais começaram a ser componentes da dieta alimentar.
• O sedentarismo: O sedentarismo se desenvolveu em regiões e locais onde as 
condições do meio ambiente foram favoráveis ao desenvolvimento de plantas 
e animais.
• Criação de animais: O sedentarismo possibilitou a criação de animais. A caça 
era ainda a principal forma de alimentação.
• Uso de instrumentos: Os instrumentos foram se adaptando à necessidade de 
coleta de cereais, a cerâmica possibilitou a utilização de potes (de cerâmica) 
para armazenar os alimentos.
• Surgimento de outras formas de organização social: Anteriormente, a 
organização social era baseada em bandos, nesse período surge a organização 
social da família.
A agricultura iniciou-se em diversas regiões do mundo, desde a América 
Central até a China. É interessante destacar que a agricultura se desenvolveu em 
épocas diferentes nas diversas regiões e que a atividade agrícola evoluiu com a 
sociedade humana (HARLAN, 1992). 
No Oriente Médio, que atualmente compreende a Europa, África e o Oeste 
da Ásia, a agricultura surgiu há aproximadamente 10.000 anos. Nestas regiões, 
cultivava-se cereais, como trigo e cevada, leguminosas, a exemplo de lentilha, 
ervilha; e fava e o linho, para a produção de tecidos. Bovinos, ovinos, caprinos e 
galinhas eram os animais criados nessas regiões. Na Europa Ocidental, cultivou-
se aveia e centeio; e na África, o sorgo.
A agricultura surgiu na América Central há aproximadamente 5.000 a 
6.000 anos. As principais plantas cultivadas foram o milho, o feijão e o algodão. E 
os animais criados foram porcos e javalis. Na Amazônia cultivou-se mandioca e 
no Peru cultivou-se batata. 
Na China, a agricultura surgiu há aproximadamente 5.000 anos. Os 
principais produtos cultivados foram o arroz e a soja.
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
5
No Brasil, existem evidências, por meio de gravuras rupestres, objetos de 
pedras e materiais acumulados, de que os primeiros habitantes do Planalto Central 
viveram há aproximadamente 10 mil anos. Viviam em grupos e sobreviviam da 
caça, pesca e coleta de frutos, e mais tarde começaram a cultivar. 
Registros demonstram que no Brasil a agricultura teve início há quatro mil 
anos, com cultivos de milho, mandioca, batata-doce, abóboras, amendoim, feijão 
e outras plantas. Diversas plantas foram utilizadas como alimento, remédios e 
matéria-prima. 
Os indígenas do Brasil viviam, inicialmente, do extrativismo; e mais 
tarde, povos como os tupis desenvolveram técnicas de cultivo e se tornaram 
agricultores. Os tupis adaptaram as plantações às condições naturais, utilizaram-
se das encostas mais drenadas para algumas lavouras e solos mais ricos para 
lavouras mais exigentes. As hortas eram cultivadas próximas às aldeias, onde 
cultivavam feijão, milho, batata-doce e outras espécies vegetais.
Em 1926, o engenheiro agrônomo Vavilov (1926) pesquisou a origem de 
diversas espécies. Em seu trabalho, ele quantificou e verificou a distribuição das 
espécies e seus parentais silvestres em vários locais do mundo. O autor identificou 
oito centros de origem de várias plantas cultivadas, sendo assim divididos: 
1 – Chinês
2 – Indiano
2a– Indo-Malaio
3 – Asiático Central
4 – Oriente Próximo
5 – Mediterrâneo
6 – Abissínio ou Etíope
7 – Mexicano do Sul e Centro-Americano
8 – Sul-Americano
8a – Chiloé
8b – Brasil e Paraguai
A área total desses centros equivale a um quadragésimo da Terra, e 
aproximadamente 640 espécies são originárias do Velho Mundo, enquanto pelo 
menos 100 espécies foram originadas no Novo Mundo (BORÉM; MIRANDA, 2009). 
Vavilov (1926) demonstrou que no interior do centro de origem de uma 
espécie caracteriza-se o acúmulo de alelos dominantes e que na região periférica 
ocorre o acúmulo de alelos recessivos. Ele também identificou centros primários, 
onde se encontra a maior diversidade de espécies, e centros secundários, em que 
as espécies surgiram de tipos que migraram do centro primário, e muitas espécies 
foram identificadas em diferentes centros, e quando isso ocorre as espécies em 
cada centro são distintas. É interessante notar que esses centros estão separados 
por desertos, montanhas e mares. Por exemplo, o México é o centro primário do 
milho e a China o centro secundário.
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
6
Harlan (1971) cita que as espécies atuais sofreram grandes modificações 
durante o período de pós-domesticação, e isso acarretou em aumento da distância 
genética entre si e seus parentes silvestres. Assim, para o autor, o termo centro 
de diversidade é mais apropriado, pois as plantas cultivadas originaram-se de 
maneira difusa e gradativa no tempo e no espaço. 
QUADRO 1 – ALGUMAS ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SEUS RESPECTIVOS 
CENTROS DE ORIGEM
Agronômicas Olerícolas Fruteiras e outras
Espécie Centro Espécie Centro Espécie Centro
Amendoim Brasil/Paraguai Couve Ásia Menor
Mediterrâneo
Banana Etiópia
Milho América Central Cenoura Ásia Central
Ásia Menor
Castanha-
do-pará
Amazônia
Arroz África Sudeste
Asiático
Alho Ásia
Mediterrâneo
Coco Sudeste
Asiático
Trigo Etiópia
Ásia Menor
Alface Mediterrâneo Limão Índia
Mandioca Brasil/Paraguai Batata Andes Abacaxi América 
Central
Aveia Ásia Menor
Mediterrâneo
Tomate Andes
América
Central
Café Etiópia
FONTE: Borém e Miranda (2009, p. 53-54)
De acordo com um estudo conduzido pela Academia Americana de 
Ciências, das 3.000 espécies utilizáveis, apenas 20 a 30 delas constituem a base 
agrícola da humanidade (BORÉM; MIRANDA, 2009).
3 BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA BRASILEIRA
Antes da chegada dos portugueses no Brasil, a agricultura já era conhecida 
pelos nativos. Estes cultivavam mandioca, amendoim, tabaco, batata-doce e o 
milho. Também realizavam o extrativismo de plantas como o babaçu e pequi, 
além de coletar frutas, como jabuticabas, caju, cajá, dentre outras frutas nativas 
(BARBOSA, 2011).
A agricultura brasileira, para a comercialização, iniciou-se efetivamente 
com a cultura da cana-de-açúcar, a partir de 1530. Segundo Barbosa (2011), a 
produção açucareira tinha como objetivo a ocupação efetiva pelo povoamento e a 
colonização da costa brasileira e, além disso, o açúcar era a mercadoria de maior 
valor mundial, o que traria benefícios financeiros à Colônia.
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
7
Além do plantio da cana-de-açúcar, na colônia também se produzia 
tabaco e algodão. O sistema de plantio da cana-de-açúcar foi baseado na 
escravidão, no entanto, algumas camadas de pequenos e médios produtores 
conseguem implantar uma agricultura diversificada, para a subsistência, com 
plantio de mandioca, na bacia amazônica, a batata-doce, na região central e o 
milho (LINHARES, 1995).
No período da mineração, na região Centro-Sul do país, a criação de gado 
teve destaque, principalmente devido à distância do litoral e a necessidade de 
transporte de carga, que era realizado em mulas, cavalos e gado.
A economia mineira foi diversificada, não sendo exclusivamente a extração 
do ouro. Além da agricultura, a pecuária também se desenvolveu na região 
mineradora (CARRARA, 2000). A criação de gado muar foi destaque nesse período.
O adensamento populacional da região propiciou o desenvolvimento de 
atividades econômicas diferentes e complementares à atividade extrativa, como 
criação de gado, além da produção de mandioca, algodão, açúcar, carne de porco 
e outros gêneros (LAMAS, 2008).
Nesse período, os três centros econômicos do Brasil se interligavam por 
meio da atividade pecuária. No Maranhão, a produção do arroz intensificou-se, 
aproveitando-se da guerra de independência dos Estados Unidos. O restante da 
colônia sofria profunda crise econômica. 
No início do século XIX ocorre o declínio do ouro e a decadência da região 
mineira.
O turbulento período na Europa fez com que a Corte portuguesa viesse 
para o Brasil. Após a Independência do Brasil, a Inglaterra já dominava o comércio 
e pressionava o governo brasileiro para acabar com o tráfico de escravos.
Em meio a essas dificuldades, o café começou a surgir como nova fonte de 
riqueza para o Brasil.
O café foi um dos produtos agrícolas plantados em larga escala, 
essencialmente para a exportação, no início do século XIX. A economia cafeeira 
iniciou-se com o trabalho escravo, com o estabelecimento de infraestrutura e 
tecnologia agrícola com baixo custo de produção, em relação ao sistema açucareiro.
Na economia cafeeira, no final do século XIX, inicia-se o trabalho 
assalariado e se estabelece uma infraestrutura e tecnologia agrícola. A abundância 
de mão de obra, advinda da região mineradora, além da proximidade ao porto, 
contribuíram para a implantação dos cafezais.
Diversos fatores contribuíram para o início da modificação da economia 
brasileira no final do século XIX, dentre eles, o aumento da importância relativa 
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
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do trabalho assalariado, a gestação do mercado interno e o controle da oferta 
mundial do café. A renda gerada pelo café permitiu remunerar os proprietários, 
os assalariados e o governo.
A expansão da cafeicultura aumentou a massa de assalariados e o início 
de um mercado interno no Brasil. Devido à crise do café, ocorre a redução de 
importação de mercadorias, fato que contribui para o início de uma incipiente 
produção industrial. 
Nos anos de 1930, no governo de Getúlio Vargas, o modelo agrário-
exportador foi substituído pelo modelo nacional-desenvolvimentista, quando se 
inicia o período de industrialização no Brasil.
A modernização da agricultura no Brasil pode ser definida como a busca 
da produção através de técnicas modernas que visam maior produtividade da 
terra e do trabalho (SILVA, 2007). 
A modernização da agricultura no Brasil ocorreu a partir do processo de 
industrialização do país, impulsionado pela política econômica do governo nas 
décadas de 50 e 70, quando houve uma grande transformação (ALVES; CONTINI; 
HAINZELIN, 2005). A partir da década de 60 intensificou-se o uso de máquinas, 
adubos e defensivos agrícolas (AGRA; SANTOS, 2001). Dessa forma, de acordo 
com Silva (1996), o que marca a segunda metade do século XX no Brasil é a 
extensão das condições de produção industrial à agricultura, a industrialização 
da agricultura. No entanto, o autor destaca que a transformação não se realizou 
de maneira homogênea e completa ao longo da cadeia produtiva agrícola nos 
vários setores da agricultura ou nas diversas regiões do país. O processo no Brasil 
é singular, pois ele se desenvolve de forma desigual, o que reforça as tendências 
de desequilíbrios regionais existentes no país (SILVA, 1981).
De acordo com Campos (2011), o Estado assumiu papel fundamental, 
em que direciona a política para a expansão concentrada, diferindo produtos 
e regiões, liberação de crédito agrícola e subsídios à produção e consumo de 
insumos e tecnologia moderna, ampliação do capital estatal e particular, estimula 
a instalação da agroindústria e instala infraestrutura física e institucional para a 
entrada do capital no setor agrícola.
Até o início do século XX a produção agrícola brasileira era centrada em 
complexos rurais, com baixo suporte tecnológico e pouco interesse nomercado 
interno (SILVA; BOTELHO, 2014). 
Ao mesmo tempo em que os investimentos na modernização da 
agricultura coincidem com o período de aumento da população urbana no país e 
com o crescimento da procura por produtos agrícolas, ocorre uma das principais 
consequências da modernização da agricultura: o êxodo rural, que de acordo 
3.1 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
9
com Campos (2011) foi devido a vários fatores, como a introdução de máquinas 
agrícolas, o uso intensivo de insumos, a substituição de culturas e a expansão da 
pecuária, atrelado ao pacote tecnológico, com número reduzido de mão de obra. 
Silva e Botelho (2014) citam que a transformação da agricultura em atividade 
industrial foi possível devido ao progresso tecnológico.
Outros fatores contribuíram para a modernização da agricultura, dentre 
eles a disponibilidade de crédito, a abertura de novos mercados externos, o 
crescimento da demanda internacional e do próprio mercado interno. Além disso, 
a consolidação do parque industrial, a internacionalização do pacote tecnológico 
da Revolução Verde, a melhoria dos preços internacionais para os produtos 
agrícolas foram as variáveis que impulsionaram a mudança do modo produtivo 
rural (SILVA; BOTELHO, 2014).
Vantagens da modernização da agricultura
• Aumento do poder de compra da população. 
• Deslocamento do centro de poder para as cidades.
• Aumento da extensão rural entre 1950 e 1970.
• Forte investimento em pesquisa e educação em ciências agrárias. 
• Em 1973 foi criada a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) 
e vários cursos de pós-graduação.
Desvantagens da modernização da agricultura brasileira
• Êxodo rural. A população urbana passou de 31,2% para 44,7% de 1940 a 1960. 
Em 1980 a população urbana era de 67,6% e em 2000 passou para 81,2%.
• Exclusão de grande parte dos agricultores. Os pequenos agricultores, a maioria 
localizados no Nordeste, obtêm baixa renda da propriedade rural, têm baixo 
rendimento agrícola, principalmente devido à dificuldade em obter crédito.
• Muitos agricultores ficaram à margem do processo tecnológico. Estes 
agricultores têm baixa renda e consequentemente baixo poder de crédito, o 
que inviabiliza a modernização da agricultura e os ganhos em produtividade, 
para atender aos grandes mercados consumidores.
O pacote tecnológico pode ser entendido como a transformação do 
campo, no sentido de introdução de novas variedades e novas técnicas de 
cultivo. A Revolução Verde introduziu novos fatores de produção, que tivessem a 
capacidade de elevar a produtividade dos fatores conhecidos como tradicionais, 
como terra e trabalho (SCHULTZ, 1964). No entanto, a introdução dos novos 
fatores ocorreu de forma generalizada e uniforme, embora, no início, se admitisse 
que a base da tecnologia preconizada deveria se desenvolver em cada país de 
acordo com suas peculiaridades. A ideia inicial seria que ocorresse a substituição 
3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MODERNIZAÇÃO DA 
AGRICULTURA
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
10
dos fatores escassos e mais caros, por outros mais abundantes e mais baratos, 
e assim, haveria aumento da produtividade. Essa transformação se deu com 
a Revolução Verde, em que grandes empresas transnacionais participam da 
transformação dos sistemas de cultivo e dos sistemas criatórios e ocorre também 
a transição do trabalho livre, no sistema de colonato, para o trabalho assalariado 
(SUZUKI, 2007). 
Portanto, a tecnologia idealizada para transformar a agricultura tradicional 
acabou se generalizando, sem levar em conta as características das diferentes 
regiões do planeta. 
No caso do Brasil, o pacote tecnológico privilegiou as inovações biológicas, 
que elevaram a produtividade da terra, e as inovações mecânicas, que elevaram a 
produtividade do trabalho (CARMO, 2008).
Nesta transformação, incluiu-se o uso de máquinas, equipamentos, 
fertilizantes, agrotóxicos, sementes e matrizes de plantas melhoradas. No Brasil, 
a adoção desse pacote permitiu a implantação em larga escala de sistemas de 
monoculturas, com o emprego intensivo de fertilizantes e de agrotóxicos, e a 
abertura de um imenso mercado de máquinas, sementes e insumos agrícolas 
(AGUIAR; MONTEIRO, 2005).
A partir de políticas públicas implantadas pelo Governo Federal, em 1995, a 
agricultura foi separada em duas vertentes, os agricultores familiares e o agricultor 
patronal. Esta separação permitiu a operacionalização de políticas públicas, como o 
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
4 AGRICULTURA FAMILIAR E AGRICULTURA PATRONAL
De acordo com a Lei n° 11.326/2006, o agricultor familiar é aquele que 
pratica atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, utiliza 
mão de obra da própria família, e além disso, a renda familiar é vinculada ao 
próprio estabelecimento e o responsável pelo gerenciamento do estabelecimento 
ou empreendimento é a própria família.
A agricultura familiar não emprega trabalhadores permanentes e pode 
empregar até cinco trabalhadores temporários. Silvicultores, aquicultores 
extrativistas, pescadores, indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária 
são considerados agricultores familiares.
Conforme o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA, 2018), o 
que caracteriza a agricultura familiar é a gestão compartilhada pela família e a 
principal fonte geradora de renda é a atividade produtiva agropecuária.
4.1 AGRICULTURA FAMILIAR 
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
11
O agricultor tem uma relação particular com a terra, que além de ser seu 
local de trabalho é também sua moradia. Neste local, a diversidade produtiva é 
outra característica marcante.
Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, 84,4% do total dos 
estabelecimentos agropecuários brasileiros são familiares. Dos 4,4 milhões de 
estabelecimentos, a metade se localiza na Região Nordeste.
Os agricultores familiares constituem a base econômica de 90% dos 
municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Absorve 40% da população 
economicamente ativa do país, ademais, a agricultura familiar é responsável 
por 50% dos alimentos da cesta básica brasileira, sendo importante instrumento 
de controle da inflação (MDA, 2018). Conforme a metodologia de avaliação do 
CEPEA, o PIB do Agronegócio em 2017 participou com 21,6% do PIB brasileiro. 
A agricultura familiar participou com aproximadamente 33% do PIB do 
Agronegócio.
A agricultura familiar possui grande importância econômica vinculada 
ao abastecimento do mercado interno e ao controle da inflação dos alimentos 
consumidos pelos brasileiros. A produção se concentra nas culturas de amendoim, 
batata, cebola, fumo, mandioca, sisal, tomate, uvas, suínos e frango. Além da maior 
parte do cacau, café e leite. Pelo menos 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do 
milho, 38% do café, 34% do arroz e 59% do rebanho suíno são provenientes da 
agricultura familiar, o que reforça a importância e relevância desses agricultores 
no contexto econômico nacional.
A importância da agricultura familiar pode ainda ser contextualizada 
quando se comparam a participação dos segmentos familiar e patronal no 
agronegócio nacional. A agricultura familiar contribui com cerca de 10% do PIB 
nacional, e participou em torno de 32% do PIB do agronegócio, ou seja, cerca de um 
terço do agronegócio nacional esteve na dependência da produção agropecuária 
familiar (CARMO, 2008).
Segundo dados do MDA (2008), o PIB da agricultura familiar tem 
aumentado em relação ao crescimento dos PIBs de outros setores. Em 2003, o PIB 
das cadeias produtivas da agricultura familiar cresceu 13,4 bilhões de reais (cerca 
de 9%), enquanto o PIB nacional cresceu 0,5% e o PIB das cadeias produtivas da 
agricultura patronal cresceu 5,13%.
É interessante notar que a característica da agricultura familiar é fortemente 
regional, e reflete a estrutura fundiária das unidades da federação. Os estados 
do Sul do país são os que possuemmais estabelecimentos familiares. A região 
Sudeste, especialmente São Paulo, apresenta o menor indicador do agronegócio 
familiar, devido à maior agressividade do capitalismo no campo (CARMO, 2008).
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
12
QUADRO 2 – COMPARAÇÃO ENTRE A AGRICULTURA PATRONAL E A AGRICULTURA FAMILIAR
Modelo Patronal Modelo Familiar
Separação entre gestão e trabalho Trabalho e gestão intimamente relacionados
Organização organizada Direção do processo produtivo assegurada 
diretamente pelos proprietários
Ênfase na especialização Ênfase na diversificação
Ênfase em práticas agrícolas padronizáveis Ênfase na durabilidade dos recursos e na 
qualidade de vida
Predomínio de trabalho assalariado Trabalho assalariado complementar
Tecnologias dirigidas à eliminação das 
decisões de momento (pouca flexibilidade)
Decisões imediatas, adequadas ao alto grau de 
imprevisibilidade do processo produtivo
Área média (ha)=600 Área média (ha)=50
Área ocupada (milhões ha) = 240 Área ocupada (milhões ha) = 108
Número de estabelecimentos (milhões) = 0,5 Número de estabelecimentos (milhões) = 4,1
Participação na área total = 68% Participação na área total = 30%
FONTE: Adaptado de FAO (1994) e MDA/Pronaf (BRASIL, 1994)
A agricultora patronal é aquela que emprega trabalhadores permanentes 
ou temporários. É o chamado agronegócio, em que a produção está voltada para 
alta produtividade, pesados investimentos em maquinário, insumos agrícolas, 
fertilizantes e pesticidas. Na agricultura patronal ocorre a total separação da 
gestão e do trabalho, o qual está concentrado em culturas voltadas à exportação, 
dentro de uma visão mais empresarial do negócio.
O agronegócio é um importante setor econômico no Brasil e vivenciou 
nos últimos anos as mudanças ocorridas na forma de se gerenciar as empresas 
e as estratégias, o que contribui para melhorar o gerenciamento das empresas 
e ampliar as vantagens competitivas ou consolidar suas posições de mercado 
(ARIEIRA; FUSCO, 2010).
O agronegócio tem quatro componentes principais: o insumo, o próprio 
setor, o processamento, a distribuição e os serviços.
No Brasil, cerca de 33% do PIB está ligado às atividades do agronegócio, 
com ações na fabricação de insumos, produção de produtos agrossilvipastoris ou 
no processamento industrial dos produtos (WAACK; MACHADO FILHO, 1999). 
A produção agropecuária em 2017 foi de R$ 533,5 bilhões, 1.6% maior em relação 
a 2016 (525 bilhões).
4.2 AGRICULTURA PATRONAL
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
13
A agricultura e a pecuária são de fundamental importância para o 
crescimento das exportações e a entrada de dólares na economia, contribuindo 
para a blindagem da relação quanto às pressões especulativas externas. O 
agronegócio brasileiro é uma área estratégica para políticas de desenvolvimento.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 
2016/2017 chegou a 238 milhões, com um aumento de 51,3 milhões de toneladas. 
A elevação se deve ao aumento da área e às boas produtividades médias da safra 
atual, que não sofreu com a influência das condições climáticas do ano passado. 
A previsão é de aumento de 3% na área total em relação à safra anterior, podendo 
chegar a 60,1 milhões de hectares. O algodão teve um aumento de 73,56%, a 
produção da cana-de-açúcar aumentou 30,6%, enquanto o milho teve um aumento 
de 14,2% em relação ao ano de 2016. Para a soja, a expectativa é de aumento de 
15,4% na produção, devendo atingir 110,2 milhões de toneladas, com aumento de 
14,7 milhões de toneladas em relação à safra anterior e ampliação de 1,4% na área, 
que deve chegar a 33,7 milhões de hectares.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de 
grãos em 2017 foi maior que em 2016, e teve expansão de 25,1%.
Diversos atores estão envolvidos no agronegócio, dentre os fornecedores 
de insumos, os agricultores, processadores, comerciantes e os consumidores.
• Fornecedores de insumos: são as empresas que têm por finalidade ofertar 
produtos tais como: sementes, calcário, adubos, herbicidas, fungicidas, 
máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.
• Agricultores: referem-se aos agentes cuja função é proceder ao uso da terra 
para produção agrícola, como madeira, cerais e oleaginosas.
• Processadores: são as agroindústrias que podem pré-beneficiar, beneficiar e 
transformar os produtos in natura. 
• Pré-beneficiamento: o pré-beneficiamento consiste na limpeza, secagem e 
armazenamento dos grãos.
• Beneficiamento: as plantas são padronizadas e empacotadas. Ex.: arroz, 
amendoim, feijão, milho.
• Transformação: as plantas são processadas para transformar em um produto 
acabado. Ex.: óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinhas, álcool, açúcar.
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
14
FIGURA 1 – CADEIA PRODUTIVA DO AGRONEGÓCIO
Tecnologia
Insumos
Propriedade
Mercado Externo
Mercado Interno
Pré-Beneficiamento Beneficiamento Indústria de Transformação
FONTE: Adaptado de Silva (2007)
• Comerciantes: são os grandes atacadistas que distribuem os produtos e 
abastecem as redes de supermercados, postos de vendas e mercados no exterior.
• Consumidores: é o ponto final da comercialização, constituído por grupos de 
consumidores, este mercado pode ser doméstico ou externo, localizado no país 
ou em outras nações.
Fornecedores 
de Insumos Agricultores
Processadores
Agroindústrias
Comerciantes
Atacadistas e
Varejistas
Mercado
Consumidor
FIGURA 2 – CADEIA PRODUTIVA DO AGRONEGÓCIO DESTACANDO OS ATORES DENTRO E 
FORA DA PORTEIRA
FONTE: Adaptado de Silva (2007)
Atualmente, os principais fatores que explicam o desempenho positivo 
do agronegócio no Brasil são a queda dos estoques de grãos, o incremento da 
demanda de países em desenvolvimento. Ocorreu uma alteração do destino das 
exportações agropecuárias brasileiras, com aumento da importância da China 
como destino dos produtos do Brasil. Os Estados Unidos também são destaque 
como destino das exportações brasileiras.
TÓPICO 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
15
DICAS
Acesse os links, neles você encontrará leituras que contribuirão com o 
conhecimento.
<http://www.vermelho.org.br/coluna.php?idcolunatexto=2941&idcoluna=26>;
<http://www.mda.gov.br/sitemda/o-impacto-da-agricultura-familiar-na-economia-
brasileira>;
<http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/safseaf/apresenta%C3%A7%C3%A3o>;
<http://www.mcagroflorestal.com.br/blog-detalhe.php?codigo=113>;
<http://www.mda.gov.br/>;
<http://www.eng2016.agb.org.br/resources/anais/7/1467682542ARQUIVOENG-
ENCONTRO1.pdf>;
<https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/28162/>.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A agricultura surgiu a partir do momento em que o homem sentiu a necessidade 
de tirar proveito das potencialidades do ambiente.
• A atividade agrícola iniciou-se em diversas partes do mundo em diferentes 
épocas.
• O engenheiro agrônomo Vavilov identificou oito centros de origem de várias 
espécies cultivadas: Chinês, Indiano, Asiático Central, Oriente Próximo, 
Mediterrâneo, Etíope, Mexicano do Sul, Sul-americano, Chiloé e Brasil e 
Paraguai.
• Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, os nativos já cultivavam mandioca, 
amendoim, batata-doce, frutas e outras espécies.
• Desde a colonização, o Brasil foi um território voltado para a agricultura de 
exportação, e vários ciclos de diversas culturas, como a cana-de-açúcar, o café, 
o cacau, a borracha, e outros produtos. A agricultura de subsistência também 
era praticada.
• A modernização da agricultura brasileira se deu a partir do processo de 
industrialização do país.
• A modernização ocorreu a partir de incentivos e políticas públicas voltadas 
para o uso de máquinas, corretivos agrícolas, fertilizantes, defensivos.
• A modernização da agricultura contribuiu para aumentar o poder de compra 
da população, aumentar o poder para as cidades, aumentar a extensão rural 
e aumentar os investimentos em pesquisa e educação agrária. No entanto, 
geroudiversos problemas, como o êxodo rural e a exclusão dos agricultores do 
processo.
• A Revolução Verde introduziu os fatores de produção como variedades 
superiores e novas técnicas de cultivo, no entanto, estas inovações foram 
utilizadas de maneira generalizada em todos os países, não sendo respeitadas 
as peculiaridades de cada região.
• Para fins de distribuição de políticas públicas do Governo Federal, a agricultura 
brasileira é dividida em agricultura patronal e agricultura familiar.
17
• De acordo com a Lei n° 11.326/2006, o agricultor familiar é aquele que pratica 
atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, utiliza 
mão de obra da própria família e a renda familiar é vinculada ao próprio 
estabelecimento.
• A agricultura patronal é aquela que emprega trabalhadores permanentes. É 
o chamado agronegócio, a produção está voltada para o mercado e utiliza 
insumos agrícolas, fertilizantes e defensivos, visando a alta produtividade.
18
1 Analise as afirmativas:
I- Os principais centros de origem de várias espécies cultivadas são o Chinês, 
Indiano, Asiático Central, Oriente Próximo, Mediterrâneo, Etíope, Mexicano 
do Sul, Sul-americano, Chiloé e Brasil e Paraguai.
II- Vavilov identificou centros primários e centros secundários, sendo os 
primeiros os que têm maior diversidade de espécies. 
III- Os ciclos agrícolas econômicos no Brasil iniciaram com o plantio de café, no 
século XV, sendo utilizada mão de obra escrava, na região Nordeste do país.
IV- A modernização da agricultura no Brasil ocorreu a partir do processo de 
ruralização do país, impulsionado pelas medidas políticas econômicas do 
governo.
V- Diversos fatores contribuíram para a modernização da agricultura, dentre 
eles, destacam-se: disponibilidade de crédito, abertura de novos mercados, o 
crescimento da demanda internacional e o mercado interno.
Com base nas afirmativas acima, é válido afirmar que:
a) ( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) ( ) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) ( ) Somente as afirmativas I, II e V são corretas.
d) ( ) Somente as afirmativas II e V são corretas.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O melhoramento de plantas é a arte e a ciência de melhorar geneticamente 
plantas para o benefício da humanidade (BORÉM; MIRANDA, 2009). Como 
ciência, depende do conhecimento de diversas áreas, como Genética, Estatística, 
Agronomia, Fitopatologia, Entomologia e outras. Além disso, depende da 
habilidade, intuição e experiência do melhorista (BORÉM et al., 2002). 
O melhoramento de plantas engloba os avanços na ciência com as questões 
ambientais e sociais e obtém produtos que trazem benefícios ambientais, como 
a despoluição de solo, melhora da qualidade da água e do ar. O melhoramento 
de plantas é a forma ecologicamente responsável de se aumentar a produção 
de alimentos. Com o aumento do potencial produtivo das espécies cultivadas 
diminui-se a necessidade de inclusão de novas áreas para o cultivo (BORÉM; 
MIRANDA, 2009).
De forma primitiva e rudimentar, o melhoramento de plantas teve início 
há cerca de 12.000 anos, juntamente à agricultura, quando o homem selecionou 
plantas adequadas às suas necessidades. Os primeiros melhoristas eram 
agricultores que observavam as plantações e, ao perceberem uma planta atípica 
no campo, colhiam-na para obtenção de sementes, realizando as seleções.
A variabilidade genética é fundamental para que ocorra a evolução das 
espécies. É também nas populações com variabilidade genética que se procede a 
seleção de plantas com características de interesse agronômico.
O melhoramento genético visa obter genótipos superiores, no entanto, a 
expressão das características depende do ambiente onde a planta for cultivada. 
Os principais objetivos do melhoramento são: 
• Aumentar a produtividade.
• Aumentar a qualidade ou a quantidade de proteínas, óleos, vitaminas, minerais.
• Melhorar a qualidade pós-colheita.
• Obter cultivares resistentes às doenças e às pragas.
• Aumentar a tolerância às condições adversas de clima ou solo.
• Criar novos produtos com alto valor agregado.
• Produzir alimentos seguros, energia renovável e biofábricas.
• Introduzir caracteres exóticos para produção de biofármacos, resistência a 
herbicidas e outros produtos.
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
20
O melhorista pode ter algumas dificuldades para a condução do 
programa de melhoramento, dentre eles: recursos financeiros escassos, falta de 
áreas ou campos experimentais, mudança nas normas e nos requerimentos para 
lançamento de novas cultivares e obter cultivares com diferencial mercadológico 
em relação às outras empresas e que sejam amplamente plantadas.
2 REPRODUÇÃO DAS ESPÉCIES CULTIVADAS
O modo de reprodução dos vegetais interfere diretamente no melhoramento 
e no desenvolvimento do cultivar. O modo de reprodução vai determinar 
a estratégia e os métodos adotados no processo de obtenção de cultivares e a 
maneira como as plantas com genótipos superiores serão produzidas. Os vegetais 
podem propagar-se sexuadamente, por sementes, ou assexuadamente, por meio 
da multiplicação de partes vegetativas (ARAÚJO; BRUCKNER, 2008). 
2.1 REPRODUÇÃO SEXUADA
A reprodução por sementes é a principal forma de reprodução das plantas 
superiores. A fertilização ocorre a partir da fusão dos núcleos dos gametas 
femininos e masculino.
A constituição genética dos indivíduos gerados pela reprodução sexual 
depende dos alelos presentes em cada um dos gametas que se unem para formar o 
indivíduo. A combinação dos alelos que estão distribuídos ao longo dos diversos 
cromossomos propicia a grande diversidade genética entre os indivíduos 
das populações, assim, a propagação sexuada é considerada um importante 
mecanismo de adaptação da espécie. 
As espécies podem ser classificadas em autógamas, alógamas e autógamas 
com frequente alogamia. As plantas autógamas são aquelas que se reproduzem por 
autofecundação. A consequência genética deste tipo de reprodução, após várias 
gerações, é a homozigose, isso significa que os descendentes não diferem entre si.
A ocorrência de autofecundação depende de vários fatores. O fenômeno de 
cleistogamia ocorre quando a autopolinização ocorre antes da abertura das flores. 
Por outro lado, as espécies alógamas reproduzem-se por fecundação 
cruzada. Assim, os descendentes são distintos entre si e diferem dos pais que os 
originaram, devido à segregação genética (BRUCKNER; JUNIOR, 2008).
2.2 REPRODUÇÃO ASSEXUADA
Algumas espécies cultivadas são perpetuadas por propagação vegetativa, 
devido à baixa produção de sementes, manifestação de variabilidade genética 
indesejável, devido à alta heterozigose, que poderia ser perdida com a segregação.
TÓPICO 2 | MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS
21
A propagação assexuada pode ocorrer por diversas estruturas da planta, 
dentre elas: bulbos, tubérculos, rizomas, folhas e caules. Planta originada de uma 
mesma planta por reprodução assexuada constitui um clone, portanto, plantas do 
mesmo clone são idênticas entre si e à planta que lhe deu origem. 
QUADRO 3 – ALGUNS EXEMPLOS DE ESPÉCIES PROPAGADAS VIA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
Abacaxi Banana Cana-de-açúcar Framboesa
Alfafa Batata-doce Capim-napier Morango
Amora-preta Batata Laranja Mandioca
FONTE: A autora
 A reprodução assexuada pode facilitar o trabalho do melhorista, pois um 
genótipo superior pode ser perpetuado e mantida sua identidade genética.
A propagação assexuada envolve mecanismos de divisão, diferenciação 
celular e fundamentam-se na aptidão de alguns órgãos vegetativos de originar 
um indivíduo completo do ponto de vista morfológico e funcional (BANDINI, 
1992). A diferenciação das células para formar um novo indivíduo ocorre, pois, 
as plantas têm uma propriedade chamada totipotência celular. As células contêm 
as informações genéticas e estão aptas para reproduzir a planta inteira. Dessa 
forma, as células meristemáticas são programadas para sediferenciarem e formar 
tecidos, ou seja, caule, folhas, raízes, flores e os órgãos reprodutivos. 
Vantagens da propagação assexuada
• Propagação de genótipos superiores.
• Produção precoce.
• Uniformidade das plantas.
• Resistência a fatores bióticos e abióticos.
Desvantagens da propagação assexuada
• A uniformidade pode levar ao aumento do risco das cultivares se tornarem 
suscetíveis aos patógenos.
• Envelhecimento dos clones. O acúmulo de vírus pode causar a perda do vigor 
e da produtividade.
• Mutações e modificações genéticas.
3 BANCOS DE GERMOPLASMA
A maioria das espécies cultivadas em determinada nação não são nativas. O 
intercâmbio de espécies entre países e centros de pesquisa contribui para aumentar 
a diversidade e variabilidade das espécies cultivadas. 
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
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Os bancos de germoplasma desenvolvem diversas atividades, dentre 
eles o levantamento, aquisição, exploração e coleção de materiais vegetais. Além 
disso, promovem a manutenção, multiplicação e rejuvenescimento. É realizada 
a caracterização, avaliação, documentação, distribuição e intercâmbio do maior 
número possível de amostras do germoplasma dentro das limitações físico-
econômicas. O curador do banco de germoplasma deve estabelecer prioridades 
com relação à coleta, em função do grau de importância, da diversidade e do risco 
de extinção de acessos.
Banco de germoplasma é uma coleção viva de todo o patrimônio genético 
de uma espécie. A conservação pode ser in situ e ex situ. 
Na conservação ex situ, a amostra de determinada espécie é conservada em 
condições artificiais. As sementes são um exemplo, em que são armazenadas em 
baixa temperatura e umidade. A viabilidade das sementes pode ser preservada 
por décadas. As sementes ortodoxas adaptam-se bem ao armazenamento e 
quanto mais baixa a umidade e a temperatura, maior é a longevidade. Novas 
formas de conservações ex situ têm sido utilizadas, como a conservação in vitro e 
criopreservação em condições de ultrabaixa temperatura (-196 °C).
A conservação in situ pode ser definida como aquela em que a população 
é mantida no seu ambiente natural. É utilizada na conservação de populações 
naturais de parentes silvestres de espécies cultivadas, principalmente para espécies 
florestais. Diversos fatores afetam a manutenção das populações in situ, dentre eles: 
as condições de regeneração, o sistema reprodutivo e a capacidade de geração de 
híbridos naturais, populações de polinizadores, pragas, ação antrópica, tamanho 
da população, degradação ambiental, políticas públicas, extrativismo e outras 
(PÁDUA; FERREIRA, 2008).
A conservação de germoplasma in vitro é recomendada para espécies 
de propagação vegetativa e aquelas de sementes recalcitrantes, no entanto, o 
estabelecimento e a manutenção de culturas in vitro não podem ser considerados um 
sistema de conservação, pois podem incorrer em riscos, que podem ser minimizados 
pelo retardamento do crescimento da cultura. Várias estratégias têm sido utilizadas, 
como a redução da temperatura de incubação das culturas e aplicações de retardantes 
osmóticos e hormonais no meio nutritivo (WHITERS, 1993).
O crescimento lento pode ser limitado, devido ao fato de não ser muito 
seguro para sistemas de células não organizadas e calos, além disso, as condições 
não são consideradas suficientemente estáveis para a conservação de germoplasma 
a longo prazo, mesmo para a conservação de explantes de parte aérea (IBPGR, 1983).
A regeneração de plantas a partir de células somáticas, gaméticas ou 
meristemáticas é uma alternativa atrativa na preservação de germoplasmas. 
Vantagens da preservação de germoplasma in vitro
TÓPICO 2 | MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS
23
• O espaço necessário para a manutenção do grande número de acessos pode ser 
reduzido.
• Os acessos ficam livres de pragas e doenças.
• Não tem necessidade de se realizar podas e tratos culturais nas plantas.
• Pode-se produzir grande número de plantas.
• A quarentena é desnecessária quando se realiza o intercâmbio internacional de 
germoplasma.
Desvantagens da preservação de germoplasma in vitro
• Pode ocorrer variação somaclonal. A variação somaclonal acontece entre 
indivíduos regenerados via cultura de tecidos. Pode ser fisiológica, epigenética 
ou genética, como resultado do processo de cultivo in vitro.
• A conservação de germoplasma in vitro pode ocorrer via congelamento e em 
câmaras frias.
• No congelamento, também chamado de criopreservação, o material é mantido 
na temperatura de nitrogênio líquido, aproximadamente 196 °C, em que os 
processos metabólicos, como respiração e atividade enzimática das células, 
permanecem completamente inativos. 
• Os protocolos de criopreservação envolvem uma sequência de tratamentos 
destinados a prevenir ou minimizar danos e ajudar a sua recuperação.
• Em baixas temperaturas (1 a 9 °C) o envelhecimento do material é reduzido, 
mas não ocorre o total bloqueio das atividades fisiológicas do material, assim, 
o material deve ser repicado periodicamente. 
• Os bancos de germoplasma devem possuir duas coleções, a coleção base, que 
será preservada a longo prazo; e a coleção ativa, preservada a médio prazo.
• A coleção ativa é conhecida como coleção núcleo e deve possuir reduzido 
número de acessos, geralmente inferior a 2.000 e devem ter características bem 
detalhadas.
• A coleção núcleo deve ser representativa da coleção base, incluindo ampla 
variabilidade genética, e sua função é constituir-se na primeira fonte de 
variabilidade para os programas de melhoramento, de onde sairá a maioria 
dos acessos distribuídos pelo banco de germoplasma. 
• A coleção base deve conter o maior número possível de acessos e deve ser utilizada 
quando a coleção ativa não apresentar acessos com características desejadas.
• Para que a diversidade genética disponível nos bancos de germoplasma seja 
utilizada, é necessário que os acessos sejam caracterizados e documentados 
de forma que o melhorista identifique os acessos úteis para o programa de 
melhoramento.
 
Foi proposta por Harlan (1975) a divisão do germoplasma de uma espécie 
em três grupos gênicos:
• Primário: Inclui as espécies cultivadas e as silvestres que apresentam 
características potencialmente úteis e podem ser transferidas imediatamente 
para um programa de desenvolvimento de cultivares. Recomenda-se que essas 
espécies se intercruzem facilmente, produzindo progênies viáveis.
UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS DE AGRICULTURA
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• Secundário: Incluem as espécies silvestres que podem doar genes às espécies 
cultivadas, mas com ressalvas, pois os cruzamentos interespecíficos podem 
resultar em híbridos raquíticos, em que o emparelhamento cromossômico 
durante a meiose é anormal e os híbridos tendem a ser estéreis.
• Terciário: Abrange os acessos geneticamente mais distantes da espécie de 
interesse. A transferência de características de espécies deste grupo para as 
espécies cultivadas requer técnicas especiais, como o resgate de embriões em 
meio de cultura. Caso obtenha o híbrido, este será estéril e técnicas de enxertia 
ou cultura de tecidos serão necessárias para a obtenção de plantas desejáveis.
Para o desenvolvimento de cultivares, o melhorista utiliza como genitores 
cultivares e linhagens adaptadas à região a que se destinam. Alguns melhoristas 
preferem cruzamentos de cultivar adaptados ou de cultivares superiores, o 
que garante maior probabilidade de adaptação e maior número de caracteres 
agronômicos satisfatórios.
Caso a variabilidade não seja satisfatória, o melhorista utiliza genótipos 
exóticos ou acessos provenientes de bancos de germoplasma, preferindo os grupos 
gênicos primários.
As espécies silvestres não são recomendadas, pois frequentemente 
apresentam características que as cultivares comerciais não devem possuir, como 
deiscência de vagem, acamamento, dormência de sementes ou sementes pequenas. 
O desenvolvimento de uma cultivar a partir de tipos silvestres envolve vários ciclos 
de seleção

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