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Resumo de Direito Civil - Obrigações 2

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· Resumo de Direito Civil – Obrigações (Arts. 334 – 420, CC) 2019.2
1. Pagamento em Consignação;
2. Pagamento com Sub-Rogação;
3. Imputação do Pagamento;
4. Dação do Pagamento.
5. Novação;
6. Compensação;
7. Confusão;
8. Remissão das Dívidas;
9. Inadimplemento das Obrigações;
10. Mora;
11. Perdas e Danos;
12. Juros Legais;
13. Cláusula Penal;
14. Arras ou Sinal;
15. Responsabilidade Civil.
1. Pagamento em Consignação: O processo por meio do qual o devedor pode libertar-se, efetuando o depósito judicial, da prestação devida, quando recusar-se o credor a recebê-la ou se para esse recebimento houver qualquer motivo impeditivo.
· Características:
· Revela que o pagamento é não só uma obrigação, mas um direito do devedor;
· É meio indireto de pagamento ou pagamento especial;
· A consignação pode ser feita na esfera judicial (em conta vinculada ao processo judicial) ou extrajudicial (em estabelecimento bancário).
· Personagens: 
a. Consignante: Autor da consignação (devedor);
b. Consignatário: Réu da consignação, para quem se deposita (credor);
c. Consignado: Objeto da consignação. É a coisa devida.
· Natureza Jurídica: A consignação é, concomitantemente, instituto de direito material e de direito processual. O CC menciona os fatos que autorizam a consignação. O modo de fazê-la a é previsto no diploma processual civil (NCPC, Arts. 539 e seguintes). 
· Circunstâncias que Autorizam a Consignação: Conforme o Art. 335, CC.
I. Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma.
II. Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III. Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V. Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
· Outras Circunstancias são Levantadas pelos Arts. 341 e 342, CC, Respectivamente:
VI. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
VII. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
· Pagante da Consignação: A consignação deve ser feita pelo devedor ou pelo terceiro interessado ao verdadeiro credor, sob pena de não valer, salvo se ratificado por este ou se o reverter em seu proveito (Arts. 336, 304 e 308). 
· Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
· Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
· Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
· Objeto da Consignação: Exige-se a integralidade do depósito, porque o credor não é obrigado a aceitar pagamento o parcial. O modo será o convencionado, não se admitindo, p. ex., pagamento em prestações quando estipulado que este deve ser à vista.
· Efetuado o depósito, cessam para o depositante os juros da dívida, salvo se vier a ser julgado improcedente. Nesse caso, é como se o depósito não tivesse sido realizado – e os juros são estabelecidos desde quando vencida a dívida.
· Julgado procedente o pedido consignatório, operar-se-á a extinção do vínculo obrigacional, não cabendo mais ao devedor pleitear o levantamento do depósito, salvo se o credor e todos os demais co-obrigados pelo débito consentirem. 
· Momento da Consignação: Deve ser, também, o fixado no contrato, não podendo efetuar-se antes de vencida a dívida se assim não foi convencionado.
· Lugar da Consignação: Deve ser o lugar do pagamento (Art. 337). Sendo quesível a dívida, o pagamento efetua-se no domicílio do devedor; sendo portável, no do credor, podendo haver, ainda, foro de eleição. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
· Levantamento do Pagamento pelo Devedor: O Art. 338 diz que “enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito”. O Art. 339 afirma que, depois de julgado procedente o depósito, o devedor não poderá levantar o depósito, a não ser que consintam o credor, bem como todos os devedores e fiadores.
· Levantamento: É o ato de resgatar um depósito, valor ou bem que esteja retido em juízo. Equivale à desistência da ação.
· O pagamento em consignação constitui forma excepcional de extinção do vínculo obrigacional e só pode ser admitido nas hipóteses expressamente previstas no texto legal: 
a. A mora do credor, que se nega a receber (dívida portáble) ou a mandar buscar o pagamento (dívida quérable), ou ainda a dar a quitação, na forma devida;
b. Credor incapaz, desconhecido, declarado ausente ou residente em local perigoso, incerto ou de difícil acesso;
c. Ocorrer dúvida sobre a legitimidade do credor; 
d. Existência de litígio sobre o objeto do pagamento. 
· A ação de consignação em pagamento, via de regra, é privativa do devedor, mas, excepcionalmente, em caso de litígio de credores sobre o objeto da dívida, poderá a consignatória ser proposta por um dos credores litigantes, logo que se vencer a dívida, ficando logo exonerado o devedor e permanecendo a coisa depositada até que se decida quem é o legítimo detentor do direito creditório. 
· Cabe qualquer objeto cuja prestação seja passível de depósito bancário, p. ex., joias, metais e papéis.
2. Pagamento com Sub-Rogação: Trata-se da transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação ou emprestou o necessário para solvê-la. A obrigação pelo pagamento extingue-se, mas, em virtude da sub-rogação, a dívida, extinta para o credor originário, subsiste para o devedor, que passa a ter por credor, investido nas mesmas garantias, aquele que pagou ou lhe permitiu pagar a dívida. 
Trata-se, portanto, de pagamento não liberatório para o devedor, ainda que extintivo da obrigação em relação ao credor originário.
· Sub-rogar é substituir. Pode haver pagamento e posterior substituição de um dos sujeitos da obrigação (ativo ou passivo) ou do objeto da prestação (real ou objetiva).
· Espécies: 
· Sub-Rogação Legal: Quem determina a substituição é a lei, independente da vontade das partes.
· Sub-Rogação Convencional: Quem determina a substituição é o contrato.
· A sub-rogação pessoal gera efeito liberatório em relação ao antigo credor e translativo em relação ao novo credor, que ingressa na relação jurídica investido das mesmas garantias, acessórios e privilégios do credor originário.
· Natureza Jurídica: Trata-se de um instituto autônomo e anômalo, em que o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor. A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor originário, que fica satisfeito. Nada se altera para o devedor, exceto a circunstância de que deverá pagar ao terceiro, sub-rogado no crédito.
· Causas de Sub-Rogação Legal: Conforme o Art. 346, CC.
I. Em favor do credor que paga a dívida do devedor comum. A utilidade dessa regra se revela quando um credor desconfia que o patrimônio do devedor não é suficiente para quitar a sua obrigação – pois existe outro credor com privilégio ou garantia que, para satisfazer seu crédito, pode esvaziar o patrimônio do devedor comum.Assim, ele pode satisfazer esse crédito, para se sub-rogar nele e aumentar as chances de que o seu crédito seja adimplido. 
II. Em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III. Em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Ex.: fiador ou avalista.
· Causas de Sub-Rogação Convencional: Conforme o Art. 347, CC.
I. Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II. Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
· Efeitos da Sub-Rogação: É capaz de produzir dois efeitos:
a. O liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário;
b. O translativo, por transmitir ao terceiro (sub-rogado) os direitos de crédito do credor originário, com todos os privilégios e garantias contra o devedor e fiadores, mas também, com todos os ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções (defesas) que o sub-rogante teria que enfrentar (Art. 349, CC). 
· Pagamento Parcial na Sub-Rogação: O pagamento parcial por terceiro pode gerar consequências diversas na sub-rogação legal e na sub-rogação convencional. 
· Na Sub-Rogação Legal: O crédito fica dividido em duas partes: a parte não paga, que continua a pertencer ao credor primitivo, e a parte paga, que será objeto da sub-rogação. Na sub-rogação legal, o sub-rogado só pode reclamar do devedor aquilo que houver desembolsado (Art. 350). Em caso de insolvência do devedor, o credor originário, só parcialmente pago, terá preferência sobre o terceiro sub-rogado (Art. 351). 
· Na Sub-Rogação Convencional: Se o credor originário quiser, ele pode receber o pagamento parcial e transmitir a integralidade de seu crédito, por sub-rogação. Neste caso, o regime jurídico da sub-rogação se assemelha à cessão de crédito. 
· O instituto do pagamento com sub-rogação visa proteger a situação do terceiro interessado que paga uma dívida que não lhe pertence. Ocorre na mesma proporção do pagamento efetuado. Objetiva exonerar o devedor perante o antigo credor.
3. Imputação do Pagamento: Ocorrerá sempre que a pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, puder indicar a qual deles oferece pagamento. Extingue o débito a que se refere, bem como todas as garantias reais e pessoais.
· Art. 352, CC. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
· Art. 353, CC. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
· Art. 355, CC. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
· Elementos da Imputação:
I. Dualidade ou multiplicidade de débitos;
II. Identidade do credor e do devedor;
III. Natureza igual dos débitos;
IV. Débitos líquidos e vencidos;
V. Pagamento capaz de cobrir qualquer um desses débitos.
· A Imputação pode ser Realizada:
· Pelo devedor: Art. 352, CC.
· Pelo credor: Art. 353, CC.
· Por determinação legal: Art. 355, CC.
4. Dação do Pagamento: É um acordo firmando entre credor e devedor, por via do qual o credor concorda em receber do devedor, para desobriga-lo da dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. 
· Requisitos: 
I. Existência de um débito vencido;
II. Intenção de solver o débito;
III. Diversidade do objeto oferecido em relação ao devido;
IV. Concordância do credor: tácita ou expressa.
· Não é uma novação subjetiva, porque extingue a obrigação sem gerar uma nova.
5. Novação: É a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substituição e não a extinção da obrigação. É um ato que cria uma nova obrigação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a. Modo não-satisfativo de extinção da obrigação.
· Requisitos:
I. Existência de obrigação anterior, que se extingue com a constituição de uma nova, que vem a substitui-la (obligatio novata);
II. Criação dessa nova obrigação, em substituição da anterior, que se extingue;
III. Capacidade, legitimação e intenção de novar.
· Modos pelos quais se opera a Novação:
a. Mudança de objeto da prestação;
b. Mudança do credor;
c. Mudança do devedor.
· Espécies de Novação:
a. Objetiva ou Real: Quando há mutação do objeto devido entre as mesmas partes (Art. 360, I, CC).
· Art. 360, I, CC - Quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
b. Subjetiva: Quando há mutação de um ou ambos os sujeitos da obrigação: novação subjetiva passiva (Art. 360, II, CC) e novação subjetiva ativa (Art. 360, III, CC) ou expromissão (Art. 362, CC).
· Art. 360, II, CC – Quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
· Art. 360, III, CC – Quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
· Expromissão: Ato pelo qual quem não é devedor se apresenta ao credor como substituto do devedor, passando a ocupar o lugar deste.
· Art. 362, CC – A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
· Efeitos da Novação: Conforme os Arts. 360, 363 e 364, CC.
a. Extinção da obrigação primitiva, substituída por outra;
b. Extinção dos acessórios e garantias da dívida sempre que não houver estipulação em contrário;
c. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
· NÃO Caracteriza Novação:
I. Quando for feita simples redução do montante da dívida;
II. Mera tolerância do credor não importa manifestação da vontade de novar;
III. Não ocorre novação quando o credor tolera que o devedor lhe pague parceladamente;
IV. Quando há modificação da taxa de juros.
· Não cabe presunção em relação à intenção de novar (é necessário o animus novandi). Deve ser expressamente declarada pelas partes, ou resultar, de modo inequívoco, da natureza das obrigações, inconciliáveis entre si. Não havendo ânimo de novar, a segunda obrigação simplesmente confirma a primeira.
6. Compensação: É a extinção de duas obrigações, cujos credores são ao mesmo devedores um do outro. Ou ainda, o simples desconto que reciprocamente se faz no que duas pessoas devem uma à outra. 
· Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
· Requisitos: 
I. Reciprocidade das dívidas (Arts. 368, 376 e 377, CC);
II. Dívidas líquidas e vencidas (Art. 369, CC);
III. Natureza igual das dívidas (Art. 370, CC);
IV. Que não haja renúncia prévia de um dos devedores ou cláusula expressa que exclua essa possibilidade (Art. 375, CC);
V. Que se observe a norma relativa a imputação do pagamento se houver vários débitos compensáveis (Arts. 352, 355 e 379, CC);
VI. Que não traga prejuízos à terceiros (Art. 380, CC).
· Espécies de Compensação:
a. Legal: Quando emana da lei, independente da vontade das partes. Opera mesmo sem o consentimento das partes.
· Judicial: Quando realizada em juízo.
b. Convencional: Quando resulta de acordo entre as partes.
· Exceções da Compensação:
I. Origem ilícita – provinda de esbulho, furto ou roubo;
II. Se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos (em razão da infungibilidade do objeto dos dois primeiros contratos e da incessibilidade dos alimentos);
III. Se uma for de coisa não suscetível de penhora (p. ex., bem de família).
7. Confusão: Ocorrerá quando a mesma pessoa for credora e devedora de si mesma(Art. 381, CC). Operando-se a confusão, as obrigações estarão extintas.
· Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
· Acarreta em impedimentum prestandi, isto é, a impossibilidade do exercício simultâneo da ação creditória e da prestação.
· Espécies de Confusão (Art. 382, CC):
a. Confusão Total (ou Própria): Verifica-se a respeito de toda a dívida;
b. Confusão Parcial (ou Imprópria): Verifica-se apenas sobre parte da dívida.
· Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
· Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
· Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior.
8. Remissão das Dívidas: É a libertação graciosa de uma dívida, ou a renúncia efetuada pelo credor, que espontaneamente abre mão de seu crédito. Significa perdão dar-se a obrigação por adimplida. É o perdão da dívida.
· Natureza Jurídica: É um negócio jurídico bilateral e complexo. Embora seja espécie do gênero renúncia, que é unilateral, a remissão se reveste de caráter convencional porque depende de aceitação. O remitido pode recusar o perdão e consignar o pagamento. 
· Espécies de Remissão de Dívidas:
a. Total: O credor perdoa toda a dívida.
b. Parcial: O credor perdoa parte da dívida. Permite a cobrança da dívida remanescente dos devedores solidários. Mas deverá ser descontada a cota remitida.
c. Expressa: Resulta de declaração do credor, em instrumento público ou particular, por ato inter vivos ou causa mortis, perdoando a dívida. 
d. Tácita: Decorre do comportamento do credor, incompatível com sua qualidade de credor. Deve consubstanciar inequívoca intenção liberatória. P. ex., o credor recebe o título de credito e o destrói.
e. Presumida: Quando deriva de expressa previsão legal: Entrega voluntária do título da obrigação por escrito particular (Art. 386, CC); e Entrega do objeto empenhado, que faz presumir a renúncia à garantia não ao crédito (Art. 387, CC).
· Remissão e Pluralidade de Devedores:
a. Se a obrigação é indivisível, o co-devedor perdoado pelo credor está liberado da obrigação, mas os co-devedores permanecem responsáveis pela prestação, com o direito de exigir do credor o reembolso da cota remitida; 
b. Se a obrigação é solidária, o co-devedor perdoado está liberado de sua obrigação, mas os co-devedores permanecem responsáveis pelo restante, abatida a cota remitida (Art. 388, CC).
· Remissão e Pluralidade de Credores:
a. Se a obrigação é indivisível, se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente (Art. 262, CC). 
b. Se a obrigação é solidária, o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272). 
· No caso de obrigação indivisível, o co-credor NÃO pode perdoar toda a dívida, apenas a sua cota-parte. 
· No caso de obrigação solidária, o co-credor PODE perdoar toda a dívida e deverá responder aos demais credores, com as cotas que lhes cabem.
9. Inadimplemento das Obrigações: É a inexecução da obrigação, a falta da prestação devida. Pelo inadimplemento das obrigações, respondem todos os bens do devedor (Art. 391, CC).
· Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
· Espécies de Inadimplemento das Obrigações:
a. Obrigação Negativa: O devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster (Art. 390, CC);
b. Contratos Benéficos: Responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça (Art. 392, CC);
c. Contratos Onerosos: Responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei (Art. 392, CC).
d. Caso Fortuito ou Força Maior: O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir (Art. 393, CC).
10. Mora: É o retardamento na execução da obrigação. É a impontualidade culposa do devedor no pagamento ou do credor no recebimento (Art. 394, CC).
· Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
· É o atraso no pagamento ou no recebimento, tanto por culpa do devedor (mora solvendi) quanto do credor (mora accipiendi). Se ambos tiverem culpa não haverá mora, pois, as moras reciprocas se anulam. 
· Espécies de Mora:
a. Devedor sem culpa: Se o devedor atrasa sem culpa, p. ex., por causa de um acidente, uma greve, um caso fortuito ou por força maior, não haverá mora (Art. 396, CC).
· Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.
b. A mora do credor independe de culpa: nesse caso, o devedor deve consignar o pagamento. Não importam os motivos da mora do credor, o devedor precisa exercer seu dever e seu direito de pagar através de consignação.
· Pressupostos da Mora:
· Mora do Devedor:
a. Exigibilidade imediata da obrigação – dívida liquida, certa e vencida;
b. Inexecução total ou parcial da obrigação por culpa do devedor;
c. Interpelação judicial ou extrajudicial do devedor, se for ex persona.
· Mora do Credor:
a. Existência de dívida líquida, positiva e vencida;
b. Estado de solvabilidade do devedor;
c. Oferta real e regular da prestação devida pelo devedor e;
d. Recusa injustificada, expressa ou tácita, em receber o pagamento.
· Efeitos da Mora:
· Mora do Devedor:
a. Responsabilidade pelo dano causado (Art. 395, CC);
b. Possibilidade do credor rejeitar a prestação, se por causa da mora ela se tornou inútil ou perdeu o seu valor (Art. 395, Parágrafo Único, CC).
c. Responsabilidade mesmo que prove o caso fortuito ou força maior, se estes ocorrerem durante o atraso, exceto se provar isenção de culpa ou que o dano teria ocorrido mesmo assim (Arts. 393 e 399, CC).
· Mora do Credor: Conforme os Arts. 335 e 400, CC.
a. Liberação do devedor da responsabilidade de conservar a coisa;
b. Ressarcimento do devedor quanto as despesas efetuadas para a conservação da coisa refutada;
c. Obriga o credor a receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor oscilar entre o tempo do contrato e do pagamento;
d. Possibilidade a consignação judicial da coisa.
· Mora ex re – Art. 390, 397 e 398, CC - Em razão de fato previsto na lei. 
· Mora ex persona – Art. 397, § único. Não havendo prazo assinalado, começa a mora desde a interpelação, notificação ou protesto. Depende de providência do credor.
· Purgação da Mora (Art. 401, CC): É a extinção dos efeitos futuros do estado moroso, em decorrência da oferta da prestação, pelo devedor, acrescida de todas as perdas e danos até o dia da oferta, ou ainda em face da prontificação do credor em receber a coisa, pagando todos os seus encargos advindos com a demora em receber. Pode ser admitida a qualquer tempo, mesmo depois de iniciada a execução ou a consignatória, sendo que as perdas e danos incluirão também os honorários advocatícios e as custas judiciais.
11. Perdas e Danos: Prejuízo patrimonial, ou de ganho previsto ou de utilidade, que se sofre por culpa ou inadimplemento de obrigação a que se pode reclamar indenização.
· Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
· Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
· Elementos das Perdas e Danos:a. Dano Emergente: É a diminuição patrimonial sofrida pelo credor; é o patrimônio que ele efetivamente perde, seja porque teve depreciado o seu patrimônio, seja porque aumentou o seu passivo;
b. Lucros Cessantes: Consistem na diminuição potencial do patrimônio do credor, pelo lucro que deixou de auferir, dado o inadimplemento do devedor. A inexecução dolosa os lucros cessantes prescindem do requisito da previsibilidade, razão pela qual a indenização deve ser a mais ampla possível. 
· Obrigações Pecuniárias: Neste tipo de obrigação, as perdas e danos são preestabelecidas. O dano emergente é a própria prestação, acrescida de atualização monetária, custas e honorários advocatícios. Os lucros cessantes são representados pelos juros de mora. Mediante a inovação do direito, foi a permissão para que o juiz conceda ao credor indenização suplementar, comprovado que os juros de mora são insuficientes à cobertura dos prejuízos. 
· Há certas situações em que obrigar o devedor a pagar a prestação não basta para ressarcir o prejuízo do credor – o que deu origem à figura das perdas e danos – que têm por objetivo reparar o dano causado pela lesão a um direito.
12. Juros Legais: É a remuneração pecuniária que o credor exige ao devedor. Juros são rendimentos de capital percebidos em razão da privação de seu uso pelo dono. Um dos efeitos da mora do devedor é o pagamento de juros ao credor (Art. 395, CC), principalmente nas obrigações de dar dinheiro (= pecuniárias).
· Espécies de Juros Legais:
a. Juros Moratórios (Art. 406, CC): São aqueles que visam a compensar o retardamento ou o inadimplemento de uma obrigação. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa (1% ao mês) que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional;
· Art. 407, CC – Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.
· Os juros de mora são devidos, independentemente da alegação de prejuízo;
· Os juros de mora são devidos, independentemente da natureza da prestação;
· Se a obrigação for pecuniária, os juros incidirão sobre a quantia devida. Se não se tratar de dívida de dinheiro, os juros incidirão sobre o valor em dinheiro que vier a ser determinado em sentença, arbitramento ou acordo entre as partes.
b. Juros Compensatórios (Art. 591, CC): Têm como escopo cobrir eventuais perdas e danos e lucros cessantes, ainda que potenciais; os remuneratórios são o próprio preço do dinheiro. Deverão – obrigatoriamente - respeitar a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional, sendo esta taxa, ainda, a que prevalecerá na hipótese de não serem convencionados e especificamente fixados os juros moratórios.
c. Juros Convencionais: As partes estipularão, para efeito de atraso no cumprimento da obrigação, a taxa dos juros moratórios, até 12% anuais ou 1% ao mês. Para os compensatórios pode-se convencionar também, mas a taxa também não pode ultrapassar 12% ao ano, sob pena de usura. 
· Os juros, estes são livres, conforme o Art. 406, sendo fixados pelas partes no contrato ou pelo mercado financeiro. Depois de assinado o contrato, não adianta dizer que os juros são altos, pois contrato é para ser cumprido. Se as partes não fixarem os juros, estes serão de 1% ao mês, conforme o Art. 406 do CC combinado com o Art. 161, § 1º do Código Tributário Nacional, pois este é o juro devido no pagamento de impostos. 
13. Cláusula Penal: Pacto acessório ou secundário em que se estipula pena ou multa, contra a parte infringente da obrigação como consequência de sua inexecução culposa ou de seu retardamento, fixando os valores das perdas e danos e garantindo o cumprimento da obrigação principal.
· Função:
a. Reforço do vínculo obrigacional, por punir o seu inadimplemento;
b. Liquidação antecipada de perdas e danos.
· Características: 
a. Acessoriedade (Arts. 92, P. Ún. e 409, CC);
b. Condicionalidade – Requer a condição de descumprimento culposo ou constituição do estado de mora por parte do devedor (Art. 408, CC);
c. Compulsoriedade – Determinada por sentença judicial;
d. Subsidiariedade (Arts. 410 e 411, CC);
e. Ressarcibilidade – Por constituir prévia liquidação das perdas e danos (Art. 412, CC);
f. Imutabilidade Relativa – Está sujeita à alterações (redução equitativa da penalidade pelo juiz) em detrimento do cumprimento parcial da obrigação principal ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo defronte da natureza e a finalidade do negócio jurídico (Art. 413, CC).
· Espécies de Cláusula Penal:
I. Inexecução Completa da Obrigação: Art. 410, CC. Estipulada para o caso total inadimplemento da obrigação. Converte-se em alternativa a benefício do credor.
II. Inexecução Parcial da Obrigação: Art. 411, CC. Terá o credor arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada (multa), juntamente com o desempenho da obrigação principal.
III. Mora: Referente ao artigo 411, CC. Ao credor cabe reclamar simultaneamente a pena convencional e a prestação principal.
· Efeitos da Cláusula Penal:
I. A sua exigibilidade independe da alegação de prejuízo, bastando o inadimplemento (Art. 416, CC). Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
II. O credor pode optar pela execução da prestação ao invés da pena, salvo se houver impossibilidade: Art. 411, CC.
III. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal (Art. 412, CC).
IV. Sendo indivisível a obrigação, o inadimplemento de qualquer um dos devedores determina a cominação da pena a todos eles. Como a pena, é, em regra, pecuniária (dinheiro – divisível) pode ser exigida proporcionalmente a cada um dos devedores, admitindo o Código Civil que seja exigida de forma integral apenas do culpado (Art. 414, CC).
V. A divisibilidade da obrigação personaliza a responsabilidade pela infração. Somente o culpado in corre na pena, e esta se lhe aplica, proporcionalmente a sua quota, porque o credor apenas em relação a esta parte foi prejudicado. Pela parte restante continuam os outros devedores responsáveis, como desde o começo, cada um por sua quota-parte (Art. 415, CC).
· A cláusula penal pode ter natureza compensatória ou moratória, mas exige sempre uma obrigação principal; inadimplida, ou seja, já constituído em mora o devedor.
14. Arras ou Sinal: É a quantia em dinheiro ou outra coisa fungível entregue por um contratante ao outro a fim de assegurar um pontual cumprimento da obrigação. As arras constituem a importância em dinheiro ou coisa dada por um contratante ao outro por ocasião da conclusão do contrato com o escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste, ou ainda, excepcionalmente, com o propósito de assegurar para cada um dos contratantes o direito de arrependimento. 
Asseguram eventual cumprimento da obrigação e eventual indenização dos danos. Tem caráter acessório.
· Natureza Jurídica:
a. Pacto Acessório: Não há arras num contrato principal, pois estas só aparecem se há um negócio jurídico em razão do qual elas existem;
b. Caráter Real: O acordo a respeito das arras deve existir, é essencial a entrega por um dos contratantes de dinheiro ou de outra compensação. Não há arras sem entrega, não basta a instrumentalização, comodato ou depósito, as arras não existem sem a entrega efetiva de algo.
· Espécies de Arras ou Sinal:
a. Confirmatórias – Art. 417, CC. Confirmação do contrato, que se torna obrigatório. A entrega deste sinal indica o aperfeiçoamento do contrato – que se encontra concluído, fazendo lei entre as partes. Além disso, é a antecipação da prestação prometidapelo contratante, o começo do pagamento, e seu quantum é imputado no preço avençado, se do mesmo gênero da obrigação principal. 
· Retrata a prévia determinação de perdas e danos pelo inadimplemento;
· Indenização Suplementar: Art. 419, CC – A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente, exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
b. Penitenciais – Art. 420, CC. Abrem espaço ao direito de arrependimento – quem se arrepende exerce o direito – e por isso o contrato é resolúvel, mas à custa da perda do sinal dado, ou sua restituição mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Pelo nosso direito as arras, em regra, são apenas confirmatórias do negócio jurídico. Podem as partes, no entanto, convencionar o direito de arrependimento, caso em que elas assumem caráter penitencial. Se é estipulado tal direito, é porque as partes quiseram fazer resolúvel o contrato, atenuando-lhe, destarte, a força obrigatória. Esse direito deverá ser exercido dentro do prazo que se estabelecer, e se não houver um prazo, até o início da execução do contrato. É, portanto, a predeterminação das perdas e danos da parte inocente, funcionando as arras como cláusula penal, independente de prova de prejuízo real.
· Arras ou Sinal: É a quantia em dinheiro ou outra coisa fungível, que um dos contratantes antecipa ao outro, com o objetivo de as segurar o cumprimento da obrigação, evitando o seu inadimplemento. Se a obrigação vem a ser cumprida normalmente, as arras deverão ser descontadas do preço ou restituí das a quem as prestou (Art. 417, CC).
· Consequências do Inadimplemento da Obrigação c/ Arras (Art. 418, CC): 
a. Se o descumprimento for imputável a quem deu as arras, este perderá em benefício do que recebeu;
b. Se a inexecução for imputável a quem recebeu as arras, deverá devolve-las em dobro, a crescidas de juros, correção monetária e honorários de advogado. 
· Permite que a parte que não deu causa ao descumprimento da obrigação pleiteie indenização suplementar, provando que seu prejuízo foi maior que o valor das arras. Como também pode exigir a execução do contrato, acrescido de perdas e danos cujo valor mínimo será o prestado em arras. O valor da indenização pode superar o equivalente à devolução em dobro das arras previstas para a hipótese de arrependimento (Art. 420, CC). Havendo cumulação do pedido de execução do contrato com as perdas e danos, devem as arras ser abatidas do valor da indenização. 
· Arras Penitenciais: Adquirem essa qualificação sempre que as partes houverem convencionado expressamente o direito de arrependimento, ou seja, de desistir do contrato, valendo as arras, no caso como indenização prefixada: 
a. Quem deu as arras e desiste do contrato, as perde;
b. Quem recebeu as arras e desiste do contrato, devolve em dobro. 
Independentemente de haver ou não inadimplemento da obrigação. 
Se o contrato não se concretizar por caso fortuito ou força maior, não incidirá este artigo, quem deu as arras, as receberá de volta, acrescidas apenas da atualização monetária pertinente. 
15. Responsabilidade Civil: É uma obrigação derivada – um dever jurídico sucessivo – de assumir as consequências jurídicas de um fato, consequências essas que podem variar (reparação de danos e/ou punição pessoal do agente lesionante) de acordo com os interesses do lesado. Adota um sistema dualista, coexistindo duas modalidades: a subjetiva e a objetiva.
· Natureza Jurídica: Sancionadora.
· Funções:
a. Compensatória;
b. Punitiva;
c. Socioeducativa.
· Prazos: 
· Art. 206, CC. Prescreve: § 3o Em três anos: V - a pretensão de reparação civil;
· Art. 2.028, CC. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
· Espécies de Responsabilidade Civil:
a. Subjetiva: A teoria subjetiva preconiza que o elemento culpa constitui, em regra, um dos pressupostos necessários para a responsabilidade civil.
b. Objetiva: Teoria do risco – é a teoria da responsabilidade objetiva, determinado que haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
· A responsabilidade subjetiva tornou-se insuficiente para atender a todas as possibilidades e demandas de ressarcimento de danos, haja vista a sociedade moderna e a sua evolução constante – marcados pelos avanços tecnológicos e científicos, interesses pessoais e relações complexas.
· Elementos da Culpa:
a. Voluntariedade do comportamento do agente;
b. Previsibilidade do prejuízo causado;
c. Violação de um dever de cuidado.
· Formas de Manifestação da Culpa:
I. Teoria da Gravidade da Culpa: Art. 944, CC. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
II. Causas Concorrentes (ou Culpa Concorrente): Art. 945, CC. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
· Elementos do Risco:
· Ato Ilícito: Art. 186, CC – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
· Abuso do Direito: Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
· Teoria do Risco: Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187, CC), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
· Responsabilidade Civil Contratual: Ocorre pela presença de um contrato existente entre as partes envolvidas, agente e vítima. Assim, o contratado une os quatro elementos da responsabilidade civil (ação ou omissão, somados à culpa ou dolo, nexo e o consequente dano) em relação ao contratante, em razão do vínculo jurídico que lhes cerca.
· Responsabilidade Civil Extracontratual: Também conhecida como aquiliana, o agente não tem vínculo contratual com a vítima, mas, tem vínculo legal, uma vez que, por conta do descumprimento de um dever legal, o agente por ação ou omissão, com nexo de causalidade e culpa ou dolo, causará à vítima um dano.
· Pressupostos da Responsabilidade Extracontratual:
I. Conduta;
II. Nexo;
III. Dano.
· Requisitos do Dano:
a. Violação a um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou jurídica – Súmula 227 do STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral;
b. Certeza do dano;
c. Subsistência do dano.
· Espécies de Dano:
I. Patrimonial, Material ou Perdas e Danos: Art. 402, CC. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
II. Moral: Quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar atividade profissional da vítima.
· In re ipsa – É o dano moral presumido – o direito absoluto é lesado por uma má-fé absoluta, indiscutível. Esse dano moral é um direito garantido, que advém de uma relação de consumo entre pessoas de direito e se dá como responsabilidade objetiva.
III. Estético: Art. 949, CC. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde,o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
IV. Reflexo (ou Richocete): Esse dano ocorre quando a ofensa é dirigida uma pessoa, mas quem sente os efeitos dessa ofensa, dessa lesão é outra. P. ex. ofensa dirigida a um morto, que apesar de não ser ofendido em sua personalidade, pois os direitos da personalidade surgem com a concepção e se extinguem com a morte, portanto, não são transmitidos aos herdeiros, que só poderão entrar com ação de indenização em razão de sofrerem o dano reflexo da ofensa.
V. Perda de Chance: O dano que se origina a partir de uma oportunidade perdida e está ligado a uma probabilidade, uma situação que possivelmente aconteceria caso a conduta do agente violador não existisse. A teoria da perda de uma chance possibilita a reparação de danos nos casos em que há nitidamente a inibição, por culpa de outrem, de um fato esperado pela vítima, impedindo-a também de aferir um benefício consequente daquela ação (ou evitar uma desvantagem). Deste modo, a vítima garante a obtenção da reparação por parte do causador do dano, haja vista uma expectativa ter sido frustrada por ele.
· Nexo de Causalidade: Art. 403, CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
· Teoria da Causalidade Direta, Imediata, Causa Adequada ou Teoria da Interrupção do Nexo Causal: É a adotada pelo Código Civil. Nesta teoria, a causa é o antecedente (conduta) que determina o resultado como sua consequência direta e imediata.
· Responsabilidade Civil Decorrente:
a. Das pessoas jurídicas de direito público e de direito privado: Art. 931, CC. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
· Dano Moral Coletivo (STJ): Existe quando qualquer ato ou comportamento afete valores e interesses coletivos fundamentais, independente destes atos causarem efetiva perturbação física ou mental em membros da coletividade.
b. Por ato de terceiro ou responsabilidade civil indireta ou por fato de outrem: 
· Art. 928, CC. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
· Art. 932, CC. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
· Responsabilidade Objetiva: Art. 933, CC. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
· Direito de Regresso: Art. 934, CC. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
· Independência da Responsabilidade Civil sobre a Penal: Art. 935, CC. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
· Responsabilidade pela Guarda do Animal: Art. 936, CC. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
· Responsabilidade pela Ruina de Edifício ou Construção: Art. 937, CC. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
· Responsabilidade pelas Coisas Caídas de Edifícios: Art. 938, CC. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
· Responsabilidade Solidária: Art. 942, CC. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932, CC.
· Transmissão das Obrigações: Art. 943, CC. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
· Casos de Responsabilidade Civil Determinados pelo STJ:
I. Dano proveniente de veículo furtado ou roubado;
II. Furto ou roubo nas dependências do condomínio (Súmula 260, STJ);
III. Dano causado por veículo locado (Súmula 492, STJ);
IV. Veículo emprestado;
V. Depois de alienado o veículo sem que fosse transferido o documento no DETRAN, existe danos a terceiros (Súmula 132, STJ);
VI. Dano Moral no Direito de Família: 
Abandono Paterno (STJ), 
Rompimento Injustificado de Noivado (TJ/SP),
Recusa Injustificada do Reconhecimento de Paternidade (Art. 231 do CC e Súmula 301 do STJ),
Infidelidade e não Adultério: (TJ-SP e DF) e do adultério contra a amante (TJ de Goiás);
VII. Dano Decorrente do Processo Lento (Art. 5ª, LXXVIII – Princípio da Razoável Duração do Processo);
VIII. Dano moral e material de decorrente da morte de filho menor: cabe dano moral pela Súmula 491 do STF e material pelo STJ + 950, parágrafo único, do CC. 
IX. Seguro DPVAT: Súmula 246 do STJ – O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada. E Súmula 257 do STJ – A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização;
X. Dano moral decorrente da violação ao sossego;
XI. Nascimento indevido;
XII. Dano moral decorrente da Injúria Racial versus Racismo – Injúria Racial consiste em ofender a honra de alguém se valendo de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. O alvo é um único indivíduo. Enquanto o Racismo implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos.
XIII. Assalto em meio de transporte (STJ);
XIV. Dano moral decorrente do contrato de seguro (STJ);
XV. Dano moral coletivo (STJ);
XVI. Dano social – São lesões à sociedade, tanto por diminuição na qualidade de vida quanto por rebaixamento de seu patrimônio moral;
XVII. Responsabilidade Pressuposta – Consiste em pressupor a responsabilidade de quem, com sua atividade, expõe outras pessoas a risco (mise en danger) e, por isso, deve indenizá-la, ainda que não seja o culpado. A responsabilidade pressuposta seria uma cláusula geral de mise en danger aprimorada. A ideia é a de que, em primeiro lugar, deve-se indenizar a vítima e, depois, buscar-se o reembolso de quem realmente foi o culpado ou o criador da situação de risco;
XVIII. Imprescritibilidade do Dano Moral (caso de tortura, lesão a integridade física, lesão a dignidade);
XIX. Dano moral do nascituro (STJ). Art. 2º, CC – A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
· Responsabilidade Civil do Estado: É a obrigação que lhe incumbe de reparar os danos lesivos a terceiros e que lhe sejam imputáveis em virtude de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivosou omissivos, materiais (p. ex. carcereiro espancar um preso) ou jurídicos (p. ex. determinação de apreensão de mercadorias sem as formalidades legais).
· Art. 37, § 6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
· Responsabilidade por Ação ou Ato Comissivo do Estado: 
· Por comportamentos lícitos: 
a. Atos jurídicos;
b. Atos materiais.
· Por comportamentos ilícitos:
a. Atos jurídicos;
b. Atos materiais.
· Esses atos são conhecidos como fatos administrativos.
· Teoria do Risco:
· Risco Administrativo: Faz surgir a obrigação de indenizar o dano do ato lesivo e injusto causado à vítima pela Administração. Não se exige qualquer falta do serviço público, nem culpa de seus agentes. Basta a lesão, sem o concurso do lesado. A principal justificativa da adoção de tal teoria se refere ao ideal de solidariedade perseguido pelo Estado brasileiro, desta forma, todos os cidadãos devem contribuir com a reparação do dano, afinal, o valor da indenização é retirado do erário.
· Risco Integral: Segundo esta, a Administração ficaria obrigada a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resulte de culpa ou dolo da vítima. A principal diferença é que o risco integral não admite alegação de excludente de culpabilidade pelo Estado, ao passo que o risco administrativo sim. 
· Basta que a vítima comprove a existência de um fato administrativo, o dano e o nexo existente entre o dano e o fato administrativo. A culpa da Administração é presumida e sua responsabilidade civil é objetiva, ou seja, havendo os três elementos (fato, dano e nexo), a administração não poderá alegar culpa ou dolo do agente público para se livrar do dever de indenizar.
· Hipótese em que o Brasil adota a Teoria do Risco Integral: Tal situação excepcional se refere aos casos de acidentes nucleares. O Art. 21, XXIII, alínea “d”, CF – A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa. Desta forma, ainda que o Estado tenha tomado todas as precauções necessárias no que tange à exploração dos serviços e instalações nucleares, se responsabilizará. Assim, caso venha a ocorrer um acidente, mesmo que por culpa inteiramente da vítima, que não respeitou as normas aconselhadas ou adentrou clandestinamente em local perigoso e repleto de agentes nucleares, o Estado se responsabilizará civilmente, tendo que indenizar a vítima imprudente e curiosa.
· Responsabilidade em Razão de Atuação Positiva do Estado Propiciadora de Risco de Dano: (STF).
· Responsabilidade do Estado por Atos Legislativos e Judiciais: Art. 5º, LXXV, CF – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
· Responsabilidade dos Tabeliães, Notários e Oficiais de Registro: O Estado responde objetivamente pelos atos dos tabeliães registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem danos a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
· Responsabilidade Subjetiva do Estado: Nas hipóteses de omissão os danos não são causados por agentes públicos, e sim, por fatos da natureza ou fatos de terceiros, todavia, os danos causados poderiam ter sido amenizados ou evitados se não houvesse ocorrida omissão estatal. Assim, a responsabilidade do Estado é subjetiva, aplicando-se a Teoria da Culpa do Serviço Público ou Faute Du service ou Culpa Anônima ou, ainda, Culpa Administrativa. De acordo com essa teoria, o Estado responderá pelo dano desde que o serviço público não funcione quando deveria funcionar, funcione atrasado ou funcione mal, sendo configurada a omissão nas duas primeiras hipóteses. A comprovação da responsabilidade por omissão ocorre com demonstração do dever e possibilidade de agir Estatal em se evitar o dano.
· Fato da Natureza: Vide força maior.
· O Estado NÃO pode ser considerado um segurador universal.
· Excludentes de Responsabilidade:
I. Estado de Necessidade: Art. 188, CC. Não constituem atos ilícitos: II – A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
· Art. 929, CC. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
· Art. 930, CC. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
II. Legítima Defesa: Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
· Art. 930, Parágrafo único do CC. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
III. Exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal: Art. 188, CC. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.
IV. Caso Fortuito ou Força Maior: Art. 393, CC. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. O quesito imprevisibilidade se torna um elemento essencial para a caracterização do caso fortuito, já na força maior será a irresistibilidade.
V. Culpa Exclusiva da Vítima ou Fato Exclusivo da Vítima: Se dá quando a vítima provoca sozinha, o resultado lesivo, restando excluído o nexo causal, e, portanto, a própria responsabilidade civil.
VI. Fato de Terceiro ou Culpa de Terceiro: Terceiro pode ser definido como qualquer pessoa que não seja vítima ou o agente que causou o dano e não possua nenhuma ligação com o agente e a vítima. Este terceiro no caso que é responsável pelo evento danoso que houve entre autor e vítima, afastando assim a relação de causalidade sobre a conduta do agente e vítima.
VII. Cláusula de Não Indenizar ou Cláusula de Irresponsabilidade: A cláusula de não indenizar trata-se de uma previsão contratual que exclui a responsabilidade. Ela também pode ser conhecida como cláusula de irresponsabilidade ou cláusula de excludente de responsabilidade. 
· Cláusula de Irresponsabilidade: Exclui a responsabilidade;
· Cláusula de Não Indenizar: Afasta a obrigação derivada da responsabilidade – a indenização ou reparação. Sendo assim, permanece a responsabilidade, eliminando-se somente a sua consequência.

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