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O Serviço Social e suas dimensões

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DESCRIÇÃO
As dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa como síntese da
competência na instrumentalidade do Serviço Social.
PROPÓSITO
Compreender a articulação das dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-
operativa no contexto da instrumentalidade e da intencionalidade do Serviço Social e sua
dimensão investigativa na direção da efetivação dos direitos dos usuários das políticas públicas
é uma análise crítica basilar para competência dessa categoria, por discutir questões relativas
aos encaminhamentos das desigualdades sociais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a dimensão ético-política na atuação profissional no Serviço Social
MÓDULO 2
Identificar as dimensões teórico-metodológica e a técnico-operativa no contexto do Serviço
Social
MÓDULO 3
Reconhecer o caráter investigativo na formação e prática profissional no Serviço Social
INTRODUÇÃO
Vamos refletir sobre a importância da instrumentalidade e da intencionalidade do Serviço
Social, especificamente no exercício profissional do assistente social. Por meio das dimensões
ético-política, teórico-metodológicas, técnico-operativa e do caráter investigativo, referentes ao
uso dos instrumentos necessários ao agir profissional, somos chamados a compreender como
esses profissionais podem objetivar as finalidades das demandas que lhes chegam.
A instrumentalidade dita aqui está associada à competência, propriedade e qualidade dos
serviços prestados. Não se trata apenas do uso de seus instrumentos técnicos, mas do caráter
de análise crítica que a profissão desenvolveu no interior das relações sociais. Constitui-se um
direcionamento concreto de reconhecimento social desse trabalho.
MÓDULO 1
 Identificar a dimensão ético-política na atuação profissional no Serviço Social
ÉTICA PROFISSIONAL
 
Foto: Shutterstock.com.
Iniciemos nosso estudo percebendo como e por que a dimensão ético-política possibilita ao
profissional reconhecer princípios e valores ético-morais que balizem e deem sustentação à
prática profissional. A base deste ponto é mostrar que o assistente social não é um profissional
“neutro”; sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da
sociedade capitalista, relações essas que são contraditórias.
Podemos ir mais além: mostra que esse profissional deve ser um mediador na definição das
finalidades e na escolha dos meios e instrumentos mais adequados ao alcance das
transformações sociais. Assim, seu posicionamento ético-político não pode ser dissociado da
dimensão teórico-metodológica e técnico-operativa. Isso porque não existem ações pessoais
no cotidiano profissional, mas responsabilidades da categoria profissional. Essa competência
remete à observância do Código de Ética do Assistente Social (BRASIL, 2012, p. 27):
 
Imagem: Shutterstock.com.
“É vedado ao/à assistente social: 
 
(...) Transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de Regulamentação da
Profissão (Art. 4º, a).”
A lei a que se refere o artigo é a lei que regulamenta a profissão (Lei 8.662/1993). Nela,
podemos encontrar, de forma mais enfática, a importância desse projeto ético-político
profissional, quando afirma, por exemplo (BRASIL, 1993):
 
Imagem: Shutterstock.com.
“Compete aos CRESS [Conselhos Regionais de Serviço Social], em suas respectivas áreas de
jurisdição, na qualidade de órgão executivo e de primeira instância, o exercício das seguintes
atribuições: 
 
(...) zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como Tribunais
Regionais de Ética Profissional (Art. 10. IV).”
DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA:
CONTEXTUALIZAÇÃO
A dimensão ético-política, juntamente às dimensões teórico-metodológica e técnico-operativa
(ressaltando que ambas trabalham de forma intrínseca na tríade que permeia a prática do
Serviço Social), constitui a base do trabalho dos assistentes sociais, pautando-se nos
princípios e valores do código de ética profissional, na defesa da nova ordem social, na luta
pela democracia, pela riqueza gerada pela sociedade socializada de participação política e pela
expansão da cidadania, para que esta se consolide.
Em particular, os assistentes sociais devem dar contribuições efetivas no processo de
manutenção e expansão dos direitos sociais e políticos da classe trabalhadora, redefinindo,
assim, a cidadania de forma mais abrangente.
Em termos legais, referente à regulamentação, como vimos, este aspecto está refletido no
Código de Ética, que entrou em vigor em 1993, por meio da lei que regulamenta a profissão
(Lei 8.662/1993), no roteiro Curriculum de diretrizes de 1996 e em outras legislações relevantes
da área.
Para consolidar as três dimensões profissionais, o assistente social não deve compreender
cada dimensão isoladamente, mas seu desempenho profissional deve ser explicado pela
indivisibilidade dessas dimensões que constituem o trabalho do assistente social, por meio do
conhecimento das ações realizadas sobre a política ética da profissão.
O trabalho social é constituído democraticamente e tem o seu fundamento normativo a partir do
seu nível moral e de debate, o que está expresso de forma evidente na lei de regulamentação
da profissão (responsável por atribuir as competências e as atribuições profissionais, além do
“Código de Ética do Assistente Social”). A lei estipula direitos baseados nos princípios e valores
humanísticos que norteiam a prática cotidiana, nas responsabilidades e obrigações dos
assistentes sociais, posiciona-os como profissionais que defendem a liberdade, a
universalidade dos direitos, a democracia, a igualdade e a qualidade dos serviços prestados ao
povo e indica outros princípios da ética profissional.
Nessa perspectiva, os debates entre ética, política e a profissão do serviço social refletem
práticas sociais voltadas para a criação de novos valores, que também é um processo de
criação de uma nova hegemonia no contexto das relações sociais:
 
Imagem: Shutterstock.com.
“A história recente da sociedade brasileira, polarizada pela luta dos setores democráticos
contra a ditadura e, em seguida, pela consolidação das liberdades políticas, propiciou uma rica
experiência para todos os sujeitos sociais. Valores e práticas até então secundarizados (a
defesa dos direitos civis, o reconhecimento positivo das peculiaridades individuais e sociais, o
respeito à diversidade etc.) adquiriram novos estatutos, adensando o elenco de reivindicações
da cidadania. Particularmente para as categorias profissionais, essa experiência ressituou as
questões do seu compromisso ético-político e da avaliação da qualidade dos seus serviços”
(BRASIL, 2012, p. 19).
Essa dimensão também significa que a atuação desse profissional tem uma direção social
fundamental, e sua posição não é neutra.
Desse modo, ao mobilizarem os próprios saberes, os assistentes sociais irão identificar formas
de reconhecer as necessidades profissionais, por exemplo, a forma indicada pelos usuários
dos serviços prestados sobre a sua capacidade e a autonomia para atender às necessidades
básicas desses indivíduos. Essas necessidades podem ser reconhecidas por meio do cuidado
prestado, das condições objetivas de vida do usuário e da forma como vive e se relaciona.
 
Imagem: Shutterstock.com.
Outra forma de determinar tais necessidades é analisar sistematicamente a realidade social a
partir da própria prática profissional e sistematizar os dados gerados pelas atividades
realizadas. Essa prática também apoia a implementação do processo de avaliação, o que
possibilitará aos assistentes sociais reconhecer se a prática profissional está efetivamente
produzindo resultados. Além disso, é preciso também compreender, planejar, executar e
analisar o comportamento dos profissionais na perspectiva dos profissionais, das organizações,
dos usuários e da realidade social.
ATUAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA DO
ASSISTENTE SOCIAL DIANTE DAS
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
 
Foto: Shutterstock.com.m
Quanto à natureza do trabalhodo assistente social, é de suma importância a observação de
que ele está inserido em instituições prestadoras de serviços sociais ligadas às políticas
sociais, nas quais o ajuste das relações sociais está relacionado, mas não de forma direta, à
produção material. O trabalho desse profissional cria as condições necessárias para o
processo de reprodução social, pois afeta as condições de vida dos trabalhadores (por meio de
bens e serviços que complementam sua sobrevivência) e produz efeitos ideológicos para
potencializar ou não as condições de compra e venda de mão de obra.
A desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais, que, infelizmente, marca a
realidade nacional, transfere a responsabilidade por tais ações para as iniciativas privadas ou
individuais, cabendo a indivíduos isolados decidirem por conta própria, em vez de contestarem
a responsabilidade pública do Estado.
ASSIM, QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DA
MUDANÇA DE FOCO DE ATENÇÃO DO DOMÍNIO
PÚBLICO DOS DIREITOS PARA OS ASPECTOS
PRIVADOS DAS OBRIGAÇÕES MORAIS?
VERIFICAR
A ruptura da universalidade dos direitos e a possibilidade de suas reivindicações judiciais e a
desintegração da continuidade dos serviços prestados, sob a condição de aceitar decisões
privadas.
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A esse respeito, podemos entender ainda que:
A ANÁLISE DAS PARTICULARIDADES DO TRABALHO
DO SERVIÇO SOCIAL DESENVOLVIDO JUNTO ÀS
CLASSES SUBALTERNAS SITUA NECESSARIAMENTE
ESTE TRABALHO NUMA DIMENSÃO EMINENTEMENTE
POLÍTICA, COLOCANDO EM QUESTÃO O
SIGNIFICADO E A DIREÇÃO SOCIAL DESTA AÇÃO
PROFISSIONAL. O QUE SE PRETENDE ASSINALAR É
QUE ESTE SIGNIFICADO E A DIREÇÃO SOCIAL DO
TRABALHO PROFISSIONAL SE EXPLICAM A PARTIR E
NO CONJUNTO DAS RELAÇÕES E DOS PROJETOS
COLOCADOS EM CONFRONTO NA TRAMA SOCIAL.
(YAZBEK, 2009, p. 15).
Dessa forma, permite-se compreender qual é o principal dilema contemporâneo e como
transformá-lo tendo como base as peculiaridades do serviço social e expressá-lo em termos de
exigências e competências sociais profissionais e na cultura a qual está inserido. Neste
contexto, podem-se considerar para a devida reflexão as palavras abaixo:
A TEORIA NÃO É CAPAZ, POR SI SÓ, DE PROCESSAR
QUALQUER ALTERAÇÃO NA REALIDADE CONCRETA.
CONTUDO, A PRÁTICA COMO ATIVIDADE EFETIVA
QUE PERMITA TRANSFORMAÇÃO NA REALIDADE
NATURAL OU SOCIAL NÃO É UMA ATIVIDADE
QUALQUER, MAS ATIVIDADE QUE POSSIBILITA AO
SUJEITO REFLEXÃO SOBRE SUA AÇÃO E
REVELAÇÕES SOBRE A REALIDADE (...). É UMA
AÇÃO CAPAZ DE PROPORCIONAR CONHECIMENTOS,
TRANSFORMANDO E QUALIFICANDO NOSSAS IDEIAS
SOBRE AS COISAS E NOS FORNECER MEIOS, CASO
TENHAMOS INTENÇÃO DE MODIFICÁ-LAS.
(FORTI; GUERRA, 2009, p. 4).
O assistente social como trabalhador vivencia as consequências dessas mudanças, que geram
um processo de agravamento e instabilidade do seu emprego, uma vez que essa dinâmica
desencadeada pelas crises contemporâneas afeta todos os processos de produção e serviços,
muda a imagem profissional e o espaço de trabalho das diferentes profissões.
SERVIÇO SOCIAL E O SEU CÓDIGO DE
ÉTICA
 
Foto: Shutterstock.com.
Como categoria profissional, o serviço social tem priorizado discussões e reflexões sobre
princípios filosóficos e visões éticas ao longo da trajetória histórica do Brasil. Esses princípios
filosóficos e perspectivas éticas apoiam a visão das pessoas e do mundo e orientam a
compreensão da realidade, portanto, também seu comportamento profissional. Assim, a
finalidade de formular e posteriormente reeditar seu código de ética profissional é atender às
expectativas da sociedade em relação ao seu comportamento profissional e participar dos
exemplos profissionais mais específicos, o que em muitos casos pode significar enfrentar
conflitos internos, por exemplo.
Como temática coletiva, a categoria profissional é composta por “sujeitos individuais” e, quando
estes discutem os fundamentos éticos e filosóficos da profissão, trazem motivações, interesses
e valores diferentes para a prática profissional. Com base nessa suposição, é crucial que os
princípios da seleção sejam consciente e estritamente incorporados por toda a categoria e
pelos indivíduos que a compõem.
No que se refere ao Código de Ética do assistente social, a análise de sua formulação e
revisão sistemática mostra que, desde o surgimento da profissão, os profissionais têm dado
atenção especial à definição e socialização de visões éticas e filosóficas, estabelecendo a
prática profissional. Essa categoria tem procurado refletir, debater e apresentar à sociedade os
princípios que norteiam a sua conduta profissional.
Percebe-se que essa revisão das diretrizes contidas no Código de Ética do Assistente Social
ao longo dos diversos períodos da trajetória profissional buscou acompanhar as
transformações da sociedade brasileira, pois o código ético deve atender às situações que os
profissionais enfrentam na prática diária.
LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A TRAJETÓRIA
HISTÓRICA DA PROFISSÃO NA SOCIEDADE
BRASILEIRA E, PORTANTO, OS ASPECTOS
IDEOLÓGICOS QUE SUSTENTAM A PROFISSÃO, O
QUE PODEMOS OBSERVAR?
VERIFICAR
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Em um primeiro momento, o princípio filosófico era compreender a realidade e a consequente
atitude profissional na prática. Dessa forma, ao atingir a neutralidade assumida e inatingível,
apesar das críticas, tais profissionais ainda tentam responder às demandas da sociedade em
determinado momento histórico.
Ao analisar as características do Código de Ética do Assistente Social do Brasil, muitos
aspectos podem ser observados na construção e aplicação das recomendações. O código
destaca que é preciso retomar o pensamento sobre a ética profissional para consolidar projetos
profissionais ligados ao projeto de sociedade democrática radical, e se opõe claramente a um
projeto empresarial neoliberal para o país:
 
Imagem: Shutterstock.com.
“O Serviço Social experimentou, no Brasil, um profundo processo de renovação. Na
intercorrência de mudanças ocorridas na sociedade brasileira com o próprio acúmulo
profissional, o Serviço Social se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-se
e, na entrada dos anos 1990, apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e
legitimada socialmente” (BRASIL, 2012, p. 19).
SERVIÇO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DE
UM PROJETO PROFISSIONAL
Assim como em outras situações que envolvem a prática profissional, por exemplo, a formação
profissional e as normas de ética profissional, a elaboração de projetos profissionais deve ser
acompanhada pelas mudanças vivenciadas pela sociedade onde se insere a profissão. Para
alguns estudiosos, esses requisitos (GUERRA, 2007) se somam às profissões que envolvem
normas legais, e por serem instituídos por sujeitos coletivos, ou seja, categorias profissionais
organizadas e fortalecidas, esses requisitos são necessários para que os projetos profissionais
sejam reconhecidos e respeitados.
Para poder enfrentar tais problemas, é necessário refletir e discutir de acordo com as
condições específicas apresentadas pela formação social, inferir a situação específica da
categoria profissional e buscar não só alcançar a realidade vivida pelos profissionais, mas
também a sua situação além do serviço; além de outras categorias profissionais, também são
inseridos os usuários de seus serviços e as instituições que os abrigam.
Para que seja possível a aplicação de um projeto ético-político para esta categoria profissional
(TEIXEIRA; BRAZ, 2009), é preciso que seus princípios e valores estejam alinhados com três
componentes essenciais, como será visto a seguir.
 
Imagem: Shutterstock.com.
Produção do conhecimento de Serviço Social
Aqui se inserem e se sistematizam as variadas modalidades práticas da profissão, bem como
os processos reflexivos do fazer profissional, especulativos, prospectivos e combativos. Assim,
pode-se representar esse componente pelos trabalhos de conclusão de curso, artigos
científicos, dissertações, teses, livros, grupos de discussão e pesquisa etc.
javascript:void(0)Imagem: Shutterstock.com.
Instâncias político-organizativas da profissão
Componente formado pelas organizações profissionais, organizações sindicais e estudantis.
Essas instituições são lugares onde é possível conformar, reformular e reafirmar as
características gerais do projeto. Exemplos dessas instâncias são: o Conselho Federal e os
conselhos regionais de Serviço Social, os sindicatos dos assistentes sociais, a Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e as várias outras associações.
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Imagem: Shutterstock.com.
Dimensão jurídico-política
Neste componente encontra-se o conjunto de leis, resoluções, documentos políticos e
normativos aprovados e recomendados para aplicação, tanto aqueles exclusivos da profissão
como as legislações gerais que se referem à intervenção profissional.
 SAIBA MAIS
Além da legislação citada anteriormente, vale conferir, entre outras:
Lei de Regulamentação Profissional.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Lei Orgânica da Saúde (LOAS).
Estatuto do Idoso.
Dessa forma, é possível compreender que, para a aplicação da dimensão ético-política na
atuação profissional do assistente social, bem como no projeto profissional da categoria, é
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preciso estar alinhado com as atuais configurações da sociedade, se adaptando às suas
transformações, sem renunciar aos princípios e valores mais basilares.
NEUTRALIDADE PROFISSIONAL?
Vamos, agora, falar um pouco mais sobre a importância da dimensão ético-política na atuação
profissional do assistente social.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE
SOCIAL, BEM COMO A DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA DO SERVIÇO
SOCIAL E SEUS FUNDAMENTOS, PRINCÍPIOS E VALORES, CABE A
ESSE PROFISSIONAL AS SEGUINTES AÇÕES, EXCETO:
A) Contribuir para a manutenção e expansão dos direitos sociais e políticos da classe
trabalhadora.
B) Ter posição e atuação neutras ao detectar uma situação de desigualdade.
C) Criar as condições necessárias para o processo de reprodução social, afetando as
condições de vida dos trabalhadores.
D) Defender a universalidade dos direitos e a democracia.
E) Priorizar a liberdade, a igualdade e a qualidade dos serviços prestados ao povo.
2. SEGUNDO TEIXEIRA E BRAZ (2009), PARA UMA PERSPECTIVA
CONCRETA E APLICÁVEL DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL, É PRECISO QUE OS PRINCÍPIOS E VALORES DA ÉTICA
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL ESTEJAM ASSOCIADOS A
OUTROS TRÊS COMPONENTES, COMPOSTOS PELA PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO DE SERVIÇO SOCIAL; PELAS INSTÂNCIAS POLÍTICO-
ORGANIZATIVAS DA PROFISSÃO E PELA DIMENSÃO JURÍDICO-
POLÍTICA. A PARTIR DESSE CONTEXTO, ASSINALE A SEGUIR A
ALTERNATIVA CORRETA.
A) A produção do conhecimento de Serviço Social não pode ser representada pelos trabalhos
de conclusão de curso, artigos científicos, dissertações, teses, livros, grupos de discussão e
pesquisa etc.
B) Não cabe ao componente “produção do conhecimento de Serviço Social” refletir sobre o
fazer profissional.
C) As instâncias político-organizativas da profissão são constituídas pelas organizações
profissionais, sindicais e estudantis.
D) A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) pode ser
inserida no componente “produção do conhecimento de Serviço Social”.
E) A dimensão jurídico-política não inclui as legislações gerais que subsidiam a intervenção
profissional.
GABARITO
1. Considerando a atuação profissional do assistente social, bem como a dimensão
ético-política do Serviço Social e seus fundamentos, princípios e valores, cabe a esse
profissional as seguintes ações, EXCETO:
A alternativa "B " está correta.
 
De acordo com o Código de Ética do Assistente Social e as demais legislações que
regulamentam a profissão, o assistente social NÃO deve ter uma posição neutra, visto que
deve estar comprometido com a democracia, a liberdade e a igualdade, para que, assim,
garanta os direitos sociais do povo, contribuindo para a execução das políticas públicas.
2. Segundo Teixeira e Braz (2009), para uma perspectiva concreta e aplicável do projeto
ético-político do exercício profissional, é preciso que os princípios e valores da ética
profissional do assistente social estejam associados a outros três componentes,
compostos pela produção do conhecimento de Serviço Social; pelas instâncias político-
organizativas da profissão e pela dimensão jurídico-política. A partir desse contexto,
assinale a seguir a alternativa correta.
A alternativa "C " está correta.
 
O componente “instâncias político-organizativas da profissão” diz respeito às organizações
profissionais, organizações sindicais e estudantis, nas quais podem ser conformadas,
reformuladas e reafirmadas as características gerais do projeto ético-político dessa categoria
profissional, a exemplo do conselho federal e os conselhos regionais de Serviço Social, os
sindicatos dos assistentes sociais, a ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
Serviço Social) e as diversas outras associações.
MÓDULO 2
 Identificar as dimensões teórico-metodológica e a técnico-operativa no contexto do
Serviço Social
TEORIA OU PRÁTICA?
 
Imagem: Shutterstock.com.
TEORIA OU PRÁTICA?
Nosso desafio, agora, é encontrar ferramentas para relacionar as dimensões teórico-
metodológicas e técnico-operativas, para que você seja capaz, ao final desse estudo, de
absorver a ideia de união entre teoria e prática.
TAL DESVINCULAÇÃO, SE PERNAMECER, PODE
GERAR UMA INSERÇÃO DESQUALIFICADA DO
ASSISTENTE SOCIAL NO MERCADO DE TRABALHO.
Essa é uma condição central que deve permitir a você uma apreensão de todo e qualquer
processo social como totalidade e não fragmentar as ações sociais visualizando respostas
puramente imediatistas. Com isso, você terá um aparato teórico-metodológico em direção de
alcançar leituras concretas acerca da realidade, com um olhar crítico sobre ela.
Afinal, a questão social deve ser vista em sua totalidade e dinâmica. Esse é o principal objeto
de trabalho do assistente social, assim como o critério técnico-operativo: a atuação profissional
irá permitir um melhor desempenho para criar instrumentos, estratégias, técnicas e habilidades
que respondam às demandas colocadas à profissão.
CONCEITUANDO A DIMENSÃO TEÓRICO-
METODOLÓGICA
O Serviço Social historicamente se afirmou como necessário na sociedade na condição de um
exercício profissional, como um tipo de trabalho especializado que objetiva uma intervenção no
processo social.
Nesse contexto, a dimensão teórico-metodológica refere-se à capacidade de compreender
métodos e teorias e sua relação com a prática profissional, a fim de interpretar criticamente o
conjunto da realidade social e sua reflexão, o que deve ser expresso em dimensões, como
estas expostas aqui, gerando conhecimento e contribuindo para a busca de estratégias
adequadas, visando os interesses dos usuários das políticas sociais.
 
Imagem: Shutterstock.com.
Essa realidade é repleta de múltiplas decisões, pois é dinâmica e está sempre mudando.
Portanto, os procedimentos profissionais requerem reflexão crítica contínua, apoiada em
teorias críticas, e objetivando avaliar quais os melhores instrumentos e técnicas para utilizar em
sua prática profissional, de acordo com os objetivos propostos.
Nesse âmbito, é necessário esclarecer, portanto, que os objetivos profissionais e o
posicionamento na prática profissional permitem a este profissional tornar-se mediador das
mudanças necessárias para melhor enfrentamento das expressões da questão social.
Assim, a metodologia teórica orienta a prática profissional do Serviço Social. Além disso,
permite ainda que as pessoas entendam o significado e a direção social do comportamento
profissional, explicando assim a dinâmica da vida social e analisando as realidades concretas e
contraditórias da sociedade capitalista na direção social crítica da principal corrente teórica que
norteia a área – o marxismo.
MAS O QUE É MARXISMO?VEJA AQUI
O marxismo, também chamado de materialismo histórico dialético, é entendido como “a
filosofia oficial do comunismo enquanto teoria dialética da realidade, cujos princípios foram
propostos por K. Marx e desenvolvidos por F. Engels. Com esse nome, Engels designou o
cânon de interpretação histórica proposto por Marx; mais precisamente que consiste em atribuir
aos fatores econômicos peso preponderante na determinação dos acontecimentos históricos”
(ABBAGNANO, 1998, p. 651-652).
 
Foto: George Lester/ Wikimedia Commons, Domínio Público.
 Karl Marx e Friedrich Engels.
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Se tal corrente teórica não for considerada à luz de sua dimensão crítica, fará o profissional
perceber a “questão social” – principal objeto de trabalho dos assistentes sociais – como mera
consequência “natural” do não trabalho ou do não “esforço” deste; ou seja, fora da lógica que a
gerou: a acumulação capitalista. É necessário que o assistente social compreenda (GUERRA,
2009) o significado da profissão entendendo a escolha dos aportes teórico-metodológicos
aliados à capacidade política de estabelecer estratégias profissionais adequadas em seu
processo de intervenção.
Dessa maneira, não se deve atribuir uma estrutura de “metodologia” ao processamento da
atividade, visto que, para toda e qualquer referência teórico-metodológica, é imprescindível a
capacidade de procedimentos estratégicos na implementação do fazer profissional.
ASSIM, A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA DEVE
IR ALÉM DE PAUTAS OU ETAPAS. NÃO É UMA
“APLICAÇÃO” NO REAL, MAS UMA ARTICULAÇÃO
COM ELE.
É importante sabermos sobre a “teorização do Serviço Social” que: embora o Serviço Social
não tenha atingido um ramo do “saber” entre as ciências, ou seja, não possua uma teoria e
uma metodologia próprias, ele se constitui como uma área de produção de conhecimentos,
inserida na grande área de Ciências Sociais Aplicadas, isto é, constrói conhecimento
científico.
 
Imagem: Shutterstock.com.
Nesse processo de construção de conhecimentos, a profissão privilegia seu olhar com suporte
na direção da análise da dialética marxista (no contexto conceitual indicado acima) que fornece
subsídios e parâmetros coerentes para a sua prática interventiva.
Este é um suporte referencial-teórico que vai permitir um melhor aprofundamento e
interpretação no processo de identificar e problematizar as condições do exercício profissional,
os fenômenos existentes nas demandas que nos chegam, selecioná-las, classificá-las,
identificar suas características, lacunas e demais ações que rompam com um olhar imediatista
no reconhecimento das questões sociais nas suas relações e inúmeras determinações. Tudo
isso para aceitar que a sociedade e suas contradições funcionam de modo dinâmico e,
portanto, para entender que cada ação profissional merece uma análise crítica em seu
desempenho cotidiano e, assim, ultrapassar o ângulo da singularidade e ter visões mais
amplas e complexas do real.
Para que o profissional tenha um guia referente aos pilares da tríade que permeia a atuação do
assistente social, pode ser considerada a seguinte incursão:
A CAPACITAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA E
HISTÓRICA É QUE PERMITE UMA APREENSÃO DO
PROCESSO SOCIAL COMO TOTALIDADE,
REPRODUZINDO O MOVIMENTO DO REAL EM SUAS
MANIFESTAÇÕES UNIVERSAIS, PARTICULARES E
SINGULARES, EM SEUS COMPONENTES DE
OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE, EM SUAS
DIMENSÕES ECONÔMICAS, POLÍTICAS, ÉTICAS,
IDEOLÓGICAS E CULTURAIS, FUNDAMENTADO EM
CATEGORIAS QUE EMANAM DA ADOÇÃO DE UMA
TEORIA CRÍTICA.
(ABEPSS, 1996, p. 152).
Ressalta-se que, ao longo de seus anos de trajetória no Brasil, o serviço social busca
estabelecer e consolidar um programa de formação profissional que atenda às exigências
profissionais, especialmente a partir da compreensão de que o serviço social se baseia em
realidades concretas e contraditórias.
Portanto, de acordo com as diretrizes curriculares de ABEPSS (1996), os requisitos
curriculares para o processo de formação profissional podem apoiar contribuições teóricas,
metodológicas, éticas, políticas e técnicas operacionais, de modo a construir uma imagem
profissional com capacidades e competências críticas, políticas e propositivas, sendo capaz de
estabelecer estratégias de enfrentamento coerentes com os princípios e valores presentes no
projeto ético-político, estabelecendo os objetivos do trabalho social no espaço
socioprofissional.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 ATENÇÃO
Além disso, nesse sentido, deve-se destacar que o processo de reconhecimento e gestão no
âmbito do serviço social deve ter uma finalidade ética e política centrada na ótica da
democracia e da liberdade. Em outras palavras, não deve ser norteado apenas pelo processo
de uso racional dos meios ou recursos necessários para o alcance efetivo das metas
estabelecidas. Essa visão se baseia apenas nos aspectos técnicos e operacionais da gestão,
devendo também ser fundamentada na metodologia teórica.
Os objetivos éticos e políticos expressos nos projetos profissionais são utilizados como
norteadores, que consideram as promessas e os valores eleitos pela hegemonia da categoria
para construir uma sociedade democrática e emancipada e se conectar com os projetos sociais
da classe trabalhadora.
Como a gestão é uma atividade exclusivamente humana, sua base teórico-metodológica é
construída, historicamente, através do acúmulo do conhecimento (BENEVIDES, 2018). Assim,
o aporte teórico-metodológico tem uma dimensão ético-finalística que orienta as ações da
gestão profissional, com o objetivo de atender aos interesses coletivos, efetivando e ampliando
os direitos conquistados pela classe trabalhadora. Portanto, apresenta uma finalidade
democrática e emancipadora:
NA SOCIEDADE ESTRUTURADA SOB AS RELAÇÕES
SOCIAIS CAPITALISTAS, A ATIVIDADE
ADMINISTRATIVA É SISTEMATIZADA E
RACIONALIZADA PELA PERSPECTIVA FUNCIONAL,
NA QUAL SE CONSIDERAM APENAS OS INTERESSES
DE UMA PEQUENA PARCELA DESSA SOCIEDADE, A
CLASSE QUE DETÉM OS MEIOS DE PRODUÇÃO E
QUE, INTENCIONALMENTE, UTILIZA A GESTÃO PARA
GARANTIR A PRODUÇÃO DOS LUCROS E A
REPRODUÇÃO SOCIAL DA ORDEM VIGENTE.
(BENEVIDES, 2018, p. 3).
No serviço social, as visões democráticas e emancipatórias da gestão são inspiradas nos
objetivos éticos e políticos e nos princípios da profissão. Portanto, o processo de gestão
realizado pelos assistentes sociais deve compreender os compromissos e objetivos
estabelecidos nessa dimensão, o que pode contribuir para a construção de uma sociedade livre
do domínio do capital sobre o trabalho.
Para tanto, deve haver um alicerce – teorias, métodos, políticas éticas e operadores técnicos
do serviço social – a fim de construir um mecanismo de mediação para que as pessoas
possam compreender os elementos que constituem os procedimentos administrativos dos
assistentes sociais nos diversos espaços de ocupação social.
Assim sendo, de acordo com a teoria, o método, a política moral e os fundamentos do
funcionamento técnico da gestão de departamentos de serviços, a formação profissional se
consolida como um processo decisivo para determinar os objetivos democráticos e
emancipatórios e a possibilidade proposicional da gestão social por parte deste profissional. A
este respeito, é importante perceber que:
AS DIMENSÕES TEÓRICO-PRÁTICAS DO SERVIÇO
SOCIAL SÃO FUNDAMENTAIS E MATERIALIZAM NO
TRABALHO PROFISSIONAL OS PRINCÍPIOS E AS
DIRETRIZES DA PROFISSÃO, CONFORME EXPRESSO
NO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO PROFISSIONAL.
ARTICULADAS DIALETICAMENTE CONSTITUEM-SE
COMO MECANISMOS ESSENCIAIS PARA O
FORTALECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES TÉCNICAS E A COMPETÊNCIA
CRÍTICO-REFLEXIVA, ESSENCIAIS AO ASSISTENTE
SOCIAL NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL.
(BENEVIDES, 2018, p. 6).
Como é possível observar, apesar de serem estudadas separadamente, para fins didáticos, as
dimensões do Serviço Social fazem parte de um todo que compõe a atuação ético-política do
profissional da área.
SERVIÇO SOCIAL E A DIMENSÃO
TÉCNICO-OPERATIVA
 
Foto: Shutterstock.com.Já no que se refere à dimensão técnico-operativa, é possível afirmar que esta relaciona-se aos
elementos técnicos e meios das medidas de intervenção, além das metas e objetivos de
trabalho dos assistentes sociais. Portanto, essas ferramentas e tecnologias são estratégias que
podem ser selecionadas de acordo com o ambiente e o conteúdo a ser alcançado, analisando
a realidade e explicando desde os aspectos políticos, sociais, morais, econômicos e culturais
como um todo.
 EXEMPLO
Dessa forma, os métodos técnicos comumente usados pelos assistentes sociais se enquadram
nesta dimensão, por exemplo: entrevistas familiares, relatórios técnicos, opinião pública,
relatórios sociais, perícia social, reuniões, serviços sociais, trabalho em grupo, estudos de caso
etc.
Uma das principais características desta dimensão é a de gerar mobilização para atingir os
objetivos de curto prazo, tendo a função de atender aos requisitos levantados, mesmo que
apenas em um nível instantâneo e imediato. Nesse sentido, depende, então, da plena
utilização das ferramentas para o fim pretendido.
Portanto, quando a heterogeneidade, espontaneidade, imediatismo e extensa superficialidade
do cotidiano se tornarem as características, o habitual estabelecerá uma conexão interna entre
a dinâmica do cotidiano e o espaço de intervenção profissional social que requer a ação de
ferramentas. Essas características são únicas no dia a dia profissional dos assistentes sociais
e tendem a focar na resposta rápida.
Sendo assim, os profissionais passam a responder mecanicamente às expectativas da
organização, de imediato. A intervenção que cabe ao profissional do serviço social não é
realizada sob as condições adequadas (GUERRA, 2012) e, por isso, muitos profissionais
acabam se limitando a apenas realizar suas tarefas, sendo, também, por vezes, consumidos
pelo cotidiano profissional que não possibilita que ele enxergue todas as dimensões da sua
profissão.
 
Foto: Shutterstock.com.
Guerra (2012) coloca que se tem a impressão de que não há a influência de uma teoria, de
uma racionalidade, de valores éticos e de uma direção política e social, sendo que, na
realidade, o Serviço Social é norteado e baseado em aspectos como esses.
NO MOMENTO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL A
PRIORIDADE É RESPONDER AOS FENÔMENOS, NÃO
IMPORTA COMO, RESULTANDO EM UM CONJUNTO DE
RESPOSTAS PROFISSIONAIS RÁPIDAS, LIGEIRAS,
IRREFLETIDAS, INSTRUMENTAIS (...), EM OBEDIÊNCIA
A LEIS E SUPERIORES, SEM A QUALIFICAÇÃO
NECESSÁRIA PARA DISTINGUI-LAS DE RESPOSTAS
ATRIBUÍDAS POR LEIGOS.
(GUERRA, 2012, p. 46).
 ATENÇÃO
Esses fatores elencados podem gerar um sério impacto na qualidade dos serviços prestados
pelos assistentes sociais, podendo torná-los profissionais meramente performáticos, sem
priorizar a crítica à realidade e sem enxergar a importância da dimensão técnico-operativa para
a sua atuação profissional.
Ainda que a dimensão técnico-operativa se refira mais estritamente aos elementos técnicos e
instrumentais para o desenvolvimento de sua intervenção, ou seja, o fazer ligado à prática – a
arte mecânica de seus fatos –, o instrumental não deve portar única e exclusivamente um
aspecto técnico. Isto porque demanda competência ao criar, selecionar e aplicar as ações
propostas, portanto, imbuído e implicado em seus referenciais ético-políticos e teórico-
metodológicos para que se tenha consciência das intencionalidades investidas no exercício
profissional rompendo qualquer neutralidade política, tornando-se um profissional técnico, mas
também um intelectual, por meio de mediações crítico-analíticas capazes de fazer leituras e
apreensões da realidade social.
 
Imagem: Shutterstock.com.
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA: A
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
Ainda no contexto dessa dimensão, a técnico-operativa, na qual a utilização de instrumentos é
essencial para o alcance dos objetivos propostos (SOUSA, 2008), é possível classificá-los
como diretos e indiretos, conforme pode ser observado a seguir.
INSTRUMENTOS DIRETOS
INSTRUMENTOS INDIRETOS
INSTRUMENTOS DIRETOS
Referem-se a meios que proporcionam interação direta, ou seja, são considerados meios face
a face e contam com o diálogo e/ou contato entre os sujeitos envolvidos na questão. Incluem
visitas familiares e institucionais, compromissos e reuniões, bem como visitas em grupo ou
individuais, trabalho dinâmico e em grupo, entrevistas etc.
INSTRUMENTOS INDIRETOS
Incluem o registro das interações que ocorrem com ferramentas/instrumentos face a face (ou
seja, instrumentos diretos), independentemente do método usado. Nas ferramentas indiretas, é
possível citar balanços sociais, atas de reuniões, laudos, laudos periciais e opiniões sociais,
registros ou cartas de responsabilidade social, diários de campo etc.
Os instrumentos de trabalho indiretos referem-se àqueles que são usados para registrar
interações por meio do uso de ferramentas diretas. Nesse sentido, o uso de instrumentos
indiretos sempre ocorre após o uso dos instrumentos diretos, para que seja possível
compreender o papel dos diretos no registro das atividades práticas elaboradas pelos
profissionais.
Dessa forma, o registro das ações é parte integrante dos documentos da área do serviço social
e é essencial para o desempenho profissional, não podendo ser ignorado, pois ajuda a
sistematizar a prática e permite o processo de reflexão da ação e compreensão dos elementos
que facilitam a análise e a intervenção, a postura de crítica e investigação, bem como o
aprimoramento da própria prática.
REFLETINDO SOBRE AS DIMENSÕES DO
SERVIÇO SOCIAL NA ATUAÇÃO
PROFISSIONAL
É necessário, portanto, refletir sobre as dimensões do trabalho profissional como base para
nortear a formação e o trabalho dos assistentes sociais nos diferentes espaços ocupacionais
sociais. Na contemporaneidade, os requisitos históricos para profissionais e os requisitos
apresentados pela expressão de questões sociais no contexto das finanças e do capital global
precisam ser considerados, requerendo apreensão, compreensão e domínio destes
fundamentos, sendo esta a razão pela qual eles se tornam a base desta dimensão, pois
fornecem suporte para a construção da estrutura necessária de habilidades crítico-reflexivas e
teórico-práticas para a devida compreensão das realidades contraditórias que se impõem na
prática deste profissional.
A COMPREENSÃO E ABRANGÊNCIA DAS DIMENSÕES
QUE PERMEIAM O TRABALHO DO ASSISTENTE
SOCIAL É UM REQUISITO PARA REFLETIR SOBRE OS
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS,
METODOLÓGICOS, ÉTICOS E POLÍTICOS NO
COTIDIANO DA PRÁTICA PROFISSIONAL.
Desta forma, esse processo precisa romper com visões puramente burocráticas no cotidiano
das atividades para realizar um trabalho verdadeiramente profissional, o que requer a
capacidade de propor e negociar projetos e determinar as qualificações do trabalho, ou seja,
compreender as mudanças da realidade para descobrir tendências e possibilidades que
possam ser adicionadas ao fazer profissional.
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E SEUS
INSTRUMENTOS
Fique atento ao conteúdo em destaque apresentado no vídeo!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. LEIA O TRECHO A SEGUIR: “A DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
PREVÊ UMA FORMAÇÃO CRÍTICA, REFLEXIVA E ANALÍTICA QUE
CONSISTE NO ENTENDIMENTO DA PESSOA, ENQUANTO SUJEITO DE
DIREITO, AUTÔNOMO, CAPAZ DE REALIZAR AS SUAS ESCOLHAS
CONFORME AS SUAS DEMANDAS. TENDO O PROJETO PROFISSIONAL,
COMO FINALIDADE EM POSSIBILITAR A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO
SOCIETÁRIO DEMOCRÁTICO, PARTICIPATIVO, POR MEIO DA
SOCIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO CONJUNTA DE CONHECIMENTOS”
(TAVARES, 2020). 
 
A RESPEITO DA DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA, MARQUE A
OPÇÃO CORRETA.
A) A dimensão teórico-metodológica refere-se à capacidade de compreender métodos e teorias
e sua relação com a prática profissional.
B) A dimensão teórico-metodológica tem uma visão parcial do processo social.
C) A dimensão teórico-metodológica refere-se apenas ao marxismo.
D) Por ser teórica, essa dimensão não ajuda a orientar a práticaprofissional do assistente
social.
E) Não permite que as pessoas entendam o significado e a direção social do comportamento
profissional do assistente social.
2. O SERVIÇO SOCIAL É COMPOSTO POR ALGUMAS DIMENSÕES QUE
ALICERÇAM A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL, BEM COMO DÃO
BASE PARA AS DISCUSSÕES NA ÁREA. CONSIDERANDO O CONCEITO
APRESENTADO SOBRE A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA, ASSINALE
A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Entrevistas familiares, relatórios técnicos, opinião pública, relatórios sociais, perícia social,
reuniões, serviços sociais, reuniões, trabalho em grupo e estudos de caso não são métodos
técnicos comumente usados pelos assistentes sociais.
B) A dimensão técnica-operativa não gera mobilização para atingir os objetivos de curto prazo.
C) Os instrumentos de trabalho indiretos referem-se àqueles que são usados para registrar
interações por meio do uso das ferramentas indiretas.
D) O registro é parte integrante dos documentos da área do Serviço Social e é essencial para o
desempenho profissional.
E) Visitas familiares e institucionais, compromissos e reuniões, bem como visitas em grupo ou
individuais, trabalho dinâmico e em grupo e entrevistas são exemplos de instrumentos
indiretos.
GABARITO
1. Leia o trecho a seguir: “A dimensão teórico-metodológica prevê uma formação crítica,
reflexiva e analítica que consiste no entendimento da pessoa, enquanto sujeito de
direito, autônomo, capaz de realizar as suas escolhas conforme as suas demandas.
Tendo o projeto profissional, como finalidade em possibilitar a criação de um espaço
societário democrático, participativo, por meio da socialização e construção conjunta de
conhecimentos” (TAVARES, 2020). 
 
A respeito da dimensão teórico-metodológica, marque a opção correta.
A alternativa "A " está correta.
 
Segundo Tavares (2020), essa dimensão, interligada às demais, proporciona as ferramentas,
tanto teóricas quanto práticas, para interpretar criticamente o conjunto da realidade social e sua
reflexão, o que contribui para a busca de estratégias adequadas, visando aos interesses dos
usuários das políticas sociais.
2. O Serviço Social é composto por algumas dimensões que alicerçam a atuação do
assistente social, bem como dão base para as discussões na área. Considerando o
conceito apresentado sobre a dimensão técnico-operativa, assinale a alternativa correta.
A alternativa "D " está correta.
 
O registro das ações não pode ser ignorado, pois ajuda a sistematizar a prática e permite o
processo de reflexão e compreensão dos elementos que facilitam a análise e a intervenção, a
postura de crítica e investigação, bem como o aprimoramento da própria prática.
MÓDULO 3
 Reconhecer o caráter investigativo na formação e prática profissional no Serviço
Social
INQUIETAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL
 
Foto: Shutterstock.com.
O convite agora é para refletirmos sobre a dimensão investigativa, aqui entendida como aquela
postura inquieta da permanente busca por algo novo, da essência dos fenômenos, e não se
contentando com a manifestação da aparência dos fatos.
Assim, veremos que a importância de pesquisar um assunto, um acontecimento, não deve se
restringir a um processo apenas durante a formação acadêmica, mas deve ser um esforço
constante também durante a prática profissional para não nos descuidarmos da compreensão
e do significado social e político das demandas que nos serão apresentadas, reconstruindo-as
criticamente.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DIMENSÃO
INVESTIGATIVA NO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social brasileiro tem sua gênese na década de 1930, quando sua atuação estava
formulada junto aos dogmas da Igreja católica numa função de “ajustamento” dos indivíduos ao
contexto social.
Esse caráter foi sendo modificado décadas seguintes junto ao processo de modernização da
sociedade, que fez com que o assistente social desempenhasse não mais um papel caritativo,
mas que se adequasse a um perfil de profissional que combatesse as mazelas sociais em prol
de um projeto de desenvolvimento nacional que servisse a setores progressistas e que
classificava as expressões da questão social apenas como “problemas sociais”.
POR MUITO TEMPO, ESSA FOI A VISÃO
PREDOMINANTE NA PROFISSÃO.
Porém, na metade da década de 1960, com o movimento de reconceituação do Serviço Social,
a profissão começa a se repensar e se propõe a assumir um novo perfil profissional que
buscasse romper com suas bases conservadoras e conhecer as suas demandas para além de
ações imediatistas. O período compreendido foi marcado por transformações político-
econômicas que afetaram todo o cenário da vida brasileira, inspecionado com a instauração da
ditadura militar e a implantação dos atos institucionais, que reprimiam todo aquele que fosse
contrário às suas exigências.
Em contrapartida, o último ciclo histórico do movimento de reconceituação, chamado de
“intenção de ruptura”, que emerge na estrutura universitária no país, é o momento em que a
profissão começa de fato a tecer uma dura crítica ao conservadorismo profissional e passa a
desenhar uma postura que tivesse posicionamento político ideológico de natureza crítica e/ou
contestadora em face da ordem burguesa, para conquistar legitimidade profissional.
É a partir da “intenção de ruptura” que há uma aproximação da profissão à teoria marxista e,
posteriormente, a uma visão crítico-dialética da realidade, que permitiu ao Serviço Social ter
um norte sobre uma visão de totalidade dos condicionantes que geram as desigualdades
sociais. Isso evidenciou a necessidade de uma intervenção mais aprofundada no seu exercício
e voltada para o interesse da classe trabalhadora, na busca de desenvolver uma prática
profissional com competência crítica.
Nos anos seguintes, já no contexto de redemocratização do país, o Serviço Social fortalece seu
plano político-ideológico especialmente quanto à sua formação, havendo um aumento dos
cursos de pós-graduação e na sua produção bibliográfica. Além disso, direciona a
reestruturação:

1993
Do código de ética profissional e da lei de regulamentação da profissão.
1996
Das Diretrizes Curriculares.

É a partir da aprovação destas últimas que a dimensão investigativa ganha ênfase sobre o
modo de pensar e agir na construção do fazer profissional, vista como uma postura inerente a
maior parte das competências profissionais no âmbito da Associação Brasileira de Ensino de
Serviço Social (ABESS), que, a partir de 1998, passou ser denominada Associação Brasileira
de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) devido às mudanças na sua estrutura.
ESTE PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO CONTOU COM O
APOIO DECISIVO DA ENTIDADE NACIONAL
REPRESENTATIVA DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO
SOCIAL, ATRAVÉS DO CFESS — CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL —, BEM COMO DOS
ESTUDANTES, ATRAVÉS DA ENESSO — EXECUTIVA
NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL.
(ABEPSS, 1996, p. 3).
A partir desse quadro de maturação profissional, com o estabelecimento das Diretrizes
Curriculares, os cursos passam a seguir uma nova revisão curricular. Sua base é o que está
disposto nesse documento e que estabelece uma lógica de ensino que supera as
fragmentações do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, também abre caminhos
para a construção de conhecimentos como experiência concreta durante a própria formação
profissional. A dimensão investigativa do Serviço Social é, portanto, “o fomento básico do
exercício profissional do assistente social que se refere ao movimento de desocultamento do
real” (FRAGA, 2010, p. 42).
Desse modo, a atitude investigativa possibilita construir enfrentamentos com base nos valores
edificados a partir do movimento de reconceituação, via projeto ético-político profissional,
saindo do campo do imediatismo e indo em busca da essência dos fenômenos sociais. Resulta
daí que é traçado um perfil de profissional que prioriza três competências, a saber:
 
Imagem: Shutterstock.com.
Competência técnica.
 
Imagem: Shutterstock.com.
Competência crítico-teórica.
 
Imagem: Shutterstock.com.Compromissos ético-políticos.
 ATENÇÃO
É importante salientar que a dimensão investigativa está intrinsecamente relacionada com a
dimensão interventiva, ou seja, o conhecimento e o fazer profissional são articulados entre si,
e a qualidade de uma implica a plena realização da outra.
A ação investigativa é compreendida aqui no âmbito da instrumentalidade do Serviço Social,
que, por sua vez, não se reduz aos instrumentos e técnicas utilizados pelos profissionais na
materialização de suas ações, mas movimenta-se por outras dimensões do exercício
profissional que são articuladas entre si: a dimensão ético-política , a dimensão teórico-
metodológica e a dimensão técnico-operativa.
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO
SERVIÇO SOCIAL
Vamos entender um pouco mais sobre o contexto histórico que deu origem ao caráter
investigativo do Serviço Social
LUGAR DA DIMENSÃO INVESTIGATIVA NA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Devemos compreender que a dimensão investigativa deve ser lida como ferramenta de
conhecimento e intervenção. Nesse sentido, necessitamos, ao longo da formação profissional,
construir estratégias que fomentem uma aproximação do conhecimento e da realidade,
desconfiando, questionando, problematizando e indo além do óbvio para não cair no
conformismo de respostas imediatas (MORAES, 2015).
O estímulo a esse exercício desde a graduação poderá permitir ao estudante o aprimoramento
de uma postura crítica interessante para que se possa ter clareza de “por quê”, “para quê” e
“como” conhecer o movimento que gera as contradições do sistema capitalista, assim como
as expressões da questão social.
Quando não há o direcionamento de uma postura investigativa referenciada pelos valores
ético-políticos de nosso projeto profissional, visitas, entrevistas, laudos, pareceres e demais
instrumentos de trabalho do assistente social passam a ter apenas significados burocráticos, o
que reduz, notavelmente, as condições de garantia dos direitos dos usuários.
ESSA APREENSÃO NOS REMETE A TAL
QUESTIONAMENTO: “COMO A DIMENSÃO
INVESTIGATIVA DEVE SER TRABALHADA NA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE
SOCIAL?”
VERIFICAR
Esta pergunta não nega o caráter da defesa de que ela deve ser constituinte de tal formação.
Com isso, deve-se investir na capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-
operativa na formação profissional, além de compreender a necessidade de criação de
espaços, ao longo da formação profissional que estimule o pensamento crítico na consolidação
de debates e a exposição de dúvidas como condição central para construção do pluralismo de
ideias, fortalecendo o debate político.
É necessário atuar na defesa “tanto da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
quanto entre estágio, supervisão acadêmica e profissional capazes de contribuir para a
apreensão do significado social da profissão” (MORAES, 2015, p. 302).
Podemos destacar ainda três pontos sobre essa reflexão (MORAES, 2015), encarados como
desafios, tendo por norte o traço “deve ser” do questionamento feito, que precisam ser
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estudados e enfrentados no âmbito da formação profissional:
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
PRIMEIRO
O primeiro envolve os condicionantes que perpassam a sociedade capitalista atual e suas
implicações para o ensino superior, como as condições de trabalho dos docentes, as pressões
por produtivismo, paralelamente a uma intensa jornada de trabalho inclusive em fins de
semana e feriados – o que contribui, segundo o autor, para a crítica de que há uma
predisposição na formação de acadêmicos em Serviço Social e não de intelectuais que
respondam ao projeto ético-político.
SEGUNDO
O segundo ponto enfatiza que a dimensão investigativa deve ser estratégia de conhecimento
constitutiva da formação e na intervenção profissional, pensando a relação teoria e realidade,
para que não seja vista como um “espírito” que o assistente social precisa “encarnar”.
TERCEIRO
O terceiro ponto destaca a necessidade de essa dimensão estar presente ao longo de todo o
processo de aprendizagem, não só em uma disciplina específica; ou seja, deve ser lida como
um processo de pesquisa num esforço constante para aguçar o aluno a aprender e
compreender aquilo que ultrapassa as referências dadas, desenvolvendo curiosidade sobre as
informações.
CONTEXTUALIZANDO A DIMENSÃO
INVESTIGATIVA
 
Foto: Shutterstock.com.
A investigação como instrumento para intervenção profissional não está apenas no plano
teórico no contexto da academia, mas é uma exigência à materialização da prática profissional,
a fim de compreender os elementos sociais e históricos que compõem o nosso principal objeto
de trabalho – a questão social – e, ainda, conhecer sobre o espaço ocupacional, os usuários,
as políticas com as quais se trabalha, os recursos disponíveis e os meios necessários para
efetivação do exercício profissional.
É a ação investigativa que vai permitir ao profissional transcender as rotinas institucionais e
conhecer as demandas que chegam para além da imediaticidade, compreendendo a totalidade
e subjetividade dos sujeitos sociais.
Isso posto, vem à tona a relevância de que essa ação presente na instrumentalidade da
profissão esteja voltada na direção ética, política e teórica defendia pela categoria, ou seja,
reflete um profissional crítico-investigativo, com a capacidade de desvelar o aparente.
A INVESTIGAÇÃO É INERENTE À NATUREZA DE
GRANDE PARTE DAS COMPETÊNCIAS
PROFISSIONAIS: COMPREENDER O SIGNIFICADO
SOCIAL DA PROFISSÃO E DE SEU
DESENVOLVIMENTO SÓCIO-HISTÓRICO, IDENTIFICAR
AS DEMANDAS PRESENTES NA SOCIEDADE,
REALIZAR PESQUISAS QUE SUBSIDIEM A
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E AÇÕES
PROFISSIONAIS, REALIZAR VISITAS, PERÍCIAS
TÉCNICAS, LAUDOS, INFORMAÇÕES E PARECERES
SOBRE MATÉRIA DE SERVIÇO SOCIAL, IDENTIFICAR
RECURSOS. ESSAS COMPETÊNCIAS REFEREM-SE
DIRETAMENTE AO ATO DE INVESTIGAR, DE MODO
QUE, DE POSTURA A SER CONSTRUÍDA PELA VIA DA
FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
PERMANENTE (CUJA IMPORTÂNCIA É
INQUESTIONÁVEL), A INVESTIGAÇÃO PARA O
SERVIÇO SOCIAL GANHA O ESTATUTO DE ELEMENTO
CONSTITUTIVO DA PRÓPRIA INTERVENÇÃO
PROFISSIONAL.
(GUERRA, 2009, p. 13).
Ao optar por rupturas com práticas conservadoras e tentar ultrapassar o caricato lugar histórico
do assistente social como aquele que “faz tudo” – priorizando requisições e interesses
gestados e determinados pelas instituições empregadoras e deixando de direcionar sua
atenção na defesa dos direitos da população usuária, o assistente social, como um eterno
pesquisador da realidade, deve lidar com múltiplas expressões das relações sociais,
assimilando o real significado da profissão, tendo em vista a importância dos aportes teórico-
metodológicos aliados à capacidade política de estabelecer estratégias socioprofissionais
adequadas.
E isso porque a parte conhecida das demandas que nos chegam não representa a totalidade
de sua manifestação, de modo que devem ser negadas e analisadas pelas mediações
aprendidas em seu processo.
DEVEMOS IR ALÉM, TER A CONVICÇÃO DE QUE
EXISTE ALGO A MAIS A SER CONHECIDO E
COMPREENDER A ESSÊNCIA DOS FENÔMENOS QUE
NOS SÃO APRESENTADOS, EXERCITANDO SEMPRE
UMA POSTURA CRÍTICO-INVESTIGATIVA
COMPETENTE E COMPROMISSADA COM A
CATEGORIA PROFISSIONAL.
CONHECIMENTO COMO AVENTURA PARA
TRANSFORMAÇÃO
 
Foto: Shutterstock.com.
O conhecimento é sem dúvida a principal ferramenta de trabalho de alguém,
independentemente da área de atuação, pois permite que o profissional tenha uma real
dimensão das diversas possibilidades de alcance para uma intervenção eficiente e eficaz.
No caso do Serviço Social, não seria diferente, já que se trata de uma profissão de caráter
interventivo que coloca o assistente social como um agente capaz de atuar diretamente na
defesa de direitos, ampliação e consolidação da cidadania dos sujeitos sociais que recebem o
serviço, e que contribui para o desempenho emancipatório da classe trabalhadora diante do
processo histórico e das contradições que se configuram no interior das relações sociais.Devemos saber que a pesquisa parte inicialmente de um entendimento aparente sobre algo,
uma visão superficial. Logo, a parte conhecida não representa o todo. Nesse âmbito, Guerra
(2009) destaca três níveis e graus de conhecimento:
 
Imagem: Shutterstock.com.
Primeiro nível
O conhecimento intuitivo (que se inicia pelos órgãos do sentido).
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Imagem: Shutterstock.com.
Segundo nível
O entendimento (que provém do intelecto).
 
Imagem: Shutterstock.com.
Terceiro nível
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javascript:void(0)
A razão crítico-dialética (que aguça um olhar crítico sobre a realidade).
Apesar de ser complementares, é neste último nível que pesa a análise sobre as
transformações que perpassam as expressões da questão social (nosso principal objeto de
trabalho – resultado da exploração do capital sobre o trabalho, tais como: desemprego, fome,
violação de direitos etc.), pois esse objeto não pode ser visto como algo estancado por se
modificar junto às dinâmicas da sociedade.
Com isso, os direcionamentos numa intervenção nunca são fixos e lineares por sofrerem
transformações sempre que preciso devido às forças contrárias que atuam sobre as demandas
que nos chegam o tempo todo, e por isso a atitude investigativa é um ciclo de profunda
constância na atividade profissional.
Durante a investigação, é preciso que se façam mediações acerca de nossas demandas como
uma ação privilegiada entre conhecimento e realidade, como precondição de um exercício
qualificado. Isso significa entender que o conhecimento é um motor que passa por
aproximações sucessivas, constrói e se reconstrói quantas vezes forem necessárias para
intervir na realidade de modo mais abrangente – uma totalidade composta por partes que
devem ser analisadas também como totalidades em processo.
Portanto, o local de trabalho do assistente social como uma instituição e/ou organização pode
ser visto como a totalidade mais ampla e complexa e suas partes (organograma, hierarquia,
regulamentos, metas etc.). Seriam, então, totalidades de menor poder explicativo (GUERRA,
2009). Assim, não há apenas “partes” num processo de análise, mas totalidades parciais que
só se explicam com relação entre si.
De forma geral, a tradução das dimensões teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-
política, ainda que traga questões particulares em suas reflexões, também deve ser lida de
modo articulado como base na dimensão investigativa, que é a permanente busca por algo
novo. Assim, a ausência dessa postura tende a levar à estagnação do aprendizado profissional
e, consequentemente, implicará compromisso dos serviços prestados aos sujeitos sociais.
Num movimento dialético, a realidade cria e recria novos e velhos elementos constantemente.
O passado caminha com o presente e aponta um direcionamento para o futuro. Cabe ao
pesquisador entender as tendências desse movimento, investigando e agindo tanto sobre o
real quanto sobre sua transformação. Não existe uma lupa mágica para ver o futuro; o que
existe são investigações sobre a realidade e como suas contradições caminham para uma
síntese futura. Nas palavras de Yolanda Guerra (2009, p. 17), “ousar saber para ousar
transformar”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. LEIA A CITAÇÃO A SEGUIR: “CONSIDERAM-SE A INVESTIGAÇÃO E A
INTERVENÇÃO ELEMENTOS QUE, EMBORA DE NATUREZAS DISTINTAS,
COMPREENDEM A DIALÉTICA DO MODO DE SER DA PROFISSÃO,
CLARAMENTE EXPRESSO NAS COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES
PROFISSIONAIS. DO MESMO MODO, AFIRMAM-SE A ATITUDE
INVESTIGATIVA E A PESQUISA COMO PARTE CONSTITUTIVA DO
EXERCÍCIO DO ASSISTENTE SOCIAL, VISLUMBRAM-SE OS REQUISITOS
PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA, E,
FINALMENTE, O PAPEL DA INVESTIGAÇÃO DA REALIDADE NA
FORMULAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO E DA INTERVENÇÃO
PROPRIAMENTE DITA” (GUERRA, , 2009, P. 2). 
 
POR DIMENSÃO INVESTIGATIVA, ENTENDE-SE QUE:
A) O processo investigativo do assistente social só tem relevância quando está associado ao
campo da pesquisa quantitativa e definida pelo seu campo de intervenção do agente
pesquisador, pois não está no âmbito do Serviço Social produzir conhecimento para além da
sua capacidade interventiva.
B) O Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência, tampouco produzir conhecimento.
C) A produção de conhecimento do Serviço Social se debruçou sobre a dimensão investigativa
desde a gênese da profissão, pois pensava na necessidade de trabalhar ações não
imediatistas na prática profissional como condição central norteada pelos seus princípios ético-
políticos.
D) A ação investigativa é compreendida no âmbito da instrumentalidade do Serviço Social, que,
por sua vez, permite que a realização de entrevistas, estudo social e pareceres como processo
investigativo ocorra apenas em casos que apresentam alta vulnerabilidade social.
E) A partir da aprovação das Diretrizes Curriculares, em 1996, é que se estabelece uma base
comum no plano nacional de ensino para os cursos de graduação em Serviço Social, e a
profissão vê a necessidade de a dimensão investigativa abrir caminhos para construção de
conhecimentos como experiência concreta durante a sua própria formação.
2. “QUANDO REALIZAMOS ENTREVISTAS, ESTAMOS EXERCITANDO A
DIMENSÃO INVESTIGATIVA DA PROFISSÃO, POR MEIO DE
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DIRETAMENTE DA REALIDADE, MAS A SUA
PREPARAÇÃO, EM GRANDE MEDIDA, DEPENDEU DE CONHECIMENTOS
INDIRETOS SOBRE VÁRIOS TEMAS QUE NOS HABILITARAM A REALIZÁ-
LA (...) O CONHECIMENTO INDIRETO É AQUELE OBTIDO NA
BIBLIOGRAFIA, NAS PESQUISAS JÁ EXISTENTES SOBRE O OBJETO.
ESTE CONHECIMENTO É UMA MEDIAÇÃO QUE SE INTERPÕE ENTRE O
SUJEITO E A REALIDADE A SER CONHECIDA. ELE É TESTADO:
VALIDADO OU NÃO NA REALIDADE. DAÍ QUE A POSTURA
INVESTIGATIVA DO PROFISSIONAL SE EXPLICITA NA REALIZAÇÃO DAS
SUAS COMPETÊNCIAS COMO UM TODO: NAS FASES DE
PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO E REVISÃO CRÍTICA
DO PROCESSO” (GUERRA, 2009, P. 14). 
 
A RESPEITO DA MEDIAÇÃO COMO CATEGORIA INTELECTIVA, JULGUE
A ASSERTIVA CORRETA.
A) Segundo a compreensão crítico-dialética, quanto ao movimento apreendido pela razão das
categorias do ser social, é legítimo inferir que o recurso à categoria mediação no Serviço Social
favoreceu uma apreensão mais próxima do movimento da totalidade social do objeto de
intervenção profissional, seus fundamentos e sua capacidade de transformação.
B) É na superfície da singularidade que o exercício profissional se manifesta. No plano da
imediaticidade, as determinações e as mediações que dão sentido e concretude ao campo de
intervenções profissionais estão submetidas à positividade do real.
C) A pesquisa garante o estatuto de maioridade intelectual para a profissão, por possibilitar aos
seus protagonistas uma contribuição efetiva às diversas áreas de conhecimento, e permite que
nos conectemos (a partir de múltiplas mediações) às demandas da classe burguesa,
precondição para construir novas legitimidades profissionais.
D) A mediação possibilita a construção de práticas pelo Serviço Social no cotidiano das
instituições, negando a superação da dicotomia teoria-prática presente nos moldes da teoria
marxista, que encontra amplo suporte na prática profissional do(a) assistente social.
E) A incorporação da categoria de mediação nas análises teórico-metodológicas do Serviço
Social se apresenta com maior importância por permitir o desocultamento do real apenas
quando necessário.
GABARITO
1. Leia a citação a seguir: “Consideram-se a investigação e a intervenção elementos que,
embora de naturezas distintas, compreendem a dialética do modo de ser da profissão,
claramente expresso nas competências/atribuições profissionais. Do mesmo modo,
afirmam-se a atitude investigativa e a pesquisa como parte constitutiva do exercício do
assistente social, vislumbram-se os requisitos para o desenvolvimento da pesquisa
científica, e, finalmente, o papel da investigação da realidade na formulação do projeto
de intervenção e da intervenção propriamente dita” (GUERRA,, 2009, p. 2). 
 
Por dimensão investigativa, entende-se que:
A alternativa "E " está correta.
 
A defesa do projeto de formação profissional construído e explicitado nas Diretrizes
Curriculares da ABEPSS em 1996 percebeu a importância da dimensão investigativa para a
profissão do Serviço Social por reconhecê-la como parte de uma tarefa de reafirmação do
projeto ético-político, que objetiva a construção de uma postura crítica analítica do assistente
social na defesa dos direitos dos sujeitos sociais e na qualidade dos serviços prestados,
superando o olhar imediatista sobre as ações no cotidiano profissional e enfatizando a unidade
entre teoria e prática.
2. “Quando realizamos entrevistas, estamos exercitando a dimensão investigativa da
profissão, por meio de informações extraídas diretamente da realidade, mas a sua
preparação, em grande medida, dependeu de conhecimentos indiretos sobre vários
temas que nos habilitaram a realizá-la (...) O conhecimento indireto é aquele obtido na
bibliografia, nas pesquisas já existentes sobre o objeto. Este conhecimento é uma
mediação que se interpõe entre o sujeito e a realidade a ser conhecida. Ele é testado:
validado ou não na realidade. Daí que a postura investigativa do profissional se explicita
na realização das suas competências como um todo: nas fases de planejamento,
implementação, avaliação e revisão crítica do processo” (GUERRA, 2009, p. 14). 
 
A respeito da mediação como categoria intelectiva, julgue a assertiva correta.
A alternativa "A " está correta.
 
É por meio da relação crítico-dialética que se entende a necessidade de investigar para além
do aparente e ir em busca das representações que compõem o todo estudado. O assistente
social deve conceber que as mediações apreendidas nesse processo são expressas pelo
conjunto de instrumentos, recursos, técnicas e estratégias de que toma conhecimento, para
poder adentrar nas tramas da realidade com possibilidade de transformá-la.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nestes três módulos, organizamos uma explanação acerca do enriquecimento que a
instrumentalidade traz ao Serviço Social, sendo vista como as dimensões presentes na
profissão. Por meio da competência de seu uso, vimos como os assistentes sociais podem
efetivamente tornar suas finalidades resultados profissionais propriamente ditos.
É a partir dessas dimensões que podemos compreender também um pouco do significado
sócio-histórico desse trabalho em sua gênese meramente operativa no modo de análise das
políticas públicas como uma questão de natureza técnica, fragmentada, imediatista e abstraída
do sentido de totalidade. Logo, nós nos permitimos reconhecer que o verdadeiro sentido da
utilidade social dessa profissão, assim como preconiza seu código de ética, está no
direcionamento da interpretação e do uso das dimensões ético-políticas, teórico-metodológicas
e técnico-operativas articuladas e integradas à dimensão investigativa e interventiva da
categoria, que defende uma visão crítica sobre as dinâmicas das desigualdades sociais,
exigindo mais que ações imediatas, instrumentais e manipulatórias.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL.
Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social. Brasília: ABEPSS, nov. 1996. Consultado
em meio eletrônico em: 15 jan. 2021.
BENEVIDES, G. de O. Trabalho profissional e gestão no serviço social: subsídios teóricos
para compreensão da gestão como atividade inerente ao trabalho do assistente social. Anais
do XVI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM SERVIÇO SOCIAL, 16., Vitória,
2018. Anais [...] Vitória: ABEPSS, 2018. Consultado em meio eletrônico em: 16 jan. 2021.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão do
assistente social e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 1993. Consultado em meio
eletrônico em: 16 jan. 2021.
BRASIL. Código de ética do/a assistente social. Lei nº 8.662/93 de regulamentação da
profissão. 10. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012.
FORTI, V.; GUERRA, Y. Na prática a teoria é outra? In: ___ (orgs). Serviço social: temas,
textos e contextos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
FRAGA, C. K. A atitude investigativa no trabalho do assistente social. Serviço Social &
Sociedade, São Paulo, n. 101, jan./mar. 2010.
GUERRA, Y. O projeto profissional crítico: estratégia de enfrentamento das condições
contemporâneas da prática profissional. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, ano
XXVIII, n. 91, set. 2007.
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS – CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. Serviço social: direitos sociais e competência profissionais.
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GUERRA, Y. A instrumentalidade do serviço social. São Paulo: Cortez, 2012.
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profissional do assistente social. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 122, p. 294-316,
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intervenção profissional. Emancipação, Ponta Grossa, v. 8, n. 1, p. 119-132, 2008.
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serviço social no trabalho do assistente social. Serviço Social em Perspectiva, v. 4, n.
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YAZBEK, M. C. Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social. In:
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.). Serviço social: direitos sociais
e competências profissionais. Brasília, DF: CFESS; ABEPSS, 2009.
EXPLORE+
Para entender mais sobre o estatuto jurídico do Serviço Social reconhecido em lei, leia o
Código de Ética da Profissão (Lei nº 8.669, de 30 de junho de 1993), disponível na
internet.
A autora Marilda Villela Iamamoto é um nome de grande destaque entre os autores que
mais discutem a temática da instrumentalidade do Serviço Social. Busque seu artigo
Ensino e pesquisa no serviço social: desafios na construção de um projeto e formação
profissional, publicado no Caderno Abess, em 1998.
Acerca dos aspectos téorico-metodológicos da profissão e para entender melhor as
contradições sócio-históricas que marcam o caráter científico do Serviço Social, busque o
artigo Serviço Social brasileiro: profissão e área do conhecimento, de Ana Elizabete Mota.
Para perceber o processo que definiu as Diretrizes Curriculares, vale consultar as
Diretrizes Curriculares da ABEPSS, no próprio site da Instituição.
Para uma discussão mais detalhada quando o assunto é pensar em uma educação mais
libertadora e emancipatória, que direcione o fazer profissional para além de seus
requisitos burocráticos, a literatura do filósofo húngaro István Mészáros, intitulada A
educação para além do capital, é essencial para essa compreensão.
Os textos de contraponto nos ajudam a formar uma visão pessoal, a partir de variados
pontos de vista apresentados sobre determinado assunto. É o caso, no contexto do
sistema capitalista, do texto Nós não humanizamos o capitalismo: foi o capitalismo quem
nos humanizou, do economista Steve Horwitz.
CONTEUDISTA
Nataly Barros Pereira
 CURRÍCULO LATTES
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