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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO EM SEDIMENTO E EM MOLUSCOS DO PANTANAL, MATO GROSSO, BRASIL Luiz M. Vieira I 2Cleher J.R. Alho Geraldo A.L. Ferreira 3 ABSTRACT. MI·.KCl'KY l'Ol'l A~lI~A IION I:>: SEIlI~IEI'T ANil IN ~lOLI.lIS('S OI' PA,N IA· NA!.. MATO GKOSSO. BKAI.I!.. The \<llal levei <lI' mercury delec\ed in the sedimenl and in thl.: tis~'.;u~s 01" mollusl:s fnml th~ B~llt() G()m~s hasin. althoug:h low. hav(: ~ho\Vn that th(: Ill~n.:ury lIS~J in th...: g~,I<J mining activiti...:s in th...: Pr....:on~ wdlands has (ontaminat...:d lhos...: aYlIati( hahitals in Pantanal. From69 S...:uilll..:nt sampl~s analyz...:d. 26'fr. (N = IX) haw shown Iewls ranging I'mm 0.01 to 0.25~g.g·1 01' mereury (mnisl weight). Mercury leveis analYl.ed in 54 samples oI' mollusc tissues (AIIII'II1/aria sca/w1s Orhigny. I X35: A. ca/latim/ata Lamard. I li 19 and Mtllisa I'/a/logyra Pilshry. 1933) haw shnwnlhat30'lt (N= 16) were c,)nlaminaled with Iewls ranging I'rom 0.02 to I.16~g.g·1 moist weigh!. This sludy shnws that the mcrcury used in digs for gold mining anti n.:kas...:d into th...: ...:nVil'lllllll...:nt has n.:a(h...:d th...: hahitals 01' Pantanal sprçad frlllll th...: s...:dim...:nt iolo Ih...: 1ll0111l~(S living in Ih...: r...:gion. KEY WORDS. Mnlluscs. hinmagnilicatinn. contaminants. mercury. sediment A garimpagém tlé ouro. com uso inténsivo tlé mércúno, éstahdécida no início dos anos 80 na hacia do rio Paraguai. prim;ipalménté no município de Poconé (Mato Grosso, Brasil), aprésénta dévado pOléncial dé contaminação do sédiménto e hiota aquática da planícié do Pantanal. O prohléma Sé révéslé ainda dé maior rdévância pdo risco dé contaminação dé êcossistémas dé paísés vizinhos à jusanlé na bacia. Para cada quilograma de ouro rdirado são utilizados dé 1,32 a 2,OOkg dé mércúrio (PFEIFFER er (/1. 1989a.h; MALLAS & BENDICTO (986), dos quais 457c é carréado para os rios é 557c para a atmostúa (PFEIFFER op. cir.), no proCéssO tinal dé qUéima do amálgama é postériorméntê rdorna aos sislémas aquáticos através dé prêcipitaçôés pluviométricas. Incorporado ao sistema aquático na forma inorgânica (Hg O - méfcúrio mdálico), désloca-sé para o sédiménto, Ondé pOdé ocorrér a mélilação (JENSEN & JERNELOV 1969). dando origém ao métilmércúrio qUé. além dé tóxico é pérsislénlé, se acumula nos organismos é se magnitica na I) C~ntrll d~ P~MJuis{1 Agrop~l:uária do PanlanaJ. Elnpr~sa Brasil~ira d~ P~sqllisa Agror~l.:wíria. Caixa Postal 109.79320-970 Corumhá. Maio Gro>so do Sul. Brasil. 2) Fundo Mundial para a Natura... (WWF-Brasil). SHIS EQQL 6/X Cl)njunto E 2" andar. 71620-430 BraSllia. Distrito Federal. Brasil. 3) Departamento de Química. Universidade de Brasília. Caixa Postal 0463. 7CN I0-<)70 Brasília. Di'lrito Federal. Brasil. Revta bras. Zool. 12 (3): 663 - 670. 1995 664 VIEIRA et aI. cadeia alimentar. No sedimento vivem muitas comunidades hentônicas qUe, alimentando-se de detritos contaminados por mercúrio. podem transferi-lo aos peixes por ingestão (EPA 1972), e estes contaminarem o homem pdo consumo. O sedimento contaminado ~ fonte potencial dinâmica de mercúrio (SEI 1978) para a água e para a hiota aquática durante 10 a 100 anos (BRAILE & CAVALCANTI 1979). Isso signi tica qUe. mesmo com a paralisação da fonte emissora. há ainda consideráveis quantidades de maclÍrio ahsorvidas ao sedimento (REIr\'IERS er lI/. 1974: CALLlSTER er lI/. 1986) e que podem ser transferidas e incorporadas à hiota. dependendo das condiçôes físicas. químicas e hiológicas do amhienlé aquático (LORING 1975: CLlFTO & VIVIAN 1975: CALLlSTER eI lI/. 1986). KUDO & MORTIMER (1979) vai ficaram experimentalmenlé que a concentração de macúrio nos peixes, proveniente do sedimento, foi nove VeZeS superior à acumulada a partir da água. O monitoramento da poluição de rios atrav~s de análise de sedimento iniciou-se na Holanda em 1960. A avaliação dos níveis de mercúrio no sedimento de rios, atualmente um indicador amplamente generalizado, inclusive para áreas de importância ecológica ganhou rdevância após a demonstração de que a maior proporção de mercúrio em tecido muscular de peixes ~ metilmercúrio (WESTOO 1972; HEDERSON elll/. 1972; BISHOP & EARY 1974) e que o sedimento ~ capaz de metilar macúrio a partir de tinmas inorgânicas (JENSEN & JERNELOV 1969). Antes aa consensual que o macúrio no sedimento não representasse ameaça ao amhiente aquático (RICHINS & RISSER 1975). O uso de organismos como indicadores hiológicos de poluição amhiental tem a vantagem de estimar as disponihilidades do poluenlé para as hiomassas de diferentes regiôes (PHILLlPS 1977). Os moluscos são considerados hons indicado- res para metais pesados e para comparaçôes de fatores de concentração (HANNERS 1968). Muitos autores t~m usado diferentes gastrópodos para monitorar contaminação mercurial em sistemas de água doce (ZADORY & MULLER 1981) com hase no SeU potencial de acumulação de altos níVéis de méfcúrio, o que gaalmente evidencia as condiçiks toxicológicas dos sistemas aquáticos. Sendo sedentários, rdletem muito hem as condições locais de contaminação, al~m de saem ahundanlés e de larga distrihuição geográfica nos sistemas aquáticos do Pantanal. Há forte corrdação entre a concentração de mercúrio total nos moluscos e os níveis no sedimento (H ILDEBRAND eI lI/. 1980, !lpud M IKAC ef lI/. 1985). O ohjdivo desta pesquisa tói avaliar o potencial de acumulação de mercúrio no sedimento e nos moluscos da hacia de drenagem do rio Bento Gomes, no Pantanal, tenuo em vista sua futura utilização como parâmetros indicauores de poluição nessa região. MATERIAL E MÉTODOS Após sohrevôo da hacia hidrográfica do rio Bento Gomes (l6°40'S, 57° 12'W), dreno coldor principal c.Ias microhacias onde se localizam os garimpos de ouro de Pocon~, tinam demarcadas oito estações de colda de sedimento, localizadas desde a caheceira at~ o cruzamento do Rio Bento Gomes com a Estrada Revta bras. Zool. 12 13): 663 - 670, 1995 Contaminação por mercurio em sedimento e em moluscos ... 665 Transpantaneira, no halxo Pantanal (Mato Grosso). Em çada estação foram colhidas três amostras de sedimento, em çada uma das çoletas realizadas em agosto/89, novemhro-dezemhro/89 e .junho/90. O coletor do tipo "core", consti- tuído de um tuho çoletor de anl1ico e as partes acessórias de material inoxidável. As amostras çorresponderam ao nível do sedimento at~ 20çm de prohmdidade. Estas foram aç(JIldiçionadas individualmente, em saÇ(lS de polietileno etiquetados e transportadas para o lahoratório em çaixas t~rmiças çontendo gelo. No laho- ratório. as amostras foram armazenadas e çonservadas em çongelador a -18"C. Para a análise. as amostras foram desç(JIlgeladas à somhra, sendo iniçialmente seças ao ar livre e depois em estufa a 50"C. Ao atingirem a temperatura amhiente. as amostras foram passadas por peneira inoxidável çom 0.27mm de ahertura de malha. Amostras de aproximadamente um grama de sedimento foram digeridas em mistura de H 03: H2S0-l (concentrados e na proporção de I: I). em halões de vidro de horosiliçato de 250ml, com juntas esmerilhadas. acoplados em condensadores de vidro. com circulação de água soh refluxo. Após o período de digestão a frio. de no mínimo 30 minutos, introduziu-se aqueçimento gradual, at~ aproximada- mente 100°e. UtiliZOu-se KMnO-l çomo oxidante e cloreto de hidroxilamina para neutralizar o exçesso de açidez. O agente redutor de merçúrio foi SnCI2 a 10'1c em H2S0-l 18N. Maiores detalhes podem ser ençontrados em PONCE er aI. (1990). As déterminaçiies de mercúrio total no sedimento tóram realizadas pela t~cniça de espectrofotomdria de ahson;ão atômiça computadorizada SCHIMADZU. modelo AA-660, equipado çom lâmpada de çatodo oço de merçúrio, wm feixe ôptiÇ() alinhando uma ç~lula de vidro com janelas de quartzo e ajustado ao comprimento de onda de 253,7mm. Os níVeis de meluírio total no sedimento, expressos em ~lg.g-I de peso Seco tóram registrados após ajustamento numa curva padrão de calihração e correção das leituras dos hrancos. A inexistência de interferênçia de matriz t(li testada atrav~s de umacurva e çalihração wm adi,ão padrão. Na ausência de padnies de referência. a precisão e exatidão da t~cnica tóram avaliadas por testes de recupe- ração de mercúrio. Três esp~çies de molusços da família Ampullariidae. AJllpl/l!(/ria CIII/ltli- CI/I(/((/. A. sClllaris e MllrislI pllll/ogym. t(lram çoldadas manualmente no Rio Bento Gomes (entronçamento com a Estrada Transpantaneira) e no çórrego Piraputanga. no Pantanal (Mato Grosso). nas três ~pocas referidas anteriormente para o sedimento. Essas esp~çies de moluscos tóram seleçionadas por serem presas do gavião-caramujeiro - Rosrlinlll/I/.I .wciu/Jilis (Viellot. 1877) - e do carão - Arl/ll/I/s XI/ara 1/11 11 (Linnaeus. 1766), aVes que viVem nas proximidades de áreas alagadas no Pantanal. Após a çaptura. os moluscos tóram coloçados em saços plástiÇ(ls diqudados e acondicionados em çaixas t~rmiças çontendo gelo e transportados ao lahoratório. No lahoratório foram çonservados e armazenados em ç(JIlgelador a -18°e. Para as análises de mercúrio total nos molusços. foram utilizadas apenas as partes moles e seguiu-se a mesma t~cniça desçrita para o sedimento. Os níveis de merçúrio nos molusços foram expressos em ,llg.g.1 de peso úmido. Revta bras. Zool. 12 (3): 663 - 670. 1995 666 VIEIRA et aI. Os reagentes utilizados nas análises de mercúrio total foram: H2S0~ marca MicroQuímica para Lahoratórios LIda., P.A.: NHOJ Synth. P. A.; KMnO~Grupo Química P.A., ACS; Cloreto de Hidroxilamina, VekC Química Fina, P.A.; SnCb. Grupo Química P.A., ACS. Todas as análises foram realizadas nos laboratórios de Química Analítica e Amhiental da Universidade de Brasília (UnB) e no Laboratório de Análises de Tecidos do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC/EMBRAPA), em Planaltina (Distrito Federal). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os níveis de mercLÍrio total detectados nos sedimentos da bacia hidrográfica do rio Bento Gomes em Pocon~, de modo geral são haixos (Tab. I). Constatou-se que do total de 69 amostras analisadas, apenas 26 % (n = (8) apresentaram concentraçiies detectáveis. Entre os teores de mercLÍrio detectáveis, 33.33 o/c (n = 6) Se situaram acima do nível considerado natural (0.1 flg.{1 de peso secO), o qual, segundo LACERDA er (//. (1987), rdlete as condiçiies de áreas nào contaminadas. Em 16 amostras foram detectados mais de 0,02 pg.g'l de peso seco. nível citado por LACERDA (1990) como referencial dos rio amazônicos não contaminados. Já em regiôes de garimpo, onde a contaminação tem sido s~ria, como em Serra Pelada, Gurupi e Tapajós no Pará, e no norte de Mato Grosso, os níveis de mercLÍrio no sedimento que ultrapassam O, If1g.g'l de peso SeCO têm sido da ordem de 100% (SILVA er (//. 1989). Tabela I. Níveis de mercúrio (pg.g" de peso seco) detectados no sedimento das estações de coleta na bacia de drenagem do rio Bento Gomes (Poconé, Mato Grossol. Estações de coleta Época das coletas Agosto/89 Novembro-dezembro/89 Junho/90 Nascente do rio Bento Gomes Ponte da Cotia Ponte do Morrinho Rio Piranema/rio Bento Gomes Captação d'água de Poconé Córrego dos Padres Córrego Piraputanga Rio Bento Gomes/Transpantanelra '. Não detectável (NO). ND NO a 0,07 NO a 0,02 NO NO NO a 0,24 NO a 0,25 NO NO NO NO a 0,06 NO aO, 12 NO aO, 13 NO NO a 0,07 NO a 0,04 0,01aO,17 NO NO aO, 15 0,01 a 0,04 NO NO NO Os níVeis de mercLÍrio mais elevados (0,24 e 0.25 pg.g-I de pesO seCO), que representam 2,5 VeZes o limite de contaminação natural do sedimento. ocorreram em amostras coletadas no tanque dos Padres e nas drenagens do córrego Pi rapu- tanga, respectivamente, e se caracterizam como depósitos de rejeitos de mineração mais próximos da áreas de garimpo, nestas duas microhacias (Tah, I). Por outro lado, de modo geral, os níveis de mercLÍrio encontrados no sedimento das demais estaçiies de coleta estão muito prcíXll1l0S dos teores encontrados por LACERDA RevIa bras. Zoa!. 12 (3): 663 - 670,1995 Contaminação por mercúrio em sedimento e em moluscos ... 667 (1990) (não detect,íveis a O, 18"g.g-1 de peso seCO), em estudos de dispersão de mercúrio no sedimento da hacia de drenagem do tanque dos Padres (Poconé. Mato Grosso). No entanto, os níVeis detectados neste estudo situam-se ahaixo do teor mais devado (0.9"g.g,1 de peso SeCO) registrado por PFEIFFER ('{ aI. (1989h) no sedimento Ue rios UO estauo UO Rio Ue Janeiro, cujas águas tamhém recehem r~ieitos de garimpos. FRAGA er 1/1. (1989) encontraram níVeis de meluírio no sedimento dos rios Paral11a uo Sul, Muriaré, Parafha, Preto e Itahapoana (Rio de Janeiro), da ordem de 0,05 a 0,40 flg.g'l de peso seco, onue a atividade garimpeira tamhém se fez presente. BOLBRINI er ai. (1983) encontraram níveis de mercúrio no sedimento dos rios Mogi-Guaçu e Pardo, no estado ue São Paulo, que variaram de não uekctávd a 4,23 ,llg.g-I e de não detectávd a 1.02 "g.g-I de peSo seco, respectivamente. Concentraçôes extremamente elevadas de mercúrio no sedimento tamhém têm sido registradas na literatura. 1AL/l1 er 1/1. (1990). apesar de terem encontrado média dos níVeis de mercúrio de 10.20 .llg.g-I de peso seco (n=27), chegaram a detectar 157,31 "g.{l de peSO SeCO, em sedimento de rio localizauo em área de tloresta na região Amazônica, nas proximiuades de garimpos. No rio Madeira. MALM er aI. (1990) encontraram teores de mercúrio no sedimento em uma amplitude de variação de 0,03 a 0,35 flg.g-I de peso seco, com média ue 0, 13±O, II"g.{i Ue peSO SeCO (n=26). Há tamhém registro de mercúrio ue 19,8 "g.g-l ue peSO SeCO (PFEIFFER er ai. 1989a) em sedimento do rio Mutum Paraná/Madeira (Rondônia), onde a presença ue garimpos.iá constitui séria ameaça ecoló!!ica. Se!!lIllUO LACERDA er 1/1. (1987), os rios amazônicos não contaminados possu~m níveis de mercúrio no sedimento COI11 variação entre 0.05 a 0,28 flg.g'l de peSO SeCO, enquanto que os contaminados oscilam entre 0,21 a 19,80 flg.g-I de peSO seco. É interessante ohservar que na segunda época de coleta Ue sedi mento (novemhro-dezemhro/89), realizada nas proximiuades da estação ue captação ue água de Poconé. foi uetectauo mercúrio no seuimento na concentração ue O,13flg.{1 de peSO SeCO, nívd esse pouco acima do considerado normal. Esta informação serve Ue alerta para as autoriuaues sanitárias de Mato Grosso e, ue modo especial, de Poconé, e sugere a necessidade Ue análise mais uetalhaua do prohlema, pois isso pode representar indícios de contaminação UO sedimento UO rio Bento Gomes. emhora ANDRADE er ai. (1988) não tenham encontrado rdação entre os níVeis ue mercúrio na água com aqudes detectados no sedimento de um mesmo rio em Goiás. Os níveis de mercúrio total detectados em partes moles dos moluscos captu- rados na hacia hidrográfica do rio Bento Gomes, estão apresentados na tahda 11. Os níveis de mercúrio total detectados em partes moles das três espécies de molusco analisadas de modo geral. pouem ser considerados tamhém como haixos. Constatou-se que uo total de 5-lmoluscos analisados. em 307'< deles (n= 16) os níveis de mercúrio tóram udectáveis. Entre estes, 18.757'< (n=3) continham acima de 0,5"g.{1 de peSO úmiuo, que é o limite Imíximo estahdecido, a partir do quaIjá pode ocorrer compromdimento da viLla aquática (EPA 1972). Revta bras. Zoo!. 12 (3): 663,670. 1995 668 VIEIRA et aI. Tabela 11. Níveis de mercúrio 1119.9· 1 de peso úmido) detectados nas partes moles de moluscos Ampullariidae, coletados na bacia hidrográfica do rio Bento Gomes iPoconé. Mato Grosso). Córrego P1raputanga RIO Bento Gornes/Transpamanelra Espêeles Agosto/S9 Nov-Dez 89 Junho,90 Agosto 89 Nov-Dez 89 Junho,gO AmpulJana sca/ans ND a 0,03 ND a 0,02 NDaO,15 ND ND a 0,02 ND a 0,88 AmpuJlana canalicula ta ND ND ND ND "JD a 1,16 NO Mansa planogyra NO NOaO,18 0,0720,13 NO 0,04 a 0,59 NO '. Não detectável (NO). Os níVeis ue mercúrio constatauos nas três esp~cies ue molusco estuuauas situaram-se bem próximos uaqueles ueléctauos por LACERDA l'f ai, (1987) (não udecláveis a 0.93 llg.g'l Ue peso úmiuo). em AlllfJlIl/ari(( sp .. em estuuo realizauo na bacia ue urenagem uo tanque UOSPaures. o entanto, situam-Se muito abaixo UOS níVeis udectauos por MIKAC 1'1 ai. (1985) em outras esp~cies Ue moluscos inuicadoras de poluição, mas com diterenlés dietas e mecanismos ue ahsorção. bem como em condição ue elevaua contaminação ambiental. Pode-se tamb~m observar que os níVeis ddectados nos moluscos t(lfam. ue modo geral. mais elevauos que os encontrados no seuimento. Isto pode significar o início de um processo ue biomagnificação Ue mercúrio, AI~m disso, a constatação de 30 rc de níVeis detectáveis nos moluscos e a ocorrência Ue níVeis aCIma de 0.5 flg.g- 1 de peso úmido, pode estar se rdletindo no gavião-caramujeiro. que 'ie alimenta basicamente de AlllfJlIl/aria ",calari", e de A. ('(///(/Iiclllwa e no carão que tem. em Mari,l'iI plallogyl'll. um dos ítens mais importantes ue sua uida. A manutenção de boas condiç()es sanitárias na planície de inundação do Pantanal ~ de extrema relevância ecológica e sócio-econômica. para que seja preservaua sua biodiversidade. AI~11l disso, () Pantanal recehe muitas esp~cies ue aVes migratórias. tanto do extremo sul do contlllente sul-amencano COIllO ua Am~rica do Norte. Espera-se que os níVeiS de contaminação por mercúno ddectados no sedimento e em moluscos ua bacia hiurogrática do rio Bento Gomes sirvam de alerta e suhsídio para as autoridades responsáVeis pela preservação e conservaçào do Pantanal, para que as mesmas se empenhelll em suhstituir o atual processo de extração de outro com merClírio por outros não lesivos à saúde humana e à integridade dos ecossislémas de toda a hacia do rio Paraguai. AGRADECIMENTOS. Às direl"rias li" Celllm de Pe''luisa Agmpecuária lI"s Cerrad"s (CPAC). da Empr~:-a Bra:-ikira d~ Pl.:squisa Agropl.:l:lIéíria. do Fundo f\1unuiai para a Nalllr~/(t (WWF-Bra~il). ou C~nlnl Nm:ional o~ R~":llr~u~ G~n~li":lls ~ Bit)t~..:nol()gia (CENARGE ) ~ Univ~r~idad~ l.k Bra:-.ília (UnB). pda!-. 1~I..:ilidad~~ t~..:ni..:()-..:i~nlílil."a~ ~ apoio. À Pr~r~ittlra h'luTli..:ipal d~ P()..:nn~ (h1atll Grn~~o). pdo apoit) logí~ti..:(). Revta bras. Zool. 12 (3): 663 - 670.1995 Contaminação por mercúrio em sedimento e em moluscos ... 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