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SÍNDROME METABÓLICA Patricia A. Jacob Moreno Conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica Dicionário HOUAISS da língua portuguesa SÍNDROME Síndrome Metabólica é a denominação dada a um conjunto de fatores de risco, que quando se expressam em um mesmo indivíduo, promovem o desenvolvimento da Doença Aterosclerótica, aumentando a morbimortalidade Cardiovascular DEFINIÇÃO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA DISLIPIDEMIAHIPERGLICEMIA OBESIDADE HIPERTENSÃO ARTERIAL SÍNDROME METABÓLICA INFERTILIDADEHIRSUTISMO + pelos) ELEVAÇÃO PROLACTINA PELE OLEOSA ACNES CISTOS OVARIANOS OBESIDADE IRREGULARIDADE MENSTRUAL SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS Síndrome Metabólica Segundo os critérios brasileiros Devem estar presentes três dos cinco critérios abaixo: • circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;Obesidade central • pressão arterial sistólica 130 e/ou pressão arterial diastólica 85 mmHg;Hipertensão Arterial • (glicemia 110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;Glicemia alterada Triglicerídeos 150 mg/dl; HDL colesterol 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres Aspecto Clínico WHO (1998) EGIR NCEP ATP III (2001) AACE (2003) IDF (2005) Resistência Insulínica Resistência Insulínica + 2 dos critérios abaixo Insulina Plamática > 75 % percentil + 2 critérios Não analisada Presença de 3 entre os 5 abaixo Glicemia alterada + 1 dos criterios abaixo Peso IMC > 30 e/ou Cintura/quadril > 0.90 H > 0.85 M Circ. Abd. > 94 H > 80 M Circ. Abd. > 102 H > 88 M IMC > 25 Circ. Abd. > 94 H > 80 M + 2 critérios abaixo Lípides TG > 150 e/ou HDL < 35 H HDL < 39 M TG > 150 e/ou HDL < 39 H ou M TG > 150 HDL < 40 H HDL < 50 M TG > 150 e HDL < 40 H HDL < 50 M TG > 150 HDL < 40 H HDL < 50 M Pressão Arterial > 140/90 mmHg > 140/90 mmHg > 130/85 mmHg > 130/85 mmHg > 130/85 mmHg Glicemia Diabetes Mellitus ou Glicemia alterada Glicemia alterada Jejum > 110 mg/dL Jejum > 100 mg/dL Outros Microalbuminúria (>20 mcg/min) Evidências de resistência insulínica CRITÉRIOS PROPOSTOS PARA DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA SÍNDROME METABÓLICA Aumenta o tecido adiposo Aumenta Inibidor do ativador do Plasminogênio (PAI 1) Diminui Adiponectina Ativação do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona Aumenta Interleucina 6 (Il 6) Aumenta Fator de Necrose Tumoral (TNF α) Aumenta Resistina OBJETIVOS DO TRATAMENTO Diminuir o risco da Doença Aterosclerótica Prevenir aparecimento do Diabetes Mellitus COMO PREVENIR SUAS COMPLICAÇÕES ? Tratar a obesidade e estimular a atividade física Tratar e prevenir o Diabetes Mellitus Tratar a Hipertensão Arterial Tratar a Dislipidemia Baixo risco Médio risco Alto risco Muito alto risco LDL colesterol (mg/dL) < 160 < 130 < 100 < 70 HDL colesterol (mg/dL) > 40 > 40 > 45 > 45 Triglicérides (mg/dL) < 150 < 150 < 150 < 150 Metas Lipídicas propostas para prevenção de Doença Aterosclerótica I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica • São objetivos da investigação clínica e laboratorial: • confirmar o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) de acordo com os critérios do NCEP-ATP III e identificar fatores de risco cardiovascular associados. • 1. História clínica - idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). • 2. Exame físico • Medida da circunferência abdominal • Níveis de pressão arterial • Peso e estatura • Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. 3. Exame cardiovascular. 4. Exames laboratoriais • Glicemia de jejum, Dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos, colesterol total, LDL-colesterol, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria20, proteína C reativa Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 Diminuir aproximadamente 600 calorias ao dia Carboidratos 50 a 60 % do Total Fibras 20 a 30 g ao dia Gordura Total 25 a 35 % do Total AG Saturados < 10% da caloria Total AG Poliinsaturados Até 10% da caloria Total AG Monoinsaturados Até 20% da caloria Total Colesterol < 300 mg/dia Proteina 1 g/kg dia ou 15% do total Plano alimentar para paciente com Síndrome Metabólica Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 OBESIDADE O que é a obesidade A obesidade representa um problema caracterizado por um excessivo acúmulo de gordura nos tecidos. Distúrbio que, além dos problemas de natureza estética e psicológica, constitui um importante risco para a saúde, e quando não corrigido, danifica o coração, as artérias (sobretudo as coronárias), o fígado, as articulações, o sistema endócrino. • Obesidade associa-se a maior morbidade secundária a aumento da resistência à insulina, diabetes, hipertensão e dislipidemias • Além disso, há custos indiretos relacionados a afastamento do trabalho, absenteísmo e aposentadoria precoce. AVALIAÇÃO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Tem-se identificado o ponto de corte para adultos tem sido identificado com base na associação entre IMC e doença crônica ou mortalidade. A classificação adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentada na tabela 1, baseia-se em padrões internacionais desenvolvidos para pessoas adultas descendentes de europeus. AVALIAÇÃO COMBINADA A associação da medida da circunferência abdominal com o IMC pode oferecer uma forma combinada de avaliação de risco e ajudar a diminuir as limitações de cada uma das avaliações isoladas. A Tabela 4, proposta pela OMS, resume a avaliação de risco com essas medidas associadas. Distribuição do Tecido Adiposo • ANDRÓIDE (forma de maçã) → gordura concentrada na região central do abdome - Hipertensão - Resistência a insulina → Diabetes tipo 2 - Dislipidemia - Doenças coronárias n GINÓIDE (forma de pera) → gordura concentrada na região glútea e quadris - Mais comum em mulheres - Menor impacto metabólico ETIOLOGIA Genética Gênero Homens x Mulheres Tabaco Irregularidade Alimentar Psicossociais Psicoafetivos Inatividade física ETIOLOGIA Interação entre fatores: •Dietético - alterações do consumo alimentar, a maior densidade energética, alto consumo decarboidratos refinados, gorduras saturadas, ácidos graxos, colesterol, bebidas alcoólicas e alimentos tipo fast-food. • Socioculturais – valorização do excesso de peso como sinônimo de saúde e prosperidade •Ambientais • Predisposição genética – não se sabe de prevalências isoladas e significativas deste fator. Complicações da Obesidade Mórbida Complicações da Obesidade Mórbida - Problemas reprodutivos - Problemas digestivosà refluxo gastro-esofágico (esofagite), cálculos biliares, esteatose hepática. - Neoplasias: • Na mulher: câncer de endométrio ( 5,4 vezes ), vesícula biliar ( 3,6 vezes ), colo uterino ( 2,4 vezes ), mama ( 1,5 vezes ). • No homem: câncer colorretal ( 1,7 vezes ), próstata ( 1,3 vezes ). - Problemas psico-socio-econômicos -DIETA -TERAPIA COMPORTAMENTAL -EXERCÍCIOS -DROGAS àAnorexígenos, Catecolaminérgicos, Serotoninérgicos, Termogênicos (efedrina, cafeína, aminofilina), Inibidores da absorção de gorduras (Orlistat) -CIRURGIA MÉTODOS ATUAIS DE TRATAMENTO TRATAMENTO Um planejamento alimentar mais flexível, que objetive reeducação, geralmente obtém mais sucesso. O método, a velocidade de perda de peso, o ajuste fisiológico e a habilidade de manter as mudanças comportamentais de dieta e atividadefísica é que determinarão o sucesso, em longo prazo, de qualquer programa de emagrecimento. Qualquer dieta prescrita para reduzir peso tem de considerar, além da quantidade de calorias, as preferências alimentares do paciente, o aspecto financeiro, o estilo de vida e o requerimento energético para a manutenção da saúde. Deve-se tomar cuidado especial com a ingestão de micronutrientes e a dieta deve condizer com as ingestões dietéticas diárias recomendadas TRATAMENTO • Terapia cognitivo-comportamental • Acumputura • Aromoterapia • Fitoterapia TRATAMENTO CIRÚRGICO Índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 45 kg/m² associa-se a diminuição da expectativa de vida e aumento da mortalidade por causa cardiovascular, podendo chegar a 90% em grandes obesos. Portanto, a cirurgia bariátrica é um recurso consistente nos casos de obesidade grave com falha de tratamento clínico, proporcionando aos pacientes redução nos índices de mortalidade e melhora de comorbidades clínicas, como se demonstrou em estudo observacional de dez anos de seguimento. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO CONTRAINDICAÇÕES TÉCNICAS • BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL • BALÃO INTRAGÁSTRICO • DERIVAÇÃO GÁSTRICA COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
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