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ENDOCRINOLOGIA OBESIDADE E SÍNDROMES METABÓLICAS O hipotálamo atua atraves da leptina, emitindo sinais orexigenos e anorexígenos para o controle do apetite e da saciedade. SINAIS OREXÍGENOS (aumentam o apetite e inibem a saciedade) são regulados pelo neuropeptídio Y (principal) e peptídeo agouti (AgRP). Eles agem nos centros hipotalâmicos. SINAIS ANOREXÍGENOS (inibem o apetite ou estimulam a saciedade) são regulados pelos neuropeptídeos pró opiomelanocortina (POMC)(Ele origina o hormônio MSH, que se liga à receptores específicos da regulação do apetite) e o CART. LEPTINA é um hormônio cioquira, secretado pelos adipócitos em resposta à hiperalimentação e ao ganho de gordura corporal. Ela age inibindo o apetite e ativando a saciedade (principal função). Casos por exemplo de pessoas com sobrepeso ou obesidade, apesar de possuirem níveis altos de leptina no organismo, não necessariamente são funcionais, e ainda existem os que são resistentes à leptina. GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO 70% taxa metabólica basal (pot deitado, acordado e em jejum) 10% Termogênese dos alimentos (após uma refeição) 20% Termogenese de atividade física Dois conceitos básicos sobre o gasto energético diário são importantes no tratamento da obesidade: 1. Quando um obeso perde peso, automaticamente há uma redução da taxa metabólica basal, numa tentativa de fazer- lo voltar a seu peso anterior; 2. A taxa metabólica basal nunca cai abaixo de 1.200 kcal/dia, o que significa que não ha necessidade de um plano alimentar que ofereça menos que isso por dia para tratar a obesidade. COMPLICACOES DA OBESIDADE A obesidade é um fator de risco, pois ela aumenta a probabilidade da ocorrencia de diversas patologias. Quanto maior o grau de obesidade, maior o risco de morte, dislipidemias, HAS, DM, Apneia Obstrutiva do Sono e asma . A obesidade é um componente importante da Síndrome Metabólica. DEFINIÇÃO A energia consumida depende de centros hipotalâmicos que regulam o apetite e a saciedade, sendo eles regulados ou inibidos por atividade neural e por hormônios provenientes do trato gastrointestinal, pâncreas e tecido adiposo. OBESIDADE é o acúmulo excessivo de gordura no corpo. Deve ser observada a localização da gordura. IMC= Peso(kg) / Altura(m2) Durante a COVID-19, estima-se um aumento no indice corporal da população. Prevalece 19,8% em mulheres e 11% nos homens FISIOPATOLOGIA Resultado da interacao de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais. Deve-se considerar a individualidade do indivíduo. Obesidade primaria: historia familiar, baixos niveis socioeconômicos e sexo feminino. Obesidade secundária: Hipotireoidismo, Insulina, Síndromes Compulsivas, Uso de medicações, etc. Ingesta de caloria consumida > Ingesta de caloria gasta. *Normalmente, a quantidade de caloria consumida deve ser igual a quantia gasta, para que ninguem se torne obeso ou subnutrido. "Energia consumida = Energia Gasta". *Compulsao alimentar é majoritariamente vista nas mulheres, podendo ser por oscilação hormonal. Isabela Andrade SÍNDROME METABÓLICA > Gordura visceral = >Triglicerídeos e <HDL. (Principais sintomas da Síndrome Metabólica). Muitas complicações da obesidade são, também, fatores de risco para eventos cardiovasculares e morte cardiovascular. Obesidade X Câncer. Chances de morrer de cancer > nos obesos. TRATAMENTO 1. Dieta Hipocalórica 2. Exercícios físicos regulares Terapia Comportamental Sindrome Plurimetabólica Sindrome X de Reaven Sindrome da resistencia a insulina Sindrome dos ovarios Policisticos (SOPC) Doença hepatica gordurosa nao alcohólica (estetose) PARA DIAGNÓSTICO Critério OMS: 3 critérios, sendo 1 obrigatório (alteração na glicemia ou resistência insulínica). Critério IDF: 3 critérios, sendo q obrigatório (obesidade central pela circunferência abdominal). Critério NCEP/ATP III (+ usado): 3 critérios Todas as alterações relacionadas à síndrome metabólica podem ocasionar Doença Vascular Aterosclerótica, que podem evoluir para Doenca Arterial Coronariana. Pacientes que possuem historia de familiar de 1º grau com síndrome tem maior chance de obter também. RESISTÊNCIA À INSULINA Redução da ação da insulina. Pacientes com IMC> 30 tem maior possibilidade de de diabetes. Com o aumento do IMC, a insulina diminui sua sensibilidade. Mecanismos que podem gerar resistencia a insulina ana obesidade 1. Lipotoxicidade (principal) 2. Glicotoxicidade 3. Adipocitocinas 4.Lipogênese ectópica ADIPOCITOS Responsável pela produção de uma serie de hormônios e citadinas para regulação local e sistêmica do organismo, alem de armazenamento de gordura e energético e absorção de proteína. O aumento do fibrinogeni o, da PA-1,do fator de Von Willebrand, de tPA e do fator VII sao fatores pro-coagulantes. QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL Historia familiar; IMC dos parentes de 1º graus; Gravidez pode contribuir para uma futura obesidade; Lesão no SNC?; Alteracoes endócrinas; Uso de medicamentos; Dieta hipercalórica; Sedentarismo; Estresse; Alguma complicacao da obesidade; Depressão... - Calcular IMC - Circunferencia abdominal e do quadril - PA - Frequencia Cardiaca - Acantose Nigricans - Distúrbio na quantidade de pelos nas mulheres (aumento) *Circunferência abdominal: normal - <94 nos homens e < 80 nas mulheres. Exames: Glicemia, Perfil lipidico ( Colesterol total, LDL, HDL e TG) Exames complementares: - Função endócrina: Insulinemia, T4 livre, TSH, Testosterona, Cortisol urinario de 24 horas - Função hepática: TGP (ALT), USG hepatica - Bioimpedância e Avaliação da Sensibilidade à insulina (E HOMA IR) PREVENÇÃO A prevenção e o tratamento da obesidade são realizados com orientação dietética, atividade física, terapia comportamental, medicamentos e cirurgia. Para escolher qual opção será escolhida, deve-se considerar a opiniao do paciente, rastrear comodidades (e tratar caso exista), reduzir o peso em 10% No tratamento da obesidade, a farmacoterapia é utilizada a partir do sobrepeso severo (IMC 27 a 29,9), e a cirurgia é feita a partir da Obesidade grau II (IMC 35 a 39,9) Dieta: hipocalórico, reduzir porções e consumo de gordura, aumentar consumos de vegetais. Exercícios: +/- 30 min diario. Medicamentos: - Liraglutida: + utilizado, diminui apetite, injeção diaria, antidiabético (aumenta insulina e reduz glucagon). - Sibutramina: Inibidor da recaptacao de serotonina e noradrenalina nas terminações sinapticas, inibe o apetite, dose inicial de 10-15 mg/dia. Nao e utilizado em pacientes com risco cardiovascular. - Fentermina + Topiramato: Nao é permitido no Brasil, diminui o apetite - Bupopriona + Nalfrexone: Diminui compulsão alimentar, pois aumenta o sistema de recompensa pela dopamina. - Lorcaserina: Aumento do risco de câncer. Medicamento suspenso. - Orlistat: Inibidor das lipases pancreáticas. Diminui a absorcao intestinal de gorduras. Não age no SNC, e sim diretamente no intestino (único medicamento que faz isso). CIRURGIA BARIÁTRICA Método + eficaz de reduzir peso em obesos, apesar de trazer algumas complicações As cirurgias agem de 2 formas: 1. Restrição da acomodação gástrica (pela redução do estômago). 2. Redução da absorção intestinal de nutrientes. Tipos de cirurgia: - Banda gastrica ajustável; - Gastroenteroanastomose em Y-de-Roux DISLIPIDEMIAS Algumas possíveis complicações da cirurgia são: Hiperinsulinismo, Síndrome de Dumping (passagem + rápida do alimento do estômago para o intestino). O paciente que se submeter à essa cirurgia ira realizar acompanhamento para controlar os níveis de nutrientes e íons. Na síndrome metabólica o tratamento é feito com alimentação saudável, exercício fisico, medicações (de tratamento da HAS, dislipidemia, obesidade e DM), e tratamento cirúrgico quando necessário. Disturbio do metabolismo das lipoproteínas Presença anormal ou de níveis superiores ao normal de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue. LIPÍDIOS são importantes para a formação e funcionamento das membranas celulares (principalmenteos fosfolípides). LIPOPROTEÍNAS sao estruturas maiores que contem os lípides. Servem para fazer o transporte dos lipídeos. Elas transportam lipídeos e o colesterol (que não faz parte apenas da membrana). Principais lipoproteínas: - Quilomícrons - VLDL - IDL - LDL - HDL Importancia dos lípides: - Formação e funcao das membranas celulares - Síntese de sais biliares - Sintese de hormonios esteroides - Sintese de vitamina D - Armazenamento energético nos tecidos adiposo e muscular Lipides + relevantes: - Fosfolipides - Colesterol - Triglicerideos (formados por 3 acidos graxos + 1 glicerol) - Acidos graxos (podem ser saturados, monoinsaturados ou poliinsaturados) As dislipidemias podem ser classificadas de acordo com a fração lipídica alterada em: • Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL). • Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum). • Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum). Se TG ≥ 400mg/dL, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c ≥ 190 mg/dL. • HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG. Como é feito o diagnóstico? Dosagem de colesterol + HDL + triglicerídeos no sangue. LDL geralmente não é direto, deve ser calculado pela fórmula de Friedwald. -Através da dosagem dos lipídios séricos, são dosados: Colesterol total (CT) - HDL-c - Triglicerídeos (TG) - LDL-c: é calculado pela fórmula de Friedewald* - LDL-c = CT – HDL-c – VLDL (VLDL = TG/5) *Só pode ser usada quando TG<400 mg/dl QUADRO CLÍNICO Principal manifestação clínica: Doenças cardiovasculares - Doença coronariana (principal manifestação) - Doença vascular cerebral - Insuficiência arterial periférica Causas primárias: são aquelas nas quais o distúrbio lipídico é de origem genética. Causas secundárias: a dislipidemia é decorrente de estilo de vida inadequado, de certas condições mórbidas, ou de medicamentos . DIRETRIZ BRASILEIRA SOBRE DISLIPIDEMIAS (Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76) CLASSIFICACAO DAS DISLIPIDEMIAS As dislipidemias podem ser classificadas em hiperlipidemias (níveis elevados de lipoproteínas) e hipolipidemias (níveis plasmáticos de lipoproteínas baixos). Ambas podem ter causas primárias ou secundárias. Classificação etiológica Classificação laboratorial A classificação laboratorial das dislipidemias nesta atualização sofreu modificações, e os valores referenciais e os alvos terapêuticos foram determinados de acordo com o risco cardiovascular individual e com o estado alimentar. Dieta Atividade Física Medicações P/ Hipercolesterolemia: Estatinas, Ezetimibe etc. P/ Hipertrigliceridemia: Fibratos, Omega-3 etc. Manifestações da hipercolesterolemia: - Arco senil - Xantomas tendinosos - Xantomas tuberosos - Xantelasmas Manifestações da hipertrigliceridemia: - Pancreatite aguda - Xantomas eruptivos - Lipemia retinalis Estratificadores de Risco (ER) - Idade: > 48 anos homens ; > 54 anos mulheres - Tempo de diabetes > 10 anos - Parente de 1o grau com DCV prematura (<55 anos homens ; < 65 anos mulheres) - Tabagismo - HAS - Síndrome metabólica - Albuminúria > 30 mg/g creatinina ou retinopatia (indica lesão endotelial) - TFG < 60 mL/min (taxa de filtração glomerular) TRATAMENTO 1. 2. 3. a. b. Dislipidemias em grupos especiais: - Hipotireoidismo: Atenção especial à miotoxicidade. - Diabetes mellitus: Alvo de LDL-c = doença coronariana - Hepatopatia: Suspender estatina se surgimento de novas alterações hepáticas (aumento >3x transaminases) - Doença renal crônica: ClCr<60: evitar gemfibrozil e usar estatinas com menores taxas de excreção renal - SIDA: Preferidos são pravastatina ou fluvastatina. Evitar sinvastatina. - Mulheres em idade fértil e sem contracepção: Evitar estatinas (risco de malformação fetal). - Mulheres pós-menopausa: Usar estatinas. Se alto risco cardiovascular, evitar TRH (terapia de reposição hormonal, pelo efeito pró-trombotico dos estrogênios)
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