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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO Larissa Rayane Silva dos Santos – 01273537 Ednalva Lays Moares Pinho Cruz – 01251303 Profª: Katia Mendes Turma: 7NA RECIFE- PE Abril, 2021 ALOJAMENTO CONJUNTO Segundo o Ministério da Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho. OBJETIVOS • Aumentar os índices de Aleitamento Materno; • Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho; • Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; • Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada; • Estimular a participação do pai no cuidado com o RN; • Possibilitar o acompanhamento da Amamentação, sem rigidez de horário, visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentivá-la nos momentos de insegurança; • Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas; • Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas; • Favorecer troca de experiências entre as mães; • Melhorar a utilização das unidades de cuidados especiais para RN; • Aumentar o nº de crianças acompanhadas por serviço de saúde. INDICAÇÃO Existem alguns critérios a serem seguidos para a mãe e para o recém-nascido para adequada indicação do Alojamento Conjunto. 1. Em relação a mãe: deve haver ausência de patologia que impossibilite ou contraindique o contato da mão com o recém-nascido. A orientação a respeito do Alojamento Conjunto deve ser feita a mãe desde o pré-natal. 2. Em relação ao recém-nascido: deve existir uma boa vitalidade, controle de temperatura, capacidade de sucção, além de outros critérios determinados pela equipe de saúde. Um recém-nascido com boa vitalidade apresenta mais de 2.000 g, mais de 35 semanas de gestação, e índice de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto de vida. Os critérios de exclusão do recém-nascido são: • Apgar abaixo de 7 no primeiro e quinto minuto de vida; • Recém-nato com peso acima de percentil 90 ou abaixo de percentil para a idade gestacional; • Malformação que impeça a amamentação; • Recém-nato de mãe diabética; • Icterícias precoces; • Patologias diagnosticadas ao exame imediato; CUIDADOS E ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM O enfermeiro deve exercer, juntamente com outros profissionais da saúde, ações ao cuidado voltado para mãe e filho, sendo responsável, principalmente, pela educação em saúde no que se refere ao incentivo à amamentação, aos cuidados com o recém-nascido, esclarecimento de dúvidas, além de apoio à puérpera e recém-nascido e orientação quanto às consultas de crescimento e desenvolvimento, vacinação e planejamento familiar. Como também: • Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico; • Avaliar suas condições físicas e emocionais; • Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no momento de sua admissão no Alojamento Conjunto; • Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada com interesse pelo profissional; • Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações mais específicas à realidade da pessoa; • Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente; • Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc., pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo a entregá-la em suas experiências anteriores e expectativas; • Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto; • Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento Conjunto; • Trazer o RN para junto da mãe; • Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difíceis; • Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a expressar suas opiniões; • Realizar os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho, estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente; • Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc, objetivando orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas; • Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amoniacal, prováveis causas de choro, necessidades afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas; • Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe; • Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar precocemente problemas clínicos e emocionais; • Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu filho, reconhecendo assim, também, situações em que necessitará da ajuda do profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento da criança; • Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os encaminhamentos necessários. ALEITAMENTO MATERNO BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MÃE • Estimula a contração uterina e impõe um gasto calórico maior, ajudando na recuperação da forma física existente antes da gravidez; • Previne câncer de mama e ovário e diminui a incidência de muitas outras condições médicas desagradáveis, como doenças cardíacas, derrame cerebral, elevação do colesterol, diabetes, asma etc.; • Reforça o vínculo afetivos entre a mãe e o bebê; • É anticoncepcional natural; • Ajuda o útero a voltar ao tamanho normal; • Traz economia; • Diminui a possibilidade de osteoporose. BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA O BEBÊ • Aumenta imunidade, fornecendo os anticorpos que o protegem de muitas enfermidades, sobretudo infecciosas; • Protege contra alergias; • Ajuda na formação da mandíbula e alinhamento dos dentes; • Diminui as cólicas; • Nutre de forma integral; • Reforça o vínculo com a mãe. DIFICULDADES NO ALEITAMENTO MATERNO Alguns problemas podem ocorrer durante o aleitamento materno (AM). Se não forem prontamente identificados e tratados, podem ser importantes fontes de ansiedade e sofrimento, podendo culminar com a interrupção da amamentação. • Bebê que não suga ou tem sucção débil: muitos bebês não sugam ou apresentam sucção débil, ou ineficaz logo após o seu nascimento. Essa condição pode durar poucas horas ou dias. • Demora na Apojadura: Em algumas mulheres a “descida do leite” ou apojadura só ocorre alguns dias após o parto. • Mamilos planos ou invertidos: Podem dificultar o início da amamentação, mas não necessariamente a impedem, pois o bebê pode fazer o “bico” com a aureola. • Fissuras e dor: As "rachaduras" acontecem quando a pele dos mamilos já está sensível e se rompe por causa das mamadas, causando muita dor. O mau posicionamento e a pega errada geralmente são os responsáveis. O pediatra ou uma consultora de amamentação podem ajudar nestes casos. • Ingurgitamento das mamas ou Leite "empedrado": acontece quando os seios ficam muito "carregados" de leite e causam dor. Isso é evitado ao esvaziar as duas mamas sempre. • Insuficiência de leite: Emmuitas ocasiões essa queixa está mais relacionada à ansiedade materna. Não existem mulheres saudáveis que não consigam produzir leite suficiente. Quanto mais o bebê suga, maior é a produção do leite. Ou seja: se ele mamar mais, mais leite você vai ter. • Mastite: Chamada de infecção mamária, pode causar dor no peito, inchaço, calor e vermelhidão da mama. Também prevenida com a drenagem total das mamas. • Hiper lactação: Há algumas mulheres que acabam produzindo muito leite, podendo levar a mastite e empedramento. • Candidíase (monilíase): A infecção da mama por Candida sp no puerpério é bastante comum. A infecção pode atingir só a pele do mamilo e da aréola ou comprometer os ductos lactíferos. Costuma manifestar-se por prurido, sensação de queimadura e dor em agulhadas nos mamilos, que persistem após as mamadas. • Fenômeno de Raynaud: é uma isquemia intermitente causada por vaso espasmo decorrente da exposição ao frio, da compressão anormal do mamilo pela boca da criança ou por trauma mamilar importante. Manifesta-se inicialmente por palidez dos mamilos (por falta Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 140 Ministério da Saúde de irrigação sanguínea) e dor intensa antes, durante ou, mais comumente, depois das mamadas. REFERÊNCIAS BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, "Normas Básicas para Alojamento Conjunto", Portaria MS/GM no 1.016, 26 de agosto de 1993. DOU no 167 de 1/9/93, seção I,p.13.066. CASANOVA, LD; SEGRE,CAM; "Alojamento Conjunto", In: DINIZ, EMA; "Manual de Neonatologia", São Paulo, Revinter, p.17-19,1993. RIGATTI, MF; " Aspectos Gerais da Assistência de Enfermagem em Sistema de Alojamento Conjunto", In: MUIRA,E e cols.; " Neonatologia: Princípios e Pratica", São Paulo, Arte Médica, p. 41-43, 1993 Organização Mundial da Saúde. Estratégia global para a alimentação de lactentes e crianças de primeira infância. http://www.ibfan.org.br/documentos (acessado em 15/04/2021). Organização Mundial da Saúde. Evidências científicas dos dez passos para o sucesso no aleitamento materno. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2001. http://www.ibfan.org.br/documentos
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