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07-PlanoDeAula_109249-NOVO-PLANOS DE AULA EDITADOS MUITO MENOS FOLHAS SEM FUNDO PRETO

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Plano
de Aula: Teoria e
Prática da Argumentação Jurídica
TEORIA E
PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA  SEMANA 7  Tipos de argumento: seleção e
combinação (continuação)  SEMANA 7 
Objetivos
-
Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de
causa e efeito e de analogia.
-
Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do
argumento de oposição, apoiada no uso dos operadores argumentativos de
concessão e adversidade.
-
Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa.
Estrutura do Conteúdo
1. Relação entre fontes do Direito e tipos de
argumento
2. Argumento de oposição.
2.1. Estrutura, características e informações
lingüísticas relevantes
3. Argumento de causa e efeito
3.1. Estrutura, características e informações
lingüísticas relevantes
4. Argumento de senso comum
4.1. Estrutura, características e informações
lingüísticas relevantes
Aplicação Prática Teórica
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do
Direito como uma estratégia discursiva eficiente para a redação de uma boa
fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de
vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de
conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva
contrária.
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos
e adversativos, essa estratégia permite antecipar as possíveis manobras
discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de
solução jurisdicional para o conflito,
enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta.
Para ficar
clara essa estrutura, desenvolvemos adiante esses parágrafos. Compreenda que as
estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a
liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a partir delas novas
informações podem ser acrescidas ? sem
descaracterizar a estratégia.
 
Argumento
de oposição concessiva
Embora haja
quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois
não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações
indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer
valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma
reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua
luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai.
Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser
compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
 
Também
podemos redigir o argumento desta maneira:
 
Argumento
de oposição restritiva
Há quem
argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que
não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações
indesejadas, mas a Justiça pode,
sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por
meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre,
por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o
afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas
pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um
pai ausente.
 
 
Além do argumento de oposição, outro que
também se mostra de grande eficiência na prática argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade,
ou seja, são apresentadas as causas e as consequências
jurídicas de um ato praticado.
 
Com relação ao ARGUMENTO DE ANALOGIA, a
obra principal adotada para esta disciplina ? Lições
de Gramática aplicadas ao Texto Jurídico ? menciona que é importante discutir se é possível usar a
jurisprudência com fonte. Antes de enfrentar qualquer questão, tomemos como
conceito de jurisprudência, em
sentido estrito, o conjunto de decisões uniformes, sobre uma determinada
questão jurídica, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário.
O
próprio conceito atribuído à fonte aqui discutida sugere que sua autoridade
advém do órgão que a profere (jurisdição). Isso é inegável. O que se questiona
é que, independentemente da autoridade que a reveste, o que faculta
verdadeiramente seu uso ? e a
torna eficiente ? é a proximidade do caso analisado
com os outros cujas decisões são tomadas como referência.
Isso
implica dizer que, em última instância, o que faz do uso da jurisprudência uma
estratégia interessante para a argumentação é o raciocínio de que casos
semelhantes devem receber tratamentos análogos por parte do Judiciário, para
que não sejam observadas injustiças ou discrepâncias. É a semelhança entre o
caso concreto analisado e o processo já transitado em julgado que autoriza o
uso da jurisprudência.
Tanto é
assim que se ambos os conflitos versarem sobre direito possessório, por
exemplo, mas as circunstâncias em que cada um deles ocorreu não forem as mesmas, a simples proximidade temática não autoriza o uso
da jurisprudência pela autoridade de que é revestida. Por essa razão,
preferimos elencar as decisões judiciais reiteradas como motivadoras de
argumentos por analogia. 
Uma
observação se faz necessária, neste ponto: para o acadêmico de Direito importa,
muitas vezes, mais o domínio das estratégias argumentativas e dos tipos de
argumento, do ponto de vista prático, que a própria classificação desses
elementos, pois esta é uma preocupação prioritariamente didática.
 
CASO CONCRETO
 
Cliente baleado diz que vigia disparou após discussão em porta
giratória
O cabeleireiro João Adriano Santos, de 29
anos, foi baleado por um vigia de uma agência bancária em São Mateus, na Zona
Leste de São Paulo, após ser
parado na porta giratória e discutir com o funcionário. O tiro atingiu João nas
costas, mas não causou ferimentos graves. Ele está consciente e foi liberado
após receber tratamento no Hospital São Mateus.
A Polícia Militar foi acionada pouco depois
das 14h para ir até o banco, na Avenida Mateo Bei. O vigia, de 37 anos, está detido. João Adriano relatou
que havia ido ao banco pagar uma conta e foi parado na entrada. O segurança
teria pedido que ele retirasse todos os objetos de metal do bolso, mas João
disse que não carregava nenhum objeto desse tipo. Houve uma discussão e João
conta ter sido insultado pelo vigia.
Após entrar, João Adriano ficou ao lado do
segurança, esperando que o amigo que o acompanhava passasse pela porta
giratória. Nesse momento, afirma ter levado uma rasteira e, em seguida, o tiro.
Ele foi levado para o hospital e, às 19h, estava no 49º Distrito Policial, em
São Mateus, prestando depoimento. ?Acho que todas as
portas giratórias de banco tinham que ser retiradas porque não há funcionários
preparados para trabalhar com elas?, afirmou. A agência bancária foi fechada logo após o
incidente.
O Banco disse estar acompanhando a
recuperação do cliente e lamentou o ocorrido. Em nota oficial, a instituição
afirmou que "colabora com as investigações sobre o incidente até o total
esclarecimento dos fatos".
(Disponível em:
<http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/03/cliente-baleado-diz-que-vigia-disparou-apos-discussao-em-porta-giratoria.html>.
Acesso em: 12 fev. 2012.
QUESTÃO DISCURSIVA
 
Leia o caso concreto indicado para
esta aula e recorra, se desejar, às fontes indicadas. Redija um texto
argumentativo que contenha, além dos argumentos já trabalhados este semestre,
três parágrafos: um argumento de oposição, um argumento de causa e efeito e um
argumento de analogia. O caso concreto desta aula tem repercussão civil e criminal.
Escolha apenas uma dessas linhas para teu texto.
 
Se julgar adequado, recorra às polifonias adiante:
Lesão corporal
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a
saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanentede
membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o
trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização
do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as
circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 
Art. 14 do CP: Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa
com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
 
Homicídio simples
Art. 121 do CP: Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do
consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;
Art. 14 do CDC: O fornecedor de
serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

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