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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMATICO - ART

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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMATICO
Com o passar dos anos a Odontologia vem avançando na prevenção da doença carie, no entanto a mesma segue sendo uma patologia oral de grande prevalência, se tornando um problema e saude publica nacional e mundial e acometendo, principalmente, indivíduos em situação de vulnerabilidade social, levando a destruição dos tecidos dentários, causando dor, problemas estéticos, endodônticos e, por fim, a perda precoce do dente. (FREIRE et al.,2003; SANTANA et al., 2018; GIONGO e BAVARESCO 2014)
Ademais, o levantamento epidemiológico SB Brasil 2010 constatou que 53,4% das crianças brasileiras aos 5 anos de idade possuíam cárie na dentição decídua e, na dentição permanente, foi constatado que 56,5% estavam acometidas pela doençaaos 12 anos, também foi revelado que 26,8% das crianças até 12 anos nunca tinham ido a uma consulta odontológica.
Mediante a este panorama surge a técnica de Tratamento Restaurador Atraumatico (ART) criada em 1980 pela demanda de um meio que propiciasse a paralização do processo carioso e preservação do elemento afetado em áreas onde a disponibilidade de recursos era baixa de forma que a exodontia era o único tratamento efetivo (CARVALHO et al., 2017). 
A técnica se adequa a odontologia minimamente invasiva visto consistir na abertura e remoção de tecido cariado com instrumentos de corte manuais, principalmente, e fechamento com material restaurador adesivo, o Cimento de Ionômero de Vidro (CIV), tendo portanto custo baixo, desobrigando o uso de anestésico e isolamento absoluto, bem como não necessita de uma grande gama de instrumentos, causando menor desconforto, menor tempo de cadeira e retornos, possibilitando ainda, a realização de restauração em dentes em erupção, angulados e em pacientes pouco cooperativos, sendo, portanto, uma ótima opção na odontopediatria, visto a rapidez de sua aplicação reduzia a ansiedade da criança. (Da Silva et al., 2017; CARVALHO et al., 2017; MONNERAT et al., 2013)
A opção pelo CIV baseia-se na adesividade à estrutura dental, o coeficiente de expansão térmica linear semelhante ao dente, não necessidade de polimerização, biocompatibilidade e a liberação de flúor (MONNERAT et al., 2013; Navarro e Pascotto, 1988). Além disso, tal liberação de fluor, mesmo que maior nas primeiras 24 horas, de grande interesse para odontopediatria, visto os pacientes não apresentam discernimento para o controle da doença carie. (PEDRINI et al., 2003; ROBSON et al., 2003)
Para mais a ART apresenta pucas desvantagens, como o fato da técnica não atender todas as necessidades que a doença carie com lesões extensas possa ter, bem como a estética limitada (SILVA., 2019)
Como vantagens a ART tem o fato de ser possível a sua realização fora do consultorio odontológico, baixo custo, facilidade de inserção, necessidade de poucos instrumentos, preservação da estrutura dental, não necessidade de anestesia ou isolamento absoluto e por ser uma técnica simplificada e rápida, geralmente se consegue restaurar vários elementos, reduzindo o número de retornos e tempo de cadeira o que facilita o manejo do paciente, bem como é possível a realização de restauração em dentes em erupção, angulados e em pacientes pouco cooperativos,. (ASAKAWA e FRANZIN, 2017; MONNERAT et al., 2013)
De modo geral o insucesso da técnica se baseia em sua aplicação em situações não indicadas, bem como ao pouco conhecimento da técnica pelo profissional e ate ao cansaço do mesmo, visto a técnica preconizar o uso de instrumentos manuais o que pode levar a fadiga do profissional. (SANTANA et al., 2018; GIONGO e BAVARESCO 2014; MONNERAT et al., 2013) 
Entre as indicações, em dentes decíduos, estão:
· Elementos posteriores classe I e II (extensas ou não);
· Anteriores classe III não transfixantes
· Classe V em dentes anteriores e posteriores.
Em dentes permanentes a técnica é indicada em:
· Classes V e classes II com caixa proximal retentivas, cavidades rasas ou médias.
Em ambas as dentições as lesões cariosas devem ter abertura cavitaria em torno de 1,6 e quando inferior devem ser ampliadas com instrumentos do tipo machado para esmalte, promovendo a escavação da dentina doente, sem causar fistulas ou dor previa
No entanto se a lesão não for acessível com a utilização dos instrumentos manuais, ou se haver histórico clinico de fistulas, mobilidade dental e abscessos o ART será contraindicado
Quanto as contraindicações a IRT não deve ser utilizada em casos de
· Casse IV em todos os dentes por não haver retenção mínima para o material;
· Classe III Transfixante, por motivo estético;
· Dentes tratados endodonticamente, devido a estética e pelo estrutura dental ser mais frágil havendo risco de fratura 
· Classe II com caixa proximal expulsiva. (pelo risco de fratura ou deslocamento da restauração).
· Perda total de uma ou mais cúspides e ou de toda vertente interna da cúspide trabalho, (pelo risco de fratura ou deslocamento da restauração).
(SANTANA et al., 2018; MONNERAT et al., 2013; NAVARRO et al., 2015; DOS SANTOS FERNANDEZ, 2020)
Passo a Passo
Para aplicação do TRA há necessidade de uma organização prévia do local, preparação do material e instrumental esterilizados, definir como será feito o atendimento e a logística do lixo contaminado que não pode ser deixado no local. 
· Profilaxia de todos os elementos e uso do fio dental.
· Escolha do(s) elemento(s) dentário(s) de acordo com a idade, cooperação do paciente, tamanho das cavidades a serem restauradas e tempo disponível.
· Acesso, a cavidade pode chegar já cavitada, mas se não, pode ser acessada por machado e ou cinzel, e ou, se disponível, broca carbide.
· Alargamento dela lesão, só sera necessário se não for possível acessar o tecido cariado, caso seja necessário o alargamento por machado e ou cinzel, e ou, se disponível, broca carbide.
· Remoção seletiva e minuciosa do tecido cariado, removendo toda dentina cariada das paredes circundantes e remoção parcial, ate sair em lascas, da dentina amolecida da parede pulpar.
· Caso haja cooperação e necessidade, se aproveita para trabalhar em mais elementos.;
· Espatulação do CIV seguindo a proporção do fabricante pelo auxiliar, enquanto o cirurgião dentista realiza o isolamento relativo, lembrando de inclinar a cabeça do paciente ao lado ao da(s) cavidade(s), para reduzir a contaminação por saliva.
· Secagem da cavidade com bolinhas de algodão 
· Condicionamento acido com àcido poliacrilico em CIV convencional, ou acido fosfórico 37% em CIV resinoso, por 10segundos, seguido de lavagem com bolinha de algodão umedecido e secagem com bolinha de algodão seca (MOORE et al., 1995; SMALES et al., 1997)
· Inserção do CIV na cavidade, preferencialmente com centrix em busca de haver menor formação de bolhas
· Pressão digital com dedo vaselinado enluvado, em busca de evitar a contaminação por saliva.
· Remoção de excessos 
· Quando necessário, utilizar carbono para ajuste oclusal, e, eventualmente, tiras de polimento nas proximais.
· Orientar o paciente que não mastigue em cima do(s) elemento(s) por pelo menos 1 hora.
( SANTANA et al., 2018; MONNERAT et al., 2013; NAVARRO et al., 2015)

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