Buscar

159801425-Apostila-Completa-de-Geografia-Do-Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 1 
 
1 – LOCALIZAÇÃO: 
Características Gerais: 
O Brasil está situado na parte centro-oriental da América 
do Sul Possui uma superfície de 8.547.403,5 Km², conforme o 
Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O Equador e o 
Trópico Capricórnio são os dois paralelos que atravessam o Brasil, 
o Trópico de Capricórnio atravessa: 
o o sul de São Paulo, 
o o norte do Paraná 
o sul de Mato Grosso do Sul. 
Estes Estados pertencem às regiões (Sudeste, Sul, e 
Centro-Oeste). 
O Equador passa exatamente em Macapá (AP); o Equador 
faz com que o Brasil se localize nos dois hemisférios: 
o sul (maior parte 93%,). 
o norte (menor parte 7%). 
O Brasil em relação aos demais países do globo é o quinto 
em extensão, apenas superado pela: 
o Rússia, 
o o Canadá, 
o a China 
o os Estados Unidos (terras descontínuas). 
Em terras contínuas, o Brasil é o quarto do mundo, 
superando os Estados Unidos em Razão do Alasca e Havaí, 
estados descontínuos dos E.U. A. 
O Brasil é o maior país da América do Sul, o terceiro do 
Continente Americano e o 5º do mundo. 
Compõe-se de 27 unidades políticas, sendo 26 estados e o 
Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país. 
 
 
 
 
MAIORES PAÍSES DO MUNDO EM EXTENSÃO TERRITORIAL
 
 
2 - LIMITES 
 O Brasil se se limita: 
o AO NORTE com a Venezuela, Guiana, Suriname e 
Guiana Francesa, 
o AO SUL com o Uruguai, 
o A NOROESTE com a Colômbia, 
o A OESTE com o Peru e a Bolívia, 
o A SUDOESTE com a Argentina e Paraguai, 
o A NORDESTE, A LESTE E A SUDESTE com o 
Oceano Atlântico. 
o CHILE E EQUADOR são os dois únicos países da 
América do Sul que não fazem fronteira com o 
Brasil. 
o Os dois países de menor fronteira são Suriname 
(593Km) e a Guiana Francesa (655 Km). 
o Os dois países de maior fronteira com nosso país 
são Bolívia (3.126 Km) e Peru (2.995 Km). 
O Brasil é um país marítimo, pois é banhado a leste 
pelo importante Oceano Atlântico (7.367 Km de litoral), 
possuindo extensa Plataforma Continental. 
 
FRONTEIRAS BRASILEIRAS 
 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 2 
 
 
3 – PONTOS EXTREMOS 
 
 AO NORTE – nascente do rio Ailã, na Serra do 
Caburaí (RR). 
 AO SUL – arroio Chuí (RS) 
 A LESTE – Ponta Seixas, no Cabo Branco (PB). 
 A OESTE – Serra da Contamana ou Divisor (AC) 
 
4 – FUSOS HORÁRIOS 
 Pela sua extensão territorial no sentido leste-oeste 
(4.320 Km), nosso país é cortado por três fusos horários, 
havendo três horários diferentes: 
 FUSO 1 – compreende as Ilhas de Fernando de 
Noronha, Trindade e Martim Vaz, e os penedos de São 
Pedro e São Paulo. 
 FUSO 2 – abrange todos os Estados litorâneos, os 
Estados do Amapá, Tocantins, Minas Gerais e Goiás, o 
Distrito Federal e o Estado do Pará. 
 FUSO 3 – inclui os Estados de Roraima, Rondônia, Mato 
Grosso do Sul, Mato Grosso, Amazonas e o Acre. 
O Brasil tem sua hora diminuída de duas a quatro horas 
em relação à hora de Londres, pois se encontra a oeste de 
Greenwich (meridiano inicial ). O mais importante fuso horário 
do Brasil é o 3 pois abrange todas as capitais litorâneas. 
ATUAL FUSO HORÁRIO BRASILEIRO 
 
 
5 - RELEVO BRASILEIRO 
 O relevo brasileiro está dividido em dois grandes 
sistemas: 
 Planalto das Guianas (Parima), junto à fronteira Norte. 
 Planalto Brasileiro, ao sul da Planície Amazônica. 
 Ambos estão separados pela Planície Amazônica e 
são constituídos por terrenos antigos (Era Primária), 
desgastados pela erosão e formados principalmente de 
granitos e gnaisses, que constituem o Complexo Cristalino 
Brasileiro. O vasto Planalto Brasileiro compreende quatro 
divisões: 
o Planalto Nordestino ou da Borborema. 
o Planalto Atlântico ou Oriental. 
o Planalto Central. 
o Planalto Meridional. 
 
As Planícies são: 
o Amazônica 
o Litorânea ou Costeira 
o Paraguaia ou Pantanal 
o Gaúcha ou Pampa 
 
O Planalto das Guianas está dividido em: 
o serras orientais (menores altitudes) 
o serras ocidentais (maiores altitudes) 
 
Observação importante: As serras orientais e ocidentais do 
planalto das Guianas são separadas pela “Depressão do Pirara.” 
 
Apresenta uma das partes mais elevadas e escarpadas 
do relevo, onde existem várias serras: Tumucumaque, Imeri, 
Acaraí, Pacaraima, Parima e Navio. 
Neste Planalto encontramos importantes elevações do 
relevo brasileiro: 
o Pico da Neblina, 
o Pico 31 de Março 
o Monte Roraima. 
 
O Pico da Neblina, localizado no norte do Amazonas, na 
Serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2993,78 metros 
de altitude (medição revista por satélite/GPS pelo IBGE em 
20041). 
Dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde 
está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio 
Negro, mas a cidade mais próxima é São Gabriel da Cachoeira. 
O segundo ponto mais alto situa-se a meros 687 metros da 
fronteira com a Venezuela no Pico 31 de Março (altitude de 
2972,66 m), conforme determinado por uma comissão 
demarcadora de fronteiras em 1962.2 
O Pico da Neblina está localizado na Serra do Imeri. O 
Monte Roraima, com 2.875 metros no Estado do mesmo nome, é 
o quarto ponto mais alto do Brasil. 
Os pontos culminantes do Brasil, em ordem decrescente, 
são: 
o 1º – Pico da Neblina (2993,7 metros) 
o 2º – Pico 31 de Março (2.972,66 metros) 
o 3º – Pico da Bandeira (2.891,98 metros) 
o 4º – Monte Roraima (2.875 metros) 
 
 
 
 
 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 3 
 
O Planalto Nordestino divide-se 
em Arcos Maranhenses (Penitente, Tiracambu, Alpercatas) e 
Chapadas Nordestinas. 
A forma característica do relevo sã as Chapadas: 
o Apodi (RN), 
o Baturité e Araripe (CE), 
o Ibiapaba (PI), 
o Borborema (RN, PB, PE, AL), 
o Mangabeiras (MA). 
O Pico Alto 1.115metros, na Chapada do Baturité, é o 
ponto culminante do Planalto Nordestino. 
A semiaridez do sertão nordestino está relacionada à 
presença do Planalto da Borborema, que impede a penetração de 
massas úmidas do litoral em direção ao interior, provocando 
somente chuvas próximo ao litoral. 
O Planalto do Maciço Atlântico é formado, dentre outras, 
por importantes serras como a da Mantiqueira e a do Mar. 
 A Serra do Espinhaço está localizada Quadrilátero 
Central. 
 A Serra do Mar aparece junto à orla litorânea e se 
alonga do Estado do Rio de Janeiro ao Rio Grande do 
Sul. 
 A Serra do Mar está separada da Serra da Mantiqueira 
pelo vale do Rio Paraíba do Sul. 
 
PLANALTO CENTRAL 
O Planalto Central é constituído por rochas sedimentares e 
cristalinas. (do Pré-Cambriano) que alternam com terrenos 
sedimentares do Paleozoico e do Mesozoico. Apresenta uma 
topografia regular e domina a Região Centro-Oeste do Brasil. A 
forma característica do relevo são imensos “tabuleiros” ou 
chapadões com altitude entre 500/900 metros. 
Exemplos: 
 Chapadas dosParecis (divisor de águas da bacia 
Amazônica e Platina) 
 Chapada dos Guimarães, 
 Serra dos Pacaás Novos, 
 Chapada dos Veadeiros 
 Espigão Mestre (divisor de águas dos rios São Francisco 
e Tocantins). 
O Espigão Mestre (divisa Goiás Bahia) é uma importante 
elevação do Planalto Central, que tem como ponto culminante o 
Morro Alto (1.678 metros), na Chapada dos Veadeiros (em 
Goiás). 
 PLANALTO MERIDIONAL 
(PLANALTO ARENITO-BASALTO) 
O planalto Meridional recobre a maior parte do território 
da região Sul, alternando extensões de arenito com outras 
extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origem vulcânica 
responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante 
férteis. 
Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são 
poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as 
rochas basálticas são recobertas por arenitos. 
O Planalto Meridional é constituído por: 
 terrenos cristalinos, que correspondem ao 1º degrau 
(Serra do Mar). 
 terrenos sedimentares que correspondem ao 2º 
degrau (“cuestas”). 
 terrenos basálticos que correspondem ao 3º degrau 
(“trapp”). 
O derrame de lençóis e sua decomposição em clima 
tropical deu origem a um solo rico: 
 a terra roxa. 
O ponto culminante do Planalto Meridional é o 
Morro da Igreja (1.870 metros), na Serra Geral, em Santa 
Catarina. 
“Coxilhas” são as pequenas ondulações da Serra 
Geral, que aparecem no final do Planalto Meridional (no 
território gaúcho): Santana, Haedo, São Martinho e Grande. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 4 
 
 
 
 PLANALTOS PLANÍCIES DEPRESSÕES 
01 Planalto da Amazônia Oriental 12 Depressão da Amazônia Ocidental 23 Planície do Rio Amazonas 
02 Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaiba 13 Depressão Marginal Norte-Amazônica 24 Planície do Rio Araguaia 
03 Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná 14 Depressão Marginal Sul-Amazônica 25 Planície e Pantanal do Rio 
04 Planalto e Chapada dos Parecis 15 Depressão do Araguaia 26 Planície e Pantanal Mato-grossense 
05 Planaltos Residuais Norte-Amazônicos 16 Depressão Cuiabana 27 Planície da Lagoa dos Patos e Mirim 
06 Planaltos Residuais Sul-Amazônicos 17 Depressão do Alto Paraguai-Guaporé 28 Planícies e Tabuleiros Litorâneos 
07 Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste 18 Depressão do Miranda 
08 Planaltos e Serras de Goiás-Minas 19 Depressão Sertaneja e do São Francisco 
09 Serras Residuais do Alto Paraguai 20 Depressão do Tocantins 
10 Planalto da Borborema 21 Depressão Perif. da Borda Leste da Bacia do Paraná 
11 Planalto Sul-Rio-grandense 22 Depressão Periférica Sul-Rio- grandense 
 
6- CLIMA BRASILEIRO 
 
O clima é o comportamento normal ou a sucessão 
habitual do tempo (meteorológico) durante o ano. 
Tipos de clima: 
 Quanto à temperatura: quente, temperado e frio. 
 Quanto à umidade: superúmido, úmido, subsumido, 
semiárido, árido (seco). 
 
6.1 - TROPICAL 
 Tropical: duas estações bem definidas uma chuvosa 
e quente (no verão) e outra seca com temperatura 
mais amena (inverno) Temperatura média anual 
entre 20ºC e 25ºC. Maior ocorrência no Brasil 
central. 
 Tropical Atlântico: com chuvas no inverno, na zona 
litorânea. Ocorrência, litoral do Rio Grande do Norte até 
o Rio Grande do Sul. Sua vegetação é a Mata Atlântica. 
 Tropical de Altitude: Temperatura amena, chuvas bem 
distribuídas. Ocorrência, Minas Gerais, Espírito Santo, 
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná 
 
6.2 - CLIMA EQUATORIAL 
Apresenta as seguintes características: 
 temperaturas elevadas; 
 chuvas abundantes durante todo o ano, com 3.000 mm 
de chuvas: 
 reduzida amplitude térmica anual (diferença entre o mês 
mais quente e o mês mais frio). 
 A vegetação corresponde a Floresta Equatorial. 
 O fenômeno da “friagem” se faz sentir na Planície 
Amazônica: é uma queda brusca da temperatura, quando a 
região é atingida por massa fria do polo sul. 
 
 
 
6.3 - SEMIÁRIDO 
Temperaturas elevadas, seca, chuvas irregularmente 
distribuídas ( com longos períodos de estiagem). A vegetação 
correspondente é a caatinga. Ocorrência no Sertão Nordestino, 
vale médio do Rio São Francisco e norte de Minas Gerais 
(Polígonos das Secas). 
 
 6.4- SUBTROPICAL 
As quatro estações do ano são bem definidas, temperatura 
amena, chuvas bem distribuídas, alcançando no inverno as 
temperaturas mínimas do país. Sua vegetação correspondente é a 
Floresta Subtropical (dos Pinhais) ou Mata Araucária. 
 Ocorrência: Planalto Meridional, (região Sul), 
abrangendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio 
Grande do Sul. 
 O Brasil é um país de clima quente, portanto, um país 
tropical. As médias térmicas anuais, em nosso país, variam de 
13ºC no Sul a 35ºC no Nordeste. Os extremos de temperatura já 
registrados são: 
 máxima de 44ºC, em Paratinga, na Bahia, 
 a mínima de 14ºC abaixo de zero, em São Francisco de 
Paula, 
 
Os extremos de pluviosidade são: 
 Serra do Mar, SP (Itapanhaú), com mais de 4.500 
mm, 
 Sertão da Paraíba, (Cabaceiras) “polígono das secas” 
onde chove menos de 280 mm por ano. 
 
6.5 - VENTOS: 
 Noroeste vento quente procedente da Amazônia e 
que atinge o estado de São Paulo, no final do 
inverno (agosto-setembro) quando provoca chuvas 
fortes. 
 Minuano ou pampeiro vento frio que vem da 
Argentina e do Uruguai, ou seja, massa polar atlântica, 
nos meses de inverno, provocando períodos de chuva. 
 
O homem é responsável por muitas mudanças que estão 
ocorrendo. Já estamos convivendo com chuva ácida, com o efeito 
estufa ou aquecimento global, com buraco na camada de ozônio, 
com desertificação, com desmatamentos e poluição de toda 
ordem. Até mesmo o EL Niño, fenômeno outrora moderado 
e limitado aos litorais do Peru e do Equador, se agiganta e 
desequilibra a atmosfera brasileira prolongando e intensificando as 
chuvas e as secas. 
O EL Niño já é conhecido há mais de dois séculos. 
Ocorria quase todos os anos no Pacífico, nas costas do Peru e do 
Equador, onde as águas são frias e com grandes cardumes. O 
fenômeno EL Niño é a chegada de águas quentes (correntes 
marinhas) que afugentam os cardumes e prejudicam a pesca que é 
muito importante na região. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 5 
 
O fenômeno EL Niño ocorre 
por causa dos desequilíbrios de pressão atmosférica existentes no 
Pacífico, no norte da Austrália e na Indonésia (anticiclone) e no 
litoral sul-americano (ciclone), nos litorais do Peru e do Equador. 
O EL Niño desequilibra a atmosfera e a regularidade 
dos ventos alísios e das correntes marinhas. Nestas últimas 
décadas ele se tornou mais frequente e mais intenso e já é 
responsabilizado pelos longos períodos de chuvas em São Paulo e 
de secas no Nordeste. 
 
7- VEGETAÇÃO BRASILEIRA 
AS FORMAÇÕES FLORESTAIS OU ARBÓREAS 
7.1 - A FLORESTA AMAZÔNICA 
Também conhecida como floresta latifoliada equatorial 
ou Hileia, ocupa cerca de 40% do território brasileiro, 
estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, porção 
setentrional de Mato Grosso e porção ocidental do Maranhão. 
Característicade clima quente e superúmido, essa 
floresta é extremamente heterogênea e densa e apresenta-se 
dividida em três estratos: 
 igapó: corresponde à porção da floresta que se assenta 
sobre o nível mais inferior da topografia - a 
verdadeira planície, ou planície de inundação, onde 
o solo está permanentemente inundado. Sua 
principal área de ocorrência é o baixo curso do rio 
Amazonas; 
 várzea: ocupa a porção do relevo denominada teso ou 
terraço fluvial, onde as inundações são periódicas; 
 terra firme: corresponde ao trecho da floresta 
localizado na porção mais elevada do relevo - os baixos 
planaltos ou baixos platôs -, sendo por isso mais 
desenvolvida e exuberante. 
 
 
7.2 - O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DA 
FLORESTA 
O aproveitamento econômico da floresta dá-se sobretudo 
através do extrativismo vegetal, geralmente de produtos 
tradicionais. Destacam-se a extração de látex para produção de 
borracha, principalmente no Acre, Amazonas e Rondônia; 
 de castanha-do-pará, no Pará e Amazonas; 
 de guaraná, no Amazonas e Acre. 
Nenhuma dessas atividades interfere negativamente no 
equilíbrio ecológico da floresta. O que devasta, na verdade, é a 
grande extração madeireira que se pratica na região, sem nenhuma 
preocupação com a preservação ambiental, sem reflorestamento e 
utilizando como equipamento de trabalho as motosserras e os 
tratores com seus correntões. Outro problema ambiental grave é a 
prática de criminosas queimadas realizadas com o objetivo de 
limpar o terreno para a implantação de enormes fazendas de gado. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 6 
 
 
7.3 - MATA ATLÂNTICA 
Formação exuberante, que se assemelha bastante à floresta 
equatorial, a Mata Atlântica é heterogênea, densa e aparece em 
diferentes pontos do pais, onde há temperaturas elevadas e alto 
teor de umidade. Também é chamada de floresta latifoliada 
tropical úmida da encosta. 
Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do 
Sul, porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira 
desde o período colonial, sobretudo na região Nordeste. 
No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar 
dificultou a ocupação humana e a exploração florestal. Mas hoje, 
mesmo nessa área, a extração de madeiras, a abertura de estradas e 
a poluição industrial têm devastado a Mata Atlântica. 
As madeiras de lei, como jacarandá, jatobá, jequitibá, 
cedro, imbuia, etc., sempre atraíram as atenções dos empresários 
da madeira, para os quais "árvore tem é que dar dinheiro". 
No interior do Sudeste, a floresta tropical aparecia em 
quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, sendo 
por isso denominada de mata da bacia do Paraná, e também já foi 
quase toda devastada com o avanço da cultura cafeeira em São 
Paulo e Minas Gerais, no final do século passado e inicio deste. 
Hoje, seus vestígios correspondem às estreitas faixas de 
árvores que margeiam os rios da região, sendo, por isso, 
denominadas matas galerias ou ciliares. 
 
7.4 - MATA DE ARAUCÁRIAS 
Floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima 
subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o tropical. 
Por isso, suas folhas são finas e alongadas (em forma de agulha), a 
fim de evitar a excessiva perda de umidade. Estendia-se 
originalmente do sul de Minas Gerais ao norte do Rio Grande do 
Sul. 
Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades e 
sua espécie dominante é a Araucária angustifólia, ou pinbeiro-do-
paraná. E uma formação aberta, fato que facilitou sua exploração 
intensa e não racional. 
A concentração de pinheiros favoreceu o extrativismo 
vegetal de tal forma que essa floresta se tornou a principal fonte 
produtora de madeira do pais, com inúmeras aplicações 
econômicas, na indústria de móveis, na construção civil ou na 
indústria de papel e celulose. 
Também na Mata de Araucárias a preocupação com a 
preservação foi nula, pois quase não há áreas de reflorestamento 
e, mesmo quando há, restringe-se ao plantio de eucalipto ou pinus, 
que fornecem madeiras de qualidade inferior, mas podem ser 
exploradas em tempo bem mais curto que a araucária. 
 
 
7.5 - MATA DOS COCAIS 
Formação de transição típica do Meio-Norte composta 
pelos estados do Maranhão e do Piau ladeada por climas opostos, 
o equatorial superúmido oeste e o semiárido a leste. 
No Maranhão, norte de Tocantins e oeste do Piauí, área 
um pouco mais úmida, é comum a ocorrência do babaçu, palmeira 
de 15 a 20 m de altura com cachos de coquilhos em cujo interior 
encontram-se as amêndoas. Dessas, extrai-se o óleo, que é 
comercializado com indústrias alimentares e de cosméticos, 
enquanto o coco é aproveitado como biomassa, na produção de 
energia; 
Na área menos úmida, leste do Piauí, litoral do Ceará e do 
Rio Grande do Norte, encontramos a carnaúba, palmácea de até 20 
m de altura. A carnaúba é conhecida na região como “a árvore da 
providência” porque dela tudo se utiliza. As raízes para infusões 
medicinais, o tronco para fazer paredes, as folhas para recobrir o 
teto, o fruto para ser consumido como alimento, as sementes 
torradas e moídas para substituir o café e a folha para produzir 
cera, seu produto de maior aproveitamento econômico. 
O extrativismo do babaçu e da carnaúba não implica 
devastação, pois aproveitam-se apenas os cocos e as folhas, 
continuamente reproduzidas pelas palmeiras. No entanto, a 
expansão pecuarista na região tem provocado grande destruição da 
vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso tem levado ao 
agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, que 
dependem do extrativismo. 
 
7.6 - AS FORMAÇÕES COMPLEXAS CERRADO 
Ocupando originariamente quase 25% do território 
brasileiro, é a segunda formação vegetal mais extensa do país; no 
entanto, vem tendo sua participação diminuída gradativamente. 
Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem 
marcadas verão chuvoso e inverno seco, o cerrado ocorre em 
quase todo o Brasil Central, a região Centro-Oeste e arredores, 
como o sul do Pará e do Maranhão, o interior de Tocantins, o 
oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo. 
Caracterizado pelo domínio de pequenas árvores e 
arbustos bastante retorcidos, com casca grossa (cortiça), 
geralmente caducifólios e com raízes profundas, sua origem é 
ainda desconhecida. Para alguns, ele é produto do clima com 
alternância entre as estações úmida e seca durante o ano. Para 
outros, sua origem está ligada ao solo extremamente ácido e 
pobre. 
Além disso, certos tipos de cerrado resultam da própria 
ação humana, através de sucessivas queimadas realizadas em um 
mesmo local. É provável que o cerrado, também denominado 
savana-do-Brasil, seja na verdade resultado da ação de todos esses 
fatores ao mesmo tempo. 
O aproveitamento econômico do domínio do cerrado faz 
se através da pecuária e da agricultura comercial mecanizada 
(cultivo de soja), que vem destruindo a vegetação natural. 
 
7.7 - A CAATINGA 
A caatinga é uma formação típica do clima semiárido do 
Sertão nordestino e ocupa cerca de 11% do território brasileiro. 
Composta por plantas xerófilas, como as cactáceas, com suas 
folhas em espinhos, as caducifólias, que jogam fora suas folhas, 
para não perderem água, ou como a própria carnaúba, que produz 
uma cera que recobre os poros da folha, evitando a transpiração. 
O principal uso econômico do domínio da caatinga é a 
agropecuária, que apresenta baixos rendimentos e afeta 
negativamente o equilíbrio ecológico. 
Caso não sejam adotadas técnicas mais racionais de uso do 
solo e não se expanda a construção de açudes e de canais de 
irrigação,é provável que a médio ou longo prazo desenvolva-se 
um processo de desertificação do já muito seco Sertão nordestino. 
 
7.8 - O COMPLEXO DO PANTANAL 
Pantanal corresponde a uma grande depressão localizada 
no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, ocupando 
uma área de aproximadamente 100 mil km2. Sua altitude média é 
de 100 m acima do nível do mar, sendo a maior planície inundável 
do mundo. 
O Pantanal é, na verdade, um mosaico de paisagens 
naturais. Há áreas que são alagadas todo ano com as cheias dos 
rios provocadas pelas fortes chuvas de verão. Há áreas um pouco 
mais elevadas, que eventualmente são alagadas, e também áreas 
bem mais elevadas, livres de inundação. 
Na porção inundável, a vegetação desenvolve-se apenas 
nas estiagens de inverno. Caracteriza-se como formação rasteira, 
própria à prática da pecuária. Na porção de alagamento eventual, 
aparecem arbustos misturados à vegetação rasteira. Nas áreas 
altas, chamadas "cordilheiras", encontramos espécies dos 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 7 
 
cerrados, que, em alguns pontos mais 
úmidos, misturam-se às espécies arbóreas da floresta tropical. 
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, 
realizada em harmonia com o ambiente, sem destruí-lo. No 
entanto, mais recentemente, o investimento de grandes capitais na 
região tem sido causa de sérios desequilíbrios ecológicos. 
A implantação de agricultura comercial, a utilização de 
agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas 
realizadas pelas pontes, são alguns dos problemas ligados à 
ocupação recente do Pantanal. Além desses, destacam-se a caça 
ilegal de jacarés e a pesca predatória, especialmente na piracema 
(época de acasalamento dos peixes). 
 
7.9 - AS FORMAÇÕES HERBÁCEAS 
As formações herbáceas, de características bastante 
diversificadas, geralmente aparecem em forma de manchas de 
pequena extensão, distribuídas de maneira descontínua pelo 
interior do país, em função de vários fatores como a topografia 
suave ou climas mais frios e secos. Se aparecem exclusivamente 
gramíneas, denominam-se campos limpos e se as gramíneas estão 
misturadas a pequenos arbustos, denominam-se campos sujos. 
Entre as diversas áreas de formação campestre, merecem 
destaque: 
 campos meridionais: como a Campanha Gaúcha, no Rio 
Grande do Sul, e os Campos de Vacaria. A pecuária é a 
atividade econômica mais comum nessas regiões. 
 campos da Hileia: são formações rasteiras encontradas nas 
áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral do 
Amapá, a ilha de Marajó e o golfão Maranhense; 
 campos de altitude: são formações herbáceas encontradas 
em grande altitude. Aparecem no Sudeste, na serra da 
Mantiqueira, e também na Amazônia, na região serrana de 
Roraima. 
 
Proporcionais à extensão do litoral brasileiro, as 
formações litorâneas apresentam grande variedade. As principais 
são: 
• vegetação de praias: são comuns as espécies halófilas, que 
habitam lugares ricos em sal, como a salsa-de-praia e o 
jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista; 
• vegetação de dunas: vegetais rasteiros, com raízes profundas 
e grande extensão horizontal, criando verdadeiros cordões 
vegetais; 
• restingas: misturam espécies herbáceas, arbustivas e 
arbóreas, como a aroeira-de-praia e o cajueiro, favorecendo a 
formação de dunas sobre as restingas; 
• mangues: vegetais que se adaptaram à intensa salinidade e à 
falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas 
periodicamente pelas águas do mar. Compõem-se de arbustos 
misturados às espécies arbóreas, quase sempre de tronco 
muito fino e raízes aéreas. E no mangue que se realiza, como 
atividade econômica, a extração de caranguejos e, em menor 
escala, de ostras. 
 
8- HIDROGRAFIA BRASILEIRA 
O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas do 
mundo, destacando-se seus rios quer pela extensão (tamanho), 
quer pelo volume de água. 
Os rios brasileiros estão agrupados em seis bacias 
hidrográficas isoladas e três conjuntos de bacias agrupadas. As 
bacias isoladas, controladas por um único eixo fluvial (o rio 
principal), ocupam cerca de 80% do território nacional. Já as 
bacias agrupadas são menores e apresentam vários eixos que se 
deslocam todos para uma só direção. Ocupam uma área bem 
menor, apenas 20% da superfície total do país. 
As bacias hidrográficas do Brasil estão divididas em 
bacias principais e bacias secundárias. 
Bacias principais: 
• São Francisco 
• Tocantins-Araguaia 
• Amazônica 
• Platina (Paraguai, Paraná e Uruguai) 
 
Bacias secundárias: 
• Nordeste 
• Leste 
• Sudeste 
• Vertente do Amapá 
 
8.1- BACIA AMAZÔNICA 
É a maior bacia hidrográfica do globo terrestre, 
estendendo-se por terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, 
Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma área de 6 
892 475 km2, sendo 3 984 467 km2 no Brasil (46,8% do território 
nacional). Localiza-se nos dois hemisférios, daí a “interferência” 
que possibilita duas cheias anuais. 
A Bacia Amazônica recebe ação direta do clima 
equatorial, cujas precipitações são elevadas todos os meses, 
gerando um total anual de chuvas da ordem de 2 000 a 2 500 mm. 
Isso faz com que o rio Amazonas tenha o maior débito do mundo, 
descarregando no Atlântico cerca de 100 000 m3/s de água, o que 
significa cerca de 20% da água que todos os rios do mundo 
despejam em conjunto nos oceanos. 
O rio Amazonas (7 100 km) é o maior do mundo em 
extensão e suas nascentes estão localizadas na cordilheira dos 
Andes. Entra em nosso território na altura de Tabatinga 
(Amazonas) e passa a se denominar Solimões até receber as águas 
do rio Negro, próximo a Manaus, quando finalmente recebe o 
nome de Amazonas. Sua foz é no Oceano Atlântico, em forma 
mista (estuário-deltaica) Sua largura máxima é de 300 Km na foz - 
junto à cidade de Óbidos (PA) apresenta sua menor largura 1,5 
Km. 
De toda a enorme extensão que o rio Amazonas percorre 
da nascente à foz, cerca de 45% corresponde a trecho brasileiro, 
com 3.165 Km. Nesse trecho, seu desnível total é de 82 m de 
altura. 
O rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus 
afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 450 km de 
percurso navegável, que é, às vezes, a única opção real de 
transporte no interior da Amazônia. 
Outra característica importante da bacia Amazônica é a 
infinidade de pequenos cursos d'água e canais fluviais criados pela 
ação dos rios no seu processo de cheia e vazante. 
São eles: 
• igarapés: braços de rios ou canais fluviais que partem, de 
forma perpendicular, do rio em direção à floresta. 
• paraná-mirins: braços de rios que contornam pequenas ilhas 
em “meia-lua”, também chamadas “falsas-ilhas”, por serem 
pequenas elevações do terreno que, em momentos de cheias, 
são ilhadas por esses canais; 
• furos: canais marginais que interligam os vários cursos 
d´água existentes. 
8.2 - BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA 
Ocupa uma área de 803 250 km2 (9,5% da área total do 
país). Desse espaço, metade pertence ao rio Tocantins e a outra 
metade ao rio Araguaia, daí a denominação da bacia. 
O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília, 
sendo formado pela junção dos rios Alma e Maranhão, cujas 
cabeceiras estão no Brasil Central, em Goiás. A partir daí, o rio 
percorre 2 640 km até chegar ao golfão Amazônico. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 8Seu principal afluente é o 
Araguaia. Esse rio nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás, 
e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins, 
definindo aí o contorno da região denominada Bico do Papagaio. 
Antes disso, porém, o Araguaia circunda uma área que é a maior 
ilha fluvial do mundo a ilha do Bananal, com cerca de 20 000 km2 
de superfície. 
A bacia apresenta um grande potencial hidrelétrico, mas 
apenas uma área de produção efetiva de energia elétrica, que é a 
usina de Tucuruí, no sul do Pará. Quanto ao percurso navegável, é 
também pouco extenso, cerca de 935 Km aproveitáveis, 
distribuídos por trechos descontínuos. 
Lançam suas água no estuário de Marajó (portanto só se 
encontra com o Amazonas na foz) 
 
8.3 - BACIA DO SÃO FRANCISCO 
Ocupa uma área de 631.133 Km2 (7,4%da superfície do 
país), drenando terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia, 
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligação entre o 
Sudeste e o Nordeste do Brasil. 
O São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas 
Gerais, região de clima tropical chuvoso, e toma a direção norte, 
atravessando o Sertão nordestino, área de clima semiárido, indo 
desembocar no litoral oriental do Nordeste, sob clima tropical 
úmido. 
Logo após a descida da serra da Canastra, temos a usina de 
Três Marias. No interior do Sertão nordestino, é o rio que marca 
os limites entre os estados da Bahia e de Pernambuco, onde se 
instalou a represa de Sobradinho, que tem a função de regularizar 
o nível do rio. Em seguida, o São Francisco se desvia para leste, 
até a fronteira da Bahia com Alagoas, onde estão montadas as 
quatro usinas do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso. A partir 
desse ponto, o rio inicia a descida do planalto, onde foi construída 
a usina de Xingó, e vai desaguar no Atlântico, na divisa entre 
Alagoas e Sergipe. 
O São Francisco é um rio de planalto, possui 1.300 km de 
extensão navegável, em um trecho que se estende de Pirapora 
(Minas Gerais) a Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), e de 
Marechal Floriano (AL) à foz. É a única grande bacia 
genuinamente brasileira. Possui 3.161 Km de extensão e recebe 
diversas denominações: 
• Nilo Brasileiro 
• Rio da Integração e Unidade Nacional 
• Rio dos Currais 
 
8.4- BACIA PLATINA (Bacia do Paraná, Paraguai e Uruguai) 
8.4.1 - BACIA DO PARANÁ 
A bacia do Paraná ocupa uma área de cerca de l,4 milhão 
de km2. A bacia do Paraná drena a porção centro-meridional do 
país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, 
Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tem como eixo 
principal o rio Paraná. 
O rio Paraná é o décimo sétimo do mundo em extensão, 
com seus 2 940 km. Nasce na confluência de dois outros rios 
importantes: o rio Paranaíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e 
o rio Grande, que separa Minas Gerais de São Paulo, definindo-se 
aí a região conhecida como Triângulo Mineiro. 
A partir daí, o rio Paraná toma a direção sul e separa São 
Paulo de Mato Grosso do Sul. Adiante, serve de limite entre o 
Paraná e Mato Grosso do Sul e, mais à frente, faz a fronteira do 
Brasil com o Paraguai. Daí em diante, penetra em território 
argentino e vai desembocar no rio da Prata. 
O rio Paraná tem como principais afluentes os rios Verde, 
Pardo e Ivinheima, na margem direita, e os rios Tietê, 
Paranapanema e lguaçu, na margem esquerda. 
Tanto o rio Paraná como os seus afluentes da margem 
esquerda estão descendo planaltos através de inúmeras quedas 
d'água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico disponível 
para aproveitamento. Sua localização, próxima ao grande parque 
industrial do Sudeste, garante-lhe o primeiro lugar em produção 
hidrelétrica efetiva no país. 
A navegabilidade dessa bacia é muito pequena devido à 
topografia. Mesmo assim, o percurso navegável é de 3 370 km, 
utilizando-se de trechos planos entre as quedas. É o que ocorre 
num trecho de 500 km de extensão no rio Paraná entre as quedas 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 9 
 
de Urubupungá e Itaipu. Nos locais 
onde foram instaladas eclusas, como em Barra Bonita, no rio 
Tietê, a navegação também é possível. 
 
A eclusa 
Uma eclusa fluviaI é composta basicamente de uma 
câmara com dois muros laterais, limitados nas duas extremidades 
por duas comportas e, no fundo, um piso ou soleira. 
Quando se quer que uma embarcação atinja um nível mais 
baixo, faz-se com que ela entre nessa câmara cheia, que depois é 
esvaziada. A embarcação desce com a água e atinge o nível mais 
baixo. Para que uma embarcação suba de nível, realiza-se o 
processo inverso. 
 
8.4.2 - BACIA DO PARAGUAI 
Sua área é de 345 701 km2 (4% do território nacional). O 
rio Paraguai nasce em terras do Centro-Oeste, na serra do Araporé, 
em Mato Grosso, a cerca de 100 km de Cuiabá. A partir daí, toma 
a direção sul, atravessando a enorme planície do Pantanal, no 
sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul. 
Ao atravessar a planície do Pantanal, o rio Paraguai recebe 
muitos afluentes, como o Pilcomayo e o Bermejo, na margem 
direita, e o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa, na 
margem esquerda. 
Essa grande rede hidrográfica, devido ao mínimo desnível 
que a planície apresenta, tem um grave problema de escoamento 
durante as chuvas de verão. Nessa estação, toda a região sofre um 
intenso processo de inundação, daí a denominação Pantanal (ou, 
de acordo com os índios guaranis, o grande mar de Xaraiés). 
Após atravessar a planície do Pantanal, o rio entra em 
território paraguaio, cortando de nordeste para sudoeste a grande 
depressão do Chaco. Finalmente, deságua no rio Paraná, já em 
território argentino, próximo à cidade de Corrientes. 
Percorrendo 2 078 km (1 400 km em território brasileiro), 
o rio Paraguai tem na navegação o seu maior destaque econômico, 
seu trecho navegável é de Cárceres (MT) até Assunção. Corumbá, 
Porto Esperança e Porto Murtinho são os principais portos fluviais 
do Rio Paraguai. 
A bacia como um todo possui 2 345 km navegáveis, por 
onde circulam muitas das mercadorias da região, com especial 
ênfase aos minérios de ferro e manganês, extraídos do maciço de 
Urucum e embarcados pelos portos de Corumbá e Porto Murtinho, 
ambos no rio Paraguai. 
 
8.4.3 - BACIA DO URUGUAI 
Ocupa uma área de 1 78 235 km2 (2,1% do território 
nacional). O rio Uruguai, eixo da bacia, é formado pela junção do 
rio Canoas, que vem de Santa Catarina, com o rio Pelotas, que 
vem do Rio Grande do Sul. Quando atinge a fronteira com a 
Argentina, após ter feito a divisa dos estados de Santa Catarina e 
Rio Grande do Sul, sofre um desvio para o sul e separa as terras 
do Brasil e da Argentina. Posteriormente, faz a divisa entre a 
Argentina e o Uruguai, e daí segue até a foz, próximo a Buenos 
Aires, onde desemboca no rio da Prata, após ter percorrido uma 
extensão de 1 500 km. 
É muito pouco aproveitado, seja para a geração de energia, 
seja para o transporte fluvial. O percurso navegável dessa bacia é 
de apenas 625 km. A maior parte dessa extensão localiza-se entre 
os portos de São Borja e Uruguaiana, no próprio rio Uruguai. 
Apresenta apenas três importantes afluentes, todos na sua 
margem esquerda, em território sul-rio-grandense: o Ijuí, o Ibicuí 
e o Quaraí. 
 
8.4.4 - BACIAS AGRUPADAS 
O Brasil possui três conjuntos de bacias agrupadas: bacias 
do Nordeste, do Leste e do Sudeste. 
As bacias do Nordeste ocupam uma área de 884 835 km2 
(10,3% da superfície do país) e apresentam uma extensão 
navegável de 4.498 km. Esse conjunto de bacias abrange uma 
extensa porção do Nordeste, que vai do Maranhão até Alagoas. 
Caracteriza-se por dois tiposdiferentes de rios: 
• rios perenes: apresentam-se com água o ano todo e 
predominam no trecho ocidental da região. Destacam-se o rio 
Parnaíba, nasce na Serra de Tabatinga e separa o Maranhão 
do Piauí, onde foi instalada a usina hidrelétrica Castelo 
Branco. Entre os outros rios perenes, temos o Mearim, o 
Pindaré, o Grajaú e o ltapecuru; 
• rios temporários: ficam parcial ou totalmente sem água 
durante os longos períodos de estiagem. Predominam na 
porção mais interior da região, além do litoral do Ceará e do 
Rio Grande do Norte. Nessa área encontramos inúmeras 
obras 
• os açudes - que visam reter a água do período chuvoso para 
amenizar o efeito do longo período de estiagem. Destaque-se 
ai o famoso açude de Orós, no rio Jaguaribe, no Sertão 
cearense. Como exemplo de outros rios temporários, temos o 
Acaraú, o Apodi e o Piranhas. 
 
As bacias do Leste estendem-se desde Sergipe até o litoral 
paulista, ocupando uma área de 569 310 km2 (6,7% do território 
nacional). Compõem-se de inúmeros rios que descem diretamente 
dos planaltos e serras para o oceano, apresentando, por isso, 
inúmeras corredeiras e quedas-d'água, o que dificulta muito a 
navegação. A extensão do percurso navegável dessa bacia é de 2 
253 km. Os principais rios são: 
• o Paraguaçu, que tem sua foz em Salvador; 
• o Jequitinhonha, que atravessa o nordeste de Minas Gerais, 
de clima semiárido, e desemboca no sul da Bahia; 
• o Doce, que nasce na Serra da Mantiqueira, após atravessar a 
rica região ferrífera de Minas Gerais, deságua no litoral do 
Espírito Santo, ao norte de Vitória, no seu vale se concentram 
importantes usinas siderúrgicas. Possui 980 Km de extensão. 
• o Paraíba do Sul, que nasce na serra da Bocaina (SP), bem 
próximo da capital paulista é formado pela junção dos rios 
Paraibuna e Paraitinga, corre entre as serras do Mar e da 
Mantiqueira em direção ao norte do Rio de janeiro, onde 
desemboca no Atlântico, através de um delta de 60 km de 
largura. Possui 1.019 Km de extensão 
As bacias do Sudeste ocupam uma área de 223 688 km2 
(2,8% do território nacional), estendendo-se do litoral sul de São 
Paulo até o Rio Grande do Sul. Compõem-se predominantemente 
de rios planálticos e, portanto, com poucas possibilidades para a 
navegação. A extensão do percurso navegável é de 1186km. 
Destacam-se nessa bacia os seguintes rios: 
• Ribeira de Iguape, no litoral sul de São Paulo; 
• Itajaí, no leste catarinense; 
• Tubarão, na região carbonífera do sudeste de Santa Catarina, 
• Jacuí, que vem do norte do Rio Grande do Sul e sofre um 
desvio para leste, indo até a capital Porto Alegre, quando 
muda o nome para Guaíba e desemboca na lagoa dos Patos. 
São os rios de vertente do Amapá: 
• Oiapoque (Brasil-Guiana Francesa), 
• rio Amapá 
• rio Araguari. 
 
Os rios da “Mesopotâmia Maranhense” são: 
• Pindaré, 
• Mearim, 
• Grajaú e 
• Itapecuru.
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 10 
 
 
9-0 - O LITORAL BRASILEIRO 
O litoral brasileiro inicia-se no extremo norte da costa do 
Amapá, ponto marcado pela foz do rio Oiapoque, que, após fazer a 
divisa entre Brasil e Guiana Francesa, desemboca no oceano 
Atlântico, na altura do cabo Orange, e termina no extremo sul do 
país, onde está situado o arroio Chuí, pequeno riacho que faz a 
divisa entre Brasil e Uruguai. 
Apresenta uma longa extensão, que, em linha reta, 
corresponde a 7.367 km e que aumenta para 9.198 km se 
considerarmos todas as suas saliências e reentrâncias. É por ser 
assim tão grande que esse litoral costuma ser estudado a partir de 
uma divisão em três partes: setentrional, oriental e meridional. 
 
9.1 - O LITORAL SETENTRIONAL 
Esse trecho do litoral brasileiro vai do cabo Orange, no 
Amapá, até o cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, 
estendendo-se por 2 465 km. 
Caracteriza-se por apresentar um relevo muito raso, 
devido à extensa plataforma continental, o que o torna facilmente 
inundável, daí o domínio dos manguezais, particularmente nos 
litorais do Amapá e do Pará. A partir daí, nos litorais do 
Maranhão, Piauí e Ceará, encontramos a predominância das praias 
e das dunas. 
No litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará, o destaque 
fica com a presença das salinas. 
Como principais acidentes geográficos, temos o golfão 
Amazônico (onde está a foz do rio Amazonas), que abriga, entre 
outras, a ilha de Marajó (a maior do Brasil). No Maranhão, temos 
o golfão Maranhense, onde se localizam a baía de São Marcos e a 
ilha de São Luís, que abriga a capital do estado, a cidade de São 
Luís. 
Nesse litoral, destacam-se ainda os portos de Santana, no 
Amapá, Belém, no Pará, Ponta da Madeira, no Maranhão, e Areia 
Branca, no Rio Grande do Norte. A principal atividade pesqueira 
desenvolvida nessa porção do litoral é a pesca de camarão, a maior 
do Brasil, particularmente no litoral amapaense. 
9.2 - O LITORAL ORIENTAL 
Começa no cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, e 
vai até o cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, estendendo-se por 
2 640 km. 
 
Caracteriza-se pelo domínio das barreiras e dos recifes, 
particularmente no litoral pernambucano. Há ainda uma série de 
praias intercaladas entre as barreiras, algumas até com dunas, além 
de alguns recifes de corais, como o atol das Rocas, no Rio Grande 
do Norte, e o atol de Abrolhos, na Bahia. 
Os principais acidentes geográficos são a ponta do Seixas 
(Paraíba), as ilhas de Itamaracá (Pernambuco) e de Itaparica 
(Bahia), o Recôncavo Baiano e as baías de Todos os Santos, 
Ilhéus e Cabrália, todos na Bahia, além do arquipélago de 
Fernando de Noronha (Pernambuco) e das ilhas oceânicas de 
Trindade e Martin Vaz, a 1.000 km do litoral do Espírito Santo. 
Destacam-se também os portos de Recife, em 
Pernambuco, Salvador e Ilhéus, na Bahia, e Vitória Tubarão, no 
Espírito Santo, Cabedelo e Malhado. 
Na pesca, o destaque é a captura da lagosta em toda a 
costa nordestina. A produção petrolífera é a maior do país, 
concentrada na bacia de Campos (Rio de Janeiro). 
 
9.3 - O LITORAL MERIDIONAL 
Essa parte do litoral brasileiro tem 2 262 km de extensão, 
começando no cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, indo até o 
arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. 
Caracteriza-se pela diversidade, onde se misturam praias, 
restingas formadoras de lagoas como Araruama e Maricá (Rio de 
Janeiro), Patos e Mirim (Rio Grande do Sul), intercaladas com 
paredões abruptos - as falésias - quando a serra do Mar chega até o 
oceano. São típicas do litoral entre Ubatuba (São Paulo) e Parati 
(Rio de Janeiro) e do litoral de Torres (Rio Grande do Sul). 
Os acidentes geográficos mais importantes são as ilhas 
Grande (Rio de Janeiro), de São Vicente, Guarujá e São Sebastião 
(São Paulo), Santa Catarina (onde está Florianópolis) e as baías da 
Guanabara (Rio de Janeiro) e de Guaratuba (Paraná). Merece 
destaque ainda Cabo Frio (Rio de Janeiro), importante área 
salineira. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 11 
 
Os principais portos do Brasil estão nesse litoral, tais 
como Rio de Janeiro, Santos, São Sebastião, Paranaguá e Rio 
Grande. 
Na pesca, sobressaem o camarão e a sardinha, 
principalmente nos litorais gaúcho e catarinense. 
As ilhas oceânicas brasileiras são: Trindade, Arquipélago 
de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, rochedos (penedos) São 
Pedro e São Paulo, ilha Martim Vaz (é o ponto mais afastado do 
litoral, a 1.155Km da costa, na direção do Espírito Santo). 
Duas correntes marinhas afluem para o litoral brasileiro: 
Corrente Sul-Equatorial (quente) e Corrente das Falklands ou 
Malvinas (fria). A corrente das Guianas, que é um braço da 
Corrente Sul-Equatorial, percorre parte do litoral Norte. 
Corrente do Brasil( a mais importante para nós), banha o 
litoral oriental (todo o NE e SE). 
A Corrente das Falklands atinge o litoral sul e sudeste do 
Brasil, terminando em Cabo Frio (RJ). 
Mar territorial é a faixa de mar que pertence a um país. O 
mar territorial brasileiro atualmente abrange a faixa de 200 milhas, 
cobrindo a Plataforma Continental, de importância fundamental 
para a pesca, exploração de petróleo e comércio. 
9.4 - TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO 
O projeto de transposição do rio São Francisco, iniciado 
em 2007, prevê a construção de 720 quilômetros de canais que 
irão transferir de 1% a 3% das águas do Velho Chico para 
pequenos rios e açudes que atualmente secam durante a estiagem 
do semiárido nordestino. O governo acredita que a obra 
beneficiará 12 milhões de pessoas e estimulará a agricultura nas 
áreas atingidas. Os estados doadores das águas – Minas Gerais, 
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – devem ganhar 
compensações em obras de revitalização da bacia do rio. 
 
10 - AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL NO 
BRASIL 
FATORES NATURAIS, HUMANOS E ECONÔMICOS 
Diversos elementos do quadro natural podem contribuir, 
positiva ou negativamente, para o desenvolvimento da agricultura. 
Entre esses elementos, destacam-se o clima e o solo. 
O clima é, sem dúvida, o elemento natural que mais 
influencia a produção agrícola. Caracteriza-se pela ação da 
temperatura, umidade, chuvas e, em menor escala, ventos. 
O solo é um importante elemento do quadro natural para o 
desenvolvimento agrícola, pois suporta e sustenta o vegetal. 
A análise do fator humano na agricultura envolve aspectos 
relacionados à mão-de-obra (número de trabalhadores e sua 
especialização) e as relações de trabalho. 
Em regiões mais atrasadas, o número de trabalhadores 
agrícolas é bastante alto em relação à extensão da área de cultivo, 
significando que não há grande utilização de equipamentos 
mecânicos e indicando uma reduzida produtividade dessa lavoura, 
característica de uma agricultura pobre. 
Já nas regiões mais desenvolvidas, observa-se o contrário, 
com uma intensa mecanização da agricultura, resultando em pouca 
mão-de-obra para uma alta produtividade. 
É possível distinguir dois grandes objetivos do trabalho 
agrícola: 
• abastecer o próprio grupo que trabalha a terra e gerar 
um pequeno excedente de troca, correspondendo à 
chamada lavoura de subsistência ou de pequeno 
mercado; 
• produzir exclusivamente para o grande mercado, 
interno ou externo, correspondendo à chamada 
lavoura comercial. 
A remuneração do trabalho na agricultura também é 
realizada de duas formas mais comuns: 
• primitiva, em que o trabalhador recebe como 
pagamento o direito de morar e plantar na terra de 
terceiros, ou o direito de ficar com uma parte da 
colheita, dando o restante ao dono da terra; 
• moderna, que corresponde ao trabalho assalariado, 
que pode ser permanente ou temporário, dependendo 
das condições econômicas, sociais e políticas de cada 
região. 
Os fatores econômicos determinam claramente a diferença 
entre agricultura moderna e primitiva. 
10.1 - OS SISTEMAS AGRÍCOLAS 
A análise de um sistema agrícola considera três fatores 
dominantes: a terra, o trabalho e o capital. 
O fator terra predomina nas regiões subdesenvolvidas do 
globo, onde a produção está diretamente relacionada com a 
extensão da área cultivada, pois não conta com investimentos de 
capital e tecnologia. 
Esse sistema, definido como de uso extensivo da terra, 
aparece sob diversas formas, destacando-se a agricultura itinerante 
ou roça tropical, na qual o agricultor ocupa áreas florestadas, 
realizando o desmatamento e a queimada. Com isso, o solo se 
esgota precocemente, as terras são abandonadas e o agricultor se 
muda para nova área, onde repetirá o processo. 
O fator trabalho predomina também em regiões 
subdesenvolvidas, onde há grande utilização de mão-de-obra. 
Esse tipo de agricultura que considera o fator trabalho é 
característico de região de grande densidade demográfica, comum 
no Sudeste Asiático e Extremo Oriente, onde recebe o nome de 
agricultura de jardinagem. 
O capital é um fator que predomina na agricultura dos 
países desenvolvidos e de algumas regiões de países 
subdesenvolvidos. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 12 
 
A agricultura moderna ou 
comercial é desenvolvida em pequenas, médias ou grandes 
propriedades, com larga aplicação de recursos técnicos e capital 
 
10.2 - A AGRICULTURA NO BRASIL 
A agricultura sempre foi uma atividade econômica muito 
importante para o pais. Embora atualmente a maior parte da 
produção econômica nacional tenha sua origem na atividade 
industrial, a agricultura ainda ocupa um lugar de destaque, 
empregando mais de 20% da mão-de-obra ativa e produzindo 
cerca de 25% da renda das exportações nacionais. 
 
10.3 - A AGRICULTURA BRASILEIRA E O QUADRO 
NATURAL 
A agricultura brasileira sofre basicamente a influência de 
dois grandes fatores naturais: o solo e o clima. 
No Brasil, há pelo menos dois tipos de solo considerados 
extremamente férteis. Um é a terra roxa, solo de origem vulcânica, 
que aparece na área drenada pela bacia do Paraná. Outro é o 
massapé, solo muito profundo e argiloso, que aparece na Zona da 
Mata nordestina. 
Por outro lado, enfrentamos inúmeros problemas no uso 
do solo, tais como o plantio em declives, que acelera a erosão, e a 
prática de queimadas, que empobrece o solo. 
Entre os aspectos climáticos que favorecem a atividade 
agrícola no pais, destaca-se a tropicalidade. O predomínio de altas 
temperaturas e de alta pluviosidade na maior parte do território, 
durante o ano todo, permite um desenvolvimento da produção 
vegetal ininterrupto. 
O outro aspecto favorável é a diversidade climática, 
permitindo que se desenvolvam os mais diferentes tipos de 
vegetais. 
Os aspectos desfavoráveis da ação do clima na agricultura 
estão ligados aos extremos climáticos, tais como as áreas 
excessivamente chuvosas (Amazônia Ocidental) ou com escassez 
de pluviosidade (Sertão nordestino). 
Esses extremos também ocorrem devido à diversidade 
climática. No Sul e em parte do Sudeste, o rigor das temperaturas 
dificulta certas produções, principalmente em áreas sujeitas à 
ocorrência de geadas e, eventualmente, de neve. 
 
10.4- AS RELAÇÕES TRABALHISTAS NA 
AGRICULTURA BRASILEIRA 
Existem diversas formas de trabalho no meio rural 
brasileiro, sendo comum os trabalhadores rurais atuarem em pelo 
menos duas delas ao mesmo tempo. 
O total de trabalhadores rurais no país é atualmente de 
17,8 milhões de pessoas o que corresponde a 21,1% da população 
economicamente ativa do país. 
As principais formas de trabalho são: 
• posseiros: lavradores que se instalam em terras que não lhes 
pertencem legalmente, ou seja, terras devolutas (do governo) 
ou de terceiros; 
• parceiros: lavradores que trabalham na terra de outra pessoa, 
com a qual dividem a produção obtida. Quando a divisão é de 
50%, o trabalhador é chamado meeiro; 
• pequenos proprietários: trabalhadores que cultivam sua 
própria terra, tanto para atender às necessidades de suas 
famílias, quanto para destinar a produção ao mercado local; 
• arrendatários: agricultores que alugam a terra de alguém e 
pagam seu uso em dinheiro. Em geral, dispõem de um certo 
capital e de equipamentos; 
• assalariadospermanentes: trabalhadores que moram nas 
propriedades em que trabalham, mantendo vínculo 
empregatício com registro profissional e todos os direitos 
legais; 
• assalariados temporários: agricultores que trabalham 
contratados por dia, tarefa ou empreitada, sem direito a 
morarem na terra. Geralmente habitam a periferia das cidades 
e se deslocam diariamente para o trabalho no campo; 
• não-remunerados: corresponde ao grupo familiar do 
trabalhador composto pelos seus dependentes, mulher e 
filhos, que o ajudam no trabalho rural sem serem 
remunerados pela atividade. 
• Grileiro: é um termo que designa quem falsifica documentos 
para, de forma ilegal, tornar-se dono por direito de terras 
devolutas ou de terceiros ou ainda quem está na posse ilegal 
de prédios ou prédios indivisos, por meio de documentos 
falsificados. 
 
10.5 - O EXTRATIVISMO VEGETAL 
 
A atividade extrativista corresponde à retirada de bens 
fornecidos pela natureza, nos remos mineral, vegetal e animal. 
O extrativismo é realizado de forma primitiva, sem 
aplicação de recursos técnicos e de capital, objetivando 
apenas a subsistência do grupo familiar e um pequeno 
excedente de troca. Quando a retirada se faz em moldes 
modernos, com o uso de recursos de capital e tecnologia, 
mão-de-obra assalariada, pessoal especializado, máquinas, etc., 
passa a ser considerada atividade industrial. Essa tendência é 
crescente em quase todo o planeta. 
Há uma classificação do aproveitamento vegetal 
considerando três grandes sistemas, conforme as técnicas 
utilizadas e a intensidade da destruição da cobertura vegetal. São 
eles: 
 sistema primitivo: característico das regiões mais 
atrasadas, onde a população utiliza os produtos 
coletados para sua própria subsistência ou para 
abastecer um incipiente mercado local. A destruição 
da vegetação é muito pequena, recuperando-se 
facilmente; 
 
 sistema colonial: característico de regiões 
subdesenvolvidas, onde o grande capital, nacional ou 
estrangeiro, visa explorar os recursos vegetais em 
grande escala para exportação. E um sistema altamente 
predatório, sem nenhuma preocupação com a 
conservação ou recuperação da área vegetal destruída; 
 sistema moderno: corresponde à silvicultura, 
realizada por empresas que investem muito capital e 
tecnologia, obtendo um grande aproveitamento dos 
recursos vegetais. E uma forma de exploração racional, 
pois substitui a floresta nativa pela cultivada. Esse 
sistema de aproveitamento vegetal é característico 
das regiões mais desenvolvidas. 
 
 
 
 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 13 
 
10.6 - EXTRATIVISMO VEGETAL 
NO BRASIL 
 O extrativismo vegetal no Brasil, embora seja uma 
atividade bastante pobre e de pequena participação na 
economia nacional, tem grande importância socioeconômica 
nas regiões em que ocorre, principalmente na Amazônia e no 
Nordeste. Nessas regiões, as necessidades econômicas da 
população rural acabaram levando milhares de pessoas a se 
envolverem com a coleta vegetal. 
A grande diversidade climato-botânica do Brasil 
favoreceu uma atividade extrativista diversificada. Os 
principais produtos obtidos pelo extrativismo vegetal no Brasil 
são látex, óleos e ceras. 
A mais importante espécie produtora de látex é a 
seringueira (Hevea brasiliensis). A borracha também pode 
ser obtida de outras espécies, como o caucho, a maniçoba e o 
mucujê. A resina desse último é utilizada na fabricação de 
chicletes. 
Uma das mais importantes espécies produtoras de 
óleo é a palmeira de babaçu denominada uauaçu pelos índios. 
Produz cocos que contêm um óleo na industrialização do 
sabão, margarina, produtos químicos, entre outros. O bagaço do 
babaçu, depois de extraído o óleo, é utilizado na indústria de 
ração para animais 
A mamona, planta muito comum no Brasil, é 
produtora de óleo de rícino. Seu bagaço é utilizado como 
biomassa ou como adubo orgânico. 
A castanha-do-pará, uma grande e bela árvore 
amazônica, produz um ouriço cujas sementes são utilizadas 
na indústria de óleos comestíveis e produtos cosméticos. 
A oiticica, árvore de copa baixa, típica de áreas 
secas, também tem sementes oleaginosas, utilizadas na 
indústria de tintas e vernizes. 
O destaque na produção de cera fica com a 
carnaúba, denominada "árvore da providência", pois dela 
tudo se aproveita - tronco, galho, folhas, raízes, frutos e 
sementes. Porém, a cera que recobre as folhas é seu maior 
produto econômico, sendo utilizada nas indústrias de graxas, 
ceras domésticas, acetato para discos, pilhas, lâmpadas 
incandescentes, papel-carbono, sabonete e batom. 
 
11 - A MINERAÇÃO NO BRASIL 
Num país de dimensões continentais como o Brasil, é 
natural que haja abundância e grande variedade de minérios. No 
entanto, alguns ocorrem em quantidade surpreendente, mas outros 
são escassos. Veja o quadro a seguir. 
CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS MINERAIS 
SUFICIENTE DEFICIENTE CARENTE 
alumínio chumbo enxofre 
calcário cobre iodo 
diamante estanho mercúrio 
ferro ouro nitrato 
manganês Petróleo* platina 
urânio prata potássio 
Entre os principais minérios e minerais extraídos no país, 
destacam-se: 
 o ferro; 
 o manganês; 
 bauxita. 
Ferro é o mais importante recurso mineral explorado 
no Brasil. Os minerais de ferro surgem em terrenos 
proterozóicos, podendo ser classificada como minério a rocha 
que apresentar teor metálico superior a 40%. No Brasil, o mais 
explorado e exportado é a hematita, que apresenta entre 55% 
e 65% de teor metálico. 
As principais áreas de ocorrência de minério de 
ferro no Brasil são: 
• Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas 
Gerais; 
• maciço de Urucum, no pantanal Mato-
grossense; 
• serra dos Carajás, no Pará. 
Manganês é o segundo recurso mineral mais 
exportado pelo Brasil. Sua importância econômica está 
relacionada com sua utilização indispensável no setor 
siderúrgico. Embora encontrado em vários estados, como: 
• Pará (Carajás) 
• Mato Grosso do Sul (Urucum) 
• Minas Gerais (Quadrilátero Central) 
a maior produção ocorre no Amapá (cerca de 60% do total 
produzido no país), mas as reservas localizadas na serra do Navio, 
nesse estado, estão praticamente esgotadas. 
As principais áreas de ocorrência de bauxita no Brasil 
estão localizadas no: 
• Pará (Carajás e Oriximiná) 
• Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto) 
• Nas proximidades do rio Trombetas, em 
Oriximiná, localiza-se uma das maiores reservas 
mundiais desse minério. 
Sal é explorado sobretudo no Nordeste, sendo o Rio 
Grande do Norte responsável por mais de dois terços da produção 
nacional. 
Calcário é de grande importância como material de 
construção civil cimento e cal - e para a agricultura, onde 
é utilizado como corretivo do solo. Ocorre em quase todo o 
Brasil. 
Nióbio: O Brasil detém 98% das reservas mundiais 
exploráveis de nióbio no mundo, e mais de 90% do total do 
minério presente no planeta Terra. As jazidas estão presentes em 3 
cidades brasileiras: 61% proveniente de Araxá (MG), 21% das 
reservas em Catalão (GO) e outros 12% em São Gabriel da 
Cachoeira (AM) 
 
12 - OS RECURSOS ENERGÉTICOS 
 
Entre os principais recursos energéticos utilizadospelo 
homem, destacam-se os combustíveis fósseis, assim denominados 
devido à sua origem, relacionada à deposição de restos de seres 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 14 
 
vivos em eras geológicas passadas. Os 
mais importantes combustíveis fósseis são o petróleo e o carvão 
mineral. 
Com o passar dos anos essa continua superposição de 
camadas na crosta terrestre fez aumentar a pressão e o calor sobre 
os depósitos orgânicos, provocando neles reações químicas que 
resultaram em gás natural e petróleo. 
O petróleo é fluido, sendo encontrado em regiões 
sedimentares, nos poros das rochas armazenadoras como o arenito, 
dominante no Brasil. 
O petróleo é o produto mineral mais importante do século 
XX, pois, além de ser utilizado em larga escala como fonte de 
energia, através de derivados como o óleo diesel, o querosene, a 
gasolina e o gás liquefeito, também possibilita a fabricação de 
solventes, borracha sintética, fertilizantes, plastificantes, fibras de 
náilon e outros produtos indispensáveis à economia moderna. 
 
12.1 - O PETRÓLEO NO BRASIL 
 Em 1932, foi instalada em Uruguaiana, no Rio Grande do 
Sul, a Destilaria Sul-rio-grandense. Em 1936, duas refinarias de 
petróleo foram inauguradas: a Matarazzo, em São Caetano do Sul 
(São Paulo), e a Ipiranga, em Rio Grande (Rio Grande do Sul). 
Em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo 
(CNP), que visava regular e controlar as atividades ligadas a esse 
recurso. Em 1939, na localidade de Lobato, no Recôncavo Baiano, 
finalmente jorrou petróleo em condições comerciais pela 
primeira vez no país. 
Por fim, em 1 953, durante o governo de Getúlio Vargas, 
foi assinada a Lei n.º 2004 criando a Petróleo Brasileiro S.A. 
(Petrobrás). A Petrobrás deteve, durante 42 anos, o monopólio nas 
seguintes atividades: 
 e pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e outros 
hidrocarbonetos, fluidos e gases raros em território 
nacional; 
 refino do petróleo nacional e estrangeiro; 
 transporte marítimo de cabotagem, isto é, costeiro, e 
transporte terrestre por oleodutos de petróleo e 
derivados; 
 importação e exportação de petróleo e derivados. 
A exploração de petróleo no Brasil é realizada nas bacias 
sedimentares, que totalizam 3,2 milhões de km2 na parte terrestre 
e quase 1 milhão de km2 na plataforma continental. 
Entre as principais bacias produtoras, destacam-se: 
 bacia de Campos, principal área produtora do país, na 
plataforma continental, onde se destacam ainda trechos 
do litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; 
 bacia do Recôncavo Baiano, importante área produtora 
de petróleo no continente; 
 bacia do Nordeste, entre Sergipe e Alagoas, que produz 
cerca de 15 % do petróleo brasileiro. 
 
VALOR DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO/DIA - 2010 
1 Arábia Saudita (OPEP) 10,521 
2 Rússia 10,146 
3 Estados Unidos 9,688 
4 República Popular da China 4,273 
5 Irã (OPEP) 4,252 
6 Canadá 3,483 
7 México 2,983 
8 Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,813 
9 Brasil 2,719 
10 Nigéria (OPEP) 2,458 
11 Kuwait (OPEP) 2,450 
12 Iraque (OPEP) 2,408 
13 Venezuela (OPEP) 2,375 
14 Noruega 2,134 
15 Angola (OPEP) 1,988 
 
12.2 - O CARVÃO MINERAL 
O carvão mineral é um combustível fóssil cuja origem está 
relacionada ao soterramento de antigas florestas. 
O carvão mineral foi a principal fonte energética do 
planeta até fins do século XIX. No século XX, sua importância 
declinou graças ao crescimento da produção e das possibilidades 
econômicas do petróleo. No entanto, o carvão continua sendo uma 
das mais importantes fontes energéticas, bem como matéria-prima 
indispensável à indústria, uma vez que é produto básico na 
fabricação do aço. 
 
No Brasil, a produção é pequena, não atendendo sequer ao 
consumo interno. Entre as causas da pequena produção nacional 
de carvão, destacam-se: 
• país não dispõe de grandes reservas; 
• carvão nacional é de baixa qualidade; 
• as técnicas de extração e o sistema de escoamento são 
precários, determinando um preço mais elevado que o 
do carvão importado. 
As principais áreas produtoras no país localizam-se nos 
terrenos permo-carboníferos da região Sul, particularmente nos 
estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é 
responsável por mais de dois terços da produção nacional, uma 
vez que possui as únicas reservas conhecidas aproveitáveis na 
siderurgia, ou seja, produção de carvão-coque. 
Suas principais áreas carboníferas situam-se na bacia do 
rio Tubarão, onde se destacam os centros de Criciúma e 
Siderópolis. 
No Rio Grande do Sul, o destaque fica com o carvão 
vapor, utilizado em ferrovias e termelétricas. As principais jazidas 
são encontradas no vale do rio Jacuí. 
12.3 - O GÁS NATURAL NO BRASIL 
A utilização do Gás Natural no Brasil começou 
modestamente por volta de 1940, com as descobertas de óleo e gás 
na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo 
Baiano. Depois de alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e 
Alagoas eram destinadas quase em sua totalidade para a 
fabricação de insumos industriais e combustíveis para a refinaria 
Landulfo Alves e o Polo Petroquímico de Camaçari. 
Reservas Brasileiras de Gás Natural. 
As reservas de Gás Natural brasileiras são, 
comprovadamente, de aproximadamente 313 bilhões de m3, 
suficientes para suprir o consumo atual por 20 anos. 
Mais de 50% de nossas reservas estão localizadas na Bacia 
de Campos e o restante (49,8%) distribuídas nas demais unidades 
operativas da Petrobras (Santos, Solimões e Amazonas). 
A maior parte está localizada no offshore, onde se 
concentram 252,6 bilhões de m3. Grande parte das reservas está 
localizada em lâmina d'água superior a 1.000 m. 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 15 
 
Incentivos tributários 
concedidos na maioria dos Estados e a perspectiva do 
barateamento no custo do insumo, com a renegociação do gás 
importado da Bolívia, somados à exploração das novas reservas 
descobertas pela Petrobrás, são os responsáveis pelo incremento 
do uso do Gás Natural em todo o Brasil. 
Tudo isso é o motor propulsor para o aumento cada vez 
maior do número de conversões de veículos. 
GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA 
 
O Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como 
Gasbol, é uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o 
Brasil com 3.150 quilômetros de extensão, sendo 2.593 em 
território brasileiro (trecho administrado pela TBG) e 557 em 
território boliviano (trecho administrado pela GTB). 
A construção, funcionamento e comércio do gás é regido 
pelo acordo Tratado de La Paz redigido em 1996. E começou a ser 
construído em 1997, iniciando sua operação em 1999. Mas esteve 
plenamente operativo somente em 2010, com o objetivo de que o 
gás natural chegue a 15% de todo o consumo energético brasileiro. 
O então presidente Fernando Henrique Cardoso teve grande 
empenho para a realização do projeto e inaugurou as primeiras 
etapas. 
REFINÁRIAS DA PETROBRÁS 
Além das refinarias brasileiras, a Petrobras também possui 
duas outras na Bolívia, adquiridas em 1999: 
o Refinarias Guilhermo Elder Bell 
o Gualberto Villarroel 
As unidades industriais da Petrobras se completam com 
duas fábricas de fertilizantes nitrogenados: 
o FAFEN, localizadas em Laranjeiras, Sergipe, e em 
Camaçari, Bahia. 
Operam ainda no Brasil duas refinarias que pertencem a 
grupos privados: 
o RefinariasIpiranga, no Rio Grande do Sul 
o Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro 
Em suas instalações de refino, a Petrobras tem capacidade 
para produzir cerca de 1 milhão 800 mil barris de derivados por 
dia, atendendo à demanda interna e gerando excedentes que são 
exportados. A participação do petróleo produzido no Brasil na 
carga das refinarias é de cerca de 70%; o restante representa 
petróleo importado para complementar o consumo brasileiro de 
derivados, que é de cerca de 1,69 milhão de barris por dia. 
Entre os principais fornecedores de petróleo ao Brasil estão a 
Nigéria, a Arábia Saudita, a Argentina e a Venezuela. 
 
 
 
REFINARIAS DA PETROBRAS 
SIGLA NOME CIDADE UF 
RLAM Refinaria Landulpho Alves Mataripe, BA 
RPBC Refinaria Presidente Bernardes Cubatão SP 
REDUC Refinaria Duque de Caxias Campos Elíseos RJ 
REGAP Refinaria Gabriel Passos Betim MG 
REFAP Refinaria Alberto Pasqualini Canoas RS 
REPLAN Refinaria de Paulínia Paulinia SP 
REMAN Refinaria de Manaus Manaus AM 
RECAP Refinaria de Capuava Capuava SP 
REPAR Refinaria Presidente Getúlio Vargas Araucária PR 
REVAP Refinaria Henrique Lage São. José dos Campos SP 
ASFOR Fábrica de Asfalto de Fortaleza Fortaleza CE 
 
13 - A PECUÁRIA 
Pecuária é a atividade relacionada à criação de gado, ou 
seja, à criação de determinados rebanhos com fins econômicos. 
Tem como principais objetivos a produção de alimentos e de 
matérias-primas, além da criação de animais de tração e 
transporte. 
 
OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO 
Definem-se dois grandes sistemas de criação: 
o extensivo 
o intensivo 
Lembrando que existem alguns outros intermediários que 
misturam características dos dois primeiros. 
 sistema extensivo: No sistema de pecuária extensiva, a 
criação é considerada de pior qualidade, pois a pecuária 
é realizada com o gado solto no pasto sem grandes 
cuidados com sua saúde e higiene. E um sistema que 
exige espaço, porém requer pequena quantidade de 
mão-de-obra. O sistema extensivo, portanto, é de baixa 
produtividade, sendo característico de regiões 
subdesenvolvidas. 
 sistema intensivo: O sistema de pecuária intensiva 
possui características opostas, pois é considerado de 
alta qualidade. O gado é criado em estábulos, recebendo 
cuidados com alimentação, saúde e higiene. Pode ser 
realizado em pequenas propriedades, porém exigindo 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 16 
 
grande investimento, tanto em pessoal 
qualificado quanto em equipamentos. 
 
A ZOOTECNIA 
Zootecnia é a ciência que tem como objetivo estudar 
técnicas de pecuária para criar o melhor animal, no menor tempo e 
pelo menor custo a fim de se obter o maior lucro possível. Utiliza 
os seguintes recursos: 
 aclimatação: técnica que visa adaptar um animal 
oriundo de área climática diferente; 
 cruzamento: baseia-se no acasalamento de animais da 
mesma espécie, de raças diferentes, porém puros. 
 seleção: técnica de cruzamento que escolhe as melhores 
cabeças da mesma raça, tendo como objetivo acentuar 
suas qualidades no rebanho; 
 hidratação: processo que cruza elementos de espécies 
diferentes. O produto desse cruzamento é o animal 
híbrido, quase sempre estéril; 
 Inseminação: técnica de reprodução sem que se realize 
o acasalamento, ou seja, o sêmen é extraído de 
reprodutores selecionados e é imediatamente congelado 
e armazenado. 
 
A PECUÁRIA NO BRASIL 
A pecuária no Brasil é realizada fundamentalmente de 
forma extensiva, caracterizando-se, portanto, por um pequeno 
nível de investimento de capital e tecnologia. 
 
Bovinos: 
O rebanho bovino brasileiro, com aproximadamente 1 70 
milhões de cabeças, é um dos cinco maiores do mundo, 
representando cerca de 10% de todo o gado bovino do globo. 
A história da pecuária bovina no Brasil data dos 
primórdios do século XVI, com a introdução das primeiras 
cabeças na capitania de São Vicente. 
Os maiores rebanhos do Brasil estão nos Estados de: 
 Mato Grosso(13,8%) 
 Minas Gerais(11,2%) 
 Goiás(10,2%) 
 Mato Grosso do Sul(10,1%) 
Os maiores rebanhos bovinos por municípios são: 
 São Félix do Xingu (Pará) 
 Corumbá (MS) 
 Ribas do Rio Pardo (MS). 
 
Suínos: 
O rebanho brasileiro, superior a 35 milhões de cabeças, é 
um dos maiores do mundo, representando 5% do total mundial. 
O IBGE mostra ainda que o maior efetivo de suínos 
encontrava-se no Sul do país, totalizando 48,6%. Os Estados de 
maiores rebanhos são: 
 Santa Catarina ostenta 20,3% 
 Rio Grande do Sul, representando 14,4% 
 Paraná, com 13,9%. 
Do total nacional. 
Os municípios de maiores rebanhos são: 
 Uberlândia (MG), 
 Rio Verde (GO), 
 Toledo (PR) 
 Concórdia (SC), 
Tal fato deve-se ser atribuído a instalação de grandes frigoríficos 
nesses locais. A pecuária suína destina-se basicamente à produção 
de carne e de banha. 
 
Ovinos: 
O rebanho brasileiro de ovinos - ovelhas e carneiros - é de 
aproximadamente 17,3 milhões de cabeças, correspondendo a 
apenas 1,5% do total mundial. O aproveitamento econômico desse 
rebanho está na produção de lã, leite e carne. 
 
 
A região Nordeste detém o maior número de cabeças 
ovinas, totalizando 9,85 milhões de cabeças. A região Sul 
apresentou o segundo maior rebanho, 4,88 milhões de cabeças. A 
região Centro-Oeste apresentou o terceiro maior rebanho, 1,26 
milhões de cabeças. 
Os Estados de maiores rebanhos são: 
 o Rio Grande do Sul se manteve na liderança e 
totalizou 3,97 milhões de cabeças. 
 A Bahia manteve o segundo lugar no ranking, com um 
efetivo de 3,12 milhões de cabeça. 
 A terceira posição foi ocupada pelo Ceará, com 2,09 
milhões de cabeças 
Caprinos 
O rebanho brasileiro de caprinos é pouco superior a 9,31 
milhões de cabeças (2,5% do total mundial). Seu aproveitamento 
econômico é muito grande, pois, além de produzir carne, leite e 
derivados, também se aproveita a pele. 
A região Nordeste detém o maior número de cabeças 
caprinas, totalizando 8,45 milhões de cabeças. A região Sul 
apresentou o segundo maior rebanho, com 343.325 cabeças. A 
região Sudeste apresentou o terceiro maior rebanho, 233.407 
cabeças. 
Os principais rebanhos encontram-se nos Estados: 
 1º lugar - Bahia; 
 2º lugar- Pernambuco 
 3º lugar - Piauí, 
 
Equinos: 
Os equinos foram introduzidos no Brasil no início da 
colonização. Totalizam atualmente 5,5 milhões de animais, 9% do 
efetivo mundial. 
A criação de cavalos no Brasil apresenta diversos 
objetivos. Assim, temos criação para sela e montaria, como os 
estrangeiros quarto de milha, árabe e persa, ou como os nacionais 
manga-larga e campolina, e criação para tração, com destaque 
para a raça Shire (inglesa) que atinge um grande porte. Muares 
As maiores concentração encontram-se: 
 no Sudeste (24,4%) 
 no Nordeste (24,3%). 
 
 
 
Os Estados que lideram o ranking são: 
 Minas Gerais era o estado líder com 14,3% das 
cabeças, 
 Bahia, com 10,1% 
 Rio Grande do Sul, com 8,6%. 
 
O rebanho de muares burros e mulas - alcança 974,5 
milhões de cabeças no Brasil (13% do total mundial). A origem 
desse rebanho está no cruzamento de duas outras espécies, o 
asinino macho (jegue) com o equino fêmea (égua). Por serem 
CURSO PEDRO GOMES 
GEOGRAFIA DO BRASIL 
APOSTILA ESPECIAL PARA ESA 
Professor Juanil José Barros 
ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 17 
 
animais híbridos, tanto o burro quanto a 
mula são estéreis, ou seja, não se reproduzem. A principal 
utilidade dos muares está no transporte

Continue navegando