Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 1 1 – LOCALIZAÇÃO: Características Gerais: O Brasil está situado na parte centro-oriental da América do Sul Possui uma superfície de 8.547.403,5 Km², conforme o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O Equador e o Trópico Capricórnio são os dois paralelos que atravessam o Brasil, o Trópico de Capricórnio atravessa: o o sul de São Paulo, o o norte do Paraná o sul de Mato Grosso do Sul. Estes Estados pertencem às regiões (Sudeste, Sul, e Centro-Oeste). O Equador passa exatamente em Macapá (AP); o Equador faz com que o Brasil se localize nos dois hemisférios: o sul (maior parte 93%,). o norte (menor parte 7%). O Brasil em relação aos demais países do globo é o quinto em extensão, apenas superado pela: o Rússia, o o Canadá, o a China o os Estados Unidos (terras descontínuas). Em terras contínuas, o Brasil é o quarto do mundo, superando os Estados Unidos em Razão do Alasca e Havaí, estados descontínuos dos E.U. A. O Brasil é o maior país da América do Sul, o terceiro do Continente Americano e o 5º do mundo. Compõe-se de 27 unidades políticas, sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país. MAIORES PAÍSES DO MUNDO EM EXTENSÃO TERRITORIAL 2 - LIMITES O Brasil se se limita: o AO NORTE com a Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, o AO SUL com o Uruguai, o A NOROESTE com a Colômbia, o A OESTE com o Peru e a Bolívia, o A SUDOESTE com a Argentina e Paraguai, o A NORDESTE, A LESTE E A SUDESTE com o Oceano Atlântico. o CHILE E EQUADOR são os dois únicos países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil. o Os dois países de menor fronteira são Suriname (593Km) e a Guiana Francesa (655 Km). o Os dois países de maior fronteira com nosso país são Bolívia (3.126 Km) e Peru (2.995 Km). O Brasil é um país marítimo, pois é banhado a leste pelo importante Oceano Atlântico (7.367 Km de litoral), possuindo extensa Plataforma Continental. FRONTEIRAS BRASILEIRAS CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 2 3 – PONTOS EXTREMOS AO NORTE – nascente do rio Ailã, na Serra do Caburaí (RR). AO SUL – arroio Chuí (RS) A LESTE – Ponta Seixas, no Cabo Branco (PB). A OESTE – Serra da Contamana ou Divisor (AC) 4 – FUSOS HORÁRIOS Pela sua extensão territorial no sentido leste-oeste (4.320 Km), nosso país é cortado por três fusos horários, havendo três horários diferentes: FUSO 1 – compreende as Ilhas de Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, e os penedos de São Pedro e São Paulo. FUSO 2 – abrange todos os Estados litorâneos, os Estados do Amapá, Tocantins, Minas Gerais e Goiás, o Distrito Federal e o Estado do Pará. FUSO 3 – inclui os Estados de Roraima, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amazonas e o Acre. O Brasil tem sua hora diminuída de duas a quatro horas em relação à hora de Londres, pois se encontra a oeste de Greenwich (meridiano inicial ). O mais importante fuso horário do Brasil é o 3 pois abrange todas as capitais litorâneas. ATUAL FUSO HORÁRIO BRASILEIRO 5 - RELEVO BRASILEIRO O relevo brasileiro está dividido em dois grandes sistemas: Planalto das Guianas (Parima), junto à fronteira Norte. Planalto Brasileiro, ao sul da Planície Amazônica. Ambos estão separados pela Planície Amazônica e são constituídos por terrenos antigos (Era Primária), desgastados pela erosão e formados principalmente de granitos e gnaisses, que constituem o Complexo Cristalino Brasileiro. O vasto Planalto Brasileiro compreende quatro divisões: o Planalto Nordestino ou da Borborema. o Planalto Atlântico ou Oriental. o Planalto Central. o Planalto Meridional. As Planícies são: o Amazônica o Litorânea ou Costeira o Paraguaia ou Pantanal o Gaúcha ou Pampa O Planalto das Guianas está dividido em: o serras orientais (menores altitudes) o serras ocidentais (maiores altitudes) Observação importante: As serras orientais e ocidentais do planalto das Guianas são separadas pela “Depressão do Pirara.” Apresenta uma das partes mais elevadas e escarpadas do relevo, onde existem várias serras: Tumucumaque, Imeri, Acaraí, Pacaraima, Parima e Navio. Neste Planalto encontramos importantes elevações do relevo brasileiro: o Pico da Neblina, o Pico 31 de Março o Monte Roraima. O Pico da Neblina, localizado no norte do Amazonas, na Serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2993,78 metros de altitude (medição revista por satélite/GPS pelo IBGE em 20041). Dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio Negro, mas a cidade mais próxima é São Gabriel da Cachoeira. O segundo ponto mais alto situa-se a meros 687 metros da fronteira com a Venezuela no Pico 31 de Março (altitude de 2972,66 m), conforme determinado por uma comissão demarcadora de fronteiras em 1962.2 O Pico da Neblina está localizado na Serra do Imeri. O Monte Roraima, com 2.875 metros no Estado do mesmo nome, é o quarto ponto mais alto do Brasil. Os pontos culminantes do Brasil, em ordem decrescente, são: o 1º – Pico da Neblina (2993,7 metros) o 2º – Pico 31 de Março (2.972,66 metros) o 3º – Pico da Bandeira (2.891,98 metros) o 4º – Monte Roraima (2.875 metros) CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 3 O Planalto Nordestino divide-se em Arcos Maranhenses (Penitente, Tiracambu, Alpercatas) e Chapadas Nordestinas. A forma característica do relevo sã as Chapadas: o Apodi (RN), o Baturité e Araripe (CE), o Ibiapaba (PI), o Borborema (RN, PB, PE, AL), o Mangabeiras (MA). O Pico Alto 1.115metros, na Chapada do Baturité, é o ponto culminante do Planalto Nordestino. A semiaridez do sertão nordestino está relacionada à presença do Planalto da Borborema, que impede a penetração de massas úmidas do litoral em direção ao interior, provocando somente chuvas próximo ao litoral. O Planalto do Maciço Atlântico é formado, dentre outras, por importantes serras como a da Mantiqueira e a do Mar. A Serra do Espinhaço está localizada Quadrilátero Central. A Serra do Mar aparece junto à orla litorânea e se alonga do Estado do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. A Serra do Mar está separada da Serra da Mantiqueira pelo vale do Rio Paraíba do Sul. PLANALTO CENTRAL O Planalto Central é constituído por rochas sedimentares e cristalinas. (do Pré-Cambriano) que alternam com terrenos sedimentares do Paleozoico e do Mesozoico. Apresenta uma topografia regular e domina a Região Centro-Oeste do Brasil. A forma característica do relevo são imensos “tabuleiros” ou chapadões com altitude entre 500/900 metros. Exemplos: Chapadas dosParecis (divisor de águas da bacia Amazônica e Platina) Chapada dos Guimarães, Serra dos Pacaás Novos, Chapada dos Veadeiros Espigão Mestre (divisor de águas dos rios São Francisco e Tocantins). O Espigão Mestre (divisa Goiás Bahia) é uma importante elevação do Planalto Central, que tem como ponto culminante o Morro Alto (1.678 metros), na Chapada dos Veadeiros (em Goiás). PLANALTO MERIDIONAL (PLANALTO ARENITO-BASALTO) O planalto Meridional recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de arenito com outras extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origem vulcânica responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por arenitos. O Planalto Meridional é constituído por: terrenos cristalinos, que correspondem ao 1º degrau (Serra do Mar). terrenos sedimentares que correspondem ao 2º degrau (“cuestas”). terrenos basálticos que correspondem ao 3º degrau (“trapp”). O derrame de lençóis e sua decomposição em clima tropical deu origem a um solo rico: a terra roxa. O ponto culminante do Planalto Meridional é o Morro da Igreja (1.870 metros), na Serra Geral, em Santa Catarina. “Coxilhas” são as pequenas ondulações da Serra Geral, que aparecem no final do Planalto Meridional (no território gaúcho): Santana, Haedo, São Martinho e Grande. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 4 PLANALTOS PLANÍCIES DEPRESSÕES 01 Planalto da Amazônia Oriental 12 Depressão da Amazônia Ocidental 23 Planície do Rio Amazonas 02 Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaiba 13 Depressão Marginal Norte-Amazônica 24 Planície do Rio Araguaia 03 Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná 14 Depressão Marginal Sul-Amazônica 25 Planície e Pantanal do Rio 04 Planalto e Chapada dos Parecis 15 Depressão do Araguaia 26 Planície e Pantanal Mato-grossense 05 Planaltos Residuais Norte-Amazônicos 16 Depressão Cuiabana 27 Planície da Lagoa dos Patos e Mirim 06 Planaltos Residuais Sul-Amazônicos 17 Depressão do Alto Paraguai-Guaporé 28 Planícies e Tabuleiros Litorâneos 07 Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste 18 Depressão do Miranda 08 Planaltos e Serras de Goiás-Minas 19 Depressão Sertaneja e do São Francisco 09 Serras Residuais do Alto Paraguai 20 Depressão do Tocantins 10 Planalto da Borborema 21 Depressão Perif. da Borda Leste da Bacia do Paraná 11 Planalto Sul-Rio-grandense 22 Depressão Periférica Sul-Rio- grandense 6- CLIMA BRASILEIRO O clima é o comportamento normal ou a sucessão habitual do tempo (meteorológico) durante o ano. Tipos de clima: Quanto à temperatura: quente, temperado e frio. Quanto à umidade: superúmido, úmido, subsumido, semiárido, árido (seco). 6.1 - TROPICAL Tropical: duas estações bem definidas uma chuvosa e quente (no verão) e outra seca com temperatura mais amena (inverno) Temperatura média anual entre 20ºC e 25ºC. Maior ocorrência no Brasil central. Tropical Atlântico: com chuvas no inverno, na zona litorânea. Ocorrência, litoral do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Sua vegetação é a Mata Atlântica. Tropical de Altitude: Temperatura amena, chuvas bem distribuídas. Ocorrência, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná 6.2 - CLIMA EQUATORIAL Apresenta as seguintes características: temperaturas elevadas; chuvas abundantes durante todo o ano, com 3.000 mm de chuvas: reduzida amplitude térmica anual (diferença entre o mês mais quente e o mês mais frio). A vegetação corresponde a Floresta Equatorial. O fenômeno da “friagem” se faz sentir na Planície Amazônica: é uma queda brusca da temperatura, quando a região é atingida por massa fria do polo sul. 6.3 - SEMIÁRIDO Temperaturas elevadas, seca, chuvas irregularmente distribuídas ( com longos períodos de estiagem). A vegetação correspondente é a caatinga. Ocorrência no Sertão Nordestino, vale médio do Rio São Francisco e norte de Minas Gerais (Polígonos das Secas). 6.4- SUBTROPICAL As quatro estações do ano são bem definidas, temperatura amena, chuvas bem distribuídas, alcançando no inverno as temperaturas mínimas do país. Sua vegetação correspondente é a Floresta Subtropical (dos Pinhais) ou Mata Araucária. Ocorrência: Planalto Meridional, (região Sul), abrangendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Brasil é um país de clima quente, portanto, um país tropical. As médias térmicas anuais, em nosso país, variam de 13ºC no Sul a 35ºC no Nordeste. Os extremos de temperatura já registrados são: máxima de 44ºC, em Paratinga, na Bahia, a mínima de 14ºC abaixo de zero, em São Francisco de Paula, Os extremos de pluviosidade são: Serra do Mar, SP (Itapanhaú), com mais de 4.500 mm, Sertão da Paraíba, (Cabaceiras) “polígono das secas” onde chove menos de 280 mm por ano. 6.5 - VENTOS: Noroeste vento quente procedente da Amazônia e que atinge o estado de São Paulo, no final do inverno (agosto-setembro) quando provoca chuvas fortes. Minuano ou pampeiro vento frio que vem da Argentina e do Uruguai, ou seja, massa polar atlântica, nos meses de inverno, provocando períodos de chuva. O homem é responsável por muitas mudanças que estão ocorrendo. Já estamos convivendo com chuva ácida, com o efeito estufa ou aquecimento global, com buraco na camada de ozônio, com desertificação, com desmatamentos e poluição de toda ordem. Até mesmo o EL Niño, fenômeno outrora moderado e limitado aos litorais do Peru e do Equador, se agiganta e desequilibra a atmosfera brasileira prolongando e intensificando as chuvas e as secas. O EL Niño já é conhecido há mais de dois séculos. Ocorria quase todos os anos no Pacífico, nas costas do Peru e do Equador, onde as águas são frias e com grandes cardumes. O fenômeno EL Niño é a chegada de águas quentes (correntes marinhas) que afugentam os cardumes e prejudicam a pesca que é muito importante na região. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 5 O fenômeno EL Niño ocorre por causa dos desequilíbrios de pressão atmosférica existentes no Pacífico, no norte da Austrália e na Indonésia (anticiclone) e no litoral sul-americano (ciclone), nos litorais do Peru e do Equador. O EL Niño desequilibra a atmosfera e a regularidade dos ventos alísios e das correntes marinhas. Nestas últimas décadas ele se tornou mais frequente e mais intenso e já é responsabilizado pelos longos períodos de chuvas em São Paulo e de secas no Nordeste. 7- VEGETAÇÃO BRASILEIRA AS FORMAÇÕES FLORESTAIS OU ARBÓREAS 7.1 - A FLORESTA AMAZÔNICA Também conhecida como floresta latifoliada equatorial ou Hileia, ocupa cerca de 40% do território brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, porção setentrional de Mato Grosso e porção ocidental do Maranhão. Característicade clima quente e superúmido, essa floresta é extremamente heterogênea e densa e apresenta-se dividida em três estratos: igapó: corresponde à porção da floresta que se assenta sobre o nível mais inferior da topografia - a verdadeira planície, ou planície de inundação, onde o solo está permanentemente inundado. Sua principal área de ocorrência é o baixo curso do rio Amazonas; várzea: ocupa a porção do relevo denominada teso ou terraço fluvial, onde as inundações são periódicas; terra firme: corresponde ao trecho da floresta localizado na porção mais elevada do relevo - os baixos planaltos ou baixos platôs -, sendo por isso mais desenvolvida e exuberante. 7.2 - O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DA FLORESTA O aproveitamento econômico da floresta dá-se sobretudo através do extrativismo vegetal, geralmente de produtos tradicionais. Destacam-se a extração de látex para produção de borracha, principalmente no Acre, Amazonas e Rondônia; de castanha-do-pará, no Pará e Amazonas; de guaraná, no Amazonas e Acre. Nenhuma dessas atividades interfere negativamente no equilíbrio ecológico da floresta. O que devasta, na verdade, é a grande extração madeireira que se pratica na região, sem nenhuma preocupação com a preservação ambiental, sem reflorestamento e utilizando como equipamento de trabalho as motosserras e os tratores com seus correntões. Outro problema ambiental grave é a prática de criminosas queimadas realizadas com o objetivo de limpar o terreno para a implantação de enormes fazendas de gado. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 6 7.3 - MATA ATLÂNTICA Formação exuberante, que se assemelha bastante à floresta equatorial, a Mata Atlântica é heterogênea, densa e aparece em diferentes pontos do pais, onde há temperaturas elevadas e alto teor de umidade. Também é chamada de floresta latifoliada tropical úmida da encosta. Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira desde o período colonial, sobretudo na região Nordeste. No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar dificultou a ocupação humana e a exploração florestal. Mas hoje, mesmo nessa área, a extração de madeiras, a abertura de estradas e a poluição industrial têm devastado a Mata Atlântica. As madeiras de lei, como jacarandá, jatobá, jequitibá, cedro, imbuia, etc., sempre atraíram as atenções dos empresários da madeira, para os quais "árvore tem é que dar dinheiro". No interior do Sudeste, a floresta tropical aparecia em quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, sendo por isso denominada de mata da bacia do Paraná, e também já foi quase toda devastada com o avanço da cultura cafeeira em São Paulo e Minas Gerais, no final do século passado e inicio deste. Hoje, seus vestígios correspondem às estreitas faixas de árvores que margeiam os rios da região, sendo, por isso, denominadas matas galerias ou ciliares. 7.4 - MATA DE ARAUCÁRIAS Floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o tropical. Por isso, suas folhas são finas e alongadas (em forma de agulha), a fim de evitar a excessiva perda de umidade. Estendia-se originalmente do sul de Minas Gerais ao norte do Rio Grande do Sul. Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades e sua espécie dominante é a Araucária angustifólia, ou pinbeiro-do- paraná. E uma formação aberta, fato que facilitou sua exploração intensa e não racional. A concentração de pinheiros favoreceu o extrativismo vegetal de tal forma que essa floresta se tornou a principal fonte produtora de madeira do pais, com inúmeras aplicações econômicas, na indústria de móveis, na construção civil ou na indústria de papel e celulose. Também na Mata de Araucárias a preocupação com a preservação foi nula, pois quase não há áreas de reflorestamento e, mesmo quando há, restringe-se ao plantio de eucalipto ou pinus, que fornecem madeiras de qualidade inferior, mas podem ser exploradas em tempo bem mais curto que a araucária. 7.5 - MATA DOS COCAIS Formação de transição típica do Meio-Norte composta pelos estados do Maranhão e do Piau ladeada por climas opostos, o equatorial superúmido oeste e o semiárido a leste. No Maranhão, norte de Tocantins e oeste do Piauí, área um pouco mais úmida, é comum a ocorrência do babaçu, palmeira de 15 a 20 m de altura com cachos de coquilhos em cujo interior encontram-se as amêndoas. Dessas, extrai-se o óleo, que é comercializado com indústrias alimentares e de cosméticos, enquanto o coco é aproveitado como biomassa, na produção de energia; Na área menos úmida, leste do Piauí, litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, encontramos a carnaúba, palmácea de até 20 m de altura. A carnaúba é conhecida na região como “a árvore da providência” porque dela tudo se utiliza. As raízes para infusões medicinais, o tronco para fazer paredes, as folhas para recobrir o teto, o fruto para ser consumido como alimento, as sementes torradas e moídas para substituir o café e a folha para produzir cera, seu produto de maior aproveitamento econômico. O extrativismo do babaçu e da carnaúba não implica devastação, pois aproveitam-se apenas os cocos e as folhas, continuamente reproduzidas pelas palmeiras. No entanto, a expansão pecuarista na região tem provocado grande destruição da vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso tem levado ao agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, que dependem do extrativismo. 7.6 - AS FORMAÇÕES COMPLEXAS CERRADO Ocupando originariamente quase 25% do território brasileiro, é a segunda formação vegetal mais extensa do país; no entanto, vem tendo sua participação diminuída gradativamente. Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas verão chuvoso e inverno seco, o cerrado ocorre em quase todo o Brasil Central, a região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo. Caracterizado pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa (cortiça), geralmente caducifólios e com raízes profundas, sua origem é ainda desconhecida. Para alguns, ele é produto do clima com alternância entre as estações úmida e seca durante o ano. Para outros, sua origem está ligada ao solo extremamente ácido e pobre. Além disso, certos tipos de cerrado resultam da própria ação humana, através de sucessivas queimadas realizadas em um mesmo local. É provável que o cerrado, também denominado savana-do-Brasil, seja na verdade resultado da ação de todos esses fatores ao mesmo tempo. O aproveitamento econômico do domínio do cerrado faz se através da pecuária e da agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja), que vem destruindo a vegetação natural. 7.7 - A CAATINGA A caatinga é uma formação típica do clima semiárido do Sertão nordestino e ocupa cerca de 11% do território brasileiro. Composta por plantas xerófilas, como as cactáceas, com suas folhas em espinhos, as caducifólias, que jogam fora suas folhas, para não perderem água, ou como a própria carnaúba, que produz uma cera que recobre os poros da folha, evitando a transpiração. O principal uso econômico do domínio da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico. Caso não sejam adotadas técnicas mais racionais de uso do solo e não se expanda a construção de açudes e de canais de irrigação,é provável que a médio ou longo prazo desenvolva-se um processo de desertificação do já muito seco Sertão nordestino. 7.8 - O COMPLEXO DO PANTANAL Pantanal corresponde a uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, ocupando uma área de aproximadamente 100 mil km2. Sua altitude média é de 100 m acima do nível do mar, sendo a maior planície inundável do mundo. O Pantanal é, na verdade, um mosaico de paisagens naturais. Há áreas que são alagadas todo ano com as cheias dos rios provocadas pelas fortes chuvas de verão. Há áreas um pouco mais elevadas, que eventualmente são alagadas, e também áreas bem mais elevadas, livres de inundação. Na porção inundável, a vegetação desenvolve-se apenas nas estiagens de inverno. Caracteriza-se como formação rasteira, própria à prática da pecuária. Na porção de alagamento eventual, aparecem arbustos misturados à vegetação rasteira. Nas áreas altas, chamadas "cordilheiras", encontramos espécies dos CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 7 cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se às espécies arbóreas da floresta tropical. A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, realizada em harmonia com o ambiente, sem destruí-lo. No entanto, mais recentemente, o investimento de grandes capitais na região tem sido causa de sérios desequilíbrios ecológicos. A implantação de agricultura comercial, a utilização de agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas realizadas pelas pontes, são alguns dos problemas ligados à ocupação recente do Pantanal. Além desses, destacam-se a caça ilegal de jacarés e a pesca predatória, especialmente na piracema (época de acasalamento dos peixes). 7.9 - AS FORMAÇÕES HERBÁCEAS As formações herbáceas, de características bastante diversificadas, geralmente aparecem em forma de manchas de pequena extensão, distribuídas de maneira descontínua pelo interior do país, em função de vários fatores como a topografia suave ou climas mais frios e secos. Se aparecem exclusivamente gramíneas, denominam-se campos limpos e se as gramíneas estão misturadas a pequenos arbustos, denominam-se campos sujos. Entre as diversas áreas de formação campestre, merecem destaque: campos meridionais: como a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e os Campos de Vacaria. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões. campos da Hileia: são formações rasteiras encontradas nas áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral do Amapá, a ilha de Marajó e o golfão Maranhense; campos de altitude: são formações herbáceas encontradas em grande altitude. Aparecem no Sudeste, na serra da Mantiqueira, e também na Amazônia, na região serrana de Roraima. Proporcionais à extensão do litoral brasileiro, as formações litorâneas apresentam grande variedade. As principais são: • vegetação de praias: são comuns as espécies halófilas, que habitam lugares ricos em sal, como a salsa-de-praia e o jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista; • vegetação de dunas: vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal, criando verdadeiros cordões vegetais; • restingas: misturam espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e o cajueiro, favorecendo a formação de dunas sobre as restingas; • mangues: vegetais que se adaptaram à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas periodicamente pelas águas do mar. Compõem-se de arbustos misturados às espécies arbóreas, quase sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. E no mangue que se realiza, como atividade econômica, a extração de caranguejos e, em menor escala, de ostras. 8- HIDROGRAFIA BRASILEIRA O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas do mundo, destacando-se seus rios quer pela extensão (tamanho), quer pelo volume de água. Os rios brasileiros estão agrupados em seis bacias hidrográficas isoladas e três conjuntos de bacias agrupadas. As bacias isoladas, controladas por um único eixo fluvial (o rio principal), ocupam cerca de 80% do território nacional. Já as bacias agrupadas são menores e apresentam vários eixos que se deslocam todos para uma só direção. Ocupam uma área bem menor, apenas 20% da superfície total do país. As bacias hidrográficas do Brasil estão divididas em bacias principais e bacias secundárias. Bacias principais: • São Francisco • Tocantins-Araguaia • Amazônica • Platina (Paraguai, Paraná e Uruguai) Bacias secundárias: • Nordeste • Leste • Sudeste • Vertente do Amapá 8.1- BACIA AMAZÔNICA É a maior bacia hidrográfica do globo terrestre, estendendo-se por terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma área de 6 892 475 km2, sendo 3 984 467 km2 no Brasil (46,8% do território nacional). Localiza-se nos dois hemisférios, daí a “interferência” que possibilita duas cheias anuais. A Bacia Amazônica recebe ação direta do clima equatorial, cujas precipitações são elevadas todos os meses, gerando um total anual de chuvas da ordem de 2 000 a 2 500 mm. Isso faz com que o rio Amazonas tenha o maior débito do mundo, descarregando no Atlântico cerca de 100 000 m3/s de água, o que significa cerca de 20% da água que todos os rios do mundo despejam em conjunto nos oceanos. O rio Amazonas (7 100 km) é o maior do mundo em extensão e suas nascentes estão localizadas na cordilheira dos Andes. Entra em nosso território na altura de Tabatinga (Amazonas) e passa a se denominar Solimões até receber as águas do rio Negro, próximo a Manaus, quando finalmente recebe o nome de Amazonas. Sua foz é no Oceano Atlântico, em forma mista (estuário-deltaica) Sua largura máxima é de 300 Km na foz - junto à cidade de Óbidos (PA) apresenta sua menor largura 1,5 Km. De toda a enorme extensão que o rio Amazonas percorre da nascente à foz, cerca de 45% corresponde a trecho brasileiro, com 3.165 Km. Nesse trecho, seu desnível total é de 82 m de altura. O rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 450 km de percurso navegável, que é, às vezes, a única opção real de transporte no interior da Amazônia. Outra característica importante da bacia Amazônica é a infinidade de pequenos cursos d'água e canais fluviais criados pela ação dos rios no seu processo de cheia e vazante. São eles: • igarapés: braços de rios ou canais fluviais que partem, de forma perpendicular, do rio em direção à floresta. • paraná-mirins: braços de rios que contornam pequenas ilhas em “meia-lua”, também chamadas “falsas-ilhas”, por serem pequenas elevações do terreno que, em momentos de cheias, são ilhadas por esses canais; • furos: canais marginais que interligam os vários cursos d´água existentes. 8.2 - BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA Ocupa uma área de 803 250 km2 (9,5% da área total do país). Desse espaço, metade pertence ao rio Tocantins e a outra metade ao rio Araguaia, daí a denominação da bacia. O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília, sendo formado pela junção dos rios Alma e Maranhão, cujas cabeceiras estão no Brasil Central, em Goiás. A partir daí, o rio percorre 2 640 km até chegar ao golfão Amazônico. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 8Seu principal afluente é o Araguaia. Esse rio nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás, e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins, definindo aí o contorno da região denominada Bico do Papagaio. Antes disso, porém, o Araguaia circunda uma área que é a maior ilha fluvial do mundo a ilha do Bananal, com cerca de 20 000 km2 de superfície. A bacia apresenta um grande potencial hidrelétrico, mas apenas uma área de produção efetiva de energia elétrica, que é a usina de Tucuruí, no sul do Pará. Quanto ao percurso navegável, é também pouco extenso, cerca de 935 Km aproveitáveis, distribuídos por trechos descontínuos. Lançam suas água no estuário de Marajó (portanto só se encontra com o Amazonas na foz) 8.3 - BACIA DO SÃO FRANCISCO Ocupa uma área de 631.133 Km2 (7,4%da superfície do país), drenando terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, região de clima tropical chuvoso, e toma a direção norte, atravessando o Sertão nordestino, área de clima semiárido, indo desembocar no litoral oriental do Nordeste, sob clima tropical úmido. Logo após a descida da serra da Canastra, temos a usina de Três Marias. No interior do Sertão nordestino, é o rio que marca os limites entre os estados da Bahia e de Pernambuco, onde se instalou a represa de Sobradinho, que tem a função de regularizar o nível do rio. Em seguida, o São Francisco se desvia para leste, até a fronteira da Bahia com Alagoas, onde estão montadas as quatro usinas do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso. A partir desse ponto, o rio inicia a descida do planalto, onde foi construída a usina de Xingó, e vai desaguar no Atlântico, na divisa entre Alagoas e Sergipe. O São Francisco é um rio de planalto, possui 1.300 km de extensão navegável, em um trecho que se estende de Pirapora (Minas Gerais) a Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), e de Marechal Floriano (AL) à foz. É a única grande bacia genuinamente brasileira. Possui 3.161 Km de extensão e recebe diversas denominações: • Nilo Brasileiro • Rio da Integração e Unidade Nacional • Rio dos Currais 8.4- BACIA PLATINA (Bacia do Paraná, Paraguai e Uruguai) 8.4.1 - BACIA DO PARANÁ A bacia do Paraná ocupa uma área de cerca de l,4 milhão de km2. A bacia do Paraná drena a porção centro-meridional do país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tem como eixo principal o rio Paraná. O rio Paraná é o décimo sétimo do mundo em extensão, com seus 2 940 km. Nasce na confluência de dois outros rios importantes: o rio Paranaíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e o rio Grande, que separa Minas Gerais de São Paulo, definindo-se aí a região conhecida como Triângulo Mineiro. A partir daí, o rio Paraná toma a direção sul e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul. Adiante, serve de limite entre o Paraná e Mato Grosso do Sul e, mais à frente, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Daí em diante, penetra em território argentino e vai desembocar no rio da Prata. O rio Paraná tem como principais afluentes os rios Verde, Pardo e Ivinheima, na margem direita, e os rios Tietê, Paranapanema e lguaçu, na margem esquerda. Tanto o rio Paraná como os seus afluentes da margem esquerda estão descendo planaltos através de inúmeras quedas d'água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico disponível para aproveitamento. Sua localização, próxima ao grande parque industrial do Sudeste, garante-lhe o primeiro lugar em produção hidrelétrica efetiva no país. A navegabilidade dessa bacia é muito pequena devido à topografia. Mesmo assim, o percurso navegável é de 3 370 km, utilizando-se de trechos planos entre as quedas. É o que ocorre num trecho de 500 km de extensão no rio Paraná entre as quedas CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 9 de Urubupungá e Itaipu. Nos locais onde foram instaladas eclusas, como em Barra Bonita, no rio Tietê, a navegação também é possível. A eclusa Uma eclusa fluviaI é composta basicamente de uma câmara com dois muros laterais, limitados nas duas extremidades por duas comportas e, no fundo, um piso ou soleira. Quando se quer que uma embarcação atinja um nível mais baixo, faz-se com que ela entre nessa câmara cheia, que depois é esvaziada. A embarcação desce com a água e atinge o nível mais baixo. Para que uma embarcação suba de nível, realiza-se o processo inverso. 8.4.2 - BACIA DO PARAGUAI Sua área é de 345 701 km2 (4% do território nacional). O rio Paraguai nasce em terras do Centro-Oeste, na serra do Araporé, em Mato Grosso, a cerca de 100 km de Cuiabá. A partir daí, toma a direção sul, atravessando a enorme planície do Pantanal, no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul. Ao atravessar a planície do Pantanal, o rio Paraguai recebe muitos afluentes, como o Pilcomayo e o Bermejo, na margem direita, e o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa, na margem esquerda. Essa grande rede hidrográfica, devido ao mínimo desnível que a planície apresenta, tem um grave problema de escoamento durante as chuvas de verão. Nessa estação, toda a região sofre um intenso processo de inundação, daí a denominação Pantanal (ou, de acordo com os índios guaranis, o grande mar de Xaraiés). Após atravessar a planície do Pantanal, o rio entra em território paraguaio, cortando de nordeste para sudoeste a grande depressão do Chaco. Finalmente, deságua no rio Paraná, já em território argentino, próximo à cidade de Corrientes. Percorrendo 2 078 km (1 400 km em território brasileiro), o rio Paraguai tem na navegação o seu maior destaque econômico, seu trecho navegável é de Cárceres (MT) até Assunção. Corumbá, Porto Esperança e Porto Murtinho são os principais portos fluviais do Rio Paraguai. A bacia como um todo possui 2 345 km navegáveis, por onde circulam muitas das mercadorias da região, com especial ênfase aos minérios de ferro e manganês, extraídos do maciço de Urucum e embarcados pelos portos de Corumbá e Porto Murtinho, ambos no rio Paraguai. 8.4.3 - BACIA DO URUGUAI Ocupa uma área de 1 78 235 km2 (2,1% do território nacional). O rio Uruguai, eixo da bacia, é formado pela junção do rio Canoas, que vem de Santa Catarina, com o rio Pelotas, que vem do Rio Grande do Sul. Quando atinge a fronteira com a Argentina, após ter feito a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sofre um desvio para o sul e separa as terras do Brasil e da Argentina. Posteriormente, faz a divisa entre a Argentina e o Uruguai, e daí segue até a foz, próximo a Buenos Aires, onde desemboca no rio da Prata, após ter percorrido uma extensão de 1 500 km. É muito pouco aproveitado, seja para a geração de energia, seja para o transporte fluvial. O percurso navegável dessa bacia é de apenas 625 km. A maior parte dessa extensão localiza-se entre os portos de São Borja e Uruguaiana, no próprio rio Uruguai. Apresenta apenas três importantes afluentes, todos na sua margem esquerda, em território sul-rio-grandense: o Ijuí, o Ibicuí e o Quaraí. 8.4.4 - BACIAS AGRUPADAS O Brasil possui três conjuntos de bacias agrupadas: bacias do Nordeste, do Leste e do Sudeste. As bacias do Nordeste ocupam uma área de 884 835 km2 (10,3% da superfície do país) e apresentam uma extensão navegável de 4.498 km. Esse conjunto de bacias abrange uma extensa porção do Nordeste, que vai do Maranhão até Alagoas. Caracteriza-se por dois tiposdiferentes de rios: • rios perenes: apresentam-se com água o ano todo e predominam no trecho ocidental da região. Destacam-se o rio Parnaíba, nasce na Serra de Tabatinga e separa o Maranhão do Piauí, onde foi instalada a usina hidrelétrica Castelo Branco. Entre os outros rios perenes, temos o Mearim, o Pindaré, o Grajaú e o ltapecuru; • rios temporários: ficam parcial ou totalmente sem água durante os longos períodos de estiagem. Predominam na porção mais interior da região, além do litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte. Nessa área encontramos inúmeras obras • os açudes - que visam reter a água do período chuvoso para amenizar o efeito do longo período de estiagem. Destaque-se ai o famoso açude de Orós, no rio Jaguaribe, no Sertão cearense. Como exemplo de outros rios temporários, temos o Acaraú, o Apodi e o Piranhas. As bacias do Leste estendem-se desde Sergipe até o litoral paulista, ocupando uma área de 569 310 km2 (6,7% do território nacional). Compõem-se de inúmeros rios que descem diretamente dos planaltos e serras para o oceano, apresentando, por isso, inúmeras corredeiras e quedas-d'água, o que dificulta muito a navegação. A extensão do percurso navegável dessa bacia é de 2 253 km. Os principais rios são: • o Paraguaçu, que tem sua foz em Salvador; • o Jequitinhonha, que atravessa o nordeste de Minas Gerais, de clima semiárido, e desemboca no sul da Bahia; • o Doce, que nasce na Serra da Mantiqueira, após atravessar a rica região ferrífera de Minas Gerais, deságua no litoral do Espírito Santo, ao norte de Vitória, no seu vale se concentram importantes usinas siderúrgicas. Possui 980 Km de extensão. • o Paraíba do Sul, que nasce na serra da Bocaina (SP), bem próximo da capital paulista é formado pela junção dos rios Paraibuna e Paraitinga, corre entre as serras do Mar e da Mantiqueira em direção ao norte do Rio de janeiro, onde desemboca no Atlântico, através de um delta de 60 km de largura. Possui 1.019 Km de extensão As bacias do Sudeste ocupam uma área de 223 688 km2 (2,8% do território nacional), estendendo-se do litoral sul de São Paulo até o Rio Grande do Sul. Compõem-se predominantemente de rios planálticos e, portanto, com poucas possibilidades para a navegação. A extensão do percurso navegável é de 1186km. Destacam-se nessa bacia os seguintes rios: • Ribeira de Iguape, no litoral sul de São Paulo; • Itajaí, no leste catarinense; • Tubarão, na região carbonífera do sudeste de Santa Catarina, • Jacuí, que vem do norte do Rio Grande do Sul e sofre um desvio para leste, indo até a capital Porto Alegre, quando muda o nome para Guaíba e desemboca na lagoa dos Patos. São os rios de vertente do Amapá: • Oiapoque (Brasil-Guiana Francesa), • rio Amapá • rio Araguari. Os rios da “Mesopotâmia Maranhense” são: • Pindaré, • Mearim, • Grajaú e • Itapecuru. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 10 9-0 - O LITORAL BRASILEIRO O litoral brasileiro inicia-se no extremo norte da costa do Amapá, ponto marcado pela foz do rio Oiapoque, que, após fazer a divisa entre Brasil e Guiana Francesa, desemboca no oceano Atlântico, na altura do cabo Orange, e termina no extremo sul do país, onde está situado o arroio Chuí, pequeno riacho que faz a divisa entre Brasil e Uruguai. Apresenta uma longa extensão, que, em linha reta, corresponde a 7.367 km e que aumenta para 9.198 km se considerarmos todas as suas saliências e reentrâncias. É por ser assim tão grande que esse litoral costuma ser estudado a partir de uma divisão em três partes: setentrional, oriental e meridional. 9.1 - O LITORAL SETENTRIONAL Esse trecho do litoral brasileiro vai do cabo Orange, no Amapá, até o cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, estendendo-se por 2 465 km. Caracteriza-se por apresentar um relevo muito raso, devido à extensa plataforma continental, o que o torna facilmente inundável, daí o domínio dos manguezais, particularmente nos litorais do Amapá e do Pará. A partir daí, nos litorais do Maranhão, Piauí e Ceará, encontramos a predominância das praias e das dunas. No litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará, o destaque fica com a presença das salinas. Como principais acidentes geográficos, temos o golfão Amazônico (onde está a foz do rio Amazonas), que abriga, entre outras, a ilha de Marajó (a maior do Brasil). No Maranhão, temos o golfão Maranhense, onde se localizam a baía de São Marcos e a ilha de São Luís, que abriga a capital do estado, a cidade de São Luís. Nesse litoral, destacam-se ainda os portos de Santana, no Amapá, Belém, no Pará, Ponta da Madeira, no Maranhão, e Areia Branca, no Rio Grande do Norte. A principal atividade pesqueira desenvolvida nessa porção do litoral é a pesca de camarão, a maior do Brasil, particularmente no litoral amapaense. 9.2 - O LITORAL ORIENTAL Começa no cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, e vai até o cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, estendendo-se por 2 640 km. Caracteriza-se pelo domínio das barreiras e dos recifes, particularmente no litoral pernambucano. Há ainda uma série de praias intercaladas entre as barreiras, algumas até com dunas, além de alguns recifes de corais, como o atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e o atol de Abrolhos, na Bahia. Os principais acidentes geográficos são a ponta do Seixas (Paraíba), as ilhas de Itamaracá (Pernambuco) e de Itaparica (Bahia), o Recôncavo Baiano e as baías de Todos os Santos, Ilhéus e Cabrália, todos na Bahia, além do arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco) e das ilhas oceânicas de Trindade e Martin Vaz, a 1.000 km do litoral do Espírito Santo. Destacam-se também os portos de Recife, em Pernambuco, Salvador e Ilhéus, na Bahia, e Vitória Tubarão, no Espírito Santo, Cabedelo e Malhado. Na pesca, o destaque é a captura da lagosta em toda a costa nordestina. A produção petrolífera é a maior do país, concentrada na bacia de Campos (Rio de Janeiro). 9.3 - O LITORAL MERIDIONAL Essa parte do litoral brasileiro tem 2 262 km de extensão, começando no cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, indo até o arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Caracteriza-se pela diversidade, onde se misturam praias, restingas formadoras de lagoas como Araruama e Maricá (Rio de Janeiro), Patos e Mirim (Rio Grande do Sul), intercaladas com paredões abruptos - as falésias - quando a serra do Mar chega até o oceano. São típicas do litoral entre Ubatuba (São Paulo) e Parati (Rio de Janeiro) e do litoral de Torres (Rio Grande do Sul). Os acidentes geográficos mais importantes são as ilhas Grande (Rio de Janeiro), de São Vicente, Guarujá e São Sebastião (São Paulo), Santa Catarina (onde está Florianópolis) e as baías da Guanabara (Rio de Janeiro) e de Guaratuba (Paraná). Merece destaque ainda Cabo Frio (Rio de Janeiro), importante área salineira. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 11 Os principais portos do Brasil estão nesse litoral, tais como Rio de Janeiro, Santos, São Sebastião, Paranaguá e Rio Grande. Na pesca, sobressaem o camarão e a sardinha, principalmente nos litorais gaúcho e catarinense. As ilhas oceânicas brasileiras são: Trindade, Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, rochedos (penedos) São Pedro e São Paulo, ilha Martim Vaz (é o ponto mais afastado do litoral, a 1.155Km da costa, na direção do Espírito Santo). Duas correntes marinhas afluem para o litoral brasileiro: Corrente Sul-Equatorial (quente) e Corrente das Falklands ou Malvinas (fria). A corrente das Guianas, que é um braço da Corrente Sul-Equatorial, percorre parte do litoral Norte. Corrente do Brasil( a mais importante para nós), banha o litoral oriental (todo o NE e SE). A Corrente das Falklands atinge o litoral sul e sudeste do Brasil, terminando em Cabo Frio (RJ). Mar territorial é a faixa de mar que pertence a um país. O mar territorial brasileiro atualmente abrange a faixa de 200 milhas, cobrindo a Plataforma Continental, de importância fundamental para a pesca, exploração de petróleo e comércio. 9.4 - TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO O projeto de transposição do rio São Francisco, iniciado em 2007, prevê a construção de 720 quilômetros de canais que irão transferir de 1% a 3% das águas do Velho Chico para pequenos rios e açudes que atualmente secam durante a estiagem do semiárido nordestino. O governo acredita que a obra beneficiará 12 milhões de pessoas e estimulará a agricultura nas áreas atingidas. Os estados doadores das águas – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – devem ganhar compensações em obras de revitalização da bacia do rio. 10 - AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL FATORES NATURAIS, HUMANOS E ECONÔMICOS Diversos elementos do quadro natural podem contribuir, positiva ou negativamente, para o desenvolvimento da agricultura. Entre esses elementos, destacam-se o clima e o solo. O clima é, sem dúvida, o elemento natural que mais influencia a produção agrícola. Caracteriza-se pela ação da temperatura, umidade, chuvas e, em menor escala, ventos. O solo é um importante elemento do quadro natural para o desenvolvimento agrícola, pois suporta e sustenta o vegetal. A análise do fator humano na agricultura envolve aspectos relacionados à mão-de-obra (número de trabalhadores e sua especialização) e as relações de trabalho. Em regiões mais atrasadas, o número de trabalhadores agrícolas é bastante alto em relação à extensão da área de cultivo, significando que não há grande utilização de equipamentos mecânicos e indicando uma reduzida produtividade dessa lavoura, característica de uma agricultura pobre. Já nas regiões mais desenvolvidas, observa-se o contrário, com uma intensa mecanização da agricultura, resultando em pouca mão-de-obra para uma alta produtividade. É possível distinguir dois grandes objetivos do trabalho agrícola: • abastecer o próprio grupo que trabalha a terra e gerar um pequeno excedente de troca, correspondendo à chamada lavoura de subsistência ou de pequeno mercado; • produzir exclusivamente para o grande mercado, interno ou externo, correspondendo à chamada lavoura comercial. A remuneração do trabalho na agricultura também é realizada de duas formas mais comuns: • primitiva, em que o trabalhador recebe como pagamento o direito de morar e plantar na terra de terceiros, ou o direito de ficar com uma parte da colheita, dando o restante ao dono da terra; • moderna, que corresponde ao trabalho assalariado, que pode ser permanente ou temporário, dependendo das condições econômicas, sociais e políticas de cada região. Os fatores econômicos determinam claramente a diferença entre agricultura moderna e primitiva. 10.1 - OS SISTEMAS AGRÍCOLAS A análise de um sistema agrícola considera três fatores dominantes: a terra, o trabalho e o capital. O fator terra predomina nas regiões subdesenvolvidas do globo, onde a produção está diretamente relacionada com a extensão da área cultivada, pois não conta com investimentos de capital e tecnologia. Esse sistema, definido como de uso extensivo da terra, aparece sob diversas formas, destacando-se a agricultura itinerante ou roça tropical, na qual o agricultor ocupa áreas florestadas, realizando o desmatamento e a queimada. Com isso, o solo se esgota precocemente, as terras são abandonadas e o agricultor se muda para nova área, onde repetirá o processo. O fator trabalho predomina também em regiões subdesenvolvidas, onde há grande utilização de mão-de-obra. Esse tipo de agricultura que considera o fator trabalho é característico de região de grande densidade demográfica, comum no Sudeste Asiático e Extremo Oriente, onde recebe o nome de agricultura de jardinagem. O capital é um fator que predomina na agricultura dos países desenvolvidos e de algumas regiões de países subdesenvolvidos. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 12 A agricultura moderna ou comercial é desenvolvida em pequenas, médias ou grandes propriedades, com larga aplicação de recursos técnicos e capital 10.2 - A AGRICULTURA NO BRASIL A agricultura sempre foi uma atividade econômica muito importante para o pais. Embora atualmente a maior parte da produção econômica nacional tenha sua origem na atividade industrial, a agricultura ainda ocupa um lugar de destaque, empregando mais de 20% da mão-de-obra ativa e produzindo cerca de 25% da renda das exportações nacionais. 10.3 - A AGRICULTURA BRASILEIRA E O QUADRO NATURAL A agricultura brasileira sofre basicamente a influência de dois grandes fatores naturais: o solo e o clima. No Brasil, há pelo menos dois tipos de solo considerados extremamente férteis. Um é a terra roxa, solo de origem vulcânica, que aparece na área drenada pela bacia do Paraná. Outro é o massapé, solo muito profundo e argiloso, que aparece na Zona da Mata nordestina. Por outro lado, enfrentamos inúmeros problemas no uso do solo, tais como o plantio em declives, que acelera a erosão, e a prática de queimadas, que empobrece o solo. Entre os aspectos climáticos que favorecem a atividade agrícola no pais, destaca-se a tropicalidade. O predomínio de altas temperaturas e de alta pluviosidade na maior parte do território, durante o ano todo, permite um desenvolvimento da produção vegetal ininterrupto. O outro aspecto favorável é a diversidade climática, permitindo que se desenvolvam os mais diferentes tipos de vegetais. Os aspectos desfavoráveis da ação do clima na agricultura estão ligados aos extremos climáticos, tais como as áreas excessivamente chuvosas (Amazônia Ocidental) ou com escassez de pluviosidade (Sertão nordestino). Esses extremos também ocorrem devido à diversidade climática. No Sul e em parte do Sudeste, o rigor das temperaturas dificulta certas produções, principalmente em áreas sujeitas à ocorrência de geadas e, eventualmente, de neve. 10.4- AS RELAÇÕES TRABALHISTAS NA AGRICULTURA BRASILEIRA Existem diversas formas de trabalho no meio rural brasileiro, sendo comum os trabalhadores rurais atuarem em pelo menos duas delas ao mesmo tempo. O total de trabalhadores rurais no país é atualmente de 17,8 milhões de pessoas o que corresponde a 21,1% da população economicamente ativa do país. As principais formas de trabalho são: • posseiros: lavradores que se instalam em terras que não lhes pertencem legalmente, ou seja, terras devolutas (do governo) ou de terceiros; • parceiros: lavradores que trabalham na terra de outra pessoa, com a qual dividem a produção obtida. Quando a divisão é de 50%, o trabalhador é chamado meeiro; • pequenos proprietários: trabalhadores que cultivam sua própria terra, tanto para atender às necessidades de suas famílias, quanto para destinar a produção ao mercado local; • arrendatários: agricultores que alugam a terra de alguém e pagam seu uso em dinheiro. Em geral, dispõem de um certo capital e de equipamentos; • assalariadospermanentes: trabalhadores que moram nas propriedades em que trabalham, mantendo vínculo empregatício com registro profissional e todos os direitos legais; • assalariados temporários: agricultores que trabalham contratados por dia, tarefa ou empreitada, sem direito a morarem na terra. Geralmente habitam a periferia das cidades e se deslocam diariamente para o trabalho no campo; • não-remunerados: corresponde ao grupo familiar do trabalhador composto pelos seus dependentes, mulher e filhos, que o ajudam no trabalho rural sem serem remunerados pela atividade. • Grileiro: é um termo que designa quem falsifica documentos para, de forma ilegal, tornar-se dono por direito de terras devolutas ou de terceiros ou ainda quem está na posse ilegal de prédios ou prédios indivisos, por meio de documentos falsificados. 10.5 - O EXTRATIVISMO VEGETAL A atividade extrativista corresponde à retirada de bens fornecidos pela natureza, nos remos mineral, vegetal e animal. O extrativismo é realizado de forma primitiva, sem aplicação de recursos técnicos e de capital, objetivando apenas a subsistência do grupo familiar e um pequeno excedente de troca. Quando a retirada se faz em moldes modernos, com o uso de recursos de capital e tecnologia, mão-de-obra assalariada, pessoal especializado, máquinas, etc., passa a ser considerada atividade industrial. Essa tendência é crescente em quase todo o planeta. Há uma classificação do aproveitamento vegetal considerando três grandes sistemas, conforme as técnicas utilizadas e a intensidade da destruição da cobertura vegetal. São eles: sistema primitivo: característico das regiões mais atrasadas, onde a população utiliza os produtos coletados para sua própria subsistência ou para abastecer um incipiente mercado local. A destruição da vegetação é muito pequena, recuperando-se facilmente; sistema colonial: característico de regiões subdesenvolvidas, onde o grande capital, nacional ou estrangeiro, visa explorar os recursos vegetais em grande escala para exportação. E um sistema altamente predatório, sem nenhuma preocupação com a conservação ou recuperação da área vegetal destruída; sistema moderno: corresponde à silvicultura, realizada por empresas que investem muito capital e tecnologia, obtendo um grande aproveitamento dos recursos vegetais. E uma forma de exploração racional, pois substitui a floresta nativa pela cultivada. Esse sistema de aproveitamento vegetal é característico das regiões mais desenvolvidas. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 13 10.6 - EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL O extrativismo vegetal no Brasil, embora seja uma atividade bastante pobre e de pequena participação na economia nacional, tem grande importância socioeconômica nas regiões em que ocorre, principalmente na Amazônia e no Nordeste. Nessas regiões, as necessidades econômicas da população rural acabaram levando milhares de pessoas a se envolverem com a coleta vegetal. A grande diversidade climato-botânica do Brasil favoreceu uma atividade extrativista diversificada. Os principais produtos obtidos pelo extrativismo vegetal no Brasil são látex, óleos e ceras. A mais importante espécie produtora de látex é a seringueira (Hevea brasiliensis). A borracha também pode ser obtida de outras espécies, como o caucho, a maniçoba e o mucujê. A resina desse último é utilizada na fabricação de chicletes. Uma das mais importantes espécies produtoras de óleo é a palmeira de babaçu denominada uauaçu pelos índios. Produz cocos que contêm um óleo na industrialização do sabão, margarina, produtos químicos, entre outros. O bagaço do babaçu, depois de extraído o óleo, é utilizado na indústria de ração para animais A mamona, planta muito comum no Brasil, é produtora de óleo de rícino. Seu bagaço é utilizado como biomassa ou como adubo orgânico. A castanha-do-pará, uma grande e bela árvore amazônica, produz um ouriço cujas sementes são utilizadas na indústria de óleos comestíveis e produtos cosméticos. A oiticica, árvore de copa baixa, típica de áreas secas, também tem sementes oleaginosas, utilizadas na indústria de tintas e vernizes. O destaque na produção de cera fica com a carnaúba, denominada "árvore da providência", pois dela tudo se aproveita - tronco, galho, folhas, raízes, frutos e sementes. Porém, a cera que recobre as folhas é seu maior produto econômico, sendo utilizada nas indústrias de graxas, ceras domésticas, acetato para discos, pilhas, lâmpadas incandescentes, papel-carbono, sabonete e batom. 11 - A MINERAÇÃO NO BRASIL Num país de dimensões continentais como o Brasil, é natural que haja abundância e grande variedade de minérios. No entanto, alguns ocorrem em quantidade surpreendente, mas outros são escassos. Veja o quadro a seguir. CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS MINERAIS SUFICIENTE DEFICIENTE CARENTE alumínio chumbo enxofre calcário cobre iodo diamante estanho mercúrio ferro ouro nitrato manganês Petróleo* platina urânio prata potássio Entre os principais minérios e minerais extraídos no país, destacam-se: o ferro; o manganês; bauxita. Ferro é o mais importante recurso mineral explorado no Brasil. Os minerais de ferro surgem em terrenos proterozóicos, podendo ser classificada como minério a rocha que apresentar teor metálico superior a 40%. No Brasil, o mais explorado e exportado é a hematita, que apresenta entre 55% e 65% de teor metálico. As principais áreas de ocorrência de minério de ferro no Brasil são: • Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas Gerais; • maciço de Urucum, no pantanal Mato- grossense; • serra dos Carajás, no Pará. Manganês é o segundo recurso mineral mais exportado pelo Brasil. Sua importância econômica está relacionada com sua utilização indispensável no setor siderúrgico. Embora encontrado em vários estados, como: • Pará (Carajás) • Mato Grosso do Sul (Urucum) • Minas Gerais (Quadrilátero Central) a maior produção ocorre no Amapá (cerca de 60% do total produzido no país), mas as reservas localizadas na serra do Navio, nesse estado, estão praticamente esgotadas. As principais áreas de ocorrência de bauxita no Brasil estão localizadas no: • Pará (Carajás e Oriximiná) • Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto) • Nas proximidades do rio Trombetas, em Oriximiná, localiza-se uma das maiores reservas mundiais desse minério. Sal é explorado sobretudo no Nordeste, sendo o Rio Grande do Norte responsável por mais de dois terços da produção nacional. Calcário é de grande importância como material de construção civil cimento e cal - e para a agricultura, onde é utilizado como corretivo do solo. Ocorre em quase todo o Brasil. Nióbio: O Brasil detém 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio no mundo, e mais de 90% do total do minério presente no planeta Terra. As jazidas estão presentes em 3 cidades brasileiras: 61% proveniente de Araxá (MG), 21% das reservas em Catalão (GO) e outros 12% em São Gabriel da Cachoeira (AM) 12 - OS RECURSOS ENERGÉTICOS Entre os principais recursos energéticos utilizadospelo homem, destacam-se os combustíveis fósseis, assim denominados devido à sua origem, relacionada à deposição de restos de seres CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 14 vivos em eras geológicas passadas. Os mais importantes combustíveis fósseis são o petróleo e o carvão mineral. Com o passar dos anos essa continua superposição de camadas na crosta terrestre fez aumentar a pressão e o calor sobre os depósitos orgânicos, provocando neles reações químicas que resultaram em gás natural e petróleo. O petróleo é fluido, sendo encontrado em regiões sedimentares, nos poros das rochas armazenadoras como o arenito, dominante no Brasil. O petróleo é o produto mineral mais importante do século XX, pois, além de ser utilizado em larga escala como fonte de energia, através de derivados como o óleo diesel, o querosene, a gasolina e o gás liquefeito, também possibilita a fabricação de solventes, borracha sintética, fertilizantes, plastificantes, fibras de náilon e outros produtos indispensáveis à economia moderna. 12.1 - O PETRÓLEO NO BRASIL Em 1932, foi instalada em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a Destilaria Sul-rio-grandense. Em 1936, duas refinarias de petróleo foram inauguradas: a Matarazzo, em São Caetano do Sul (São Paulo), e a Ipiranga, em Rio Grande (Rio Grande do Sul). Em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que visava regular e controlar as atividades ligadas a esse recurso. Em 1939, na localidade de Lobato, no Recôncavo Baiano, finalmente jorrou petróleo em condições comerciais pela primeira vez no país. Por fim, em 1 953, durante o governo de Getúlio Vargas, foi assinada a Lei n.º 2004 criando a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás). A Petrobrás deteve, durante 42 anos, o monopólio nas seguintes atividades: e pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e outros hidrocarbonetos, fluidos e gases raros em território nacional; refino do petróleo nacional e estrangeiro; transporte marítimo de cabotagem, isto é, costeiro, e transporte terrestre por oleodutos de petróleo e derivados; importação e exportação de petróleo e derivados. A exploração de petróleo no Brasil é realizada nas bacias sedimentares, que totalizam 3,2 milhões de km2 na parte terrestre e quase 1 milhão de km2 na plataforma continental. Entre as principais bacias produtoras, destacam-se: bacia de Campos, principal área produtora do país, na plataforma continental, onde se destacam ainda trechos do litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; bacia do Recôncavo Baiano, importante área produtora de petróleo no continente; bacia do Nordeste, entre Sergipe e Alagoas, que produz cerca de 15 % do petróleo brasileiro. VALOR DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO/DIA - 2010 1 Arábia Saudita (OPEP) 10,521 2 Rússia 10,146 3 Estados Unidos 9,688 4 República Popular da China 4,273 5 Irã (OPEP) 4,252 6 Canadá 3,483 7 México 2,983 8 Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,813 9 Brasil 2,719 10 Nigéria (OPEP) 2,458 11 Kuwait (OPEP) 2,450 12 Iraque (OPEP) 2,408 13 Venezuela (OPEP) 2,375 14 Noruega 2,134 15 Angola (OPEP) 1,988 12.2 - O CARVÃO MINERAL O carvão mineral é um combustível fóssil cuja origem está relacionada ao soterramento de antigas florestas. O carvão mineral foi a principal fonte energética do planeta até fins do século XIX. No século XX, sua importância declinou graças ao crescimento da produção e das possibilidades econômicas do petróleo. No entanto, o carvão continua sendo uma das mais importantes fontes energéticas, bem como matéria-prima indispensável à indústria, uma vez que é produto básico na fabricação do aço. No Brasil, a produção é pequena, não atendendo sequer ao consumo interno. Entre as causas da pequena produção nacional de carvão, destacam-se: • país não dispõe de grandes reservas; • carvão nacional é de baixa qualidade; • as técnicas de extração e o sistema de escoamento são precários, determinando um preço mais elevado que o do carvão importado. As principais áreas produtoras no país localizam-se nos terrenos permo-carboníferos da região Sul, particularmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é responsável por mais de dois terços da produção nacional, uma vez que possui as únicas reservas conhecidas aproveitáveis na siderurgia, ou seja, produção de carvão-coque. Suas principais áreas carboníferas situam-se na bacia do rio Tubarão, onde se destacam os centros de Criciúma e Siderópolis. No Rio Grande do Sul, o destaque fica com o carvão vapor, utilizado em ferrovias e termelétricas. As principais jazidas são encontradas no vale do rio Jacuí. 12.3 - O GÁS NATURAL NO BRASIL A utilização do Gás Natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo Baiano. Depois de alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas eram destinadas quase em sua totalidade para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a refinaria Landulfo Alves e o Polo Petroquímico de Camaçari. Reservas Brasileiras de Gás Natural. As reservas de Gás Natural brasileiras são, comprovadamente, de aproximadamente 313 bilhões de m3, suficientes para suprir o consumo atual por 20 anos. Mais de 50% de nossas reservas estão localizadas na Bacia de Campos e o restante (49,8%) distribuídas nas demais unidades operativas da Petrobras (Santos, Solimões e Amazonas). A maior parte está localizada no offshore, onde se concentram 252,6 bilhões de m3. Grande parte das reservas está localizada em lâmina d'água superior a 1.000 m. CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 15 Incentivos tributários concedidos na maioria dos Estados e a perspectiva do barateamento no custo do insumo, com a renegociação do gás importado da Bolívia, somados à exploração das novas reservas descobertas pela Petrobrás, são os responsáveis pelo incremento do uso do Gás Natural em todo o Brasil. Tudo isso é o motor propulsor para o aumento cada vez maior do número de conversões de veículos. GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA O Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como Gasbol, é uma via de transporte de gás natural entre a Bolívia e o Brasil com 3.150 quilômetros de extensão, sendo 2.593 em território brasileiro (trecho administrado pela TBG) e 557 em território boliviano (trecho administrado pela GTB). A construção, funcionamento e comércio do gás é regido pelo acordo Tratado de La Paz redigido em 1996. E começou a ser construído em 1997, iniciando sua operação em 1999. Mas esteve plenamente operativo somente em 2010, com o objetivo de que o gás natural chegue a 15% de todo o consumo energético brasileiro. O então presidente Fernando Henrique Cardoso teve grande empenho para a realização do projeto e inaugurou as primeiras etapas. REFINÁRIAS DA PETROBRÁS Além das refinarias brasileiras, a Petrobras também possui duas outras na Bolívia, adquiridas em 1999: o Refinarias Guilhermo Elder Bell o Gualberto Villarroel As unidades industriais da Petrobras se completam com duas fábricas de fertilizantes nitrogenados: o FAFEN, localizadas em Laranjeiras, Sergipe, e em Camaçari, Bahia. Operam ainda no Brasil duas refinarias que pertencem a grupos privados: o RefinariasIpiranga, no Rio Grande do Sul o Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro Em suas instalações de refino, a Petrobras tem capacidade para produzir cerca de 1 milhão 800 mil barris de derivados por dia, atendendo à demanda interna e gerando excedentes que são exportados. A participação do petróleo produzido no Brasil na carga das refinarias é de cerca de 70%; o restante representa petróleo importado para complementar o consumo brasileiro de derivados, que é de cerca de 1,69 milhão de barris por dia. Entre os principais fornecedores de petróleo ao Brasil estão a Nigéria, a Arábia Saudita, a Argentina e a Venezuela. REFINARIAS DA PETROBRAS SIGLA NOME CIDADE UF RLAM Refinaria Landulpho Alves Mataripe, BA RPBC Refinaria Presidente Bernardes Cubatão SP REDUC Refinaria Duque de Caxias Campos Elíseos RJ REGAP Refinaria Gabriel Passos Betim MG REFAP Refinaria Alberto Pasqualini Canoas RS REPLAN Refinaria de Paulínia Paulinia SP REMAN Refinaria de Manaus Manaus AM RECAP Refinaria de Capuava Capuava SP REPAR Refinaria Presidente Getúlio Vargas Araucária PR REVAP Refinaria Henrique Lage São. José dos Campos SP ASFOR Fábrica de Asfalto de Fortaleza Fortaleza CE 13 - A PECUÁRIA Pecuária é a atividade relacionada à criação de gado, ou seja, à criação de determinados rebanhos com fins econômicos. Tem como principais objetivos a produção de alimentos e de matérias-primas, além da criação de animais de tração e transporte. OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO Definem-se dois grandes sistemas de criação: o extensivo o intensivo Lembrando que existem alguns outros intermediários que misturam características dos dois primeiros. sistema extensivo: No sistema de pecuária extensiva, a criação é considerada de pior qualidade, pois a pecuária é realizada com o gado solto no pasto sem grandes cuidados com sua saúde e higiene. E um sistema que exige espaço, porém requer pequena quantidade de mão-de-obra. O sistema extensivo, portanto, é de baixa produtividade, sendo característico de regiões subdesenvolvidas. sistema intensivo: O sistema de pecuária intensiva possui características opostas, pois é considerado de alta qualidade. O gado é criado em estábulos, recebendo cuidados com alimentação, saúde e higiene. Pode ser realizado em pequenas propriedades, porém exigindo CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 16 grande investimento, tanto em pessoal qualificado quanto em equipamentos. A ZOOTECNIA Zootecnia é a ciência que tem como objetivo estudar técnicas de pecuária para criar o melhor animal, no menor tempo e pelo menor custo a fim de se obter o maior lucro possível. Utiliza os seguintes recursos: aclimatação: técnica que visa adaptar um animal oriundo de área climática diferente; cruzamento: baseia-se no acasalamento de animais da mesma espécie, de raças diferentes, porém puros. seleção: técnica de cruzamento que escolhe as melhores cabeças da mesma raça, tendo como objetivo acentuar suas qualidades no rebanho; hidratação: processo que cruza elementos de espécies diferentes. O produto desse cruzamento é o animal híbrido, quase sempre estéril; Inseminação: técnica de reprodução sem que se realize o acasalamento, ou seja, o sêmen é extraído de reprodutores selecionados e é imediatamente congelado e armazenado. A PECUÁRIA NO BRASIL A pecuária no Brasil é realizada fundamentalmente de forma extensiva, caracterizando-se, portanto, por um pequeno nível de investimento de capital e tecnologia. Bovinos: O rebanho bovino brasileiro, com aproximadamente 1 70 milhões de cabeças, é um dos cinco maiores do mundo, representando cerca de 10% de todo o gado bovino do globo. A história da pecuária bovina no Brasil data dos primórdios do século XVI, com a introdução das primeiras cabeças na capitania de São Vicente. Os maiores rebanhos do Brasil estão nos Estados de: Mato Grosso(13,8%) Minas Gerais(11,2%) Goiás(10,2%) Mato Grosso do Sul(10,1%) Os maiores rebanhos bovinos por municípios são: São Félix do Xingu (Pará) Corumbá (MS) Ribas do Rio Pardo (MS). Suínos: O rebanho brasileiro, superior a 35 milhões de cabeças, é um dos maiores do mundo, representando 5% do total mundial. O IBGE mostra ainda que o maior efetivo de suínos encontrava-se no Sul do país, totalizando 48,6%. Os Estados de maiores rebanhos são: Santa Catarina ostenta 20,3% Rio Grande do Sul, representando 14,4% Paraná, com 13,9%. Do total nacional. Os municípios de maiores rebanhos são: Uberlândia (MG), Rio Verde (GO), Toledo (PR) Concórdia (SC), Tal fato deve-se ser atribuído a instalação de grandes frigoríficos nesses locais. A pecuária suína destina-se basicamente à produção de carne e de banha. Ovinos: O rebanho brasileiro de ovinos - ovelhas e carneiros - é de aproximadamente 17,3 milhões de cabeças, correspondendo a apenas 1,5% do total mundial. O aproveitamento econômico desse rebanho está na produção de lã, leite e carne. A região Nordeste detém o maior número de cabeças ovinas, totalizando 9,85 milhões de cabeças. A região Sul apresentou o segundo maior rebanho, 4,88 milhões de cabeças. A região Centro-Oeste apresentou o terceiro maior rebanho, 1,26 milhões de cabeças. Os Estados de maiores rebanhos são: o Rio Grande do Sul se manteve na liderança e totalizou 3,97 milhões de cabeças. A Bahia manteve o segundo lugar no ranking, com um efetivo de 3,12 milhões de cabeça. A terceira posição foi ocupada pelo Ceará, com 2,09 milhões de cabeças Caprinos O rebanho brasileiro de caprinos é pouco superior a 9,31 milhões de cabeças (2,5% do total mundial). Seu aproveitamento econômico é muito grande, pois, além de produzir carne, leite e derivados, também se aproveita a pele. A região Nordeste detém o maior número de cabeças caprinas, totalizando 8,45 milhões de cabeças. A região Sul apresentou o segundo maior rebanho, com 343.325 cabeças. A região Sudeste apresentou o terceiro maior rebanho, 233.407 cabeças. Os principais rebanhos encontram-se nos Estados: 1º lugar - Bahia; 2º lugar- Pernambuco 3º lugar - Piauí, Equinos: Os equinos foram introduzidos no Brasil no início da colonização. Totalizam atualmente 5,5 milhões de animais, 9% do efetivo mundial. A criação de cavalos no Brasil apresenta diversos objetivos. Assim, temos criação para sela e montaria, como os estrangeiros quarto de milha, árabe e persa, ou como os nacionais manga-larga e campolina, e criação para tração, com destaque para a raça Shire (inglesa) que atinge um grande porte. Muares As maiores concentração encontram-se: no Sudeste (24,4%) no Nordeste (24,3%). Os Estados que lideram o ranking são: Minas Gerais era o estado líder com 14,3% das cabeças, Bahia, com 10,1% Rio Grande do Sul, com 8,6%. O rebanho de muares burros e mulas - alcança 974,5 milhões de cabeças no Brasil (13% do total mundial). A origem desse rebanho está no cruzamento de duas outras espécies, o asinino macho (jegue) com o equino fêmea (égua). Por serem CURSO PEDRO GOMES GEOGRAFIA DO BRASIL APOSTILA ESPECIAL PARA ESA Professor Juanil José Barros ESA 2013 CURSO PEDRO GOMES PROF. JUANIL BARROS 17 animais híbridos, tanto o burro quanto a mula são estéreis, ou seja, não se reproduzem. A principal utilidade dos muares está no transporte
Compartilhar