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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS CUIDADOS COM A PELE Enf. Ms. Caroline Marinho ESTÁCIO O tempo se revela pela sua pele Camadas da pele Flora cutânea A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e microorganismos (fungos ou bactérias), constituindo a flora cutânea. Flora chamada residente (ou permanente) Flora transitória (ou patogênica) Filme ou manto hidrolipídico É uma emulsão do tipo A/O que recobre a camada córnea, e tem como funções: Manter a hidratação da camada córnea graças à presença dos componentes do NMF; Manter a acidez cutânea devido ao poder tampão dos aminoácidos; Desempenha a função de barreira contra agressões externas; Permite a presença da flora saprófita que defende a pele contra os germes patogênicos. Filme ou manto hidrolipídico O filme hidrolipídico varia conforme a idade, sexo, regiões do corpo, etc. e são formadas por substâncias como: – – – – Produtos de desintegração dos queratinócitos: queratina Cimento intercelular: Colesterol, ceramidas, ácidos graxos, triglicerídeos; Componentes do NMF – Natural Moisturinzing Factor (uréia, ácido lático e PCA – ácido pilorridônico carboxílico); Secreção sudoral: água e sais minerais como o cloreto de sódio, KCl, Ca e Mg; Epiderme Está em contato direto com o meio É um epitélio queratinizado estratificado pavimentoso composto principalmente de queratinócitos Epiderme: Camadas • CAMADA BASAL: • É a camada com a maior atividade mitótica, pois contêm células-fonte da epiderme. • CAMADAESPINOSA: • É importante por conferir à epiderme coesão nas células e resistência ao atrito • CAMADA GRANULOSA: • possuem grânulos que confere impermeabilidade à água e a outras moléculas. • CAMADA CÓRNEA: • células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma é repleto de queratina, uma proteína dura e grossa. Excesso de Queratina Derme Tecido conjuntivo que contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. – Componentes da derme: – Vasos sanguíneos – Nervos cutâneos – Fibras de colágeno – Fibras de elastina – Matriz extra-celular Derme Fibras de Colágeno Conferem resistência à tração Confere estrutura ao tecido Extensibilidade (distentibilidade) e estabilidade estrutural Unem e fortalecem os tecidos. Fibras de Colágeno Fibras de Elastina Estão intimamente ligadas ao colágeno. Na derme papilar: fibras finas que tendem a correr perpendiculares à superfície da pele. Na derme reticular: as fibras são mais grossas e tendem a permanecer paralelos à superfície da pele. São produzidos pelos fibrobastos. Hipoderme Características: É um tecido subcutâneo que une a derme aos órgãos profundos, de modo que eles podem se contrair sem repuxá-la. É formado por tecido conjuntivo adiposo de espessura muito variável conforme sua localização. Funções: Reserva energética; isolamento térmico; proteção contra traumatismos (como um envoltório protetor); Hipoderme Celulite É uma inflamação dos adipócitos, inchando devido ao acúmulo da gordura em excesso no organismo. Com o aumento do tecido gorduroso, tem-se a compressão das veias e vasos linfáticos, gerando edema que avoluma ainda mais esse tecido, prejudicando a circulação. Dificulta a nutrição celular e favorece o acúmulo de toxinas, que deveria ser eliminado através dos vasos linfáticos Se a dieta for hipercalórica e não houver um plano de exercício físico, a celulite pode surgir em qualquer idade, notadamente depois da puberdade. Apêndices epidérmicos Glândulas Sebáceas Glândulas sudoríparas apócrinas Glândulas sudoríparas écrinas Pêlo Unha Glândulas Sebáceas Características das G. Sebáceas Seus dutos desembocam nos folículos capilares Porém, nos lábios, glande e pequenos lábios da vagina, os ductos se abrem diretamente na superfície da pele. Presente em toda região do corpo, Exceção região palmo-plantar Estão inseridas na derme e hipoderme Carregam lipídeos e se autodegradam totalmente As G.Cebáceas são repostas por mitose da epiderme Seu tamanho é inversamente proporcional ao pelo A quantidade de G. Sebáceas determina o tipo de pele Por dia as G. Sebáceas secretam cerca de 2g de sebo Glândulas Sebáceas Características da secreção É sebosa Formada por uma mistura de triglicérides e colesterol tipo cera. Funciona como um agente protetor e mantém a textura da pele e a flexibilidade do cabelo. Glândulas Sudoríparas São membranas que secretam líquido transparente muito específico, denominado suor o suor Composto sobretudo por água e pela dissolução de sais e vários resíduos do metabolismo, que deságua no exterior. Cada glândula é formada por duas partes: Uma situada na profundidade da pele, que se encarrega da produção do suor E um fino canal, através do qual a secreção é transportada para o exterior Glândulas Sudoríparas Distribuídas por toda a superfície corporal São muito abundantes nas palmas das mãos e nas plantas nos pés, fronte e no peito São menos numerosas nas costas. Tipos com estruturas e funções diferentes Apesar de todas as glândulas sudoríparas serem muito semelhantes, é possível distinguir dois tipos com estruturas e funções diferentes: as écrinas e as apócrinas. Hiperhidrose Melanina Características: Confere cor à pele; filtram raios U.V; neutralizam os radicais livres. São produzidas pelos melanócitos na camada basal. Os grânulos de melanina são transferidos para os queratinócitos através dos dendritos dos melanócitos. Dois tipos de Melanina: Eumelanina e Feomelanina Quais doenças são essas? IMPACTO DA DOENÇA DE PELE NO PACIENTE Interação social prejudicada; Desenvolvimento emocional e psicológico afetado; Perda da auto-estima; Adultos: limitações de atividade sexual. EXAME FÍSICO: PELE O único equipamento necessário é uma pequena lanterna e os dois príncipios a serem realizados são inspeção e palpação onde é indicado o uso de luvas, embora a maioria das lesões não seja contagiosa. ✓ Avaliar cor, umidade, textura e turgor da pele; ✓Atenção para qualquer aumento de tamanho ou mudança de cor das lesões; ✓Devem ser observadas qualquer anormalidade na pigmentação; PRINCÍPIOS GERAIS: Exame Físico da Pele ✓Todas as lesões pigmentadas devem ser inspecionadas e o examinador deve estar atento para os sinais ABCD que se associam ao melanona maligno: Assimetria das formas; Bordas irregulares; Variação da Cor; Diametro maior que 6mm. ✓A umidade excessiva pode estar associada a febre, doenças neoplásicas ou hipertireoidismo; ✓A partir da avaliação do turgor e textura da pele pode-se estimar o estado geral de hidratação do paciente. O termo ferida é utilizado como sinônimo de lesão tecidual, deformidade ou solução de continuidade; Pode atingir desde a epiderme, até estruturas mais profundas, como fáscias e músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ossos, órgãos cavitários. As feridas podem ser causadas por fatores extrínsecos, como incisão cirúrgica e lesões acidentais por corte ou trauma, e por fatores intrínsecos, como feridas produzidas por infecção, úlceras crônicas e vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias. Ferida superficial: atinge apenas a epiderme e a derme. Ferida profunda: destrói a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo. Ferida profunda total: atinge o tecido muscular e as estruturas adjacentes (tendões, cartilagens, ossos, etc.). Acidental ou traumática: ocorre de maneira imprevista, sendo provocada por objetos cortantes, contundentes, perfurantes, lacerantes, inoculação de venenos, mordeduras e queimaduras em geral. Patológicas: são lesões secundárias à uma determinadadoença de base. Intencional ou cirúrgica: quando é realizada de acordo com um fim terapêutico proposto. Iatrogênicas: feridas resultantes de procedimentos ou tratamentos (radioterapia) Fatores causais externos: feridas resultantes de pressão contínua exercida pelo peso do corpo, fricção, cisalhamento e umidade, como as úlceras de pressão. Agudas: geralmente são feridas traumáticas, há ruptura da vascularização e desencadeamento imediato do processo de hemostasia (cortes, escoriações, queimaduras, etc.) Crônicas: descritas como de longa duração ou recorrência freqüente; ocorre um desvio na seqüência do processo cicatricial fisiológico. Feridas limpas: são feridas não infectadas, livres de microrganismos patogênicos. Limpas contaminadas: ocorrem em tecidos de baixa colonização, sem contaminação significativa prévia, ou durante o ato cirúrgico, lesões com tempo inferior a 6h entre o trauma e o atendimento inicial. Contaminadas: feridas acidentais recentes e abertas, colonizadas por flora bacteriana considerável, cirúrgicas quando a técnica asséptica é desobedecida, feridas que o tempo de atendimento inicial foi superior a 6h. Feridas infectadas: quando há contaminação grosseira por detritos ou por microrganismos como parasitas, bactérias, vírus ou fungos. Apresentam evidências do processo infeccioso, como tecido desvitalizado, exsudação purulenta e odor característico. Feridas mecânicas: feridas traumáticas, causadas por traumatismos externos, cortante ou penetrante, inclui esmagamentos e cortes. Feridas laceradas: apresentam margens irregulares, como as produzidas por caco de vidro ou arame farpado. Feridas térmicas: feridas que se desenvolvem como resultado do calor ou frio extremo. Feridas por eletricidade: causadas por raios ou contato com objeto energizado, (rede elétrica). Feridas químicas: causadas pela ação de ácidos ou bases muito fortes e alguns sais e gases. Feridas por radiação: causadas pela longa exposição a raios solares, RX ou outro tipo de radiação. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.controlpanel.com.br/painel/admin/panel/eJornal/fotoJornal/39709/g/radiação.jpg&imgrefurl=http://www.cro-to.org.br/ver_noticia.asp%3Fcod%3D39709%26codDep%3D424&usg=__bWYaHeHt8UI00QVw0NRPn1bgBYc=&h=321&w=334&sz=10&hl=pt-BR&start=1&tbnid=mkyJtX5Mx0Gr9M:&tbnh=114&tbnw=119&prev=/images%3Fq%3Dradia%25C3%25A7%25C3%25A3o%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG Feridas incisas: produzidas por um instrumento cortante, faca, bisturi, etc. http://www.malthus.com.br/mg_imagem.asp?id=1383&zoom=sim Feridas contusas: produzida por ação contundente de objetos rombos. Caracterizam-se por traumatismos das partes moles, hemorragias e edema. Feridas perfurantes: produzidas por arma de fogo, ou arma branca. Produzem pequena abertura na pele, porém podem atingir camadas teciduais profundas e órgãos, causando hemorragia interna. Feridas oncológicas: causadas por tumores da pele ou metástases cutâneas. Úlcera arterial: causada por isquemia, relacionada com a presença de doença arterial oclusiva, os sintomas incluem dor e perda tecidual. Úlcera venosa: perdas locais de epiderme e de níveis variados de derme e tecido subcutâneo, que ocorrem sobre ou próximo a maléolos dos MMII, causadas por edema e outras sequelas relacionadas com dificuldades de retorno venoso. Feridas vasculogênicas – pé diabético: ferida crônica dos pés, resultante de complicações da diabetes, como neuropatia diabética e doença vascular periférica. Pode ocorrer diminuição da sensibilidade, deformidades, diminuição do fluxo arterial, que predispõem a ulceração dos pés. Fístulas: trajeto anormal que conecta superfícies podendo ser causadas por infecção, traumas, etc. Escoriações: a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele. Equimoses e hematomas: na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade. Lesão de escalpamento do couro cabeludo: ocasionada por acidente em embarcação fluvial na região amazônica. Ferida: Limpeza Objetivos Facilitar ambiente ótimo para a cicatrização. Remover tecidos mortos, material estranho, a fim de evitar proliferação de microrganismos http://www.gaif.net/imagens/ver-limpeza06.jpg Feridas Todas as feridas normalmente produzem exsudado inflamatório. Uma pequena quantidade de exsudado favorece a cicatrização e mantém o ambiente úmido na ferida. Qual o volume de líquido a usar? Deve ser suficiente para arrastar o material ”solto” pela irrigação. Os líquidos utilizados devem estar à temperatura do corpo para não afetarem a cicatrização. Classificação da ferida Segundo a Cor: Vermelha indica tecido de granulação saudável e limpo. Quando uma ferida começa a cicatrizar, cobre seu leito uma camada de tecido de granulação róseo-pálido, que posteriormente torna-se vermelho-vivo. Classificação da ferida Segundo a Cor: Amarelo: indica a presença de exsudato ou secreção Necessidade de limpeza da ferida. O exsudato pode ser amarelo-claro, amarelo-cremoso, amarelo-esverdeado ou bege Classificação da ferida Segundo a Cor: Preta: indica a presença de necrose. O tecido necrótico torna mais lenta a cicatrização Proporciona um local para proliferação de microrganismos Recomendações Lesões por mordeduras: Em princípio, não devem ser suturadas, (potencialmente infectadas) As profundas, com comprometimento do plano muscular, (aproximado). Recomendações Feridas por arma de fogo A decisão da retirada do projétil deve ser avaliado caso à caso; caso haja apenas um orifício, não deve ser suturado, lavar bem o interior do ferimento, quando houver dois orifícios, um deles poderá ser suturado. Lesões por prego Devem ser limpas e não suturadas, profilaxia do tétano. Lesão por pressão: causada por isquemia secundária a compressão, essa lesão tecidual localizada, também é denominada lesão por decúbito. PRINCIPAIS PONTOS DE PRESSÃO: Estadiamento de Feridas (National Pressure Ulcer Advisory Panel): • Estágio I - Edema + eritema da pele ainda intacta. • Estágio II - Escarificação da pele. • Estágio III - Dano da espessura total da pele, indo até o músculo sem atravessá-lo. • Estágio IV - Destruição de todos os tecidos, inclusive o muscular e o ósseo. Estágio I ⚫ Coloração ⚫ Dor ou prurido Presença de eritema não esbranquiçado, com pele intacta. Em pacientes com pele escura, a descoloração da pele, calor, edema, endurecimento Podem ser indicadores de lesão neste estágio. Estágio II É uma perda parcial da pele, envolvendo epiderme, derme, ou ambos. A úlcera é superficial e apresenta-se clinicamente como um abrasão, uma bolha ou uma cratera rasa. Estágio III Perda de toda espessura da pele com envolvimento do tecido subcutâneo podendo se estender à fáscia. A úlcera se apresenta clinicamente como uma cratera profunda. Estágio IV Se estende ao tecido muscular, osso ou estruturas periarticulares (tendão). ESCALA DE BRADEN 19 a 23 = sem risco 15 a 18 = baixo risco 13 a 14 = moderado 10 a 12 = alto risco ≤ 9 = Risco altíssimo ❖ Nutrição Atividade Fricção e Cisalhamento Umidade Mobilidade Percepção sensorial PROTOCOLO DE PREVENÇÃO: RISCO BAIXO ✓ Estimular reposicionamente; ✓ Mudança de decúbito 4/4 hs. RISCO MODERADO ✓Colchão Perfilado; ✓Mudança de decúbito de 3/3hs ; ✓Aplicar película transparente 10x12 na sacral e calcâneos - não removendo; RISCO ALTO // ALTISSÍMO ✓ Colchão dinâmico de ar ✓ Mudança de decúbito = 2/2h ✓ Aplicar película transparente 10x12 cm na região sacra e de calcâneos, não removendo, devendo recortar áreas de descolamento.• Escala de mudança de decúbito LESÃO POR PRESSÃO PREVENÇÃO DA LPP A prevenção está basicamente vinculada a qualidade dos cuidados prestados pela equipe de saúde aos pacientes, com o objetivo de prevenir a ocorrência das mesmas. • Escala de mudança de decúbito •Inspecionar a pele a cada mudança de decúbito para identificar precocemente alguma possível área de eritema. • Manter a superfície seca e lisa (manter os lençóis esticados). • Hidratar a pele (pele ressecada tem maior probabilidade de surgimento lesão). • Evitar exposição da pele a excesso de umidade; • Evitar substâncias irritantes a pele. • Limpar a pele com água e sabão neutro, evitando força e fricção. • Usar colchão para alívio de pressão: piramidal, ciclado, gel, ar, água (promove alívio das áreas de pressão).
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