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FGTS e 13 salário (1)

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EFPJ Cursos Jurídicos 
Preparatório OAB Trabalhista 
Prof. Efren Fernandez Pousa Junior 
 
FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO 
 
HIPOTESES DE LEVANTAMENTO 
Existem duas oportunidades em que poderá haver soerguimento do FGTS: durante a vigência do contrato de 
trabalho e após a extinção do contrato de trabalho. Em linhas gerais o empregado NÃO poderá sacar o FGTS 
se dispensado por justa causa, ou se ele próprio pedir demissão. Em ambos os casos formar-se-á a denominada 
conta inativa. 
 
I. São causas de levantamento/saque do FGTS após a extinção do contrato de trabalho: 
 
a. Demissão pelo empregador sem justa causa do empregado e rescisão indireta (despedida 
indireta); 
b. Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior; 
c. Rescisão do contrato por extinção total ou parcial da empresa; 
d. Término do contrato por prazo determinado (contratos a termo); 
e. Aposentadoria (Adin 1770-4 – continuar trabalhando para o mesmo empregador após a data de 
aposentadoria não extingue o contrato em andamento. A Multa rescisória de 40% será, portanto, 
calculada sobre todo o contrato de trabalho – antes e depois da possível data de aposentadoria pelo 
empregado; 
f. Ter o titular da conta vinculada idade igual ou superior a 70 anos (compulsória); 
g. Suspensão do trabalho avulso; 
h. Falecimento do trabalhador (para os dependentes e sucessores constantes de certidão do INSS); 
i. Permanência da conta sem depósito por 3 anos ininterruptos, contas inativas, para os contratos 
rescindidos até 13/7/1990 e, para os demais, a permanência do trabalhador por igual período fora do 
regime do FGTS1; 
j. Decretação de nulidade do contrato de trabalho nas hipóteses previstas no art. 37, inc. II da 
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário, ocorrida após 28/7/2001 (empregado 
público contratado sem prévia aprovação em concurso público); 
k. Rescisão do contrato por falecimento do empregador individual. 
 
II. São causas de levantamento/saque do FGTS durante a vigência do contrato de trabalho: 
 
a. Necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou 
inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de emergência 
ou o estado de calamidade pública forem assim reconhecidos, por meio de portaria do governo federal; 
b. Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV; 
c. Quando o trabalhador ou seu dependente for acometido de neoplasia maligna (câncer); 
d. Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, 
e possuir conta cujo saldo seja decorrente do complemento dos planos econômicos, quando 
formalizada a adesão até 30/12/2003; 
e. Aquisição da casa própria; 
f. Pagamento de parte do valor das prestações de financiamento do Sistema Financeiro da Habitação 
(SFH); 
g. Amortização e/ou liquidação de saldo devedor de financiamento do SFH; 
h. Aplicação em Fundo Mútuo de Participação (FMP), vinculado ao FGTS, quando da venda de 
empresas públicas. 
 
 
 
1 Contas inativas do FGTS - existem dois tipos de contas inativas: a) aquela que permanecer sem crédito de depósitos 
durante três anos ininterruptos, em razão de rescisão de contrato de trabalho, ocorrida até 13/07/90, podendo o trabalhador, 
a qualquer momento (a partir do mês de seu aniversário e dentro das condições determinadas pelas normas que regem o 
FGTS) solicitar o saque; b) aquela, cujo titular completou três anos corridos fora do regime do FGTS, a partir de 14/07/90, 
sendo que, neste caso, o saque poderá ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta. 
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO 
 
Instituído em 1962. 
Devido a empregados com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores, o benefício, também 
conhecido como gratificação natalina, deve ser pago pelo empregador em duas parcelas: a primeira entre 1º 
de fevereiro e 30 de novembro; e a segunda até 20 de dezembro. O cálculo do 13º salário se dá pela divisão da 
remuneração integral por 12 e a multiplicação do resultado pelo número de meses trabalhados. Outras parcelas 
de natureza salarial, como horas extras, adicionais (noturno, de insalubridade e de periculosidade) e comissões 
também entram nesse cálculo. A primeira parcela do 13° salário pode ser recebida por ocasião das férias. Neste 
caso, o empregado deve solicitar o adiantamento por escrito ao empregador até janeiro do respectivo ano. O 
13° salário pode ser pago por ocasião da extinção do contrato de trabalho, seja esta pelo término do contrato, 
quando firmado por prazo determinado, por pedido de demissão ou por dispensa, mesmo ocorrendo antes do 
mês de dezembro (proporcional) O empregado dispensado por justa causa não tem direito ao 13° salário. A 
partir de 15 dias de serviço, o empregado já passa a ter direito de receber o 13° salário. Aposentados e 
pensionistas do INSS também recebem a gratificação. O empregado que tiver mais de 15 faltas não justificadas 
no mês poderá ter descontado de seu 13º salário a fração de 1/12 avos relativa ao período. A base de cálculo 
do 13° salário é o salário bruto, sem deduções ou adiantamentos, devido no mês de dezembro do ano em curso 
ou, no caso de dispensa, o do mês do acerto da rescisão contratual. Se a data limite para o pagamento do 13° 
salário cair em domingo ou feriado, o empregador deve antecipá-lo. Se não o fizer, está sujeito a multa. O 
empregador também estará sujeito a multa se pagar o 13° salário em apenas uma parcela. O empregador não 
tem a obrigação de pagar a todos os empregados no mesmo mês, mas precisa respeitar o prazo legal para o 
pagamento. 
 
Lei 4.090/1962. Além do Brasil, vários países contemplam o empregado com benefício semelhante. É o caso 
de Portugal, México, Argentina, Uruguai, Espanha e Itália. A Constituição em seu artigo 7º, inciso VIII, prevê 
o 13º salário entre os direitos sociais dos trabalhadores. Já o artigo 60 informa que os direitos e garantias 
individuais não podem ser extintos ou alterados por emenda constitucional. Seriam, assim, chamadas de 
cláusulas pétreas, que só podem ser ampliadas, nunca reduzidas. 
 
Reforma Trabalhista, Lei 13.467, sancionada em julho de 2017 vigente em 11/11/17, não alterou nenhum 
ponto relacionado ao 13º salário. Ao contrário: embora o artigo 611-A da CLT, introduzido pela reforma, 
considere que as convenções e acordos coletivos de trabalho possam ter prevalência sobre a lei, o artigo 611-
B inclui o 13º entre os direitos que não podem ser suprimidos ou reduzidos por meio de negociação.

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