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HEMATOLOGIA 
 
 
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Hematologia 
Hematologia é o ramo da medicina que tem como função o estudo do sangue, seus distúrbios e do-
enças. Estuda seus elementos figurados como os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos 
(leucócitos) e plaquetas, além de estudar os órgãos onde são produzidos, como a medula óssea 
o linfonodo e o baço. 
Os médicos que se especializam nesta área e fazem exames de sangue são chamados hematologis-
tas. Eles tratam de pessoas que tem doenças no sangue ou distúrbios nos tecidos ou órgãos que 
produzem o sangue. 
Existem várias doenças relacionadas ao sangue, as mais conhecidas são a anemia, hemofilia e 
a leucemia. 
A anemia é uma patologia bastante conhecida principalmente entre pessoas carentes com uma ali-
mentação precária, onde a falta de nutrientes acarreta esta doença. Mas há aquelas genéticas e tam-
bém as causadas por alguns medicamentos. 
- Anemia Ferropênica – Ocorre pela carência de ferro no organismo. O ferro (Fe) é um dos principais 
componentes da hemoglobina e indispensável para sua produção. É ele que faz o transporte do oxi-
gênio, cuja carência denomina-se anemia. 
- Anemia Megaloblástica – É a falta de ácido fólico ou vitamina B12 (cianocobalamina), que são indis-
pensáveis para a produção da hemoglobina, visto que a carências deles gera liberação antecipada 
das hemáceas pela medula óssea. (veja: Megaloblastos). 
- Anemia Aplástica – É quando a medula óssea libera quantidades insuficientes de hemáceas, entre 
outras. 
Os exames para saber se têm anemia são: Exames de sangue, de fezes, de Coombs e eletroforese-
das hemoglobinas. 
Hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária onde a deficiência na coagulação sanguínea pode 
gerar uma perda de sangue considerável se não atendido imediatamente. A hemofilia A tem a falta do 
fator de coagulação VIII, e é a mias comum ocorrendo em 90% dos casos. A hemofilia atinge quase 
que exclusivamente os homens. 
A leucemia é o nome dado aos cânceres no sangue. Ocorre devido a um desenvolvimento anormal 
das células que se desenvolvem na medula óssea, e formariam as células sanguíneas, e de acordo 
com o tipo de célula será o tipo de leucemia (linfóide ou mileóide). A leucemia aguda é assim dita 
pelo desenvolvimento rápido de células imaturas do sangue, impedindo a medula óssea de produzir 
células saudáveis. 
O tratamento deve ser rápido, pois essas células espalham-se rapidamente, podendo levar à morte 
em meses ou até mesmo semanas. E a leucemia crônica pelo aumento das células adultas, porém 
anormais. 
Levam bastante tempo para progredir, e as células anormais se reproduzem muito mais do que as 
normais. Essa doença é mais comum em pessoas idosas. O tratamento nem sempre é imediato sen-
do monitorada por algum tempo antes do inicio do tratamento, para maior eficácia da terapia. 
Os principais exames para diagnosticar a doença são: Hemograma completo, aonde uma amostra de 
sangue vai para análise para fazer contagem dos glóbulos brancos (leucócitos), vermelhos (hematóci-
tos) e das plaquetas. E o Mielograma, que averigua a existência de células leucêmicas na medula 
óssea e o tipo destas células. É muito importante para o médico diagnosticar a doença e saber como 
o paciente reagirá ao tratamento. 
Todas as doenças que já nascem no sangue são estudadas pela hematologia. A hematologia é uma 
área da medicina que está destinada a conhecer os glóbulos vermelhos, brancos, plaquetas e ainda 
os órgãos como a medula óssea, linfoma e o baço. 
 
Os médicos responsáveis por esses estudos são os hematologistas, eles são os únicos que fazem a 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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coleta de sangue e fazem os exames necessários para identificar doenças como anemia, leucemia e 
hemofilia. 
O que faz um hematologista? 
A palavra hematologia significa estudo do sangue. O hematologista, por sua vez, é o médico que 
estuda, pesquisa e trata as doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos medula óssea, os lin-
fonodos ou gânglios linfáticos e o baço. 
Na medula óssea, hemácias, leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, são produzidos para posteri-
ormente ganharem a circulação ou adquirirem maturidade nos outros órgãos citados. Cada um des-
ses componentes deve estar em quantidades e condições específicas para estarem saudáveis e não 
comprometerem o funcionamento de outras partes do corpo. 
Quando um deles apresenta algum problema, o hematologista faz a investigação, por meio de exa-
mes específicos de sangue, para identificar a causa e indicar o tratamento. A palavra hematologia 
significa estudo do sangue. O hematologista, por sua vez, é o médico que estuda, pesquisa e trata as 
doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos — medula óssea, os linfonodos ou gânglios linfáti-
cos e o baço. 
Na medula óssea, hemácias, leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, são produzidos para posteri-
ormente ganharem a circulação ou adquirirem maturidade nos outros órgãos citados. Cada um des-
ses componentes deve estar em quantidades e condições específicas para estarem saudáveis e não 
comprometerem o funcionamento de outras partes do corpo. 
Qual é a formação do hematologista? 
O hematologista é um profissional formado em medicina que se especializou em hematologia. 
Sua formação desde o início da faculdade pode levar até 11 anos e ele pode escolher, dentro da he-
matologia, se especializar em diversas áreas, como Transplante de Medula Óssea ou tratamento de 
doenças que causam sangramentos excessivos ou trombose, por exemplo. 
Quais doenças são tratadas pelo hematologista? 
Todas as doenças relacionadas ao sangue são tratadas pelo hematologista. 
Há as mais conhecidas, como as anemias e as leucemias. Outras são menos familiares, como a he-
mofilia — quando a pessoa tem dificuldades de coagulação sanguínea — ou a trombofilia, que é uma 
predisposição para a formação de coágulos sanguíneos que podem causar tromboses, embolia, AVC 
e outros problemas no sistema circulatório. 
Há ainda as doenças sanguíneas mais raras, como a anemia falciforme e a talassemia. 
Quais tratamentos são feitos pelo hematologista? 
Diferentemente de outros tipos de câncer, que são tratados pelo oncologista, os cânceres do sangue, 
como as leucemias e os linfomas, são tratados pelo hematologista. É o hematologista quem faz o 
transplante de medula e a indicação e acompanhamento da quimioterapia. 
Os tratamentos com transfusão de sangue também são prescritos e acompanhados pelo hematolo-
gista. Assim como o uso de anticoagulantes e outros medicamentos para tratar trombose e demais 
alterações de coagulação. 
O hematologista também atua nos bancos de sangue e hemocentros. 
Quando se consultar com um hematologista? 
Boa parte dos pacientes chega ao hematologista por encaminhamento de outra especialidade, como 
a angiologia ou clínica médica, que precisam esclarecer as causas de sintomas persistentes, como 
anemias, trombose e sangramentos de causa desconhecida. 
Você deve procura o hematologista se tiver os seguintes sintomas: 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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▪ sangramento de mucosas, como gengiva e nariz; 
▪ manchas roxas na pele; 
▪ tromboses; 
▪ linfonodos (gânglios linfáticos) inchados; 
▪ fadiga e mal-estar. 
Quais exames podem ser pedidos pelo hematologista? 
Após o exame clínico, o hematologista pode solicitar, entre outros, os seguintes exames: 
▪ hemograma: para analisar plaquetas, hemácias e outras células sanguíneas; 
▪ coagulograma: para verificar se há problemas de coagulação; 
▪ metabolismo de ferro: para analisara absorção de ferro pelo organismo e rastrear causas de ane-
mia; 
▪ exames para avaliar a coagulação e as plaquetas; 
▪ testes imunológicos; 
▪ mieograma e biópsia da medula: para pesquisar células cancerígenas. 
Esfregaço Sanguíneo 
▪ A confecção do esfregaço sanguíneo é etapa significativa em um hemograma, pois possibilita a 
leucometria diferencial, a estimativa do número de leucócitos e plaquetas por microlitro de sangue,a 
avaliação morfológica das células sanguíneas e também a pesquisa de parasitas sanguíneos. Os 
materiais necessários para confeccionar o esfregaço de sangue são: lâminas de vidro limpas, desen-
gorduradas e secas; lâminas extensoras e a própria amostra de sangue. 
 
Os passos são os seguintes: 
a) Homogeneizar o sangue; 
b) Segurar a lâmina com o polegar e o indicador da mão esquerda ou apoiar sobre superfície limpa; 
c) Colocar uma pequena gota de sangue próxima à direita da lâmina; 
d) Tocar a gota de sangue com as costas da extensora em um ângulo de 30 a 45º; 
e) Aguardar que o sangue se espalhe pelo bordo da extensora e então deslizá-la de modo suave e 
contínuo até a direção oposta; 
f) Secar a lâmina ao ar e identificá-la com lápis diretamente sobre a parte espessa do esfregaço ou 
sobre etiqueta de papel (não são usadas canetas esferográficas, pois os corantes removem esse tipo 
de identificação); 
g) Corar o esfregaço sanguíneo. 
 
Algumas observações importantes são o fato de que quanto menos sangue colocado na gota, mais 
delgado será o esfregaço; que quanto maior a pressão da extensora sobre a lâmina e quanto menor o 
ângulo entre elas, o esfregaço também ficará mais fino. 
Características de um bom esfregaço incluem os bordos retos, a ocupação de cerca de dois terços da 
lâmina, o término em franja e a extensão uniforme, lisa e sem buracos ou ondulações. 
 
A coloração do esfregaço pode ser feita utilizando dois métodos de coloração, os manuais e os auto-
máticos. Os primeiros utilizam corantes que podem ser de dois tipos, tipo Romanowsky ou rápido, tipo 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Panótico. Já nos métodos de coloração automáticos, utilizam-se corantes que possibilitam velocida-
de, contudo são geralmente mais caros do que os corantes utilizados manualmente. 
 
Os corantes de Romanowsky foram idealizados pelo cientista Romanowsky, que idealizou um método 
no qual uma solução de corantes poderia corar diferentes estruturas a partir da mistura dos corantes 
eosina e azul de metileno, preparadas por vários autores: Leishman, May-Grunwald, Giemsa, Wright 
e outros (que doam seus respectivos nomes ao corantes, segundo Leishman, MGG, etc). 
Estes corantes são dissolvidos em álcool, geralmente o metanol, e, além disso, na solução envelhe-
cida, o azul de metileno se oxida em gradações diferentes, originando diversos azures de metileno. 
Resultando então uma solução alcoólica de um complexo eosinato de azul e azures de metileno. 
 
Cada corante possui características químicas e afinidades diferenciadas. Assim, quando uma estrutu-
ra se cora, revelando a mesma cor do corante, diz-se que é uma coloração ortocromática e quando a 
estrutura toma uma cor diferente daquela do corante, diz-se que é uma coloração metacromática. 
 
Os corantes utilizados, suas características e afinidades são: 
- Eosina: é um corante ácido, que cora as estruturas acidófilas em tom rosa, como as hemácias devi-
do à hemoglobina e os grânulos dos eosinófilos; 
- Azul de metileno: corante básico, que cora as estruturas basófilas em tom azul, como os núcleos, 
devido ao DNA e ao RNA e os grânulos dos basófilos; 
- Azur de metileno: cora as estruturas azurófilas em púrpura (metacromasia), como os lisossomos; 
- Mistura complexa: cora as estruturas neutrófilas, em toma salmão, o que ocorre com alguns grânu-
los citoplasmáticos. A coloração de um esfregaço por um corante tipo Romanowski possui fases, 
separadas em: 
- Fixação: na qual a preparação a ser corada é previamente fixada, geralmente com metanol. O co-
rante Romanowski, preparado em solução alcoólica, quando aplicado sobre a lâmina realiza esta 
etapa. 
- Coloração: adiciona-se água de coloração (água tamponada com pH=7,0 ou água destilada recen-
temente fervida) sobre o corante, ionizam-se os sais contidos na solução. 
- Lavagem: após a coloração, as lâminas são lavadas sob jato de água corrente e então secas ao ar. 
 
Estas etapas devem ser realizadas seguindo-se fielmente as recomendações do fabricante. Alguns 
procedimentos contribuem para a qualidade da coloração, tais como a filtração do corante, que pode 
se precipitar; substituição ou rediluição dos corantes; e, limpeza dos frascos com a mesma frequência 
da troca de corantes. 
Além destes cuidados, se não tomados, outros podem causar problemas na coloração, entre eles 
mudanças no pH dos corantes (muito ácidos ou muito alcalinos), tempo insuficiente nos corantes, 
diluição do corante, bem como excesso de lavagem. 
 
Nas colorações tipo Panótico ou de Pappenheim, merecidamente chamadas de rápidas, a coloração 
é realizada imergindo a extensão sanguínea por 10 segundos em cada um dos três componentes da 
coloração, na ordem indicada, alternando o mesmo tempo de imersão com a retirada do excesso de 
corante tocando a ponta da lâmina de vidro em um papel absorvente. 
Os líquidos desta colocarão são vendidos em conjunto e possuem custo baixo, contudo a durabilida-
de dos esfregaços corados com Panótico são frequentemente inferiores àqueles corados com 
Giemsa. 
 
A avaliação do esfregaço sanguíneo consiste em: 
a) Avaliar a qualidade do esfregaço quanto a sua extensão e sua coloração, observando-o com a 
lente de baixo aumento; 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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b) Localizar áreas em que as células estão distribuídas em monocamadas (eritrócitos não se sobre-
põem e os leucócitos estão bem distendidos, sem distorções), pois estas são adequadas à contagem; 
c) Realizar a leucometria diferencial; avaliar as anormalidades morfológicas de eritrócitos, neutrófilos 
ou demais leucócitos, e registrá-las; estimar a contagem de plaquetas e realizar a pesquisa de hemo-
parasitas. 
 
Avaliação Morfológica das Células do Sangue 
As alterações morfológicas das células sanguíneas, com sua aparência e interpretação, foram abor-
dadas nos módulos específicos sobre cada uma destas células. Aqui, no processamento da amostra, 
é importante verificar a presença destas alterações, o que é realizado durante a leucometria diferen-
cial, e mesmo após sua realização. 
 
Durante a leucometria diferencial, são contados tanto leucócitos morfologicamente normais quanto 
leucócitos alterados, conforme dito anteriormente. Ainda que a contagem esteja centrada nos leucóci-
tos, todas as células sanguíneas são verificadas quanto à morfologia e à disposição. 
Além de observar as alterações morfológicas, pode ser registrada a frequência com estas aparecem 
no esfregaço, indicando a intensidade com que ocorrem e contribuindo para interpretação clínica do 
exame. A frequência dessas anormalidades pode ser apontada da seguinte forma: 
 
- Média de alterações em eritrócitos em campos de 100x de aumento: 
• Policromatofilia em cães: 2 a 7%, leve; 8 a 14%, moderada; e, maior do que 14%, intensa; 
• Policromatofilia em gatos: 1 a 2%, leve; 3 a 8%, moderada; e, maior do que 8%, intensa; 
• Hipocromia: 1 a 10%, leve; 11 a 50%, moderada; e, maior do que 50%, intensa; 
• Hemácias-alvo: 1 a 5%, leve; 6 a 15%, moderada; e, maior do que 15%, intensa; 
• Esferócitos, micrócitos, macrócitos: 1 a 10%, leve; 11 a 50%, moderada; e, maior do que 50%, in-
tensa; 
• Poiquilócitos, corpúsculos de Heinz e ponteado basófilo: 1 a 2%, leve; 3 a 8%, moderada; e, maior 
do que 8%, intensa; 
 
- Média de alterações tóxicas em neutrófilos em campos de 100x de aumento: 
• Basofilia citoplasmática, vacuolização tóxica: 1 a 10%, leve; 
• Basofilia citoplasmática, vacuolização ou granulações tóxicas, corpúsculos de Döhle: 11 a 50%, 
moderada; 
• Basofilia citoplasmática, vacuolização ou granulações tóxicas, corpúsculos de Döhle: maior do que 
50%, intensa. 
 
Estimativa de Leucócitos e Plaquetas 
Outra avaliação, geralmente realizada nos esfregaços sanguíneos, é a estimativa da leucometria 
global e da plaquetometria; esta estimativa serve para confirmar a contagem realizada na câmara de 
Neubauer ou de modo automatizado. O procedimento para estimar leucócitos é realizado em um 
ponto doesfregaço no qual os eritrócitos estão distribuídos em monocamada uniforme. 
 
Para estimar o número de plaquetas, o procedimento é idêntico, com a diferença que se utiliza a obje-
tiva de 100x e na fórmula a multiplicação é feita por 20.000. 
 
A média de plaquetas por campos de 100x também pode servir para avaliá-las: 
- Cães: 
• Menos de 3 plaquetas/ campo – número acentuadamente reduzido; 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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• Entre 4 e 9 plaquetas/ campo – número reduzido; 
• Entre 10 e 25 plaquetas/ campo – número dentro do intervalo de referência; 
• Mais do que 26 plaquetas/ campo – número aumentado. 
 
- Gatos: 
• Menos de 3 plaquetas/ campo – número acentuadamente reduzido; 
• Entre 4 e 14 plaquetas/ campo – número reduzido; 
• Entre 15 e 40 plaquetas/ campo – número dentro do intervalo de referência; 
• Mais do que 41 plaquetas/ campo – número aumentado. 
Coloração Sanguínea 
▪ Para que o examinador tenha plena confiança em obter um correto diagnóstico laboratorial, é preci-
so que se faça uma boa extensão sanguínea aliada a uma boa coloração. As colorações hematológi-
cas usuais em laboratórios são ditas “panópticas”, pois o material depois de corado permite a visuali-
zação de todos os elementos do sangue. 
▪ Os corantes hematológicos são misturas de sais ácidos e básicos que permitem a coloração de 
estruturas citoplasmáticas e nucleares das células. A grande preocupação em coloração de lâminas 
para hematologia é a variação do pH da água nos diversos laboratórios. Nesses casos, deve-se tam-
ponar a água. No método de May Grünwald-Giemsa, por exemplo, o pH deve estar em torno de 6,8 ( 
± 0,2 ). Os corantes rápidos utilizados hoje nos laboratórios levam a vantagem de não depender do 
pH da água, além da rapidez da coloração que dura em média 60 segundos. 
 
Técnica de May Grünwald-Giemsa 
 
A- Preparo dos reagentes: 
 
May Grünwald (eosina-azul de metileno) = dissolver 0,3 g do sal em 100 ml de metanol. Guardar sete 
dias em frasco âmbar, homogeneizando diariamente. Giemsa (eusina-azul-azur de metileno) = dissol-
ver 1 g de sal em 66 ml de glicerol. 
Deixar em banho-maria a 56ºC por duas horas. Após este período deixar adquirir temperatura ambi-
ente e adicionar 66 ml de metanol. Deixar sete dias em frasco âmbar e no escuro homogeneizando 
diariamente. Filtrar. Para uso, diluir 1 gota dessa solução estoque para cada ml de água. 
 
B- Coloração da lâmina: 
 
1-Cobrir a lâmina com May Grünwald, deixar 4 minutos; 
2-Adicionar 10 a 20 gotas de água, pH 6,8 ( ± 0,2 ), deixar 1 minuto; 
3-Escorrer a solução; 
4-Cobrir a lâmina com o Giemsa diluído, deixar 15 minutos; 
5-Escorrer a solução e lavar a lâmina em água corrente; 
6-Limpar a parte de trás e deixar secar. 
LABORATÓRIO DE IMUNO-HEMATOLOGIA 
IMUNO-HEMATOLOGIA : É o termo utilizado para designar o estudo e classificação dos grupos san-
güíneos através de reações imunológicas entre aglutinógenos e anticorpos 
AGLUTINÓGENOS : O termo refere-se a estruturas presentes na membrana das hemácias, as quais 
são herdadas geneticamente dos pais e determinam os diversos grupos sangüíneos. 
ANTICORPOS : São proteínas responsáveis pela defesa imunológica do organismo(defendem o or-
 HEMATOLOGIA 
 
 
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ganismo contra corpos estranhos). 
LABORATÓRIO DE IMUNO-HEMATOLOGIA : Este setor do Hemocentro realiza entre outros exames 
os testes de classificação sangüínea e as provas de compatibilidade entre doador e receptor de san-
gue, ou seja, verifica se o sangue doado pode ou não ser transfundido no determinado paciente. 
Abaixo iremos relacionar alguns dos testes realizados neste setor, demonstrando seus princípios e 
finalidades. 
1- Determinação Sangüínea ABO: A importante descoberta de que as hemácias humanas pertenciam 
a diferentes grupos sangüíneos foi realizada por Landsteiner em 1900, que identificou o sistema ABO. 
Este sistema foi então dividido em quatro grupos sangüíneos: A, B, AB e O; onde os indivíduos classi-
ficados como: 
"A" possuem aglutinógenos A nas hemácias e anticorpos contra B no plasma. 
"B" possuem aglutinógenos B nas hemácias e anticorpos contra A no plasma. 
"AB” possuem aglutinógenos A e B nas hemácias e não possuem anticorpos no plasma. 
"O" não possuem aglutinógenos nas hemácias e possuem anticorpos contra A e B no plasma. Para a 
determinação do tipo sangüíneo utilizamos a pesquisa de aglutinógenos nas hemácias (tipagem Dire-
ta), e para a confirmação destes mesmos grupos sangüíneos realizamos a tipagem Reversa, onde 
detectaremos os seus respectivos anticorpos. 
Na tabela a seguir poderemos observar a relação existente entre aglutinógenos e anticorpos corres-
pondentes nos respectivos grupos sangüíneos. 
 
2- Determinação do fator Rh: O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener. À partir 
daí foram descobertos aproximadamente 40 ou mais aglutinógenos diferentes no sistema Rh, porém 
na prática procura-se determinar a presença ou ausência de um deles, especificamente o aglutinóge-
no D. A presença do aglutinógeno "D" irá caracterizar o indivíduo como Rh Positivo e sua ausência 
como Rh Negativo 
3- Teste da Antiglobulina Direto (Coombs Direto) : A principal finalidade deste teste é a detecção de 
hemácias revestidas de anticorpos, ou seja, hemácias sensibilizadas "in vivo". Ë muito utilizado na 
investigação de reações transfusionais, no diagnóstico de doença hemolítica perinatal e de anemias 
hemolíticas auto-imunes. 
4- Teste da Antiglobulina Indireto(Coombs Indireto) : Consiste na Pesquisa de Anticorpos Irregula-
res(P.A.I.), onde iremos determinar a ausência ou a presença de anticorpos livres no soro ou plasma 
de doadores e pacientes. 
Quando obtivermos um P.A.I. Positivo, será indicativo da presença de um anticorpo irregular no 
plasma deste paciente ou doador de sangue, o que nos levará a realização de um outro teste deno-
minado de Identificação de Anticorpos Irregulares(I.A.I.), onde iremos determinar a especificidade 
deste anticorpo, ou seja, contra que aglutinógeno específico este anticorpo é voltado. 
5- Provas de Compatibilidade: As provas de compatibilidade pré-transfusionais, também denomina-
das de " provas cruzadas", são realizadas com o intuito de confirmar se o sangue a ser transfundido é 
realmente compatível com o do receptor. Deve-se observar rigorosamente a tipagem ABO, visto que 
a maioria dos acidentes transfusionais graves ocorrem por este tipo de incompatibilidade. 
Abaixo iremos demonstrar um esquema que pode ser utilizado nas transfusões de concentrado de 
hemácias. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Hemostasia e Coagulação 
A perda de sangue, seja em qualquer circunstância, é encarada pelo organismo como uma ameaça, 
sendo assim, ele usa de vários mecanismos para conter um sangramento, o que recebe o nome 
de hemostasia. As plaquetas são os elementos do sangue responsáveis pela hemostasia, pois atuam 
no processo de coagulação sanguínea. O mecanismo de coagulação do sangue é bastante complexo 
e sofre ação, não só das plaquetas, mas também de diversas substâncias existentes no plasma e nos 
tecidos. 
O complexo processo de hemostasia é dividido em três estágios: 
1. Hemostasia Primária: ocorre a vasoconstrição, o que torna menor o fluxo sanguíneo; as plaquetas 
se agregam no local em que há o sangramento, formando um tampão inicial. 
2. Hemostasia Secundária: maior fase do processo. Envolve uma série de reações enzimáticas, que 
começa com a formação da tromboplastina pela ação dos fatores do plasma, das plaquetas ou do 
tecido. A tromboplastina, em presença do íon Ca++ e de outros fatores plasmáticos, converte a pro-
trombina do plasma na enzima trombina. A trombina transforma o fibrinogênio em fibrina, e está, por 
ser uma proteína insolúvel, precipita-se, formando uma rede de filamentos. O depósito da rede de 
fibrina na extremidade lesada no vaso retém células sanguíneas, formando-se assim, um tampão 
denominado trombo, capaz de obstruir o vaso lesado e estancar osangramento. A protrombina é 
formada no fígado, e para que sua síntese ocorra, é necessária a presença da vitamina K. Essa vita-
mina é sintetizada no intestino dos mamíferos por bactérias. 
b 
3. Hemostasia Terciária: ocorre a fibrinólise, ou seja, a dissolução de fibrina, reativando o fluxo san-
guíneo. A fibrina é degradada pela plasmina, proveniente do plasminogênio. 
Qualquer distúrbio que interfira na ação das plaquetas é denominado trombocitopatia. Dentre os mais 
conhecidos desses distúrbios estão as trombocitopenias (diminuição do número de plaquetas) 
e trombocitose (aumento do número de plaquetas), problemas que alteram significativamente o pro-
cesso de hemostasia. 
A trombocitopenia é a patogenia mais frequente e é causada pela deficiência de produção de plaque-
tas, destruição pelo próprio sistema imunológico, por agentes tóxicos externos ao organismo ou por 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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consumo demasiado. A falta de plaquetas no sangue compromete a coagulação, podendo dar origem 
a sérias hemorragias. 
Já a trombocitose se dá de forma inversa, isto é, há um aumento anormal da quantidade de plaque-
tas, na maioria das vezes de ordem fisiológica. Nesses casos, muitos coágulos são formados e o 
fluxo sanguíneo não ocorre normalmente. Os trombos formados por coagulação excessiva podem 
obstruir artérias e causar, dentre outros problemas, o infarto do miocárdio. 
Coagulação 
O sangue coagula quando é retirado de um paciente, extravasa dos vasos sanguíneos por alguma 
lesão e, assim chega ao tecido conjuntivo, e ali fica parado. 
Com um processo bastante complexo, a coagulação sanguínea pode acontecer por via intrínseca, 
que ocorre no interior dos vasos sanguíneos, ou por via extrínseca, quando o sangue extravasa dos 
vasos para os tecidos conjuntivos. 
O processo por via intrínseca inicia-se quando o sangue entra em contato com regiões da parede do 
vaso com alguma lesão. Suas reações ativam o fator X que, na presença dos fosfolípides liberados 
pelas plaquetas e de cálcio, catalisa a transformação de protombina em trombina, que catalisará a 
conversão do fibriogênio em fibrina. 
Por via extrínseca a tromboplastina é lançada pelos tecidos lesados e, junto com o fator VII e o cálcio, 
ativa o fator X que, catalisando a transformação da protombina em trombina. A última etapa do pro-
cesso é idêntica ao que ocorre por via intrínseca. 
A fibrina é formada por uma rede de delgados filamentos protéicos e que envolve os elementos figu-
rados do sangue, contraindo-os, constituindo o coágulo, e o líquido envolvente é o soro. 
Na hemofilia, uma doença hereditária, a coagulação não ocorre por causa da deficiência na formação 
de uma proteína plasmática, o fator VIII, pelo organismo. 
Já em indivíduos que apresentam deficiências circulatórias ocasionadas por coágulos existentes na 
circulação, são ministradas substâncias anticoagulantes como heparina e dicumarol. Em laboratórios, 
para exames de sangue, a coagulação é inibida por meio de soluções de citrato e oxalato. 
 
Coagulação sanguínea 
Os exames laboratoriais mais comuns são o Tempo de Sangramento, Tempo de Coagulação e Tem-
po de Protrombina. 
• Tempo de Sangramento – é utilizado um instrumento pontiagudo para perfurar o lóbulo da orelha 
ou o dedo. Esse teste tem a duração de 1 a 6 minutos, podendo variar de acordo com a profundidade 
do furo ou na ausência de fatores de coagulação, principalmente a deficiência de plaquetas. 
• Tempo de Coagulação – o método mais utilizado é a coleta de 1 ml de sangue em um tubo de 
vidro. Esse tubo quando é movido para frente e para trás a cada trinta segundos, até que se observe 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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que o sangue coagulou. Esse teste dura de 6 a 10 minutos. O tempo de coagulação varia muito, de-
pendendo do método utilizado, de modo que este teste já caiu em desuso em muitos serviços, pois a 
dosagem já pode ser feita por métodos mais sofisticados e precisos. 
• Tempo de Protrombina – o sangue é retirado do paciente e imediatamente oxalatado, para que a 
protrombina não se transforme em trombina. Grandes quantidades de íons, cálcio e fatores teciduais 
são misturados ao sangue. O excesso de íons e cálcio anula o efeito oxalato, e o fator tecidual ativa a 
reação protrombina-trombina. O tempo de protrombina normal é de aproximadamente 12 segundos. 
A parede de um vaso sanguíneo lesionado ativa cada vez mais plaquetas, que vão se atraindo e for-
mando um tampão plaquetário. Esse tampão pode bloquear a perda de sangue, se a lesão for pe-
quena, e durante o processo subsequente de coagulação serão formados filamentos de fibrina, que 
se prenderão as plaquetas, formando assim um tampão mais compacto. 
Fibrinólise 
Como Melhorar a Atividade Fibrinolítica 
Dá-se o nome de fibrinólise ao processo fisiológico complexo que consiste na desagregação e disso-
lução progressiva dos coágulos sanguíneos do nosso organismo. 
Este é um processo normal desenvolvido através da degradação e da dissolução da fibrina sob a 
acção de uma enzima chamada de fibrinolisina. 
A fibrinólise insere-se num processo mais amplo, chamado de hemostático, o qual implica uma série 
de mecanismos que envolvem a interacção entre as proteínas, as respostas celulares complexas e a 
regulação do fluxo sanguíneo, sendo a fibrinólise um desses processos. 
É graças a este mecanismo que se dá a eliminação dos resíduos da fibrina da circulação sanguínea, 
promovendo-se assim a repermeabilização dos vasos obstruídos pelos coágulos da fibrina. 
Funcionamento da Fibrinólise 
A fibrinólise tem parte ativa na desagregação e na dissolução da fibrina, que se dá através da plasmi-
na. Assim, a plasmina acaba por agir diretamente contra a fibrina, sendo assim que os coágulos san-
guíneos são aniquilados. 
A plasmina também é uma enzima ativa, mas esta produzida a partir do plasminogénio que hidrolisa 
a fibrina em fragmentos, e que, além disso, também hidrolisa outros elementos que são fatores de 
coagulação como, por exemplo, o fibrinogénio. Os coágulos sanguíneos são assim formados por 
fibrina. 
A fibrina é constituída por proteínas filamentosas que são produzidas pelo fígado e que se encontram 
contidas no sangue. Através da ação da plasmina, estas proteínas entram no processo fisiológico de 
coagulação do sangue, sendo que a plasmina é o resultado da hidrólise do plasminogénio. Além dis-
so, esta proteína também é produzida pelo fígado e constitui a forma ativa do plasminogénio, igual-
mente produzido pelo fígado. 
O tissue-plasminogen ativador (t-PA), é libertado por determinadas células do nosso organismo, sen-
do este o elemento que vai ativar a transformação do plasminogénio em plasmina. A libertação des-
tes t-PA é estimulada pelos depósitos de fibrina e de trombina, existentes no nosso organismo. 
Existem alguns inibidores endógenos do t-PA que provocam a redução da transformação do plasmi-
nogénio em plasmina, diminuir desta forma a atividade fibrinolítica. 
Objetivos da Fibrinólise 
Por diminuir a quantidade de fibrina no sangue, a fibrinólise protege o nosso organismo contra os 
riscos de trombose, sendo que uma trombose é o resultado da formação de um coágulo sanguíneo 
numa veia, numa artéria, ou numa das cavidades do coração. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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a fibrinólise protege o nosso organismo contra os riscos de trombose (Autor: Jina Lee) 
Quando ocorre uma ferida, após ocorrer a sua cicatrização, a fibrinólise ajuda a destruir o coágulo 
sanguíneo que tinha inicialmente impedido a hemorragia. Já nos casos de doenças hepáticas, tais 
como a cirrose ou outras patologias relacionadas com a coagulação sanguínea, o sistema fibrinolítico 
pode se acentuar, levando à ocorrência de hemorragias que por vezes se tornam difíceis de controlar. 
A descoberta e o estudo de todos estes processos passaram a desempenhar uma importância crucial 
para que fosse mais fácil começar a entender a fisiologia da hemostasia e o papel das reacçõeshe-
mostáticas nos casos das doenças hemorrágicas e de tromboses. 
O processo da fibrinólise é o estágio correspondente à etapa que conclui a coagulação sanguínea e 
que permite a repermeabilização dos vasos sanguíneos obstruídos por coágulos de fibrina. 
Podemos assim dizer que o sistema fibrinolítico consiste na destruição dos coágulos intravasculares 
que se podem formar, mesmo assim sem provocar hemorragias através da dissolução de coágulos 
hemostáticos e do fibrinogénio em condições normais. 
Portanto, a fibrinólise é, no fundo, um processo fisiológico que protege o nosso organismo do risco de 
doenças relacionadas com problemas sanguíneos. Muitas vezes, a fibrinólise é até mesmo utilizada 
de forma terapêutica para prevenir determinadas doenças tais como embolias pulmonares e enfartes 
do miocárdio. 
Uma das formas mais importantes de se conseguir um aumento da atividade coagulante através da 
fibrinólise é a prática de exercícios físicos mais consistentes. 
Doenças hemorrágicas 
Definição e aspectos gerais 
As doenças hemorrágicas abrangem diversas condições clínicas, sendo caracterizadas por hemorra-
gias de gravidade variável, espontâneas ou pós-traumáticas, em diferentes locais do corpo, presentes 
ao nascimento ou diagnosticados ocasionalmente, relacionadas a doenças hematológicas ou outras 
condições sistêmicas incluindo uso de medicamentos. 
Nas doenças hemorrágicas a hemostasia encontra-se prejudicada. A hemostasia é um processo fisio-
lógico que tem como objetivo manter o sangue em estado fluido dentro dos vasos sanguíneos, sem 
que haja hemorragia ou trombose. Este processo depende da interação de várias proteínas e células 
no sangue. 
As doenças hemorrágicas são divididas em dois grandes grupos, a depender onde se encontra a 
falha na hemostasia: (i) podem ocorrer como resultado de uma disfunção ou redução dos níveis de 
plaquetas (pequenos corpos em forma de disco na corrente sanguínea que ajuda no processo de 
coagulação) como são o caso das púrpuras e outros distúrbios plaquetários. (ii) as doenças hemorrá-
gicas também podem ser causadas por níveis reduzidos ou ausência de algumas proteínas do san-
gue, conhecidos como fatores de coagulação. Quando este defeito é herdado dos pais, chama-se 
coagulopatia hereditária, os exemplos mais comuns são a hemofilia e doença de von Willebrand. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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A hemofilia é causada por um gene anormal (ligado ao cromossono X) que impede que o sangue 
coagule normalmente pela deficiencia do fator VIII da coagulação (Hemofilia A) ou fator IX da coagu-
lação (Hemofilia B). Das hemofilias, a hemofilia A é a mais frequente, ocorrendo em cerca de 
1:10.000 homens, sendo que a hemofilia B é 3-4 vezes menos frequente. A doença Von Willebrand, 
decorrente da deficiência quantitativa e/ou qualitativa do fator von Willebrand, é a mais frequente das 
coagulopatias hereditárias, contudo, no Brasil, esta doença parece ser subdiagnosticada, pois o nú-
mero de casos reportados é bastante inferior ao de hemofílicos. 
Informações importantes aos pacientes 
Os motivos para encaminhamento do paciente para avaliação de distúrbio hemorrágico no Hemocen-
tro são variados; desde sangramento maior após cirurgia até exames da coagulação alterados em 
outro serviço ou parentes com distúrbio hemorrágico já diagnosticado. Independente da queixa inicial, 
todos os pacientes são submetidos à avaliação clínica cuidadosa visando caracterizar o sangramento 
com o maior número possível de detalhes, uso ou não de medicamentos que podem afetar a hemos-
tasia, se submetido ou não a desafios hemostáticos prévios, ou presença de história familiar com 
clínica sugestiva. Esta última, de especial relevância, pois algumas doenças hemorrágicas não pos-
suem um padrão de herança familiar intuitivo: no caso da hemofilia, por exemplo, a mãe do paciente 
pode não saber que possui o gene anormal por não apresentar qualquer sintoma hemorrágico. 
Outro passo importante na investigação do paciente com distúrbio hemorrágico é a avaliação labora-
torial, que em conjunto com a entrevista médica são essenciais para o diagnóstico. Estes testes são 
inicialmente feitos como triagem e posteriormente com objetivo de definir anormalidades específicas 
das plaquetas ou fatores da coagulação. 
O tratamento dos distúrbios hemorrágicos depende da sua etiologia. Em alguns casos o tratamento 
será curativo e em outros o quadro clínico será controlado através de medicações específicas ou 
mesmo transfusão. No Brasil, o tratamento das coagulopatias hereditárias é realizado através da 
infusão dos concentrados plasmáticos do fator de coagulação deficiente. O Ministério da Saúde é o 
órgão responsável pela aquisição e distribuição destes medicamentos, entre eles concentrados de 
fatores VIII e IX; concentrado de fator VIII com fator von Willebrand; concentrado de complexo pro-
trombínico; concentrado de complexo protrombínico parcialmente ativado; acetato de desmopressina; 
concentrado de fator VII ativado recombinante, concentrado de fator XIII, acido Tranexâmico e Con-
centrado de fibrinogênio. Todas estas medicações são disponibilizadas pelo Hemocentro. 
O que o Hemocento da Unicamp oferece para estes casos 
O Hemocentro conta com a efetiva participação de profissionais especializados em distúrbios hemor-
rágicos em diversas áreas incluindo hematologia, odontologia, enfermagem, fisioterapia, ortopedia, 
radiologia, psicologia, pedagogia e serviço social. Através desta equipe multidisciplinar a atenção ao 
paciente hemorrágico vem sendo realizada de forma integral, com uma dinâmica mais eficiente e 
organizada. 
A Unidade de Tratamento de Distúrbios Hemorrágicos do Hemocentro da UNICAMP recebe o nome 
de “Cláudio Luiz Pizzigatti Corrêa” nos anos 80. Desde o início das atividades, a Unidade vem desen-
volvendo papel significativo na Universidade, na atenção a saúde de Campinas e região, bem como 
na comunidade científica nacional e internacional, oferecendo atendimento assistencial diferenciado e 
participando de protocolos e pesquisas sobre hemofilia em estudos multicêntricos e locais. A Unidade 
de Hemofilia “Cláudio L. P. Corrêa” assiste mais de 300 pacientes com Hemofilia A, em torno de 80 
pacientes com Hemofilia B, 360 com Doença de Von Willebrand e aproximadamente 200 pacientes 
com outras desordens hemorrágicas (dados de jan/2018). 
O desenvolvimento e participação dos seus membros na assistência, em estudos e comitês relacio-
nados a hemofilia veio crescendo significativamente, culminando com a aprovação da Unidade, pela 
Federação Mundial de Hemofilia, em 2008, como Centro de Referência Internacional em Hemofilia. A 
partir desta data, a Unidade passou a receber para treinamento, através de verbas de programas 
internacionais, profissionais que atuam na atenção à pessoas com distúrbio hemorrágico, provindos 
de diversos países, principalmente da América Latina, (11 médicos, 7 profissionais de laboratório, 5 
enfermeiros, 1 dentista, 2 assistentes sociais e 1 fisioterapeuta ocupacional de mais de 30 centros na 
America Latina até jan/2018). 
Tromboses 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Visão Geral 
O que é Trombose? 
A Trombose Venosa Profunda (TVP), condição conhecida popularmente apenas por trombose, é a 
formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas da parte inferior do corpo, 
geralmente nas pernas. 
Trombose arterial 
Além da trombose venosa profunda, existem também trombos que se formam nas artérias, bloquean-
do totalmente este vaso. 
Quando existe uma obstrução total das artérias do cérebro, chamamos de acidente vascular cerebral, 
também conhecido pela sigla AVC. Nesses casos a região a que o sangue não chega sofre um infarto 
cerebral e morre. 
Saiba mais detalhes sobre a trombose arterial neste artigo. 
Qual a diferença entre trombose e tromboflebite? 
A tromboflebite consiste na inflamação deste coágulo formado quando há uma trombose e tem sinto-
mas como calor na região, vermelhidãoe varizes ou veias dilatadas. 
Trombose hemorroidaria 
Quando uma hemorroida tem a formação aguda de trombos, chamamos isso de uma trombose he-
morroidaria. Esse quadro implica no desenvolvimento de um nódulo com edema e de coloração arro-
xeada na margem anal. É frequentemente acompanhado de dor severa. Saiba mais sobre a trombose 
hemorroidaria neste artigo. 
Tipos 
A trombose pode ser classificada em aguda e crônica: 
Trombose aguda 
Inicialmente uma trombose pode ser considerada um evento agudo que muitas vezes o corpo mesmo 
utiliza de mecanismos para dissolvê-lo. 
Trombose crônica 
No entanto, durante o processo de dissolução do coágulo que é natural do corpo, podem ficar seque-
las no interior das veias, destruindo a estrutura das válvulas. É a partir desse momento que a doença 
se torna crônica: por conta dessas alterações nas válvulas, o retorno do sangue fica prejudicado e 
leva ao aparecimento de inchaço, varizes, escurecimento e endurecimento da pele e até feridas.A 
trombose pode ser dividida em: 
Causas 
A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes 
das pernas e das coxas. Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. O 
problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um 
processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração 
ou em outra área, levando a lesões graves. 
Trombose e avião 
Um medo muito comum das pessoas é o de trombose em viagens de avião. Realmente um vôo é um 
momento em que o risco deste problema aparecer é maior, já que a pessoa fica sem mover as per-
nas, o que prejudica o retorno do sangue venoso para o coração. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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O problema maior é em pessoas que tem alguma predisposição a ter trombose e estão em um voo. O 
sintoma mais comum é inchaço de panturrilha, acompanhado ou não de dor e calor local. 
Para evitar o problema: 
• Use roupas confortáveis e um pouco mais largas, que não causem compressão 
• Use meias elásticas medicinais, prescritas por médico e adequadamente calçadas, que ajudam no 
retorno venoso 
• Tome bastante líquido, principalmente água. O líquido, além de hidratar, também motiva a pessoa 
a se levantar para ir ao banheiro 
• Evite ficar mais de duas horas parado na mesma posição. 
Fatores de risco 
Existem alguns fatores que são considerados de risco para a ocorrência de trombose. Veja: 
Pílula anticoncepcional 
A pílula exerce efeito sobre a coagulação sanguínea e alguns estudos mostram haver risco relativo 
quatro vezes maior para o desenvolvimento de trombose em mulheres que utilizam anticoncepcionais 
em relação às não usuárias. Esse risco aumenta com a idade. A incidência é de 4 a 10 mil mulheres 
por ano e entre 35 a 39 anos passa a ser de aproximadamente 9 a 10 mil mulheres por ano. Esse 
risco é maior no primeiro ano de uso e está aumentado em tabagistas acima de dez cigarros por 
dia. Saiba mais sobre esta relação neste artigo. 
Ficar sentado 
Permanecer sentado por muito tempo, principalmente quando se está dirigindo ou dentro de um avi-
ão. Quando as pernas ficam na mesma posição por um tempo prolongado, os músculos da panturri-
lha não se contraem o que dificulta a circulação de sangue. 
Passar muito tempo deitado ou em repouso absoluto, comum em caso de internações hospitalares, 
por exemplo, também facilitam a ocorrência de trombose. 
Hereditariedade 
Algumas famílias carregam no sangue uma desordem que facilita a coagulação sanguínea, chamada 
de hipercoagulabilidade. Essa hereditariedade não costuma ser uma ameaça constante para a saúde, 
mas se combinada com outro fator de risco para a trombose, é bom ficar de olho 
Machucados 
Injúrias nas veias e cirurgias podem dificultar o fluxo sanguíneo, o que aumenta as chances de coá-
gulo. A anestesia que é geralmente aplicada antes de procedimentos cirúrgicos dilata as veias e facili-
ta a coagulação 
Gravidez 
Gravidez aumenta a pressão exercida sobre as veias da pélvis e das pernas, mas isso só se torna um 
problema quando a mulher possui suscetibilidade genética para a coagulação sanguínea. Mas aten-
ção: o risco de o sangue coagular continua alto mesmo seis semanas após o parto 
Alguns quadros de saúde específicos 
Alguns tipos de câncer e tratamentos aumentam a quantidade de substâncias no sangue que facili-
tam a coagulação. 
Infecções gastrointestinais, como colites ulcerosas, também são consideradas um fator de risco. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Atenção para a insuficiência cardíaca. Um coração fraco não bomba a mesma quantidade de sangue 
que um coração saudável costuma bombear, o que também aumenta os riscos de coagulação. 
Marcapasso e cateter nas veias podem causar irritação nos vasos sanguíneos e diminuir o fluxo do 
sangue. 
Glóbulos sanguíneos em excesso sendo produzidos pela medula óssea (policitemia vera) tornam o 
sangue mais denso e lento do que o normal, o que facilita a formação de coágulos. 
Obesidade 
A obesidade é um sério fator de risco para a trombose, pois o excesso de peso e o acúmulo de gor-
duras exercem ainda mais pressão sobre as veias, dificultando a passagem do sangue, principalmen-
te nos vasos da pélvis e das pernas 
Tabagismo 
O hábito de fumar afeta a circulação de sangue e facilita a coagulação. 
Idade 
Pessoas acima dos 60 anos de idade são mais propensas a desenvolver trombose do que pessoas 
mais jovens. 
Sintomas 
Sintomas de Trombose 
Em aproximadamente metade dos casos, a trombose não manifesta sintomas no paciente. No entan-
to, pode acontecer de a pessoa despertar alguns sinais da doença. Confira os principais deles: 
• Dor nas pernas, principalmente nas panturrilhas, podendo chegar até o pé e o tornozelo 
• Sensação de queimação na região afetada 
• Mudanças na cor da pele da região afetada pela doença, que começa a ficar vermelha ou azul 
• Edema (inchaço) na perna afetada. 
Diagnóstico e Exames 
Na consulta médica 
Procure um especialista imediatamente se os principais sintomas de trombose surgirem. Se não for 
tratada, trombose pode evoluir para complicações mais graves. 
Saiba mais: Pílula e cigarro podem causar trombose 
Especialistas que podem diagnosticar trombose são: 
• Clínico geral 
• Angiologista 
• Cirurgião vascular. 
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já 
pode chegar à consulta com algumas informações: 
• Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram 
• Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplemen-
tos que ele tome com regularidade 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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• Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar. 
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como: 
• Quando seus sintomas começaram? 
• Você sente dores nas pernas? 
• Com que frequência? Qual a intensidade das dores? 
• Há alguma medida que você tenha adotado que melhorou ou agravou os sintomas? 
• Você tem histórico familiar de trombose ou relacionado à coagulação sanguínea? 
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importan-
te. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta 
acabar. Para gordura no fígado, algumas perguntas básicas incluem: 
• Qual a causa mais provável dos meus sintomas? 
• Que exames eu preciso fazer? 
• Qual o melhor tratamento? 
• Quais as alternativas a esta primeira opção de tratamento que você está me oferecendo? 
• Eu preciso restringir minha atividade física ou evitar viagens? 
• Eu tenho outras condições de saúde, como posso controlá-las juntas? 
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta. 
Diagnóstico de Trombose 
Para saber se o seu caso é de trombose ou não, o médico deverá lhe fazer perguntas sobre seus 
sintomas e também realizaráum exame físico. No entanto, esses métodos podem não ser suficientes 
para fazer o diagnóstico e outros exames podem ser solicitados. 
Exames 
Alguns exames podem ser solicitados para melhorar o diagnóstico da trombose, veja quais são eles: 
Ultrassonografia 
Este exame de imagem é usado para identificar os locais em que há coagulação de sangue. 
Exame de sangue 
Pedido para verificação de substâncias na corrente sanguínea que costumam facilitar a coagulação. 
Venografia 
Neste exame um corante é injetado nas veias para identificar locais de coagulação. Este é um méto-
do pouco utilizado, pois existem exames menos invasivos e igualmente eficientes para o diagnóstico 
de trombose. 
Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular) 
O exame usa a tecnologia do ultrassom para ter imagens mais precisas das veias acometidas pelo 
problema, de forma não invasiva. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Tomografia e ressonância magnética 
Estes exames de imagem também são opções, já que produzem imagens dos vasos e são capazes 
de identificar coagulações. São reservados aos casos de embolia pulmonar. 
Tratamento e Cuidados 
Tratamento de Trombose 
Depois de feito o diagnóstico, é hora de iniciar o tratamento. O objetivo do tratamento para trombose 
pode ser dividido em três métodos de ação diferentes: 
• Impedir o crescimento do coágulo sanguíneo 
• Impedir que o coágulo sanguíneo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar possíveis 
complicações 
• Reduzir as chances de recorrência da trombose. 
Saiba mais: Alimentação rica em vitaminas melhora a circulação 
Existem algumas opções de tratamento disponíveis. Veja: 
• Diluidores do sangue, como anticoagulantes, que diminuem as chances de haver coagulação do 
sangue 
• Uso de medicamentos para casos mais graves de tromboses e também de embolia pulmonar, 
conhecidos como heparina 
• Inserção de filtros na maior veia do abdômen para impedir que os coágulos sanguíneos se deslo-
quem para os pulmões 
• Meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose. 
Medicamentos para Trombose 
Os medicamentos mais usados para o tratamento de trombose são: 
• Aspirina Prevent 
• Brilinta 
• Clexane 
• Doumadin 
• Diosmin 
• Eliquis 
• Marevan. 
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a 
dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e 
NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, 
se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções 
na bula. 
Convivendo (Prognóstico) 
Trombose tem cura? 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Muitos casos de trombose resolvem-se com tratamento, mas a doença pode retornar. Sem o trata-
mento necessário, trombose pode evoluir para problemas mais graves e levar, inclusive, à morte. 
Por isso, é importante seguir à risca as orientações médicas e fazer visitas constantes a um especia-
lista, para que haja monitoramento correto do tratamento e dos medicamentos ministrados por ele. 
Complicações possíveis 
Por serem mais frequentes, os maiores problemas da trombose são suas complicações: 
Dependendo do segmento de veia acometido, a trombose pode ser mais ou menos grave. Quando o 
coágulo obstrui uma pequena veia da perna, causa um transtorno localizado naquela região. Quanto 
mais próximo do coração, ou maior a veia, maior será a gravidade da trombose e a possibilidade de 
matar. 
Saiba mais: Trombose no avião: como prevenir? 
• Insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-trombótica 
• Inchaço crônico da perna afetada e/ou dor acompanhado de varizes 
• Mudanças na pele, que pode se tornar mais escura e seca 
• Eczema, coceira muito forte que pode levar a uma ferida de difícil cicatrização 
• Embolia pulmonar (EP). Essa última apresenta alto índice de mortalidade. 
Embolia pulmonar e trombose 
A maior e principal complicação decorrente de trombose é a embolia pulmonar – quando um vaso 
sanguíneo do pulmão é obstruído por coágulo de sangue, oriundo de outras partes do corpo, especi-
almente as pernas. A embolia pulmonar pode ser fatal. 
Aproximadamente 5 a 15% de indivíduos não tratados da trombose venosa profunda podem morrer 
de embolia pulmonar. Os dois quadros podem ocorrer em 2 a cada mil indivíduos por ano. Se pen-
sarmos em uma população de 200 milhões no Brasil, podemos ter de 200 mil a 400 mil novos casos 
por ano! 
Convivendo/ Prognóstico 
Adote algumas medidas caseiras para tornar o dia a dia com trombose mais fácil: 
• Faça visitas ao médico regularmente para checar o tratamento e os medicamentos ministrados 
• Controle do consumo de vitamina K caso esteja usando medicamentos que diluem o sangue. Ali-
mentos ricos dessa vitamina, como soja, canola e alguns vegetais verdes escuros, podem prejudicar 
o funcionamento desses remédios 
• Exercite frequentemente os músculos inferiores, principalmente a panturrilha. Se permanecer mui-
to tempo sentado, levante para dar uma volta 
• Mexa-se. Esse é sempre um bom conselho para pessoas com trombose, após a fase aguda 
• Adapte seu estilo de vida para garantir uma vida saudável e livre da trombose. Perca peso, pare 
de fumar e fique sempre de olho na pressão arterial 
• Adquira o hábito de vestir meias de compressão 
• Atenção para eventuais sangramentos, que podem ser um efeito colateral dos anticoagulantes 
ministrados pelo médico. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Prevenção 
Prevenir trombose é muito mais fácil do que tratá-la. Confira algumas medidas a serem adotadas: 
• Se tiver que fazer uma cirurgia de grande porte, o médico provavelmente receitará anticoagulantes 
para evitar problemas mais graves, como trombose. Não se esqueça de tomar os remédios correta-
mente 
• Faça visitas ao médico regularmente para checar se está tudo certo 
• Pratique exercícios físicos regularmente e evite permanecer muito tempo sentado sem movimentar 
as pernas 
• Evite o sobrepeso, o fumo, o estresse, o consumo de alimentos que contenham gordura animal. 
Como prevenir a trombose no avião? 
• Use roupas confortáveis e um pouco mais largas, que não causem compressão 
• Use meias elásticas medicinais, prescritas por médico e adequadamente calçadas, que ajudam no 
retorno venoso 
• Tome bastante líquido, principalmente água. O líquido, além de hidratar, também motiva a pessoa 
a se levantar para ir ao banheiro 
• Evite ficar mais de duas horas parado na mesma posição. 
Imunohematologia 
O Laboratório de Imuno-hematologia é responsável pela realização de exames imuno-hematológicos 
de doadores e receptores, além de realizar o controle de qualidade de todos os reagentes imuno-
hematológicos utilizados na Colsan. Realiza também o Controle de Qualidade Interno das agências 
transfusionais do sistema Colsan e participa de Controle de Qualidade Externo pela Associação Bra-
sileira de Hematologia e Hemoterapia - ABHH. 
Testes realizados em amostras de doadores de sangue: 
 
· Tipagem ABO/Rh; 
 
· Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI); 
 
· Teste de solubilidade para Hemoglobina S. 
 
Os exames de doadores são processados em equipamentos automatizados (Neo Immucor®), promo-
vendo maior autonomia na realização de testes e agilidade na liberação de resultados. 
 
Banco de Doadores Fenotipados e doadores raros: 
 
· A Colsan conta com um Banco de Doadores Fenotipados, fundamental para assistência de pacien-
tes que necessitam de fenótipos incomuns e raros. Em conjunto com o laboratório de Biologia Mole-
cular, é responsável por uma busca ativa de doadores raros que é uma importante iniciativa para 
possibilitar a transfusão de hemocomponentes compatíveis em pacientes com perfil antigênico raro. 
 
Testes pré-transfusionais realizados em amostras de pacientes: 
 
· Tipagem ABO/Rh; 
 
· Pesquisa e identificação de anticorpos irregulares anti-eritrocitários; 
 
· Fenotipagem; 
 
· Eluato 
 HEMATOLOGIA20 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
 
· Auto- e alo-adsorção 
 
· Tratamento com enzimas proteolíticas e com cloroquina 
 
Além dos testes acima, em casos complexos são realizados testes de biologia molecular e a utiliza-
ção do banco de hemácias e soros raros. 
 
Este serviço possui atendimento 24 horas a toda rede Colsan e conveniados. 
 
Incompatibilidade Sanguínea Materno Fetal 
Assim que a mamãe sabe que está grávida, marca sua visita ao médico para iniciar o pré-natal. Em 
todo início de gravidez são exigidos inúmeros exames e testes, entre eles, a tipagem sanguínea e o 
fator Rh da mãe e do pai para saber se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do 
feto. 
Segundo o Dr. Antônio Braga, obstetra da Maternidade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de 
Janeiro, na verdade, existem alguns tipos de incompatibilidade sanguínea. O principal deles é a in-
compatibilidade do sistema ABO, quando o sangue da mãe é diferente do sangue do pai, indepen-
dente do fator Rh. “Nesse caso, não há muito com o que se preocupar. O máximo que acontece é a 
criança apresentar icterícia, uma cor mais amarelada do que o normal. Pode ser tratado na materni-
dade com fototerapia.”, explica o especialista. O tratamento adequado será indicado pelo médico. Em 
2% dos casos de incompatibilidade devido aos tipos sanguíneos, ocorrem em tipos não pesquisados 
normalmente. 
 
A principal preocupação do médico é a incompatibilidade do sistema Rh, que ocorre caso o bebê 
tenha o Rh positivo herdado do pai e a mãe possua o fator Rh negativo. Como essa incompatibilidade 
é bem menos frequente, ela apresenta os casos mais graves de doença hemolítica do recém-nascido 
ou eristoblastose fetal. Nessa doença, o feto pode falecer na gestação ou após o nascimento. A do-
ença hemolítica pode resultar também em um recém-nascido com anemia profunda, provocando icte-
rícia grave, além de surdez e de paralisia cerebral. 
Quando há incompatibilidade sanguínea devido ao fator Rh, há sensibilização na mãe, pois o sangue 
dela reconhece o bebê como um “intruso” e começa a criar anticorpos contra ele. Como os anticorpos 
que são produzidos na primeira gravidez são moléculas grandes, elas não são capazes de atravessar 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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a barreira da placenta. Por isso, na primeira gravidez, se o sangue da mãe entrar em contato com o 
sangue do bebê que seja incompatível, nada acontece. 
Mas, se engravidar novamente e a mamãe não tiver feito o tratamento adequado na gestação anteri-
or, os anticorpos que são produzidos são moléculas menores, que conseguem atravessar a placenta 
e vão destruir as hemácias do bebê. “A destruição das hemácias provoca uma grave anemia e pode 
causar edema fetal generalizado, aumento do líquido amniótico e até a morte do bebê. Os bebês que 
sobrevivem apresentam grave anemia ou icterícia rara”, esclarece o Dr Antônio Braga. 
Para se prevenir de problemas decorrentes do tipo sanguíneo, a mãe deve iniciar o pré-natal assim 
que fica sabendo que está esperando o seu bebezinho. O obstetra deve fazer uma pesquisa detalha-
da sobre o histórico clínico da mamãe para buscar situações que possam ter sensibilizado-a. 
Mesmo com esse cuidado, Braga explica que a prevenção deve ser feita com o medicamento cha-
mado anti-D, que evita a sensibilização, nas primeiras 72 horas pós-parto. “Em casos de gestantes 
que já foram afetadas, na segunda gestação devem ser acompanhadas em Centro de Referência ou 
por especialista em Gestação de Alto Risco para que nada aconteça com o feto”, alerta o obstetra. 
Para efeito de curiosidade disponibilizamos abaixo as tabelas de tipos sanguíneos e fator Rh. 
Tabela de cruzamento entre tipos sanguíneos ABO 
 Pai Mãe Filhos 
 A A A ou O 
 A B A, B, AB, ou O 
 A O A ou O 
 A AB A, B ou AB 
 B A A, B, O ou AB 
 B B B ou O 
 B O B ou O 
 B AB A, B ou AB 
 O A O ou A 
 O O O 
 O B O ou B 
 O AB A ou B 
 AB A A, B ou AB 
 AB B A, B ou AB 
 AB O A ou B 
 AB AB A, B ou AB 
 
Tabela de cruzamento fator Rh e genótipos (RR, Rr e rr) 
Pai Mãe Filhos 
Rh+ (RR) Rh+ (RR) Rh+ (RR) 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Rh+ (RR) Rh+ (Rr) Rh+ (RR ou Rr) 
Rh+ (RR) Rh- (rr) Rh+ (Rr) 
Rh+ (Rr) Rh+ (RR) Rh+ (RR ou Rr) 
Rh+ (Rr) Rh+ (Rr) Rh+ (RR ou Rr) ou Rh- (rr) 
Rh+ (Rr) Rh- (rr) Rh+ (Rr) ou Rh- (rr) 
Rh- (rr) Rh+ (RR) Rh+ (Rr) 
Rh- (rr) Rh+ (Rr) Rh+ (Rr) ou Rh- (rr) 
Rh- (rr) Rh- (rr) Rh- (rr) 
 
Transfusões 
Podemos chamar de transfusão de sangue a transferência de sangue ou de um hemocomponente de 
um doador para um receptor. Esse é um procedimento realizado com o intuito de aumentar a capaci-
dade do sangue de transportar o oxigênio, restaurar os níveis de sangue no organismo, melhorar a 
imunidade ou corrigir distúrbio da coagulação sanguínea. 
A transfusão de um hemocomponente é escolhida sempre que possível, porque ela supre a necessi-
dade específica do paciente, é mais segura e evita o desperdício dos demais. 
Um hemocomponente pode ser: 
• Eritrócitos; 
• Plaquetas; 
• Fatores de coagulação; 
• Plasma fresco congelado; 
• Leucócitos; 
A coleta, o armazenamento e o transporte do sangue são regulamentados por autoridades federais e 
locais, bem como algumas instituições possuem suas próprias normas adicionais. 
Por isso os doadores são examinados para se constatar boas condições de saúde. São verificados 
pulso, pressão arterial, temperatura e, através de uma exame, a existência ou não de anemia. 
Um doador pode ser desqualificado permanentemente caso se constate hepatite, cardiopatia, alguns 
tipos de câncer, asma grave, malária, distúrbios hemorrágicos, AIDS, entre outras doenças. 
Já em constatação de gravidez, cirurgias de grande porte recente, hipertensão mal controlada, hipo-
tensão, uso de drogas ou determinados medicamentos e anemia, o doador será temporariamente 
desqualificado. 
Por ser um potencial instrumento de contágio, o sangue do doador passa por uma investigação rigo-
rosa que faz uma varredura à procura de hepatites virais, Aids, sífilis e outros vírus selecionados. 
Todo o processo de doação sanguínea dura aproximadamente uma hora, sendo que a doação pro-
priamente dita demora cera de 10 minutos e, com exceção da sensação de picada, é indolor. 
O sangue doado, aproximadamente 450ml é vedado em bolsas plásticas conservantes que possuem 
um composto anticoagulante. Esse sangue é refrigerado e pode ser usado em até 42 dias e, em cir-
cunstâncias especiais, os eritrócitos podem ser congelados e armazenador por até 10 anos. Devido 
ao fato de que a incompatibilidade entre o sangue do doador e do receptor, é feita uma classificação 
por tipo sanguíneo (A, AB, B ou O) e por RH (positivo e negativo). 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Como precaução, antes do início de uma transfusão, é misturada uma gota do sangue do doador com 
uma gota do sangue do receptor para assegurar a compatibilidade. 
Existe uma transfusão em que o doador também é o receptor. Esse tipo de procedimento da-se o 
nome de “transfusão autóloga”. Considerada a forma mais segura, a transfusão autóloga pode ser 
feita por intermédio de duas possibilidades de coleta do sangue: 
• Na primeira o doador faz a coleta um mês antes da cirurgia que poderá acarretar a necessidade 
de transfusão. 
• Na segunda o sangue é coletado a partir de um sangramento ou oriundo de um procedimento 
cirúrgico. 
Para reduzir a possibilidade de alguma reação durante a transfusão, o profissional da saúde deve 
tomar precauções. As reações mais comuns são a febre e a hipersensibilidade, e pode acontecer 
entre 1 a 2% do total de transfusões realizadas. 
Hematopoese 
Célula-tronco é uma célula de origem embrionária, fetal ou do adulto, capaz de se dividir indefinida-
mente. Todas as células-tronco, independentemente de sua origem, possuem três características que 
as distinguem dos outros tipos celulares: a) são células indiferenciadas e não especializadas; b) são 
capazes de sedividir e se autorrenovar indefinidamente; c) são capazes de se diferenciar em células 
especializadas quando submetidas a certas condições fisiológicas ou experimentais. 
As células-tronco podem ser classificadas, em função da sua origem ou da sua capacidade de dife-
renciação, em embrionárias e não-embrionárias e totipotentes, pluripotentes e multipotentes, respec-
tivamente. As células totipotentes resultam da divisão celular do óvulo fertilizado e podem dar origem 
a qualquer tipo de célula ou de tecido que compõe o embrião e que o sustenta durante seu desenvol-
vimento uterino. A divisão das células totipotentes resulta na formação das células pluripotentes, que 
são um pouco limitadas na sua diferenciação quando comparadas às células totipotentes. À medida 
que as células pluripotentes se especializam, passam a constituir tecidos específicos e o seu poten-
cial passa a ser mais restrito, dizendo-se então multipotentes ou células--tronco adultas, cuja função 
é a reparação e manutenção tecidual. 
Por sua vez, as células-tronco hematopoéticas (CTH) são células que possuem a capacidade de se 
autorrenovar e se diferenciar em células especializadas do tecido sanguíneo e células do sistema 
imune. Elas constituem as células-tronco adultas mais bem caracterizadas até hoje. A sua obtenção é 
feita a partir da medula óssea (considerada a fonte clássica dessas células), do cordão umbilical ou 
do sangue periférico. 
Alguns estudos têm revelado a possibilidade de existirem dois tipos de CTH: células-tronco hemato-
poéticas de longo prazo (CTH-LP) e células-tronco hematopoéticas de curto prazo (CTH-CP).1 As LT-
HSC proliferam-se ao longo da vida do organismo, podendo se autorrenovar em longo prazo e rege-
nerar todos os tipos de células do sangue. As CTH-LP diferenciam-se das CTH-CP, cuja capacidade 
de se autorrenovar é limitada, levando-as a ter uma meia-vida de somente poucos meses. As CTH-
CP, por sua vez, geram os progenitores multipotentes, que vão dar origem aos progenitores comuns 
das linhagens mielóide e linfóide. As células da linhagem mielóide são eritrócitos, plaquetas, macró-
fagos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, e as da linhagem linfóide são os linfócitos B e T e células NK. 
As células dendríticas podem ser tanto da linhagem mielóide como da linfóide. 
Em suma, células-tronco em diferentes estágios de desenvolvimento guardam peculiaridades quanto 
à capacidade de renovação e de diferenciação, sendo as células-tronco embrionárias consideradas 
as mais indiferenciadas e, portanto, potencialmente capazes de originar qualquer tipo de tecido. As 
CTH, por sua vez, dão origem a tipos celulares mais limitados e não retêm tanta capacidade de reno-
vação quanto as suas precursoras. 
Em termos de terapêutica, a terapia com CTH é uma das modalidades de terapia celular que mais 
tem conseguido eficácia ao longo dos anos no tratamento de doenças malignas e benignas em crian-
ças e adultos. O transplante de medula óssea, por exemplo, é rotineiramente usado no tratamento de 
linfomas e leucemias e certas condições não-malignas, como imunodeficiências congênitas. A Tabela 
1 mostra uma lista das principais doenças tratadas com transplante de CTH. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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O transplante de CTH pode ser singênico (as células recebidas são de um irmão gêmeo, genetica-
mente idênticas às do receptor) ou alogênico (as células transplantadas não são geneticamente idên-
ticas às do receptor). Os transplantes autólogos são os realizados com células do próprio recep-
tor. Os transplantes alogênicos guardam o risco de desencadearem uma reação enxerto versus hos-
pedeiro, na qual linfócitos transplantados geram uma resposta imune contra os tecidos do receptor. 
Em certos casos, como no tratamento de neoplasias, essa reação aumenta a eficiência do tratamento 
na medida em que os linfócitos transplantados atacam as células neoplásicas remanescentes no 
receptor ("enxerto versus neoplasia"). 
Histórico das CTH 
Na época da Segunda Guerra Mundial, o sangue placentário armazenado era usado como uma fonte 
de sangue para transfusão. Em 1959, Thomas foi o pioneiro em utilizar o transplante de medula ós-
sea no tratamento de uma paciente com leucemia submetida à irradiação corporal total. Neste caso, 
tratava-se de um transplante singênico, em que as células eram provenientes da irmã gêmea da pa-
ciente. Somente em 1963, entretanto, é que as CTH puderam ser mais bem caracterizadas por Ja-
mes Till, Ernest McCullogh e Lou Siminovitch, utilizando modelos animais. No início da década de 
1960, com a identificação dos genes do complexo HLA (Human leucocyte antigen), o complexo prin-
cipal de histocompatibilidade humano, o transplante alogênico de medula óssea tornou-se possível. 
As células-tronco de cordão umbilical, por sua vez, foram usadas terapeuticamente, pela primeira 
vez, por Eliane Gluckman, numa criança com anemia de Fanconi em 1988, a qual recebeu CTH de 
seu irmão HLA-compatível.6A tipagem do HLA foi feita enquanto a mãe da criança ainda estava grá-
vida. Desde então, o número de transplantes de CTH de cordão umbilical tem crescido rapidamente, 
a maioria envolvendo doadores com o HLA idêntico ao dos receptores ou parcialmente compatí-
vel. No Brasil, o primeiro transplante de CTH não aparentado, proveniente de cordão umbilical, foi 
fornecido em 2004 pela equipe do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto Naci-
onal de Câncer (Inca). Até maio de 2008, 58 unidades de sangue de cordão umbilical já haviam sido 
utilizadas para transplante de CTH e, até fevereiro de 2008, 4.321 unidades haviam sido criopreser-
vadas. 
Atualmente existem 51 centros transplantadores de CTH no país, com aproximadamente 280 leitos. A 
maioria (85%) destes centros é pública. Até 2006 haviam sido realizados mais de 13.000 transplantes 
de CTH, uma média de 1.600 por ano. Até maio de 2008 havia 707.314 doadores voluntários regis-
trados no Redome (Registro de Doadores de Medula Óssea). A necessidade anual de transplantes 
de CTH é de aproximadamente 5.100 transplantes, embora o número de pacientes com doador apa-
rentado seja da ordem de 30%. Esse cenário tem favorecido a expansão de fontes alternativas de 
CTH no Brasil, representadas sobretudo pela criação de novos bancos de sangue de cordão umbili-
cal. 
Peculiaridades das CTH de cordão umbilical 
Os transplantes autólogos de CTH provenientes da medula óssea ou do sangue periférico atualmente 
são mais utilizados do que os transplantes alogênicos. Entretanto, uma vez que as células-tronco 
autólogas não induzem reação enxerto versus hospedeiro, elas são menos eficientes que as alogêni-
 HEMATOLOGIA 
 
 
25 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
cas no tratamento de neoplasias. A tolerância à reação enxerto versus hospedeiro é menor nos ido-
sos, e sua intensidade está diretamente relacionada ao grau de incompatibilidade entre o HLA do 
receptor e do doador. 
A procura por CTH alogênicas histocompatíveis é uma tarefa difícil e demorada. Isso confere grande 
importância à obtenção de células-tronco a partir do sangue de cordão umbilical e de placenta arma-
zenados em bancos criopreservados. No Brasil, a constituição étnica da população brasileira, por ser 
altamente miscigenada e ter uma grande diversidade genética, atua provavelmente como um fator 
contribuinte para a dificuldade na busca de doadores compatíveis. 
Embora o sangue de cordão umbilical e de placenta seja rico em CTH, estas são obtidas em peque-
nos volumes, o que tem limitado sua utilização a receptores jovens, na maioria dos casos. Apenas um 
terço dos transplantes envolvendo CTH de cordão umbilical é destinado a adultos. Além disso, como 
a reconstituição hematológica e imunológica é mais lenta nos transplantados com células de cordão 
umbilical,10 os pacientes ficam mais suscetíveis a infecções logo após o transplante. 
Apesar dos problemas, a procura por um doador compatível é potencialmente mais rápida (nem sem-
pre) do que nos outros casos, principalmenteporque a compatibilidade de HLAs pode ser menos 
estringente do que no transplante de células-tronco a partir de outras fontes, uma vez que as células-
tronco de cordão umbilical desencadeiam menos reação enxerto versus hospedeiro. Portanto, um 
aumento do número de doadores de CTH de sangue de cordão umbilical e de medula óssea é de 
grande importância para populações com haplótipos HLA raros. 
Gluckman enumera como possíveis causas das taxas reduzidas de doença enxerto versus hospedei-
ro a pouca idade dos doadores e dos receptores, a ausência de imunizações prévias ou ativação de 
células dos doadores por agentes infecciosos, o pequeno número de linfócitos presentes no sangue 
de cordão umbilical, o efeito imunossupressor de células maternas contaminantes ou a imaturidade 
do sistema imunológico ao nascimento. Sabe-se que o sangue de cordão umbilical é rico em linfócitos 
"naïve", alguns dos quais podem apresentar um fenótipo imunossupressor. 
As CTH provenientes do sangue periférico, por sua vez, proporcionam um restabelecimento mais 
rápido de neutrófilos e plaquetas, apesar de haver uma maior incidência de doença enxerto versus 
hospedeiro. Várias outras diferenças foram descritas em relação às CTH de diferentes fontes. As 
bases moleculares de tais diferenças traduzem-se por uma expressão gênica diferencial de fatores de 
transcrição, genes relacionados à regulação do ciclo celular, genes de controle da apoptose e genes 
envolvidos na adesão e no endereçamento de células-tronco. 
CTH de medula óssea contêm mais progenitores mielóides do que as CTH de cordão umbilical, além 
de terem uma atividade mitótica mais intensa e um menor potencial apoptótico. CTH de cordão umbi-
lical, por sua vez, apresentam uma menor dependência de comunicação intercelular com o estroma, 
apresentam mais células quiescentes e têm um maior potencial de diferenciação celular. Além disso, 
as CTH de cordão umbilical apresentam um maior potencial de migração do que as CTH de outras 
fontes, apesar de sua capacidade de adesão celular ser diminuída. 
Kolar et al. verificaram que linfócitos oriundos de diversas fontes (fetais, de cordão umbilical e de 
adultos) retêm uma capacidade similar de geração de diversidade de imunoglobulinas, o que assegu-
ra, por exemplo, que transplantes de CTH de cordão umbilical não provoquem algum tipo de imuno-
deficiência nos pacientes receptores. 
Alguns autores têm demonstrado que o sangue de cordão umbilical é enriquecido com células 
CD34+, a maioria pertencente a um compartimento mais imaturo CD38-. As colônias obtidas dessas 
populações específicas de CTH são maiores e têm um maior potencial de expansão a longo prazo 
em culturas de células. Isso enfatiza a idéia de que as diferenças entre a hematopoese adulta e fetal 
não são apenas quantitativas, havendo também um componente ontogenético relacionado a diferen-
ças na sinalização celular e necessidade de receptores de fatores de crescimento. 
Vários estudos têm procurado realizar uma expansão ex vivo da população de CTH de cordão umbili-
cal a fim de aumentar a oferta de células-tronco a serem transplantadas. Além disso, estuda-se a 
combinação de diferentes fontes de CTH a serem utilizadas num mesmo receptor. A Tabela 2 mostra 
algumas estratégias que poderão ser usadas para aumentar a oferta de CTH de cordão umbilical, e 
a Tabela 3 sumariza os prós e os contras envolvidos na utilização terapêutica dessas CTH. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Coleta, Processamento e Armazenamento das CTH de Cordão Umbilical 
Os protocolos de coleta e utilização das CTH de cordão umbilical variam entre as instituições. bToda-
via, certas premissas são bastante frequentes, quais sejam: (a) antes ou imediatamente após a coleta 
do sangue de cordão umbilical e da placenta, a mãe deve assinar um termo de consentimento livre e 
esclarecido; (b) o sangue placentário geralmente é colhido após o parto; (c) o sangue do cordão um-
bilical é colhido através da punção da veia umbilical e armazenado numa seringa ou numa bolsa 
apropriada; (d) o processamento geralmente é feito até 24 horas da coleta e envolve testes de contro-
le de qualidade, remoção de plasma e de hemácias a fim de reduzir o volume da amostra; (e) as CTH 
são armazenadas em bolsas apropriadas e criopreservadas em nitrogênio líquido. 
A criopreservação das CTH de cordão umbilical é um fator crítico para a viabilidade da utilização de 
bancos de sangue de cordão umbilical. No Brasil, antes do processo de coleta, as gestantes que se 
dispõem a doar o sangue do cordão umbilical passam por uma triagem onde é feita avaliação da sa-
úde de cada uma e exames complementares pré-natais. Outra exigência a ser cumprida é a realiza-
ção de novos exames de sangue tanto da mãe e como do recém-nascido dois a seis meses após a 
coleta para garantir a qualidade do sangue que foi colhido. 
Bancos de Sangue de Cordão Umbilical 
Há basicamente dois tipos de bancos de sangue de cordão umbilical: os públicos, nos quais o sangue 
criopreservado fica disponível para pesquisa ou transplante, e os privados, gerenciados por empresas 
que cobram para armazenar o sangue de cordão umbilical de seus clientes para que possam ser 
usados no futuro, se necessário. Pouca atenção tem sido dada à criação e ao aprimoramento de 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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bancos de sangue de cordão umbilical de irmãos, o que é especialmente útil quando há algum caso 
de uma doença tratável com CTH na família. 
A alta concentração de CTH no sangue de cordão umbilical e de placenta, a baixa incidência de do-
ença enxerto versus hospedeiro após esse tipo de transplante e as expectativas terapêuticas das 
CTH encorajam a criação de bancos de cordão umbilical visando transplantes autólogos ou alogêni-
cos ou mesmo pesquisas científicas na área. 
Atualmente, há mais de 260 mil unidades de sangue de cordão umbilical armazenadas em dezenas 
de bancos de sangue de cordão umbilical em vários países do mundo (Figura 1). A medula óssea 
continua sendo a principal fonte de CTH nos transplantes realizados no mundo, mas fontes alternati-
vas de CTH (sangue periférico e de cordão umbilical) têm ganhado importância crescente nos últimos 
anos (Figura 2). 
 
Em 1990, o Brasil teve seu primeiro sangue de cordão umbilical criopreservado. Entre 2000 e 2001 foi 
criado o primeiro banco de sangue de cordão umbilical e placentário (BSCUP) público brasileiro, do 
Inca. 
Em 2004, foi criada a rede BrasilCord, estabelecendo uma rede nacional de BSCUPs com o objetivo 
de aumentar as chances de localização de doadores para os pacientes que necessitam de transplan-
te de medula óssea e ampliar o número de BSCUPs no País. 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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A rede BrasilCord encontra-se atualmente em expansão, visando aumentar o número de BSCUPs 
nos diversos estados brasileiros, aumentar a diversidade genética das unidades (o que é importante 
para as populações com haplótipos HLA raros) e promover o desenvolvimento tecnológico das regi-
ões envolvidas com o projeto. Atualmente, o Brasil conta com 12 BSCUPs, a maioria em São Paulo. 
Além disso, encontra-se em desenvolvimento o Registro Nacional de Sangue de Cordão Umbilical, 
que facilitará o processo de expansão da rede BrasilCord. 
Perspectivas Futuras 
A utilização de CTH de cordão umbilical como alternativa terapêutica e na pesquisa científica tem 
sido algo bastante promissor. Dentre as possíveis aplicações científicas, pode-se citar os estudos 
sobre as particularidades da hematopoese fetal e neonatal, bem como sobre as propriedades das 
CTH na diferenciação tecidual. Há, ainda, uma crescente área de pesquisas voltadas à transferência 
de genes para as CTH visando a futuros estudos de terapia gênica. 
A utilização da terapia celular utilizando CTH de cordão umbilical no tratamento de doenças que re-
queiram a prévia destruição total ou parcial do sistema hematopoético dos indivíduos impele as pes-
quisas no sentido de desenvolvermelhores regimes mieloablativos, menos tóxicos e mais eficientes. 
Outro campo de pesquisa em desenvolvimento relaciona-se à melhoria da prevenção da doença en-
xerto versus hospedeiro através do uso de citocinas imunomodulatórias, infusão de células T regula-
tórias ou mesmo terapia gênica. 
Soma-se às perspectivas de futuros avanços científicos nessa área a utilização de células-tronco 
embrionárias como uma nova fonte de CTH e o desenvolvimento em larga escala dos bancos de 
cordão umbilical. 
Somente através da compreensão dos mecanismos moleculares que governam o equilíbrio da divi-
são celular os pesquisadores poderão interferir de uma forma mais ordenada no estímulo à regenera-
ção tecidual, no equilíbrio entre autorrenovação e diferenciação celular e na definição de diretrizes 
mais claras acerca da melhor maneira de se utilizar a terapia celular e gênica para a melhoria da qua-
lidade de vida das pessoas. 
Em conclusão, a utilização de CTH de cordão umbilical constitui uma alternativa terapêutica viável e 
em expansão no Brasil e no restante do mundo, apesar de suas limitações e da necessidade de am-
pliação das pesquisas nesta área. 
A Espermatogênese 
Processo que ocorre nos testículos, as gônadas masculinas. Secretam a testosterona, hormônio se-
xual responsável pelo aparecimento das características sexuais masculinas: aparecimento da barba e 
dos pêlos corporais em maior quantidade, massa muscular mais desenvolvida, timbre grave da voz, 
etc. 
 
As células dos testículos estão organizadas ao redor dos túbulos seminíferos, nos quais os esperma-
tozoides são produzidos. A testosterona é secretada pelas células intersticiais. Ao redor dos túbulos 
seminíferos, estão as células de Sertoli, responsáveis pela nutrição e pela sustentação das células da 
linhagem germinativa, ou seja, as que irão gerar os espermatozoides. 
 
 HEMATOLOGIA 
 
 
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Nos mamíferos, geralmente os testículos ficam fora da cavidade abdominal, em uma bolsa de pele 
chamada bolsa escrotal. Dessa forma, a temperatura dos testículos permanece aproximadamente 1° 
C inferior à temperatura corporal, o que é ideal para a espermatogênese. 
A espermatogênese divide-se em quatro fases: 
Fase de proliferação ou de multiplicação: inicia-se na puberdade e ocorre de modo contínuo, durante 
toda a vida do indivíduo. As células primordiais dos testículos, diploides, aumentam em quantidade 
por mitoses consecutivas e formam as espermatogônias. 
Fase de crescimento: Um pequeno aumento no volume do citoplasma das espermatogônias as con-
verte em espermatócitos de primeira ordem, também chamados espermatócitos primários ou esper-
matócitos I, também diploides. 
Fase de maturação: Também é rápida, nos machos, e corresponde ao período de ocorrência da mei-
ose. Depois da primeira divisão meiótica, cada espermatócito de primeira ordem origina dois esper-
matócitos de segunda ordem (espermatócitos secundários ou espermatócitos II). Como resultam da 
primeira divisão da meiose, já são haploides, embora possuam cromossomos duplicados. Com a 
ocorrência da segunda divisão meiótica, os dois espermatócitos de segunda ordem originam quatro 
espermátides haploides. 
Espermiogênese: É o processo que converte as espermátides em espermatozoides, perdendo quase 
todo o citoplasma. As vesículas do complexo de Golgi fundem-se, formando o acrossomo, localizado 
na extremidade anterior dos espermatozoides. O acrossomo contém enzimas que perfuram as mem-
branas do óvulo, na fecundação. 
Os centríolos migram para a região imediatamente posterior ao núcleo da espermátide e participam 
da formação do flagelo, estrutura responsável pela movimentação dos espermatozoides. grande 
quantidade de mitocôndrias, responsáveis pela respiração celular e pela produção de ATP, concen-
tram-se na região entre a cabeça e o flagelo, conhecida como peça intermediária.

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