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LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA As leucemias são malignidades hematológicas originadas de progenitores hematológicos da medula óssea, podendo ser mieloides ou linfoides. A LLA é uma doença típica de crianças, apesar de poder ocorrer em todas as idades. A maioria dos casos ocorre entre os 2 e 5 anos. Um segundo pico até ocorre após os 60 anos, mas muitíssimo menor do que a incidência pediátrica. De fato, a LLA não é só a leucemia mais comum da infância, como também é a neoplasia maligna mais comum em crianças, Devemos suspeitar de LLA em pacientes, com quadro clínico de fraqueza, infecções, sangramentos, dor óssea e linfadenomegalias, especialmente se associados à leucocitose à custa de blastos linfoides. Para confirmar o diagnóstico de LLA, devemos comprovar a presença de pelo menos 20% de blastos linfoides na medula óssea através do mielograma. Muitas vezes, apenas a análise morfológica do mielograma é incapaz de distinguir os blastos linfoides de blastos mieloides, já que a característica dos blastos é justamente serem células jovens e indiferenciadas. Por isso, a imunofenotipagem por citometria de fluxo tem um papel importante nessa distinção, ao conseguir identificar a presença de antígenos de cada linhagem. Mais ainda, a imunofenotipagem consegue separar a LLA-B, marcada pela presença do CD19, CD20 e CD22, da LLA-T, com antígenos como CD3, CD7, CD4 e CD8. Essa classificação, inclusive, tem valor prognóstico: enquanto as LLAs-B são responsáveis por mais de 85% dos casos e possuem prognóstico favorável, a minoria dos casos compostos por LLA-T evoluiu marcadamente mal. TRATAMENTO: Feito o diagnóstico e a estratificação prognóstica, é preciso proceder ao tratamento da LLA. A maioria dos casos será tratada com esquemas quimioterápicos complexos, combinando diversas drogas em estágios sucessivos chamados de indução da remissão (eliminação das células neoplásicas), consolidação da remissão (eliminação de quaisquer células residuais) e manutenção da remissão (prevenção de recaída). Em Prognóstico favorável Prognóstico desfavorável LLA-B Idade de 1 a 9 anos Hiperdiploidia (>50 cromossomos) LLA B comum (CD10 positivo) LLA-T Neonatos, idosos Hipodiploidia (doença vai ser de cura para a maior parte da população e adoecimento para a pequena parcela restante. É interessante ver que, mesmo em infecções autorresolvidas, a Leishmania chagasi permanecerá latente em linfonodos, monócitos e, eventualmente, até na medula óssea, podendo reativar-se em uma condição de imunossupressão. Dessa forma, pacientes com AIDS, transplantados e usuários crônicos de corticoide podem reativar uma infecção latente para a forma visceral sistêmica, mesmo anos depois de saírem de áreas endêmicas. Após a infecção do hospedeiro, a Leishmania (em sua forma amastigota) parasitará macrófagos/fagócitos, neutrófilos e células dendríticas, disseminando-se pelo sistema reticuloendotelial. Tal reação inflamatória no sistema reticuloendotelial resultará em febre na fase aguda da doença, além de esplenomegalia (reprodução na polpa branca do baço) e, eventualmente, diarreia (visto a reprodução de Leishmania no tecido linfoide do trato gastrointestinal). A fase crônica será marcada pela caquexia e emagrecimento, que serão resultados da disabsorção proteica com o aumento de consumo calórico pela infecção. Nessa fase, podemos observar de forma importante a hipergamaglobulinemia (devido ao aumento de anticorpos ineficazes que nosso corpo produz tentando controlar a doença) e hipoalbuminemia (resultante da desnutrição grave). Nessa fase, também temos o ápice da esplenomegalia (a leishmaniose visceral vai gerar, junto com os linfomas, os maiores baços da medicina), com hepatomegalia por refluxo sanguíneo da veia esplênica para a veia porta. Em casos mais avançados, teremos a invasão medular pela Leishmania chagasi, com a ocorrência de pancitopenia. Quando atingimos o estágio de pancitopenia, o paciente poderá apresentar fadiga (resultante da anemia), infecções bacterianas múltiplas (que ocorrem devido à leucopenia) e sangramentos (advindos da plaquetopenia). repare aqui comigo: “paciente com quadro de febre, perda de peso, adenomegalias, baço aumentado...” lembrou outra doença lá da hematologia, né? Os linfomas também se comportam dessa forma, então eles sempre estarão em uma das alternativas da sua questão para “pegá-lo”. Em um ser humano normal e não inflamado, temos muita albumina e poucas globulinas, certo? Então, se eu faço uma relação albumina/globulina, ela sempre será maior que 1 em uma pessoa hígida. Pois bem, na leishmaniose visceral, como vimos, temos muita globulina (anticorpos) produzida erroneamente, ao mesmo tempo em que teremos pouca albumina, resultante de uma dificuldade de absorção de proteínas e aumento do consumo energético da infecção. Logo, essa relação albumina/globulina será baixa, eventualmente chamada de inversão da relação albumina/ globulina. Isso é característico da leishmaniose visceral, não sendo classicamente observado nas doenças linfoproliferativas. Exames laboratoriais na leishmaniose visceral Exame Alteração esperada Hemograma Anemia (hemoglobina 50 anos Insuficiência renal, hepática ou cardíaca Intervalo QT prolongado Uso de medicações que prolonguem o intervalo QT Infecção pelo HIV Doença imunossupressora ou uso de imunossupressão Falha terapêutica com antimonial pentavalente Gestantes