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1 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS – IESGO FACULDADES IESGO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOFRIMENTO PSÍQUICO DE MÃES DIANTE DO PARTO DE CRIANÇAS PREMATURAS Hérica Carlos Chaves Formosa/GO, Novembro de 2019. 2 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS – IESGO FACULDADES IESGO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOFRIMENTO PSÍQUICO DE MÃES DIANTE DO PARTO DE CRIANÇAS PREMATURAS Hérica Carlos Chaves Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Psicologia das Faculdades Integradas IESGO, como requisito parcial à obtenção do título de Graduado em Psicologia. ORIENTADOR (a): Prof. Me. NATHÁLIA OLIVEIRA Formosa/GO, Novembro de 2019. INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS – IESGO 3 FACULDADES IESGO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA Monografia aprovada em_______de________de______para obtenção do título de Bacharel em Psicologia. _______________________________________________________ _______________________________________________________ Orientador: Prof. Me. Nathália Oliveira _______________________________________________________ Membro: Prof. Dr. _______________________________________________________ Membro: Prof. Dr. Formosa/GO, Outubro de 2019. Resumo 4 A respectiva pesquisa acadêmica apresenta como objetivo analisar o que a literatura tem publicado a respeito do sofrimento psíquico de mães diante do parto de bebês prematuros. Desse modo, foram apresentados conceitos e especificações em se tratando da maternidade e gestação; bebês prematuros e seu desenvolvimento; relação mãe-bebê; sofrimento psíquico de mães de crianças prematuras, dentre outros aspectos indispensáveis. O método utilizado foi a revisão de literatura sistemática de artigos científicos construídos no território brasileiro, no período de 2001 a 2017. Sobretudo, as buscas foram efetivadas nas bases de dados conhecida como SciELO e PePsic. Sendo assim, foram selecionados 15 artigos para o desenvolvimento dos resultados e discussões, sendo concluída a comprovação do sofrimento psíquico de mães frente ao parto de crianças prematuras. Palavras-Chave: Sofrimento psíquico de mães, bebês prematuros, interação mãe-bebê, desenvolvimento. 5 Sumário 1. Introdução......................................................................................................................6 2. Fundamentação teórica..................................................................................................8 2.1 Maternidade e Gestação...............................................................................................8 2.2 Bebês Prematuros e Aspectos do Desenvolvimento..................................................12 2.3 Relação Mãe-Bebê.....................................................................................................18 2.4 Sofrimento Psíquico de Mães de Crianças Prematuras............................................ 21 3. Objetivo Geral ............................................................................................................23 3.1 Objetivos específicos ................................................................................................23 4. Método ........................................................................................................................24 4.1 Instrumentos .............................................................................................................24 4.2 Procedimentos ..........................................................................................................25 4.3 Procedimentos de análise..........................................................................................26 5. Resultados e Discussão................................................................................................27 5.1 Bebê Imaginário X Sentimento de Luto....................................................................29 5.2 A relação afetiva entre a mãe e o bebê prematuro.....................................................31 5.3 Rede de Apoio às Mães de Bebês Prematuros..........................................................33 6. Considerações Finais...................................................................................................35 7. Referências..................................................................................................................37 1. Introdução 6 Promover cuidados a um bebê é algo indispensável, no entanto, quando a mãe está em sofrimento psíquico tal exigência acaba sendo desafiadora, porque são necessárias uma série de apoio que agreguem aquela nova situação para que a mulher consiga sentir- se forte para ultrapassar aquele momento em que seu psicológico encontra-se fragilizado. Segundo Araújo e Rodrigues (2010), a gestação e o pós-parto são um dos momentos caracterizados como propensos ao aparecimento de transtornos. A mulher passa por uma readaptação ao assumir esse novo papel, porque deixa de ser filha para se tornar mãe. Além disso, quando o bebê é prematuro esse momento se torna doloroso por estar diante de variados fatores que causam o sofrimento psíquico como cognitivos, biológicos, físicos, sociais e afetivos. Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho é analisar o que a literatura tem publicado a respeito do sofrimento psíquico de mães diante do parto de bebês prematuros. Já, os objetivos específicos buscaram entender, a partir da literatura brasileira, como ocorre o desenvolvimento do sofrimento psíquico de mães diante do bebê prematuro; analisar, a partir dos artigos científicos localizados, quais são os principais desafios enfrentados pelas mães de bebês prematuros; e, por fim, conhecer como a rede de apoio a saúde física e psicológica atuam em sobre sofrimento psíquico dessas mães que passam a vivenciar um momento de sofrimento e dor. Sendo assim, o primeiro capítulo trata da diferenciação entre maternidade e gestação. Foi desenvolvida uma breve investigação histórica com intuito de contextualização do tema, expressando que o vínculo e a afetividade materna não são elementos intrínsecos à natureza feminina, tendo em vista os determinantes sociais, inicialmente com finalidades inicialmente econômicas, que disseminam esse tipo de associação. 7 O segundo capítulo volta-se para os bebês prematuros e seus respectivos aspectos do desenvolvimento, revelando ser um fenômeno biológico que causa o nascimento precoce de uma criança. Esta situação acaba comprometendo o processo de crescimento desse indivíduo, o que pode acarretar em problemas em diferentes aspectos do desenvolvimento infantil. O terceiro capítulo relaciona-se ao vínculo criado entre mãe e bebê. Alguns estudos mencionam que este é um vínculo capaz de proporcionar desenvolvimento nos âmbitos cognitivo, social e emocional de uma criança. O quarto capítulo vincula-se ao sofrimento psíquico de mães de crianças prematuras. Fase enfrentada por diversas mães que muitas vezes acabam sendo criticadas pela sociedade. Este capítulo buscou apontar o estado emocional de mães que se deparam com uma circunstância totalmente delicada que exige a cooperação da família e daqueles que estão em sua volta e em determinados casos, a participação de profissionais que irão ser peças indispensáveis neste processo que carece de ajuda, compreensão e apoio. Este estudo torna-se relevante, pois se trata de uma revisão sistemática de literatura embasada em artigos anteriormente publicados sobre a mesma linha de pesquisa, contribuído para outros estudos, bem como para a formação dos profissionais da área da psicologia. 2. Fundamentação teórica 2.1 Maternidadee Gestação 8 O conceito de maternidade e gestação tem passado por diversos entendimentos histórico-culturais que envolvem as comunidades em que as mulheres se encontram inseridas. Para Piccinini, Nardi e Lopes (2008), maternidade e gestação consistem em momentos e concepções distintos vivenciados pela mulher quando se tem o desejo de tornar-se mãe, porém o conceito de maternidade relaciona-se ao fator biológico pelo qual a mulher, durante determinado período gera dentro de si outro corpo, um bebê, é, portanto, o processo da gravidez propriamente dita. Enquanto a maternidade configura-se em um constructo social desenvolvido por aquelas mulheres que têm o desejo de se tornarem mães, visto que gerar um filho não garante que a mulher desenvolva a maternidade. Desde o século XVIII até as formas de organização encontradas atualmente, variadas concepções se desenvolveram em relação aos papéis desenvolvidos pelas mulheres-mães; e, também, pelas crianças. Moura (2004), afirma que a maternidade seja fruto dos paradigmas sociais e culturais, pois advém das primeiras relações atribuídas ao papel e às funções da mulher diante da sociedade: gerar filhos, cuidar da casa e dos filhos. É bem verdade que socialmente ainda se pensa que a gestação seja processo fundamental para preparação da mulher para a maternidade devido aos padrões pré-estabelecidos desde a época em que viam as mulheres apenas como donas de casas e parideiras (Moura, 2004). Em meados do século XVIII, tomando como base os países da Europa e o Brasil, a sociedade pouco se preocupava com a condição física, sentimental que atualmente envolvem as relações entre mãe e filhos ou mesmo pela valorização da criança. A função da mãe era somete amamentar a criança, fonte de alimentação até que o filho não dependesse mais dela para sobreviver. Ainda na infância a criança assumia reponsabilidades de adulto. (Moura, 2004). 9 A diferença entre o conceito de maternidade definido socialmente antes e pós- guerra, sofre influência dos ideais defendidos pelo movimento feminista, uma vez que as mulheres tomaram conhecimento da desigualdade por elas sofridas em relação aos homens (Scavone, 2001). Nesse contexto, a maternidade foi algo amplamente questionado, pois a mulher não tinha o direito de querer ou não ser mãe, o seu papel resumia-se em procriar, cuidar do lar e das famílias, sem maiores papeis sociais. “A máxima deste movimento era “un enfant, si je veux, quand je veux” [“uma criança se eu quiser, quando eu quiser”], que reivindicava o direito à livre escolha da maternidade (Scavone, 2001, p. 139). Entre as décadas de 60 e 80, as discussões feministas acerca do tema maternidade já eram bastante difundidas, pois com o advento da industrialização em massa elevou-se grandemente o número de mulheres ao mercado de trabalho. Nesse sentido, as atividades domésticas atribuídas culturalmente à figura feminina, bem como a responsabilidade de serem apenas mães e donas de casa deram espaço a construção de um novo perfil de mulheres, agora, também, trabalhadoras, que passaram a adiar os planos maternais (Scavone, 2001). Anteriormente às premissas defendidas pelo movimento feminista, os conceitos: maternidade e gestação, funcionavam como sinônimos, indissociáveis um do outro; e a criança não ocupava a posição de cuidado, afetividade e prioridade dentre as obrigações atribuídas à mãe, a posição ocupada pela criança também diferia da posição por elas ocupadas atualmente. Ainda segundo Moura (2004) o discurso médico e psicológico corroborou com o favorecimento das características pertinentes ao papel materno (Moura, 2004). Scavone (2001) destaca que o movimento feminista no Brasil, encorajou muitas mulheres a lutarem pela ocupação de novos papeis sociais que não somente o de esposa, 10 mãe e dona de casa. Mas apesar da conquista do direito de quererem ou não gerar filhos ou tornarem-se mães, essa decisão ainda se define com maior ou menor força conforme a classe social. Nesse sentido, mesmo diante de tantas mudanças sociais de direito da mulher, a maternidade ainda é, de forma predominante, vista como um papel obrigatório a ser desenvolvido pela figura feminina. Passado o período em que a maternidade era unicamente relacionada à condição biológica em que a mãe era vista como objeto de gestação e amamentação, o período contemporâneo ressalta as características também sentimentais atribuídas a mulher tanto no período gestacional como maternal (Moura, 2004). Com avanço das tecnologias reprodutivas como por exemplo a reprodução assistida “Conjunto de técnicas de tratamento médico paliativo, em condições de in/hipofertilidade humana, visando à fecundação (Corrêa, 2001, p. 11)”, tornou evidentes as transformação do conceito de maternidade, atribuindo significados diferentes a gestação e maternidade, rompendo assim o determinismo biológico imbricados a estes termos. Com isso, houve também o rompimento definitivo da associação entre sexualidade e reprodução, tendo em vista a contracepção por meios artificiais (Scavone, 2001). Sobre o exposto, Scavone (2001) sustenta que gravidez é o período de desenvolvimento do bebê entre a concepção e o parto e que ocorre por aproximadamente quarenta semanas. Nessa fase a mulher passa por constantes mutações no corpo e na mente, nesses termos, a gravidez é o fenômeno biológico enquanto a maternidade se trata da vivência que se dá entre mãe e filho. Logo, a gestação e a maternidade configuram períodos distintos em que a mulher passa desde o momento em que decide ou não se tornar mãe. Durante a gravidez, a mulher passa por constantes mudanças de ordens biológicas, psicológicas, somáticas e sociais 11 que refletem diretamente no período pós-gestacional, pós-parto, ou seja, na construção da maternidade. Nessa fase, a mãe desenvolve intensos sentimentos como: medos, dúvidas, angústias, alegria, apreensão, irrealidade (Ferrari, Piccinini, & Lopes, 2007). Essas variações emocionais podem acontecer tanto na gestação como na própria maternidade (Moura, 2004) Durante a gestação, a mulher passa pelo período de adaptação da gravidez ao mesmo tempo em que se prepara emocionalmente para a sua atuação na maternidade e para o próprio desenvolvimento do papel materno. Na verdade, é possível afirmar que, inconscientemente, a mulher se prepara para o processo maternal, pois este inicia-se até mesmo antes da concepção, pois culturalmente, desde que se nasce menina, as condições culturais e paradigmáticas impulsionam a mulher para a identificação das funções impostas para a figura da mulher, (Piccinini, Nardi, Lopes, 2008). A fase da gestação pode ocasionar nas mulheres a vivência de mudanças psíquicas que alteram o emocional da gestante positiva e negativamente, pois a mulher grávida pode desencadear problemas psicológicos a partir de crises emocionais ou desenvolver potenciais desconhecidos como adaptação e resolução de conflitos (Piccinini, Nardi, Lopes, 2008). A forma com que a mulher gestante lida com as mudanças provenientes do período gestacional é o que vai influenciar a sua relação com a criança no período da maternidade. “Levando-se em conta a relevância do período gestacional, tanto para a gestante e seu marido como para o bebê, é importante que se busque compreender a dinâmica psíquica desse momento e sua contribuição para a constituição da maternidade (Piccinini, Nardi, Lopes, 2008, p. 64)”. A realidade materna se distancia do que conta a literatura, em que o sucesso da maternidade depende unicamente do desejo pessoal de cada mulher em se tornar mãe. Os 12 fatores, sociais, culturais e profissionais são determinantes para o processo de adaptação e aceitação da mulher, no que tange a sua experiência como mãe (Correia, 1998). Tendo em vista que a maternidade é um processo que se constitui socialmente, o amor materno é algocomplexo longe de ser instintivo e perfeito, pois está condicionado por inúmeros fatores que não somente a natureza feminina e a vontade em tornar-se mãe. As mulheres podem se tornar mães sem a necessidade de gerar um filho, assim como podem gerar filhos e não desenvolverem a maternidade, tal afirmação valida a ideia de desvinculação dos termos, pois a maternidade envolve aspectos de ordem social, psicológicas e afetivas sem a necessidade de laços sanguíneos (Scavone, 2001). Nesta sessão, foi possível entender sobre a diferença entre os períodos gestação x maternidade que embora comumente sejam passíveis de incompreensão de seus significados, essas duas fases proporcionam alterações hormanais e psiquicas nas mães. 2.2 Bebês Prematuros e Aspectos do Desenvolvimento A prematuridade é o fenômeno biológico que provoca o nascimento do bebê antes do cumprimento do prazo esperado de quarenta semanas. A prematuridade ou parto pré- termo consiste no nascimento da criança em prazo menor que o convencional para uma gravidez. A gestação que termina até 37 semanas após o primeiro dia da última menstruação é considerada prematura e é um dos motivos que acarreta a mortalidade neonatal (Cuman, 2009). Para Linhares (2004), a ocorrência de um parto prematuro denuncia que algo fora do normal aconteceu para que a criança não pudesse alcançar a idade gestacional ideal para um parto normal, diante disso sabe-se que, se a criança nasce antes do tempo, o seu 13 desenvolvimento da fase uterina não chegou ao fim, sendo necessário a internação em Unidade de Tratamento Intensiva. O nascimento de um bebê prematuro envolve a atenção da mãe e da equipe médica, pois essas crianças necessitam de cuidados especiais como, por exemplo: UTI, alimentação por sonda, banho de luz. Esta situação atinge o emocional da mãe, causando- lhe preocupações extras que consequentemente atrapalha a produção de leite (Silva, 2009). “Quando a criança nasce prematura e necessita de cuidados na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), a mãe passa a ser mera expectadora dos cuidados especializados prestados pela equipe de saúde. A visão de um cenário composto de tantas luzes, aparelhos, fios, profissionais especializados, estimulação sonora incessantemente presente, através de diversos alarmes e ruídos ensurdecedores, produz incerteza e insegurança na mãe em relação à vida de seu filho fora daquele ambiente (Araújo e Rodrigues, 2010, p. 866).” Embora a prematuridade apresente risco eminente, a tecnologia na área médico- hospitalar e psicológica, oferecem todo apoio necessário para a mãe e para o bebê, “o que não inibe as dificuldades em relação à alimentação que [...] ainda é motivo de preocupação (Silva, 2009, p. 109)”, tendo em vista que a mãe recebe a alta hospitalar e a criança ainda precisa ficar internada. Para Silva (2009), embora, teoricamente, especialistas da área da saúde ensinem que as mães devem estimular a lactação, o processo na prática não é tão simples, e o leite acaba muitas vezes secando, fazendo com que a criança seja alimentada pelo banco de leite enquanto se encontra internada, ou por fórmulas especiais após a alta, pois há diminuição da produção láctea devido à pouca sucção do bebê. A prematuridade é uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil, tornando-se assim motivo de abalo emocional da mãe que não consegue segurar o bebê até as 40 semanas de gestação. A expectativa de gerar uma criança saudável é 14 interrompido quando se tem um parto pré-termo, pois o cuidado e o afeto que se esperava oferecer ao bebê dividem espaço com a preocupação e o medo de perder a tão esperada criança (Cuman, 2009). Os recém-nascidos prematuros exigem cuidados especiais pois são clinicamente frágeis e sucetíveis a desenvolverem complicações como sofrimento respiratório, a hemorragia no cérebro, crescimento dos vasos sanguíneos nos olhos, hemorragia pulmonar, bem como outros problemas que possam vivenciar durante a primeira infância e durante outras fases da vida (Brito et. al. 2003). Brito et. al. (2003) revela que, a taxa de mortalidade de bebês prematuros ainda é alta, principalmente quando se trata de recém-nascidos de extremo baixo peso, como por exemplo recém-nascidos que pesam 750 gramas e nasceram com 29 semanas ou menos de gestação. No entanto, ele destaca a questão de que os índices de mortalidade também podem estar atrelados as condições clínicas em que os bebês são submetidos, a qualidade dos cuidados por eles recebidos, os recursos disponibilizados na UTI e os enfoques terapêuticos. Esta situação pode comprometer o desenvolvimento da criança ocasionando problemas presentes e futuros em várias áreas, porém, a primeira preocupação tanto da mãe quanto dos médicos é com a perda de peso do bebê que já se encontra em um a situação delicada (Linhares, 2004). O fator do crescimento e desenvolvimento é a principal questão discutida por Rugolo (2005) em seu artigo: Crescimento e desenvolvimento a longo prazo do prematuro extremo. Para a autora dentre os anseios dos pais quanto a situação do filho estão questionamentos do tipo: a criança vai sobreviver? Vai se desenvolver normalmente? Vai crescer? O que se pode fazer para que haja melhora na sua evolução? Sobre isso, Rugolo (2005) destaca que os cuidados com o bebê prematuro 15 precisam ser adequados e maximizados, uma vez que a criança prematura em suas primeiras semanas de vida tendem a sofrer com a perda de peso que chega a ser recuperada em torno da terceira semana e demais outros agravantes. Cuman et. al, (2009), reforça que a importâcia dos cuidados oferecidos na UTI para o desenvolvimento do bebê prematuro, pois os órgãos internos da criança, assim como no útero, devem receber estímulos adequados semanalmente para que haja a maturação. A idade gestacional é fator preponderante para os resultados positivos ou não estado clínico do bebê inicial e na mortalidade do recém-nascido, quanto maior a idade gestacional, maiores são as chances de sobrevivência. Após a fase crítica de desenvolvimento inicial do prematuro, a preocupação se volta para a incerteza da qualidade de vida futura dos pequenos, que pode ser influenciada por diversos fatores como investimento, custo da assistência neonatal e custos econômicos e sociais dos cuidados são influenciáveis. A vista disso, Moraes et. al. (2009), defende que o bebê prematuro necessita de atenção e cuidados especializados também em casa, sendo primordial que a criança esteja sob constante observação, pois devido a sua condição, pode apresentar complicações de saúde física que demandem visitas médicas frequentemente, e até mesmo novas hospitalizações durante os primeiros anos de vida. Situações como esta podem se tornar rotineiras e limitar a participação da criança em atividades próprias da infância. Assim a não participação da criança de forma efetiva na sociedade dificulta o desenvolvimento de habilidades sociais pertinente às crianças. Os cuidados com a criança prematura transcedem os limites do ambiente hospitalar, pois quando atinge a idade ideal para alta, a criança segue para casa com os pais que, na maioria da vezes sentem-se inseguros em cuidar de um ser considerado tão frágil. Nesse sentido, até mesmo para os pais a interação e o convívio com suas crianças 16 prematuras torna-se dificultosa devido a fragilidade, a irritabilidade e a não reação dos bebês em relação ao ambiente social (Moraes et. al., 2009). No que tange aos aspectos do desenvolvimento do bebê prematuro, a prematuridade é vista como um risco para o desenvolvimento em diversas áreas e momento da vida da criança, no entanto certas medidas podem ser tomadas para detecção deste risco, como: peso do bebê após o nascimento, idade gestacional (Brito et al., 2003). Uma das principais preocupações quanto ao desenvolvimento dobebê é o fator de crescimento, porém é difícil precisar quão rápido a criança irá se desenvolver nesse aspecto, pois se trata de um processo resultante de inúmeros fatores: “genéticos, nutricionais, hormonais e ambientais (Rugolo, 2005, p. 102)”. Dentre outras questões, a criança prematura necessita de cuidados emergenciais, pois não consegue se alimentar suficientemente, visto que a amamentação não é um processo simples para esses bebês que normalmente não têm força suficiente para sugar o leite materno. A sucção da criança prematura não é igual a de um bebê que nasce dentro do período normal, pois os seus órgãos não estão perfeitamente formados (Linhares, 2004). Um parto prematuro envolve não somente fatores psicológicos e emocionais, mas também aspectos de natureza econômica, pois demanda cuidados assistenciais especializados e de grande complexidade. Um parto prematuro torna-se ainda mais complicado e preocupante para a mãe de baixa-renda, pois, no Brasil a contemplação por atendimento público não condiz com a urgência da necessidade (Cuman, 2009). Para que uma criança sobreviva é necessário o intenso cuidado e disponibilização de recursos tecnológicos e financeiros, por esse motivo a prematuridade pode acorrer com qualquer mulher de diferentes classe sociais, no entanto a mãe de baixa renda encontra maiores dificuldades e preocupação para com o seu filho, pois depende de recursos 17 públicos para manter vivo o seu filho. E caso a criança sobreviva, ainda se corre o risco de desenvolver problemas futuros, pois o pleno desenvolvimento da criança não depende somente de amor, mas também de fatores sociais e materiais que dão suporte ao desenvolvimento global da criança (Cuman, 2009). O recém-nascido prematuro requer cuidados especiais e transpessoais, pois como ser indefeso tem a necessidade de ser cuidado por outros seres humanos que lhe proporcionem proteção e preservação de sua vida, pois sozinhos não conseguem se desenvolverem plenamente. O prematuro deve ser cuidado por quem seja capaz de lhe proporcionar suas especificidades enquanto ser humano dependente (Morais, Quirino, Almeida, 2009). O bebê prematuro necessita de cuidados especiais oferecidos por profissionais capacitados e por unidades de tratamento intensivas, uma vez que o período em que o bebê passa internado compromete o desenvolvimento do vínculo afetivo entre mãe e bebê. Destarte, o fortalecimento desse vínculo também deve ser objeto de atenção dos profissionais de saúde, da família e da mãe e sobre ele trataremos na próxima sessão (Morais, Quirino, Almeida, 2009). A rotina hospitalar, embora cansativa, transmite uma sensação de segurança para os pais quanto ao desenvolvimento da criança que recebe cuidados 24h de equipe especializada, pois após a alta a responsabilidade de cuidar de um ser tão pequeno e frágil é transferida para os pais que muitas vezes experimentam sofrimento emocional como consequência da rotina exaustiva e cautelosa que envolve os cuidados com o bebê prematuro. Além da atenção imediata, os bebês recém-nascidos prematuros necessitam que estes cuidados e acompanhamento ocorram durante os primeiros anos de vida, pois esta população apresenta risco de déficits no desenvolvimento psicomotor. Desde o 18 momento do parto até a primeira infância, o bebê prematuro exige cuidados especiais, pois o período de internação do bebê, bem como sua sua vida pós internação geram, na mães, dúvidas e incertezas quanto ao desenvolvimento da criança e todas essas nuances contribuem para o possível sofrimento psiquico delas. 2.3 Relação Mãe-Bebê Pesquisas de diferentes naturezas tem reconhecido a relação mãe-bebê, como uma virtude relevante para o estabelecimento do vínculo materno-infantil no que tange o desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança no decorrer da vida como um todo e não somente na infância (Simioni, Geib, 2008). A mãe é a referência da criança, sua atitude emocional reflete no desenvolvimento da criança desde a gestação, perpassando pelo puerpério e até ao desenvolvimento na infância. Paradigmas sociais determinam que a mãe seja responsável por orientar o bebê, proporcionando a ele qualidade de vida, servindo-lhe de base para a organização da sua vida psíquica e para o seu desenvolvimento enquanto ser humano (Simioni, Geib, 2008). Ainda que a presença, o carinho e o cuidado da mãe para com o bebê sejam fundamentais por muito tempo na vida da criança, é no período inicial que a figura materna exerce grande influência no desenvolvimento do bebê, no entanto, este contato inicial não ocorre de maneira expressiva quando se trata da mãe e bebê de parto prematuro. No puerpério, a mulher enfrenta mudanças de ordens físicas e emocionais, enfrentando a realidade de tornar-se mãe, a inversão de papéis, mudança de rotina diária, abdicações e preocupações que antes não faziam parte de sua vida. A mãe vítima de parto pré-termo ainda enfrenta o agravante de lidar com sua criança internada em uma UTI, e 19 neste caso, toda a atenção da mãe se volta para o bebê que se torna prioridade (Simioni, Geib, 2008). Para que haja uma boa relação entre a mãe e o bebê é necessário que a mulher tenha antes vivido boas experiências com a gestação, pois o vínculo estabelecido no puerpério é consequência da que se viveu também durante todo o processo gestacional e um parto prematuro acaba com todas as expectativas da mãe que se preparou para um pós-parto normal. Nesse sentido, embora a mãe esteja ciente da importância do seu papel para o desenvolvimento da criança, seu psicológico pode estar abalado devido as circunstâncias de ter sofrido um parto pré-termo, necessitando também de cuidados (Simioni, Geib, 2008). Ponte (2014) mostra que a prematuridade é algo que influi negativamente no desenvolvimento da relação afetiva construída entre a mãe e o filho, pois ainda durante o parto a mãe sofre com a possibilidade de perder o filho. O parto pré-termo torna-se traumático por frustrar as expectativas da mãe no que tange a sua relação com o bebê, gerando na mãe o medo de que a sua criança não sobreviva; o distanciamento causado pelas consequência de ter uma criança prematura dificulta o estreitamento dos laços maternais, uma vez que a mãe é imediatamente destituída da tarefa de ser mãe. A mãe deixa de realizar atividades esperadas por ela, como: pegar a criança no colo, amamentar, acariciar. No entanto, a prematuridade por si só não é responsável pelo distanciamento afetivo entre a mãe e o bebê, pois para Ponte (2014), o que dificulta o estreitamento dos laços afetivos entre a mãe e a criança são as situações traumáticas vivenciadas no parto e no pós parto, como é o caso da separação no momento imediato em que o bebê é encaminhado para UTI, o sentimento de tristeza por não ter a criança por perto, a falta de atvidade laboral e o manejo com a criança. Essa situação interfere na vinculação 20 emocional mãe-bebê e pode gerar consequências ainda mais graves por toda a vida. A maternidade é um processo que se constrói socialmente, destarte todos que fazem parte do convívio social da mãe e do bebê podem e devem contribuir para que o processo de superação do parto prematuro ocorra de forma saudável. Neste momento, o apoio da família, o estabelecimento do vínculo familiar também contribui para que a relação da mãe com o bebê seja favorável (Simioni, Geib, 2008). Sobre isso, Silva (2009) afirma que as crianças com as quais as mães interagem de forma positiva, proporcionando estímulos ao desenvolvimento durante a infância, respondem melhor a linguagem receptiva e expressiva, desenvolvem habilidades sociais, demonstram representação de apego. A relação afetiva entre a mãe tende a ser desenvolvida com auxílio de rede de apoio, uma vez que o fato de a mãe de um bebê prematuro não viver as expectativas geradassobre a materniadde, durante a gestação, provoca o desenvolvimento de problemas graves de ordem psíquica nas mães. Assim, os profissionais da saúde clínica e psicológica são fundamentais no auxílio às mães, no que tange ao desenvolvimento da relação de afeto entre mãe e bebê. 2.4 Sofrimento Psíquico de Mães de Crianças Prematuras A criança prematura, ao nascer, não está totalmente formada, pois apresenta certa imaturidade funcional de seus órgãos, o que acarreta riscos iminente de morte ou sequelas. Desta forma, requer cuidados clínicos especiais após o seu nascimento. Esses fatores proporcionam o desencadeamento de emoções contrárias para a mãe que desejava dar à luz um filho saudável, dentro das normalidades do parto (Klein e Linhares, 2006). No decorrer da gestação, a mãe desenvolve um estado de sensibilidade especial que a capacita a compreender as necessidades do seu filho e de exercer, suficientemente 21 bem, o cuidado materno. Diante dessa situação, a mãe que naturalmente também necessita de cuidados médicos, agora precisa ser assegurada psicologicamente com suporte e aconchego imprescindível para ajudá-la a lidar com a condição em que se encontra a criança (Klein e Linhares, 2006). A mãe de uma criança prematura está propensa ao desenvolvimento de sofrimento psíquico devido à preocupação e atenção extra com a criança de parto pré-termo. Para Pontes e Cantillino (2014), o trauma psicológico acontece de três diferentes formas: quando o próprio indivíduo sofre o trauma, quando ele presencia o trauma ou quando ele toma conhecimento do trauma por meio de outras fontes. Quando se trata do parto prematuro, conceituado pelos autores como parto traumático, a parturiente sofre o trauma ainda durante o trabalho de parto, pois teme pela lesão física ou até mesmo pela morte do recém-nascido e pela própria morte. Neste sentido, a puérpera sofre medo intenso, pavor e horror que se perpetuam até o pós-parto (Pontes e Cantillino, 2014). A mãe ainda experimenta a frustração logo após o nascimento do filho, devido a necessidade de separação de ambos, uma vez que o bebê precisa se sujeitar a cuidados especializados. Neste momento, a puérpera não pode segurar, amamentar ou mesmo acalentar o seu filho, podendo se sentir frustrada, triste e vazia. Logo, a mãe também precisa sentir-se apoiada e cuidada para que posteriormente consiga estabelecer vínculo afetivo com o filho, uma vez que “o parto traumático relacionado à prematuridade também poderá afetar a decisão da mãe quanto a ter outros filhos no futuro, além de interferir na lactação e no desenvolvimento do vínculo mãe-bebê (Pontes e Cantillino, 2014, 292)”. Ao viver um parto prematuro, a mulher vivencia uma série de dificuldades que não eram esperadas por ela: lidar com a criança prematura, enfrentar rotinas de UTIs, 22 abster-se da amamentação e ainda conviver com a incerteza da sobrevivência do filho. Todos esses aspectos proporcionam distúrbios emocionais na parturiente que acaba vivendo um período estressante no puerpério, denominado por Pontes e Cantillino (2014), como estresse pós-traumático. Pontes e Cantillino (2014) ressaltam ainda que, apesar de todo o avanço tecnológico ter aumentado as chances de sobrevivência do recém-nascido prematuro, essa realidade não é suficiente para inibir os efeitos nocivos do trauma sofrido pela mãe que espera angustiadamente pelo desenvolvimento do filho enquanto este se encontra internado na UTI. Assim é essencial que as mães também sejam amparadas por profissionais que possam orientá-las durante o processo de estresse pós-traumático, dado que as mães devem se sentir apoiadas para posteriormente serem capazes de assumir o cuidado com criança e estabelecer vínculos afetivos. Além do apoio profissional, as mães de recém- nascidos prematuros devem receber também o suporte familiar que é a base de qualquer indivíduo. O apoio família à mãe de bebê pré-termo apresenta inúmeros benefícios desde o amparo assistencial bem como no cuidado emocional. A família contribui “oferecendo conforto e encorajamento, o que permite reduzir os sentimentos de solidão, a ansiedade e os níveis de estresse causados pela vulnerabilidade da mulher e outros fatores (OMS, 1996, p. 53)”. O suporte familiar contribui para diminuição dos riscos de a mãe desenvolver problemas psíquicos mais graves após o parto. Uma situação em que a mãe se encontra em sofrimento por ter tido um parto prematuro pode se agravar ainda mais caso desenvolva, por exemplo, uma depressão pós-parto. 23 3. Objetivo Geral Analisar o que a literatura tem publicado a respeito do sofrimento psíquico de mães diante do parto de bebês prematuros. 3.1 Objetivos específicos 1- Entender, a partir da literatura brasileira, o sofrimento psíquico de mães diante do bebê prematuro. 2- Averiguar, a partir dos artigos científicos localizados, quais são os principais desafios enfrentados pelas mães de bebês prematuros. 3- Conhecer quais são os mecanismos que atuam em benefício do sofrimento psíquico dessas mães que passam a vivenciar um momento de sofrimento e dor. 4. Método O presente estudo é resultado de uma revisão sistemática de literatura realizada por meio da leitura e análise de artigos publicados a respeito do sofrimento psíquico de mães diante do parto de crianças prematuras. O método de pesquisa da revisão sistemática de literatura consiste na análise retrospectiva de artigos científicos, sendo bastante comum nas pesquisas voltadas para a área da saúde (Galvão e Pereira, 2014). Pesquisas dessa natureza são abrangentes e não devem ser, de forma alguma, tendenciosas em sua elaboração, uma vez que os critérios adotados em sua realização são divulgados para que outros pesquisadores possam repetir o reproduzir o procedimento. Uma boa revisões sistemática pode tornar-se a melhor evidência para as tomadas de decisão de porofissionais que nela se baseiam, como por exemplo as revistas de pesquisa clínica (Galvão e Pereira, 2014). 24 A revisão sistemática da literatura. Trata-se de um tipo de investigação focada em questão bem definida, que visa identificar, selecionar, avaliar e sintetizar as evidências relevantes disponíveis [...]. As revisões sistemáticas diferem das revisões narrativas ou tradicionais. Essas são amplas e trazem informações gerais sobre o tema em questão, sendo comuns em livros-texto. Também se distinguem das revisões integrativas, nas quais se utilizam diferentes delineamentos na mesma investigação, além de expressarem a opinião do próprio autor (Galvão e Pereira, 2014, p. 183). Cabe salientar que a revisão sistemática reúne os resultados dos estudos primários sobre determinado tema, sendo transparente, reprodutível e replicável, porém imparcial ao problema de pesquisa. Nesse tipo de pesquisa, a qualidade dos artigos e a fonte de pesquisa dos mesmos são de grande importância, pois garante a validade científica do conteúdo. 4.1 Instrumentos Foram utilizados para a realização desse trabalho, artigos de validade científica retirados das base de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e PePsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia), a partir de duas categorias de descritores: a primeira: maternidade, gestação, mãe,; e, a segunda: crianças prematuras bebê prematuro, recém-nascidos pré-termo, prematuridade, nascimento prematuro, criança prematura. A partir disso, foram feitas as devidas combinações para que o maior número de artigos sobre o tema fossem encontrados. 4.2 Procedimentos Os artigos selecionados foram aquele publicados no idioma português e entre os anos de 2001 e 2018. Com todo o critério de busca definido, atingiu-se o quantitativo de 105 artigos, os quais foram organizados em planilha conforme tema, autor e ano de publicação. Desses, apenas 15 foram selecionados para a elaboração darevisão de 25 lieratuda da presente pesquisa, considerando que os artigos excluídos tratavam do tema de forma mais abrangendo, fugindo do foco de análise do sofrimento psíquico de mães de bebês pramaturos. Após organizados, os artigos tiveram seus resumos lidos para que somente aqueles que estivesse em conformidade com o tema da pesquisa compusessem os resultados do trabalho. A princípio a ideia foi pesquisar artigos publicados nos últimos 10 anos, no Brasil, em idioma português e nos endereços eletrônicos de conteúdo científico, como: Scilo e PePsic, no entanto a pesquisa muito restritiva não foi suficiente para encontrar um quantitativo significante para fundamentação teórica da pesquisa. Diante de disso, o filtro de pesquisa para este trabalho se expandiu e passou a procurar por: artigos científicos produzidos e publicados no Brasil, em idioma português, porém anos de 2001 a 2018. Nesses termos, os critérios de inclusão foram: enfoque nos aspectos psicológicos, enfoque nas gestantes/mães e enfoque no parto ter sido prematuro. Destarte, foram incluídos artigos que abordassem com concomitantemente a condição psíquica na gestação e na maternidade de mulheres que tiveram bebês prematuros, assim os artigos precisavam enfocar aspectos psicológicos dessas mulheres que tiveram como situação traumática a prematuridade de seus filhos. Dessa forma, não se trata de um critério o desenvolvimento dos bebês prematuros para você. Ver esse desenvolvimento dos bebês não é essencial para que você entenda o sofrimento psíquico das mães que abordassem sobre gestação, maternidade, prematuridade e ainda a condição psíquica enfrentada pelas mães de recém-nascidos prematuros, bem como os aspectos do desenvolvimento de uma criança que nasce de parto prematuro. 4.3 Procedimentos de Análise 26 Após todo o processo de seleção e organização dos artigos conforme o tema e os objetivos da pesquisa, o próximo passo se deu a partir da leitura integral dos textos dos 15 artigos selecionados com base nos critérios de inclusão mencionados. Desta maneira, o resultado e discussão dos artigos selecionados foram organizados em subtemas estabelecidos em 3 categorias distintas, pensadas e criadas com base nos fatores que influenciam para o sofrimento psíquico das mães dos bebês prematuros: bebê imaginado e o sentimento de luto; a relação afetiva entre a mãe e o bebê prematuro; e a importância da rede de apoio às mães de bebês prematuros. 5. Resultados e Discussão A princípio, para a construção dessa pesquisa foram encontrados 105 artigos que se relacionavam ao objeto de pesquisa. No entanto, a maior parte dos achados foram excluídos, porque, apesar de tratarem do nascimento de crianças prematuras ou tratarem de mães que enfrentam esse evento, não atendiam aos objetivos de estudar sobre o sofrimento psíquico de mães diante do bebê prematuro. Dessa forma, foram excluídos 90 artigos: 57 a partir da leitura dos resumos e 33, pela leitura integral. O quadro que se segue mostra todos os artigos utilizados para fins de análise neste trabalho. Destacou-se para tanto três categorias de análise: : bebê imaginado e o sentimento de luto; a relação afetiva entre a mãe e o bebê prematuro; e a importância da rede de apoio às mães de bebês prematuros, as quais foram construídas para organizar e analisar os conteúdos encontrados nos artigos. 27 Quadro 1 – Artigos selecionados para pesquisa Título dos trabalhos Autores Ano Publicação Empírico/ Revisão Bibliográfica Maternidade e o feminismo: diálogo com as ciências sociais. Scavone, L. 2001 Revisão de literatura Novas tecnologias reprodutivas – limites da biologia ou biologia sem limites? Corrêa, M.V. 2001 Revisão de literatura Escore CRIB, peso ao nascer e idade gestacional na avaliação do risco de mortalidade neonatal; Brito et.al. 2003 Pesquisa empírica Estresse, resiliência e cuidados no desenvolvimento de neonatos de alto risco; Linhares, M.B.M. 2004 Pesquisa empírica A Maternidade na História e a História dos Cuidados Maternos Moura, S.M.S.R. 2004 Pesquisa empírica Crescimento e desenvolvimento a longo prazo do prematuro extremo Rugolo, L.M.S.S. 2005 Pesquisa empírica Prematuridade e Interação Mãe-Criança. Klein, V.C. Linhares, M.B.M. 2006 Revisão de literatura O bebê imaginado na gestação: aspectos teóricos e empíricos; Ferrari, A.G. Piccinini, C.A. Lopes, R.S. 2007 Pesquisa empírica Gestação e a constituição da maternidades. Psicologia em Estudo; Piccinini, A.G.G Nardi, T.D. Lopes,R.S 2008 Pesquisa empírica Percepção materna quanto ao apoio social recebido no cuidado às crianças prematuras no domicílio; Simioni, A.S. Geib, L.T.C. 2008 Pesquisa empírica Prematuridade e fatores de risco; Culman, R.K.N. 2009 Pesquisa empírica O cuidado da criança prematura no domicílio; Moraes, A.C. Quirino, M.D. Almeida, M.S. 2009 Pesquisa empírica 28 A vivência de mães de recém-nascidos prematuro; Silva; I.A. 2009 Pesquisa empírica Vivências e perspectivas maternas na internação do filho prematuro em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal; Araújo, B.B.M. Rodrigues,B.M.R.D. 2010 Pesquisa empírica A influência do nascimento prematuro no vínculo mãe- bebê; Ponte, G.A.R. 2014 Pesquisa empírica Títulos, autores, data e método dos artigos utilizados nos resultados. De forma geral, os artigos apontam que a mulher no período do puerpério se torna frágil física e psicologicamente, pois a gestação em si, o trabalho de parto e a maternidade – situações comuns vivenciadas por quem espera por um bebê –, alteram os hormônios femininos ocasionando mudanças de humor (Moura, 2004; Scavone, 2001; Ferrari, Piccinini e Lopes, 2001). No entanto, esse quadro se agrava quando a mãe sofre o parto prematuro e a tendência é desenvolver problemas psicológicos mais graves (Araújo e Rodrigues, 2010). O possível sofrimento psíquico da mulher no puerpério pode influenciar na construção da relação afetiva entre a mãe e o bebê, pois o distanciamento provocado pela separação de ambos é necessária para a continuação do desenvolvimento do bebê, porém a mãe não consegue estabelecer vínculos afetivos com a criança, sendo necessária a intervenção de profissionais especializados da área da saúde física e mental para acompanhar a mulher nesse processo. 5.1 Bebê Imaginado X Sentimento de Luto As mães que desejam ter os seus filhos, alimentam em si sentimentos positivos desde o planejamento da gestação, imaginam se tornarem mães de bebês saudáveis, pegar em seus braços, amamentar, levá-los para casa, cuidar e dar lhes carinho, amor e atenção. 29 Essa situação esperada é o que proporciona o estabelecimento de vínculos afetivos entre a mãe e a criança, pois a expectativa da mãe sobre o filho transcende o limite do desenvolvimento físico do feto, assim a criança passa a se formar também na mente da futura mãe (Simioni, Geib, 2008; Ponte, 2014). A construção de uma imagem perfeita do bebê na cabeça da mulher é reflexo da idealização da maternidade também perfeita, no entanto essa expectativa é quebrada quando a mãe e o bebê passam pelo parto prematuro, pois a mulher se encontra impossibilitada de realizar os afazeres com sua criança tanto no sentido de cuidar quanto de dar carinho, amor e atenção. A falta de oportunidade de realizar as funções maternas idealizadas, proporciona na mãe o surgimento de sentimentos negativos em relação à maternidade, principalmente o sentimento de luto por sentir o risco real de perder o seu bebê (Ponte, 2014). O sentimento de luto permeia o pensamento das mães constantemente ao se depararem com a antecipação do encontro; lidarem com um bebê diferente; teremmedo da perda; verem a morte como centro das atenções (Ponte, 2014; Pontes e Cantillino, 2014). Os procedimentos rotineiros de uma UTI, os cuidados dos profissionais com a criança, tornam-se aterrorizantes para as mães que se veem como meras expectadoras dos cuidados com o filho. Toda essa situação tende a levar a mãe ao sofrimento psíquico marcado pelo medo da perda, impotência, falta de afeto, incapacidade de realizar as atividades rotineiras, consideradas normais. Os sentimentos positivos construídos durante a gestação se transformam em sentimentos negativos devido as incertezas quanto ao futuro do seu filho, assim o bebê imaginado, idealizado, passa a não existir mais, pois toda essa imprevisibilidade causada pela situação vivenciada de parto prematuro quebra o encanto da mãe em gestar e parir 30 uma criança perfeita, saudável, e de, consequentemente, levá-la pra casa (Pontes e Cantillino, 2014). A relação afetiva criada pela mãe com o bebê imaginado não se desenvolve da mesma maneira com o bebê real, pois este carrega consigo a materialização de fatores negativos que não foram pensados quando ainda estava no ventre da mãe. Mesmo sabendo dos riscos de uma gravidez, das possibilidades de o bebê nascer com alguma condição especial, a mãe nunca idealiza um bebê não saudável, suas expectativas sempre são as melhores possíveis (Pontes e Cantillino, 2014). Ao se deparar com um bebê real que necessita de condições especiais de cuidado e tem em si o risco iminente de morte ou de ter a saúde comprometida, diferentemente do bebê imaginado perfeito, nascido no tempo certo de gestação, a mãe precisa reorganizar- se emocionalmente para conseguir passar pela difícil situação de lidar com um bebê prematuro. O bebê idealizado se encontra na mente da mãe e não em seu ventre e é no processo de criação do bebê imaginado que a mãe começa a estabelecer relações de afeto com a criança. A criação de um bebê ideal na mente da mãe é a segurança que ela cria para não se deparar com um bebê estranho no momento do parto. No entanto, mesmo que o parto prematuro não traga necessariamente um bebê com problemas de saúde aparente, o trauma do parto pré termo, os problemas consequentes da situação e o medos iminentes são fatores que fortalecem a desvinculação do amor materno com o filho que nasce (Simioni, Geib, 2008), por isso é de suma importância que a mãe e a criança recebam apoio profissional e familiar para que os laços maternos sejam estabelecidos. 5.2 A Relação Afetiva Entre a Mãe e o Bebê Prematuro 31 Ponte (2014) em seus achados sobre a influência do nascimento prematuro no vínculo mãe-bebê, mostra que a prematuridade é algo que influi negativamente no desenvolvimento da relação afetiva construída entre a mãe e o filho, já que existe um distanciamento causado pelas consequências de ter uma criança prematura, uma vez que a mãe é imediatamente destituida da tarefa de ser mãe. A mãe deixa de realizar atividades esperadas por ela, como: pegar a criança no colo, amamentar, acariciar. A prematuridade por si só não é responsável pelo distanciamento afetivo entre a mãe e o bebê, pois para Ponte (2014), o que dificulta o estreitamento dos laços afetivos entre a mãe e a criança são as situações traumáticas vivenciadas no parto e no pós parto, como é o caso da separação no momento imediato em que o bebê é encaminhado para UTI, o sentimento de tristeza por não ter a criança por perto, a falta de atvidade laboral e o manejo com a criança. Essa situação interfere na vinculação emocional mãe-bebê e pode gerar consequências ainda mais graves por toda a vida, pois o desenvolvimento integral da criança depende também da relação afetiva, do carinho, amor e cuidado recebido pela mãe desde os primeiros dias de vida. Além disso, a experiência traumática do parto, bem como a sensação de impotência e o sentimento de culpa, na maioria das vezes provoca o afastamento da mãe para como o filho. Por outro lado, Silva (2009), ao pesquisar sobre as vivências de mães de recém- nascidos prematuros, afirma que as crianças com as quais as mães interagem de forma positiva, proporcionando estímulos ao desenvolvimento durante a infância, respondem melhor a linguagem receptiva e expressiva, desenvolvem habilidades sociais, demonstram representação de apego. O sentimento de luto e o afastamento entre mãe-bebê provocado pelo evento do parto prematuro causa o sofrimento psíquico nas mães que deixam involuntariamente de 32 desenvolverem o que se espera de uma mãe no puerpério. Em uma situação de parto normal, a expectativa é que a mãe cuide, alimente, banhe, troque fraldas de seu bebê, pois por mais cansativa que a tarefa seja, isso é mais que simplesmente cuidar, mas, representa o exercício de conhecimento e reconhecimento de seu filho, promovendo o estreitamento da ligação afetiva. Quando acontece o parto prematuro, esses cuidados rotineiros são realizados pelos profissionais de enfermagem e as mães acabam ficando em segundo plano, ainda que desejem esse contato com o recém-nascido (Araújo e Rodrigues, 2010). 5.3 Rede de Apoio às Mães de Bebês Prematuros Tornar-se mãe de uma criança prematura que exige cuidados diários até que a sua saúde se estabeleça é uma tarefa cansativa física e psicologicamente, pois as mães enfrentam um misto de sentimentos que acabam prejudicando a sua relação com o bebê. Na maioria das vezes as mães entram em sofrimento psíquico a partir do medo da perda do bebê e por não poderem realizar as atividades de mãe (Araújo e Rodrigues, 2010; Pontes e Cantillino (2014). Em uma situação de parto prematuro, as mães vivenciam os extremos das emoções de um dia para outro, pois o desenvolvimento de um bebê prematuro é na maioria das vezes inconstante: se em um dia apresenta melhora, no outro pode acontecer alguma intercorrência que faz com que o momento de alegria se transforme em insegurança, ansiedade, dentre outros (Klein e Linhares, 2006). As mães que experimentam o processo de prematuridade são suscetíveis ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos que comprometem a relação afetiva com o bebê, nesse sentido é importante que a mãe tenha apoio dos profissionais de saúde, da família, de amigos, pois essa rede de apoio torna-se fundamental no auxílio aos cuidados 33 físicos e também no desenvolvimento do vínculo afetivo entre mãe e filho (Klein e Linhares, 2006; OMS, 1996). Pode-se afirmar que em uma situação de parto prematuro, a mãe também seja prematura, pois não está preparada para viver tantas emoções de uma única vez, pois a prematuridade demanda mobilização e estresse (Klein & Linhares, 2006). Para minimizar as situações conflituosas vividas pela mãe, é importante que a rede de apoio formada por pessoas do convívio da família se organize para dar apoio a mãe em suas múltiplas funções desde o revezamento na UTI e/ou até um simples conversa confortante (Pontes & Cantillino, 2014; OMS, 1996). O apoio a saúde física e psicológica da mãe, advinda dos profissionais de saúde são imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê e do vínculo afetivo mãe-bebê, além da interação, inserção da família aos cuidados e acompanhamento do bebê. Todo apoio positivo recebido pela mãe da criança prematura funciona como suporte para ajudá-la a enfrentar esse momento tão difícil. O apoio recebido pela mãe ajuda a reduzir o impacto e o risco da mãe desenvolver outros problemas psicológicos (Simioni & Geib, 2008). 34 6. Considerações Finais Nota-se que a prematuridade é um fator determinante de risco para a vida e saúde do bebê, já que é um dos causadores da mortalidade infantil. A separação existente entre mãe-filho é algo inevitável, após o nascimento a criança necessita receber cuidados especializados. O ambiente hospitalar passa a ser também o ambiente damãe, Cabe lembrar que os pais de uma criança prematura acabam vivenciando circunstâncias de sofrimento, dor e angústia, principalmente a mãe, pois ela não foi preparada para lidar com um parto prematuro e muito menos olhar seu filho em uma incubadora, dependente de equipamentos. A mãe acaba tendo que lidar com esse momento, mesmo cheia de preocupações com a saúde do seu bebê. Diante dessa situação, há a possiblidade de sensações de medo, insegurança e ansiedade. Sendo assim, demonstram necessitar de cuidados peculiares ao longo da internação neonatal, vivenciando a necessidade de amparo, acolhimento, segurança e orientação. A partir da análise dos resultados, compreendeu-se que no território brasileiro existem alguns estudos envolvendo o sofrimento psíquico da mãe de bebês prematuros, contendo aspectos significativos que mostram desde a fase da gestação até o momento delicado e frágil de mulheres que precisam lidar com uma circunstância marcada por 35 desafios e barreiras que carecem ser ultrapassadas, no entanto, não são todas que conseguem lidar com essa situação, para as mães é doloroso não poder amamentar a criança, pegar no colo, e desenvolver todos os cuidados que o bebe necessita. Devido a todo contexto do ambiente hospitalar, as mães se tornam solidárias, desenvolvem sentimentos de empatia, amizade, pois ambas estão passando pela mesma situação de tristeza, preocupações e dor. Alguns hospitais poderiam ter uma rede de apoio estruturada formada por familiares e profissionais, um espaço com algumas mães que já passaram por essas experiências, e também para as futuras mães, para estabelecer uma reciprocidade maior entre elas, um ambiente com médicos psiquiatras e psicólogos, para que essas mães se sintam acolhidas, e também os seus familiares, para que tenham o entendimento dessa situação e consigam dar apoio, e força para as mães nesse momento. Portanto, torna-se crucial elucidar que o presente tema não se encerre por aqui, porque há uma grande necessidade da expansão do acervo envolvendo o sofrimento psíquico de mães de bebês prematuros. É uma temática relevante e que merece um pouco mais de atenção pela sociedade. Torna-se crucial destacar que um dos principais desafios foi à ausência de materiais envolvendo a rede de apoio às mães de bebês prematuros. Isso demonstra que a literatura sobre esta questão ainda encontra-se reduzida, pois as pesquisas disponíveis na internet, por exemplo, são reduzidas e superficiais. 36 7. Referências Araújo, B. B. M., & Rodrigues, B. M. R. D. (2010). Vivências e perspectivas maternas na internação do filho prematuro em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Rev. Esc. Enfermagem; 44 (4): 865-72. Brito, A. S. J., Tiemi, M., Gonzales, M. R. C., Carvalho, A. B. R. & Ferrari, L. S. L. (2003). Escore CRIB, peso ao nascer e idade gestacional na avaliação do risco de mortalidade neonatal. Revista Saúde Pública, 37(5), 597-602. Correia, M. J. Sobre a maternidade. (1998). Análise Psicológica (1998), 3 (XVI): 365- 371. Corrêa, M. V. (2001). Novas tecnologias reprodutivas – limites da biologia ou biologia sem limites? Rio de Janeiro: Editora UERJ. Ferrari, A. G., Piccinini, C. A., & Lopes, R. S. (2007). O bebê imaginado na gestação: aspectos teóricos e empíricos. Psicologia em Estudo, 12(2), 305- 313. 37 Fuentefria, R. N., Silveira, R.C., Procianoy, R. S. (2017). Desenvolvimento motor de prematuros avaliados pela Alberta Infant Motor Scale: artigo de revisão sistemática J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2017. Galvão, T. F. Pereira, M. G. Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 23(1):183-184, jan-mar 2014. Klein, V. C. Linhare, M. B. M. (2006). Prematuridade e Interação Mãe-Criança. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 2, p. 277-284, mai./ago. 2006. Linhares, M. B. M. (2004). Estresse, resiliência e cuidados no desenvolvimento de neonatos de alto risco. Em E. G. Mendes, M. A. Almeida & L. C. A. Williams (Orgs), Temas em Educação Especial (pp. 315-324). São Carlos: EDUFScar. Moraes, A. C. Quirino, M. D. Almeida, M. S. (2009). O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm 2009;22(1):24-30. Cuman, R. K. N. (2009) Prematuridade e fatores de risco. 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