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FÓRCIPE OBSTÉTRICO · Tipos · Simpson: mais utilizado. Qualquer variedade de posição, exceto transversa (ele não é bom para fazer uma rotação grande, de 90° por exemplo, é ideal para rotações de 45° em média) · Kelland: rotação. Pode ser aplicado em transversa. Corrige assinclitismo · Piper: cabeça derradeira (quando o parto é pélvico -> sai o corpo e a cabeça agarra, usa para puxar a cabeça) · Pegada ideal: biparietomalomentoniana (passa entre o olho e a orelha da criança) · Classificação: em qual momento, o tipo de fórcipes · Desprendimento ou fórcipes de alívio (começou a aparecer o cabelo da criança) · Couro cabeludo visível · Crânio fetal atingiu o assoalho pélvico · Sutura sagital no diâmetro anteroposterior do estreito inferior · Rotação < graus · Baixo · Plano + de DeLee ou abaixo dele · Rotação < ou > graus · Médio: · Acima de + de DeLee · Cabeça insinuada · Alto: já foi usado antigamente, hoje não é mais usada -> mais relacionado a trauma da criança e da mãe, pois a criança ainda não insinuou. Proscrito, não pode ser aplicado de jeito nenhum · Indicações: · Profiláticas: mãe com acometimentos cardíacos por exemplo · Questões maternas, como o cansaço do parto · Questões fetais: sofrimento fetal agudo · Condições de praticabilidade: mãe, bebê e o médico · Maternas: dilatação total (se tiver com colo, você acaba com o colo da mulher, por isso a dilatação total é importante), proporcionalidade de bacia, canal do parto sem obstáculos, reto e bexiga vazios · Fetais: feto vivo (ou morto recente, por ainda não ter começado as modificações pós mortem), cabeça insinuada, membranas rotas · Operador: operador habilitado, obediência à técnica, certeza da variedade de posição · Complicações: · Maternas: laceração de trajeto, lesão de reto e bexiga, hemorragia · Fetais: céfalo-hematoma, hemorragia intracraniana, escoriações/laceração · Vácuo-extrator: · Indicações similares às do fórcipe obstétrico · Principais diferenças: · Não utilizar com IG < 34 semanas · Falha após 3 trações sem descida · Cesariana na falha de aplicação · Risco maior de céfalo-hematoma SOFRIMENTO FETAL AGUDO · Ocorre durante o trabalho de parto (em geral); resulta em hipóxia, acidose e hipercapnia · O trabalho de parto faz uma contração intramiometrial durante a contração, fazendo com que diminua a perfusão placentária -> se a reserva do menino não for boa, ele tem um sofrimento com isso · Fatores relacionados: pressão arterial materna média; resistência dos vasos uterinos · Etiologia: · Hiperatividade uterina · Hipotensão materna -> está chegando pouco sangue · Gestação de alto risco: como diabetes, HAS · Acidentes com o cordão umbilical, como o prolapso do cordão · Parto prolongado · Amniorrexe prematura · Diagnóstico: · Monitorização da movimentação fetal: · 5-10x em 1-2 horas. Fácil, sem custo · Influenciada por outros fatores · Dá muito falso positivo (de achar que não está mexendo) -> pede para a paciente reparar a movimentação fetal, o padrão, e se tiver alguma alteração informar o médico -> tem que ter outro método para diagnóstico · Microanálise do sangue fetal · pH a partir de microgotas de sangue: já foi o método padrão ouro de diagnóstico, porém é muito invasivo e está em desuso hoje, senso usado principalmente em pesquisas. · > 7,25: normal · 7,20 – 7,25: repetir em 30 min · < 7,2: comprometimento fetal · Eliminação de mecônio: relaxamento do esfíncter anal (por hipóxia) · Hipóxia, maturação gastrointestinal · Avaliação da frequência cardíaca fetal (FCF): método mais usado; avalia indiretamente o sistema nervoso autônomo · Parassimpático: nervo vago. Bradicardia · Simpático: noradrenalina. Aumento da frequência cardíaca · Hipóxia -> perda do estímulo simpático -> perda das acelerações -> perda da variabilidade -> bradicardia e desacelerações tardias -> perda dos movimentos, respiração e tônus fetal · Ausculta fetal intermitente: escuta com sonar · Gestações de baixo risco: · Fase ativa: 30 min · Período expulsivo: 15 min · Gestações de alto risco: · Fase ativa: 15 min · Período expulsivo: 5 min · Cardiotocografia: não deve ser feita rotineiramente -> normalmente feita em gestação de alto risco, se encontrado anormalidades ou dúvidas na ausculta fetal intermitente · Diminui convulsão neonatal · Aumenta cesariana CARDIOTOCOGRAFIA · Conceitos: · Linha base: FCF média em um intervalo de 10 min · Variabilidade: diferença entre o maior e o menor valor da FCF em 1 min · 5 – 25: variabilidade moderada -> ou seja, está variando, mas nada com muita diferença · < 5: mínima -> pode ser sono fetal ou medicamento, se não for, é um mau progn · 0: ausente = péssimo prognostico · > 25: acentuada · Aceleração: aumentos transitórios na FC, 15bpm por 15 segundos -> se encontra duas acelerações significa que não tem sofrimento fetal agudo · Não ter aceleração não significa sofrimento fetal · Desaceleração: queda transitória na FCF · DIP I ou cefálico ou precoce: queda coincide com a contração -> quando a contração passa, a criança volta ao normal -> NÃO é sinal de sofrimento · DIP II ou placentário ou tardio: queda após a contração -> mostra que a criança não tolera a contração -> se tiver esse padrão de forma repetida, é um mau sinal · DIP III ou umbilical ou variável: variável em relação a contração uterina -> pode ter uma diminuição da FCF antes, durante e após a contração -> mau sinal · Categoria I: · Linha de base 110-160 bpm · Variabilidade moderada · Sem DIP II ou III · Com/sem DIP I ou aceleração · Categoria II: o resto (a tabela é muito grande) · Categoria III: · Ausência de variabilidade e · DIP II ou III recorrente (pelo menos 50% das contrações) · Padrão sinudoisal · Conduta: · Quando parto = a via mais rápida (fórcipes se possível, se não, cesariana) SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO · Agressão lenta, durante semanas a meses -> feto lança mão de mecanismos compensatórios · Pode se manifestar como: · Crescimento intrauterino restrito · Oligodramnia · Alterações na dopplerfluxometria · Etiologia: · Doenças maternas: · Vasculopatias (HAS, diabetes prévia a gestação) -> dificulta a chegada de sangue no útero, consequentemente na placenta e no bebe · Tabagismo, uso de drogas (inclusive álcool) -> não existe quantidade mínima · Doenças da placenta · Insuficiência placentária: algumas delas são causadas por vasculopatias, mas algumas não tem causa específica · Placenta prévia · Infarto placentário · Doença do feto: infecção congênita, aneuploidias, malformações congênitas · Diagnóstico: é fundamental saber a idade gestacional, pois olhamos o crescimento do feto para avaliar isso · Medida do fundo uterino: rastreamento em população de baixo risco. Concordância do FU com IG entre 18-30 semanas -> é o rastreamento, não é diagnóstico · Solicitar USG se: medida 3 cm abaixo da IG, medida abaixo do p10 · USG · Peso fetal estimado: · Diâmetro biparietal / circunferência cefálica · Circunferência abdominal · Comprimento do fêmur · CIUR: PFE menor que o p10 -> diagnóstico CIUR · Tipos: · Simétrico ou tipo I: 5-10%; 2° trimestre (hiperplasia celular); simetricamente pequeno · Infecções congênitas, aneuploidias, anomalias congênitas, exposição à droga · Não é o mais comum · Assimétrico ou tipo II: 70-80%; 3° trimestre (hipertrofia celular); CA (fígado) é mais afetado · Afeta mais alguns órgãos que outros -> normalmente preserva osso e encéfalo, sendo o abdome o cumprimento mais afetado (ou seja, mais sensível) · Aumento CC/CA, insuficiência placentária, CIUR mais comum · Insuficiência placentária · Misto ou tipo III: raro, associação dos tipos simétricos e assimétricos, início na hiperplasia e se mantém na hipertrofia celular · Fármacos; tabagismos, alcoolismo · Quando tem insuficiência placentária divide em duas classificações · Precoce = menor que 32 semanas = mais grave, com alterações de doppler mais rápido · Tardio = maior ou igual 32 semanas AVALIAÇÃO FETAL · Oligodramnia · Índice de líquido amniótico (ILA) < 5 · Sendo de 5 – 8 = redução do líquido · 8 – 18 = normal · Maior bolsão vertical < 2cm · Perfil biofísicofetal: · Cardiotocografia · Parâmetros na USG: movimentos respiratórios, movimentos fetais, tônus fetal, volume de líquido amniótico · O volume de líquido amniótico é exclusivo da avaliação de sofrimento crônico · 2 pontos em cada parâmetro, total 10 · Conduta: · 10/10 e 8/10 (LA normal) = acompanhar · 8/10 (oligo) e 6/10 = considerar parto · 6/10 (oligo) e 4 a 0/10 = parto na viabilidade · Dopplerfluxometria: estudo hemodinâmico do feto; detecta precocemente a diminuição da perfusão nos casos de insuficiência placentária · Insuficiência placentária -> vasodilatação de órgãos nobres (coração, SNC, suprarrenal) -> vasoconstrição da periferia (músculo, rim, fígado...) -> centralização fetal (redistribuição de fluxo para os órgãos nobres) · Avalia a cerebral média e a artéria umbilical (vê a periferia e o sangue que está indo para a placenta -> mostra a resistência placentária) · Faz a relação umbilical/cerebral · Se menor que 1 tem ausência de centralização · Se maior que 1 tem centralização fetal · Centralização -> diástole zero -> diástole reversa · Nesse ponto tem 90% de obliteração da microcirculação · Ducto venoso (é o que leva o sangue do átrio direito pro ventrículo direito, sem passar pelo pulmão) -> quando começa a ser afetado, o neném está prestes a morrer · Artérias uterinas: avaliação da 2° onda de invasão trofoblástica -> se for inadequada, tem alta resistência e baixo fluxo · Alto valor preditivo negativo · Conduta: · Centralização fetal: parto > 34 semanas · Diástole zero: parto > 32 – 34 semanas · Diástole reversa, ducto venoso alterado: parto imediato -> via de parto = cesariana PUERPÉRIO · 6 – 8 semanas após o parto; retorno dos órgãos reprodutivos e readaptação do organismo feminino; momento de surgimento de diversos distúrbios · Útero: · Intrapélvico em 10-14 dias · Colo fechado em uma semana · Ovários: · Ovulação em 6-8 semanas (sem amamentação) · Mamas: · Apojadura (leite branco, em maior quantidade) até 3° dia · Lóquios: · 3-4 dias: vermelhos · Até 2° semana: róseo · Após 2° semana: serosos e brancos Puerpério patológico Hemorragia pós-parto · Hemorragia pós-parto: sangramento > 0,5L no parto vaginal, >1L na cesariana ou que torna paciente sintomática/sinais de hipovolemia · Principal causa de morte materna no mundo (no Brasil a principal causa é a hipertensão) · Causas: hipotonia/atonia uterina; laceração de trajeto; retenção placentária; distúrbios da coagulação; rotura uterina; inversão uterina · Fatores predisponentes: multiparidade; placenta anômola; parto prolongado ou rápido; anestesia geral; útero de Couvelaire; sobredistensão uterina; cesariana prévia e atual; atonia uterina prévia · Atonia uterina: · Quadro clínico: hemorragia precoce (normalmente na primeira hora pós parto, no máximo nas primeiras 24h); útero subinvoluído, amolecido · Medidas gerais: acesso venoso, hemoderivados; massagem uterina/manobra de Hamilton (bimanual é a mais segura) · Tratamento medicamentoso: · Ocitocina (1° linha), metilergonovina, misoprostol -> são útero tópicos · Ácido tranexâmico · Técnicas de tamponamento: podem ser usados antes da técnica cirurgica · Balão de Bakri -> não é barato, não tem no SUS · Sonda de Foley · Tratamento cirúrgico: · Sutura de B-Lynch · Ligadura de artérias uterinas, hipogástricas (GO normalmente não faz de hipogástrica) · Embolização das artérias uterinas · Histerectomia: último recurso, é a subtotal (deixa o colo por demorar muito para retirar ele) · Prevenção: 10UI ocitocina IM após expulsão fetal · Laceração de trajeto: · Situações a se pensar: feto macrossômico; manobra de Kristeller (não é feito mais atualmente), parto operatório · Conduta: revisão do canal do parto · Retenção placentária: · Útero aumentado; outras causas excluídas · Normalmente é um sangramento tardio -> paciente vai para casa e volta com sangramento normalmente · Conduta: ocitócitos; remoção da placenta Observação: se a FC está maior que a PA sistólica, o choque da paciente é considerável. Infecção puerperal · Infecção puerperal: febre (>38°C) por mais de 48h nos primeiros 10 dias, exceto primeiras 24h · Infecção de úteros e anexos; infecção de ferida operatória; infecções da mama; infecções de outros sítios · Endometrite: forma mais frequente, início do processo · Fatores de risco: cesariana, bolsa rota prolongada, infecção (como vaginose), doenças maternas (como diabetes), baixo nível socioeconômico, trauma no canal do parto · Quadro clínico: útero subinvoluído, amolecido; febre; colo aberto, lóquios fétidos · Tratamento: clindamicina, gentamicina · Complicações: parametrite, salpingite, abcesso pélvico, peritonite, tromboflebite pélvica séptica · No caso da trombiflebite pélvica séptica: pensar quando mesmo com o antibiótico, a paciente continua com a febre -> adiciona heparina, se resolver, ficamos com esse diagnóstico Alterações mamárias · Ingurgitamento mamário: estase láctea repentina. Bo estado geral. Desconforto mamário, hipertermia local · Melhora dos sintomas quando tem esvaziamento mamário · Clássico na primeira semana; mais comum na primípara · Fissura mamária: erosões em torno dos mamilos. Associado a pega inadequada. Porta de entrada · Mastite puerperal: infecção da glândula mamária · Agente etiológico: Staphylococcus aureus · Sinais flogísticos na mama, febre alta · Tratamento: analgésicos, antitérmicos; cefalosporina de 1° geração; manutenção da amamentação; esvaziamento da mama · Abscesso mamário: coleção purulenta -> drenagem cirúrgica (mantendo o antibiótico, venoso)
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