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RESUMO - Neoliberalismo no Brasil

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Momento um: grande parte dos trabalhadores
estava alocada no espaço rural, onde estava,
também, a fonte da econômia brasileira. Isso se
deve ao fato de nossa economia historicamente ter
se dado por meio da agricultura. 
Momento dois: por conta do processo de instituição
do capitalismo em terras brasileiras, temos o
processo de urbanização e de consolidação da
classe trabalhadora. A industrialização motiva a
agregação das pessoas em espaços comuns, algo
que não era usual no Brasil por conta do trabalho
concentrado na zona rural. A partir desse
momento, começaram as críticas ao peso da
herança escravista em nossa sociedade, bem como
das condições laborais que afetavam o novo
trabalhador brasileiro.
 O neoliberalismo em território brasileiro apresenta as
seguintes características: intervenção estatal na
regulação econômica; pleno emprego; formação de
serviços sociais e políticas sociais. O principais teóricos
para essa formulação foram Keynes, Marshall e
Beveridge.
 Ainda no Brasil se consolida a ideia de estado
neoliberal, no qual ocorre a não intervenção do Estado
na economia, a minimização do poder do sindicato, e uma
diminuição considerável do gasto social. Teórico: Hayek.
 Para a eventual consolidação deste cenário, citamos
dois momentos na história: 
1.
2.
 Haviam segmentos empobrecidos no país, mas as
ações eram organizadas pela caridade privada de
determinados grupos burgueses ou pelas igrejas. O
Estado brasileiro não se ocupou com as alternativas
para a classe pobre, apenas legislou, ou seja, criou
normativas para melhor qualificar a vida do
trabalhador; contudo, essas leis também foram poucas
e escassas.
 No âmbito da questão da legislação, temos leis que
buscavam contemplar os direitos de determinados
trabalhadores, extensivos a categorias tidas como
fundamentais para o capitalismo naquele momento. 
Neoliberalismo no
Brasil
 Assim, ainda no ano de 1889, os trabalhadores
ferroviários conquistaram o direito à pensão e também
a 15 dias de férias. O mesmo direito foi estendido para
os trabalhadores do Ministério da Fazenda, no ano de
1890. Em 1892, era a vez dos funcionários da Marinha
brasileira alcançarem o direito à pensão. 
 Somente em 1923, tivemos uma lei mais ampla e que
buscava disciplinar o direito à pensão e também à
possibilidade de organização das caixas de socorro para
outras categorias de trabalhadores. Trata-se da Lei
Eloy Chaves, que obriga a criação de caixas de
aposentadoria e pensão (CAPs) para determinadas
categorias de trabalhadores e não mais caixas de
socorro. 
 Nesse novo formato, as CAPs recebiam a contribuição
dos trabalhadores, dos empregadores e do Estado, e
buscavam socorrer os trabalhadores em momentos de
dificuldade ocasionados pelas doenças, acidentes ou
mesmo pela idade.
 Além da autorização de pensões e férias no período, ao
menos no que concerne no aspecto legal, em 1891, temos
a lei que regulamentava o trabalho infantil e, em 1911, a
lei que reduzia a jornada de trabalho para 12 horas
diárias. Por fim, no ano de 1919, temos a lei que
regulamentava os acidentes de trabalho, pois a
ocorrência de acidente passa a ser responsabilidade do
empregador. 
 No âmbito da proteção à infância, temos a criação, em
1927, do Código de Menores: uma legislação de caráter
punitivo para intervir junto àqueles compreendidos
como delinquentes ou marginais. Entretanto este código
se impôs de maneira muito severa na época. 
 Em 1930, foi criado o Ministério do Trabalho e, em 1932,
a Carteira de Trabalho, a qual passa a ser documento da
cidadania no Brasil: eram portadores de alguns direitos
àqueles que dispunham de emprego registrado em
carteira. Essa é uma das características do
desenvolvimento do Estado social brasileiro: seu
caráter corporativo e fragmentado, distante da
perspectiva da universalização de inspiração
beveridgiana.
Com esse ministério, há a consolidação de uma
série de direitos e proteções para a classe
trabalhadora: a regulação dos acidentes de
trabalho, a ampliação das aposentadorias e
pensões, a constituição do auxílio-doença e
maternidade, a criação do auxílio-família e
também a criação do seguro-desemprego. 
Era Vargas
 A partir da Era Vargas, tivemos uma ampliação
significativa das CAPs, que tanto se expandiram que
motivaram a consolidação dos Institutos de
Aposentadoria e Pensões Sociais. As IAPS eram a
congregação de várias CAPs, de acordo com a categoria
de trabalhadores. 
 Esses institutos não estavam restritos a prestar
cuidado aos segmentos de trabalhadores desvalidos por
meio da concessão de pensões sociais, mas também
prestando cuidados à saúde e empréstimos para a
classe trabalhadora alcançar a casa própria.
 Até então, neste recorte histórico, o estado não
possuía uma política social de saúde, logo, tinha acesso
à saúde apenas quem contribuía com algum instituto. O
Estado apenas organizava campanhas sanitárias para
conter endemias e epidemias e, portanto, atuava de
forma pontual e residual. Quem tinha necessidade de
atendimento médico e não estava vinculado a nenhum
instituto, deveria procurar as Santas Casas, instituições
mantidas pela Igreja Católica e que prestavam atenção
a doentes e mendigos, aqueles enjeitados socialmente.
 O Serviço Social da Indústria ou SESI, foi criado para
proporcionar o bem-estar ao trabalhador vinculado à
indústria. O SESI também viabilizava informações sobre
as questões previdenciárias e os serviços assistenciais,
além de educação popular e programas de
relacionamento entre industriários e trabalhadores. Por
desenvolver uma série de ações voltadas ao lazer, o
serviço acabou inserindo-se em espaços além da
formação oferecida. 
 O SENAC prestava a formação, mas voltada aos
trabalhadores que atuavam no comércio, oferecendo
informações para operários, trabalhadores em geral,
assessorias e empregadores.
 Essas instituições ainda estão em funcionamento no
nosso país e são consideradas referências para a
formação e o lazer orientado para a classe
trabalhadora. 
 Em 1974, foi criado o Ministério da Previdência Social,
composto pela Legião Brasileira de Assistência Social,
pela Fundação Nacional de Bem-estar do Menor e pela
Central de Medicamentos. O Ministério da Previdência
Social também incorporava a Empresa de
Processamento de Dados da Previdência Social
(Dataprev). 
 Essa estrutura foi transmutada e, em 1977, foi criado
o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
(SINPAS). Assim, temos a agregação de ações
relacionadas à saúde, à Previdência Social e à
assistência social por meio do SINPAS e dos serviços
prestados na área de abrangência desse sistema.