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Distrofia Muscular de Duchenne Roteiro de Seminário Introdução ★ É uma doença neuromuscular que se caracteriza como um distúrbio degenerativo progressivo e irreversível no tecido muscular ★ Apresenta-se na primeira infância com fraqueza muscular proximal ★ Afeta os sistemas muscular, nervoso e cardíaco ★ Distúrbio ligado ao cromossomo X - a mãe é a carreadora da mutação genética, mas é assintomática ★ Distrofia muscular mais comum - incidência de 1/3600 meninos ★ Progressão rápida - geralmente os pacientes que não iniciam o tratamento de forma precoce precisam de cadeiras de rodas aos 10 anos de idade Etiologia É causada por uma mutação do gene DMD, que é responsável por codificar a distrofina. Essa proteína está presente no sarcolema, conferindo estabilidade a partir de uma ligação mecânica entre o citoesqueleto e a matriz extracelular. Herança ★ Em ⅔ dos casos a mutação no gene é herdada da mãe portadora ★ Mulheres portadoras têm 50% de probabilidade de transmitir o gene para seus descendentes diretos Gene DMD ★ Está localizado no braço curto do cromossomo X ★ Contém 79 éxons - corresponde ao gene humano mais longo, o que o torna mais suscetível a mutações ★ Mutações ○ 65% deleções de um ou mais éxons ○ 25% mutações menores ○ 10% duplicação de éxons ★ Tipos de mutação ○ Deleções - ocorrem quando pedaços do gene, exons, estão faltando ○ Mutações pontuais - envolvem apenas uma letra do código de DNA, não envolvendo o éxon inteiro ■ Mutações nonsense - gera um códon terminante; causam uma parada prematura do gene, resultando em pouca ou nenhuma produção de distrofina ■ Mutações missense - uma única alteração de nucleotídeo resulta em um códon que codifica um aminoácido diferente ★ Distrofia Muscular de Becker - ocorre quando a distrofina produzida é parcialmente funcional; isso ocorre devido a um encurtamento da proteína no momento da leitura Alterações Proteicas ★ A ausência da distrofina causa: ○ Fragilidade na membrana sarcoplasmática ○ Hipercalcemia intracelular ■ Alterações na permeabilidade da membrana - a atividade de canais ativos, como o de cálcio, é afetada pela ausência de distrofina ■ A elevada concentração de cálcio favorece atividade de proteases, que degradam proteínas, e a apoptose ○ Anormalidades vasculares - vasoconstrição, que leva a hipóxia muscular ○ Fibrose acentuada - lesões teciduais diversas associada à inflamação Manifestações Clínicas ★ Desenvolvimento da função motora, seguido de estabilização e posterior declínio ★ Quedas frequentes ★ Dificuldade de levantar-se do chão ★ Sinal de Gowers - dificuldade em levantar-se do chão sem apoio; escala as próprias pernas para alcançar a posição ereta ★ Hiperlordose lombar ★ Distúrbios de marcha ○ Marcha anserina - andar bamboleante ○ Marcha digitígrada - andar com ponta dos pés ★ Aumento da panturrilha - pseudo-hipertrofia ★ Deterioração progressiva da força a partir dos 6 anos ★ Cardiomiopatia dilatada - fibrose do ventrículo esquerdo, levando a insuficiência cardíaca; sintomatologia na adolescência ★ Escoliose - devido a fraqueza dos músculos paravertebrais; se desenvolve em quase todos os meninos que não são tratados com corticosteróides; ★ Complicações respiratórias - devido a fraqueza de músculos respiratórios, em especial o diafragma ★ Manifestações no TGI - disfagia, DRGE e distensão gástrica e do cólon ★ QI abaixo da normalidade, mas estável ★ Um estudo que coletou dados de 58 pacientes, sendo 29,4% crianças, 46,5% adolescentes e 24,1% adultos, demonstrando que: ○ A maioria dos pacientes não têm dependência para fazer a própria higiene, vestuário e alimentação ○ A cardiomiopatia e a hipoventilação chamam a atenção por serem as manifestações clínicas que mais causam mortalidade nesses pacientes Diagnóstico ★ Clínico ○ Tipicamente diagnosticada por volta dos 5 anos de idade ○ Observação de função muscular anormal do menino ★ Dosagem laboratorial de enzimas musculares - os níveis séricos de creatinoquinase (CK) estarão acentuadamente aumentados; pode ser detectado antes do surgimento dos sintomas; ○ Amostra: sangue ★ Biópsia muscular - análise dos níveis de distrofina ★ Teste genético molecular - envolve a análise de deleções e duplicações do gene da distrofina ○ PCR multicomplexo - detecção de hotspots (deleções mais comuns) ○ MPLA e CGH-array - deleções ou duplicações dos éxons ○ NGS - sequenciamento genético buscando analisar pequenas mutações e rearranjos ★ Conduta ○ Tratamento ★ Uso de corticosteróides - ★ Ensaio Clínico 1 - Study of SRP-4045 (Casimersen) and SRP-4053 (Golodirsen) in Participants With Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) ○ ★ Ensaio Clínico 2 - An Open-Label Study for Previously Treated Ataluren (PTC124®) Patients With Nonsense Mutation Dystrophinopathy ○ Trata-se de um estudo já concluído, iniciado em 19 de Março de 202 e finalizado em 25 de Novembro de 2020, que teve 94 participantes e foi do tipo intervencionista (ensaio clínico) ○ Grupo único, rótulo aberto (sem mascaramento) ○ Foram incluídos indivíduos do sexo masculino, com história de exposição ao medicamento em estudos da PTC e capacidade de cumprir as consultas agendadas ○ Os pacientes receberam 3 doses do medicamento por dia, sendo a dosagem de 10 mg/kg pela manhã, 10 mg/kg à tarde e 20 mg/kg à noite ○ O medicamento foi fornecido como um pó com sabor de baunilha, podendo ser consumido misturado com água, líquidos ou alimentos semi-sólidos - exceto suco de maçã ○ As avaliações do estudo foram realizadas em visitas clínicas no primeiro dia de dosagem e, a seguir, a cada 48 semanas durante o período de tratamento, exceto pelo peso, que foi medido a cada 24 semanas ○ Quanto ao mecanismo de ação o Ataluren promove a leitura ribossômica de mutações nonsense, que seriam interrompidas, permitindo o desvio da mutação e a continuação da tradução da proteína ■ Na imagem, na parte superior está representado a parada prematura da tradução, gerando uma proteína incompleta, enquanto na parte inferior, na presença do Ataluren, é possível “ignorar” a mutação nonsense e continuar a tradução ○ O objetivo do estudo foi de investigar o efeito do Ataluren associado ao padrão de atendimento para Duchenne na idade inicial da perda da capacidade de andar do início do declínio da função respiratória, comparado a pacientes tratados apenas com o padrão de atendimento ○ Os resultados obtidos foram: ■ Adiamento de 2,2 anos na idade inicial da perda da capacidade de andar ● de 15,5 anos para 13,3 anos (em média) ■ Adiamento de 3 anos do previsto para o início do declínio da função respiratória
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