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Culturas I-

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
Cultura de trigo
Discente:
Felicidade Manuel Matariana
Licenciatura em Engenharia Agropecuária
Chimoio, Julho de 2021.
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
Cultura de trigo
Docente: 
Engº. Wello Júnior Ricardo Wello
 Cadeira: Culturas I 3º Ano 
 Licenciatura em Engenharia Agropecuária
Chimoio, Julho de 2021.
Índice
1.	Introdução	1
1.1.	Objetivos	2
1.1.1.	Geral	2
1.1.2.	Específicos	2
2.	Metodologia	2
3.	Origem e dispersão da cultura de trigo	3
3.1.	Importância do trigo	3
3.2.	Descrição botânica da cultura de trigo	3
3.3.	Exigência edafo-climaticas	4
3.3.1.	Clima	4
3.3.2.	Temperatura	4
3.3.3.	Fotoperíodo	4
3.4.	Preparo do solo	5
3.5.	Cultivares/ variedade de trigo	5
3.5.1.	Trigo Comum - (T. aestivum)	5
3.5.2.	Triticum monococcum	5
3.5.3.	Farro - (T. turgidum var. dicoccum)	5
3.5.4.	Trigo duro - (T. turgidum var. durum)	6
3.5.5.	Kamut - (T. turgidum var. polonicum)	6
3.5.6.	Espelta - (T. spelta)	6
3.6.	Sistema de sementeira de trigo	6
3.7.	Adubação	7
4.	Infestantes mais comuns	7
4.1.	Capim-amargoso (Digitaria Insularis)	7
4.2.	Aveia (Avena strigosa e A. sativa)	7
4.3.	Nabo (Raphanus raphanistrum e R. sativus)	8
4.4.	Buva (Conyza spp.)	8
5.	Pragas na cultura de trigo	8
5.1.	Pulgões	8
5.2.	Lagartas desfolhadoras	9
5.3.	Percevejos	9
5.4.	Corós	9
5.5.	Pragas do trigo: armazenamento	10
6.	Doenças na cultura de trigo	10
6.1.	Giberela	10
6.2.	Estria bacteriana	11
6.3.	Podridão comum das raízes	11
6.4.	Mosaico comum do trigo	11
7.	Colheita de trigo	12
7.1.	Pós-colheita de trigo	12
7.1.1.	Secagem	12
7.2.	Armazenamento	13
8.	Conclusão	14
9.	Referencias Bibliográficas	15
1. Introdução
No presente trabalho de culturas I, debruçara acerca da cultura de trigo, desta forma irei falar acerca da origem e dispersão da cultura de trigo, bem como a importância do trigo, a descrição botânica da cultura de trigo, a exigência edafo-climaticas, o preparo do solo, cultivares/ variedade de trigo, também o sistema de sementeira de trigo.
Neste contexto irei destacar a adubação, as infestantes mais comuns, as doenças no trigo a colheita do trigo, acerca da pós-colheita de trigo e por fim o seu armazenamento. O trigo (Triticum aestivum) é uma gramínea originária da Mesopotâmia. Importa referir que o trigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo, ficando atrás apenas do milho. O cereal é muito utilizado na fabricação de rações de animais, farinhas, cerveja e pão. O trigo é rico em umidade (11-14%), proteína (8-15%) e gordura (0,9-1,1%).
 
1.1. Objetivos 
1.1.1. Geral 
· Descrever a cultura de trigo.
1.1.2. Específicos
· Descrever a origem da cultura de trigo;
· Identificar as infestantes mais comuns na cultura de trigo e o seu controlo;
· Caracterizar as pragas e doenças da cultura de trigo;
· Descrever a colheita e pós - colheita do trigo.
2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho recorre a pesquisa bibliográfica, que foi desenvolvida com material elaborado nomeadamente livros, manuais e por fim recorre a Internet, que reflecte em torno dos autores e fazendo o resumo das obras.
3. Origem e dispersão da cultura de trigo
Acredita-se que o trigo [Triticum aestivum (L.) THELL], como é conhecido hoje, seja originário de gramíneas silvestres que se desenvolviam nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates (Ásia), por volta dos anos 10.000 a 15.000 a. C. Contudo, os primeiros registros encontrados datam do ano 550 a. C., o que leva a concluir que as maiorias das características da planta são conhecidas há mais de 2.000 anos. É um dos principais alimentos da humanidade, ocupa 20% da área cultivada no mundo (EMBRAPA, 2016).
3.1. Importância do trigo 
O trigo fornece cerca de 20% das calorias provenientes de alimentos consumidos pelo homem, possui uma proteína - glúten - não encontrada em outros grãos, o que faz do trigo componente indispensável para muitos alimentos. O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos farinhas (branca e integral) (FORNASIERI FILHO, 2008). 
Farelo de trigo (subproduto da obtenção da farinha branca) ou trigo integral adicionado diariamente a mingaus, sopas, outros (1 a 5 colheres de sopa) proporcionam bom funcionamento do aparelho digestivo do homem prevenindo doenças do cólon e recto, apendicites, problemas cardíacos, entre outros. O farelo de trigo é usado em arraçoamento (ração) de bovinos, suínos e aves; a palha do trigo pode ser devolvida ao solo (matéria orgânica), ou ser usada como cama para instalação de animais (FORNASIERI FILHO, 2008).
3.2. Descrição botânica da cultura de trigo
· Família: Poaceae (= Gramineae)
· Subfamília: Pooideae (= Festucoideae)
· Tribo: Triticeae Dumort. (= Hordeae)
· Subtribo: Triticinae
· Gênero: Triticum (Lineu, 1753)
· Espécie: Triticum aestivum (L.) THELL
A planta de trigo possui de seis a nove folhas, cada uma composta de bainha e lâmina foliar, dispostas de forma alternada. O sistema radicular é do tipo fasciculado ou cabeleira, sendo originado a partir da semente e da região da coroa. O colmo é cilíndrico e oco (fistuloso), possuindo de seis a nove entrenós.As flores aparecem em espigas compostas de várias espiguetas, dispostas de forma alternada e opostas ao longo da ráquis (eixo central) (EMBRAPA, 2016).
3.3. Exigência edafo-climaticas 
3.3.1. Clima
Fundamentalmente temperatura, luz e água condicionam para adaptação do trigo a diversas regiões. As variedades de trigo indicam as suas exigências de clima.
Para emergência: temperatura no solo em torno de 15ºC, humidade em torno de 120mm. (50-200mm.).
O perfilhamento: temperatura entre 15 e 25ºC, humidade de 55mm./Mês (30 a 80mm.).
Fim do perfilhamento a formação da espiga: temperatura entre 15ºC e 25ºC e chuvas mensais em 40mm.
Espigamento à maturação: temperatura em torno de 18ºC, chuvas nunca acima de 60mm./Mês. Geadas e ventos fortes são danosos ao trigo.
3.3.2. Temperatura
A temperatura ideal para o pleno desenvolvimento do trigo é em torno de 20°C; para o Perfilhamento, 15 a 20°C; e para o desenvolvimento das folhas, entre 20 e 25°C. Danos severos, por frio ou por calor, podem ser causados ao trigo durante o estádio reprodutivo, pois a temperatura óptima para fertilização é de 18 a 24°C (EMBRAPA, 2016).
3.3.3. Fotoperíodo 
É um cereal de dias longos, depende do fotoperíodo e da temperatura, florescem progressivamente mais rápido a medida que o comprimento do dia aumenta. Quanto a precipitação não exige grandes quantidades de água para o seu desenvolvimento, as zonas de maior cultivo no mundo caracterizam-se pela baixa precipitação (EMBRAPA, 2016).
Excessos de chuvas causam encharcamento no solo, ocorrendo problemas como moléstias, falta de areação nas raízes. Normalmente humidade do ar entre 85 a 95% está relacionado com o aparecimento de moléstias, para uma boa produtividades a humidade do ar ideal para o trigo é de 70%.
3.4. Preparo do solo
Uma boa lavoura e duas gradagens podem ser suficientes para se ter uma boa cama para a semente no caso de aplicar estrume este deve ser espalhado na primeira lavoura. Se a sementeira for manual e em linhas é preciso abrir os sulcos à distância do compasso a usar estes sulcos são úteis no caso de rega por gravidade (EMBRAPA, 2016). 
3.5. Cultivares/ variedade de trigo
3.5.1. Trigo Comum - (T. aestivum) 
Uma espécie hexaploide que é a mais cultivada no mundo. Esta é  a espécie mais usada nos dias de hoje e é conhecida como trigo mole. É com este trigo que fazemos quase todo o tipo de pão, bolachas, tostas, e bolos, sempre que uma receita diz farinha de trigo, é a este tipo de trigo que se refere (REUNIÃO, 2013).
3.5.2. Triticum monococcum
Uma espécie diplóide com variedades selvagens e domesticadas. Foi uma das primeiras espécies cultivadas, mas raramente utilizada actualmente.
3.5.3. Farro - (T. turgidum var. dicoccum) 
Uma espécie tetraplóide com variedades selvagens e domesticadas. Cultivados em tempos antigos, mas pouco actualmente. É de farroque vem a palavra farinha com uma aparência marrom-claro, é usado para fazer a farinha. O farro tem proteínas que beneficiam quem pratica actividade física, fibras que auxiliam na digestão e na normalização do colesterol e pode ser consumido por diabéticos (REUNIÃO, 2013).
3.5.4. Trigo duro - (T. turgidum var. durum) 
A única variedade tetraplóide largamente usada hoje. Esta é a espécie normalmente usada para a elaboração do esparguete chama-se durum, pois devido ao seu elevado teor proteico (nomeadamente glúten), fica realmente "mais duro" e lhe dá as características necessárias para ser cozinhado (REUNIÃO, 2013).
3.5.5. Kamut - (T. turgidum var. polonicum) 
Uma variedade tetraplóide cultivada em pequenas quantidades, mas extensivamente comercializada. Originária do Médio Oriente tal como o trigo espelta, é também uma forma mais ancestral de trigo, e nutricionalmente mais rico que o trigo mole. Também apresenta uma elevada resistência a pragas, sendo também considerado uma boa opção para cultivo biológico. Pode ser usado da mesma forma que o trigo mole, e que o trigo espelta, podendo ser encontrado em pão, bolachas, ou tostas (REUNIÃO, 2013). 
3.5.6. Espelta - (T. spelta)
 Outra espécie hexaploide cultivada em pequenas quantidades o trigo Espelta é conhecido como o trigo ancestral. Nutricionalmente é mais rico que o trigo mole e é considerado uma boa opção para cultivo biológico, dado a sua maior resistência a pragas. Em termos de utilização é relativamente parecido ao trigo mole, sendo por isso relativamente fácil encontrar pão, bolachas, ou tostas feitas com trigo espelta (REUNIÃO, 2013).
Para quem gosta de fazer pão em casa com trigo mole, experimente usar uma farinha de trigo espelta – vai perceber que não é assim tão diferente de usar. 
3.6. Sistema de sementeira de trigo
A Sementeira pode ser em linha ou á lanço (gasta mais semente). Depois da sementeira é conveniente passar uma grade de bico para tapar as sementes. A quantidade de semente varia de 100-120 kg/ha e o compasso é de 30 x 3 cm (MUNDSTOCK, 1999) 
3.7. Adubação
Cultura relativamente exigente, o trigo requer, para sua nutrição, os elementos minerais nitrogénio (N), fósforo (P2O2) potássio (K20), cálcio (CaO), magnésio (MgO), enxofre (S), boro (B), cloro (CI), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdénio (Mo) e zinco (Zn). Os mais requeridos são nitrogénio s fósforo. O adubo é aplicado ao solo - a lanço - pouco antes do plantio e deve sofrer leve incorporação. Fertilizante FTE também supre o trigo com micronutrientes bem como adubações as foliares (MUNDSTOCK, 1999).
4. Infestantes mais comuns
4.1. Capim-amargoso (Digitaria Insularis)
O capim-amargoso é uma planta daninha de ciclo perene, herbácea, entouceirada, ereta e que produz rizomas (estruturas de reserva). O ponto principal de seu controle é a aplicação nos estádios iniciais de desenvolvimento, pois após a produção de rizomas (aproximadamente 45 após a emergência) sua capacidade de rebrota depois de uma injúria de herbicidas é altíssima (EMBRAPA, 2016). Capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas do trigo. 
Controlo: Recomenda-se que o manio do capim-amargoso seja realizado prioritariamente antes da sementeira do trigo. Caso as plantas estejam em estádio inicial de desenvolvimento, a aplicação de graminicidas será efetiva. Caso contrário, a aplicação sequencial de glifosato + graminicidas será necessária. Além disso, pode-se utilizar o herbicida pendimethalin no sistema plante-aplique para controlar as sementes presentes na área (EMBRAPA, 2016).
Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, a opção disponível será clodinafop.
4.2. Aveia (Avena strigosa e A. sativa)
Estas espécies têm ciclo anual, são eretas, bastante perfilhadas e com reprodução exclusivamente por sementes. Podem ser facilmente diferenciadas pela coloração dos envoltórios das sementes. A Avena strigosa possui coloração escura sendo assim chamada de aveia preta (EMBRAPA, 2016).
Controlo: Recomenda-se que o maneio desta planta daninha seja realizado prioritariamente antes da sementeira do trigo. Caso as plantas estejam em estádio inicial de desenvolvimento, a aplicação de graminicidas será efetiva. Caso contrário, o controle químico envolve a aplicação sequencial de glifosato + graminicidas. Se a aveia estiver presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão iodosulfuron, clodinafop e diclofop (EMBRAPA, 2016).
4.3. Nabo (Raphanus raphanistrum e R. sativus)
As espécies de nabo forrageiro têm ciclo anual, são eretas e com reprodução exclusivamente por sementes. 
Controlo: Antes do plantio do trigo podem ser utilizados os seguinte herbicidas: glifosato, 2,4 D, metribuzin e metsulfuron. Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão metsulfuron, 2,4D, iodosulfuron e bentazon.
4.4. Buva (Conyza spp.)
Estas espécies têm ciclo anual, são eretas, com ramos e folhas pubescentes, propagando-se exclusivamente por sementes. Suas sementes são facilmente disseminadas pelo vento.
Controlo: Como essa é uma espécie que suas sementes necessitam de luz para germinar, a cultura do trigo é muito utilizada para auxiliar em seu maneio. Se bem controlada, o bom fechamento de linha e a palhada depois da colheita vão segurar a emergência destas sementes no período mais propício (período frio) (EMBRAPA, 2016). 
Antes do plantio do trigo podem ser utilizados os seguinte herbicidas: glifosato, 2,4 D, metribuzin e metsulfuron. Caso esta planta daninha esteja presente na área na pós-emergência da cultura, as opções disponíveis serão metsulfuron, 2,4D, iodosulfuron e bentazon.
5. Pragas na cultura de trigo 
5.1. Pulgões
Os pulgões do trigo são afídeos que causam danos diretos pela sucção da seiva, reduzindo o poder germinativo das sementes, o número de grãos por espiga, o tamanho e peso dos grãos. Mas mesmo quando não há população significativa para causar danos diretos, os pulgões causam danos indiretos sendo vetores de doenças, principalmente de espécies de Barley yellow dwarf virus (BYDV), (FORNASIERI FILHO, 2008).
As espécies pertencem à família Aphididae dentro da ordem Hemiptera, sendo que os pulgões mais frequentes na cultura são:
· Pulgão-do-colmo-do-trigo – Rhopalosiphum padi
· Pulgão-da-folha-do-trigo – Metopolophium dirhodum 
· Pulgão-da-espiga-do-trigo – Sitobion avenae 
· Pulgão-verde-dos-cereais – Schizaphis graminum 
5.2. Lagartas desfolhadoras
As lagartas desfolhadoras atacam desde plântulas até espigas na cultura tritícola e podem causar perdas significativas se não controladas. As três principais espécies que pertencem à família Noctuidae, ordem Lepidoptera, são: 
· Lagarta-do-trigo – Pseudaletia adultera
· Lagarta-do-trigo – Pseudaletia sequax
· Lagarta-militar – Spodoptera frugiperda 
5.3. Percevejos
Os percevejos mais frequentes na cultura do trigo são do gênero Dichelops. Pertencem à família Pentatomidae, da ordem Hemiptera. Podem causar problemas no período do emborrachamento do trigo como desenvolvimento atrofiado, redução da altura da planta e má formação das espigas, deixando-as sem grãos ou com formação parcial. As espécies que ocorrem são Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus, sendo conhecidos como percevejos-barriga-verde (FORNASIERI FILHO, 2008).
5.4. Corós
Os corós são as pragas de solo que mais causam problemas ao triticultor. São insetos grandes que se alojam no solo a uma profundidade de cerca de 10 cm. As infestações ocorrem em reboleiras e variam muito de um ano para o outro, devido ao ciclo reprodutivo das pragas, à mortalidade natural provocada por predadores e parasitoides e devido às condições climáticas. Atacam sementes, raízes e plântulas, podendo puxar as plantas para dentro do solo (FORNASIERI FILHO, 2008).
As espécies mais comuns são:
· Coró-das-pastagens – Diloboderus abderus
· Coró-do-trigo – Phyllophaga triticophaga
5.5. Pragas do trigo: armazenamento
Existem diversas pragas, primárias e secundárias, que atacam o trigo no armazenamento. Os insetos primáriosatacam diretamente os grãos sadios e os secundários atacam os grãos já danificados. Além dos danos diretos, causam danos indiretos por facilitarem a contaminação fúngica e presença de micotoxinas (FORNASIERI FILHO, 2008).
Destaca- se insetos-praga da ordem Lepidoptera, das famílias Curculionidae e Bostrichidae. Os principais são:
· Gorgulho-do-milho – Sitophilus zeamais
· Gorgulho-do-arroz – Sitophilus oryzae
· Besourinho-dos-cereais – Rhyzopertha dominica
6. Doenças na cultura de trigo 
6.1. Giberela
A giberela no trigo é causada pelo fungo Fusarium graminearum, sendo importante no período de floração da cultura. Ocorre em regiões quentes de cultivo da cultura. A doença infecta a flor da planta de trigo, que pode ficar totalmente destruída e nem chegar a formar o grão. Se a infecção do fungo for lenta, pode ocorrer o desenvolvimento do grão com coloração rósea (por conta do desenvolvimento do fungo – formação de macroconídeos), enrugados e chochos (DAN TAS, 2021).
Um sintoma de fácil reconhecimento da doença são as aristas arrepiadas em espiguetas esbranquiçadas ou mortas, sinal bastante característico da giberela. Sementes e restos culturais (que podem ser de plantas de trigo ou outras hospedeiras como milho, centeio, triticale e cevada) são fontes de inóculo da doença. Além de atacar as espigas, o fungo pode contaminar os grãos com a presença de micotoxinas. A doença tem como condições favoráveis a seu desenvolvimento temperaturas em torno de 30°C e molhamento foliar.
6.2. Estria bacteriana
Doença causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. ondulosa, pode reduzir o rendimento em até 40% na cultura do trigo. A bactéria da estria bacteriana sobrevive em restos culturais e sementes, sendo as sementes a principal forma de disseminação da doença (DAN TAS, 2021).
Como sintomas são observadas lesões aquosas e longas nas folhas que, com o progresso da doença, podem se tornar pardas. Quando em longos períodos de chuva, as lesões podem coalescer e se distribuir por grande parte das folhas.
6.3. Podridão comum das raízes
A podridão comum das raízes pode ser causada por Bipolaris sorokiniana e Fusarium graminearum. Pode ser encontrada em todas as regiões de produção de trigo no país. Como o nome já indica, essa doença afeta as raízes, que ficam com os tecidos de coloração parda, podendo causar a morte precoce das plantas. A semente é considerada a principal fonte de inóculo (DAN TAS, 2021).
6.4. Mosaico comum do trigo
O mosaico do trigo é causado pelo vírus Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV), que tem maior problema em regiões mais frias do país, que é uma condição ótima para o desenvolvimento da doença. Esse vírus é transmitido protozoário Polymyza graminis, que é habitante do solo (DAN TAS, 2021).
O vírus que causa o mosaico comum do trigo também infecta culturas como centeio, cevada e triticale. Como sintoma, é possível observar estrias amarelas que são paralelas às nervuras no limbo foliar, sendo mais problemática nos estádios iniciais da cultura
7. Colheita de trigo
O processo de colheita é considerado de extrema importância, tanto para garantir a produtividade da lavoura quanto para assegurar a qualidade final do grão. Para reduzir perdas qualitativas e quantitativas, alguns cuidados devem ser tomados em relação à regulagem da colhedora, considerando que à medida que a colheita vai sendo processada, as condições de umidade do grão e da palha variam, necessitando assim de novas regulagens (REUNIÃO, 2013).
Após 110 a 120 dias do plantio a colheita pode ocorrer. Quando toda a planta tiver coloração amarelada típica de palhas, a espiga começar a dobrar-se e os grãos tomam-se duros e resistentes à unha, o trigo deve ser colhido. A colheita manual deve ser feita em faixas pequenas cortando-se a planta na sua base - com cutelo ou faca; feixes são reunidos em feixes maiores e levados para debulha.
7.1. Pós-colheita de trigo
7.1.1. Secagem
A secagem de trigo é uma operação crítica na sequencia do processo de pós-colheita, na qual podem ocorrer alterações significativas na qualidade do grão. A secagem propicia um melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e de mão-de-obra, mantendo a qualidade do trigo colhido.
O teor de umidade indicado para armazenar o trigo colhido é da ordem de 13%. Desse modo, todo o produto colhido com umidade superior à indicada para armazenamento deve ser submetido à secagem. Em lotes com mais de 16% de umidade, sugere-se a secagem lenta, para evitar danos físicos no grão. A temperatura máxima na massa de grãos de trigo não deve ultrapassar 60 ºC, para manutenção da qualidade tecnológica do produto (REUNIÃO, 2013).
A secagem artificial de grãos caracteriza-se pela movimentação de grandes massas de ar aquecidas até atingirem temperaturas na faixa de 40 ºC a 60 ºC na massa de grãos, com o objetivo de promover a secagem de grãos em reduzido período de tempo. O aquecimento do ar ambiente requer uma alta potência térmica, obtida com a combustão controlada de combustíveis. A lenha é o combustível mais usado na secagem de grãos. Recentemente, vem se difundindo o uso de GLP (gás liquefeito de petróleo) em secadores cujas condições de queima são mais controladas, em relação ao uso de lenha. As principais desvantagens do uso de lenha são: combustão descontínua e irregular, formação de fumaça que se impregna no grão, alta demanda de mão-de-obra e de espaço próprio para cultivo de espécies florestais (REUNIÃO, 2013).
Dependendo do tipo de secador, varia a temperatura de entrada de ar de secagem. Para atender às necessidades, os secadores existentes contemplam inúmeras formas construtivas e operacionais, destacando-se quanto ao sistema de carga (intermitentes ou contínuos) e quanto ao fluxo de ar (concorrente, contracorrente, cruzado ou misto), (REUNIÃO, 2013).
7.2. Armazenamento
Os grãos de trigo devem ser secados até que sua humidade atinja valores inferiores a 13% (grão difícil de ser quebrado com o dente). Grãos assim secados podem ser armazenados por mais de 12 meses tendo-se o cuidado frequente de verificar presença de pragas de armazenados (gorgulhos e traças), (REUNIÃO, 2013).
Os grãos podem ser armazenados com eficiência em latas, vedando-se convenientemente, a tampa. O rendimento da lavoura de trigo está entre 1.500 a 2.500 Kg/ha (lavouras irrigadas) de grãos.
8. Conclusão 
Conclulindo, o trigo tem se destacado pela sua importância para a economia global, por ser um dos segundo cereal mais cultivados no mundo. O trigo fornece cerca de 20% das calorias provenientes de alimentos consumidos pelo homem, possui uma proteína - glúten - não encontrada em outros grãos, o que faz do trigo componente indispensável para muitos alimentos. O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos farinhas (branca e integral). 
O processo de colheita é considerado de extrema importância, tanto para garantir a produtividade da lavoura quanto para assegurar a qualidade final do grão. Por fim, importa dizer que os grãos de trigo devem ser secados até que sua humidade atinja valores inferiores a 13% (grão difícil de ser quebrado com o dente) grãos assim secados podem ser armazenados por mais de 12 meses tendo-se o cuidado frequente de verificar presença de pragas de armazenados (gorgulhos e traças). 
9. Referencias Bibliográficas 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Trigo: safra de contrastes no Brasil. 2016. Disponível em <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/13600241/trigo-safra-de-contrastes-no-brasil>. Acesso em: 27 julh. 2021.
DANTAS. T “ T r i g o ” D i s p o n í v e l e m :
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/saude-bem-estar/trigo-1.htm>. Acesso em: 27 de julh. de 2021.
FORNASIERI FILHO, Domingos. Manual da Cultura do Trigo - Jaboticabal: FUNEP, 2008. 338p.
MUNDSTOCK, C. M. Planejamento e manejo integrado da lavoura de trigo. Porto Alegre: Ed. Autor, 1999.228 p.
REUNIÃO da comissão brasileira de pesquisa de trigo e triticale. Londrina, PR: IAPAR, 2013. 220 p.

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