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Embriologia Médica

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Embriologia Médica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Letícia Lima Santos 
Medicina XXXIII - 2016 
Prof. Alessandra Danziger 
Embriologia – 23/2/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Introdução e gametogênese 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 Embriologia é a ciência que estuda as origens e as experiências pré-natais. 
 Teratologia é um ramo da Embriologia e da Patologia que estuda as anomalias 
e defeitos de nascimento causados por fatores genéticos e/ou ambientais. 
 O médico precisa ser uma fonte segura de informações para a gravidez, para o 
controle de nascimento, doação de gametas etc. 
 De 3 a 4% dos nascidos vivos apresentam e/ou são diagnosticados com 
alguma má formação. 
 Concepto é o embrião e todos seus anexos desenvolvidos através do zigoto, 
bem como a placenta e suas membranas. 
 Abortus é todo o produto do aborto, ou seja, o embrião/feto + placenta e 
membranas + anexos embrionários e extra-embrionários. 
 Não há evidências médicas de que assistir ou presenciar cenas impactantes 
cause defeitos no desenvolvimento do concepto. Porém, os aspectos 
psicológicos têm muita influência sobre o SNC. 
 Do ponto de vista médico, a gestação é divida em 3 trimestres. 
 Do ponto de vista embriológico, a gestação é dividida em 3 períodos: período 
do ovo, do embrião e do feto. 
Período do Ovo 
Começa com a fertilização, forma o zigoto e termina ao final da 1º semana de 
desenvolvimento, isto é, esse período vai da fertilização até a implantação. Dentro 
dele, há 3 fases: 
a) Zigoto: é formado pela fertilização e é assim chamado até o momento em 
que passa a ser multicelular. 
b) Mórula: é o zigoto multicelular. 
c) Blastocisto: estágio mais avançado da mórula, apresentando já uma grande 
cavidade repleta de líquido. É implantado entre o 5º e o 6º dia de gestação. 
 
Período do Embrião 
 Tem início no final da 1º semana de desenvolvimento e vai até a 8º semana. É 
o período mais crítico do desenvolvimento, pois é quando o embrião está mais 
propenso a sofrer má formação ou alterações estruturais em sua constituição, pois é 
nesse período que todos os tecidos estão sendo desenvolvidos. Assim, é necessário 
que a grávida evite receber radiação e que não se exponha a infecções. 
 Por exemplo, o Zika vírus consegue atravessar a placenta e se instalar nos 
tecidos do embrião, especialmente no encéfalo, causando atrofia cerebral 
(microcefalia), acúmulo de líquido no encéfalo (ventriculomegalia grave) e contração 
excessiva dos músculos e consequente defeitos ósseos (aterogripose). Outros vírus 
também podem causar má formação durante esse período, como a sífilis e a rubéola. 
 
Período do Feto 
 Inicia na 9º semana e dura até o nascimento. Podem ocorrer má formações, 
porém, em menor frequência que no período do embrião. Ocorre o crescimento 
maturacional dos órgãos, ganho de peso e funcionalidade dos órgãos. 
 
Linhagem somática dá origem ao indivíduo propriamente dito, formando células 
ósseas, teciduais etc. Ocorre a partir da mitose e tem como finalidade fazer o reparo 
de lesões e o crescimento das células. Origina 2 células filhas geneticamente idênticas 
à célula mãe. 
 
 Interfase: replicação das organelas em G1, duplicação dos cromossomos em S, 
revisão e crescimento celular em G2. 
Prófase: cromossomos bivalentes alongados, começo da condensação. 
Pró-metáfase: rompimento da carioteca e do nucléolo, cromossomos condensados, 
início da formação do fuso mitótico. 
Metáfase: grau máximo de condensação cromossômica, duplicação dos centríolos, 
formação da placa equatorial, migração dos cromossomos para a região central da 
célula. 
Anáfase: separação das cromátides-irmãs devido à divisão longitudinal dos 
centrômeros. 
Telófase: reorganização da carioteca e do nucléolo e descondensação cromossômica. 
 
Linhagem germinativa dá origem às células germinativas, isto é, aos gametas (n), 
através da meiose. A finalidade desse processo é formar gametas, manter o número 
cromossômico constante e manter a diversidade genética. 
 
Prófase I: condensação e pareamento cromossômico (sinapse). Crossing-over e 
formação dos quiasmas. 
Metáfase I: idem a mitose. 
Anáfase I: idem a mitose. 
Telófase I: 1º divisão meiótica. Uma célula 2n=46 forma duas células filhas n=23 
bivalentes. 
 
Prófase II: não há duplicação do DNA, pois eles já estão bivalentes. 
Metáfise II: idem a metáfise I. 
Anáfase II: idem a anáfase I. 
Telófase II: 2º divisão meiótica. Formação de 2 células filhas n=23 monovalentes. 
 
Alterações na meiose 
 Pode ocorrer não-disjunção das cromátides-irmãs na meiose I ou II (na mitose, 
é mais raro de acontecer). O normal é que um membro de cada par de cromossomos 
homólogos vá para cada célula filha. Quando a separação não ocorre, há formação de 
gametas com 24 cromossomos e outros com 22. A idade materna avançada é um 
fator contribuinte para essa anomalia. 
Se houver fertilização entre um gameta de 24 com um de 23, o zigoto formado 
terá trissomia (cariótipo com 47 cromossomos). É o caso da síndrome de Down 
(trissomia do 21), sindrome de Patau (trissomia do 13) e síndrome de Edwards 
(trissomia do 18). Se houver fertilização entre um gameta 23 e um gameta 22, o zigoto 
terá monossomia (cariótipo com 45 cromossomos). É o caso da síndrome de Turner. 
 
GAMETOGÊNESE 
 
 As células germinativas primordiais (CGP) são identificadas a partir da 4º 
semana de desenvolvimento. São encontradas no saco vitelínico e migram através do 
mesentério intestinal para se posicionarem na parede dorsal corporal do embrião. Lá, 
elas estimulam as células somáticas de suporte (CSS) se proliferarem. As CSS se 
dividem por mitose e formam uma protuberância próxima ao mesonéfro. Nessa região, 
há o início da formação das cristas genitais masculinas e femininas (gônadas 
primitivas). As CGPs se diferenciam nos gametas masculinos e femininos. As CSS 
formam tecidos que nutrem e regulam a formação das células sexuais. São eles: as 
células foliculares nas mulheres e as células de Sertoli nos túbulos seminíferos dos 
testículos masculinos. 
 
Gametôgenese nas mulheres 
CGPs – gonócitos 
 3º mês 
Oogônias (máximo de 7 milhões) 
 5º mês 
Oócitos primários (máximo de 600 a 800 mil) 
 
Parada meiótica no diplóteno da Prófase I até a maturidade sexual 
 
Puberdade: folículos ovarianos terminam seu amadurecimento. 
 
 
 A parada no diplóteno da prófase I é feita pelo IMO (fator inibidor de maturação 
do oócito), produzido pelos oócitos e pelas células foliculares. Nessa fase, há 
formação do epitélio folicular primordial, que consiste em células agrupadas e 
recobertas por células achatadas. 
 
 Na puberdade, o aumento do LH faz com que de 15 a 20 oócitos comecem a 
maturação, porém, apenas 1 completa o processo e se torna dominante. Os demais 
folículos atrésicos se degeneram. O folículo primordial dominantes retém líquido, 
cresce e forma um espaço fluido chamado Antro (folículo antral ou amadurecido ou 
vesicular). 
 As antigas células achatadas tornam-se cuboides, proliferam-se por mitose e 
formam o tecido cuboide estratificado, formado por células granulosas. Há a formação 
da Zona Pelúcida: camada de glicoproteínas sintetizada por oócitos e células 
granulares, que se deposita entre eles, formando a ZP3, ZP2 e ZP1. 
 
A teca folicular é o tecido conjuntivo ovariano próximo ao oócito e ao antro. A 
teca externa é um tecido fibroso. A teca interna é formada por células secretoras. 
 Próximo à oocitação, o folículo tem seu pico máximo de antro, estando, 
portanto, muito inchado. Nessa fase, ele recebe o nome de folículo vesicular maduro 
ou folículo de Graaf. Cúmulo ooforo é o epitélio estratificado de células granulosas 
foliculares. 
 
 
 O LH estimula o término da meiose I forma 2 células filhas: oócito secundário 
(que possui praticamente todo o citoplasma) e o 1º corpúsculo polar (localizado entre a 
membrana plasmáticado oócito e as ZPs). Tanto o oócito secundário quando 
ocorpúsculo polar iniciam a meiose II, mas param na metáfase até que o oócito 
secundário seja fertilizado. Caso isso não aconteça, ele é degenerado. 
 O aumento do LH ativa as enzimas colagenases, responsáveis por degradar 
as fibras colágenas circundantes ao oócito para que ele seja expulso do ovário. O 
aumento das prostaglandinas aumenta as contrações da parede do ovário, até que ele 
expulse o oócito, as células granulosas e o cúmulo ooforo. 
 O folículo ROTO desenvolve células amarelas formadoras do corpo lúteo, 
responsável por sintetizar estrógeno e progesterona para tornar o útero receptivo à 
chegada do blastocisto. Se o oócito for fertilizado, o corpo lúteo se mantém ativo até o 
4º ou 5º mês de gestação. Se não houver fertilização, ele se mantém ativo até 9 dias 
depois da oocitação e depois sofre luteólise, isto é, encolhe até formar o corpo 
albicans (tecido cicatricial). 
 
 
 
Gametogênese nos homens 
 Existem CGPs latentes desde a 4º ou 6º semana até a puberdade. Nessa fase, 
elas se tornam ativas devido ao estímulo da testosterona, que além disso, estimula a 
maturação dos testículos e dos túbulos seminíferos (onde ocorre a espermatogênese) 
e o surgimento das características masculinas secundárias. 
CGPs 
 
 
Espermatogônias tipo A (2n) 
 
 
Espermatogônia tipo B (2n) 
 
 
Espermatócito primário (2n) 
 
 
Espermatócito secundário (n) Espermatócito secundário (n) 
 
 
Espermátides (n) Espermátides (n) Espermátides (n) Espermátides (n) 
 
 
Spz (n) Spz (n) Spz (n) Spz (n) 
 
 
 Abaixo das CGPs, há a membrana basal. Ao longo da divisão, as células 
sofrem mutações morfológicas. As espermatogônias migram da parte basal para a 
parte luminal do túbulo seminífero. Elas estão interligadas às células de sertoli. No 
final, os spz se desconectam das células de sertoli e vão para a luz do túbulo 
seminífero e se misturam com o líquido da próstata, formando o sêmen. Conforme há 
maturação, as células perdem o citoplasma e as células de sertoli o caputuram. Ocorre 
formação do acrossomo, da cauda e da cabeça com o núcleo do spz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriologia – 1/3/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
1º Semana do desenvolvimento 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 A fertilização é a fusão dos gametas femininos (oócito na metáfase II) e 
masculinos na região mais larga da tuba uterina e mais próxima do ovário, chamada 
de região ampolar. Para que ela ocorra, é preciso que o spz sofra dois processos. 
1. Reação de capacitação na tuba uterina, que dura cerca de 7h. É a interação 
entre o epitélio do spz e o da tuba uterina. Essa interação é a perda de uma 
capa de glicoproteína e proteínas da região acrossômica. Se essa capa não for 
removida, o spz não está apto a atravessar a ZP do oócito. 
2. Reação acrossômica: apenas os spz que sofreram reação de capacitação 
passam por essa segunda reação. Ela consiste na liberação de enzimas 
acrossômicas (acrosina e tripsina) que permitem a penetração do spz na ZP, 
pois elas degradam a ZP. 
 
Fases da fertilização 
1. Penetração na coroa radiata (conjunto de células expulsas do ovário junto 
com o oócito). 
2. Penetração na ZP: interação espécie-específica com moléculas receptoras. 
 SED1: proteína do núcleo do spz que se liga a molécula receptora, a 
glicoproteína ZP3. Essa ligação causa a degradação da cabeça do spz e a liberação 
de enzimas para que ocorra a reação acrossômica. 
 Outras moléculas de adesão: Tetraspanina é uma glicoproteína da membrana 
do oócito. IZU-MO é uma imunoglobulina. ADAM (30) é uma glicoproteína com 
desintegrinas que formam o ADAM-2. 
 Quando o spz atravessa a ZP, ocorre: 
a) Reação cortical: zonas de cálcio emitidas pela membrana do oócito para 
impedir a poliespermia. 
b) Reação de Zona: grânulos da membrana do oócito liberam enzimas para 
impedir poliespermia. 
 
O oócito definitivo é chamado de óvulo, e possui 23 cromossomos monovalentes 
condensados para formar o pró-núcleo feminino. Os 23 cromossomos do spz se 
condensam para formar o pró-núcelo masculino e a cauda dele se degenera. Os pró-
núcelos fundidos sofrem mitose e formam as 2 primeiras células do zigoto. 
 
Os resultados da fertilização são: restauração do número de cromossomos, os 
quais serão diferentes dos do pai e da mãe, já que houve uma mistura de ambos; 
determinação do sexo e início da clivagem. 
A clivagem tem início na tuba uterina. O zigoto migra da ampola para o endométrio 
uterino através de mitoses sucessivas (clivagem). Isso forma os blastômeros. Até 9 
blastômeros, as células não estão associadas entre si. A partir de 9 células, há 
compactação. 
 Quando os blastômeros têm de 12 a 32 células, ele passa a se chamar mórula. 
Após 4 dias, a mórula retém líquido e forma uma cavidade chamada de blastocele. A 
partir desse momento, passa a ser chamada de Blastocisto. 
O blastocisto possui dois polos. O embrioblasto (ou polo embrionário) dará origem 
a todos as estruturas do embrião; essa é a parte mais interna do blastocisto. O 
trofoderma (ou polo ebembriônico) é formado por células fortemente unidas por 
junções oclusivas e desmossomos; é responsável por formar a placenta, contribui para 
a nutrição e o transporte de O2 através da enzima ATPase sódio/K
+, isto é, as trocas 
de nutrientes entre o blastocisto e o útero. 
O trofoblasto gera a proteína de fator de gestação inicial no soro materno. Essa 
é a primeira forma de detectar a gestação, já que pode ser observada de 24 a 48h 
após a fertilização. Ele é imunopressor, para evitar que o sistema imunitário expulse o 
concepto. Depois de 2 semanas, o HCG é produzido e exerce a mesma função. 
A hipótese interna-externa diz que as células expressam gentes que produzem 
fatores de transcrição que têm função na formação do blastocisto. Todos os 
blastômeros expressam Oct4 e Nanog. Essas proteínas são inativas nas células do 
trofoblasto (expressa Cdx 22 e Tbox Eomes), mas ativas no embrioblasto. 
 
IMPLANTAÇÃO 
 A implantação ocorre na parede anterior ou na parede posterior do endométrio 
e ocorre entre o 5º e 6º dia de gestação através da interação de moléculas do 
endométrio ou do blastocisto com seus respectivos receptores. As selectinas 
expressas pelo trofoblasto interagem com receptores do endométrio, causando a 
captura do blastocisto. O trofoderma emite projeções para dentro do endométrio. 
Integrinas expressas pelo trofoderma reagem com receptores do endométrio 
(laminina). As integrinas reagem com a fibronectina fazem a migração. 
 
 
Embriologia – 8/3/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
2º semana do desenvolvimento 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 A 2º semana do desenvolvimento é chamada de “Semana dos Dois”. O 
embrioblasto do concepto (blastocisto) se diferencia em um disco achatado bilaminar. 
A reação decidual envolve as células endometriais, que são transformadas em 
decídua. Ela é responsável por acumular lipídeos e glicogênio no citoplasma para 
aumentar o tamanho. No local da implantação, forma-se um orifício para a entrada do 
blastocisto, graças a ação das enzimas líticas produzidas pelo próprio blastocisto, que 
destroem as células deciduais. 
O sinciotrofoblasto sintetiza o HCG: um imunopressor (declina o sistema 
imunológico para que ele não expulse o blastocisto) responsável por manter a função 
do corpo lúteo gravídico até 4 ou 5 semanas após a fertilização, através da produção 
de estrógeno e progesterona. Uma das principais causas de aborto é a diminuição de 
estrógeno e progesterona e consequente diminuição do HCG. Depois de 5 meses, a 
placenta assume a função de produzir HCG. 
No 8º dia, o blastocisto já está parcialmente implantado e o trofoblasto começa 
a se dividir em: 1 camada de células colunares baixas (cuboides) interna  
Citotrofoblasto 
 1 camada de células sem limites celulares definidos, multinucleadas e 
externa  Sinciotrofoblasto 
Além disso, ainda no 8º dia, o embrioblasto (disco bilaminar) se divide em: 
 1 camada colunar baixa e cuboide  Hipoblasto 
 1 camada colunar alta  Epiblasto 
Nesse momento, já existem aminioblastos na superfície do epiblasto que irão 
produzir o líquido amniótico. O tecido amniótico é derivado do epiblasto. A cavidade 
amniótica é formada no 8º dia, acima do epiblasto por retenção de líquido na 
superfície do epiblasto. 
 
 
 No 9 º dia, o estágio lacunar tem início. Nele, o sinciotrofoblasto tem vacúolos 
que vão se fundindo e formando lacunas trofoblásticas. As células do hipoblasto se 
proliferam e percorrem toda a cavidade blastocística abaixo do citotrofoblasto, 
formando a membrana de Heuser, que dará origem à cavidade exocelômica (saco 
vitelínico primitivo). O orifício pelo qual o blastocisto passou na hora da implantação é 
fechado por um coágulo de fibrina. 
 
 
 Do 11º ao 12º dia, há o início da circulação útero-placentária. As lacunas do 
sinciciotrofoblasto aumentam devido à proliferação dos sinciciotrofoblastos. Elas 
adentram no estroma da mucosa uterina (tecido de sustentação do órgão formado por 
tecido conjuntivo). As colunas entram em contato com os sinusoides maternos, 
tornando-se paralelas a eles, dando origem à circulação. O sangue materno entra 
pelas lacunas para levar os nutrientes. 
 Formação do mesoderma extraembrionário, que se diferencia em 2 camadas: 
 Mesoderma extraembrionário somático: camada que cobre/reveste a 
superfície interna do citotrofoblasto e o amnion (membrana que recobre a 
cavidade amniótica). 
 Mesoderma extraembrionário esplâncnico: camada que recobre a 
vesícula vitelínica primitiva (cavidade exocelômica). 
 
 
 No 13º dia, a cavidade coriônica é formada pela fusão das lacunas do 
mesoderma. A placa coriônica (córion) também é formada para proteger o embrião 
e os anexos contra choques mecânicos. É formada pelo mesoderma extraembrionário 
esplâncnico, citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. O diâmetro da cavidade coriônica 
estima a idade do embrião. Também é formada no 13º dia a vesícula vitelínica 
madura. 
 
 
 Início da formação da placenta: proliferação do citotrofoblasto, projeção para 
dentro do sinciciotrofoblasto e formação de vilosidades placentárias primárias. Essas 
vilosidades são preenchidas por mesoderma e se transformam em vilosidades 
secundárias até o final da 3º semana de desenvolvimento. Os capilares sanguíneos se 
formam na região, e as vilosidades tornam-se terciárias (tronco placentário = 
sinciciotrofoblasto + mesoderma + citotrofoblasto). 
 
 
Implantação anômala 
 É a implantação fora do local ideal e preparado para receber, nutrir e dar 
suporte ao blastocisto (endométrio). Pode ocorrer na ampola (80% dos casos), na tuba 
uterina, nas trompas, na cavidade abdominal, no início do útero, no óstio (pare mais 
baixa do útero). Nesse último caso, o embrião torna-se feto no óstio, obstrui o canal 
endocervival e faz a placenta ter inserção baixa = placenta prévia, causa intenso 
sangramento, risco de morte, na segunda parte da gravidez e durante o parto. Quando 
a placenta está muito baixa, não se faz parto normal. Pode haver aborto espontâneo, 
retirada cirúrgica, óbito, hemorragia, curetagem. 
 
Embriologia – 15/3/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
3º semana do desenvolvimento 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 O disco bilaminar torna-se trilaminar (3 folhetos germinativos embrionários) e a 
partir dele, todos os órgãos e tecidos se formam. Esse período vai da 3º a 8º semana. 
Ocorre gastrulação: proliferação e diferenciação celular e migração para locais 
específicos onde formarão tecidos especializados. Todo esse processo é controlado 
por genes e fatores de transcrição expressos por eles. 
 A gastrulação tem início com a formação da linha primitiva no epiblasto. As 
células do epiblasto migram para o centro do disco, invaginam e formam um sulco 
primitivo, que invagina ainda mais e forma a fosseta primitiva. As duas protuberâncias 
laterais à fosseta primitiva proliferam-se na região cefálica mediana, ficando mais 
largas. Lá, elas formam o nó primitivo (proliferação maior de células acumuladas). O 
Nó primitivo é organizador do processo de gastrulação. 
 
 Formação Epiblasto  ectoderma 
 a partir da Mesênquima  mesoderma 
linha primitiva Hipoblasto  endoderma 
 
 
 
Fatores de crescimento 
 FGF8 (fator de crescimento de fibroblasto 8) e NODAL são produzidos 
pelas células do epiblasto. Eles dão início à formação da linha primitiva e fazem a 
manutenção dela. As células da linha se deslocam e migram, diferenciando-se no 
mesênquima (tecido conjuntivo embrionário). Elas empurram o hipoblasto e se 
diferenciam no Endoderma. 
 Mesoderma intra-embrionário é formado entre o endoderma e o epiblasto. É 
formado por células da região que não migraram. O epiblasto não migra e forma o 
Ectoderma. Agora, há o disco trilaminar. 
 Obs: Cavidade superior: amniótica / Cavidade inferior: vitelínica. 
 
Derivados do endoderma: Fonte de revestimento epiteliais dos tratos 
respiratórios e gastrointestinal – parênquima das tonsilas, glândulas tireóide e 
paratireóide, timo, fígado e pâncreas, bexiga e uretra, cavidade timpânica. 
Derivados do mesoderma: músculos, vasos sanguíneos, células sanguíneas, 
coração, revestimento dos vasos sanguíneos e linfáticos, baço, revestimentos serosos 
das cavidades do corpo etc. 
Derivados do ectoderma: olhos, orelhas, nariz, hiófise, tecidos conjuntivos da 
cabeça, SNC, SNP, glândulas mamárias, células da crista neural, epiderme e seus 
anexos etc. 
 
Epiblasto  célilas da linha primitiva  células mesenquimais  proliferação 
via migração cefálica entre ecto e mesoderma, formando um cordão celular = 
processo notocordal. Ganha uma “luz”, um orifício  canal notocordal. Essas células 
migram em sentido cefálico mais lateral. Lá, formam uma membrana endodérmica 
chamada membrana buco-faríngea (futura boca). Na região caudal, forma-se a 
membrana cloacal (futuro ânus). Na região cefálica, também há a formação da área 
cardiogênica primitiva (mesoderma cardiogênico). 
 
 
 
O processo notocordal se funde com o endoderma e torna-se contínuo a ele. A 
placa notocordal é formada entre o endoderma. Ela se degenera no local do antigo 
processo notocordal e forma o canal neuroentérico (comunicação temporária entre a 
cavidade amniótica e a cavidade vitelínica). A placa notocordal dobra, funde e forma a 
notocorda (futuro local da coluna vertebral – eixo primitivo do embrião). 
 
 Processo notocordal  placa notocordal  notocorda 
 
OBS: MAPA DA GASTRULAÇÃO 
 
Os fatores são importantes porque controlam a migração das células e a 
formação, proliferação e diferenciação das estruturas: 
-EIXO ANTEROPOSTERIOR: Área do Endoderma Visceral Anterior (EVA) 
expressa genes essenciais para a formação da porção cranial: OTX2, LIM1 e HESX1 
e fatores solúveis. O álcool interage com esses genes e causa má-formação fetal. 
-LINHA PRIMITIVA: aumenta expressão de genes que formam mesoderma 
dorsal e ventral, estruturas da cabeça e cauda: genes Nodal, FGF8 e fator de 
crescimento β. 
-Proteína Morfogênica Óssea (BMP4) secretada por todo disco embrionário. 
BMP4 + FGF: mesoderma será ventralizado forma rins, sangue e mesoderma da placa 
lateral. Super ou subexpressão do gene BMP4 resulta em malformações graves da 
região da cabeça. 
-Proteínas HOX/ HOMEOBOX: homeoproteínas atuam em genes que 
codificam moléculas de adesão, fatores de crescimento e proteínas da matriz 
extracelular. Controlam a expressam de todos os fatores. 
-CHORDIN + NOGGIN + FOLLISTATIN antagonizam a atividade da BMP4 
e formam o mesoderma cranial, que forma: notocorda, somitos, somitômeros.-HNF-3β: mantém o nó e induz especificação regional das estruturas do 
prosencéfalo e mesencéfalo. 
 -Gene BRACHYRY regula mesoderma dorsal nas porções medial e caudal do 
embrião 
 
Teratógeno é qualquer componente físico, químico, patológico, ambiental, excesso ou 
deficiência de fatores que interfere na estrutura da célula embrionária. Exemplos: 
-Zika vírus 
-Vírus da rubéola (causa a síndrome da rubéola congênita: catarata, surdez, defeitos 
cardíacos, glaucoma e retardo mental) 
-Medicamentos: talidomida, ácido retnoico em excesso, inibidores de serotonina etc. 
-Doenças maternas: diabetes mellitus, eclampsia etc. 
-Radiação e agentes químicos (mercúrio, chumbo etc) 
-Outras drogas: álcool, cafeína, tabaco etc. 
OBS: Sirenomelia: o mesoderma (formador das estruturas inferiores) é formado de 
forma insuficiente. Há compressão dos membros e deficiência do sistema urogenital. 
OBS: Holoprosencefalia: o álcool destrói as células da linha primitiva, principalmente 
da região cefálica. Todas as estruturas derivadas de lá são comprometidas. Nesses 
pacientes, o prosencéfalo é atrofiado, os olhos se aproximam, forma-se um cisto 
central na face. É uma anomalia incompatível com a vida. 
 
 Holoprosencefalia Sirenomelia 
 
Morfógeno: substância que age em todo processo embriológico, controlando a 
formação, proliferação e diferenciação das células. Devem existir em quantidades 
adequadas. Exemplo: ácido retnoico/Vitamia A é morfógeno e potente teratógeno, 
pois em altas concentrações não expressa corretamente os genes HOMEOBOX (alto 
risco de aborto espontâneo e defeitos congênitos; causa fenda palatina, defeitos 
cardiovasculares e DTN). 
 
Lado esquerdo do disco 
 
 A via de lateralização começa do lado esquerdo porque a 5HT se acumula lá 
(do lado direito a monooxidase) e porque as células esquerdas possuem cílios que 
formam um gradiente de concentração a favor do lado esquerdo para que as NODAL 
se acumulem lá. Já a vida de lateralização do lado direito ainda não é esclarecida. 
 As proteínas NODAL acumulam nas células do lado esquerdo do disco, pois no 
lado direito as células produzem a enzima Monooxidase para clivar a serotonina 
(5HT). 
 A 5HT e as proteínas NODAL acumulam e expressam o fator de transcrição 
LEFTY2, que expressa o PITX2: direciona a formação das estruturas do lado 
esquerdo. 
 Qualquer fator que altere a 5HT altera os fatores da lateralidade esquerda. 
Antidepressivos, por exemplo, agem diminuindo a 5HT recaptada, causando 
dextrocardia, situs inversus e outros defeitos cardíacos. 
 Os genes SHH fazem com que os genes do lado esquerdo não vão para o lado 
direito e vice-versa. 
 
 
Embriologia – 22/3/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Período Embrionário 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 Esse período dura da 3º até a 8º semana do desenvolvimento e ocorre a 
morfogênese do disco trilaminar. Neurulação: formação do tubo neural a partir da 
placa neural (derivada do ectoderma). 
 Ectoderma  placa neural  pregas neurais  tubo neural 
 
 As pregas se aproximam, se unem e formam o tubo. Até que haja o 
fechamento, ele é dividido em duas cavidades: 1- Na região cefálica, neuróporo 
anterior. 2- Na região caudal, neuróporo posterior. 
 O fechamento completo do neuróporo anterior ocorre no 25º dia e o 
fechamento do neuróporo posterior, no 28º dia. Antes de se fecharem, comunicam-se 
com a cavidade amniótica. 
 
 Descrição do Sistema Nervoso do embrião na 3º semana de 
desenvolvimento: representado por um tubo neural totalmente fechado, em cuja 
região mais larga (região cefálica) há vesículas encefálicas (prosencéfalo, metencéfalo 
e romboencéfalo) e em cuja região mais estreita há a medula espinal. 
 O ectoderma se desloca, desprende-se e divide-se em ambos os lados do tudo 
neural, formando as cristas neurais. Elas formarão as células de Schawn, glânglios 
espinhais do SNAutônomo, gânglios dos nervos cranianos, revestimento meníngeo do 
encéfalo e da medula. 
 No 16º dia, o alantoide (anexo extraembrionário) é formado no saco vitelínico. 
Forma-se uma evaginação na região caudal da membrana vitelínica, formando um 
divertículo. Ele se acentua, penetra o pedículo para auxiliar a formação dos vasos do 
embrião, resultando na formação inicial da bexiga e do sangue. 
OBS: Anexos extraembrionários até a 3º semana: amnion, alantoide e córion 
(citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e mesoderma extraembrionário esplâncnico). 
 
Derivados do mesoderma 
 
 O mesoderma paraxial se espessa ao redor da notocorda. Ao lado, há o 
Mesoderma Intermediário, que fica ao lado da placa lateral. 
 
 O mesoderma paraxial é pré-somítico, pois o somito é derivado dele. Ele se 
divide em esferas vindas da condensação do mesoderma. Cada esfera é um somito 
(presenta na região occipital em direção caudal) e um somitômero (presente na região 
cefálica) ao redor do tubo neural externo. Apesar da diferença de localização, somitos 
e somitômeros têm a mesma constituição. A partir da 4º semana, são mais 
proeminentes e, por isso, são usados para estimar o tempo de vida do embrião. 
 O processo de diferenciação dos somitos em epitélio é chamado de processo 
de transformação epitelial-mesenquimal. As células ventrais e centrais sofrem outro 
processo mesenquimal. 
 
 
 Os fatores de transcrição que regulam esse processo são: FGF8, Via Notch, 
WNT3a e ácido retinóico. 
 A placa lateral vai se dividir em 1- Mesoderma parietal somático, que sobe e 
recobre a cavidade amniótica; 2- Mesoderma esplâncnico (visceral), que desce e 
recobre a vesícula vitelínica. 
 A cavidade intraembrionária é formada pelo mesoderma parietal e esplâncnico. 
 No mesoderma intraembrionário, formam-se cavidades, que posteriormente 
são separadas para formar os espaços celômicos. Eles preenchem a cavidade 
celômica com o líquido. Os espaços se fundem e formam a cavidade celômica 
intraembrionária revestida por mesoderma. Posteriormente, ela formará: 
 Cavidade abdominal: revestida pelo peritônio. 
 Cavidade torácica: revestida pelo pericárdio e pela pleura. 
A somatopleura reveste a parede corporal; é o endoderma subjacente + 
mesoderma parietal. Já a esplancnopleura forma o intestino; é formada pelo 
mesoderma visceral + endoderma adjacente. 
 
 
Vasculogênese e Angiogênese 
 
 #Vasculogênese: vasos sanguíneos formados a partir das ilhotas sanguíneas. 
 #Angiogênese: ramificação de vasos já existentes. 
 Todos os vasos e veias são formados a partir do mesoderma. O mesoderma 
que reveste a cavidade vitelínica forma as primeiras ilhotas sanguíneas e depois o 
mesoderma da placa lateral. 
 
O mesênquima forma o mesoderma, que originará os primeiros vasos 
sanguíneos e as primeiras células sanguíneas. As ilhotas sanguíneas presentes no 
mesoderma intraembrionário esplâncnico ou visceral (que reveste a cavidade 
vitelínica) são chamadas de hemangioblastos. 
 Os hemangioblastos da porção central das ilhotas se diferenciam em células 
tronco hematopoéticas. Por sua vez, elas se diferenciam em células sanguíneas de 
duas linhagens: 
1. Linhagem de células tronco mielóides, que forma os monócitos, os 
granulócitos (eosinófilos, basófilos e neutrófilos), as hemácias (eritrócitos) e os 
megacariócitos (plaquetas). 
2. Linhagem de células tronco linfoides, que forma os linfócitos B e T. 
Os hemangioblastos periféricos das ilhotas se diferenciam em angioblastos, 
que formam a parede dos vasos sanguíneos. O fator de crescimento endotelial do tipo 
vascular é produzido pelos angioblastos e é essencial no processo de vascularização. 
Esse processo de formação é transitório, ou seja, só acontece nas primeiras 
semanas. Próximo ao mesonefron, o mesoderma ao redor da aorta (Aorta-gônada-
mesonefron) se diferencia em células hematopoéticas, que migram e colonizam o 
fígado. A partir daí, o fígado é o órgão hematopoético mais importante (do 2º ao 7º 
mês de gestação), pois é responsável pelamaior parte da produção de células 
hematopoéticas. Outros órgãos hematopoéticos importantes são o baço, o timo e a 
medula óssea. 
Até o 7º mês, a produção hematopoética da medula óssea é pequena. Após o 
nascimento, a medula óssea assume a função principal e o fígado passa a ser 
apenas uma reserva de células hematopoéticas. Já o baço passa a ser um órgão 
secundário. O sistema linfático é, então, formado e subdivide-se em primário (medula 
óssea e timo) e secundário (baço e linfonodos). 
 
Sistema cardiovascular 
 O sistema cardiovascular é o primeiro a se tornar funcionalmente ativo. 
Na área cardiogênica, surge o coração primitivo, que é tubular. Ele é formado a 
partir das células da área cardiogênica primária e secundária. O coração se une a 
todos os vasos já formados no saco vitelínico, no pedículo embrionário e no córion. 
Esse processo forma o sistema cardiovascular primitivo e dá início à circulação do 
sangue e, consequentemente, aos batimentos cardíacos (em torno do 21º ou 22º dia). 
OBS: Os primeiros batimentos cardíacos são auscultados a partir da 5º ou 7º 
semana, apesar de surgirem antes disso. 
 
 
A partir da 4º semana, o embrião é representado por um tubo corporal, dentro 
do qual todas as estruturas são formadas. 
 
A formação do trato gastro-intestinal (derivado do endoderma) é marcada pelo 
surgimento do intestino primitivo (em formato tubular), que é dividido em porção 
anterior (cefálica), média e posterior (caudal). 
O disco cresce na cavidade amniótica e fica saliente. A posição fetal surge 
nesse momento devido ao alongamento do tubo neural. São formadas 2 pregas 
laterais que possuem movimento ventral. O embrião entra na cavidade amniótica e 
lá permanece até o nascimento. 
Ocorre também o fechamento da parede corporal, exceto onde há o contato 
com a cavidade vitelínica, o qual é feito pelo ducto (ou bulbo) vitelínico através do 
intestino médio. Grandes quantidades de endoderma são acumuladas e depositadas 
ao longo de todo o embrião, formando um tubo de revestimento. 
A porção cefálica do intestino anterior é dividida em Estomodeu (cavidade oral 
primitiva) e faringe (porção anterior do intestino, de revestimento endodérmico). Essas 
duas regiões são separadas pela membrana buco-faríngea, que é constituída de 
ectoderma e endoderma. Ela se rompe na 4º semana, mas deixa alguns elementos 
remanescentes. A abertura resultante formará a boca. 
 
. 
 
 
 
Porção posterior do intestino: a membrana cloacal (constituída de endoderma) 
se rompe a 7º semana e forma 2 aberturas: anal e genital 
 
Vesícula vitelínica: a partir dela, há a formação dos vasos e células 
sanguíneas (função de nutrir) e ela é o local de formação das CGPs, que formaram as 
cristas genitais e, posteriormente, as gônadas. 
No 24º dia, surge o 1º par de arco faríngeo, responsável pela formação da 
mandíbula e do arco maxila (expressão rostral). Há 13 somitos. 
 
No 26º dia, surgem os 1º, 2º e 3º pares de arcos faríngeos (27 somitos). Eles 
formam os primeiros brotos dos membros superiores. Ocorre o início da pigmentação 
do cristalino (placode) e o início da formação da orelha interna (fosseta ótica). Nessa 
fase, apresenta uma eminência caudal bem longa. 
 
No final da 4º semana, apresenta 28 somitos, olho pigmentado, brotos dos 
membros inferiores e superiores, 4 pares de arcos faríngeos e eminência caudal já 
diminuindo. 
 
 
Neurulação primária  cefálica do tubo neural 
Neurulação secundária  células do broto da cauda  cordão medular com 
cavitação  células do cordão tornam-se contínuas ao tubo neural  
desenvolvimento do tubo neural. 
 
Na 5º semana, o 2º arco faríngeo fica mais proeminente e passa a ser 
chamado de seio cervical. Há um rápido desenvolvimento da cabeça e o 
encurvamento dela em direção à região cardíaca. A eminência caudal começa a 
desaparecer. 
 
 Na 6º semana, o olho já está pigmentado, a eminência caudal 
desapareceu, surgimento dos raios da mão. O embrião já responde aos reflexos do 
toque e tem contração própria. 
 
 Na 7º semana, os raios digitais da mão tornam-se chanfras, porém os 
dedos ainda continuam unidos por membrana. Formação do meato acústico e do 
pavilhão da orelha externa. Surgimento de raios digitais no pé. 
 
 Na 8º semana, há apenas um leve vestígio da eminência caudal. Os 
dedos do pé estão chanfrados e os da mão, separados. Herniação umbilical: surge 
entre a 8º e a 9º semana decorrente da fisiologia  o intestino migra para o celoma 
externo proximal ao cordão umbilical, pois a cavidade abdominal não suporta o 
crescimento rápido do intestino. Também ocorre a ossificação nos membros inferiores 
e superiores. 
 
A estimativa de idade é feita a partir da associação de dois aspectos: 
 Características externas: olho pigmentado, tamanho da cabeça, 
presença ou ausência da eminência caudal, tamanho da cavidade 
coriônica etc. 
 Comprimento do topo da cabeça às nádegas. Essa medida por si só 
não é confiável, pois à medida que o embrião vai morrendo, ele para de 
crescer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriologia – 5/4/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Período Fetal 
Letícia Lima Santos XXXIII 
 Esse período começa na 9º semana e vai até o nascimento. É quando 
acontece a maturação de todos os sistemas de órgãos, ou seja, quando os 
sistemas já formados tornam-se funcionais. Porém, essa maturação é parcial, pois ela 
se completa após o nascimento. O Sistema Nervoso é o sistema mais imaturo ao 
nascimento (por isso a infância humana é longa) e é também aquele que mais se 
modifica durante a infância. 
 No segundo trimestre de gestação, o concepto cresce mais do que engorda. Já 
no terceiro trimestre, ele engorda e ganha gordura subcutânea. 
 Uma gestação normal dura, aproximadamente, 280 dias (40 semanas), se 
contada desde a data da última menstruação. Se contada a partir da fecundação, dura 
cerca de 266 dias (38 semanas). A partir da 38º semana, o feto já está pronto para 
nascer. 
 
Modificações mensais 
 Até a 9º semana, a cabeça tem crescimento mais significativo do que as 
outras estruturas do corpo. Durante o período fetal, esse crescimento diminui e a face 
torna-se mais humana: ganha estruturas faciais. Os olhos se aproximam na região 
mediana da face e as orelhas se posicionam. Os membros superiores crescem mais 
que os membros inferiores, braços e mãos se aproximam e ainda há herniação 
umbilical. Surgem os primeiros centros de ossificação, primeiro nos ossos longos e, 
depois, no crânio. Na 12º semana, a genitália externa está desenvolvida (pode se vista 
através de ultrassonografias) e as alças intestinais retornam para o abdômen (a 
herniação umbilical desaparece). 
 
9 semanas Desaceleração do crescimento da cabeça Expressão facial 
 Fim da herniação umbilical 
Entre a 9º e a 12º semana, a urina começa a ser formada. Ela é formada 
principalmente por água e é lançada pela uretra no líquido amniótico. Os produtos são 
transferidos para a circulação materna. 
No 5º mês, a mãe sente os movimentos do feto. Ele está recoberto por uma 
fina pelugem que protege a pele até o nascimento, chamada de Lanugem ou Lanugo. 
Nesse mesmo mês, no caso dos homens, os testículos formados na cavidade 
abdominal descem para o saco escrotal. Se migrarem para outro local ou 
permanecerem no abdômen, há criptorquidia. 
 
Segunda metade da vida intrauterina 
 O feto tem aparência avermelhada e enrugada, pois tem pouca gordura 
subcutânea. 
 Os nascidos no 6º mês têm pouca chance de sobrevivência, pois os Sistemas 
Respiratório e Nervoso Central ainda estão muito imaturos, não havendo trocas 
gasosas suficientes nem interação entre esses dois sistemas. No 6,5º ou 7º mês, as 
chances de sobrevivência são maiores que 90%, pois o sistema respiratório já está 
mais maduro: possui árvore alveolar mais madura (commais alvéolos) e também 
possui pneumatócitos II produtores de surfactante (um tensoativo que faz os alvéolos 
ficarem abertos, evitando o colapso deles). 
 Nos 7 primeiros meses do desenvolvimento, ocorre o aparecimento das papilas 
gustativas, da deglutição, dos movimentos repiratórios e de sucção, audição de alguns 
son e sensibilidade dos olhos à luz. 
 Nos dois últimos meses, o feto já possui contornos mais arredondados (pois 
ganha gordura subcutânea) e está recoberto por cerra (um tecido gorduroso 
produzido pelas glândulas sebáceas que protege a pele e é chamado de Vérnix 
caseoso). Nesses meses, a circunferência do crânio é maior que todas as outras 
partes do corpo. 
 A estimativa de idade do feto é feita pela ultrassonografia, baseando-se no 
diâmetro biparietal (medida da circunferência entre 2 saliências parietais), no diâmetro 
da cabeça e do abdomen e também no comprimento do fêmur. 
 
Membranas fetais e placenta 
 Durante a implantação, o blastocisto induz uma resposta do endométrio, o qual 
torna-se receptivo = reação decidual. O endométrio e o estroma uterino tornam-se 
espessos e receptivos. Decídua é a fração funcional do endométrio responsável 
por realizar fixação e nutrição do concepto e formação da placenta. Dependendo 
da localização e da função da decídua, ela é: 
a) Decídua capsular: oposta ao polo embrionário. 
b) Decídua basal: a frente do polo embrionário e formadora da placenta. 
c) Decídua parietal: porção restante do endométrio funcional. 
 
 A partir da 9º semana, o feto preenche a cavidade uterina e pressiona a 
decídua capsular contra a decídua parietal, até que a decídua capsular suma na 20º 
semana. 
Sistema útero-placentário 
 A placenta começa a ser formada no final da 2º semana através das lacunas 
trofoblásticas, formadas pela proliferação do sinciciotrofoblasto. Elas se tornam 
paralelas aos sinusóides maternos. O citotrofoblasto prolifera, penetra pelo 
sinciciotrofoblasto e forma lacunas revestidas por sincicio. Os vasos e as células 
sanguíneas são formados a partir do mesoderma extraembrionário no pedículo. O 
mesoderma prolifera, penetra a placa coriônica, forma troncos vilosos placentários 
derivados do mesênquima. Eles irão se diferenciar e passarão a ser chamados de 
conchas citotrofoblásticas externas. 
 
 As vilosidades desintegram-se no local onde havia a decídua capsular e 
formam o córion liso. Aquelas que persistem na região da decídua basal formam o 
córion frondoso (ou viloso). As vilosidades placentárias do córion frontoso se 
proliferam, aumentam, projetam-se e formam as vilosidades mesenquimais. 
 
 As vilosidades mesenquimais imaturas vão formar as vilosidades 
mesenquimais maduras. Novas ramificações pequenas são formadas a partir dessas 
vilosidades mesenquimais maduras e são chamadas de vilosidades terminais (nós 
sinciciais). O tronco placentário maduro é formado pelos brotos trofoblásticos + 
vilosidades terminais + vilosidades maduras. 
 
 A placenta tem a face materna (decídua basal) + face fetal (córion frondoso) + 
zona juncional (trofoblasto + células deciduais). 
 No 4º mês, a decídua basal emite projeções entre as vilosidades, formando o 
septo decidual, que não encosta na placa coriônica. As frações desse septo são: 
sinciciotrofoblasto (mais abaixo, responsável por separar o sangue materno do 
tecido fetal) e a decídua (acima). 
 
 A placenta a termo tem formato de disco e possui de 20 a 25 cotilédones 
(vilosidades separadas em compartimentos pelos septos deciduais) na face materna. 
Na face fetal, possui a placa coriônica. 
 
Circulação da placenta 
 O sangue materno tem acesso aos cotilédones através de projeções da 
decídua basal  artérias espiraladas. 
 O sangue possui grande pressão para fluir rapidamente e banhar as 
vilosidades. As trocas gasosas e a nutrição só ocorrem nas vilosidades que 
possuem cordão de acesso às artérias do cordão umbilical. Depois de oxigenar o 
feto, a pressão diminui e o sangue não oxigenado retorna para a circulação materna 
através das veias endometriais. 
 
 A membrana placentária é larga até o 4º ou 5 mês, e possui 4 camadas: 
sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo, endotélio (revestindo os vasos). A 
partir desse período, passa a ter menos camadas e ser mais fina para facilitar as 
trocas gasosas: sincicio (em contato direto com os vasos) e endotélio (revestindo os 
vasos). 
 A placenta humana é um órgão extraembrionário e hemocorial, pois 
recebe sangue materno, mas ele não entra em contato com o sangue fetal devido ao 
sincicio do córion. É uma “barreira”, mas permite a passagem de algumas substâncias, 
como células fetais, anticorpos etc. Se a placenta tiver microdefeitos, mais substâncias 
conseguem atravessá-las. 
 As principais funções da placenta são: 
-Produzir hormônios, como HCG, lactogênio placentário, progesterona e outros. 
-Transmissão de anticorpos, como o IgG (imunoglobulinas pequenas) etc. A 
imunoglobulina IgM não atravessa, pois é grande. 
-Trocas gasosas e nutritivas por difusão simples. 
 
Cordão umbilical 
 O embrião entra na cavidade amniótica e ela cresce à medida que o embrião 
cresce. Ela encosta na cavidade coriônica, o mesoderma se funde e a cavidade 
coriônica desaparece (restando apenas alguns fragmentos dela). O mesoderma fica só 
na região de contato com o embrião (o antigo pedículo), formando o cordão umbilical. 
 A função do cordão umbilical é o transporte de sangue entre embrião e 
placenta. Possui também a geleia de Wharton: ácido hialurônico para proteger as 
artérias e a veia umbilical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriologia – 3/5/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Gêmeos e membranas fetais 
Letícia Lima Santos XXXIII 
A gravidez múltipla tem mais chances de acontecer quando a idade materna é superior a 35 
anos e quando a fertilização artificial é feita. 
Gêmeos dizigóticos ou fraternos 
 Desenvolvem-se da oocitação de 2 oócitos simultaneamente. 
 Há a fertilização de 2 oócitos por 2 espermatozoides diferentes. 
 São formados 2 zigotos, 2 mórulas, 2 blastocistos (que são implantados), 2 cavidades amnióticas 
(diamnióticos), 2 discos bilaminares, 2 córions (dicoriônicos) e 2 placentas. 
 Em dizigóticos, as placentas podem ou não ser fundidas. 
 Caso sejam implantados muito próximos, os córios são apostos. As placentas podem fundir. Quando 
as placentas se fundem, surge o mosaicismo eritrocitário: mistura dos eritrócitos entre os gêmeos. É 
notado nos primeiros meses de vida, pois a determinação do grupo ABO é confusa. É um distúrbio 
temporário, pois os eritrócitos são renovados dentro de 120 dias. 
 Podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes. 
 Não são mais parecidos que irmãos de gestações únicas. 
 
 
 
Gêmeos monozigóticos ou univitelinos 
 Desenvolvem-se da oocitação de 1 oócito, que é fertilizado por apenas 1 espermatozóide. 
 Ocorre separação celular em algum momento: 
-Estágio de 2 células (estágio inicial): é o caso de separação mais comum. Forma 2 zigotos 
e o desenvolvimento é semelhante ao dos gêmeos dizigóticos, pois são formadas 2 mórulas, 2 
blastocistos, 2 cavidades amnióticos, 2 discos bilaminares, 2 córions e 2 placentas. 
-Até o estágio de mórula ou blastocisto: ocorre separação da massa celular interna 
(embrioblasto). São formados 2 embrioblastos dentre de 1 blastocisto. Nesse caso, há apenas 1 
placenta, 1 córion, 1 trofoblasto e as cavidades amnióticas são separadas. 
-Estágio de disco bilaminar (fase mais tardia de possível separação): formam-se 2 discos 
bilaminares, 1 cavidade amniótica, 1 placenta, 1 córion e 1 trofoblasto. Há muitas chances de os 
gêmeos nascerem unidos devido à uma divisão incompleta. 
 Os vasos placentários de gêmeos com 1 placenta podem se fundir, ou seja, sofrer anastomose. O 
fluxo de sangue pode não ser equilibrado, podendo causar problemas, como: 
-Embolismo: um gêmeo morre, causandorisco de óbito ao outro, pois fragmentos de tecido 
morto entram na circulação comum e os vasos ficam bloqueados. Geralmente ocorre em uma fase 
mais tardia da gestação. 
-Pressão arterial de um gêmeo pode cair rapidamente, fazendo o coração do outro bombear 
mais para aumentar o fluxo deficitário do gêmeo. Pode haver falência cardíaca. Em 75% dos casos, 
ambos morrem. 
-Síndrome da Transfusão Fetal: um gêmeo bombeia mais sangue para o outro. O doador 
sofre com oligoidrâmnio e restrição de crescimento. O gêmeo receptor sofre com poliidrâmnio e 
falência cardíaca. 
-Perfusão arterial reversa: um gêmeo recebe mais sangue. O gêmeo bombeador sofre de 
falência cardíaca e morre. O gêmeo receptor morre por sobrecarga. 
 Podem ser de mesmo sexo ou não. 
 São muito parecidos  gêmeos idênticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriologia – 3/5/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Sistema músculo-esquelético 
Letícia Lima Santos XXXIII 
Existem dois tipos de ossos de acordo com a origem: 
a)Processo endocondral: molde cartilagíneo vindo dos condrócitos – processo de ossificação feito 
pelos osteoblatos. Exemplo: esqueleto axial e ossos dos membros (exceto a clavícula). 
b)Processo intramembranoso: mesênquima – células mesenquimais – osteoblastos. Exemplos: 
ossos da face e do crânio. 
 b.1) Ossos membranosos originam na crista neural (ossos da face e osso frontal) ou do 
mesoderma paraxial da cabeça não segmentado (osso parietal). 
 b.2) Ossos dérmicos originam dos osteoblastos, que derivam diretamente do mesênquima. 
Os ossos endocondrais derivam dos condrócitos, dos osteoblastos e dos osteoclastos. 
Os condrócitos, por sua vez, são derivados de: 
-MESODERMA PARAXIAL: Forma o esqueleto axial e a parte occipital da base do crânio. 
-MESODERMA DA PLACA LATERAL: Forma o esqueleto dos membros e o esterno. 
-CÉLULAS DA CRISTA NEURAL: Forma elementos da cartilagem da face e do pescoço. 
 
Os osteoblastos são derivados de células tronco-mesenquimais. Os osteoclastos são derivados de 
células hematopoéticas. 
 
Processo endocondral 
As células mesênquimais se condessam e formam um molde do osso. As células 
condensadas diferenciam-se em condrócitos para formar cartilagem. Nessa região, há invasão de 
vasos na diáfise. Os vasos levam os osteoblastos para a diáfise. Os condrócitos são empurrados 
para as extremidades do osso (epífises). Os osteoblastos começam a ossificação na margem do 
molde, através da deposição de matriz. A ossificação primária ocorre na diáfise. Os condrócitos 
restastantes da diáfise entram em apoptose. A ossificação secundária ocorre na epífise, quando 
os vasos invadem e levam os osteoblastos. 
Exemplo: esqueleto axial e ossos longos dos membros, exceto clavículas. 
 
Crânio 
Neurocrânio: ossos que protegem o SNC, ou seja, osso da calota craniana. Possi ossos 
cartilaginosos originados dos condrócitos (condrocrânio – base do crânio) e ossos membranosos 
vindos das células da crista neural e do mesoderma paraxial. Viscerocrânio: face e mandíbula. 
 
 
Ossificação intramembranosa da calota craniana 
São ossos derivados do mesênquima. Inicialmente, há camadas de mesênquima, que formam 
osteoblastos. Formam tecido ósseo. Formam-se osso em formato de agulha (espículas de osso). 
Elas crescem longitudinalmente e se unem até formar os ossos chatos do crânio. 
 
Crânio do recém-nascido 
Os ossos chatos são separados por faixas de tecido conjuntivo derivadas de células da crista 
neural (sutura sagital) ou do mesoderma paraxial (sutura coronal). No parto, sofre remodelagem 
para facilitar a passagem pelo canal vaginal. Nesse processo, os ossos se sobrepõem. Porém, é um 
processo transitório, pois, horas após o parto, eles voltam para o lugar normal. Os ossos do crânio 
aumentam de tamanho, acompanhando o crescimento do encéfalo, porém, continuam 
membranosos. 
As fontanelas se fecham na vida pós-natal. A fontanela posterior se fecha até o 1º ou 2º 
mês de vida pós-parto, e a anterior se fecha até o 18º mês. Durante o primeiro ano, o 
acompanhamento feito pelo pediatra é chamado de puericultura. O médico apalpa a fontanela 
anterior, pois ela permite acompanhar o crescimento do encéfalo e o processo de ossificação; 
permite avaliar a pressão intracraniana e o processo de fechamento. 
 
 Neurocrânio cartilaginoso ou Condrocrânio 
 É formado por várias camadas de cartilagem separadas. É dividido em duas regiões: 
condrocrânio pré-cordal (a frente do limite rostral da notocorda até o nível da hipófise – é derivado 
das células da crista neural) e condrocrânio cordal (atrás do pré-cordal – derivado dos 
esclerótomos occipitais). 
 
 
 
Viscerocrânio (ossos da face) 
O 1º par de arco faríngeo forma a parte dorsal do processo maxilar (zigomático, maxila e parte 
do osso temporal). A cartilagem de Meckel forma a parte ventral do processo mandibular, pois o 
mesênquima ao redor dela sofre ossificação e forma os ossos da mandíbula. O 2º par de arco 
faríngeo sofre ossificação e forma os ossículos do ouvido: bigorna, estribo e martelo. 
 
Vértebras e coluna 
São derivadas do mesoderma pré-somítico (mesoderma paraxial), pois ele sofre uma 
transformação mesênquimo-epitelial e forma os somitos epiteliais. Aqueles que permanecem 
epiteliais formam os dermomiótomos. Aqueles que sofrem uma transformação mesenquimal 
formam o esclerótomo (somito mesenquimal), para dar origem às vertebras e à coluna. 
Na 4º semana, os somitos estão revestindo a parede externa do tubo neural. Eles se 
proliferam, migram (gastrulação) e circundam todo o tubo neural e a notocorda. Eles diferenciam-se 
e os somitos da região ventral formam o corpo vertebral; os somitos da região dorsal, a 
espinha vertebral; os somitos da região lateral, o processo transverso vertebral. 
 
 
 
 
Os esclerótomos sofrem ressegmentação ainda na 4º semana. São formadas as regiões 
caudal e cefálica, que são separadas pela fissura de Von Ebner (formada por células 
mesenquimais). Essas regiões migram e o esclerótomo de uma se une ao esclerótomo vizinho. A 
união da região cefálica de um esclerótomo + a região caudal de outro forma 1 vértebra. 
 
 
 
 
Quando a vértebra está formada, formam-se discos intervertebrais, para separar os corpos 
vertebrais. Eles são derivados da fissura de Von Ebner, pois as células mesenquimais dessa fissura 
não se proliferam. A notocorda hipertrofia e sofre apoptose, desintegrando-se na região do corpo 
vertebral. Porém, permanece na região do disco, onde ela prolifera e dá origem ao núcleo 
pulposo. O disco e a notocorda são circundados pelo anel fibroso (formado por tecido fibroso vindo 
do mesênquima). 
 
 
Durante a formação das vértebras, são estabelecidas 2 curvaturas primárias: torácica e sacral. 
Depois, são estabelecidas duas curvaturas secundárias: cervical (quando o bebê aprende a firmar a 
cabeça) e lombar (quando aprende a andar). 
 
Costelas e esterno 
São derivados dos esclerótomos. As costelas começam a ser formadas na 5º semana de 
desenvolvimento. O processo costal das vértebras prolifera e se estende, e seus esclerótomos 
formam as costelas. Na 6º semana, surge a articulação costo-vertebral, que separa as costelas das 
vértebras e faz o crescimento das costelas. 
O esterno se forma por condensação do mesênquima. Esse processo forma 2 barras esternais 
de mesênquima ao lado das linhas medianas do corpo. Elas se diferenciam em tecido cartilaginoso, 
sofrem ossificação e unem e formam o esterno. 
 
 
Desenvolvimento dos músculos 
Os músculos são derivados do mesoderma paraxial, mais especificamente dos somitos 
epiteliais, que formam dermomiótomos. 
-Os músculos estriados do tronco e dos membros vêm do mesoderma paraxial segmentado 
(somito epitelial – miótomo). 
-Os músculos da língua vêm dos somitos occipitais. 
-Os músculos crânio-faciais vêm do mesoderma paraxial segmentado e do mesoderma da 
placa lateral. 
-Os músculoslisos dos tubos cardíaco e digestório vêm do mesoderma esplâncnico. 
-Os músculos lisos dos vasos sanguíneos e dos folículos pilosos vêm de dentro do 
mesoderma. 
 
O mesoderma forma células miogênicas (progenitoras) chamadas de mioblastos (células 
musculares imaturas), que são células já direcionadas a originar músculos. Eles se diferenciam e 
formam os miócitos, que já expressam actina e miosina. Esses miócitos se organizam para formar 
miofibrilas: um grupo de células de sincicio multinucleado. As miofibrilas da língua e do músculo 
extra-ocular têm cadeias pesadas de miosina para permitir o movimento. 
 
Desenvolvimento dos músculos estriados 
1. Miogênese primária: no embrião 
2. Miogênese secundária: no feto 
3. Crescimento pós-natal: células satélites, que são células pequenas e quiescentes 
(latentes), adjacente à membrana basal das miofibrilas. Após estímulo (trauma, 
exercício etc), elas formam novos miócitos. Ou seja, as células satélites fazem 
renovação do tecido muscular. 
 
Defeitos no tubo neural 
São anomalias relativamente frequentes, já que as células da crista neural são alvos fáceis de 
teratógenos. 
Defeitos de tubo neural (DTN) são uma série de fatores que levam ao disrafismo (fechamento 
errado do tubo). 
1. Disrafismo total: um dos principais tipos é a craniorraquisquise, quando o TN se abre em toda 
extensão de cabeça e pescoço. 
2. Anencefalia/craniosquise: ausência de encéfalo. Uma das causas é o não fechamento do 
neuróporo anterior. Assim, os ossos da calota craniana não se fecham e o tecido nervoso fica 
exposto ao líquido amniótico, sendo degenerado. 
3. DTN aberto (não recoberto por pele): 
a) Espinha bífida aberta/mielosquise: 
a.1) Mielomeningocele: TN e membranas se projetam, formando um saco (cele) 
preenchido por líquido, membranas e medula espinhal. Acontece a nível torácico-lombar. 
a.2) Meningocele: TN e membranas se projetam, formando um saco (cele) preenchido 
por dura-máter e aracnoide, porém sem medula. Acontece a nível lombo-sacral. 
 
4. DTN fechados (cobertos por pele): 
 a) Espinha bífida oculta: o tecido nervoso não está exposto. Na região, normalmente há um tufo 
de pelos e a região é mais alta (devido a um depósito de tecido adiposo) e possui uma marca 
cor de vinho. 
 b) Encefalocele: projeção do encéfalo para cabeça e pescoço. 
 c) Craniosinostose: fechamento prematuro das fontanelas. Tipos: escalocefalia (sutura sagital – 
crânio longo e estreito), braquiocefalia (sutura coronal – crânio curto, com formato alto e região 
frontal achatada) e plagiocefalia (sutura coronal apenas de um lado – crânio achatado e 
assimétrico). 
 
 Displasias esqueléticas 
1. Acondroplasia (ACH): afeta primariamente os ossos longos e causa cabeça grande, 
dedos das mãos curtos e abdômen protuso. 
2. Displasia tanatofórica: forma neonatal letal mais comum em displasia esquelética. 
TIPO I - fêmures pequenos e curvados com ou sem crânio “em folha de trevo”. TIPO 
II – fêmures retos e longos e crânio “em folha de trevo” grave – craniossinostose. 
3. Hipocondroplasia: tipo mais brando de ACH. Causada por mutações de FGR3. Gera 
formação óssea endocondral anormal e afeta o crescimento dos ossos longos e base 
do crânio. 
4. Disostose cleidocraniana: É uma displasia esquelética generalizada, que afeta 
tecidos ósseos e dentais. É causada por fechamento tardio das fontanelas e 
diminuição da mineralização das suturas craniais. Gera protuberância dos ossos 
frontal, parietal e occipital. As clavículas ausentes. 
5. Acromegalia: Causada por hiperpituitarismo congênito. Causa uma produção 
excessiva de hormônio de crescimento. Acontece, então, crescimento 
desproporcional de face, mãos e pés. Chamada de “gigantismo”. 
6. Microcefalia: o cérebro não cresce e o crânio não se expande. Causa retardo mental 
grave. 
7. Distrofia muscular de Duchenne e do tipo Becker: ambas são ligadas ao 
cromossomo X e decorrentes de mutações na Distrophina: uma proteína grande que 
liga as proteínas citoesqueleto ao sarcolema. A D.M de Duchenne afeta a maior 
parte dos ossos do corpo e é mais frequente em meninos. A D.M. tipo Becker é uma 
forma mais leve. 
8. Síndrome de Kallmann: é caracterizada por anosmia (perda do olfato) ou hiposmia 
(perda do sentido de falat) e hipogonadismo (gônadas pequenas). Os dois primeiros 
sintomas são decorrentes do fato de os bulbos e nervos olfatórios não se 
desenvolverem corretamente. Já o terceiro é causada porque o hipotálamo não 
produz quantidade suficiente do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). 
 
 
 
 
 
 
DISOSTOSE 
CLEIDOCRANIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriologia – 17/5/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Sistema Cardiovascular 
Letícia Lima Santos XXXIII 
O sistema cardiovascular começa a ser formado a partir das células progenitoras – células 
cardiogênicas primitivas -, as quais são encontradas no epiblasto, adjacentes à região cranial da 
linha primitiva. 
O coração começa a bater entre 22º e 23º dia. O sangue começa a ser bombeado entre 24 
e 25º dia. 
As células proliferam do epiblasto e migram através da linha primitiva, instalando-se na 
camada esplâncnica do mesoderma da placa lateral. Formam-se colônias de células cardiogênicas, 
as quais formam a área cardiogênica primária ou 1º campo cardíaco, adjacente à placa neural, 
em formado de ferradura (meia lua cardíaca). 
 
 
Via de lateralidade 
É importante para migração e diferenciação em células cardiogênicas maduras, que 
formarão estruturas cardíacas específicas (átrio, ventrículo esquerdo, parte do ventrículo direito) e 
estruturas dos lados direito e esquerdo. 
Envolve a transcrição de fatores específicos. Por exemplo, Proteína morfogênica óssea 4, 
secretada pelo endoderma subjacente ao mesoderma, a qual sinaliza a formação da linhagem 
cardiogênica. Activin e tgfβ são liberados pelo hipoblasto. 
De maneira geral, hipoblasto, mesoderma, endoderma, nó primitivo e ectoderma geram 
fatores de transcrição. Todos os fatores contribuem para o hipoblasto estabelecer a área 
cardiogênica primária. 
A área cardiogênica secundária (2º campo cardíaco) é estabelecida na camada 
esplâncnica do mesoderma da placa lateral, na região superior e posterior à faringe. A migração das 
células para essa região é coordenada pelas células da crista neural, que migram através dos arcos 
faríngeos e especificam-se através da via de lateralidade. Essa área é responsável por formar parte 
do ventrículo direito, cone arterial e tronco arterial. 
 
O período do 16º ao 18º dia é crucial para o desenvolvimento do coração, pois é quando 
as duas áreas cardíacas são formadas. Qualquer distúrbio que interfira na via de lateralidade causa 
má formação cardíaca. Essas má formações são multifatoriais, pois podem ser decorrentes de 
interações entre fatores ambientais e genéticos. Alguns exemplos de teratógenos que podem causar 
isso são: 
 -Álcool: destrói as células da porção cefálica da linha primitiva. 
 -Doenças maternas, como DM. 
 -Stress oxidativo 
 -Ácido retnoico (um morfógeno) 
 -Talidomida 
 -Vírus da rubéola 
 -Antidepressivos: altera a serotonina e a via de lateralidade 
 
A indução cardíaca (diferenciação das células do epiblasto em cardiogênicas) começa pelo 
fator secretado pelo endoderma anterior e adjacente ao epiblasto: BMP2 e BMP4, que são proteínas 
morfogênicas. Eles ativam proteínas e fatores que inibem a via WNT, o que induz a expressão do 
gene NKX-2,5 (responsável por estabelecer toda linhagem cardíaca). 
 
 
Formação do tubo cardíaco 
As células da meia lua cardíaca se diferenciam em células endoteliais. Elas se fusionam e 
originam 2 pares de elementos vasculares, os quais tornam-se tubos endocárdios em cada região da 
meia lua. Os tubos se fusionam (coalescem) e formam o coração primitivo, que é um tubo único. 
Ele possui 3 camadas: a mais interna é chamada de revestimento interno do endocárdio; a mais 
externa é chamada de epicárdio; a camada intermediáriaé chamada de miocárdio, que é derivado 
dos cardiomiócitos e é uma camada muscular. Revestindo a camada mais interna, há a geleia 
cardíaca, uma camada acelular que lubrifica e protege essa camada. Se os tubos não se fusionarem 
para formar o coração primitivo, o coração formado é bífido. 
 
 
 
O dobramento cardíaco estabelece as posições espaciais adequadas dos átrios e 
ventrículos. O tubo formado começa a se alongar no sentido crânio-caudal através da proliferação de 
células. Nesse processo, forma-se uma estrutura em forma de C. A dobra ocorre do lado esquerdo. 
Essa estrutura em C continua a se alongar e a formar uma estrutura em forma de S. O dobramento já 
está completo até o 25º dia. Porém, podem haver problemas nesse dobramento: 
Heterotaxia: determinação anormal do eixo da esquerda para direita dos órgãos 
abdominais e dos átrios. 
Dextrocardia: condição em que o tubo cardíaco gira para direita e o coração fica do lado 
direito. Ela por si só é assintomática, porém, quando acompanhada de outros defeitos, é sintomática. 
É o dobramento errado só do coração. 
 
Septação 
As câmeras se formam a partir de septos (paredes). Essas paredes se desenvolvem dos 
coxins endocárdios inferiores e superiores, os quais são formados por tecido conjuntivo 
vindo de células do mesênquima. Até no momento da septação, os átrios e os ventrículos eram 
comuns, ou seja, não havia divisão em direito e esquerdo. 
Entre o 28º e o 37º dia, há síntese de matriz extracelular entre as paredes do tubo cardíaco, 
na região entre endocárdio e miocárdio. Então saliências são formadas principalmente na região do 
endocárdio, o qual sofre uma transformação epitélio-mesenquimal, fazendo com que a matriz 
extracelular vire mesênquima. O mesênquima prolifera e forma o tecido conjuntivo dos coxins. 
 
Os coxins salientam-se na região entre átrio e ventrículo e passam a ser chamados de 
coxins atrioventriculares, pois nesse momento formam o septo atrioventricular. 
Anéis de coxins são formados na região do trato de saída do coração e eles passam a aser 
chamados de coxins conotruncais. 
 
 
Septação dos átrios (28º dia) 
Na região superior do átrio comum, células se projetam e formam uma foice = septo 
primário. Assim, há a divisão do átrio comum em átrios direito e esquerdo. A parede se alonga em 
direção ao canal atrioventricular. Até ele chegar lá, ele deixa um lúmen/espaço, formando o forâmen 
primário cardíaco. 
O mesocárdio dorsal se projeta no sentido do canal atrioventricular e forma a espinha 
atrial/vestibular. Ela, então, se une ao forâmen primário. 
O forâmen primário diminui de tamanho devido à projeção da espinha atrial e do septo 
primário em direção ao canal atrioventricular. No final da 6º semana, os coxins endocárdios 
proliferam e se fundem inferior e superiormente, formando o septo intermédio (septo 
atrioventricular). 
 
O septo primário se funde com as margens do septo atrioventricular, obliterando o 
forâmen primário. 
O septo secundário é uma nova projeção de coxins, formando uma parede em foice no 
teto do átrio, ao lado do septo primário. Esse septo secundário é formado por músculo espesso e se 
prolifera no sentido crânio-caudal e ventro-lateral, formando um anel. Esse anel não encosta no 
septo atrioventricular; ele prolifera e forma um lúmen, que recebe o nome de forame oval. 
Na região dorsal do septo primário, há apoptose e rearranjo celular, formando perfurações 
que coalescem e formam o forâmen secundário, também chamado de óstio secundário. 
Durante o período fetal, o sangue corre do lado direito para o esquerdo do coração sem 
passar pelos pulmões. Os forâmens oval e secundário trabalham de forma balanceada, pois o septo 
primário colapsa contra o secundário aquando o sangue passa do lado direito para o esquerdo. 
 
 
O forâmen oval não recebe sangue no sentido contrário, pois a camada muscular do septo 
secundário impede. Esse forâmen se fecha após o nascimento. Quando acontece de ele não fechar, 
ele é chamado de forâmen oval patente e causa refluxo e microcoágulos. 
 
 
Septação dos ventrículos 
Esse processo ocorre no final da 4º semana. As paredes mediais do ventrículo se fundem 
para formar o primórdio da parte muscular do septo interventricular. O forâmen interventricular 
decorrente da formação da parte muscular se oblitera pela união dos coxins superiores à parte 
muscular lateral, formando a parte membranosa. 
 
 
Valvas atrioventriculares 
As valvas atrioventriculares são chamadas de cúspides e são fixadas ao canal 
atrioventricular. Elas são derivadas dos coxins endocárdios, pois 4 deles, circundantes ao canal 
atrioventricular, diferenciam-se em cordas tendíneas. Quando eles se tornam fibrosos, tornam-se 
pontiagudos e formam as valvas atrioventriculares. 
A valva atrioventricular esquerda é anterior e posterior, e é chamada de bicúspide ou 
mitral. 
A valva atrioventricular direita é anterior, posterior e septal, e é chamada de tricúspide. 
 
 
 
Embriologia – 25/5/2016 – Prof. Alessandra Danziger 
Sistema Cardiovascular II 
Letícia Lima Santos XXXIII 
Na parede externa do tubo cardíaco, os cardiomioblastos se diferenciam em cardiomiócitos. 
Na 4º semana, os cardiomiócitos mais adjacentes à parede externa do tubo cardíaco originam uma 
camada compactada de miocárdio, que forma folhas fenestradas (trabéculas). 
A septação do tronco arterial ocorre pela formação de paredes de tecido conjuntivo (coxins) 
em forma de anel ao longo do trato de saída. As células da crista neural do romboencéfalo originam 
o 3º, 4º e 6º arcos faríngeos, os quais formam o trato de saída e formam os septos. 
Há a formação do septo aorticopulmonar (derivado das células da crista neural). Os coxins 
formam-se em pares chamados de cristas do cone do tronco arterial em torno do anel de saída. A 
crista superior direita cresce para a esquerda; a crista inferior esquerda cresce para direita até que 
elas se fundem e formam o septo do cone do tronco, separando o septo aórtico do septo pulmonar. 
Ao mesmo tempo em que isso acontece, formam-se ao longo das paredes do cone arterioso, 
as cristas do cone arterioso (coxins), formando saliências apostas que se fundem e formam o septo 
do cone arterioso, que separa o trato de saída do ventrículo esquerdo (póstero-lateral) do ventrículo 
direito (póstero-medial). 
As valvas semilunares são formadas da 5º a 9º semana a partir de 3 brotamentos de tecido 
subendocárdico ao redor do canal aórtico e do canal pulmonar, os quais correspondem aos 
primórdios das valvas semilunares. Eles se tornam salientes e a região sofre cavitação (forma um 
orifício). Acontece um rearranjo celular, formando as valvas cúspides delgadas (valvas 
semilunares) no canal aórtico e no canal pulmonar. 
 
Sistema de condução 
 O nó atrioventricular (Feixe de His) é derivado das células da parede esquerda do seio 
venoso e das células do canal atrioventricular, na base do septo interatrial. 
 O marca passo é formado na região caudal esquerda do tubo cardíaco. Depois, o seio venoso 
se posiciona no átrio direito e o marca passo fica localizado na abertura superior à veia cava 
superior, formando o nó sinoatrial. 
 
Desenvolvimento vascular 
 Os vasos do coração formam-se a partir de vasculogênese (vasos são formados a partir da 
coalescência dos angioblastos) e angiogênese (brotamento de vasos já existentes). Esses 
processos são padronizados pelo fator de crescimento endotelial vascular. 
 Os arcos aórticos surgem dos sacos aórticos (parte mais distal do tronco arterial). Deles, 
derivam-se: 
 
 As artérias vitelínicas inicialmente drenam a vesícula vitelínica. Delas, derivam-se: 
 -Artéria mesentérica superior: porção média do intestino. 
 -Artéria mesentérica inferior: porção posterior do intestino. 
 -Tronco celíaco arterial: porção anterior do intestino. 
 
 
 As duas artériasumbilicais surgem das artérias ilíacas comuns após o nascimento. Então, 
a porção distal delas se oblitera e forma o ligamento umbilical médio. A porção proximal 
persiste e forma a artéria ilíaca interna e a artéria vesical inferior. 
 
Sistema venoso 
 Desenvolve-se a partir da 5º semana. Dele, reconhecem-se 3 sistemas: 
 -Sistema Vitelínico: irriga a vesícula vitelínica. Retorna o sangue pobre em oxigênio da 
vesícula umbilical. Forma o sistema portal. 
 -Sistema Cardinal: retorna o sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião. Forma o 
sistema caval. 
 -Sistema umbilical: transportam o sangue rico em oxigênio do saco coriônico. Desaparece 
após o nascimento. 
 
 As veias vitelínicas formam um plexo que passa em ambos os lados do duodeno e pelo septo 
transverso antes de chegar ao seio venoso. Com o desenvolvimento, formam-se brotos hepáticos na 
parede do duodeno e eles interrompem o percurso das veias vitelínicas. Elas sofrem anastomose e 
formam os sinusoides hepáticos. O lado esquerdo da veia vitelínica se estreita e o sangue do lado 
esquerdo do fígado é recanalizado para o lado direito, alargando o lado direito da veia. Assim, forma-se o 
canal hepatocárdico direito, que se diferencia na porção hepática da veia cava inferior. 
Simultaneamente à anastomose, forma-se, no centro dos sinusoides hepáticos o DUCTO VENOSO, 
que é o vaso fetal essencial para circulação fetal, pois ele liga a veia umbilical esquerda à veia cava 
inferior. 
 
A porção proximal da veia vitelínica desaparece e uma rede de anastomose ao redor do duodeno forma 
a veia porta (vaso único). 
 
A veia umbilical direita oblitera na 7º semana, mas a esquerda permanece. 
O sangue da placenta passa para o coração fetal sem passar pelo fígado devido ao ducto 
venoso. As veias cardinais anteriores e posteriores são o principal sistema de drenagem venosa 
do embrião. Inicialmente, as anteriores drenam a porção cefálica e as posteriores, a porção caudal. 
Elas se unem às veias cardinais comuns e entram no seio venoso e formam: as veias subcardinais 
drenam os rins; as veias sacrocardinais drenam as extremidades inferiores; as veias supracardinais 
drenam a parte corporal através das veias intercostais. 
Na 8º semana, ocorre anastomose entre as veias cardinais anterior direita e esquerda, formando a veia 
braquiocefálica esquerda. 
 
A veia cava inferior possui 4 segmentos: 
1- Segmento hepático, derivado da veia hepática e dos sinusoides hepáticos. 
2- Segmento pré-renal, derivado da veia subcardinal direita. 
3- Segmento renal, derivado da anastomose subcardinal-supracardinal. 
4- Segmento pós-renal, derivado da veia supracardinal direita. 
 
 
 Circulação antes e depois do nascimento 
 Na vida fetal, os pulmões não fazem trocas gasosas. O feto respira pelas trocas gasosas 
placentárias. O fluxo de sangue para os pulmões é menor, mas a resistência dos vasos pulmonares pe 
alta. 
 O fluxo de sangue que sai da placenta é rápido e forte. Esse sangue tem 80% de saturação de 
oxigênio e também é rico em nutrientes. O sangue vai da pacenta para o feto através da veia umbilical 
esquerda. Esse fluxo chega no fígado e a maior parte passa direto para a veia cava inferior 
através do ducto venoso, mas uma menor parte flui através dos sinusoides hepáticos e vai para 
circulação portal. 
 O ducto venoso tem um esfincter que controla a quantidade de sangue que passa diretamente 
para o coração. A abertura do esfíncter faz com que o ducto venoso se contraia na região inferior, 
onde ele se liga a veia cava inferior, para fechar a região da veia umbilical esquerda. Esse esfíncter é 
importante para evitar sobrecarga do coração e possível insuficiência cardíaca. No trabalho de 
parto, devido às contrações uterinas, o fluxo de sangue aumenta e o esfíncter controla a quantidade e 
a pressão do sangue que passará pelo ducto venoso. 
 O sangue vindo da veia cava inferior entra no átrio direito e vai para o átrio esquerdo sem 
passar pelos pulmões devido à presença da valva da veia cava inferior, do forâmen oval e do 
forâmen secundário. Apenas uma pequena quantidade de sangue fica retida no átrio direito, devido à 
crista dividens (porção inferior do septo secundário). 
 Do átrio esquerdo, o sangue para o ventrículo esquerdo e de lá ele flui para a porção 
ascendente da aorta. O cérebro recebe sangue oxigenado das artérias coronárias e carótidas 
(primeiras ramificações da parte ascendente da aorta). O sangue dessaturado que flui da veia cava 
inferior passa o ventrículo direito. Uma menor parte desse sangue dessaturado passa através dos 
vasos pulmonares. A maior parte passa pelo ducto arterioso e vai para a parte descendente da aorta 
Veia cardinal comum direita + porção proximal da veia cardinal anterior direita = veia cava superior. 
Vaso retido pela veia cardinal posterior esquerda + veia braquiocefálica = veia intercostal superior esquerda. 
Veias cardinais anteriors  veias jugulares internas 
Plexo de vasos venosos da face  veias jugulares externas 
Anastomase entre as veias sacrocardinais  veia ilíaca comum 
Veia renal esquerda  anastomose entre as subcardinais  obliteração da parte distal da subcardinal 
esqerda  veia gonadal esquerda 
Veia ázigo  v intercostais direitas  v intercostais + supracardinal esquerda  veia hemiázigo 
(5º mistura). Através da parte descendente da aorta, 65% do sangue volta para placenta através 
das duas artérias umbilicais e 35% suprem as vísceras e a parte inferior do corpo. 
 Nesse processo, há 5 misturas de sangue oxigenado com sangue dessaturado: 
1. Volume menor de sangue entra nos sinusoides hepáticos e se mistura com o sangue da 
circulação porta. 
2. O sangue da placenta se mistura com o sangue dessaturado que retorna dos membros 
inferiores, pelve e abdômen. 
3. No átrio direito, o sangue oxigenado se mistura com o sangue dessaturado que retorna da 
cabeça e dos braços através da veia cava superior. 
4. No átrio esquerdo, o sangue se mistura com o sangue dessaturado que retorna dos 
pulmões. 
5. Na aorta descendente, o sangue se mistura com o sangue da aorta proximal. 
 
Após o nascimento 
 Estruturas desnecessárias se obliteram devido ao fim do fluxo placentário e do ínicio da 
respiração. 
1. Ducto arterioso: nas primeiras horas após o nascimento, ele se contrai por contração muscular das 
paredes e fecha. Ele se diferencia no ligamento arterioso. O fluxo de sangue para os pulmões 
aumenta, aumenta o fluxo no átrio esquerdo e diminui o fluxo do átrio direito. 
2. Os septos primário e secundário ficam apostos e colapsam um sobre o outro devido à diferença de fluxo 
entre átrio esquerdo e direito. Assim, eles fecham o forâmen oval, e a parte remanescente é chamada 
de fossa oval. O fechamento anatômico do forâmen oval acontece no terceiro mês de vida e o 
fechamento funcional ocorre ao nascimento. 
3. Ducto venoso oblitera e forma o ligamento venoso. 
4. Veia umbilical esquerda se oblitera e forma o ligamento redondo hepático. 
5. Artéria umbilical forma a artéria vesicual superior e o ligamento umbilical médio. 
 
Tetralogia de Fallot 
-Estenose da artéria pulmonar, obstruindo o fluxo do ventrículo direito, fazendo o tronco pulmonar é 
pequeno = atresia pulmonar. 
-Defeito no septo ventricular, fazendo o débito pulmonar ocorrer através da aorta. 
-Dextroposição da aorta (aorta acavalada). 
-Hipertrofia ventricular direita. 
Esses defeitos cardíacos congênitos causam CIANOSE intensa. 
 
Síndrome de Marfan 
-Doença do tecido conjuntivo. 
-Causada por mutações no gene FBN1-, localizado no cromossomo 15q21.1 
-Não há fibrilina nem fibras elásticas. 
-Defeitos músculo-esqueléticos: ossos longos e estreitos: aracnodactilia, pectus excavatum, 
hiperflexibilidade das articulações. 
-Defeitos cardíacos: dilatação e/ou dissecção da aorta ascendente; aneurisma aórtico; aorta acavalada; 
multivalvas; prolapso mitral. Os problemas cardíacos são as principais causas de óbito. 
-Pele envelhecida

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