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OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Desenvolvimento Embrionário Resumo Da Primeira Semana • Os ovócitos são produzidos pelo ovário (ovogênese) e dele são expelidos na ovulação → fímbrias da tuba uterina varrem o ovócito para a ampola, onde ele será fecundado • Os espermatozoides são produzidos nos testículos (espermatogênese) e são armazenados no epidídimo → ejaculação do sêmen no coito resulta no depósito de milhões de espermatozoides na vagina → centenas passam pelo útero e entram nas tubas • Quando um ovócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica, formando um ovócito maduro e um segundo corpo polar → o núcleo do ovócito maduro constitui o pronúcleo feminino o Após a entrada do espermatozoide no ovócito, a cabeça do espermatozoide se separa e aumenta de volume para formar o pronúcleo masc → fecundação completa quando os pronúcleos se unem e os cromossomos misturam-se na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto • À medida que o zigoto passa ao longo da tuba em direção ao útero, sofre a clivagem, que forma os blastômeros → 3 dias após a fecundação, a mórula entra no útero → se forma uma cavidade (blastocisto) → embrioblasto, cavidade blastocística, e trofoblasto o O trofoblasto envolve o embrioblasto e a cavidade blastocística e mais tarde forma estruturas extraembrionárias e a parte embrionária da placenta • 4 a 5 dias após, a zona pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto adere ao epitélio endometrial → no polo embrionário, o trofoblasto se diferencia em sinciciotrofoblasto, e citotrofoblasto o O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo subjacente, e se forma uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície inferior do embrioblasto • No final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio Segunda Semana De Desenvolvimento • Acontece o término da implantação do blastocisto, com modificações morfológicas que originam um disco embrionário bilaminar, o qual originará as camadas germinativas que formam os tecidos e órgãos do embrião o Nessa fase há tambem formação de estruturas extraembrionárias → cavidade amniótica, âmnio, saco vitelino, pedículo de conexão e saco coriônico TÉRMINO DA IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO • A implantação termina no fim da 2ª sem, entre o 6º e 10º dia após a ovulação e fecundação • Conforme o blastocisto se implanta, o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em 2 camadas o Citotrofoblasto → camada interna ativa e responsável pela formação da camada externa o Sinciciotrofoblasto → camada externa e erosiva, responsável por invadir o tecido conjuntivo endometrial e deixar o blastocisto totalmente no tecido • Para ocorrência da implantação é necessário moléculas, em sincronia entre o blastocisto invasor e o endométrio receptivo o As microvilosidades das células endometriais, as integrinas, citocinas, prostaglandinas, hormônios, fatores de crescimento, enzimas de matriz extracelular, proteína quinase A, possuem o papel de tornar o endométrio mais receptivo. • Durante o período de implantação, as células do tecido conjuntivo ao redor do local de implantação acumulam glicogênio e lipídios → células deciduais se degeneram nas proximidades do sinciciotrofoblasto invasor para prover nutrientes. o No fim se forma uma rede de fibrina para fechar o epitélio do endométrio • O sinciciotrofoblasto produz o hCG, que no endométrio entra na circulação sanguínea materna para que chegue ao corpo lúteo e iniba a sua degeneração durante a gestação, mantendo a produção de estrogênio e progesterona. FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXTRA-EMBRIONÁRIAS • Com a implantação do blastocisto, aparece um espaço no embrioblasto, que é o primórdio da cavidade amniótica → logo as células amniogênicas (amnioblastos) se separam do epiblasto e revestem o âmnio, que envolve a cavidade amniótica • Concomitantemente, no 8º dia, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto que formam uma placa bilaminar quase circular de células achatadas, o disco embrionário, formado por o Epiblasto → camada de células colunares altas, responsável por formar o assoalho da cavidade amniótica, estando perifericamente em continuidade com o âmnio. ▪ Surge uma pequena cavidade de amnioblastos, que formam o âmnio o Hipoblasto → camada de células cubóides que formam o teto da cavidade exocelômica (saco vitelino), estando em continuidade com a membrana exocelômica (membrana vitelina) ▪ Essa membrana, junto com o hipoblasto, forma o saco vitelino primitivo ▪ O disco embrionário situa-se agora entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primitivo • As células do endoderma do saco vitelino formam uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extraembrionário, que circunda o âmnio e o saco vitelino → esse mesoderma será formado tambem por células da linha primitiva • O saco vitelino e a cavidade amniótica tornam possíveis os movimentos morfogenéticos das células do disco embrionário. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 DESENVOLVIMENTO NO 10º AO 12º DIA • No 10º dia, o concepto humano (embrião e membranas) está completamente implantado → cavidade blastocística agora é chamada de cavidade exocelômica ou saco vitelínico primitivo → células do endométrio continuam passando pela reação decidual • Com a formação dessas estruturas extraembrionárias, surgem as lacunas no sinciciotrofoblasto no 12º dia, a partir de uma falha no epitélio endometrial → são preenchidas por sangue materno de capilares endometriais rompidos o E por restos celulares de glândulas uterinas destruídas durante a nidação → forma tampão de coágulo sanguíneo fibrinoso • Esse fluido (embriotrofo) é o responsável por dar início a formação da circulação uteroplacentária primitiva, nutrindo o embrião por difusão através do disco embrionário. o Capilares endometriais ao redor do embrião se tornam congesto e dilatados, formando os sinusóides maternos o O sangue oxigenado chega até as lacunas pelas artérias endometriais espiraladas, e o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. • A hCG passa a ser produzidas nas lacunas do sinciciotrofoblasto, mantendo a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário ❖ Enquanto isso, entre o citotrofoblasto e a membrana da cavidade exocelômica, surge o mesoderma extraembrionário, que irá aumentar e criar espaços celômicos extraembrionários o Estes se fundem e formam uma cavidade isolada (celoma) que envolve o âmnio e a vesícula umbilical • Com a formação do celoma, a vesícula umbilical diminui de tamanho e forma um pequeno saco vitelino secundário que tem papel de nutrição do embrião. DESENVOLVIMENTO FINAL DA SEGUNDA SEMANA (13º E 14º DIAS) • No fim da 2ª sem surgem as vilosidades coriônicas primarias → o córion é a estrutura precursora da placenta ao final da gestação. • A formação inicial dessas vilosidades coriônicas primárias ocorre como uma invasão do citotrofoblasto no sinciciotrofoblasto, onde se forma uma barreira hematoplacentária, que separa o tecido da mãe e do bebe. o Nesse estagio, o transporte de nutrientes advindos da mãe ainda não é eficaz → o sangue chega às redes lacunares pela barreira hematoplacentária e vai de célula a célula) ▪ Por isso é necessário a formação de uma rede vascular eficiente → vilosidades coriônicas secundárias. ❖ Ao final da segunda semana, o celoma extraembrionário é “digerido”, causando uma divisão do mesoderma extraembrionário em o Mesoderma somático, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio o Mesoderma esplâncnico, que envolve o saco vitelínico. • Com isso, o mesoderma somático e as duas camadas de trofoblastos formam o córion, transformando a cavidade do celoma em cavidade coriônica, revestidapelo saco coriônico. o O interior do saco coriônico passa a encontrar o embrião com os sacos vitelínico e amniótico → estes são presos pelo pedículo, tambem formado nessa etapa • O USTV é usado para medir o diâmetro do saco coriônico → importante para avaliar o desenvolvimento embrionário ❖ EMBRIÃO DE 14 DIAS → ainda tem a forma de disco embrionário bilaminar, formado por epiblasto e hipoblastos • Mas agora as células hipoblásticas são colunares, formando uma protuberância chamada de placa precordal o Desenvolve parte do SNC, boca e cabeça do bebe. • Diferenciação do saco vitelino primário para secundário • O epiblasto formará o ectoderma do âmnio, o ectoderma embrionário e a linha primitiva. o A linha primitiva da origem ao mesoderma extraembrionário, mesoderma embrionário, processo notocordal e endoderma TERCEIRA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO • É a semana que coincide com a semana seguinte a primeira ausência menstrual, ocorrendo 5 semanas após a DUM • Durante essa semana, o marco de desenvolvimento se dá por: o Aparecimento da linha primitiva o Desenvolvimento da notocorda o Diferenciação das três camadas germinativas • Ou seja, durante a terceira semana é formado o mesoderma → formará ossos e cartilagens, músculos, tecidos conjuntivo densos, sistema urogenital, sanguíneo, linfático e cardiovascular o Endoderma → forma o tubo digestivo e derivados, faringe, amígdalas, timo, bexiga o Ectoderma → forma o SN, epiderme, pelos, glândulas, ouvido, cristalino ▪ Além do aparecimento da linha primitiva e da notocorda. ❖ Os principais eventos do período embrionário estão relacionados às mudanças na forma do disco embrionário, que adquire o formato de um tubo, ao mesmo tempo em que os folhetos se diferenciam e começam a estruturar os tecidos, órgãos e sistemas • Esses eventos ocorrem de forma gradativa ao longo dessas 5 semanas, e são responsáveis também por mudanças externas no embrião, que passa a apresentar o aspecto humano. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 GASTRULAÇÃO • Processo de transformação do disco embrionário bilaminar em disco trilaminar (três camadas germinativas) precursor de todos os tecidos embrionários futuros → ocorre tambem a orientação axial • Isso é feito através do rearranjo e movimento das células, com mudanças em suas propriedades o Durante esse período, o embrião é algumas vezes denominado gástrula • A gastrulação se inicia com a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário Formação da Linha Primitiva • Ocorre no início da 3ª sem (15/16º dia), surgindo na extremidade caudal do embrião como resultado da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário → iniciando os primeiros sinais da gastrulação • Ao mesmo tempo, na extremidade cefálica, surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro (fosseta primitiva) o Concomitantemente, na linha primitiva forma-se o estreito — sulco primitivo o O sulco e fosseta resultam de uma invaginação das células do epiblasto, que dão origem às camadas germinativas ▪ Após esse processo, já se identifica o eixo cefálico-caudal do embrião, as extremidades cefálica e caudal, superfícies dorsal e ventral, e os lados esquerdo e direito • Pouco depois do aparecimento da linha primitiva, as células epiteliais do sulco abandonam a superfície profunda e formam o mesênquima → células mesenquimais são ameboides e fagocíticas, e estão suspensas em uma matriz gelatinosa o Forma os tecidos de sustentação do embrião, como a maior parte dos tecidos conjuntivo • Parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma embrionário → AFASTANDO O EPI E HIPOBLASTO E ORIGINANDO O DISCO TRILAMINAR o Células do hipoblasto formam o endoderma, no teto do saco vitelino o As células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma embrionário ou intraembrionário • As células mesenquimais originadas da linha primitiva migram amplamente → são pluripotentes e têm o potencial de proliferar e diferenciar-se em diversos tipos celulares ❖ Folhetos Embrionários o Ectoderma embrionária → origina epiderme, SNC e SNP, olhos, ouvidos internos, células da crista neural e tecidos conjuntivos da cabeça o Endoderma embrionário → fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares do fígado pâncreas. o Mesoderma embrionário → origina todos os músculos esqueléticos, células sanguíneas, revestimento dos vasos sanguíneos, musculatura lisa das vísceras, revestimento seroso das cavidades ▪ Ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor, a maior parte do sistema cardiovascular, derme e estroma dos órgãos internos. ▪ No tronco, dá origem a todos os tecidos conjuntivos → cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, ❖ Depois da 4ª semana, a produção de mesoderma torna-se mais lenta → a linha primitiva diminui e torna-se uma estrutura insignificante na região sacrococcígea do embrião, normalmente sofrendo mudanças degenerativas e desaparecendo • Restos da linha primitiva podem persistir e dar origem a um tumor → teratoma sacrococcígeo → derivam de células pluripotentes, por isso contêm vários tipos de tecidos das três camadas germinativas em estágios incompletos de diferenciação o São os tumores mais comuns em RN, sendo a maioria do sexo feminino (80% o Geralmente diagnosticados por ultrassonografia, e a maioria dos tumores é benigna Formação do Processo Notocordal • Tem início através do processo de migração cefálica de células mesenquimais do nó e fosseta primitiva, formando um cordão celular mediano que leva o nome de processo notocordal. • Esse processo adquire uma luz (tubo) que forma o canal notocordal → este cresce até alcançar a placa precordal, área onde as células endodérmicas se encontram com as ectodérmicas o É com essas camadas fundidas que se forma a membrana bucofaríngea, futuro local da cavidade oral • As células mesodérmicas adjacentes ao canal notocordal se fundem ao endoderma e se degeneram → a partir dai o endoderma se diferencia em uma camada de células que se fecha internamente → formando a notocorda ❖ Algumas células mesenquimais da linha primitiva e processo notocordal migram lateral e cefalicamente, entre o ectoderma e mesoderma, até alcançarem as bordas do disco embrionário • Algumas células mesenquimais da linha primitiva tambem com destinos mesodérmicos, migram cefalicamente de cada lado do processo notocordal e em torno da placa pré-cordal, onde se encontram o Formam o mesoderma cardiogênico → primórdio do coração começa a se desenvolver no fim da 3ª sem ❖ Caudalmente a linha há área circular com disco bilaminar responsável por formar a membrana cloacal → dá origem ao ânus • Aqui e na membrana mucofaringea, o disco permanece bilaminar pois o ecto e endoderma estão fundidos → impede a migração de células mesenquimais entre os folhetos OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Sinais instrutivos que ocorrem naturalmente da região de linha primitiva induzem as células precursoras notocordais a formarem a notocorda → o mecanismo que induz essas células envolve sinalização Shh da placa ventral do tubo neural • O processo notocordal é nesse momento um tubo que se estende do nó primitivo ate a placa pré-cordal → aqui o assoalho do processo notocordal, com células mesenquimais, se funde com o endoderma subjacente o As camadas fundidas se degeneram parcialmente e formam aberturas no assoalho, havendo comunicação entre o canal e o saco vitelino → depois desaparecem e formam a placa notocordal • Iniciando pela parte cefálica, as células da notocorda proliferam e a placa se dobra, formando a notocorda→ a parte proximal persiste, temporariamente, como o canal neuroentérico o Esse processo se estende do 17º dia ao 21º • A notocorda separa-se do endoderma do saco vitelino, que novamente se torna uma camada contínua • Ela se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo → degenera e desaparece quando os corpos vertebrais se formam, mas persiste como o núcleo pulposo de cada disco intervertebral. A notocorda define o eixo primitivo do embrião dando-lhe certa rigidez. o Fornece os sinais necessários para o desenvolvimento do esqueleto axial (ossos da cabeça e da coluna vertebral) e SNC ▪ Funciona como o indutor primário do embrião → induz o ectoderma a espessar-se e formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central o Contribui na formação dos discos intervertebrais. Tumores benignos e malignos (cordomas) podem se formar a partir do tecido notocordal. • 1/3 dos cordomas que surgem de restos vestigiais da notocorda ocorre na base do crânio, estendendo-se até a nasofaringe o Crescem lentamente e as formas malignas infiltram os ossos ALANTOIDE • Surge por volta do 16º dia como um pequeno divertículo da parede caudal do saco vitelino, que se estende ao pedículo do embrião o Nos embriões humanos, o alantoide permanece muito pequeno, mas o mesodermo alantoide se expande abaixo do córion e forma os vasos sanguíneos que servirão à placenta • A parte proximal do divertículo alantoide original persiste durante a maior parte do desenvolvimento como uma linha (úraco), que se estende da bexiga até a região umbilical → representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano • Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias umbilicais ❖ CISTOS DO ALANTOIDE → restos da porção extraembrionária do alantoide, geralmente encontrados entre os vasos umbilicais fetais e podem ser detectados por ultrassonografia • Em geral são assintomáticos até a infância ou adolescência, quando podem apresentar infecção e inflamação NEURULAÇÃO • Processo de formação da placa neural, das pregas neurais, com fechamento das pregas para formação do tubo neural o Inicia na 3ª semana e finaliza até o final da 4ª, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal. • A formação da placa neural é induzida pela notocorda em desenvolvimento → por volta do 18º dia, a placa se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano com pregas neurais em cada lado. • Ao final da 3ª sem, as pregas neurais começam a se aproximar em um ponto até se fundir, formando o tubo neural inicial • Quando o tubo neural se separa do ectoderma da superfície, a crista neural é formada entre eles → ela se separa em partes direita e esquerda, que migram para as partes dorsolaterais, e originam os gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhais • A fusão das demais partes das pregas neurais avança em direção cefálica e caudal, permanecendo aberto na extremidade cranial até o 25º dia (neuroporo rostral) e na extremidade caudal até o 27º dia (neuroporo caudal). ❖ ANOMALIAS CONGÊNITAS RESULTANTES DE NEURULAÇÃO ANORMAL → a placa neural surge na 3ª sem e origina as pregas neurais e o início do tubo neural, os distúrbios de neurulação podem resultar em graves anormalidades do encéfalo e medula • Os defeitos de tubo neural constituem as anomalias congênitas mais comuns → a meroanencefalia (ausência parcial do encéfalo) é o mais grave e é também a anomalia mais comum do SNC. DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS • Células do nó primitivo tambem formam o mesoderma paraxial, onde a população celular aparece como coluna espessa e longitudinal de células → ao final da 3ª sem se diferencia, condensa e começa a dividir em corpos cubóides pareados (somitos) o Os blocos celulares se encontram em cada lado do tubo neural em desenvolvimento, surgindo cerca de 38 pares de somitos ao longo dos dias 20 e 30 → ao final da 5ª sem, há cerca de 42 a 44 pares de somitos. • Inicialmente, os somitos surgem na futura região occipital da cabeça do embrião e logo se desenvolvem crânio caudalmente, para dar origem à maior parte do esqueleto axial e da musculatura associada, junto com a derme da pele adjacente. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 DESENVOLVIMENTO DO CELOMA EMBRIONÁRIO • O celoma intraembrionário é a cavidade do corpo do embrião que surge como espaços celômicos isolados no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico. • Esses espaços se unem para formar uma única cavidade (celoma), que divide o mesoderma lateral em o Camada somática/parietal → cobre o âmnio ▪ Junto ao ectoderma sobrejacente do embrião formam a parede do corpo do embrião → somatopleura o Camada visceral/esplâncnica → cobre o saco vitelino. ▪ Junto do endoderma subjacente do embrião formam o intestino do embrião → esplancnopleura • Durante o segundo mês, o celoma intraembrionário está dividido em três cavidades → pericárdica, pleural e peritoneal Desenvolvimento Inicial Do Sistema Cardiovascular • Ao final da 2ª semana, a nutrição do embrião é obtida a partir do sangue materno por meio de difusão através do celoma extraembrionário e vesícula umbilical • Na 3ª, inicia-se a vasculogênese no mesoderma extraembrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion o Vasos sanguíneos do embrião começam a se desenvolver cerca de 2 dias mais tarde. o Nesse período, desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária • A formação do sistema vascular do embrião envolve a vasculogênese → formação de novos canais vasculares pela reunião de precursores celulares individuais chamados angioblastos o E angiogênese → formação de novos vasos pela ramificação de vasos preexistentes. ❖ A formação dos vasos sanguíneos inicia-se quando as células mesenquimais se diferenciam em angioblastos, que se aglomeram e formam as ilhotas sanguíneas, com pequenas cavidades no interior • Os angioblastos se achatam e formam as células endoteliais ao redor da cavidade da ilhota sanguínea, dando origem ao endotélio. o As cavidades se fusionam e formam uma rede de canais endoteliais (vasculogênese) → os vasos criados se ramificam por brotamento (angiogênese) enquanto se fundem com outros vasos, formando o sistema sanguíneo primitivo. • As células mesenquimais ao redor dos vasos sanguíneos endoteliais primitivos se diferenciam para formar tecido muscular e tecido conjuntivo da parede dos vasos • As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais dos vasos, no fim da 3ª semana o A formação do sangue (hematogenese) começa na 5ª semana, primeiro no fígado, passando ao baço, ME e linfonodos ❖ SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO • O coração e grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área cardiogênica → na 3ª semana, formam-se canais longitudinais e tubos cardíacos endocárdicos, que se fundem e originam o tubo cardíaco primitivo • O coração tubular une-se a vasos sanguíneos do embrião, pedículo, córion e saco vitelino, para formar o sistema primitivo o Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o coração começa a bater entre o 21º e 22º dia. o O sistema cardiovascular é o 1º a alcançar estado funcional → batimentos podem ser detectados por Doppler, durante a 5ª semana, cerca de 7 semanas depois do último período menstrual normal DESENVOLVIMENTO DAS CAVIDADES CORIÔNICAS • Logo após o aparecimento das vilosidades coriônicas primárias no fim da 2ª sem, elas começam a se ramificar → no inicio da 3ª sem, o mesênquima cresce para dentro dessas vilosidades formando um eixo central de tecido mesenquimal. • Nesse estágio, as vilosidades — secundárias — recobrem a superfície do saco coriônico → algumas células mesenquimais da vilosidade se diferenciam em capilares e células sanguíneas, formando as vilosidades coriônicas terciárias o Esses capilares se fundem e formam redesarterio-capilares, que se conectam com o coração do embrião por vasos que se diferenciam no mesênquima do córion e pedículo • No fim da 3ª semana, o sangue do embrião começa a fluir através dos capilares das vilosidades coriónicas, captando o oxigênio e os nutrientes do sangue materno presente no espaço interviloso, enquanto expulsa CO2 e produtos residuais ❖ Ao mesmo tempo, células do citotrofoblasto das vilosidades proliferam e se estendem, formando uma capa citotrofoblástica que envolve o saco coriônico e o prende ao endométrio • As vilosidades que se prendem aos tecidos maternos pela capa citotrofoblástica são as vilosidades-tronco (de ancoragem), e as que crescem dos lados constituem as vilosidades terminais o Pelas paredes das vilosidades terminais se dá a maior parte das trocas de material entre o sangue da mãe e embrião QUARTA À OITAVA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO → ORGANOGENESE • É o período do desenvolvimento das principais estruturas internas e externas, por meio de mudanças na forma do corpo, que ocorrem devido ao processo de dobramento do embrião → resultado do rápido crescimento no plano mediano e horizontal • Ao final da 8ª semana, o embrião possui uma clara aparência humana → inicialmente o embrião começa quase reto, com 4-12 somitos e com o tubo neural ainda aberto nos neuroporos. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 o Como os tecidos e órgãos estão diferenciando-se rapidamente esse período, a exposição de embriões a teratógenos nessa fase pode causar grandes anomalias congênitas. • A primeira fase do desenvolvimento é a do crescimento, que envolve divisão celular e a elaboração de produtos celulares • A segunda fase é a da morfogênese (desenvolvimento da forma, tamanho e outras características de um órgão ou parte do corpo). o Nesse processo ocorrem interações complexas em uma sequência ordenada → movimento das células as possibilita interagir umas com as outras durante a formação dos tecidos e órgãos • A terceira fase é a da diferenciação (maturação dos processos fisiológicos) → o término resulta na formação de tecidos e órgãos capazes de executar funções especializadas. Dobramento Embrionário • No início da 4ª sem, os dobramentos nos planos mediano e horizontal convertem o disco embrionário trilaminar achatado em um embrião mais ou menos cilíndrico • A velocidade do crescimento lateral do embrião não acompanha o crescimento longitudinal → por isso ocorre o dobramento. o Os dobramentos das extremidades cefálica, caudal e dobramento lateral ocorrem de forma simultânea. o A junção do embrião com o saco vitelino sofre constrição relativa. Dobramentos No Plano Mediano • Ocorre em com a produção de duas pregas: ❖ Prega Cefálica → no inicio da 4ª semana, as pregas neurais cefálicas se espessam e formam o primórdio do encéfalo, o qual se projeta dorsalmente na cavidade amniótica • Posteriormente, ele cresce em direção cefálica, além da membrana bucofaríngea, sobre o coração em desenvolvimento o O septo transverso, o coração primitivo, celoma pericárdico e membrana bucofaríngea sofrem deslocamento para a superfície ventral do embrião. • Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco vitelínico é incorporado ao embrião formando o intestino anterior (primórdio do sistema digestório, entre o encéfalo e coração) o Depois do dobramento, o septo situa-se caudalmente ao coração, onde se desenvolve o tendão central do diafragma • A prega cefálica também influencia a formação do celoma embrionário → depois do dobramento, o celoma pericárdico localiza-se ventralmente ao coração e cefálico ao septo transverso o Neste estágio, o celoma intraembrionário comunica-se livremente, por ambos os lados, com o celoma extraembrionário ❖ Prega Caudal → resulta do crescimento da parte distal do tubo neural, sendo que à medida que o embrião cresce, a região caudal se projeta sobre a membrana cloacal (futura região do anus) • No dobramento da extremidade caudal, parte do endoderma se incorpora ao intestino posterior, cuja porção terminal sofre dilatação e forma a cloaca (primórdio da bexiga e reto) • Após o dobramento, o pedículo de fixação, primórdio do cordão umbilical, fica preso à superfície ventral do embrião → e a alantóide é parcialmente incorporada ao embrião Dobramento No Plano Lateral • Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e somitos, formando as pregas laterais direita e esquerda, cujo crescimento causa deslocamento do disco embrionário ventralmente e forma o embrião praticamente cilíndrico. • Conforme as paredes abdominais se formam, parte do endoderma é incorporado como intestino médio (primórdio do intestino delgado), que antes do dobramento tinha conexão com o saco vitelínico → após, essa conexão fica reduzida a um canal vitelínico. o À medida que a cavidade amniótica se expande e oblitera a maior parte do celoma extraembrionário, o âmnio passa a formar o revestimento epitelial do cordão umbilical • Com a fusão das pregas do embrião ao longo da linha média ventral, ocorre a formação do celoma intra-embrionário, que dá forma anatômica as membranas serosas o O interior da parede do corpo será coberto por mesoderma somático, e as vísceras cobertas pelo mesoderma esplâncnico. • Com isso, ocorre a formação de um embrião com formato de um tubo dentro de um tubo, onde o tubo ectodérmico externo forma a pele, e o tubo endodérmico interno forma o intestino. o Preenchendo o espaço entre esses dois tubos está o mesoderma, responsável pela formação de outras estruturas vitais. Derivados Dos Folhetos Germinativos • Os três folhetos germinativos que darão origem a todos os tecidos são formados durante a gastrulação, mas ficam mais desenvolvidos e posicionados após o dobramento embrionário, sendo responsáveis pelo desenvolvimento de: ❖ Ectoderma → SN central e periférico, epitélios sensoriais do olho, orelha e do nariz, epiderme e anexos (unhas e pelos) o Glândulas mamárias, hipófise, glândulas subcutâneas, esmalte dos dentes o Gânglios espinhais autônomos e cranianos (V, VII, IX e X) o Bainha dos nervos dos SNP, meninges do encéfalo e da medula espinhal ❖ Mesoderma → tecido conjuntivo, cartilagem, ossos, músculos estriados e lisos o Coração, vasos sanguíneos e linfáticos, rins, ovários e testículos, ductos genitais OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 o Membranas pericárdica, pleural e peritoneal, baço e córtex das adrenais ❖ Endoderma → revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal o Tonsilas, tireoide e paratireoides, timo, fígado e pâncreas o Revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra o Revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva PRINCIPAIS EVENTOS DE DESENVOLVIMENTO DA 4ª À 8ª SEMANA Quarta Semana De Desenvolvimento • O embrião é reto e tem 4 a 12 somitos → torna-se ligeiramente encurvado decorrente das pregas cefálica e caudal. • Somitos produzem elevações, e o primeiro arco faríngeo (forma a mandíbula e maxila) e o arco hióide se tornam visíveis (24 dias) • Coração primitivo produz uma grande saliência ventral e já bombeia o sangue. o Rudimentos do sistema cardiovascular e de outros órgãos já estão desenvolvidos o Fossa oval do coração aberta pq o sangue n precisa ir pro pulmão ainda • Neuroporo anterior já se encontra fechado, enquanto o neuroporo caudal se fecha ao final da 4ª semana • O prosencéfalo produz uma saliência e o dobramento do embrião dá a ele uma forma de “C” • Presença de uma longa cauda encurvada • Surgimento dos brotos dos membros superiores reconhecíveis no 26 dia o Os brotos dos mii são reconhecidos ao final da 4ª sem • Fossetas óticas (primórdios das orelhas internas) e placóides cristalinos (dos olhos) são formadosQuinta Semana De Desenvolvimento • Pequenas mudanças no corpo em relação a semana anterior → com rápido crescimento do encéfalo e proeminências o A face do rosto em formação fica em contato com a eminencia cardíaca • Formação do seio cervical → depressão ectodérmica lateral, formado pelo crescimento do segundo arco faríngeo lateral que se superpõe ao terceiro e quarto arcos • Brotos dos membros superiores adquirem a forma de remos e os membros inferiores de nadadeira • Formação das cristas nefrogenicas que indicam o sítio dos rins mesonéfricos → órgãos provisórios Sexta Semana De Desenvolvimento • Aqui os embriões apresentam respostas reflexas ao toque o Ocorre movimentação espontâneas do embrião com contrações bruscas do tronco e membros formados. • As placas das mãos e os cotovelos se desenvolvem nos mmss, os raios digitais (futuros dedos) começam a se desenvolver o Nos mmii se desenvolvem 4 a 5 dias depois • Saliências auriculares se formam em torno do sulco braquial faríngeo, entre os dois primeiros arcos. o Esse sulco forma o meato auditivo externo e as saliências se fundem para formar a aurícula. • O olho passa a ser bem evidente e o pigmento retiniano já se formou. • A cabeça é muito maior que o tronco e se dobra sobre a grande saliência cardíaca → essa posição da cabeça é responsável pelo encurvamento da região cervical → enquanto o tronco e o pescoço começam a se tornar retos • Intestino começa a entrar no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical para que o intestino possa se acomodar com o rápido crescimento → formando uma hernia fisiológica Sétima Semana De Desenvolvimento • Formam-se depressões entre os raios digitais que separam os futuros dedos • Forma-se o canal vitelino (ducto estreito que antes formava uma comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelínico) • No fim da sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já se iniciou. Oitava Semana De Desenvolvimento • Os dedos das mãos encontram-se separados, mas unidos por membranas o Se visualiza depressões entre os raios digitais dos pés, mostrando o surgimento dos dedos inferiores. • A cauda ainda está presente, porém é mais curta e rombuda → ao final todos os sinais da cauda desaparecem • O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa em torno da cabeça • Ao final da oitava semana todas as regiões dos membros estão aparentes, os dedos se alongam e estão completamente separados. o Ocorre os primeiros movimentos propositais dos membros • Ossificação começa nos membros inferiores, no fêmur • Embrião possui uma feição nitidamente humana, porém a cabeça é muito maior que o restante do corpo o As pálpebras estão se fechando por fusão epitelial o As aurículas estão adquirindo a forma final, porém ainda estão implantadas mais abaixo da cabeça. • Intestino ainda se encontra na porção proximal do cordão umbilical • Ainda não é possível fazer diferenciação sexual por observação da genitália externa, apesar de já ter algumas diferenças OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Desenvolvimento Fetal Trimestres Gestacionais • A gestação é dividida em três trimestres sendo eles: o Primeiro trimestre → formação de todos os principais sistemas → 0-12 semanas o Segundo trimestre → crescimento em tamanho e surgimento das principais anomalias → 12-24 semanas o Terceiro trimestre → aumento do peso e possibilidade de sobrevivência extrauterina → 24-36 semanas • Durante a 9ª semana até o nascimento, inicia-se então o período de desenvolvimento fetal, relacionado ao rápido crescimento do corpo e diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas, tendo alguns eventos marcantes o Diminuição relativa do crescimento da cabeça comparado ao corpo o Taxa de crescimento elevada o Ganho de peso significativo nas últimas duas semanas PRINCIPAIS EVENTOS De Desenvolvimento DA 9ª A 12ª SEMANA • No início da 9ª semana a cabeça é quase metade do corpo total do feto → até a 12ª ocorre uma rápida aceleração do crescimento corporal, que faz com que ao final desta o feto já tenha o dobro do comprimento o E há diminuição do crescimento da cabeça, porém ela continua desproporcionalmente grande. • Ocorre alteração na face do feto, pois na 12ª os centros de ossificação primária já aparecem, em especial no crânio e ossos longos. o Os olhos já estão bem separados e as orelhas têm uma baixa implantação. • Os membros superiores alcançam o comprimento final relativo, enquanto os membros inferiores ainda são menores. • A genitália externa tem a sua forma fetal madura já está estabelecida ate a 12ª semana, sendo possível diferenciar os sexos. • Na metade da 10ª semana, as alças intestinais são visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical, e na 11ª o intestino retorna para o abdômen que agora consegue comportar internamente. • Até a 9ª semana o fígado ainda é o local de formação de hemácias principal → depois da 12ª, o baço assume essa função. • Inicia a formação da urina nesse período, sendo que a essa urina forma o líquido amniótico → o feto absorve uma parte e depois deglute, para passar os resíduos para a circulação da mãe pela membrana placentária. PRINCIPAIS EVENTOS DA 13ª A 16ª SEMANA: • Durante esse período o crescimento é muito rápido, o que faz com que a cabeça "diminua" mais em relação ao corpo, e que os membros inferiores fiquem mais compridos. • O feto começa a se movimentar, porém são movimentos discretos que muitas vezes só são notados por USG • A ossificação do esqueleto é ativa e os ossos podem ser vistos na ultrassonografia já no início da 16ª semana. • Nos fetos do sexo feminino, na 16ª semana os ovários se diferenciam e já contém os folículos primordiais com ovogonias. • Na face ocorre a migração dos olhos para a posição anterior (que antes era anterolateral) o Movimentos lentos dos olhos ocorrem com 14 semanas o O padrão dos cabelos do couro cabeludo tambem é determinado aqui • Geralmente nesse período o feto já possui 11 cm e cerca de 110 gramas PRINCIPAIS EVENTOS DA 17ª A 20ª SEMANA: • O crescimento começa a ficar mais lento, porém continua ocorrendo → aumenta o CR em cerca de 50 mm o Os movimentos fetais já podem ser percebidos pela mãe • A pele é coberta por um material gorduroso secretado pelas glândulas sebáceas do feto, junto a células mortas da epiderme, a verniz caseosa → protege a pele do bebé da exposição ao líquido amniótico, que poderia causar abrasões, rachaduras... o Com 20 semanas, o corpo fetal é coberto por lanugo (uma penugem delicada que recobre o corpo todo) que ajuda a manter a verniz caseosa presa a pele o Ocorre o desenvolvimento da gordura parda, principalmente na base do pescoço, importante local de produção de calor pela oxidação de ácidos graxos. • Com 20 semanas, também são visíveis as sobrancelhas e os cabelos. • Com 18 semanas, o útero está formado e a canalização da vagina já começou. o Em fetos masculinos, com 20 semanas os testículos começam a descer, mas apenas até a parede abdominal posterior. • Geralmente nesse período o feto possui cerca de 300 gramas PRINCIPAIS EVENTOS ENTRE A 21ª E A 25ª SEMANA: • Há um ganho substancial de peso durante este período e o feto já está mais bem proporcionado • A pele fica enrugada e menos translúcida, com uma cor entre rosa e vermelho por conta dos capilares sanguíneos. • Com 21 semanas, começa a ocorrer movimentos rápidos dos olhos • Inicia o desenvolvimento dos pulmões → brônquios e bronquíolos crescem e dutos alveolares se desenvolvem OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 o Com 24 semanas, os pneumócitos tipo II dos septos interalveolares começam a secretar surfactante, porém o sistema respiratório ainda é imaturo o Em fetos femininos o pneumócito tipo II produzsurfactante de forma mais eficiente que o feto masculino • Inicia-se o desenvolvimento das unhas das mãos • Geralmente ao final desse período o feto possui cerca de 600 gramas o A partir da 25ª semana o feto já pode sobreviver se nascido prematuro, porém a chance de morte é extremamente elevada devido a imaturidade do sistema respiratório. • Entre 24 e 28 semanas o feto ainda pode mudar de posição, depois disso normalmente ele não consegue por conta do tamanho PRINCIPAIS EVENTOS DA 26ª A 29ª SEMANA: • Nesse período os pulmões e os vasos pulmonares já possuem a capacidade de realizar troca gasosa adequada. • O SNC já sofreu um amadurecimento e consegue controlar os movimentos respiratórios e a temperatura corporal. • A partir desse período o feto inicia o funcionamento do ciclo circadiano, começando a dormir em 90% do tempo → os 10% são marcados por movimentos de autodefesa ocasionados pelo reflexo do susto. • Com 26 semanas, as pálpebras se abrem, e o lanugo e os cabelos estão bem desenvolvidos • As unhas dos dedos dos pés tornam-se visíveis, e a gordura subcutânea desenvolve-se, eliminando as rugas da pele o Nesse período, a quantidade de gordura amarela aumenta para cerca de 3,5% do peso corporal • O baço passa a realizar apenas a hematopoiese → com 28 semanas, a medula óssea assume essa função • Geralmente nesse período o feto já possui cerca de 1,1kg com cerca de 25cm PRINCIPAIS EVENTOS DA 30ª A 34ª SEMANA: • O reflexo pupilar dos olhos à luz pode ser induzido com 30 semanas. • No fim deste período, a pele é rosada e lisa, e os mmss e mmii parecem gordos → qtd de gordura amarela aumenta para 8% o O feto geralmente possui cerca de 2,2 kg e 40 cm • A partir da 32ª a maioria dos que nascem prematuros já conseguem sobreviver. o Quando um feto com peso normal nasce durante este período, ele é considerado prematuro pela data, em oposição aos que são prematuros pelo peso PRINCIPAIS EVENTOS ENTRE A 35ª E A 38ª SEMANA: • Fetos com 35 semanas seguram-se com firmeza e se orientam espontaneamente à luz • Quando quase a termo, o sistema nervoso está suficientemente maduro para efetuar algumas funções integrativas. • Crescimento começa a ficar mais lento → feto ganha 14g por dia o Na 36ª semana, as circunferências da cabeça e abdome são quase iguais, com posterior aumento do abdome. • Com 37 sem o pé passa a ser um pouco maior que o comprimento do fêmur, sendo indicador de idade gestacional na USG • A quantidade de gordura amarela sofre um aumento para 16% do peso total. o Durante a 36ª semana é comum que o feto alcance a marca dos 3,4 kg e 50 cm. • Em fetos masculinos, na 38ª semana, o testiculo já se encontra no escroto, geralmente Fisiologia Fetal Sistema Cardiovascular • O SCV fetal apresenta características próprias, diferindo da circulação neonatal, pois a nutrição e oxigenação fetais dependerem da placenta, que proporciona um ambiente intrauterino com baixas concentrações de O2 o As comunicações vasculares presentes exclusivamente no organismo fetal determinam fluxos preferenciais de sangue que suprem a demanda fetal por oxigênio e nutrientes → ducto venoso, forame oval e canal arterial • O cordão umbilical liga o feto à placenta, sendo composto por 2 artérias e 1 veia → a veia leva sangue oxigenado da placenta (do organismo materno para o feto), e as artérias trazem de volta o sangue com menor teor de O2 do feto para a placenta o No feto, a veia umbilical penetra o fígado, e ocorre a primeira das comunicações vasculares → ducto venoso. • Metade do fluxo sanguíneo da veia umbilical é direcionada para o sistema venoso porta-hepático, e a outra metade é direcionada pelo ducto venoso, à veia cava inferior, e daí diretamente ao coração, pelo átrio direito • No coração, a maior parte do sangue no AD vai para o átrio esquerdo pelo forame oval, evitando a passagem pelo leito pulmonar, que não realiza trocas gasosas durante a vida fetal o A parte do sangue que chega ao VD é ejetada pelo tronco da pulmonar, com grande resistência no leito vascular pulmonar → ocorre retorno de sangue do tronco pulmonar pelo canal arterial, que direciona para a aorta descendente • Há, ainda, pequena quantidade que passa pelo leito pulmonar e retorna ao AE pelas veias pulmonares, misturando-se com o sangue oxigenado → ao chegar ao VE, o sangue é ejetado pela aorta, retornando à placenta através das artérias • Há suprimento adequado de O2 aos tecidos apesar da sua baixa tensão na circulação fetal, que se deve a → HbF com alta afinidade pelo O2, baixo consumo de O2 nos tecidos e presença de uma circulação que privilegia os órgãos nobres OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ❖ O desenvolvimento das células sanguíneas tem início nos primeiros 2 meses de vida intrauterina → nas primeiras fases, a hematopoese se inicia na vesícula vitelínica → no feto, passa ao fígado e depois na medula óssea após o quinto mês • O processo da eritropoese é controlado pela eritropoietina fetal, inicialmente produzida no fígado e depois nos rins → ela tem baixas concentrações plasmáticas, mas é funcionante, pois o hematócrito é mantido durante todo o desenvolvimento fetal Sistema Respiratório • O desenvolvimento pulmonar é dividido → embrionário (3-7 sem), pseudoglandular (8-16), canalicular (17-25) e sacular (28-35) • O período alveolar ocorre a partir de 36 semanas e não se completa antes dos 8 anos de idade • A partir do estágio canalicular, o pulmão fetal é preenchido por líquido composto pelo fluido alveolar→ a presença de LA em quantidades normais durante o desenvolvimento é crucial para a formação e função adequada dos alvéolos e árvore brônquica o A força exercida pelo LA dentro das vias aéreas promove seu crescimento a partir da distensão mecânica e estímulo à produção de diversos fatores de crescimento, além do estímulo à expressão de fibras de colágeno e elastina • Para que a função pulmonar ao nascimento seja efetiva, a presença do surfactante pulmonar é essencial → se não presente ou em quantidades inadequadas, a expansão pulmonar é dificultada e a troca gasosa fica prejudicada o Ele é produzido pelas células epiteliais pulmonares – pneumócitos – do tipo II, inicialmente liberado após a 30ª sem → daí em quantidades crescentes até o termo • Os movimentos respiratórios são observados a partir da 11ª semana → apenas movimentos torácicos, refletem o amadurecimento da função do centro respiratório cerebral e servem para preparar a musculatura o O padrão mais prevalente consiste em movimentos rápidos e de pequena amplitude → na inspiração ocorre retração da caixa torácica e expansão do abdome à custa da contração do diafragma, sem atuação da musculatura intercostal • A maturação pulmonar ocorre ao redor da 35ª sem → na 24 já tem estruturas pulmonares capazes de realizar trocas gasosas. Trato Gastrointestinal • O estômago se forma na quarta semana após a concepção, e nas semanas seguintes ocorre mudança do crescimento e de sua posição, com sua descida para o abdome em torno da sexta/sétima semana • Por volta de 11 semanas, a musculatura da parede gástrica já se encontra desenvolvida → a deglutição fetal inicia-se entre a 10ª e a 12ª semana, quando o intestino delgado adquire discreto peristaltismo e é capaz de transportar a glicose o A maior parte da água do fluido deglutido é absorvida → deglutição fetal exerce papel progressivamente maior na regulação do volume de LA com o evoluir da gestação • O movimento do LA pelo TGI promove o crescimento e o desenvolvimento do canal alimentar • O intestino delgado apresenta peristalse visível à ultrassonografia a partir de 18 semanas de gestação → inicialmente, as ondas peristálticas apresentam movimentos vigorosos e rápidos com duração < 3 segundos o Com o evoluir, os movimentos tornam-se ainda mais vigorosos e de maior duração •O conteúdo do intestino fetal – mecônio – é formado por células fetais descamadas, lanugem e vérnix → contém fragmentos deglutidos e não digeridos que se encontravam no LA → coloração verde-escura causada pela biliverdina • A formação de mecônio inicia-se entre a 16ª e a 20ª semana de gestação ( • O pâncreas fetal responde à hiperglicemia com secreção de insulina, que pode ser detectada no plasma a partir de 12 semanas o A maioria das enzimas pancreáticas está presente após 16 semanas Trato Urogenital • Três conjuntos de órgãos excretores são formados durante o período embrionário → pronefro, mesonefro e metanefro • O rim definitivo, metanéfrico, só se forma se for precedido pelo desenvolvimento normal e subsequente regressão das duas formas primitivas anteriores o O metanefro começa a produzir urina nas 11 a 13 semanas de vida fetal, quando a alça de Henle se torna funcional e se inicia a reabsorção tubular → urina fetal torna-se o componente majoritário do LA a partir da metade do 2º trimestre • Inicialmente são intrapélvicos e depois sofrem ascensão → à medida que sobem, vão se afastando • O rim fetal possui baixo fluxo sanguíneo, recebendo apenas 3% do DC → a TFG é cerca de metade a do rim adulto o A urina é hipotônica em relação ao plasma fetal e apresenta baixas concentrações de eletrólitos Sistema Endócrino • Sistema hipotálamo-hipófise → hipotálamo completamente desenvolvido em 14 semanas • O sistema completa sua formação ao redor de 20 semanas e, por meio dele, a adenoipófise recebe os fatores secretados • Tireoide → hormônios tireoidianos desempenham papel fundamental no crescimento e desenvolvimento de vários órgãos • Na 12ª semana de gestação, a tireoide fetal é capaz de armazenar iodo para a produção de TRH, TSH e hormônios tireoidianos o O TSH estimula a produção hormonal e do crescimento da glândula e o T4 é o principal hormônio tireoidiano produzido na vida intrauterina • Adrenal → por volta da 25ª semana torna-se responsável pela síntese primária de esteroides. • Cortisol produzido na zona externa do córtex, enquanto o sulfato de deidroepiandrosterona é produzido na porção mais interna OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Anexos Embrionários • Os anexos embrionários são as estruturas que derivam dos folhetos germinativos do embrião (mesoderme, ectoderme e endoderme), mas que não fazem parte do seu corpo e desaparecem após o nascimento o Esses anexos participam do desenvolvimento do embrião, auxiliando na nutrição, proteção e trocas de substâncias entre feto e mãe, sendo os anexos os seguintes: Vesícula Vitelina • É o primeiro anexo a ser formado, se assemelha a uma bolsa e tem sua origem a partir do endoderma e mesoderma. • Participa na formação do intestino primitivo na 4a semana, quando ocorre os desdobramentos o Participa na formação do cordão umbilical tambem na 4a semana • Contribui na formação de sangue, iniciando 3a semana na parede externa da vesícula, até a 6ª quando o fígado passa a ser o responsável pela produção de células sanguíneas. Âmnio • Anexo formado a partir da mesoderma e do ectoderma. • Representa uma membrana responsável por envolver integralmente o embrião, formando a cavidade amniótica → no seu interior se encontra o feto mergulhado em líquido amniótico o O liquido é constituído por água (99%), células epiteliais, sais orgânicos e inorgânicos o Proporciona ambiente úmido e garante proteção contra choques mecânicos, desidratação e substâncias patológicas. • É por conta da cavidade e líquido amniótico que o feto possui espaço para pequenas movimentações, que proporcionam o desenvolvimento muscular e impede sua adesão ao âmnio. • No 3º tri, o líquido amniótico se renova a cada 3h e ao final da gestação a velocidade de troca pode atingir 500ml por hora. o Grande parte do líquido é trocado através da própria parede do âmnio, mas a deglutição dele pelo feto é importante na fase final, quando o feto engole cerca de 20ml/h, que é absorvido pela parede intestinal e entra na corrente sanguínea. • O volume normal do líquido amniótico varia de 500 a 1000 ml → qtd excessiva é chamado de hidrâmnio, condição frequentemente associada à gestação múltipla ou alguns casos de malformação Córion • Anexo embrionário mais externo, responsável por envolver o embrião e todos os demais anexos. • Membrana originada a partir do mesoderma e ectoderma, proporcionando proteção mecânica e proteção térmica ao feto. o Tambem relacionado com a defesa contra a entrada de micro-organismos patogênicos no concepto • Participa junto com o alantóide, das trocas gasosas entre o ambiente externo e o embrião. • Surge nas primeiras semanas do desenvolvimento → ao longo da gestação, as vilosidades do pólo embrionário continuam a crescer e se expandir, formando o córion frondoso → e as vilosidades do polo oposto se degeneram e formam o córion liso. • Durante a formação do córion frondoso, ocorre a reação sobre o córion, constituindo uma camada compacta → placa decidual o Possui grandes células com grandes quantidades de lipídeos e glicogênio. • No córion liso, ocorre a decídua capsular, que envolve este com uma camada que se distende e degenera devido ao crescimento da cavidade coriônica→ depois ele entra em contato e se funde com a parede uterina, formando a decídua parietal. • A fusão do âmnio e do córion dá origem a membrana amniocoriônica, a qual oblitera a cavidade coriônica o Essa membrana futuramente se rompe durante o trabalho de parto. Alantóide • Membrana em formato de saco ou vesícula que se origina a partir do endoderma e mesoderma. • Participa dos processos de trocas gasosas e da remoção e armazenamento de excretas produzidas pelo metabolismo do embrião. o Nos seres humanos é pouco desenvolvida, já que a placenta tem tambem função na remoção das excretas. • Sua função em embriões humanos é orientar a formação de vasos sanguíneos extraembrionários, que irão constituir os vasos do cordão umbilical → quando ocorre o fechamento do corpo do embrião o alantoide fica posicionado dentro do cordão Placenta • Tem seu início de formação quando o embrião é implantado no útero, ocorrendo a partir da associação entre o córion, e alantóide e o endométrio uterino → estrutura responsável por diversas funções como: o Realizar as trocas gasosas com transporte de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue materno e o feto. o Fornecer substâncias nutritivas necessárias para o crescimento e desenvolvimento do embrião o Produção de hormônios femininos como progesterona e estrógeno para manutenção da gravidez o Filtrar para a corrente sanguínea da mãe os resíduos que são eliminados pelo feto o Transmitir anticorpos maternos ao feto para gerar imunidade para algumas doenças • Após o nascimento do feto, a placenta geralmente se desprende da parede do útero em cerca de 30min, sendo expelida tambem OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • É o local responsável pela troca de nutrientes e gases entre a mãe e o feto, sem que ocorra o contato entre o sangue dos dois indivíduos → ordem mista que confere a placenta ser um órgão fetomaternal o Possui o componente fetal (córion viloso) e um componente materno (decídua basal). • O sangue da mãe e do feto só tem contato durante o parto, porém em uma proporção muito pequena. Funções Placentária • Realização de troca gasosa, nutrientes, excretas fetais e eletrólitos por meio de difusão simples. o Próximo ao nascimento o feto retira de 20 a 30 ml de oxigênio por minuto da circulação materna o O fluxo de sangue placentário é indispensável para o suprimento de oxigênio, o que chega ao feto depende da quantidade disponível e não da difusão ▪ A troca de nutrientes e eletrólitos é bastante rápida e aumenta à medidaque a gestação avança • Transmissão de anticorpos da classe IgG maternos para conferir imunidade ao feto • Produção de hormônios como HCG, progesterona, estradiol, lactogênio e somatotrofina pelo sinciciotrofoblasto o Ao final do 4o mês a placenta produz progesterona suficiente para manter a gravidez, caso o corpo lúteo seja removido ou não funcione de modo adequado o Também produz estrogênio, que estimula o crescimento do útero e o desenvolvimento das glândulas mamárias. Funcionamento e Circulação Placentário • Na zona juncional feto materna, entre as placas coriônica (feto) e decidual (mãe), há espaços intervilosos repletos de sangue materno, que trazem os nutrientes e captam as excretas por meio de difusão. • Durante o 4ª e 5º mês, a decídua forma septos deciduais, que se projetam aos espaços intervilosos sem atingir a placa coriônica, criando uma série de divisões da placenta que são chamados de cotilédones. • Os cotilédones recebem seu suprimento sanguíneo através de cerca de 100 artérias espiraladas que perfundem a placa decidual até os espaços intervilosos, onde a luz da artéria espiralada é pequena o Isso ocasiona uma pressão arterial extremamente alta, permitindo a irrigação das vilosidades com sangue oxigenado. o Quando a p. diminui, o sangue flui de volta a decídua, onde atinge as veias endometriais e retorna p circulação materna. • Com isso, as trocas placentárias podem ocorrer apenas nas vilosidades que se encontram em contato íntimo com a membrana sincicial de revestimento, uma vez que essa é revestida por microvilosidades. • O sangue materno é separado do sangue fetal através da placa coriônica, que torna a placenta humana hemocorial. • A barreira placentária é inicialmente composta pelo revestimento endotelial dos vasos fetais, tecido conjuntivo, citotrofoblastos e sinciciotrofoblasto → a partir do 4º mês, essa membrana se torna mais fina Cordão Umbilical • Se origina na 4ª semana, a partir da parede do âmnio, do saco vitelino e do alantóide • É circundado pelo âmnio e no seu interior há 2 artérias e 1 veia umbilical, e tecido conjuntivo mucoso (geleia de Wharton), que preenche os espaços entre os três vasos sanguíneos o As paredes arteriais são compostas por fibras musculares e elásticas, que contribui para a constrição rápida dos vasos após o corte do cordão umbilical durante o nascimento. o Nas artérias umbilicais circula o sangue fetal não oxigenado, e que na veia umbilical circula o sangue oxigenado • O comprimento é próximo do comprimento total do feto → media de 50 a 60 cm de comprimento. • Usualmente esta inserido no centro da placenta ou perto dele → há condições em que há inserção na borda ou além, podendo ser observadas em placentas prévias e anomalias/prematuridade LITERATURA: - MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 600 p - Tratado de Obstetrícia da FEBRASGO - Embriologia humana / Evelise Maria Nazari e Yara Maria Rauh Müller. – Florianópolis : BIOLOGIA/EAD/UFSC, 2011 OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ULTRASSONOGRAFIA • USG isolado permite o diagnóstico de no máximo 70 a 80% das malformações estruturais ou anatômicas do feto → depende da acuidade diagnóstica, experiência do operador, tempo despendido para a realização do exame e ualidade técnica do aparelho • Nas diferentes fases da gestação, o ultrassom permite o reconhecimento de elementos distintos da evolução ❖ USG convencional → mais realizado, a partir de 18 semanas em diante • Cabeça, face e pescoço → ventrículos cerebrais, plexo coroide, foice da linha media, cerebelo, lábio superior, prega nucal • Tórax → 4 camaras cardíacas, saída do VE e VE • Abdome → estomago, rins, bexiga, inserção do cordão umbilical e nm de vasos no cordão • Coluna vertebral, membros, genitália • Durante o exame de gestações multifetais, a documentação também inclui o número de córios e âmnios, a comparação das dimensões fetais, estimativa do volume de líquido amniótico em cada saco e a determinação do sexo dos fetos ❖ USG especializado → exame morfológico é uma avaliação anatômica detalhada realizada quando se suspeita de alguma anomalia com base na história, resultado dos testes de triagem ou resultados anormais de um exame convencional • É realizado e interpretado por um examinador experiente, inclui as estruturas anatômicas comumente analisadas o Além de imagens adicionais do cérebro e crânio, pescoço, perfil, pulmões e diafragma, anatomia cardíaca, fígado, formato e curvatura da coluna vertebral, das mãos e pés... • Médico que realiza também precisa determinar caso a caso a necessidade de realizar os outros componentes do exame → ecocardiografia e exame Doppler, perfil biofísico e outras medidas biométricas ❖ USG simplificado → determina volume de líquido amniótico, a localização da placenta ou a apresentação ou a viabilidade fetal o Na maioria, o exame simplificado é apropriado apenas quando a gestante já fez um exame convencional ou morfológico Ultrassom Do Primeiro Trimestre • É a ultrassonografia mais importante durante a gestação, indicada a realização entre 11ª até a 13ª semana → importante para: o Localizar o saco gestacional → demonstrado em USGTV em torno de 5 semanas o Identificar o embrião e/ou vesícula vitelina o Determinar o comprimento cabeça-nádega → índice que indica a idade gestacional o Detectar a atividade cardíaca → a partir de 6 semanas, aos 5mm de comprimento o Determinar o número de fetos, inclusive a amnionicidade e corionicidade dos fetos múltiplos, caso possível o Avaliar a anatomia embrionária/fetal compatível com o primeiro trimestre o Avaliar o feto, os anexos e o fundo de saco ▪ Pode diagnosticar gestação anembrionária, morte emb., gestação ectópica, doença trofoblástica gestacional ▪ Embrião visível ao exame TV quando o diâmetro médio do saco gestacional for 20 mm → quando não é possível, a gestação é anembrionária o Avaliar a região da nuca fetal, quando possivel. ▪ Com base na medida do subcutâneo da nuca do feto entre 11 e 14 semanas pelo plano sagital, podem-se selecionar pacientes para exames invasivos, como a BVC ou a amniocentese (alto risco) ▪ Fundamentado no princípio da correlação entre a espessura nucal aumentada e a doença cromossômica o Avaliar se há ocorrência de anomalias fetais, como acrania, holoprosencefalia, espinha bífida, onfalocele e megabexiga. Ultrassom Do Segundo Trimestre • Deve ser realizado entre a 20ª e a 24ª semana, sendo avaliado: o Confirmar a atividade cardíaca fetal, a quantidade de fetos e a genitália fetal (caso possível) o Definir a apresentação do feto o Avaliar a amniocidade, corionicidade, volume de líquido amniótico e as dimensões fetais ▪ Oligoidrâmnio quando abaixo da faixa normal e, nesses casos, comumente há compactação subjetiva do feto ▪ Hidrâmnio quando é maior que o normal o Confirmar a localização da placenta e sua relação com o orifício interno do colo uterino o Estimar o volume do líquido amniótico o Estimar a idade gestacional o Avaliar o útero, os anexos e o colo o Examinar a anatomia fetal, inclusive a possibilidade de anomalias. Ultrassom Do Terceiro Trimestre • É realizado entre a 32ª e 34ª semana de gestação, sendo importante para: o Avaliar a presença de risco durante o parto o Diagnóstico de tamanho fetal, avaliado a possibilidade de um feto pequeno para a idade gestacional (PIG) ou feto grande para a idade gestacional (GIG) o Presença de macrossomia fetal, quando o peso neonatal é maior que 4,5kg o Avaliar a apresentação fetal e confirmação de aspectos vitais.
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