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1 Embriologia 2 Mecanismo de Fecundação......................................................................................................................3 Primeira Semana do Desenvolvimento Embrionário...............................................................................10 Segunda Semana do Desenvolvimento Embrionário..............................................................................14 Terceira Semana do Desenvolvimento Embrionário...............................................................................20 Quarta a Oitava Semana do Desenvolvimento Embrionário...................................................................30 Sistema Embrionário Musculo Esquelético.............................................................................................35 3 4 Na puberdade, a mulher começa a ter ciclos mensais regulares. Esses ciclos sexuais são controlados pelo hipotálamo. O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), produzido pelo hipotálamo, age nas células do lobo anterior da adeno-hipófise, que, por sua vez, secreta gonadotrofinas. Esses hormônios, o hormônio foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), estimulam as alterações cíclicas dos ovários. No início de cada ciclo ovariano, de 15 a 20 folículos no estágio primário (pré-antral) são estimulados a crescer sob a influência do FSH (o qual também estimula a maturação das células foliculares – granulosas). Em condições normais, apenas um desses folículos alcança a maturidade plena e apenas um oócito é liberado. A teca interna e as células da camada granulosa produzem estrógenos: as células da teca interna produzem androstenediona e testosterona, e as células granulosas convertem esses hormônios em estrona e em 17 β-estradiol. Consequências da produção de estrógeno: • O endométrio uterino entra na fase proliferativa. • O muco cervical torna-se menos espesso para viabilizar a passagem dos espermatozoides. • A adeno-hipófise é estimulada a secretar LH. Consequências do pulso de LH: • Elevação da concentração do fator promotor da maturação, fazendo com que os oócitos completem a meiose I e iniciem a meiose II. • Causa ruptura folicular e a oocitação. Gravidez normal: • 36 semanas: se contar desde o final da fase lútea. 5 • 38 semanas: se contar a partir da ovulação. • 40 semanas se contar desde a última menstruação. Os níveis de prostaglandina aumentam em resposta à onda de LH e causam contrações musculares locais na parede ovariana. Essas concentrações extruem o oócito, que, junto com suas células granulosas circunjacentes da região do cúmulo oóforo, se solta (oocitação) e flutua para fora do ovário. Algumas das células do cúmulo oóforo se rearranjam ao redor da zona pelúcida para formar a coroa radiada. Após a oocitação, as células granulosas que permanecem na parede do folículo roto junto com as células da teca interna são vascularizadas pelos vasos circunjacentes. Sob a influência do LH, essas células desenvolvem um pigmento amarelado e se tornam as células luteínicas, que formam o corpo lúteo e secretam estrógenos e progesterona. A progesterona, junto com alguns estrógenos, faz com que a mucosa uterina entre no estágio progestacional ou secretor, preparando-se para a implantação do embrião. Transporte do oócito: Pouco após a oocitação, as fímbrias da tuba uterina varrem a superfície do ovário e a própria tuba começa a contrair-se ritmicamente. Acredita-se que o oócito, cercado por algumas células granulosas, seja carregado para a tuba por esses movimentos de varredura das fímbrias e pelo movimento dos cílios na superfície epitelial. Uma vez que o oócito esteja na tuba uterina, é propelido por contrações peristálticas da tuba e por cílios na mucosa tubária. • Glóbulo polar: glicoproteínas (são células atrofiadas para mandar energia total ao ovócito secundário no processo de ovulogênese). • Zona Pelúcida: possuem moléculas ZP. Corpo albicans: Se a fertilização não ocorrer, o corpo lúteo alcança o máximo de desenvolvimento aproximadamente 9 dias após a oocitação. Subsequentemente, o corpo lúteo encolhe por causa da degeneração das células lúteas (luteólise) e forma uma massa de tecido cicatricial fibrótico, o corpo albicans. Simultaneamente, a produção de progesterona diminui, causando o sangramento menstrual. Se o oócito for fertilizado, a degeneração do corpo lúteo é evitada pela gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do embrião em desenvolvimento. O corpo lúteo continua a crescer e forma o corpo lúteo gravídico. As células lúteas amareladas continuam a secretar progesterona até o final do quarto mês; desse ponto em diante, elas regridem lentamente, conforme a secreção de progesterona pelo componente trofoblástico da placenta se torna adequada para a manutenção da gravidez. oocitação Corpo lúteo Ovócito secundário 6 • Coroa Radiada: grupo de células cúbicas que possuem uma matriz rica em ácido hialurônico. • Grânulos corticais: são lisossomos. Flagelo: 9 pares de microtúbulos periféricos e 1 par central. Moléculas de DINEÍNAS: função de quebra de ATP para liberar energia para o flagelo. Epidídimos: local onde ocorre a maturação dos espermatozoides. Além disso, envolve a cabeça dele com um grupo de moléculas para proteção. BETADEFENCINA: protege o espermatozoide quando do aparelho reprodutor feminino, para que ele não seja destruído como um corpo estranho. → Modificações no espermatozoide: Como o canal vaginal é ácido, o sêmen contribui para a neutralização desse pH (pela presença do líquido prostático), permitindo a passagem de muitos espermatozoides até o colo do útero. No colo do útero existe um muco, que no período de ovulação torna-se mais fluido, facilitando a passagem dos espermatozoides. Além disso, os movimentos do útero e a pressão intravaginal contribuem para essa passagem. A próstata produz o hormônio prostaglandina, o qual estimula o peristaltismo reverso para abrir as paredes uterinas e facilitar a passagem do espermatozoide em direção às tubas uterinas. A enzima vesiculase começa a desnaturar as proteínas do esperma, que fica viscoso no final do canal vaginal e no início do útero. Essa secreção dificulta a passagem de mais espermatozoides, age como um tampão no canal no canal. espermatozoide 7 Hiperativação do espermatozoide: a proteína G, que é uma proteína transmembrana, ativa a enzima adelinatociclase (AMPc) dentro do espermatozoide, a qual cliva o ATP em AMP, aumentando o nível de íons cálcio que, consequentemente, aumenta a dineina (proteína que regula a velocidade do flagelo). Processo pelo qual os gametas masculino e feminino se fundem, ou seja, quando o óvulo se torna capaz de gerar uma vida (anfimixia). Ocorre na região ampular da tuba uterina – porção mais larga da tuba e mais próxima ao ovário. Dura aproximadamente 7 horas. Uma camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas seminais é removida da membrana que recobre a região acrossômica do espermatozoide. Quando retirada, o receptor do espermatozoide fica a mostra e ele passa a ter a capacidade de reconhecer a célula como sendo da mesma espécie. Além disso, a membrana plasmática dos espermatozoides torna-se mais negativa pela perda de potássio, facilitando a entrada de cálcio e de bicarbonato. E permite a produção de AMPc, que contribui para a fusão das membranas do espermatozoide e do ovócito secundário. Se essa retirada não acontecer, o espermatozoide não vai ser reconhecido e não vai ter a capacidade de participar da fecundação, por não conseguir penetrar. Apenas espermatozoides capacitados podem passar da coroa radiada e sofrer a reação acrossômica. Ocorre após a ligação à zona pelúcida. Culmina na liberação de enzimas necessárias para a penetração da zona pelúcida,incluindo substancias semelhantes à acrosina e à tripsina. → Fase 1 – Penetração da coroa radiada: fertilização Capacitação dos espermatozoides Reação acrossômica 8 O espermatozoide penetra com grande liberação de enzimas hialuronidase, já que esta quebra o ácido presente nela. Acredita-se que os outros espermatozoides ajudem o fertilizador a penetrar as barreiras que protegem o gameta feminino. → Fase 2 – Penetração da zona pelúcida: A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o oócito, facilita e mantém a ligação do espermatozoide e induz a reação acrossômica. Tanto a ligação quanto a reação acrossômica são mediadas pelo ligante ZP3, uma proteína da zona. A liberação das enzimas acrossômicas (acrosina) possibilita que os espermatozoides penetrem a zona, entrando em contato com a membrana plasmática do oócito. - ZP3: é ligado no receptor do espermatozoide e ele reconhece que a célula é da mesma espécie. - O receptor ativa a PtnG, a qual vai ativar a fosfolipase que cliva fosfolipídios de membrana. - IP3 (trifosfato de inositol) é produzida e determina o teor de cálcio no meio intracelular (se aumentar, o cálcio promove reações químicas). Com isso, a membrana externa do acrossomo se funde à membrana do espermatozoide, gerando diversos poros para a liberação do conteúdo acrossômico (como acrossina, hialuronidase, colagenase, ptn ácida, betaglucoronidade) é liberado e “rasga” a zona pelúcida. → Fase 3 – fusão entre as membranas do oócito e do espermatozoide: A molécula de fertilina é o que funde ao ovócito secundário (por ptn de reconhecimento), assim o núcleo, as mitocôndrias, os centríolos e o flagelo do espermatozoide penetram. As mitocôndrias paternas são digeridas no citoplasma do óvulo em formação, e, portanto, não participam da fertilização. Por isso, apenas as mitocôndrias femininas contribuem para a formação do zigoto. 9 Liberação dos grânulos corticais no espaço perivitelínico. O potencial de membrana do ovócito secundário é alterado de -70mV para +20mV, o que impede a entrada de novos espermatozoides, ou seja, impede a polispermia. O início da reação cortical está relacionado com o aumento do teor de cálcio intracelular. Isso ocorre porque a fusão permite a ativação da PtnG, que culmina com a produção de IP3 e DAG, que leva ao aumento dos níveis intracelulares de cálcio. A liberação das enzimas lisossomais dos grânulos corticais são liberadas e alteram as propriedades da zona pelúcida, para evitar a penetração do espermatozoide e inativar os locais de receptores. Com a penetração do espermatozoide no ovócito secundário (fecundação), este completa a segunda divisão meiótica, formando o segundo corpúsculo polar e óvulo maduro, que consiste em 23 cromossomos maternos. Estes descondensam e o núcleo, agora do óvulo, torna-se o pró-núcleo. O núcleo do espermatozoide aumenta e forma o pró-núcleo masculino. Os pró-núcleos duplicam o DNA, e cada cromossomo passa a ter duas cromátides. Singamia: ambos os pró-núcleos perdem o envoltório nuclear. Em seguida, os cromossomos voltam a se espiralarem e se posicionam no plano equatorial da célula., mecanismo chamado de anfimixia. O centríolo proveniente da parte paterna duplica duas vezes e posicionam os pares nos polos do zigoto. Os cromossomos posicionam-se na linha do fuso (fase de metáfase) para iniciar a primeira divisão do zigoto, dando início ao desenvolvimento embrionário. Primeira divisão celular: formação de blastômeros. • O ovócito secundário finaliza a meiose II – forma o óvulo. • Restaura o número diploide de cromossomos. • Mistura de cromossomos – determina a variabilidade genética. • Determina o sexo cromossômico do embrião. • Início da clivagem/segmentação do zigoto. A singamia e a anfimixia correspondem ao processo de fertilização que determina a formação do zigoto (célula já com 46 cromossomos). Reação cortical Reação zonal Fusão dos pró-núcleos Objetivos da fecundação 10 11 O ovócito é recolhido pelas fímbrias das tubas uterinas, que, em seguida, é levado para a ampola (localizado no terço superior da tuba uterina) por movimentos peristálticos deste órgão. → esse é o local normal de encontro com o espermatozoide. Os eventos moleculares provocam a liberação de cálcio, estimulando o ovócito II a completar a 2ª divisão meiótica (e formação do 2ª glóbulo polar e do óvulo). O óvulo tem vida efêmera. Seu núcleo contem 23 cromossomos provenientes de origem materna. A via de sinalização envolve a ativação de uma fosfolipase que cliva fosfolipídeos de membrana e produz trifosfato de inositol. Este estimula o retículo endoplasmático liso e liberar cálcio intracelularmente promovendo as modificações citadas anteriormente. Dentro do óvulo: os gametas masculino e feminino aumentam de volume (porque se tem a replicação do DNA e cada cromossomo passa a ter duas cromátides) formando os pró-núcleos. Fusão das membranas dos pró-núcleos formando o zigoto. → ocorre pela fusão das membranas do pró-núcleos. Os cromossomos duplos alinham-se na placa metafásica iniciando a primeira clivagem. O zigoto formado entra em clivagem e as células derivadas da clivagem liberam o fator inicial de gravidez, que suprime a defesa imunológica da mãe contra o embrião e ativa as mitoses. • Primeira mitose: 30 horas após a fecundação. - longitudinal. - 2 blastômeros. • Segunda mitose: 4 blastômeros. - perpendicular à primeira. • Terceira mitose: 60 horas após a fecundação. - 8 blastômeros. - meridional às anteriores. À medida que as mitoses ocorrem, as células tornam-se cada vez menores (por estarem envolvidas pela zona pelúcida) e recebem o nome de micrômeros. fecundação fertilização 12 Essas três primeiras clivagens são envolvidas pela zona pelúcida e possuem células geneticamente iguais e totipotentes. A partir da 3ª clivagem, as novas divisões seguem planos diferenciados formando células de tamanhos diferentes. Isso ocorre porque o posicionamento dos centríolos, a trama do citoesqueleto, principalmente dos filamentos de actina e miosina junto às diferenças superficiais das membranas plasmáticas, formam diferentes posições de sulcos de divisão celular. Aglomeração de células totipotentes provenientes das mitoses iniciais do embrião. Formada do terceiro para o quarto dia do desenvolvimento embrionário. - 16 a 32 blastômeros. - 4º DIA → COMPACTAÇÃO: células mais unidas por zonas de oclusão, desmossomos e pontes citoplasmáticas. Células internas tornam-se mais reunidas (por zônulas de oclusão e mediado por glicoproteínas de adesão da superfície celular) → importante na segregação das células da mórula que formarão o embrioblasto. - 5º DIA → SEGMENTAÇÃO: a mórula “absorve” fluido da cavidade uterina, que atravessa a zona pelúcida, determinando a formação da cavidade blastocística ou blastocele. Começa a espremer as células internas, distanciando-as das células de periferia. - massa celular interna: forma o embrioblasto, que mais tarde origina os tecidos do embrião em si. - massa celular externa: forma o trofoblasto, que mais tarde contribui para a formação da placenta e os outros anexos embrionários. - blastocisto inicial: a zona pelúcida começa a se degenerar, facilitando a absorção de líquidos e possibilitando que a implantação comece. 5º/6º DIA: degeneração da zona pelúcida, permitindo o aumento do blastocisto (blastocisto tardio). Por serem totipotentes, essas células são capazes de desenvolver isoladas e formar novos embriões. → material genético único, pode-se determinar a formação de gêmeos univitelinos por erro de divisão. A permanência da zona pelúcida durante o início do desenvolvimento embrionário impede que a implantação do zigoto ocorra em locais inadequados. Especializações de membrana:- Células da periferia: desmossomos e zônulas de oclusão (função: adesão e coesão / evitar a difusão livre de substâncias externas ao embrião). - Células do meio (maiores): junções comunicantes (função: canais que permite a comunicação entre os citoplasmas). mórula blastocisto 13 As células do trofoblasto produzem uma proteína imunossupressora, que inibe o mecanismo de defesa da mãe (serve como teste precoce de gravidez). O blastocisto flutua na cavidade uterina sendo alimentado pela secreção das glândulas uterinas. Como a zona pelúcida já se degenerou, o blastocisto inicia sua adesão à parede do útero (endométrio). O trofoblasto diferencia-se em duas camadas e no sétimo dia do desenvolvimento, o embrioblasto delamina e forma o hipoblasto. (o restante das células desta região continua a receber o nome de embrioblasto). Externamente na região do embrioblasto está ocorrendo o desenvolvimento do sinciciotrofoblasto erosivo. → Trofoblasto se diferencia em duas regiões: • Sinciciotrofoblasto Erosivo: começa a liberar enzimas e corrói os tecidos do endométrio, permitindo o início da nidação do embrião no útero. - secreta HCG, impedindo a degeneração do corpo lúteo. • Citotrofoblasto: delimita o embrião. - fornece células para o sinciciotrofoblasto, à medida que passa por mitoses. - rasga os vasos sanguíneos. A implantação em nível molecular envolve integração de moléculas do sinciciotrofoblasto e do tecido endometrial (colágeno, integrinas, laminina e ácido hialurônico participam dessa adesão). Em seguida, enzimas, do tipo colagenase, digerem a matriz extracelular do endométrio, permitindo a penetração do embrião em desenvolvimento na parede uterina. Neste período, a liberação de histamina promove vasodilatação e edema, leucócitos penetram no endométrio e produzem moléculas, as quais impedem que o mecanismo de defesa da mãe reconheça o embrião como corpo estranho. As células do sinciciotrofoblasto produzem proteínas de adesão, que se ligam ao epitélio endometrial. → Implantação invasiva: o embrião penetra na camada superficial do endométrio (parte posterior do endométrio é o melhor lugar para o embrião se fixar). - Hipoblasto (camada de células cúbicas): marca o 7º dia do desenvolvimento embrionário. 14 15 No final da primeira semana, o embrião está implantado somente superficialmente à parede do útero. Ocorre durante um período restrito entre 6 a 10 dias após a ovulação e a fecundação. Conforme o blastocisto se implanta, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em duas camadas: citotrofoblasto (interna, mitoticamente ativa) e sinciciotrofoblasto (multinucleada que se expande rapidamente). O sinciciotrofoblasto continua a crescer devido à proliferação de células do citotrofoblasto e invade ainda mais o endométrio uterino. As células provenientes do citotrofoblasto perdem sua membrana plasmática e o citoplasma é anexado ao sinciciotrofoblasto aumentando o seu tamanho. Muitas células do endométrio sofrem apoptose, facilitando a implantação. O embrioblasto se delamina em epiblasto (com células colunares), formando um embrião com duas camadas → embrião bilaminar ou disco embrionário. - embrião = epiblasto dorsal (células cilíndricas altas), voltado para a cavidade amniótica + hipoblasto ventral (células cúbicas) adjacente `a cavidade exocelômica → dão origem ao corpo do embrião. Um grupo de células achatadas do epiblasto delimita uma cavidade e forma a membrana amniótica. Logo, as células amniogênicas (os amnioblastos) se separam do epiblasto e formam o âmnio, que reveste a cavidade amniótica. → âmnio: 1º anexo embrionário a ser formado (entre o citotrofoblasto e o embrioblasto). Simultaneamente o hipoblasto produz células que recobrem a blastocele, formando a membrana exocelômica. Blastocele → cavidade exocelômica. Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptivo. As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular (integrinas), citocinas, protaglandinas, hormônios (gonadotrofina coriônica humana [hCG] e progesterona), fatores de crescimento, enzimas de matriz extracelular e outras enzimas (metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo. Além disso, as células endometriais ajudam a controlar a profundidade de penetração do blastocisto. Término da implantação do embrião 7º/8º dia 8º ao 10º dia 16 Quando o embrião está implantando, o endométrio reage. - Reação decidual: células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênio e lipídeos, e assumem um aspecto poliedro se transformando em células deciduais. Além disso, os capilares contínuos tornam-se sinusóides durante essa reação (o endométrio passa a ser chamado de decídua). Este tecido envolve o concepto e suas células formam junções de adesão que impedem a migração do embrião implantado. (membrana de Heuser = membrana exocelômica). O embrião está totalmente inserido no endométrio. → 10º dia: tampão fibrinoso: o fibroblasto, uma célula decidual, passa a produzir colágeno para fechar a região por onde o embrião entrou – ele é totalmente coberto pelo epitélio no 12º dia. As células deciduais produzem inibidores enzimáticos e que modulam a ação de hidrolases liberadas pela sinciciotrofoblasto. Partes do sinciciotrofoblasto estão sendo degradadas (formam-se lacunas), por causa de apoptose – morte programada. Isso acontece quando o embrião já está totalmente implantado. Fluido dos espaços lacunares, o qual chega ao disco embrionário por difusão e fornece material nutritivo ao embrião, é chamado de embriotrofo. - Circulação uteroplacentária primitiva: ainda não possui placenta (o sinciciotrofoblasto é um dos componentes dela), mas já nutre o embrião. O sangue oxigenado passa para as lacunas a partir das artérias endometriais espiraladas, e o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. Desde o 7º dia, o sinciciotrofoblasto está produzindo HCG (gonodotrofina coriônica humana), hormônio o qual inibe a luteólise, ou seja, estimula o corpo lúteo a continuar a produção de progesterona, mantendo o desenvolvimento do endométrio uterino e impedindo a menstruação. Fim da 2ª semana: a mulher espera menstruar, já que o ciclo menstrual chega no dia 28, porém não acontece porque a concentração de progesterona não cai. Pequenos sangramentos podem acontecer nesse período, mesmo com a mulher grávida, caso algumas partes do útero não estejam recebendo progesterona. Fim da 2ª semana 12º dia 17 A cavidade exocelômica é revestida pela membrana exocelômica, uma camada de células epiteliais pavimentosas simples, e o teto dela pelo hipoblasto, uma camada de epitélio cúbido simples. Esta membrana passa a ser, gradativamente, substituída e o conjunto passa a ser denominado saco vitelino primitivo ou primário (também chamado de vesícula umbilical primitiva). O disco embrionário agora se situa entre a cavidade amniótica e a vesícula. → Tecido mesoderma extraembrionário: camada de tecido conjuntivo frouxo produzida pelas células do endoderma da vesícula. Ele fica entre o âmnio e a vesícula umbilical, e entre o citotrofoblasto e o saco vitelino primário. Esse tecido mostra a formação de espaços (denominados celômicos extraembrionários) e quando eles se fundem uma cavidade chamada celoma extraembrionário é formada. Esta começa a dividir o mesoderma extraembrionário em dois folhetos: o somático (que envolve o âmnio e está em contato com o citotrofoblasto) e o esplâncnico (que envolve o saco vitelino). → Pedículo do embrião ou de conexão: região do mesoderma extraembrionário que não se forma celoma extraembrionário. → localdo futuro cordão umbilical, indicando no embrião a região caudal. Além disso, a expansão desta pressiona o saco vitelino primário, o qual se separa em duas partes. A parte remanescente voltada para o embrião forma a vesícula umbilical secundária (ou o saco vitelino secundário). → 2º anexo embrionário. A outra parte é absorvida. 18 A vesícula umbilical dos humanos não contém vitelo; entretanto, possui funções importantes – por exemplo, ela é o local de origem das células germinativas primordiais. Ela pode ter função também na transferência seletiva de nutrientes para o embrião. → Vilosidades coriônicas primárias: amontoado de células do citotrofoblasto que não estão indo para o sinciciotrofoblasto (são o primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta). → Saco coriônico: sinciciotrofoblasto + citotrofoblasto + folheto somático do mesoderma extraembrionário. → 3º anexo embrionário a ser formado: córion (membrana fetal mais externa). → Placa pré-cordal: Em uma região do hipoblasto, oposta ao pedículo do embrião, as células tornam-se cilíndricas formando a placa pré-cordal. → futuro local da membrana bucofaríngea e, em sequência, da boca – marca a região cranial (o oposto é o caudal). O embrião neste período está envolvido dorsalmente pela cavidade do âmnio e ventralmente pela cavidade do saco vitelino secundário. 14º dia 19 Marca uma orientação para a migração de células que vão permitir o desenvolvimento de tecidos, órgãos e sistemas do corpo do embrião – “comunica” ao embrião os eixos de formação/orientação. O saco vitelino secundário e o âmnio são envolvidos pela cavidade coriônica, suja parede, o córion, é um componente da placenta, e o seu crescimento se faz na cavidade uterina. 20 21 Caracteriza-se por: • Aparecimento da linha primitiva; • Formação da notocorda; • Formação do disco trilaminar; • Desenvolvimento embrionário inicial do sistema circulatório. Essa semana coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, isto é, 5 semanas após o primeiro dia do último período menstrual normal. → aproximadamente nesse período, uma gravidez normal pode ser detectada por ultrassonografia. Tecido conjuntivo do embrião formado pela migração de células do epiblasto (aparece pouco tempo depois da linha primitiva). Formação histológica: pequenas células fusiformes, frouxamente organizadas em uma matriz extracelular de fibras colágenas esparsas. À medida que se diferencia, esse tecido dá formará quase todos os tecidos conjuntivos do indivíduo adulto. Primeiro sinal morfológico da gastrulação. No início da 3ª semana, forma-se uma linha mediana na superfície dorsal do epiblasto devido a clivagens das próprias células dessa camada do embrião, que cresce na direção da placa pré-cordal. Essa linha permite a migração de células do epiblasto. Após o aparecimento da linha, é possível identificar o eixo craniocaudal; as extremidades cranial e causal; as superfícies dorsal e ventral do embrião. → NÓ PRIMITIVO: aglomerado de células que se forma na extremidade cranial da linha primitiva, ou seja, extremidade voltada para a placa pré-cordal. → SULCO PRIMITIVO: surge simultaneamente ao nó e é uma invaginação que se forma ao longo da linha primitiva. → FOSSETA PRIMITIVA: continuação do sulco que se forma no nó primitivo. mesênquima Linha primitiva 22 A linha sofre mudanças degenerativas e desaparece no final da quarta semana. Processo pelo qual as três camadas germinativas – que são as precursoras de todos os tecidos embrionários e a orientação axial – são estabelecidas nos embriões. O disco embrionário bilaminar (epiblasto + hipoblasto) é convertido em um disco trilaminar (mesoderma + endoderma + ectoderma). É o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo). Durante essa semana, o embrião é referido como uma gástrula. Advém da diferenciação das células do epiblasto (tem que migrar uma quantidade suficiente para que seja possível a formação de órgãos). Dá origem a tecidos e órgãos específicos: • O ectoderma intraembrionário (células remanescentes na superfície do epiblasto) dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. • O endoderma intraembrionário (células do epiblasto que migraram pela linha primitiva e substituíram parte do hipoblasto + células deste) é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. • O mesoderma intraembrionário (formado por células do mesênquima) dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele gastrulação Camadas germinativas 23 é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. Um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal (voltada para o pedículo do embrião) do saco vitelino. Durante a maior parte do desenvolvimento, o alantoide persiste como uma linha que se estende da bexiga urinária até a região umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos corresponderá ao ligamento umbilical mediano. Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como consequência, adquirem os destinos de célula mesodérmica. Essas células então migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva, formando um cordão celular mediano, o processo notocordal → cresce cranialmente entre o ectoderma (dorsal) e o endoderma (ventral) na direção da placa pré-cordal. → CANAL NOTOCORDAL: lúmen do processo. → invaginado pela fosseta. A parte ventral do processo notocordal (fundido com o endoderma do saco vitelino) sofre apoptose até desaparecer. A fosseta primitiva se torna o canal neuroentérico (neuro: porque há a formação da placa neural na parte amniótica; entérico: porque o saco vitelino contribui para a formação do intestino). Na parte dorsal, as células se proliferam formando inicialmente a placa notocordal, a qual se dobra originando a notocorda. → NOTOCORDA: cordão longitudinal que serve como eixo de sustentação do embrião. (HISTOLOGICAMENTE: tecido conjuntivo fibroelástico). → induz as células do ectoderma a se NÚCLEO PULPOSO: derivado adulto da notocorda, já que esta se degenera. É a região mediana dos discos intervertebrais formado por um tecido conjuntivo rico em substâncias hidrófilas. → uma parte gelatinosa que impede o choque entre as vértebras. COLUNA VERTEBRAL: advém do mesoderma para-axial. alantoide Processo notocordal 24 espessarem formando a placa neural; induz a formação dos corpos vertebrais; induz o sequenciamento inicial de formação do pâncreas. → PLACA NEURAL: espessamento do ectoderma suprajacente, por indução da notocorda em desenvolvimento, até a região cefálica. (HISTOLOGICAMENTE: células colunares). A formação da placa neural acontece simultânea e proporcionalmente à formação da notocorda. → 18º dia: a placa se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais (as bordas laterais da placa neural, advindas das extremidades dorsais proeminentes do sulco neural) em cada lado. No final da 3ª semana, as pregas neurais começam a se fusionar do centro para as extremidades (a fusão total forma o tubo neural → 4ª semana).→ CRISTAS NEURAIS: parte dorsal da prega neural → formam colunas de células laterais ao tubo neural. → NEURÓPOROS: abertura das pregas (antes da fusão total). • Neuróporo Rostral/Anterior/Cefálico: forma o encéfalo (se fecha no 25º dia). • Neuróporo Caudal ou Posterior: forma a medula (se fecha no 27º dia). Se caso a parte anterior do tubo neural não se fechar não fechar corretamente, podem-se formar anomalias: anencefalia, meroanencefalia. Se caso a parte posterior do tubo neural não se fechar, podem-se formar anomalias: espinha bífida. Formação do mesoderma 25 Dados de pesquisa sugerem que moléculas de sinalização (fatores nodais) da superfamília do fator transformador de crescimento β induzem a formação do mesoderma. → MESODERMA CARDIOGÊNICO: grupo de células da parte cranial da linha primitiva que migram para frente da placa pré-cordal. Abrem-se pequenas lacunas no mesoderma cardiogênico, que confluem dando origem ao celoma cardiogênico. → MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO: se divide em três. • Para-axial (parte amarela): células do epiblasto que migraram da região caudal do nó e região cranial da linha primitiva → no final dessa semana, se diferencia, se condensa e começa a se dividir em corpos cuboides pareados: somitos. • Intermediário (parte verde): células do epiblasto que migraram da região intermediária da linha → formará o sistema urogenital. • Lateral (parte azul): células do epiblasto que migraram da região caudal da linha primitiva → será dividido pelo celoma intraembrionário. Nas extremidades cefálica e caudal do embrião, não se verifica a formação de mesoderma intraembrionário, assim o ectoderma faz contato com o endoderma intraembrionário, suas células se fusionam constituindo as membranas: • MEMBRANA BUCOFARÍNGEA ou OROFARÍNGEA: região do embrião voltada para a placa pré- cordal, onde o ecto e o endoderma estão juntos. • MEMBRANA CLOACAL: região do embrião voltada para o pedículo do embrião, onde o ecto e o endoderma estão juntos. Pares de protuberâncias que crescem no mesoderma para-axial, da região cranial para caudal (são cerca de 42 ou 44 pares). somitos 26 → ESCLERÓTOMO: proliferação de células que envolvem o tubo neural → forma as vértebras (dos dois lados, já que são pares). → DERMÁTONO: proliferação de células que vão produzir a derme. → MIÓTOMO (ou células musculares dorsomediais): proliferação de células que vão produzir a musculatura estriada. O tubo neural contribui com a inervação da camada dermomiótono (após a diferenciação). → essa inervação acompanha o crescimento das estruturas formadas. Primordialmente, surgem os espaços celômicos isolados no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico. Quando esses espaços coalescem, uma única cavidade em formato de ferradura é formada: celoma intraembrionário. À medida em que se diferencia, ocorre a sua subdivisão em cavidades pericárdica, pleurais e peritoneal (2º mês). Divide o mesoderma lateral em duas camadas: • SOMÁTICA OU PARIETAL: localizado abaixo do epitélio ectodérmico, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio. • ESPLÂNCNICA OU VISCERAL: localizada adjacente ao endoderma, que é contínuo com o mesoderma extraembrionário que reveste a vesícula umbilical (ou saco vitelino). → Somatopleura: folheto somático + ectoderma. → cobre a região dorsal do embrião, parede externa do corpo. → Esplancnopleura: folheto esplâncnico + endoderma. → cobre a região ventral do embrião, parede interna do corpo. Como as duas últimas camadas citadas estão localizadas na região dorsal do somito, são chamadas, em conjunto, de DERMOMIÓTONO. Celoma intraembrionário 27 As ilhotas sanguíneas vieram de células do saco vitelino secundário. O coração e os grandes vasos provêm de células mesenquimais da área cardiogênica. Durante a 3° semana os tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3° semana o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária. → ANGIOBLASTOS: são células da periferia. Se diferenciam na parede epitelial do vaso sanguíneo. ➢ A angiogênese começa no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. ➢ A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos – ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, os angioblatos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas cavidades se unem formando redes de canais endoteliais. → HEMANGIOBLASTOS: são células internas. Dá origem às hemácias (nesse início, são nucleadas). Desenvolvimento embrionário inicial do sistema circulatório – 21º dia 28 • VASCULOGÊNESE: produção de vasos sanguíneos pelas ilhotas (acontece somente na 3ª semana, após é trabalho da angiogênese). • ANGIOGÊNESE: ramificação de vasos pré-existentes. → TUBOS ENDOCÁRDICOS I: união dos vasos sanguíneos, formados na área cardiogênica (onde o mesoderma cardiogênico foi formado – para frente da placa pré-cordal). Em um corte transversal, esses tubos são constituídos por íntima, túnica muscular, geleia cardíaca e adventícia, portanto, possui uma parede mais espessa. Os tubos ligam-se pela região anterior com as artérias arco faríngeos, derivados do saco aórtico em desenvolvimento; e do lado venoso, ligam-se ao seio venoso que recebe as veias vitekínicas, veias umbilicais e veias cardinais. • Coração primitivo tubular: fusão dos dois tubos endocárdicos formados (já está no espaço da cavidade pericárdica). A íntima dá origem ao endocárdio, a túnica muscular ao miocárdio e a adventícia forma o epicárdio. A geleia cardíaca participa do processo de septação do coração. O epicárdio é derivado de células mesoteliais do seio nervoso; o miocárdio é formado pelo mesoderma esplâncnico que está em volta do celoma pericárdico. Neste período, os vasos sanguíneos formados ligam-se uns aos outros e ao coração formando o sistema circulatório primitivo. → tem comunicação com o cordão umbilical e as vilosidades coriônicas da placenta. Não se distingue o tipo de vaso sanguíneo nesse período, mas sua circulação permite identificar a drenagem e irrigação sanguínea. Começa na 3ª semana. As veias do sistema cardinal drenam o corpo do embrião; as veias vitelinas drenam o saco vitelino; e as veias umbilicais drenam o cordão umbilical. As aortas dorsais irrigam o embrião; a artéria vitelina irriga o saco vitelino; e a artéria umbilical irriga as vilosidades coriônicas da placenta. → VEIA UMBILICAL: leva sangue arterial (rico em O2) da placenta para o coração. circulação 29 → ARTÉRIA UMBILICAL: irriga com sangue venoso (rico em CO2). - CIRCULAÇÃO INCOMPLETA: há, inicialmente, mistura de sangue venoso e arterial. O sangue começa a ser pulsado. → movimentos peristálticos: relaxamento e contração do músculo. Como está ocorrendo a curvatura cefálica do embrião, o coração primitivo passa a situar-se ventralmente e a membrana bucofaríngea toma posição anterior em relação ao coração; o septo transverso fica localizado posteriormente à cavidade pericárdica (este formará o tendão central do diafragma). → VILOSIDADES CORIÔNICAS: • Primárias: correspondem a aglomerados de células do citotrofoblasto no sinciciotrofoblasto (formada na segunda semana). • Secundárias: quando, na terceira semana, estas vilosidades são invadidas por mesênquima. • Terciárias: quando os vasos sanguíneos se desenvolvem nas vilosidades coriônicas secundárias. O sangue chega pelos seios venosos provenientes das veias vitelínicas, umbilicais e cardinais. Em seguida, desemboca nos átrios primitivos, que contraem impulsionando o sangue para o ventrículo primitivo. O único ventrículo enche de sangue e o transfere para o bulbo cardíaco, que envia este sangue para otronco arterioso ou cardíaco. Daí em diante, o sangue encontra as artérias dos arcos aórticos, que irrigam os arcos faríngeos e que desembocam nas aortas dorsais, as quais encaminham o sangue para todo o embrião. 30 31 Decorrente do rápido crescimento do eixo longitudinal em relação às laterais do embrião, ocorre os dobramentos cefálico, caudal e lateral simultaneamente. Ocorrem nos planos mediano (dobramentos cefálico e caudal) e horizontal (dobramento lateral). Parte do saco vitelino secundário é incorporado ao embrião, formando o intestino primitivo (o restante da vesícula é incorporado ao cordão umbilical). O âmnio acompanha o crescimento e o dobramento, envolvendo todo o corpo do embrião externamente. → Intestino primitivo: É um único tubo que pode ser dividido por regiões de origem. Forma o tubo digestivo. É revestido pelo endoderma. • Região da dobra cranial → intestino anterior. forma: faringe, esôfago, intestino delgado (até a parte cranial do duodeno), fígado, pâncreas, vesícula biliar. irrigado pelo tronco celíaco. • (transversalmente) região da dobra lateral → intestino médio. forma: parte caudal do duodeno, jejuno, íleo, intestino grosso (cólon ascendente e parte do transverso). CORPO FECHADO: união das somatopleuras. A dobra lateral separa o celoma extra do intraembrionário. Dobras do embrião 32 irrigado pela artéria mesentérica superior. • Região da dobra caudal → intestino posterior. forma: terço final do cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. irrigado pela artéria mesentérica inferior. No início da quarta semana, as pregas neurais (que formam o tubo neural) na região anterior tornam-se mais espessas, fundem uma na outra formando o encéfalo – que se projeta dorsalmente à cavidade amniótica. → já apresenta dilatações, as vesículas encefálicas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Na região posterior, o tubo neural está desenvolvendo a medula espinal. Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente além da membrana bucofaríngea e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico (causado por apoptose do mesoderma cardiogênico) e a membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. Após o dobramento da cabeça, o septo transverso localiza-se caudal ao coração, onde posteriormente esse se desenvolve no tendão central do diafragma, a separação entre a cavidade abdominal e a torácica. O prosencéfalo diferencia-se em tenlencéfalo e diencéfalo. O rombencéfalo subdivide-se em mielencéfalo – forma o bulbo – e metencéfalo – forma a ponte e o cerebelo. Dobramento do embrião no plano horizontal. É resultado do rápido crescimento da medula espinal e dos somitos. Com o cordão umbilical formado a partir do pedículo do embrião de conexão, a fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celomáticas intra e extraembrionária a uma comunicação estreita. A boca e o ânus são formados, respectivamente, pela membrana bucofaríngea e pela membrana cloacal. Dobra cefálica Dobra lateral 33 O dobramento da extremidade caudal do embrião resulta principalmente do crescimento da parte distal do tubo neural. À medida que o embrião cresce, a eminência caudal (região da cauda) se projeta sobre a membrana cloacal, o futuro local do ânus. Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranial à membrana cloacal, após o dobramento, ela situa-se caudal a esta. → PLACOIDES: espessamento do ectoderma na região de formação de encéfalo. cristalino: dá origem à lente do olho. nasal: dá origem às fossas nasais. → afunda no mesênquima e forma a fosseta nasal, que no decorrer do seu desenvolvimento forma o saco nasal e depois as fossas. → APARELHO FARÍNGEO (final da 4ª semana): arcos faríngeos + sulco + bolsas faríngeas. → dá origem a componentes do pescoço e da cabeça. Proveniente do sulco do primeiro arco faríngeo ocorre o desenvolvimento do meato acústico externo. → BROTO DO MEMBRO SUPERIOR E INFERIOR: proliferação e condensação do mesênquima. → partes cartilaginosas, ainda não é osso. desse momento em diante ocorre a formação dos raios digitais, o desenvolvimento do punho, do cotovelo e do joelho. os dedos das mãos e dos pés se separam totalmente até o final da 8ª semana. → CRISTA METANÉFRICA: dá origem ao rim. rins pronefros (aparece na região cranial no início da 5ª semana e desaparece no final dela também). Dobra caudal 34 rins mesonefros: desaparecem no final da 8ª semana. rins metanefros (permanentes). → ESTOMODEU: região onde a boca vai se desenvolver. O córion é subdividido: • Frondoso: região do pedículo do embrião, onde as vilosidades coriônicas são numerosas e ramificadas. • Liso: onde as vilosidades involuem e torna-se liso. A placenta corresponde ao córion na região do pedículo que desenvolveu as vilosidades coriônicas e ao endométrio nesta área. Na 6ª semana , forma-se a gomada indiferenciada que rebece células do saco vitelino secundário e irão se diferenciar em ovogônias ou espermatogônias → está na região do rim metanefro em formação, formando a crista urogenital, proveniente do mesoderma intermediário. Na região da proeminência cardíaca está ocorrendo a septação das cavidades do coração. Na 7ª semana, parte dos intestinos médio e posterior encontram-se no cordão umbilical, formando a hérnia umbilical fisiológica. A cabeça é proeminente, a face está em diferenciação devido às mudanças nas saliências maxilares, mandibulares e frontonasal, cujo mesênquima é proveniente das cristas neurais. 35 36 O sistema esquelético se desenvolve a partir de células mesodérmicas e da crista neural. À medida que a notocorda e o tubo neural se formam, o mesoderma intraembrionário, lateral a estas estruturas, espessa-se para formar duas colunas de mesoderma paraxial. O mesoderma paraxial dá origem aos somitos (os quais vão originar as vértebras; costelas). O mesoderma lateral contribui com o fornecimento de mesênquima, o qual vai se condensar para formar moldes de ossos. Células da crista neural migram para os arcos faríngeos e formam os ossos e o tecido conjuntivo das estruturas craniofaciais – também migram para a parte dorsal do tubo neural, formando os gânglios espinhais dorsais → realizam a inervação da área). o Dermátomo: forma a derme. o Miótomo: forma mioblastos (células musculares primordiais). - Os dois acima se localizam na parte dorsolateral dos somitos. o Esclerótomo (parte ventromedial dos somitos): forma as vértebras e as costelas. - 4ª semana do desenvolvimento embrionário → embrião sofrendo dobras e se fechando. somitos 37 - O ponto vermelho é a notocorda, a qual desaparece deixando apenas o núcleo pulposo como parte remanescente. A inervação que está sendo produzida no local já começa a inervar os músculos também em desenvolvimento. À medida que moldes de ossos, na forma de cartilagens, são formados, vão ocorrer as ossificações intramembranosa e endocondral. Mesênquima se condensa. Formam centros de formação de cartilagem (maioria do tipo hialina). Liberam células condrogênicas → se diferenciam em condroblastos. Secretam fibrilas colágenas e substância fundamental. Matriz intercelular é depositada. Condroblastos tornam-se condrócitos. Intramembranosa: substituição de membrana. Endocondral: substituição de cartilagem hialina. Formação das cartilagens (condrificação) Formação dos ossos 38 Durante a formação dessa parte do esqueleto, as células nos esclerótomos dos somitos modificam suasposições. Durante a quarta semana, elas circundam o tubo neural (primórdio da medula espinhal) e a notocorda, a estrutura em torno da qual os primórdios das vértebras se desenvolvem. Esta mudança de posição das células do esclerótomo é causada pelo crescimento diferencial de estruturas localizadas em torno, e não por migração ativa das células do esclerótomo. Formação das vértebras 39 O esclerótomo está em desenvolvimento, crescendo para a região basal da medula espinhal em desenvolvimento (tubo neural). O miótomo estão se diferenciando na musculatura estriada correspondente. A aorta dorsal vai produzir outros vasos sanguíneos, por angiogênese, (artérias intersegmentares dorsais) também aos pares → irrigam os pares de somitos. Os corpos vertebrais são formados por um somito e o outro subjacente (metade de cada) → a variação do rosa na imagem indica a divisão dos somitos. À medida que o corpo da vertebra se desenvolve, a notocorda vai desaparecendo → a parte remanescente, entre um corpo de vertebra e outro, forma o núcleo pulposo. Durante o estágio pré-cartilaginoso ou mesenquimal, as células mesenquimais dos esclerótomos são encontradas em três áreas: ao redor da notocorda; envolvendo o tubo neural e na parede do corpo. • 22 DIAS • 27 DIAS 40 • 30 DIAS O mesênquima (branco) ao redor da notocorda forma o anel fibroso (fibrocartilagem) do disco intervertebral. Células da crista neural migram para a região dorsolateral da medula espinhal em desenvolvimento e dá origem a neurônios (que formam os gânglios dorsais, presentes externamente à medula). O gânglio “lança” um axônio (parte sensitiva) para dentro da medula espinhal em formação, pela região dorsal – enquanto isso, a parte ventral da medula produz axônios que saem dela para inervação da musculatura → inervação sensitiva e motora. À medida que os mioblastos (células que dão origem às fibras musculares estriadas esqueléticas) vão migrando para o restante do corpo, a inervação acompanha. - O processo costal dá origem às costelas. 41 • Estágio Cartilaginoso do desenvolvimento das vértebras Durante a sexta semana de desenvolvimento embrionário, centros de formação de cartilagem aparecem em cada vértebra mesenquimal. - os processos espinhoso e transverso desenvolvem-se a partir de extensões dos centros de formação de cartilagem no arco vertebral. A condrogênese se espalha até que uma coluna vertebral cartilaginosa se forme. A membrana espinhal passa dentro do forame vertebral → está em crescimento (tanto de comprimento quanto de espessura. Após a condensação do mesênquima derivado do esclerótomo, começa a condrificação (surgem centros de condrificação). Após o surgimento dos centros de condrificação, surgem os centros primários de ossificação → indica que a vértebra está em crescimento e, consequentemente, o forame vertebral também – indica que ele pode acomodar a medula espinhal em desenvolvimento. Nessa área tem uma articulação (arconeural). - Na puberdade, a vértebra está praticamente toda ossificada. Centros secundários de ossificação: surgem na puberdade (completa a ossificação entre os 25 e os 30 anos de idade). 42 As costelas se desenvolvem a partir dos processos costais mesenquimais das vértebras torácicas. Elas se tornam cartilaginosas durante o período embrionário, e se ossificam durante o período fetal. - Sete pares de costelas – costelas verdadeiras – se prendem ao esterno através de suas próprias cartilagens. Cinco pares de costelas – costelas falsas – unem-se ao esterno através da cartilagem de outra costela ou costelas. Os dois últimos pares de costelas – costelas flutuantes – não se unem ao esterno. As costelas crescem da vértebra em direção ao esterno. A clavícula, no inicio, é formada por condensação do mesênquima e depois ela forma uma membrana (ossificação intramembranosa) → começa a ocorrer condrificação e ossificação endocondral (depois de um tempo). Formam duas barras esternais por causa da simetria do embrião (se fusionam depois). Ao mesmo tempo, o mesênquima que veio do mesoderma lateral está se condensando para formar o broto do membro superior e inferior. O mesênquima condensa → molde mesenquimal de osso → condrificação do molde → centros de ossificação. Desenvolvimento das costelas, da clavícula e do esterno Membro superior e inferior 43 Cabeça e face. Desenvolvimento do crânio 44 Sobre o tubo neural em desenvolvimento, que vai dar origem ao encéfalo, tem uma membrana (que forma o crânio) – nem todos os ossos do crânio se formam por membrana → portanto, os ossos são provenientes dos dois tipos de ossificação. • Neurocrânio cartilaginoso: sofrem ossificação endocondral. • Neurocrânio membranoso: sofrem ossificação intramembranosa (ex.: osso frontal – que vem da saliência frontonasal); parte do osso parietal. - Existem na face e no crânio estruturas que vieram do aparelho faríngeo – este está relacionado à formação de pescoço, cabeça e vísceras dessas regiões → viscerocrânio. • Viscerocrânio membranoso: vieram da ossificação intramembranosa de estruturas do aparelho faríngeo (ex.: maxila; mandíbula) • Viscerocrânio cartilaginoso: vieram da ossificação endocondral de estruturas do aparelho faríngeo (ex.: martelo; bigorna e estribo – ossículos do ouvido). - A formação da musculatura acompanha a formação do esqueleto. Células base: mioblastos – se fusionam para dar origem à musculatura estriada (fibra muscular estriada esquelética) → muitos núcleos periféricos devido à fusão dos mioblastos. Distribuição segmentária dos miótomos no feto de 6 semanas 45 - Já é possível observar inervação. - Região dorsal: inervação sensitiva. - Região ventral: inervação motora. Os mioblastos dos miótomos dos somitos occipitais migram para a região da boca em desenvolvimento e formam a musculatura estriada esquelética da língua. Existem somitos pré-ópticos (acima da região da orelha interna), os quais possuem miótomos e os mioblastos destes migram para a área do globo ocular em desenvolvimento – à medida que migram, dão origem aos músculos que movimento o globo ocular (músculos extrínsecos do globo ocular). Os compartimentos já determinam funções de contração para músculos flexores e extensores → por isso, há diferentes movimentos nos membros. À medida que os membros superiores e inferiores crescem, eles sofrem movimentos em giros → por isso, a musculatura e a inervação acompanham. Os nervos espinhais estão distribuídos em faixas segmentais, suprindo as superfícies dorsal e ventral dos membros. Um dermátomo é a área da pele suprida por um único nervo espinhal e seu gânglio espinhal; entretanto, as áreas dos nervos cutâneos e dermátomos apresentam uma sobreposição considerável. À medida que os membros se alongam, a distribuição cutânea dos nervos espinhais migra ao longo dos membros e tão logo atingem a superfície das partes distais dos membros. Embora Brotos dos membros invervação 46 o padrão dos dermátomos originais se altere durante o crescimento dos membros, uma sequência ordenada de distribuição ainda pode ser reconhecida no adulto.
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