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Maria Fernanda Brandão – UC2 1 Terceira e quarta semanas do embrião Terceira semana Nessa semana que se percebe a gravidez, devido à falha da menstruação Através do ultrassom, já se pode detectar a gravidez Gastrulação Alantoide: aparece aproximadamente do 16º dia (antes da notocorda) como uma evaginação da parece dorsal da vesícula umbilical e se estende pelo pedículo de conexão. Em humanos permanece pequeno, mas o mesoderma dele se expande para o córion e cria vasos que a placenta utilizará Disco embrionário bilaminar vira trilaminar: Ectoderma: epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. Endoderma: revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. Mesoderma: todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos. Aparecimento da linha primitiva e dos folhetos embrionários Células do epiblasto se proliferam e se dirigem ao plano mediano, causando uma elevação em um dos polos do disco embrionário, que se prolifera em direção ao polo cefálico, chamada linha primitiva Por causa disso, pode-se diferenciar os eixos do embrião: a extremidade da linha primitiva é a região dorsal e caudal, e a cranial, que é a direção para a qual a linha primitiva cresce Células se acumulam ao redor da linha primitiva a ponto de formar uma depressão ao redor dela (sulco primitivo) O ponto mais cranial em relação à linha primitiva em crescimento é o nó primitivo, e sua depressão, a fosseta primitiva Células do epiblasto que estão formando a linha primitiva migram para a região entre o epiblasto e o hipoblasto (células mesenquimais, pluripotentes, formam o mesênquima / mesoblasto, tecido conjuntivo de sustentação do embrião, que formam, por sua vez, o mesoderma intraembrionário) e, além disso, algumas começam a substituir as células do hipoblasto (formando o endoderma embrionário) ou ficar no epiblasto, formando o ectoderma embrionário TODOS OS FOLHETOS VÊM DO EPIBLASTO Nas extremidades caudal e cefálica, o disco embrionário permanece bilaminar (sem mesoderme) Desenvolvimento da notocorda Na extremidade cefálica há a placa pré-cordal (aqui se desenvolverá a membrana buco- faríngea). A notocorda se desenvolverá desde o nó primitivo até a placa pré-cordal (formará endoderma da membrana orofaríngea, futura cavidade oral) no mesoderma Algumas células mesenquimais se dirigem de cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal à região cefálica, na área 2 cardiogênica, onde o primórdio do coração começa a se desenvolver no final da terceira semana Na extremidade caudal, aparece a membrana cloacal (futuro ânus) Em continuidade com a fosseta primitiva, há o processo notocordal e o canal notocordal (“tubo” interior ao processo, que vai do nó primitiva à placa pré-cordal) O assoalho do canal notocordal e o endoderma embrionário se fundirão e degenerarão (some o assoalho do processo notocordal), criando uma comunicação entre a cavidade amniótca e a vesícula umbilical Como há degeneração do assoalho do canal notocordal e do endoderma subjacente, o canal fica em contato com a vesícula umbilical, e o “teto” do processo notocordal passa a se chamar placa notocordal A partir do polo cefálico, as células da placa notocordal vão se proliferar e a se dobrar, formando um novo tubo, chamado notocorda. O endoderma subjacente se separa da notocorda, voltando a ser uma camada contínua Notocorda: define o eixo do embrião, confere rigidez a ele, fornece sinais para o desenvolvimento do esqueleto axial e do SNC, contribui para a formação dos discos intervertebrais, presente no núcleo pulposo dos discos intervertebrais Neurulação Embrião passa a se chamar nêurula Células da notocorda secretam moléculas sinalizadoras, que induzem o ectoderma a se espessar, formando a placa neural (inicialmente, apenas na região superior à notocorda, mas depois se expande) Aproximadamente no 18º dia, a placa neural começa a se invaginar e formar um sulco neural mediano com pregas neurais aos lados, que se fundem (separando-se do ectoderma), formando o tubo neural (que dará origem ao encéfalo e à medula espinhal) Crista neural: diferenciação de células do tubo neural que formam uma massa achatada que se separa do tubo neural, e, depois, uma da outra, ficando laterais ao tubo neural (sendo, então, o gânglio espinhal em desenvolvimento). Também formam melanócitos, bainhas de neurilema e as meninges pia-máter e aracnoide. 3 No mesoderma, ocorre uma diferenciação por regiões Mesoderma paraxial: região mais próxima à notocorda. Se formam (da região cefálica para a caudal) somitos (miótomo, nemátomos, clerótomos) (darão origem a grande parte do esqueleto axial, aos músculos associados e à derme da pele e, no embrião nessa fase, formam elevações visíveis), que se separam do restante do mesoderma e se organizam aos pares aos lados do tubo neural. Mesoderma lateral: região mais distante. Surgem nele espaços celômicos que se juntam formando o celoma intraembrionário (originará as cavidades pericárdica, peritoneal, pleural). Somatopleura: ectoderma + mesoderma intraembrionário lateral parietal. Dá origem à parede do embrião Esplancnopleura: endoderma + mesoderma intraembrionário lateral visceral. Dá origem ao intestino do embrião Mesoderma intermediário: no meio. Se diferenciará no sistema urogenital Sistema cardiovascular No final da segunda semana, a nutrição é feita pelo córion, celoma extraembrionário e vesícula umbilical devido à difusão do sangue materno Vasculogênese: Formação de vasos sanguíneos no mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical e do pedículo de conexão: células mesenquimais denominadas angioblastos se agregam formando ilhotas sanguíneas, que, logo depois, adquirem pequenas cavidades. Essas células se achatam formando o primórdio do endotélio. Angiogênese: Esses vasos começam a se proliferar e fusionar uns com os outros Células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais (hemangioblastos) na vesícula umbilical e no alantoide O coração e os grandes vasos se formam a partir de células mesenquimais na área cardiogênica Na terceira semana, formam-se os tubos cardíacos endocárdicos (par de tubos revestidos por endotélio) Esses tubos se fundem formando o tubo cardíaco primitivo O coração tubular se funde a vasos do pedículo de conexão, do córion e da vesícula umbilical, formando o sistema cardiovascular primitivo No final da terceira semana, desenvolve-se o primórdio de uma circulação uroplacentária Vilosidades coriônicas 4 Pouco depois da formação das vilosidades coriônicas primárias, elas começam a se ramificar O mesênquima penetra nelas formando um eixo de tecido conjuntivo frouxo, passando a denominar as vilosidades de secundárias As células mesenquimais se diferenciam em capilares visíveis, passando a denominar as vilosidades de terciárias Os vasos se fundem formando redes arteriocapilares que se conectam com o coração. O oxigênio e nutrientes do sangue materno, então, passam a se difundir pelas vilosidades e penetrarno embrião, enquanto CO2 e refugos do embrião passam para o sangue materno Vilosidades de ancoragem/tronco: se prendem aos tecidos maternos Vilosidades coriônicas terminais: crescem das vilosidades tronco. Por elas que se dão a maior parte das trocas Quarta semana Por volta do 24º dia, surgem os arcos faríngeos O coração primitivo é uma grande proeminência ventral que bombeia sangue O prosencéfalo produz uma proeminência na cabeça e há uma eminência caudal curva As protuberâncias/brotos dos membros podem ser vistas Podem-se observar as fossetas óticas (primórdios da orelha interna), placoides da lente (futuras lentes dos olhos). Os primórdios de muitos sistemas já existem O embrião cresce caudal e cranialmente, enquanto se dobra/curva ventralmente (em direção à vesícula umbilical) e lateralmente (formando um cilindro) Com o crescimento da prega neural e seu encurvamento em direção ventral, o coração primitivo é empurrado para a região ventral Com esses dobramentos, a cavidade aminiótica se curva também, no sentido de envolver o embrião. Isso ocorre porque o encurvamento do embrião puxa o revestimento da cavidade amniótica. O encurvamento da cavidade aminiótica é o que causa constrição da vesícula umbilical até o ponto de separá-la em duas partes, uma que não fará parte do embrião e uma que ficará e se encurvará em um tudo, o intestino primitivo Resumo por imagens 5 Ácido fólico Vitamina hidrossolúvel do complexo B (B9), origem exclusivamente exógena O tubo neural do feto começa a se fechar no primeiro mês de gestação. Ele é o sistema nervoso inicial do feto, que formará o cérebro e a medula espinhal do bebê. A deficiência do ácido fólico pode prejudicar o desenvolvimento do tubo neural, causando males como a anencefalia, levando à morte do bebê poucos dias após o nascimento. O recomendado é começar a tomar com 3 ou 4 meses antes do planejamento de concepção e continuar durante o período de embriogênese, ou seja, até o terceiro mês Participa no metabolismo de proteínas e de ácidos nucleicos, e sua ausência pode causar alterações cromossômicas Tem papel fundamental no processo de multiplicação celular, interfere com o aumento dos eritrócitos, alargamento do útero e crescimento da placenta e do feto Previne malformações (lábio leporino e distúrbios cardíacos) e alterações do SNC, auxiliando no correto fechamento tubo neural Verduras de folhas verdes, castanhas, grãos integrais, feijão, tomate e cogumelos são considerados boas fontes de ácido fólico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, determinou em 2002 que as farinhas de trigo e de milho vendidas no país também sejam enriquecidas com ferro e ácido fólico. Mielomeningocele É uma doença congênita (defeito surge nas primeiras semanas da gestação) que provoca uma má-formação na coluna vertebral, sendo uma das mais graves anormalidades do tubo neural. Não tem cura, mas com os tratamentos específicos e acompanhamento médico, as crianças e os adolescentes acometidos pelo problema conseguem ter uma boa qualidade de vida. Espinha bífida (má formação de SNC) cística (defeito de fusão das vértebras ou meninges se estende para a pele e forma um cisto cheio de LCR) Causado por baixo ácido fólico, genética, etc. Neuróporo não fecha O diagnóstico precoce da mielomeningocele é fundamental e pode ser feito por meio de exames pré-natal, ultrassom ou logo após o nascimento. A fase inicial do tratamento consiste em um procedimento cirúrgico que tem como objetivo fechar a falha da coluna vertebral e proteger a medula óssea Importância do acompanhamento contínuo: perceber se se desenvolve hidrocefalia (para evitar lesão cerebral). Por conta da má-formação da placa neural, pode haver defeitos em órgãos internos – bexiga, reto, ânus – como também nos membros inferiores – atrofia muscular, pés tortos e paralisia. É mais comum ocorrer nas regiões lombar baixa e sacral (localizada ao fim da coluna). Quanto mais alto for o nível da lesão, maior será a quantidade de sintomas e maior será a dificuldade funcional. Os sintomas estão relacionados à lesão das estruturas da medula, e se manifestam como alteração da sensibilidade, dos movimentos e do funcionamento da bexiga e do intestino. Referências HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. Mielomeningocele – cartilha de orientação após a alta. Disponível em: <https://www.einstein.br/especialidades/medicina- fetal/material-de-apoio-ao- paciente/mielomeningocele-cartilha-orientacao- apos-alta>. Acesso em: 26 set. 2020. MINISTÉRIO DA SÚDE. Ácido fólico pré e durante a gestação previne malformações no bebê. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/saudee mdia/30655-acido-folico-pre-e-durante-a- gestacao-previne-malformacoes-no-bebe>. Acesso em: 26 set. 2020 MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; Torchia, M. G. Embriologia Básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012 MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; Torchia, M. G. Embriologia Clínica. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012 http://portal.anvisa.gov.br/ http://portal.anvisa.gov.br/
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