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Princípios em Radioproteção
Prof. Nilséia A. Barbosa
Descrição
A construção histórica, as funções e os princípios de radioproteção das duas principais instituições internacionais: ICRP (Comissão Internacional de
Proteção Radiológica) e ICRU (Comissão Internacional de Unidades e Medição de Radiações).
Propósito
Conhecer as recomendações das principais publicações internacionais sobre os princípios básicos da radioproteção, seus limites de doses, bem
como a conscientização da importância dessas práticas para a efetivação da integralidade na atenção à saúde, ICRP e ICRU.
Objetivos
Módulo 1
Funções e princípios de radioproteção
Reconhecer as funções e os princípios de radioproteção preconizados pela ICRP e ICRU.
Módulo 2
Publicações da ICRP: 26, 60 e 103
Analisar as principais mudanças nas publicações da ICRP: 26, 60 e 103.
Introdução
rientações sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro
estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
.
1 - Funções e princípios de radioproteção
Esperamos que ao �nal deste módulo você seja capaz de reconhecer as funções e os princípios de radioproteção preconizados
pela ICRP e ICRU.
Não surpreendentemente, as origens da Comissão Internacional de Unidades e Medições em Radiação, do inglês International Commission
on Radiation Units and Measurements - ICRU, remontam aos primeiros dias das aplicações médicas da radiação ionizante. Organizada
informalmente pelo Primeiro Congresso Internacional de Radiologia (ICR) em 1925 e formalmente licenciada em 1928.
O objetivo original era propor uma unidade de medida de radiação aplicada à Medicina. A partir de 1950, a ICRU expandiu seu papel,
significativamente, para abranger um campo mais amplo do uso das radiações ionizantes. Atualmente, a ICRU tem por missão principal
cuidar das grandezas básicas e operacionais de radioproteção.
Apenas três anos depois da criação da ICRU, em 1928, uma segunda comissão relacionada à proteção radiológica foi criada, a Comissão
Internacional de Proteção Radiológica, do inglês International Commission on Radiological Protection - ICRP.
A ICRP foi estabelecida em Estocolmo, em 1928, durante o Segundo Congresso Internacional de Radiologia (ICR), com o nome de Comitê
Internacional de Raios X e Proteção de Rádio, do inglês International X-ray and Radium Protection Committee - IXRPC. Em 1950, a Comissão
recebeu seu nome atual, Comissão Internacional de Proteção Radiológica, e ampliou sua atuação para além dos efeitos deletérios dos raios
X na Medicina.
Atualmente, a ICRP tem como principal missão promover o desenvolvimento da radioproteção e fazer recomendações voltadas para as
grandezas limitantes. Desde então, as duas principais agências internacionais, ICRU e ICRP, são parceiras na produção e divulgação de
padrões e conceitos em medição e controle da radiação ionizante.
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
ICRU - Missão e estrutura atual
A ICRU tem como principal missão desenvolver e promulgar recomendações internacionalmente aceitas sobre grandezas e unidades relacionadas à
radiação ionizante, terminologia, a procedimentos de medição e dados de referência para a aplicação segura e eficiente de radiação ionizante em
diagnósticos médicos e terapia, ciência e tecnologia de radiação e proteção radiológica de indivíduos e populações.
As áreas de aplicação se enquadram em três principais categorias, Aplicações médicas, Aplicações não médicas e Dados básicos:
As três grandes áreas de atuação da ICRU.
Confira agora algumas atividades desenvolvidas pela ICRU:
Levantamento geral das atividades desenvolvidas pela ICRU.
ICRU: O começo
Trinta anos depois que Roentgen descobriu os raios X, o Primeiro Congresso Internacional de Radiologia, realizado em Londres, reconheceu a
necessidade da padronização internacional das unidades e medidas e, em 1925, nomeou o Comitê Internacional da Unidade de Raios X, que
posteriormente se tornou a ICRU. O comitê pretendia responder às exigências decorrentes das aplicações médicas dos raios X, mas também
reconheceu as necessidades de harmonização na área da proteção contra as radiações.
Em 1928, o Segundo Congresso Internacional de Radiologia alcançou um acordo internacional sobre a definição de uma unidade de dose de raios X,
o Roentgen, com base em medições feitas com câmaras de ionização cheias de ar. Em 1937, a ICRU recomendou uma definição de Roentgen
aplicável tanto aos raios X quanto à radiação gama (ICRU, 2021).
Primeiros passos na medição de radiação
Durante as primeiras duas décadas de existência da ICRU, suas reuniões formais foram realizadas durante o Congresso Internacional de Radiologia,
mas, a partir de 1950, quando seu mandato foi prorrogado, as reuniões tornaram-se anuais.
Confira, a seguir, mais alguns passos importantes na medição de radiação:
1950
No final da década de 1950, a ICRU foi convidada pela Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) a se associar a outros órgãos
científicos para trabalhar com o Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM) no desenvolvimento de um sistema de unidades
que pudesse ser usado consistentemente em muitas disciplinas.
Grandezas, unidades e medidas de radiação
A definição de grandezas apropriadas e suas unidades associadas é uma necessidade fundamental para qualquer atividade científica e para
qualquer aplicação prática do conhecimento científico.
Desde 1950, a ICRU ficou encarregada do desenvolvimento de grandezas e unidades, bem como do acompanhamento necessário para a aplicação
correta da radiação - inicialmente a exposição à radiação, para um campo mais amplo, incluindo as áreas de metrologia fundamental, radiobiologia e
ciência da radiação em geral, estendendo-se desde a aplicação industrial até a proteção radiológica dos humanos e do meio ambiente.
A ICRU continuou a recomendar novas grandezas e unidades conforme a necessidade surgia. A tabela a seguir mostra as grandezas e unidades
usadas nas ciências das radiações. O número de unidades diferentes para várias grandezas é indicativo de mudanças de pensamento na metrologia
mundial, especialmente o movimento de CGS (Sistema de Unidades de Medida Físicas, cujas unidades fundamentais eram o centímetro, o grama e
o segundo) para SI (Sistema Internacional de Medidas).
Grandeza Unidade
Nome Equação Meio/tipo Derivação Nome/símbolo Equivalência 
Exposição 1 e.s.u/ 0,001293
de ar
Roentgen
1959
Em meados de 1959, a ICRU começou a publicar relatórios de forma irregular ― em média, dois a três por ano.
1964
Esse órgão, inicialmente conhecido como Comissão para o Sistema de Unidades (rebatizado, em 1964, como Comitê Consultivo para
Unidades) era responsável por supervisionar o desenvolvimento do Sistema Internacional de Unidades (SI).
2001
Nesse ano, o ciclo de publicação foi regularizado e os relatórios passaram a ser publicados semestralmente sob o título Diário do
ICRU (DELUCA, 2009).
Grandeza Unidade
no ar
Coulomb/quilograma
(C/Kg)
Dose absorvida Qualquer Rad 1rad
Gray (Gy) Gy
Fluência ou Área recíproca
KERMA Qualquer Gray Gy
CEMA* Qualquer Gray Gy
Dose equivalente
Órgão ou
tecido/qualquer
Roentgen
equivalente homem
1rem
Sievert (Sv) Sv
Atividade
Becquerel (Bq)
Curie (Ci) 1 Ci Bq
Rutherford (Rd)
Dose efetiva
Corpo
todo/qualquer
Roentgen
equivalente homem
1rem
Sievert (Sv) Sv
Equivalente de
dose pessoal
Corpo todo/
qualquer
Sv
Tabela: Evolução das unidades de radiação recomendadas pela ICRU (DELUCA, 2009). CEMA: Conversão de energia por unidade de massa, definido para radiação diretamente ionizante. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Treinando o conhecimento:
Qual o valor aproximado da dose absorvida em unidade do SI, se esta equivale a 4,38mrad?
Relatórios: grandezas,unidades e dosimetria
Definir as grandezas e unidades de radiação ionizante representa o elemento mais básico da missão central da comissão. O único comitê
permanente da ICRU é sobre grandezas e unidades fundamentais para radiação ionizante. O trabalho desse comitê é evidenciado por uma série de
relatórios da ICRU sobre grandezas e unidades fundamentais. O primeiro, o Relatório 10a, foi publicado em 1962, e o último, o Relatório 85a, foi
publicado em 2011, como podemos ver a seguir.
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
Solução 
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
10a/1962 Grandezas e unidade de radiação
85a/2011 (revisado) Grandezas e unidades fundamentais para radiação ionizante
Tabela: Relatórios sobre grandezas, unidades e medidas de radiações ionizantes. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
A ICRU é membro do Comitê Consultivo de Radiação Ionizante (CCRI) e do Comitê Consultivo de Unidades, que se reportam ao Comitê Internacional
de Pesos e Medidas (CIPM). A ICRU é, portanto, um membro ativo da Organização Internacional de Metrologia Legal. Além disso, a ICRU mantém
contato com a Organização Internacional de Padronização (ISO), a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) e a Agência Internacional de Energia
Atômica (IAEA), todos atores-chave na implementação prática de grandezas e unidades, bem como no desenvolvimento e na publicação de padrões
internacionais para o uso de radiação ionizante.
Outro foco da ICRU é fornecer orientações, recomendações e dados físicos de referência para medições, especialmente para dosimetria de
radiação. A seguir, veja o primeiro, o Relatório 10b (1964), e o último, o Relatório 80 (2008).
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
10b/1964 Aspectos físicos da irradiação
80/2008 Sistemas de dosimetria para uso em processamento de radiação
Tabela: Relatórios sobre grandezas, unidades e medidas de radiações ionizantes. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Por último, boas medições (dosimetria) também requerem bons dados físicos básicos e valores de referência. A ICRU tem visto como sua
responsabilidade manter-se atualizada com o progresso da ciência, a fim de fornecer esses dados regularmente. Exemplos de dados físicos básicos
incluem: os Relatórios 31, 37, 39, 64, 71 e 90, além de Relatórios sobre dados de referência, como 44, 46, 77 e 84. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
31/1979 A energia média necessária para produzir um par de íons
37/1984 Poder de freamento para elétrons e pósitrons
39/1985 Determinação de equivalentes de dose resultantes de fontes externas de radiação
64/2001 Dosimetria de feixes de fótons de alta energia com base em padrões de dose absorvida na água
71/2004 Prescrição, registro e relatório de terapia de feixe de elétrons
90/2014 Dados-chave para dosimetria de radiação ionizante: padrões de medição e aplicações
44/1989 Substitutos de tecido em dosimetria e medição de radiação
46/1898 Dados de interação de fótons, elétrons, prótons e nêutrons para tecidos corporais
77/2007 Espalhamento elástico de elétrons e pósitrons
84/2010
Dados de referência para a validação de doses de radiação cósmica 
 
Exposição da tripulação da aeronave
Tabela: Relatórios sobre grandezas, unidades e medidas de radiações ionizantes. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Aplicações médicas: terapia com radiações
Os tratamentos de câncer bem-sucedidos com o uso das radiações dependem criticamente do conhecimento da quantidade e localização exatas da
radiação fornecida a um paciente, bem como da oportunidade dos radioterapeutas em trocar essas informações e divulgar os resultados
alcançados.
No que diz respeito ao cálculo da dose, a ICRU publicou vários relatórios recomendando protocolos de dosimetria para feixes de fótons, elétrons,
nêutrons, prótons e para íons de luz. Veja os principais relatórios a seguir.
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
38/1985 Especificação de dose e volume para relatórios de terapia intracavitária em ginecologia
45/1989
Dosimetria clínica de nêutrons, parte I: determinação da dose absorvida em um paciente tratado por feixes externos
de nêutrons rápidos
58/1997 Especificação de dose e volume para relatórios de terapia intersticial
59/1998 Dosimetria clínica de prótons - Parte I: Produção do feixe, distribuição do feixe e medição da dose absorvida
64/2001 Dosimetria de feixes de fótons de alta energia com base em padrões de dose absorvida na água
71/2004 Prescrição, registro e relatório de terapia de feixe de elétrons
78/2007 Prescrição, registro e relatório de terapia com feixe de próton
89/2013 Prescrição, registro e relatório de braquiterapia para câncer do colo do útero
93/2016 Prescrição, registro e relatório de terapia por feixe de íons de luz
Tabela: Relatórios sobre protocolos de dosimetria em aplicações médicas. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Além de protocolos de dosimetria precisos, um aspecto importante em oncologia de radiação é a necessidade de comunicação e entendimento
mútuo para facilitar a troca de informações sobre dados de tratamento de pacientes entre colegas e pares. Nesse sentido, a ICRU foi pioneira na
publicação de relatórios sobre prescrição, registro e relato de terapia com fótons e técnicas modernas, tais como os relatórios 50, 62, 83 e 91. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
50/1993 Prescrição, registro e relatório de terapia por feixe de fótons
62/1999 Prescrição, registro e relatório de terapia de feixe de fótons (complementar a ICRU-50)
83/2010 Prescrição, registro e relatório de Terapia por Modulação da Intensidade do Feixe (IMRT)
91/2014 Prescrição, registro e relatório de tratamentos estereotáxicos com pequenos feixes de fótons
Tabela: Relatórios sobre terapia com fótons e técnicas modernas de tratamentos. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Relatórios sobre diferentes qualidades de feixe também foram publicados, como o 71, 78 e 93. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
71/2004 Prescrição, registro e relatório de terapia de feixe de elétrons
78/2007 Prescrição, registro e relatório de terapia com feixe de próton
93/2016 Prescrição, registro e relatório de terapia por feixe de íons de luz
Tabela: Relatórios sobre diferentes qualidades de feixe em terapia. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
A ICRU também cobriu a terapia intersticial com o relatório 58 e a braquiterapia para tumores do colo do útero com os relatórios 38 e 89. Em todos
esses relatórios, atenção especial foi dada para apresentar e definir o conceito de volume alvo e órgão em risco, por exemplo, volume tumoral bruto
(GTV), volume alvo clínico (CTV), volume alvo de planejamento (PTV), órgão em risco (OAR), que estão sendo usados em todo o mundo na prática
diária da radioterapia. A implementação desses conceitos está sendo revisitada atualmente para melhor integrar sua natureza probabilística. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
38/1985 Especificação de dose e volume para relatórios de terapia intracavitária em ginecologia
58/1997 Especificação de dose e volume para relatórios de terapia intersticial
89/2013 Prescrição, registro e relatório de braquiterapia para câncer do colo do útero
Tabela: Relatórios sobre especificação de dose. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Por último, o progresso na radioterapia requer a capacidade de comparar os resultados clínicos obtidos em diversos centros, usando diferentes
modalidades e protocolos de radiação. Assim, uma linguagem comum para relatar esquemas de fracionamento, doses e técnicas é necessária para
o gerenciamento ideal do paciente.
Radiodiagnóstico e medicina nuclear
A radiação é essencial na Medicina moderna para o diagnóstico e o manejo clínico de muitos tipos de doenças. As imagens de diagnóstico
tornaram-se cada vez mais complexas e a manipulação das informações das imagens requer conceitos, terminologia e metodologia de medição
comuns. Isso é essencial para o benefício do paciente, a fim de garantir o máximo de informações de diagnósticocom o mínimo de risco potencial.
Os relatórios 41, 54, 67, 74, 79, 81, 82 e 87 fornecem um arcabouço teórico sobre a qualidade das imagens médicas, das mais simples até as mais
modernas, avaliação de sistemas de imagens e avaliação de doses em radiodiagnóstico. As especificações dos relatórios de diagnóstico podem ser
vistas a seguir.
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
41/1986 Função de transferência de modulação de sistemas de filme de tela
54/1996 Imagem médica - avaliação da qualidade da imagem
67/2002 Especificação de dose absorvida em medicina nuclear
74/2005 Dosimetria do paciente em imagens médicas com raios X
79/2008 Análise de características operacionais do receptor em imagens médicas
81/2009 Aspectos quantitativos da densitometria óssea
82/2009 Mamografia - avaliação da qualidade da imagem
87/2012 Dose de radiação e avaliação da qualidade da imagem em tomografia computadorizada
Tabela: Relatórios de diagnósticos por imagens. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
A ICRU também está realizando novos relatórios cobrindo técnicas de imagem de última geração (por exemplo, imagem funcional e molecular) que
estão se expandindo rapidamente e encontrando uso crescente no diagnóstico, no estadiamento de tumores e no planejamento e na distribuição de
tratamentos de radioterapia.
Proteção radiológica
O objetivo inicial e contínuo da ICRU é a proteção radiológica de radiologistas e pacientes, originalmente apenas contra raios X e gama. Desde a
década de 1950, o campo de proteção radiológica se ampliou para exposições ocupacionais de trabalhadores de radiação, exposição ambiental do
público em geral e exposições a outros tipos de radiação ionizante.
O trabalho da ICRU sobre aspectos conceituais da proteção radiológica incluiu a introdução da grandeza “equivalente de dose” em 1962, permitindo
levar em consideração a qualidade da radiação. Após a introdução da grandeza “dose equivalente efetiva” pela ICRP como a grandeza de proteção
radiológica central, mas não mensurável, a ICRU introduziu grandezas operacionais (mensuráveis) para permitir a avaliação da grandeza de proteção
para exposições à radiação externa.
As grandezas operacionais foram introduzidas pela ICRU nos relatórios 39 e 43, e as orientações para a medição dessas grandezas, nos relatórios
47 e 66, conforme mostrado a seguir. Uma revisão e atualização do conceito e da implementação prática das grandezas operacionais podem ser
encontradas no relatório 95.
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
39/1985 Determinação de equivalentes de dose resultantes de fontes externas de radiação
43/1988 Determinação de equivalentes de dose de fontes externas de radiação - parte 2
47/1992 Medição de equivalentes de dose de fótons externos e radiações com elétrons
66/2001 Determinação de grandezas equivalente de dose operacional para nêutrons
95/2020 Grandezas operacionais para exposição à radiação externa
Tabela: Relatórios de grandezas operacionais desenvolvidas pela ICRU. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
No campo das medidas de proteção radiológica e exposições ambientais, a ICRU deu orientações e recomendações sobre técnicas/procedimentos
específicos nos relatórios 53, 56, 69, 88, 68, 94, 65 e 75. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
53/1994 Espectrometria de raios gama no ambiente
56/1997 Dosimetria de raios beta externo para proteção contra radiação
68/2002 Avaliação retrospectiva de exposições à radiação ionizante
69/2003 Determinação direta do conteúdo corporal de radionuclídeos
88/2012 Medição e relatório de exposições de radônio
94/2020 Grandezas operacionais para exposição à radiação externa
65/2001 Grandezas, unidades e termos em radioecologia
Tabela: Relatórios da ICRU sobre proteção radiológica e exposições ambientais. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Com base na experiência e nas lições aprendidas após os acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima, a ICRU publicou o relatório 92. Veja:
Relatório ICRU/ano Especificações/Funções
92/2015 Monitoramento de radiação para proteção do público após grandes liberações de radionuclídeos no meio ambiente
Quadro: Relatórios da ICRU sobre monitoramento de radiação em acidentes. 
Elaborado por Nilséia A. Barbosa.
ICRP: Missão e estrutura atual
A ICRP é uma organização internacional, não governamental, independente, com a missão de contribuir para um nível adequado de proteção contra
os efeitos prejudiciais da exposição à radiação ionizante, sem limitar indevidamente os benefícios associados ao uso da radiação. Ao preparar suas
recomendações, a ICRP considera os avanços no conhecimento científico, a evolução dos valores sociais e a experiência prática (ICRP, 2021).
A ICRP foi fundada em 1928 no segundo Congresso Internacional de Radiologia em Estocolmo, na Suécia, e é uma organização parceira da ICRU.
Em termos gerais, a ICRU define as unidades, e a ICRP recomenda, desenvolve e mantém o Sistema Internacional de Proteção Radiológica que
utiliza essas unidades.
A ICRP é composta pela comissão principal, pelo secretariado científico e por quatro comitês permanentes e por grupos de trabalho (TG).
Estrutura da comissão da ICRP em 2021.
A comissão principal e o secretariado científico da ICRP trabalham juntos para dirigir, organizar e supervisionar o trabalho dos comitês e grupos de
trabalho. Todos os membros da ICRP são voluntários que cumprem mandatos de 4 anos. Os membros são eminentes cientistas e formuladores de
políticas na área de proteção radiológica. A figura anterior ilustra, de forma esquemática, a estrutura da ICRP e a seguir, as funções de cada comitê:
Trabalho em constante progresso
A maior parte do trabalho da ICRP, em particular o desenvolvimento de relatórios a serem publicados nos anais da instituição, é feita por “grupos de
trabalho”, do inglês Task groups - TG. Frequentemente, um TG é estabelecido para desenvolver uma única publicação, embora alguns desenvolvam
várias publicações. Ocasionalmente, um grupo de trabalho é estabelecido para outros fins, como preparar pareceres para a comissão principal da
ICRP.
Todos os TGs desenvolvidos pela ICRP, que se encontram ativos, estão listados a seguir:
TG 36
Dose de radiação para pacientes em medicina nuclear diagnóstica
TG 64
Risco de câncer para partículas alfa
TG 89
Proteção radiológica ocupacional em braquiterapia
TG 91
Inferência de risco de radiação em exposição de baixa e alta taxa de dose para fins de proteção radiológica
TG 95
Coeficientes de dose interna
TG 96
Fantomas computacionais e transporte de radiação
TG 97
Aplicação das recomendações para o descarte de resíduos sólidos radioativos na superfície e próximos à superfície
Comitê 1 
Comitê 2 
Comitê 3 
Comitê 4 
TG 98
Aplicação das recomendações às exposições resultantes de locais contaminados de atividades industriais, militares e nucleares anteriores
TG 99
Monografias de Referência de Animais e Plantas (RAPs)
TG 102
Metodologia de cálculo de dano
TG 103
Fantomas computacionais de referência do tipo “malha” (MRCP)
TG 105
Considerando o meio ambiente na aplicação do Sistema de Proteção Radiológica
TG 106
Aplicação das recomendações nas atividades envolvendo fontes móveis de alta atividade
TG 108
Otimização da proteção radiológica em radiografia digital, fluoroscopia e tomografia computadorizada em imagens médicas
TG 109
Ética em proteção radiológica para diagnóstico e tratamento médico
TG 110
Proteção radiológica na prática veterinária
TG 111
Fatores que regem a resposta individual de humanos à radiação ionizante
TG 112
Dosimetria de emergência
TG 113
Órgão de referência e coeficientes de dose efetiva para exames de diagnóstico por imagem de raios X comuns
TG 114
Razoabilidade e tolerabilidade no Sistema de Proteção Radiológica
TG 115
Avaliação de risco e dose para proteção radiológica de astronautas
TG 116
Aspectos de proteção radiológica da imagem em radioterapia
TG 117
Proteção radiológica em PET e PET/CT
TG 118Eficácia biológica relativa (RBE), fator de qualidade (Q) e fator de ponderação de radiação (wR)
TG 119
Efeitos da RI nas doenças do aparelho circulatório e sua consideração no sistema de proteção radiológica
ICRP: Perigos iniciais com o uso das radiações ionizantes
Um ano após a descoberta dos raios X por Roentgen, o engenheiro americano Wolfram Fuchs, em 1896, deu o que é provavelmente o primeiro
conselho de proteção, mas muitos dos primeiros usuários de raios X inicialmente não estavam cientes dos perigos, e a proteção era muito
rudimentar ou inexistente (CLARKE; VALENTIN, 2009).
A figura mostra um homem fazendo um experimento com um tubo de Crookes (aparelho de raios X) em 1986; ele olha sua mão com um
fluoroscópio para otimizar as emissões do tubo, enquanto o outro homem fica com a cabeça próxima ao tubo. Note que nenhuma precaução está
sendo tomada!
A descoberta dos raios X em 1895 levou a uma ampla experimentação por cientistas, médicos e inventores,
porém, os perigos da radiação e da radioatividade não foram imediatamente reconhecidos. Muitas pessoas
começaram a contar histórias de queimaduras e queda de cabelo, e relatos ainda piores foram publicados em
revistas técnicas em 1896. Por exemplo, no mesmo ano, Drury descreveu os danos causados pela radiação nas
mãos e nos dedos em virtude dos primeiros experimentos com raios X no Reino Unido, e Leppin fez um
relatório semelhante a partir de suas observações na Alemanha.
(CLARKE; VALENTIN, 2009).
Emergência de padrões internacionais - o ICR
Em 1925, o estabelecimento de padrões internacionais de proteção contra radiação foi discutido no primeiro Congresso Internacional de Radiologia
(ICR). Surgiu, então, a ICRU.
Três anos depois, em 1928, o segundo ICR foi realizado em Estocolmo e a ICRU propôs a adoção da unidade Roentgen e, então, o Comitê
Internacional de Proteção de Raios X e Rádio (IXRPC) foi formado. Rolf Sievert foi nomeado presidente, mas a força motriz responsável pela
condução do comitê foi George Kaye (CLARKE; VALENTIN, 2009). O comitê se reuniu por apenas um dia em cada uma das reuniões do ICR. Veja:
Paris - 1931
Zurique - 1934
Chicago - 1937
O surgimento da ICRP
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o aumento do uso dos raios X e da quantidade de elementos radioativos manipulados como resultado de
programas nucleares militares e civis, grandes grupos de trabalhadores e público foram potencialmente expostos a níveis prejudiciais de radiação
ionizante.
Nesse contexto, o primeiro ICR do pós-guerra reuniu-se em Londres, em 1950, mas apenas dois membros do IXRPC sobreviveram à guerra:
Lauriston Taylor e Rolf Sievert. Taylor foi convidado a reavivar e revisar a comissão, que recebeu seu nome atual ― Comissão Internacional de
Proteção Radiológica (ICRP). 
Confira, a seguir, os seis subcomitês estabelecidos nessa reunião:
1. Dose permitida para radiação externa 
2. Dose permitida para radiação interna 
3. Proteção contra raios X gerados em potenciais de até 2 milhões de volts (≤ 2MV) 
4. Proteção contra raios X acima de 2 milhões de volts e raios beta e raios gama (> 2MV,β,γ) 
5. Proteção contra partículas pesadas, incluindo nêutrons e prótons 
6. Eliminação de rejeitos radioativos e manuseio de radioisótopos
Reestruturação dos comitês
A reunião seguinte foi em Genebra, no ano de 1956. Essa foi a primeira vez que uma reunião formal da comissão ocorreu independentemente da
ICR. Nessa reunião, a ICRP tornou-se formalmente afiliada à Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma organização não governamental
participante.
Em 1959, uma relação formal foi estabelecida com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) e, posteriormente, com o UNSCEAR (Comitê
Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica), o Escritório Internacional do Trabalho (OIT), a Organização de Alimentos e
Agricultura (FAO), a Organização Internacional de Padronização (ISO) e a UNESCO.
Em maio de 1962, na Reunião de Estocolmo, a comissão decidiu também reorganizar o sistema de comitês a fim de melhorar a produtividade, e
quatro novos comitês foram criados, são eles:
1. Efeitos da radiação 
2. Exposição interna 
3. Exposição externa 
4. Aplicações das recomendações
Depois de muitas avaliações das funções do comitê, em um ambiente de carga de trabalho cada vez maior, além de mudanças na ênfase social, em
2008, a estrutura do comitê passou a ser formada por cinco comitês, são eles:
1. Efeitos da radiação 
2. Doses de exposição à radiação 
3. Proteção na medicina 
4. Aplicação das recomendações da comissão 
5. Proteção ao meio ambiente
Evolução das recomendações
Os resultados dos predecessores da ICRP foram a emissão de recomendações na forma de relatórios e publicações. Os conteúdos são
disponibilizados para adoção pelas entidades reguladoras nacionais à medida que desejarem.
Recomendações de 1951
Nas recomendações de 1951, a comissão recomendou uma dose máxima permitida de 0,5 Roentgen (0,0044 Gray) em qualquer 1 semana, no caso
de exposição de corpo inteiro à radiação X e gama nas superfícies, e 1,5 Roentgen (0,013 Gray) em qualquer 1 semana, para o caso de exposição de
mãos e antebraços. Exposições máximas permitidas para o corpo foram dadas para 11 nuclídeos.
Nessa época, foi afirmado pela primeira vez que o objetivo da proteção radiológica era evitar os efeitos determinísticos (reação tecidual →morte
celular) das exposições ocupacionais, tendo como princípio manter os indivíduos abaixo dos limites relevantes.
Recomendações de 1951
Uma primeira recomendação sobre as restrições de exposição para o público em geral apareceu nas recomendações de 1954.
Atenção
Também foi afirmado que nenhum nível superior à radiação natural de fundo pode ser considerado como absolutamente seguro. O problema é
escolher um nível prático que, à luz do conhecimento atual, envolve um risco desprezível.
No entanto, a comissão não rejeitou a possibilidade de um limiar para efeitos estocásticos. Nesse momento, o rad e o rem foram introduzidos para a
grandeza dose absorvida e a eficácia biológica relativa (RBE), respectivamente.
Recomendações de 1954
Na reunião de 1956, o conceito de área controlada foi introduzido, e o primeiro conselho específico foi dado para mulheres grávidas.
Publicação 1
Em 1957, houve pressão sobre a ICRP tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto pelo Comitê Científico das Nações Unidas sobre os
Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR) para revelar todas as decisões de sua reunião de 1956 em Genebra. O documento final, as
Recomendações da Comissão de 1958, foi o primeiro relatório da ICRP publicado pela Pergamon Press. As recomendações de 1958 são geralmente
referidas como publicação 1.
Atenção
A importância dos efeitos estocásticos começou a influenciar a política da comissão e um novo conjunto de recomendações foi lançado como
publicação 9 em 1966. No entanto, durante o desenvolvimento, seus editores ficaram preocupados com as opiniões diferentes sobre o risco de
efeitos estocásticos.
A comissão, portanto, pediu a um grupo de trabalho para considerá-los, e em seu relatório, publicação 8 (1966), pela primeira vez, a ICRP resumiu o
conhecimento atual sobre os riscos de radiação, tanto somáticos como genéticos.
Homem de referência
Em outubro de 1974, a definição oficial de homem referência foi adotada pela ICRP: homem referência é definido como tendo entre 20-30 anos de
idade, pesando 70kg, medindo 170cm de altura, e vivendo em um clima com temperatura média de 10 a 20°C (ICRP, 2021). O homem referência foi
criado para estimar as doses de radiação sem efeitos adversos à saúde.
Distinção entre ICRU e ICRP e suas principais funções
Neste vídeo, a partir de uma contextualização cronológica, o especialista reflete sobre a importância dos órgãos ICRP e ICRU na formulação da
política e filosofia no que tange à proteção radiológica.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
As imagens de diagnóstico tornaram-se cada vezmais complexas e a manipulação das informações das imagens requer conceitos,
terminologia e metodologia precisa para medição. Buscando garantir o benefício do paciente e fornecendo o máximo de informações de
diagnóstico com o mínimo de risco potencial, a ICRU desenvolve periodicamente relatórios sobre assuntos relacionados à imagem médica
moderna, oferecendo um arcabouço teórico sobre qualidade de imagem e avaliação de sistemas de imagens médicas. 
Assinale a alternativa que inclui as imagens de radiodiagnóstico.
Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EImagens%20de%20radiodiagn%C3%B3stico%2C%20ou%20seja%2C%20diagn%C3%B3stico%20por%20radia%C3%A7%C3%A3o%20ioniz
A
Radiografia convencional e digital, tomografia computadorizada (TC), imagem médica nuclear, imagem por ressonância
magnética (MRI) e ultrassonografia (US).
B Imagem por ressonância magnética (MRI), ultrassonografia (US), densitometria óssea e mamografia.
C
Radiografia convencional e digital, tomografia computadorizada (TC), imagem médica nuclear, mamografia e densitometria
óssea.
D Imagem por ressonância magnética (MRI) e ultrassonografia (US).
E Imagem por ressonância magnética (MRI), ultrassonografia (US) e densitometria óssea.
Questão 2
O objetivo principal das recomendações da ICRP é proteger a saúde humana e o ambiente contra os efeitos deletérios que resultam da
exposição à radiação ionizante. A proteção radiológica tem como meta: 
I. Evitar os efeitos determinísticos (reações teciduais), em geral de natureza aguda, que aparecem somente quando a dose excede o valor limiar. 
II. Reduzir a probabilidade de ocorrência dos efeitos estocásticos, que aumentam com a dose e podem ser induzidos tanto por baixa quanto por
alta dose. 
III. Reduzir a probabilidade de ocorrência dos efeitos determinísticos, que aumentam com a dose e podem ser induzidos tanto por baixa quanto
por alta dose.
A Somente I e II são verdadeiras.
B Somente I e III são verdadeiras.
C Somente II e III são verdadeiras.
D Todas são verdadeiras.
2 - Publicações da ICRP: 26, 60 e 103
Epereramos que ao �nal deste módulo você seja capaz de analisar as principais mudanças nas publicações da ICRP: 26, 60 e 103.
Introdução
A ICRP produziu recomendações três vezes nos últimos 30 anos, e o objetivo dessa revisão é destacar algumas das principais mudanças que
ocorreram nesse período. O ponto de partida são as recomendações de 1977, na publicação 26, que buscaram identificar as principais mudanças na
ciência subjacente e no desenvolvimento da política de proteção, que levaram às recomendações de 1990, na publicação 60. Em seguida, as
mudanças no entendimento científico e a evolução da política de proteção, que ocorreram entre as recomendações de 1990, na publicação 60, e as
recomendações de 2007, na publicação 103, estão resumidas e serão descritas na sequência.
Riscos biológicos
Nas recomendações de 1977, a ICRP introduziu a distinção entre efeitos estocásticos e não estocásticos da exposição à radiação. Embora não
tenha fornecido números de risco para efeitos não estocásticos, ela forneceu estimativas quantitativas do risco estocástico de exposição à radiação
ionizante pela primeira vez.
Nas recomendações de 1990, houve uma revisão dos efeitos não estocásticos, agora renomeados como efeitos determinísticos em órgãos e
tecidos, e foram fornecidas estimativas para os limites desses efeitos. Conheça a seguir:
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EOs%20efeitos%20determin%C3%ADsticos%20s%C3%A3o%20as%20rea%C3%A7%C3%B5es%20teciduais%20que%20aparecem%20som
E Todas são falsas.
ICRP 26/1977
Efeitos estocásticos 
Efeitos não estocásticos
ICRP 60/1990
Efeitos estocásticos 
Efeitos determinísticos
ICRP 103/2007
Efeitos estocásticos 
Efeitos determinísticos
Comentário
Na publicação 60 de 1990, houve também uma revisão rigorosa dos efeitos estocásticos em indivíduos expostos. A lista de órgãos e tecidos para
os quais os riscos foram quantificados era mais longa do que em 1977.
Detrimento
Na publicação 26, a comissão introduziu o conceito de detrimento para identificar e, sempre que possível, quantificar todos os efeitos deletérios da
exposição. Em geral, o prejuízo é a expectativa de dano levando em conta não apenas a probabilidade de cada tipo de efeito deletério, mas também
a gravidade do efeito. O prejuízo total da população devido à radiação de determinada exposição deveria considerar o risco total de dano hereditário,
que pode ser expresso em todas as gerações subsequentes, além do risco de câncer somático.
A tabela, a seguir, apresenta a comparação dos riscos nominais ajustados por detrimento das publicações 60 e 103.
População exposta Câncer (ponderado em detrimento) Efeitos hereditários Dano total
ICRP 60 ICRP 103 ICRP 60 ICRP 103 ICRP 60
Trabalhador adulto 4,0 + 0,8 4,1 0,8 0,1 5,6
População toda 5,0 + 1 5,5 1,3 0,2 7,3
Tabela: Coeficientes de risco nominal para efeitos estocásticos nas publicações 60 e 103 para exposição à radiação para baixa taxa de dose. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Vê-se, portanto, que os coeficientes de risco nominal de câncer fatal e de detrimento total são cerca de 25% mais baixos nas recomendações de
2007 em comparação às recomendações de 1990. Há duas razões principais para essas mudanças:
Razões principais
ICRP 60
Dados mortalidade
Razões principais
ICRP 103
Incidência
ICRP 103
Revisão das estimativas das doenças hereditárias induzidas pela exposição ➜ O risco
hereditário total é de para a primeira geração após a irradiação.
A comissão percebeu que o uso de dados de incidência era mais confiável do que os dados de mortalidade, uma vez que a incidência é
diagnosticada mais acertadamente, enquanto no caso da mortalidade, o câncer pode ser a causa básica da morte, mas não a causa primária, e
alguns cânceres podem passar despercebidos no comunicado. A fração de mortalidade dos cânceres também é considerada mais precisa quando
derivada de dados de incidência inicial.
Como o risco hereditário total é de para a primeira geração após a irradiação, isso significa menos de um décimo do risco de câncer fatal após a
irradiação.
Como agora se acredita que leva algumas centenas de gerações para que os defeitos atinjam o equilíbrio, o risco para as primeiras gerações ainda é
cerca de 10% do risco de câncer para os pais.
Atenção
Existem alguns problemas na comparação dos coeficientes de risco genético com os de risco de câncer. Isso porque os coeficientes de risco de
câncer quantificam a probabilidade de efeitos nocivos da radiação para os próprios expostos, e os coeficientes de risco genético quantificam a
probabilidade de efeitos nocivos para os descendentes dos expostos. No caso dos coeficientes de risco genético, a inclusão do risco de até duas
gerações nos cálculos pode ser justificada com base no fato de que as pessoas geralmente estão interessadas no bem-estar de seus filhos e netos.
A estimativa restrita à primeira geração pós-radiação tem a vantagem de ser mais comparável às dos cânceres e, por conseguinte, a comissão
acredita que merece uma consideração séria. As estimativas de detrimento na publicação 26 e posteriores são usadas, principalmente, para a
produção de fatores de ponderação de tecido, que serão descritos nas próximas seções.
Os sobreviventes do câncer geralmente experimentam efeitos adversos em sua qualidade de vida. Assim, na publicação 103, a comissão julgou que
os cânceres devem ser avaliados não apenas pela letalidade, mas também pela dor, pelo sofrimento e por quaisquer efeitos adversos do tratamento
do câncer. Para conseguir isso, foi introduzido um fator que deve ser aplicado às frações não letais de cânceres, de forma a produzir uma fração de
letalidade ajustada.
Grandezas dosimétricas básicas
Dose equivalente
A grandeza dosimétrica fundamental para proteção radiológicaé a dose absorvida, D. Na publicação 26, a grandeza que melhor previu a gravidade e
a probabilidade de efeitos deletérios da radiação foi o “equivalente de dose”, H, definido em um ponto no tecido e dado pela equação:
H = DQN
D é a dose absorvida. 
Q é o fator de qualidade. 
N é o produto de todos os outros fatores de modificação especificados pela comissão. 
Esses fatores podem levar em consideração, por exemplo, a taxa de dose absorvida e o fracionamento. Na verdade, a comissão recomendou um
valor de 1 para N, mantido até a publicação 60. 
O fator de qualidade, Q, pretendia permitir o efeito em detrimento da distribuição microscópica da energia absorvida. Foi definido em função do
Poder de Freamento de Colisão (Collision stopping power) na água, no ponto de interesse. A ICRP especificou a relação entre Q e e, para um espectro
de radiação, um valor de Ǭ efetivo no ponto de interesse pode ser calculado. 
A relação de Q em função de na água, na ICRP 26, e a dependência de Q(L) com a transferência linear de energia LET, ou simplesmente L, na água,
fornecida pela ICRP 60, ambas expressas em , são mostradas na tabela a seguir.
(ICRP 26) (ICRP 60)
na água 
Q
Transferência linear de energia irrestrita, L 
Q(L)
< 3,5 1 ≤ 10 1
7 2 > 10 ≤ 100 0,32L - 2,2
23 5 > 100 300/√L
53 10
> 175 20
Tabela: Valores de Q em função do Poder de Freamento de Colisão , ICRP 26, e valores de Q(L) em função do LET, na água, ICRP 60. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Portanto, a publicação 60 definiu a dose absorvida como a dose média sobre um órgão como um indicador da probabilidade de efeitos estocásticos
subsequentes naquele órgão.
Essa média é dependente de uma relação linear entre dose e risco, a relação dose-resposta, sem a qual o acréscimo das doses internas e fontes
externas não seria possível. Por essa razão, a comissão introduziu a grandeza dose equivalente,, e o fator de ponderação de radiação, . A dose
equivalente total no tecido T ficou então:
Em que é a dose média absorvida no tecido T pela radiação R.
Os valores recomendados de nas publicações 26, 60 e 103 são fornecidos na tabela a seguir.
Tipos de radiação e intervalos de energia
(ICRP-26) (ICRP-60) (ICRP-103)
Fótons de todas as energias 1 1 1
Elétrons e múons de todas as energias 1 1 1
Nêutrons* com energias: 
< 10keV 
10 – 100keV 
> 100keV a 2MeV 
> 2MeV a 20MeV 
> 20MeV
5 
10 
20 
10 
5
Função contínua da energia do
nêutron
Prótons 1 5 2 (prótons e píons)
Tipos de radiação e intervalos de energia
(ICRP-26) (ICRP-60) (ICRP-103)
Partículas alfa, elementos de fissão, núcleos
pesados
20 20 20
*Na publicação 26, o Ǭ para nêutrons foi recomendado como 10 para energias desconhecidas e 2,3 para nêutrons térmicos; caso contrário, este deve ser calculado.
Tabela: Fatores de ponderação de radiação nas publicações 60 e 103 e Ǭ na publicação 26. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Os valores de para nêutrons e prótons nas recomendações de 103 diferem daqueles dados na publicação 60. Os valores numéricos de são
especificados em termos de tipo e, no caso de nêutrons, em termos de energia de radiação incidente no corpo humano ou emitida por
radionuclídeos residentes no corpo. Os valores de mostrados na tabela anterior foram selecionados com base no RBE na indução de efeitos
estocásticos em baixas doses, considerados relevantes para os efeitos estocásticos.
Os valores de RBE foram usados para a seleção de e são atribuídos a valores fixos para fins de proteção radiológica. Todos os valores referem-se à
radiação incidente no corpo ou, para fontes internas de radiação, à radiação emitida pelos radionuclídeos incorporados.
A função contínua em energia de nêutrons é recomendada para o cálculo dos fatores de ponderação de radiação para nêutrons.
Treinando o conhecimento
Um grupo de IOE foi exposto a um campo de raios X, resultando em uma dose absorvida de 2mGy. O mesmo grupo também foi exposto a uma fonte
emissora de partículas alfa, resultando em uma dose absorvida de 2mGy, sendo assim, responda (unidades do SI):
Quais os valores de dose equivalente em função do campo de raios X e da fonte emissora de partícula alfa?
Equivalente de dose efetiva → dose efetiva
A publicação 26 introduziu a grandeza denominada de “equivalente dose efetiva”, E, quando a comissão afirmou que sua limitação de dose
recomendada se baseava no princípio de que o risco deveria ser igual se todo o corpo fosse irradiado uniformemente ou houvesse irradiação não
uniforme. A base para equalizar esse risco foi a estimativa do detrimento relativo em diferentes órgãos e tecidos.
A comissão simplificou o nome, sem qualquer alteração no conceito, na publicação 60, para “dose efetiva”, E, que representa a dupla soma
ponderada das doses absorvidas em órgãos ou tecidos:
A partir disso, fica evidente que os fatores de ponderação da radiação são independentes do tecido e os fatores de ponderação do tecido são
independentes da radiação.
Na publicação 26, para a ingestão de radionuclídeos, a comissão definiu a dose equivalente comprometida a determinado órgão ou tecido de uma
única ingestão de material radioativo como parte integrante da dose efetiva até 50 anos após a ingestão. Quando adicionado a todos os tecidos,
esta tornou-se a dose efetiva comprometida. Na publicação 60, havia-se refinado o tempo de 50 anos para trabalhadores ou até 70 anos para
membros do público.
Resposta 
Os respectivos valores de Wt nas publicações 26, 60 e 103 são dados na tabela a seguir.
Atenção
Deve-se lembrar que esses fatores de ponderação são normalizados para 1,0 e que a estimativa de detrimento aumentou em um fator de mais de 3,
de modo que o risco absoluto para a mama, por exemplo, permaneceu constante, embora seu peso tenha sido reduzido em 3.
ICRP- Fator de ponderação - WT
Tecido ou órgão 26 (1977) 60 (1990) 103 (2007)
Gônadas 0,25 0,20 0,08
Medula óssea 0,12 0,12 0,12
Cólon - 0,12 0,12
Pulmão 0,12 0,12 0,12
Estômago - 0,12 0,12
Mama 0,15 0,05 0,12
Bexiga - 0,05 0,04
Esôfago - 0,05 0,04
Fígado - 0,05 0,04
Tireoide 0,03 0,05 0,04
Superfície do osso 0,03 0,01 0,01
Cérebro - - 0,01
Glândulas salivares - - 0,01
Pele - 0,01 0,01
Remanescente 0,30 0,05 0,12
Soma total 1,0 1,0 1,0
Tabela: Fatores de ponderação do órgão ou tecido: ICRP 26 (1977), ICRP 60 (1990) e um fator de ponderação muito próximo de 0,01 (ICRP 103). 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Os tecidos remanescentes, de acordo com a ICRP 103, são: suprarrenais, região extratorácica (ET), vesícula biliar, coração, rins, nódulos linfáticos,
músculos, mucosa oral, pâncreas, próstata (♂), intestino delgado, baço, timo, útero/colo do útero (♀). 
Os órgãos e tecidos representam os valores médios para humanos em ambos os sexos e todas as idades e, portanto, não se relacionam com as
características de indivíduos específicos. As principais diferenças em relação aos valores na publicação 60 são aumentos em cerca de um fator de
dois para os tecidos da mama e do restante, enquanto as gônadas diminuem em cerca de um fator de dois.
Tecidos remanescentes/restantes
Na publicação 26, a comissão recomendou que um valor WT de 0,06 seja alocado a cada um dos cinco órgãos ou tecidos remanescentes com os
equivalentes de dose mais altos, sendo esses tecidos aqueles definidos no simulador da ICRP.
Na publicação 60, o valor WT para os remanescentes foi aplicado à dose média ponderada para esses tecidos ou órgãos. Para alguns
radionuclídeos, um dos tecidos ou órgão remanescente pode receber uma dose mais alta do que qualquer outro para o qual os valores WT são
especificados. Para esses casos, foi recomendado que metade do peso restante, ou seja, 0,025, fosse usado para esse órgão e a outra metade
fosse usada para a dose média dos tecidos restantes.
O WT 0,12 para os tecidos restantes, na ICRP 103, aplica-se à dose média aritmética dos 13 órgãos e tecidos por sexo. Isso significa,
essencialmente, que cada tecido ou órgão restante tem um fator de ponderação muito próximo de 0,01 e (ICRP103).
Princípios de proteção
Em 1977, a publicação 26 estabeleceu o novo sistema de limitação de dose e introduziu três princípios de proteção (ICRP 26/1977), que são:
Princípio 1
Nenhuma prática deve ser adotada a menos que sua introdução produza um benefício líquido positivo.
Princípio 2
Todas as exposições devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente possível. Fatores econômicos e sociais devem ser considerados.
Princípio 3
As doses para os indivíduos não devem exceder os limites recomendados para as circunstâncias apropriadas pela comissão.
Desde então, esses princípios se tornaram conhecidos como: justificação, otimização (tão baixo quanto razoavelmente possível) e aplicação de
limites de dose.
O princípio de otimização foi introduzido devido à necessidade de encontrar uma forma de equilibrar a relação custo/benefício quando a exposição
à radiação ionizante ou a introdução de radionuclídeos forem necessárias.
Princípios de proteção radiológica
As recomendações de 1977 continham preocupações com questões éticas, baseadas em decisões sobre o que era razoavelmente alcançável na
redução da dose. O princípio da justificação indica que uma prática radiológica somente deve ser autorizada caso produza suficiente benefício para
o indivíduo exposto ou para a sociedade, de modo a compensar o risco de detrimento, e o da otimização visa maximizar a margem do benefício
sobre o detrimento para a sociedade como um todo.
Reavaliação de doses
Durante a década de 1980, houve reavaliações dos sobreviventes dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, em parte devido às revisões
na dosimetria, alegando que os riscos de exposição eram mais elevados do que os usados pela ICRP. Também começaram a surgir pressões para a
redução dos limites de dose. 
Em 1989, a própria comissão revisou e elevou as estimativas dos riscos de desenvolvimento de câncer por exposição à radiação ionizante. No ano
seguinte, adotou em suas recomendações de 1990 a orientação para um sistema de proteção radiológica. Os princípios de proteção recomendados
pela comissão ainda se baseavam nos princípios gerais apresentados na publicação 26. 
No entanto, houve acréscimos importantes que enfraqueceram o vínculo entre análise de custo/benefício e dose coletiva e que fortaleceram a
proteção do indivíduo, refletindo em mudanças, confira a seguir:
A justi�cativa de uma prática
Nenhuma prática envolvendo exposições à radiação deve ser adotada, a menos que produza benefício suficiente para os indivíduos expostos ou
para a sociedade, a fim de compensar o prejuízo que a radiação causa.
A otimização da proteção
Em relação a qualquer fonte particular dentro de uma prática, a intensidade das doses individuais, o número de pessoas expostas e a
probabilidade de incorrer em exposições onde não há certeza de que serão recebidas devem ser mantidos tão baixos quanto razoavelmente
possível; fatores econômicos e sociais devem ser levados em consideração. Esse procedimento deve ser limitado por restrições sobre as doses
para os indivíduos (restrições de dose) ou sobre os riscos para os indivíduos no caso de potenciais exposições (restrições de risco), de modo a
limitar a injustiça que pode resultar dos julgamentos econômicos e sociais inerentes.
O limite de dose
A exposição de indivíduos resultante da combinação de todas as práticas relevantes deve estar sujeita a limites de dose, ou a algum controle de
risco no caso de potenciais exposições. O objetivo é garantir que nenhum indivíduo seja exposto a riscos de radiação considerados inaceitáveis
por essas práticas, em quaisquer circunstâncias normais.
Dose coletiva
Na publicação 26, a comissão introduziu o conceito de equivalente de dose coletiva (S) em uma população, definido por: 
(Pessoa.Sv-SI) 
Onde Hi é o equivalente de dose per capita em todo o corpo ou em qualquer órgão ou tecido especificado para os membros Pi do subgrupo (i) da
população exposta. 
Na publicação 60, muito pouco foi dito sobre o cálculo e o uso da dose coletiva. A comissão tornou-se cada vez mais preocupada com o uso
indevido da grandeza (publicação 77) e, na publicação 103, esclareceu o uso da dose coletiva. Além da redução da intensidade das exposições
individuais, também deve ser considerada a redução do número de indivíduos expostos. A dose efetiva coletiva foi e continua sendo um parâmetro
fundamental para a otimização da proteção dos trabalhadores. No entanto, a distribuição da dose individual na força de trabalho deve ser levada em
consideração para garantir que não haja iniquidade no processo de otimização.
A comissão considera atualmente que, na faixa de baixas doses, os fatores de risco apresentam um elevado grau de incerteza. Esse é
particularmente o caso de doses individuais muito baixas, que são apenas pequenas frações da dose de radiação recebida de fontes naturais. O uso
de dose efetiva coletiva sob tais condições para estimativas de risco detalhadas não é um procedimento válido.
Para evitar a agregação de baixas doses individuais durante longos períodos de tempo e amplas regiões geográficas, a faixa da dose efetiva e o
período de tempo devem ser limitados e especificados. No cálculo e na interpretação da dose efetiva coletiva, os seguintes aspectos devem ser
considerados e revisados criticamente, a fim de evitar o uso indevido da dose efetiva coletiva:
Restrições determinísticas (publicações 26, 60 e 103)
Ocorreu uma série de mudanças significativas nas recomendações da ICRP entre 1977 e 1990. Em primeiro lugar, houve um aumento dos fatores de
risco cancerígenos, que também se refletiu em uma estimativa maior de detrimento da radiação. Mais órgãos e tecidos foram especificamente
identificados para receber seu próprio fator de ponderação de tecidos, enquanto a comissão, em 1990, afastou-se do uso de fatores de qualidade
em favor de fatores de ponderação de radiação que considerava mais plausíveis do ponto de vista biológico e relacionados aos medidos pelos
RBEs.
Confira mais algumas mudanças significativas, a seguir:
Proteção radiológica
A base filosófica também foi ampliada de um sistema de limitação de dosagem a um sistema de proteção radiológica. O principal impulso das
recomendações de 1990 foi, no entanto, a revisão das estimativas de risco e detrimento, seguida pela justificativa para os novos limites de dose.
Entre as publicações 26 e 60, a comissão também trouxe o tratamento de radônio, em casa e no trabalho, estimando o equivalente de dose efetiva
para as concentrações do gás. Houve uma concentração de atividade no ar (DAC, do inglês Derived Air Concentration), que correspondeu ao limite
equivalente de dose efetiva anual de 50mSv para o local de trabalho, e 20mSv por ano, para as residências.
Número de indivíduos expostos
Idade e sexo das pessoas expostas
Gama de doses individuais
Distribuição da dose no tempo
Distribuição geográ�ca dos indivíduos expostos
Proteção do público
Conselhos para a proteção do público em caso de acidentes e emergências também foram incluídos nas publicações.
Nas recomendações de 2007, a comissão procurou esclarecer e ampliar suas recomendações anteriores. Os riscos da exposição à radiação
ionizante passaram a ser ligeiramente menores do que em 1990, mas houve uma grande diminuição nas estimativas de risco hereditário, levando a
mudanças nos valores de ponderação dos tecidos (wT). Algumas reduções nos valores de wR também foram recomendadas.
Otimização da proteção
O sistema de proteção foi alterado de uma filosofia orientada para o processo (prática e intervenção) para uma filosofia orientada para a situação
(planejada, de emergência e existente).
Em 2007, a comissão tirou a ênfase da abordagem matemática para a otimização que existia desde a sua introdução em 1977 e recomendou uma
abordagem mais qualitativa para a otimização, sempre questionando se o melhor foi feito na atual circunstância. Também recomendou um quadro
de restrições e níveis de referência para facilitar a tomada de decisões pelas autoridadesnacionais.
Limite de doses
Em 2007, a manutenção dos limites de dose estabelecidos em 1990 aumentou o nível de proteção em cerca de 25%, porque o risco por unidade de
exposição diminuiu na mesma medida.
No caso de situações de exposição existentes e de emergência, as recomendações atuais geralmente englobam os valores anteriores, mas são
mais amplas no seu âmbito de aplicação. Deve-se notar que, em alguns casos, os valores citados estão em grandezas diferentes; por exemplo, em
situações de exposição de emergência, os critérios na publicação 60 são especificados em termos de dose evitada (níveis de intervenção),
enquanto os critérios nas recomendações atuais são especificados em termos de dose residual (níveis de referência).
A comissão reviu recentemente em baixa o nível de referência para o radônio nas habitações e o nível de exposição profissional que exigiria a
aplicação do sistema de proteção. Também adaptou a proteção do ambiente como disciplina de proteção radiológica e publicou conselhos sobre
animais e plantas de referência. 
Um resumo dos valores numéricos lançados pela ICRP da publicação 26 à 60 e da 60 à 103, encontra-se, respectivamente, nas tabelas a seguir:
Categorias de
exposição
(publicações)
ICRP 26/1977 ICRP 60/1990
LIMITES DE DOSE INDIVIDUAL
Exposição ocupacional,
incluindo operações de
recuperação
Média de sobre períodos definidos de 5 anos
Qualquer órgão
individual, exceto:
Desistiu
Cristalino
Pele 20Sv (na vida)
Categorias de
exposição
(publicações)
ICRP 26/1977 ICRP 60/1990
Mãos e pés -
Mulheres grávidas
para a superfície do abdômen ou da ingestão de
radionuclídeos
Exposição pública
(Declaração de Paris de
1985)
mas é permitido um limite de em um ano por alguns
anos desde que a dose média anual não exceda o
limite principal de ano
em um ano Em circunstâncias especiais, um valor
maior é permitido, desde que a média ao longo de 5
anos não exceda
Qualquer órgão
individual
ano Desistiu
Cristalino -
Pele (Declaração de
Estocolmo de 1978)
de 0,01 ano
RESTRIÇÕES DE DOSE
Exposição ocupacional Nenhum
Exposição pública - Em
geral
Nenhum
ACIDENTES / EMERGÊNCIAS
Exposição ocupacional
(40)
Salva-vidas (voluntários
informados)
Sem restrições de dose
Outras operações de
resgate urgentes
para corpo inteiro e para órgãos individuais ~ ~ (pele)
Outras operações de
resgate
Exposições públicas
(40) - Alimentos
Sem mudança
Distribuição de iodo
estável
5-50mSv no primeiro ano 50-500mSv (tireoide) Sem mudança
Abrigo 5-50mSv em 2 dias Sem mudança
Evacuação temporária 50-500mSv em 1 semana Sem mudança
Realocação permanente no primeiro ano ou em uma vida inteira Sem mudança
EXPOSIÇÃO EXISTENTE
Categorias de
exposição
(publicações)
ICRP 26/1977 ICRP 60/1990
Radônio 
- Em casa (39) 
- No trabalho (32)
Nível de ação 
(foi definido para ser DAC (foi definido no limite de
dose,
Sem mudança 
Sem mudança
Tabela: Comparação dos critérios de proteção entre as recomendações de 1977 e 1990. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Agora, veremos o significado de cada letra sobreposta nas variáveis da tabela. 
a. Dose efetiva. 
b. Dose equivalente. 
c. Com a disposição adicional de que a dose efetiva não deve exceder 50mSv em qualquer um ano. Restrições adicionais se aplicam à exposição
ocupacional de mulheres grávidas. Quando aplicado na ingestão de radionuclídeos, a quantidade da dose é a dose efetiva comprometida. 
d. Equivalente de dose efetiva. 
e. Equivalente dose. 
f. Dose evitável. 
g. Concentração da atividade no ar. 
Confira mais alguns dos valores numéricos lançados pela ICRP da publicação 26 à 60 e da 60 à 103, na tabela a seguir:
Categorias de exposição
(publicações)
ICRP 60/1990 ICRP 103/2007
EXPOSIÇÕES PLANEJADAS
Exposição ocupacional (60, 68),
incluindo operações de recuperação
Média de 20mSv/ano sobre períodos definidos de 5 anos
Sem mudança 
Sem mudança
Cristalino Sem mudança
Pele Sem mudança
Mãos e pés
Mulheres grávidas (60) (75, 96)
2mSv para a superfície do abdômen ou 1mSv da ingestão de
radionuclídeos 1mSv para o embrião/feto
Sem mudança
Exposição pública (60)
1mSv em um ano 
Em circunstâncias especiais, um valor mais alto é permitido,
desde que, como média de 5 anos, não exceda a 1mSv/ano
Sem mudança
Categorias de exposição
(publicações)
ICRP 60/1990 ICRP 103/2007
Cristalino Sem mudança
Pele Sem mudança
Exposição ocupacional (60) Restrições de dose
Exposição pública (77, 81, 82) 
- Em geral
Sem mudança 
de acordo com a situação
Eliminação de resíduos radioativos Sem mudança
Eliminação de resíduos radioativos
de longa duração
Exposição prolongada ano
Componente prolongado de
nuclídeos de longa vida
Sem mudança
Exposição ocupacional (60, 96) -
salva-vidas (voluntários informados)
Sem restrições de dose
Sem restrições de dose se
beneficiar outros
Outras operações de resgate
urgentes
pele 1000 ou
Outras operações de resgate
Exposições públicas (63, 96) 
- Alimentos 
- Distribuição de iodo estável 
- Abrigo 
- Evacuação temporária
50-500mSV (tireoide) 
5-50mSv em 2 dias 
50-500mSv em 1 semana 
no primeiro ano ou 
Todas as contramedidas
combinadas em uma estratégia de
proteção geral
Planejamento entre 20 e
100mSv/ano, de acordo com a
situação
EXPOSIÇÕES EXISTENTES
Categorias de exposição
(publicações)
ICRP 60/1990 ICRP 103/2007
Radônio (65) 
- Em casa 
- No trabalho
Níveis de ação 
ano 
ano
Nível de referência , 
<10mSv/ano 
Ponto de entrada 
(para regime ocupacional de
proteção) 
Tabela: Comparação dos critérios de proteção entre 1990 e as recomendações de 2007. 
Elaborada por Nilséia A. Barbosa.
Veja o significado de cada letra sobreposta nas variáveis da tabela, a seguir: 
a. Dose efetiva, a menos que especificado de outra forma. 
b. Dose equivalente. 
c. Com a cláusula adicional de que a dose efetiva não deve exceder 50mSv em um ano. Restrições adicionais se aplicam à exposição ocupacional
de mulheres grávidas. Quando aplicado na ingestão de radionuclídeos, a quantidade de dose é a dose efetiva comprometida. 
d. Dose evitada. 
e. A restrição de dose deve ser inferior a 1mSv e um valor não superior acerca de 0,3mSv seria apropriado. 
f. Os níveis de intervenção referem-se à dose evitada para contramedidas específicas. Os níveis de intervenção permanecem valiosos para a
otimização de contramedidas individuais ao planejar uma estratégia de proteção, como um suplemento aos níveis de referência para avaliação das
estratégias de proteção; estes se referem à dose residual. 
g. Deve ser considerado se as metodologias de avaliação de dose para garantir a conformidade em qualquer situação concebível de combinação de
doses não estiverem disponíveis. 
h. Publicação 60. 
i. Publicação 96. Doses eficazes abaixo de 1.000mSv devem evitar efeitos determinísticos graves; abaixo de 500mSv deve evitar outros efeitos
determinísticos. 
j. Publicação 63. 
k. Os níveis de referência referem-se à dose residual e são usados para avaliar estratégias de proteção, ao contrário dos níveis de intervenção
anteriormente recomendados que se referiam a doses evitadas de ações de proteção individuais. 
l. Declaração da ICRP sobre radônio (ICRP, 2009).
Evolução das recomendações da ICRP: 26/1977, 60/1990 e 103/2007
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre as principais mudanças nas atualizações das recomendações da ICRP e o reflexo na filosofia e
política de proteção radiológica, distinguindo recomendações de normas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A relação entre a dose e a probabilidade de indução de câncer é considerada linear, para radiações de baixo LET (do inglês, Linear Energy
Transfer), quando os valores de dose estão abaixo dos limites recomendados pela
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20rela%C3%A7%C3%A3o%20entre%20a%20dose%20e%20a%20probabilidade%20de%20indu%C3%A7%C3%A3o%20de%20c%C3%A2A publicação 103 da ICRP.
B publicação 60 da ICRP.
C publicação 26 da ICRP.
D publicação 60 da ICRU.
E publicação 26 da ICRU.
Questão 2
A limitação de dose individual descrita pelas recomendações 26, 60 e 103 da ICRP é definida para diferentes tipos de indivíduos e órgãos.
Considerando a grandeza dose efetiva, o órgão como corpo inteiro e o indivíduo ocupacionalmente exposto (IOE), os limites de dose anual,
respectivamente, serão
A 500mSv, 300mSv e 300mSv, pois trata-se de IOE.
B 15mSv, 20mSv e 20mSv, se utilizado dosímetro individual de tórax.
C 50mSv, 20mSv e 20mSv, sendo desconsiderado qualquer fator externo.
D 50mSv, 20mSv e 20mSv, sendo 20mSv uma média aritmética de 5 anos, não podendo ultrapassar 50mSv.
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos que a filosofia, a regulamentação e a aplicação da proteção radiológica evoluíram significativamente nos últimos 30 anos,
adaptando-se às paisagens em constante mudança da compreensão científica e dos valores sociais. A filosofia, a regulamentação, a evolução
histórica e as funções, tanto da ICRU quanto da ICRP, foram analisadas no módulo 1.
As mudanças nas recomendações das publicações da ICRP de 26, 60 e 103 foram analisadas e contextualizadas no módulo 2. Começando com a
proteção radiológica na década de 1970, que descreve as diferenças filosóficas entre a publicação 26, de 1977, a publicação 60, de 1990, além das
mudanças filosóficas e regulatórias emitidas na publicação 103, de 2007, bem como a evolução regulamentar necessária para a implementação
eficaz dessas mudanças.
Podcast
Neste podcast, a especialista irá demonstrar os limites de doses recomendados pela ICRP e as atualizações ao longo dos anos.
Referências
AHMED, J. U.; DAW, H. T. Cost-benefit analysis and radiation protection. IAEA Bulletin, n. 5, p. 10, [s.d.].
CLARKE, R. H.; VALENTIN, J. The history of ICRP and the evolution of its policies: invited by the commission in october 2008. Annals of the ICRP, v.
39, n. 1, p. 75-110, fev. 2009.
COUSINS, C. The future of ICRP: towards a centenary and beyond. Annals of the ICRP, v. 45, n. 1_suppl, p. 5-8, jun. 2016.
DELUCA, P. M. ICRU: a historical perspective of 90 years of radiation science. Radiation Protection Dosimetry, v. 132, n. 4, p. 361-364, 21 jan. 2009.
ICRP. International Commission on Radiological Protection. Consultado na internet em: 05 jun. 2021.
ICRU. International Commission on Radiation Units and Measurements. Consultado na internet em: 20 maio 2021.
TAUHATA, L. et al. Radioproteção e dosimetria. 2013. 373p.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20compara%C3%A7%C3%A3o%20dos%20crit%C3%A9rios%20de%20prote%C3%A7%C3%A3o%20entre%20as%20recomenda%C3%A
E 15mSv, 5mSv e 1mSv, sendo que para 1mSv, em circunstâncias especiais, a ICRP pode autorizar até 5mSv em um ano.

Leia os itens 5.1.2, 5.2.2, da apostila Radioproteção e dosimetria, de TAUHATA, L. et al., disponível no site do CNEN – Comissão Nacional de Energia
Nuclear, do Governo Federal.

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