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Feito por @adillaalbuquerque | 1 ODONTOPEDIATRIA Feito por @adillaalbuquerque | 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO A ODONTOPEDIATRIA; 2. CÁRIE DE ESTABELECIMENTO PRECOCE; 3. PRIMEIRA CONSULTA; 4. ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL X TRA; 5. CONTROLE DE CONDICIONAMENTO; 6. ABUSOS E MAUS TRATOS; 7. RADIOLOGIA NA ODONTOPEDIATRIA; 8. CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMATISMOS DENTOALVEOLARES; 9. CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFANTIL; 10. TRATAMENTO INVASIVO E NÃO INVASIVO – CARIOLOGIA; REFERÊNCIAS 1. CORREA, MARIA SALETE NAHÁS PIRES. ODONTOPEDIATRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA. 3. ED. SÃO PAULO: SANTOS ED., 2010. 2. GUEDES-PINTO, ANTONIO CARLOS; BÖNECKER, MARCELO; RODRIGUES, CÉLIA REGINA DELAGADO. ODONTOPEDIATRIA. 7. ED. SÃO PAULO: SANTOS ED., 2006. 3. COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL 4. KRAMER, PAULO FLORIANI; FELDENS, CARLOS ALBERTO. TRAUMATISMO NA DENTIÇÃO DECÍDUA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. SÃO PAULO: SANTOS ED., 2005. 5. NIK-HUSSEIN NN. NATAL AND NEONATAL TEETH. J PEDOD 1990; 14:110-2 Feito por @adillaalbuquerque | 3 INTRODUÇÃO A ODONTOPEDIATRIA A odontopediatria é a especialidade odontológica que cuida da saúde bucal das crianças desde bebês até a adolescência. Esse cuidado evita traumas futuros já que se sabe que o grande medo apresentado pelos pacientes adultos na cadeira do dentista tem origem nas experiências negativas de tratamentos odontológicos ocorridos na infância. O odontopediatra não se limita apenas à prevenção e à solução dos problemas bucais, desempenhando um importante papel no que tange aos aspectos psicológicos e educacionais do pequeno paciente, visando à execução de tratamentos odontológicos dentro de rigores técnicos e à prevenção de possíveis traumas psicológicos gerados pelo tratamento dentário nas crianças. CÁRIE DE ESTABELECIMENTO PRECOCE É uma lesão que atinge crianças até 71 meses de idade (6 anos). Essa lesão se desenvolve de acordo com a sequência de erupção dos elementos em decorrência do meio contaminado. Os fatores de risco envolvidos estão ligados a: • Placa; • Tempo; • Não uso de fluoretos • Consumo elevado do açúcar: sacarose; • Consistência do alimento; • Qualidade de escovação: ausência da higienização é um fator a ser observado. Cárie A cárie é diagnosticada através de exame clínico, sendo uma doença multifatorial e progressiva, raramente auto- limitante. Na ausência de tratamento, pode progredir até destruir totalmente a estrutura dentária. É compreendida desde a mancha branca ativa até a exo do elemento. Além disso é importante lembrar que a noite se tem diminuição do reflexo de deglutição e diminuição do fluxo salivar, favorecendo ao acúmulo de placa e manutenção do meio para desenvolvimento da doença cárie. Dai a importância de uma boa escovação previamente ao sono noturno. De acordo com a progressão da lesão cariosa pode- se classificá-las, segundo o instrumento CAST (Caries Assessment Sprectrum and Treatmeant): • Escore 0 – Hígido: Não há presença de evidência visível nítida de lesão cariosa. • Escore 1 – Selante: Fóssulas e/ou fissuras estão ao menos parcialmente cobertas com um material selante. • Escore 2 – Restauração: A cavidade está restaurada com um material restaurador indireto ou direto. • Escore 3 – Esmalte: Nítida mudança visual no esmalte, somente. É visível uma evidente descoloração de origem cariosa, que apresenta ou não ruptura localizada do esmalte. • Escore 4 – Dentina: Descoloração interna relacionada à cárie em dentina. A dentina descolorida é visível através do esmalte, que pode ou não apresentar ruptura localizada. • Escore 5 –Dentina: Cavitação nítida em dentina. A câmara pulpar está intacta. • Escore 6 – Polpa: Envolvimento da câmara pulpar. Cavitação nítida envolvendo a câmara pulpar ou presença somente de restos radiculares. Feito por @adillaalbuquerque | 4 • Escore 7 – Abscesso/Fístula: Presença de um inchaço contendo pus ou um trato liberando pus, relacionado à um dente com envolvimento pulpar. • Escore 8 – Perdido: O dente foi removido devido à cárie dentária. • Escore 9 – Outros: Não corresponde às demais descrições Defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) São distúrbios na formação da matriz dentária, na função celular e na regulação do desenvolvimento, ocorridos durante a amelogênese (formação do dente). Os defeitos de esmalte podem ser localizados afetando um único ou múltiplos dentes, em grau variável, tanto na dentição decídua como na permanente. • Opacidade de esmalte: defeitos qualitativos que alteram a translucidez do esmalte devido a distúrbios na mineralização. Podem ser demarcadas ou difusas. • Hipoplasia de esmalte: é uma formação incompleta ou deficiente da matriz orgânica do esmalte. É definida como um defeito quantitativo do esmalte, provocando uma redução da sua espessura. Clinicamente, apresenta-se como manchas esbranquiçadas amareladas até acastanhadas, rugosas, sulcos ou ranhuras, bem como, outras alterações na estrutura do esmalte, comprometendo a estética do sorriso. • Hipomineralização Molar-Incisivo (MIH): é um defeito qualitativo do esmalte dentário caracterizado por manchas hipoplásicas na superfície do esmalte dos primeiros molares permanentes, podendo afetar um ou os quatro molares da maxila e/ou mandíbula e incisivos permanentes. @dentistasoprabaixinhos • Fluorose: é uma anomalia de desenvolvimento e ocorre por ingestão prolongada de flúor durante a formação dos dentes e maturação de esmalte. Geralmente, o aspecto clínico é de manchas opacas no esmalte, em dentes homólogos, até regiões amareladas ou castanhas em casos de alterações mais graves. • Amelogênese imperfeita: é uma anormalidade de desenvolvimento na quantidade ou qualidade do esmalte dentário e ausência de alterações de ordem geral ou sistêmica. Pode acometer tanto a dentição decídua quanto a permanente. • Dentinogênese imperfeita: é um distúrbio na formação da dentina onde o esmalte dentário apresenta-se com tendência a lascar nas superfícies incisais dos dentes anteriores e superfícies oclusais dos dentes posteriores. A dentina exposta, que possui consistência amolecida, sofre rápida atrição, podendo, ocasionalmente, tornar-se lisa e contínua com o tecido gengival. Alterações comuns • Dente natal: ocorre quando um ou mais dentes estão presentes ao nascimento do bebê, ou seja, erupcionam com o bebê ainda dentro do útero. Ocorre mais frequentemente na região dos incisivos inferiores. • Dente neonatal: quando o dente erupciona no período entre o nascimento e o primeiro mês de idade. • Doença periodontal: inclui gengivite e periodontite e caracteriza-se por inflamação das gengivas e do tecido de sustentação, respectivamente. • Mucocele - Rânula: lesão bastante comum na mucosa oral. Trata-se de uma lesão não-infecciosa com acúmulo de mucina que leva a uma reação inflamatória localizada16. Quando ocorre no assoalho bucal, denomina-se rânula. Mucocele Rânula • Abscesso periapical: infecção de origem endodôntica e/ou periodontal, podendo causar edema local e dor. Feito por @adillaalbuquerque | 5 • Cisto de erupção: é um cisto de tecido mole que ocorre no momento na erupção dos dentes decíduos. A cor destas lesões pode variar de normal a azul-escuro ou marrom. Se o traumatismo é intenso sobre essas lesões, são denominadas hematoma de erupção. • Gengivoestomatite herpética: infecção comum que aparece em crianças de 2 a 4 anos com sinais de edema gengival, eritema e ulceração na mucosa oral (língua, lábios, palato duro e mole) causada pelo herpesvírus simples. • Mordida de lábio: nas crianças, é frequente a mordida no lábio após a anestesia superior ou inferior. A criança, diante da estranha sensação produzida pela anestesia, morde o lábio, cujo ferimento é passível de infecção. @dentistasoprabaixinhos • Nódulos de Bohn: pequenos cistos localizados ao longo das cristas ósseas alveolares em bebês. • Pérolas de Epstein: pequenos cistos localizados ao longo da linha média do palato de bebês, sem qualquer relação com odontogênese. • Traumatismos dentários na dentição decídua: são lesões causadas por trauma que acometem tecidos moles e/ou dentes. É uma situação frequente na atividade clínica de odontopediatria. • Anquiloglossia: A anquiloglossia é uma anomalia de desenvolvimento da língua caracterizada por freio lingual curto, resultando na limitação dos movimentos da língua, conferindo uma sensação de língua presa. Quantidade de creme dental ideal de acordo com a idade Em crianças de 0 a 3 anos:½ grão de arroz de creme dental fluoretado com, pelo menos, 1000 ppm pois as crianças tendem a engolir o creme dental e assim, essa quantidade não é suficiente para causar fluorose, mas é suficientemente para equilibrar a DES-RE do meio bucal. Alguns autores dizem que a quantidade é o equivalente a 1 grão de arroz cru. Em crianças 3 anos à 6 anos: equivalente a 1 grão de arroz. A faixa de idade de 3 anos é uma faixa crítica porque tem a formação da mineralização da coroa dos incisivos. Assim, é uma época com maior risco de gerar fluorose (excesso de fluoreto) em dentes anteriores. A partir dessa idade se houver ingestão de fluoreto, o risco de fluorose passa a ser para caninos e pré-molares. Em crianças após 6 anos: equivalente a 1 grão de ervilha. É importante controlar a utilização dos cremes dentais, explicando aos responsáveis e passando a forma correta de como deve ser feito a escovação, além de sempre orientar a criança a cuspir. A escovação deve ser realizada com pasta fluoretada 2x ao dia sob supervisão do responsável (que saiba a quantia certa a ser colocada na escova). Na escola, é interessante que a pasta da criança não contenha flúor, pois os professores/cuidadores, muitas vezes, não são orientados sobre a quantia de pasta que deve ser usada. Além disso, é indicado evitar a pasta tande ou com Feito por @adillaalbuquerque | 6 sabor, pois é atrativo para a criança ingerir em maior quantidade. Cremes dentais: quando tem menos de 1000 ppm (600 ppm) não previne lesões de cárie e não causa fluorose, ou seja, não são indicados. Etiologia da cárie em pacientes jovens O esmalte dentário nos seus primeiros 20 meses pós-erupção, passa por um processo de maturação. Além disso, quando erupcionados, apresentam uma chance maior de estagnação da placa bacteriana. A criança/bebês não tem habilidade motora para realizar a escovação, por este motivo até os 6 ou mais anos, os pais devem motivar e ter a responsabilidade escovar. Assim sendo, a não higienização, higienização inadequada, consumo em excesso de sacarose unindo-se a maior chance de acúmulo de placa, influencia diretamente no estabelecimento da doença cárie em pacientes jovens. Microbiologia bucal antes da erupção dental Logo ao nascer a boca do bebê é praticamente estéril, mas após algumas horas do nascimento a cavidade passa a ser colonizada, principalmente por micro-organismos facultativos e aeróbios. Os Streptococcus mutans e saguis raramente são encontradas na cavidade bucal de crianças edêntulos, pois necessitam de superfície dura para ser colonizado. Consequências da cárie precoce na infância • Perdas extensas de estrutura dental nos decíduos; • Manifestação de dor, infecções dentárias, abscessos, consequentemente má nutrição, baixa autoestima; • Pode levar a deficiências de crescimento, maloclusão e perpetuação da cárie na dentição permanente; • Medo e aversão ao tratamento. O tratamento para a cárie precoce depende da situação encontrada indo da aplicação de verniz fluoretado a exodontia ou endodontia. Esse tratamento apresenta dificuldades como: • Idade da criança; • Extensão das lesões; • Custo financeiro; • Profissional preparado. Cárie precoce severa • Cárie precoce severa < 3 anos: cárie em superfície lisa; • Cárie precoce severa 3 a 5 anos: 1 ou mais lesões cavitadas, perdas dentais (relacionadas a cárie), ou superfície lisa restaurada em dentes decíduos ântero-superior ou um índice de superfícies dentais cariadas, perdidas ou obturadas maior ou igual a quatro aos 3 anos de idade - maior ou igual a cinco aos 4 anos de idade - maior ou igual a seis aos 5 anos de idade. Isso constituem severo o quadro de cárie precoce na infância Mancha branca ativa: é a lesão de cárie não cavitada, sendo opaca e rugosa ocasionada pela baixa no ph da microbiota oral devido à má higienização e consumo de sacarose. • Como identificar: profilaxia + lavar + secar + iluminar. Sacarose: acelera o processo de desmineralização; Fluoreto: retarda a velocidade da perda mineral do dente; Bactéria produz ácido → atua nas áreas com biofilme PRIMEIRA CONSULTA Anamnese Informações gerais • Gestação: saber qual o mês, se teve ou está tendo complicações na gestação; • Parto: saber se foi normal, cesária, se teve complicação, se teve aborto; • Amamentação: se a mãe ainda amamenta, até quantos anos amamentou a criança. Informações de história pregressa • História familiar; • História pré-natal, natal neo-natal; • História médica; • História dental. História atual • História social; • História médica; • História dental. Avaliação geral • Manchas no corpo; • Estatura; • Coordenação motora; Feito por @adillaalbuquerque | 7 • Comportamento; • Linguagem; Informações específicas • Queixa principal; • Contato com o dentista; • Traumatismo dentário; • Hábitos deletérios; • Dieta; • Higiene bucal. Plano de tratamento - sequência Adequação do meio: procedimentos para identificar, remover e controlar os fatores de risco de desenvolvimento da doença cárie. Fases de adequação do meio Educação familiar • Doença cárie e manifestações bucais; • Motivação; • Combater e eliminar fatores de risco (dividir responsabilidades). Monitoramento • Dieta; • Higiene; • Uso racional de fluoreto Parte curativa • Exodontias; • Endodontias; • Selamento das cavidades (CIV); • Fluorterapia (verniz fluoretado). Tratamento restaurador definitivo • Restaurações; • Coroas de aço: @dentistasoprabaixinhos • Celuloide: • Aparelho mantenedor de espaço: O plano de tratamento em relação a cárie será de acordo com: 1-Risco: possibilidade que um indivíduo tem, em determinada época, de desenvolver lesões cariosas. Fatores de risco: aleitamento noturno, consumo do açúcar, micro-organismos (contaminação); biofilme (higienização - escovação). 2-Atividade: é o incremento de lesões ativas, incluindo lesões novas e recorrentes que ocorrem em um determinado período de tempo. Higienização • Ponta da fralda ou gaze; • Solução fisiológica ou água fervida ou filtrada; • Sem dente – uma vez ao dia; • Com dente – após aleitamento ou refeição. Usando escova com pasta fluoretada e a quantidade descriminada. Retorno • 3 em 3 meses até 3 anos de idade quando os fatores de risco estão controlados; • Após 3 anos de acordo com as necessidades da criança. Exame clínico e plano de tratamento • Identificação do paciente; • Anamnese; • Exame físico geral; • Exame físico extra-oral; • Exame físico bucal; • Exame radiográfico. Feito por @adillaalbuquerque | 8 Plano de tratamento para mancha branca ativa É importante lembrar que a anamnese não faz parte do plano de tratamento e este é feito por quadrante. Quando tem a mancha branca ativa (sem cavitação), o tratamento consiste em aplicação 4x (1 em cada semana)de verniz fluoretado (veículo) e reavaliação na 5° sessão. Em cada sessão deve ser feito a instrução de higiene oral além de conscientização do consumo inteligente do açúcar. Além disso, é importante a orientação dos pais quanto a dieta (menos sacarose). Quando existe outros fatores relevante o plano segue a ordem de: • 1° consulta: instrução de higiene oral + consumo inteligente do açúcar + remoção de cárie dos elementos comprometidos (1° quadrante) + aplicação tópica de flúor ou verniz (dependendo da idade) nos elementos que precisão (1° quadrante); • 2° consulta: IHO + CIA + AV + CIV no 2° quadrante; • 3° consulta: idem para o 3° quadrante; • 4° consulta: idem para o 4° quadrante; • 5° consulta: reavalia para ver se a IHO + CIA e aplicação do verniz está sendo eficiente (mancha deve estar brilhosa e lisa). • ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL X TRA A adequação do meio bucal é feita no máximo em um mês. A adequação do meio é a busca do equilíbrio da DES-RE (equilíbrio do PH). Essa adequação compreende orientação de higiene oral, profilaxia, aplicação de flúor, se a criança tem resto radicular que favorece a retenção de placa deve-se extrair, remoção do tecido cariado com vedamento da cavidade com CIV, fosfato ou OZE. Assim, a adequação dura em torno de 30 dias. Além disso, a adequação do meio é temporário/provisório. Após 30 dias, deve-se trocar o material por uma definitiva (resina, amálgama, CIV de melhor qualidade). O TRA é um programa e não deve ser confundido com tratamento restaurador minimamente invasivo. Esse programa envolve procedimentos educativos, preventivos e a parte curativa, tendo um caráter definitivo, tanto que foi criado com o objetivo de atender populações mais carentes (sem energia elétrica e sem uso de anestesia etc). Crianças relatam que esse programa foi menos traumático. No TRA usa-se somente instrumentos manuais. Curva de spee e wilson na dentição decídua A dentição decídua não tem curva de spee e Wilson, devido a implantação vertical dos elementos dentários nos maxilares. Essas curvas começam a existir a partir da erupção do 1° molar permanente. Arcos decíduos – baume • Arco tipo I: espaços generalizados entre os dentes • Arco tipo II: sem espaços entre dentes, podendo ou não apresentar espaços primata. Espaços primatas • Arco superior: entre incisivo lateral e canino; • Arco inferior: entre canino e 1° molar. Relação molar • Plano terminal reto: guia 1° molares permanentes a classe II ou classe I; • Degrau mesial: evolui para classe I ou III; • Degrau distal: evolui para classe II. Relação canino • Classe I • Classe II • Classe III Feito por @adillaalbuquerque | 9 Oclusão • Linha média; • Mordida cruzada; • Mordida aberta. Tipos de radiografia • Periapical; • Bite-wing (inter-proximal); • Oclusal; • Panorâmica; • Lateral de Andreasen Conduta adequada • Plano de tratamento após exame radiográfico (se necessário); • Não intervir sem aprovação do plano de tratamento; • Intervenção sem plano de tratamento só em caso de emergência – radiografia e intervém. CONTROLE DE COMPORTAMENTO Técnica dizer, mostrar, fazer Nessa ténica, o dentista deve mostrar alguns instrumentos que serão usados no procedimento para gerar uma aproximação e confiança entre profissional e criança. Equivale à coluna vertebral da fase educacional para a preparação de um paciente pediátrico dental relaxado e receptivo. Muito usado em PNE e pediatria. Deve ser adaptada a cada paciente e situação. Elogio e comunicação Elogiar e comunicar de maneira eficaz com a técnica dizer, mostrar e fazer constitui uma combinação imbatível para crianças maiores de 3 anos de idade. Controle mediante a voz – tonalidade • Requer do dentista mais autoridade durante sua comunicação; • A expressão facial deve refletir esta atitude de confiança. Alterações controladas do volume, tom ou cadência de voz. Técnica joelho a joelho – realizada em bebês @dentistasoprabaixinhos Mão sobre a boca – home Não usado em crianças menores de 3 anos. É usado para controlar birras e outros ataques de ira de ser usado com controle de voz e só deve ser feito após os responsáveis assinarem termo de autorização. É o último recurso a se usar. Após a mão sobre a boca e repreensão, deve-se usar elogios evitando traumas nas crianças. É contraindicado para crianças incapacitadas imaturas e sob medicação cuja compreensão às ordens dos dentistas se encontra comprometida. Contenção física No sentido literal, significa conter fisicamente os movimentos inapropriados da criança durante um tratamento. Pode ser feito com mãos, cintas, fitas, lençóis, etc. Macri Utilizada para atendimento preventivo/educativo em crianças menores de 3 anos de idade. Pode ser utilizada para tratamentos curativos e emergenciais. Outros métodos • Método para reduzir ansiedade materna; • Hipnose e técnicas de relaxamento; • Terapia de jogos, escutar música ou som suave; • Sessões de dessensibilização; • Visitas de observação; • Sedação mínima / moderada / profunda ou anestesia geral. Feito por @adillaalbuquerque | 10 ABUSOS E MAUS TRATOS Praticados com justificativa de prática religiosa, motivos disciplinar e educacional e também com finalidades econômicas e desajuste emocional do ser humano. Os maus tratos podem ser classifi cados em • Abuso físico; • Psicológico; • Negligência; • Abuso sexual. Abuso infantil pode ser primariamente detectados pelo cirurgião-dentista, tendo este que está apto e atento • Marcas de queimaduras que podem ser observadas em crianças vítimas de maus-tratos; • Marcas de objetos que podem ser observadas nas crianças vítimas de maus tratos; • 65% dos traumas físicos são em região de cabeça e pés. Achados bucais que o cirurgião dentista deve observar em casos de abusos • Contusões na face, pescoço, estruturas periorais, palato, lábios e assoalho de boca; • Lacrações em face, mucosas, freio labial e lingual; • Queimaduras em face mucosas, com uso de instrumentos, substâncias químicas tóxicas e líquidos efervescente; • Traumas em olhos, orelhas, perfurações na membrana do tímpano; • Fratura e perda de dentes e escurecimento em dente anterior. Lei federal brasileira n° 8069 de 13 de julho de 1990, artigo 13, capítulo do direito à vida e à saúde: os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças ou adolescentes serão obrigatoriamente comunicados ao conselho tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outra providência legal. No código de ética odontológico, capítulo III que trata dos deveres fundamentais, no artigo 4, verificamos que no inciso III, um dos principais deveres do cirurgião dentista é: “zelar pela saúde e dignidade do paciente”. Não notificar um caso de maltrato significaria contrariar o zelo pela saúde e dignidade do paciente, podendo responder legalmente ao não cumprimento do texto do estatuto da criança e do adolescente. O que fazer diante de suspeita a confirmação de maus-tratos contra crianças e adolescentes? • Comunicar ao conselho tutelar do município de moradia; • Na falta do conselho tutelar, comunicar ao juizado da infância e da juventude. RADIOLOGIA NA ODONTOPEDIATRIA São preconizadas apenas as necessárias e de controle, em virtude da proteção contra a exposição exagerada da criança as radiações ionizantes. Introdução • Exame radiográfico em odontopediatria; • Restrita; • Benefício ao paciente; • Critérios: fase de desenvolvimento da dentição, risco de cáries dentárias; • Complemento do diagnóstico clínico. Ex: pulpotomias, traumatismos, dor. Principais dificuldades • Cooperação da criança; • Explicação á criança de acordo com a sua idade; • Tamanho da película; • Tamanho da arcada dentária; • Tempo de exposição radiográfica-clara Exames radiográficos • 4 radiografias: 2oclusais anteriores (sup / inf) 2 interproximais (dir / esq); • 8 radiografias: 2 oclusais – anteriores (sup / inf) 4 periapicais (molares permanentes); 2 interproximais (posteriores). • 12 radiografias: interproximas – posteriores Periapicais: 4 molares decíduos / pré-molares; 4 caninos decíduos ou permanentes; 2 incisivos decíduos ou permanentes. • 16 radiografias: técnica com 12 radiografias + radiografias periapicais dos molares permanentes Filme periapical infantil: radiografa dentes posteriores decíduos, quando indicados; Feito por @adillaalbuquerque | 11 Filme periapical adulto: todos os dentes na dentição mista ou permanente da criança, além de região anterior decídua. Técnicas radiográficas mais usadas • A técnica depende do tamanho da boca, número de dentes existentes e da cooperação do paciente infantil; • Oclusal (dobra o filme adulto – periapical modificada), interproximal, periapical, panorâmica (na dentição mista consegue ver os germes e o estágio de nolla, além de dar uma visão geral da maxila e mandíbula, ajudando no diagnóstico de fraturas, cistos, tumores, etc) e perfil modificada pode ser chamada de: técnica de frazzi, andrease ou lateral e essa técnica serve para avaliar se o germe do permanente foi afetado. As radiografias devem ser indicadas apenas se necessárias e indispensáveis baseadas nas necessidades particulares de cada paciente. Obs: Quando há trauma pode usar filme oclusal ou periapical e em intrusão faz-se a perfil modificada ou oclusal. Traumatismo na odontopediatria Considera um grupo de risco crianças de 1 a 3 anos. Incisivos superiores, especialmente os centrais, são os mais acometidos. A maioria dos traumatismos acontecem em casa. 10% das crianças em fase de dentição decídua sofrem lesões traumáticas na região bucal. No primeiro ano de vida, 15% das crianças sofrem traumatismo dentoalveolar, sendo mais comum, nessa faixa etária, a fratura de esmalte. Atendimento • Anamnese; • Identificação do paciente; • História da doença atual (como, onde e quando); • Exame clínico; • Exames complementares. CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMATISMOS DENTOALVEOLARES Classificação das lesões de estrutura dentárias • Classe I: trinca de esmalte; • Classe II: fratura de esmalte; • Classe III: fratura de esmalte e dentina; • Classe IV: fratura de esmalte, dentina e polpa envolvida Observações • Quando acontece uma fratura do terço médio, esplintagem e caso tenha mobilidade, extração; • Fratura quanto mais apical, mais favorável pois só precisa aguardar a esfoliação. • O reimplante tardio pode gerar trauma no germe do permanente porque há a formação de um coágulo que será pressionado contra o germe; Classificação das lesões dos tecidos periodontais • Concussão; • Subluxação; • Luxação intrusiva: se estiver longe do germe do permanente aguardar a reerupção espontânea; não faz tracionamento e se estiver perto do germe faz- se a extração.; • Luxação extrusiva: não faz reimplante porque pode gerar trauma no dente permanente. Sequelas devido a danos pulpares • Hiperemia; • Hemorragia pulpar; • Calcificação pulpar; • Necrose pulpar: principal alteração pulpar; • Reabsorção interna. Sequelas devido a danos no ligamento periodontal nos dentes permanentes A relação próxima dos ápices dos decíduos e os sucessores, explica porque o trauma de um interfere no outro. Assim, traumas em decíduos podem gerar defeitos hipoplásicos localizado, hipoplasia generalizada, modificação no trajeto normal de erupção do dente. A intrusão e avulsão são mais sérios. Quando o germe do permanente é afetado pode ocasionar também dilaceração coronária malformação semelhante a odontoma, duplicação radicular, dilaceração, sequestro do germe do dente permanente, suspensão completa ou parcial da raiz. Quando deve ser feita a manutenção de espaço na região anterior? Baume afirma que até os 5 anos de idade o arco é imutável, assim, perdas anteriores não afetam a dimensão do arco, não precisando de mantenedor, porém Guedes afirma que depende do tipo de arco de Baume, revelando que no arco tipo II, quando há perda precoce é preciso o uso de mantenedor. Assim, conclui-se que o dente sucessor estiver Feito por @adillaalbuquerque | 12 no estágio 8 de Nolla, não precisa fazer mantenedor, porém do estágio 0 ao 7 (atenção ao canino) precisa. CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFANTIL • Definitivamente negativo: criança recusa-se a ser tratada chora forçado, expressando medo e negativismo. Pior comportamento. • Negativo: reluta aceitar o tratamento, não coopera, emburrada, retraída. Atitudes negativas, mas não constantes. • Positivo: Aceita o tratamento, as vezes reclama, mas segue as instruções. • Definitivamente positivo: criança completamente colaboradora, comunica-se e interessa-se pelos procedimentos odontológicos. Rir e aprecia a situação. Principais características psicológicas da criança de acordo com a idade • Nascimento até 2 anos: lactantes, começam seu desenvolvimento psicológico como centro do universo, totalmente dependente de alguém, não se espera colaboração odontológica desses. • 2 anos: querem fazer as coisas sozinhas, preferem brincar sozinhas, muito ligadas aos pais, medo de estranhos, de sons altos, movimentos bruscos e queda. Não gostam de ver e tocar as coisas, sendo o consultório odontológico muito “povoado”. • 3 anos: boa conversação com o dentista, a atenção e comportamento melhoram reagindo positivamente. Capaz de cooperar, sem muito medo da separação dos pais, são falantes, gostam de ouvir e contar histórias. • 4 anos: ouvem com atenção as experiências, susceptível a ordens verbais, mas testam o limite que lhe são impostos. Separam-se bem dos pais, mas acentua o medo da dor física. Agressivas e tentem liderar imponto suas vontades. Menos cooperativos. Curiosas e usam suas perguntas para adiar o tratamento, tendo medo do desconhecido. • 5 anos: fácil separação dos pais e temores reduzidos. Orgulham-se de suas realizações ou posses, susceptível a elogios. Gentil e cooperativa, receptiva. Elogia-las é muito importante. • 6 anos: criança difícil, humor varia a cada instante. Guarda medo irracional de objetivos, pessoas e males físicos. Difícil persuasão. Alterações psicológicas. Pode encarar o tratamento como punição. Temperamental e de difícil controle. Explosivo e imprevisível. • 7 a 8 anos: sensíveis e racionais, pensamento concreto. Gostam de contar o que estão aprendendo ou fazendo. Ansiedade e medo ao tratamento. • 9 anos: a puberdade. Crianças receptivas e pronta para responsabilidade de sua higiene. TRATAMENTO INVASIVO E NÃO INVASIVO – CARIOLOGIA A 1° camada de dentina cariada, quando removida com colher de dentina, sai em “lascas”, a 2° é um pouco mais aderida saindo com mais resistência e a 3° dentina é a mais afetada pelo ácido, produzido pelas bactérias, e um pouco pelo infiltrado bacteriano sendo mais resistente e só sai com broca ou muita força colocada na colher de dentina, pois apesar de ser uma dentina desmineralizada é ainda um pouco organizada. Quando a cárie em dentina está inativa é mais brilhosa, mais resistente e faz um “barulho” quando passa a colher de dentina. Placa bacteriana → liberação de ácido lático → invasão bacteriana Situações que podem ser encontradas na clínica diária no tocante à cárie dentária • Dentes hígidos Tratamento: rever a instrução de higienização oral e rever a rotina de hábitos alimentares. • Dente com esmalte alterado: MBA, MBI ou cárie incipiente (MB), cárie estabelecida (cavitada); • Selamento biológico Para o início de um bom exame clínico deve-se fazer profilaxia, lavar, secar e iluminar bem a cavidade para que a placa bacteriana seja removida, as superfícies estejam “limpas”e as lesões de MBA (caso existir) não passem despercebidas. Mineralização biológica (calcificação) Definição: Processo durante o qual certos tecidos acumulam grandes quantidades de minerais e formam cristais complexos caracterizados como apatita. Selamento biológico Nas partes mais profundas das fissuras (base) existem acúmulos celulares em processo de degeneração com poucas bactérias, que progressivamente se transforma em massa mineralizada. O processo de mineralização progressiva da placa de fissura caracteriza o selamento biológico. Assim, o SB nada mais é do que uma área escurecida em cicatrículas e fissuras que geralmente é tão brilhosa quanto o esmalte adjacente, pois é um excesso de mineralização de restos celulares/microbianos que ficam no fundo da fissura. Então se o ambiente está sempre sendo higienizado com condições de promover mineralização, tem o selamento progressivo Feito por @adillaalbuquerque | 13 daquela área, ou seja, o próprio ambiente da cavidade bucal promoveu aquele selamento. Tratamento: proservação com manutenção da higiene que o paciente já apresenta. A translucidez do esmalte dentário é um fenômeno ótico, que depende dos espaços inter-cristalinos e do conteúdo desses espaços. Mancha branca ativa O que é a mancha branca ativa (está sempre relacionada a cárie dentária): é o primeiro sinal clínico da cárie dentária e é visível antes de se tornar cavidade, sendo uma área esbranquiçada, sem brilho e rugosa. Normalmente aparece onde há acúmulo de placa bacteriana que geralmente são nas faces oclusais, cervicais de todos os dentes, proximais. A opacidade da MBA está relacionada a perda de líquido da região do dente que foi afetada/atacada pelo ácido lático, ocorrendo a desmineralização. Para se fazer um correto diagnóstico, é necessário retirar a placa bacteriana, pois esta impede a saída de líquido da região afetada, dando um pseudo diagnóstico. Assim, quando faz a profilaxia + lavagem e depois secagem da região, sai mais líquido da região atacada pelo ácido lático (das bactérias) do que da região que não foi atacada. O diagnóstico diferencial da MBA é a fluorose (defeito em esmalte capaz de enfraquecer a estrutura dentária, tornando a superfície mais propensa a instalação da cárie, pode tratar/melhorar a estética com microabrasão ou pode fazer uma faceta, quando é muito severo pode partir pra resina ou coroa), hipoplasia. Aspecto clínico • Perda da translucidez do esmalte, que adquire o aspecto de mancha branca. • Quando ATIVAS, são opacas e rugosas. • Não há evidência de cavitação. • O maior grau de desmineralização ocorre em nível subsuperficial, com preservação da camada superficial do esmalte. *Superfície do esmalte resistente; maior conteúdo mineral; vias de difusão mais estreitas; orientação diferente dos cristais; concentração de carbono e magnésio mais baixas; concentração mais elevada de fluoretos. Cada vez mais, a atenção dos profissionais da área odontológica se volta para o aperfeiçoamento de técnicas que visem à prevenção da instalação de lesões cariosas e a manutenção da saúde. Mancha branca inativa Lisa e brilhosa, pois ao trata a área, devolve-se minerais a região afetada. Tipos tratamento não invasivo - modalidades • Orientação sobre controle da dieta e higiene bucal; • Uso de fluoretos; • Uso de selantes. Sobre a orientação do controle da dieta e higiene bucal: essa modalidade de tratamento é para o paciente controlado quanto aos processos cariosos, bem assistido pela mãe/pai ou responsável. A perda mineral no processo de cárie dental ocorre com a presença de biofilme dental cariogênico que produz desmineralização dental na interface dente-biofilme. A presença de biofilme e sua exposição ao açúcar são fatores indispensáveis para o desenvolvimento de cárie e sobre os quais o fluoreto tem pouco efeito, ou seja, se tiver placa e não remover, o fluoreto não age na superfície que tem a MBA, pois a camada da placa impede essa ação a difusão do fluoreto Que medidas devem ser adotadas para o controle do biofilme cariogênico e a exposição ao açúcar? • Remoção mecânica do biofilme com escovação dentária, uso do fio dental. • Controle do consumo de carboidratos e sacarose: consumo inteligente do açúcar (comer e quando puder, escovar). Uso de fluoretos na prática clínica O fluoreto entra na superfície dentária por difusão. Além disso o fluoreto só consegue aderir a apatita ou cálcio dentro de uma faixa de ph acima de 4.5, abaixo disso o fluoreto não fica aderido. Uso racional de fluoretos • Ação local, quando disponível na cavidade bucal • Controle dos fatores etiológicos da doença: o fluoreto é capaz de atravessar a parede bacteriana e alterar a produção de ácido da bactéria, podendo fazer com que a bactéria morra. Por ser capaz de alterar o ph, as bactérias acidogênicas e acidúricas podem diminuir a sua proliferação. • Muito eficaz para controlar cárie Água fluoretada: principal veículo em saúde pública Feito por @adillaalbuquerque | 14 Creme dental: meio mais racional e indica-se para quem sabe cuspir Outros veículos devem ser utilizados conforme a necessidade de cada indivíduo ou grupos. Dentifrício fluoretado - veículo • Dose mínima: 1000ppm (ideal) • Dose máxima: 1500 ppm Quantas vezes por dia deve-se realizar a escovação dentária com o uso de fluoretos? O benefício de 2 escovações por dia no desenvolvimento de novas lesões de cárie no primeiro molar permanente é cerca de 50% maior comparado com 1 vez por dia ou menos (dentifrício com 1000ppm). Na cavidade oral podem existir diferentes tipos de apatita, sendo elas: • Hidroxiapatita; • Apatita carbonatada; • Apatita fluoretada; • Fluorhidroxiiapatita Dependendo do tipo de apatita presente. Se tiver a hidroxiapatita e apatita carbonatada, essa apatita não consegue ficar mineralizada quando se tem queda no ph na interface placa/dente em trono de 5.5 a 5, porque o cálcio e fosfato, nessa faixa de ph, não consegue ficar associado a estrutura da apatita. Caso tenho apatita fluoretada ou fluorhidroxiapatita, para que haja desmineralização, na interface dente/placa, o ph tem que está abaixo de 5 a 4.5 Efeito sistêmico do uso de flúor • Toxicidade aguda: náusea, vômito, parada cardíaca, morte. Dose: 5,0mg F/Kg DPT. • Toxicidade crônica: fluorose dental. Dose: 0,7mg F/Kg limite superior (não baseada em evidência. Curiosidades sobre fluoretos • Houve aumento de F na saliva ao mastigar arroz e feijão* cozidos com água fluoretada (2 partes de arroz: 1 parte de feijão) por 1 minuto. O aumento foi de 4 vezes de fluoreto na saliva. • A quantidade de F na saliva antes e após mastigar chuchu e arroz e feijão cozidos com água fluoretada. Antes o valor de Fluoreto na Saliva era de 0,02 ppm; após mastigar chuchu, o valor se elevou para 0,14 ppm; após mastigar arroz com feijão, o valor foi para 0,24 ppm. Como aplica o verniz fluoretado: faz a profilaxia, lava, seca, faz isolamento relativo com algodão, seca novamente, aplica com microbrush, tira o algodão e pede para o paciente fechar a boca para a saliva entrar em contato com o verniz e este se polimeriza. O verniz fica grudado no dente liberando fluoreto na superfície; já o gel fluoretado a criança pode engolir e pode gerar intoxicação aguda, dor abdominal e dependendo da quantidade pode matar. Por isso que em crianças até 6 anos, usa-se verniz e não gel. Como aplicar o flúor gel: a pessoa deve estar sentada, pois após aplicar o flúor a pessoa tem que ficar de cabeça mais baixa (mesmo babando, por isso é importante o sugador), depois de 20 minutos remove o flúor gel e pede o paciente para cuspir. A finalidade da aplicação do fluoreto é gerar fluoreto de cálcio. Esperar de 25 a 30 minutos para comer e caso a criança reclame do gosto, pode jogar um pouco de água na língua, pede para bochechar e cuspir. Uso racionalde selantes Todo veículo de fluoreto deve ser colocado em pote dappen de plástico, o de vidro é contraindicado, porque o fluoreto reage com o vidro e assim perde concentração de fluoreto. Definição: Os selantes são materiais com características adesivas que atuam penetrando nas fóssulas e fissuras criando barreira física (selante resinoso) ou química (CIV para liberar fluoreto) nestas superfícies, impedindo o contato da placa bacteriana com a estrutura dentária. Critérios para indicação de selantes • Processo ligados ao dente: macromorfologia (complexa e simples, estando relacionada as cicatrículas e fissuras) e estágio de erupção (capuz que há necessidade de remoção ou o dente já está a caminho da oclusão com o antagonista, processo que leva dois anos, 1 para cada acontecimento); • Fatores ligados ao paciente: risco de cárie (presença de lesões, apinhamentos, malformação dentária, dieta, se consegue fazer boa higienização, nível de estudo dos responsáveis) e estado emocional (luto, mudança de cidade etc) Selante resinoso – barreira física • São a base de BIS-GMA; • Podem conter carga inorgânica ou ser sem carga; Feito por @adillaalbuquerque | 15 • Quando com carga, há maior dificuldade de penetração no interior da fissura em relação ao sem carga; • Não há necessidade de preencher a fissura em toda a sua profundidade, mas em toda a sua extensão, aderindo firmemente na entrada da fissura; • Existem selante que apresentam fluoretos em sua composição ex: Clotilde. Quando apresentam F- em sua formulação, seu efeito dura até 2 semanas após a sua aplicação. Sua retenção clínica parece não ser afetada; • Os resultados são semelhantes quando se compara dente decíduo com permanente. • A taxa de retenção e de prevenção não se altera pelo fato de o selante ser opaco, colorido ou transparente. • Selante resinoso segue o mesmo padrão utilizado para a confecção de restauração em compósitos, sendo preciso o isolamento absoluto para a sua aplicação. Sequência: profilaxia – ácido fosfórico – lava – seca (superfície esbranquiçada) – aplica o selante e, para não haver bolhar, coloca o selante no pincel e aplica nas fóssulas e fissuras sem o pincel entrar em contato com a superfície do dente e de maneira contínua preenchendo todos os espaços sempre em um sentido. Se for autopolimerizável, espera a polimerização e se for fotopolimerizável, usa-se o foto. Depois, com uma sonda, verifica se está aderido ou se está soltando da superfície dentária. Estando aderido, retira o isolamento, coloca o paciente sentado e bate carbono para ver a superfície de contato e fazer ajustes necessários; • Indicado para casos de macromorfofisiologia complexa, podendo ser usado até para modificar essa morfologia para uma mais simples. Selante ionomérico – civ – barreira química • Apresentam F- em sua formulação, e tem a capacidade de liberá-lo. • É efetivo na prevenção de cárie oclusal. • Apresenta como desvantagem a retenção inadequada, inferior ao do selante resinoso. • Apresenta alta viscosidade, além de menor resistência ao desgaste e fratura. • O fluoreto liberado pelo ionômero é incorporado ao esmalte adjacente e exerce efeito cárie preventivo mesmo após sua perda. • Após a sua perda macroscópica, ele permanece no fundo da fissura em 80% dos casos; • O cimento ionômero de vidro é manipulado por aglutinação com a espátula de plástico sem apertar contra a placa, depois da aglutinação, espera-se que tenha um material com consistência para fazer um “fio” quando a espátula é levantada. Antes de aplicar o CIV, deve-se aplicar ácido poliacrílico e após aplicar com a centrix, coloca vaselina e faz pressão digital; A ordem dos tratamentos segue primeiro a aplicabilidade dos vernizes e, caso seja necessário após a 5° sessão, entra com os selantes. Lesão cavitada de cárie Tipos tratamento invasivo - perfil dos pacientes a serem tratados Importante: o diagnóstico e o estabelecimeto do risco individual ou da atividade da doença se fazem prioritários antes do tratamento restaurador. Perfil 1- Aquele que tem atividade de cárie e necessita de tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do tipo cavidades de natureza ativa. Prefil 2- Aquele que tem atividade de cárie e não necessita de tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do tipo MBA Perfil 3- Aquele que não tem atividade de cárie e necessita de tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do tipo crônicas, sejam cavidades ou lesões brancas. Perfil 4- Aquele que não tem atividade de cárie e não necessita de tratamento restaurador. Com relação ao tratamento restaurador é possível dizer que: • Deve ser parte integrante do programa de controle da doença cárie; • Dever ser realizado de acordo com os princípios biomecânicos do preparo cavitário e do material restaurador, preservando o máximo de estrutura dentária. Outras razões para realização das restaurações em decíduos • É pré-requisito para manutenção da boa higiene bucal; • Particularmente na dentição decídua, quando há boa HB, interfere positivamente na maturação pós- eruptiva de dentes permanentes que irão irromper; • As restaurações proximais em dentes decíduos são importantes para a recuperação e/ou preservação Feito por @adillaalbuquerque | 16 • das dimensões mésio-distais, que são essenciais para o desenvolvimento da oclusão; • A aparência comprometida pode interferir negativamente nas relações sociais e afetivas do pequeno paciente. Obs: os dentes decíduos tem superfícies de contato e não ponto de contato Materiais restauradores • Cimento de ionômero de vidro; • Resina “Composta”; • Amálgama de prata. Critérios para substituir • Quando apresentar lesão de cárie ativa adjacente à parede cavitada e se estender até a dentina; • Reação alérgica ao material restaurador, comprovada por laudo dermatológico”. Observações • Restaurações NÃO tratam a doença cárie; • Medidas preventivas devem ser enfatizadas para que a longevidade das restaurações se amplie; • Tratamento não invasivo não se aplica a lesões de cárie cavitada pois esta é favorável a retenção de micro-organismo, precisando ser limpa e fechada. Para as lesões cavitadas de cárie, é necessário remover o tecido cariado + vedamento da cavidade. Como planejar o tratamento de um paciente 1° conhecer os problemas do paciente 2° Analisar as medidas de enfrentamento dos problemas 3° Plano de tratamento – planejamento das medidas de enfrentamento por sessão. As restaurações em resina só podem ser feitas após o reestabelecimento/adequação do meio bucal que é feita em 4 a 5 sessões. Antes disso as restaurações são feitas com materiais provisórios - CIV ou óxido de zinco e eugenol.
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