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Apostila Odontopediatria

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Feito por @adillaalbuquerque | 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ODONTOPEDIATRIA 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 2 
 
 SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO A ODONTOPEDIATRIA; 
2. CÁRIE DE ESTABELECIMENTO PRECOCE; 
3. PRIMEIRA CONSULTA; 
4. ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL X TRA; 
5. CONTROLE DE CONDICIONAMENTO; 
6. ABUSOS E MAUS TRATOS; 
7. RADIOLOGIA NA ODONTOPEDIATRIA; 
8. CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMATISMOS DENTOALVEOLARES; 
9. CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFANTIL; 
10. TRATAMENTO INVASIVO E NÃO INVASIVO – CARIOLOGIA; 
 
REFERÊNCIAS 
1. CORREA, MARIA SALETE NAHÁS PIRES. ODONTOPEDIATRIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA. 3. ED. SÃO PAULO: 
SANTOS ED., 2010. 
2. GUEDES-PINTO, ANTONIO CARLOS; BÖNECKER, MARCELO; RODRIGUES, CÉLIA REGINA DELAGADO. 
ODONTOPEDIATRIA. 7. ED. SÃO PAULO: SANTOS ED., 2006. 
3. COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL 
4. KRAMER, PAULO FLORIANI; FELDENS, CARLOS ALBERTO. TRAUMATISMO NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. SÃO PAULO: SANTOS ED., 2005. 
5. NIK-HUSSEIN NN. NATAL AND NEONATAL TEETH. J PEDOD 1990; 14:110-2 
 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 3 
 
INTRODUÇÃO A ODONTOPEDIATRIA 
 A odontopediatria é a especialidade odontológica que cuida 
da saúde bucal das crianças desde bebês até a adolescência. Esse 
cuidado evita traumas futuros já que se sabe que o grande medo 
apresentado pelos pacientes adultos na cadeira do dentista tem 
origem nas experiências negativas de tratamentos odontológicos 
ocorridos na infância. 
 O odontopediatra não se limita apenas à prevenção e à 
solução dos problemas bucais, desempenhando um importante 
papel no que tange aos aspectos psicológicos e educacionais do 
pequeno paciente, visando à execução de tratamentos 
odontológicos dentro de rigores técnicos e à prevenção de 
possíveis traumas psicológicos gerados pelo tratamento dentário nas 
crianças. 
 
 
CÁRIE DE ESTABELECIMENTO PRECOCE 
 É uma lesão que atinge crianças até 71 meses de 
idade (6 anos). Essa lesão se desenvolve de acordo com a 
sequência de erupção dos elementos em decorrência do 
meio contaminado. 
 
Os fatores de risco envolvidos estão ligados a: 
• Placa; 
• Tempo; 
• Não uso de fluoretos 
• Consumo elevado do açúcar: sacarose; 
• Consistência do alimento; 
• Qualidade de escovação: ausência da higienização é 
um fator a ser observado. 
Cárie 
 A cárie é diagnosticada através de exame clínico, 
sendo uma doença multifatorial e progressiva, raramente auto-
limitante. Na ausência de tratamento, pode progredir até 
destruir totalmente a estrutura dentária. É compreendida 
desde a mancha branca ativa até a exo do elemento. Além 
disso é importante lembrar que a noite se tem diminuição do 
reflexo de deglutição e diminuição do fluxo salivar, 
favorecendo ao acúmulo de placa e manutenção do meio 
para desenvolvimento da doença cárie. Dai a importância de 
uma boa escovação previamente ao sono noturno. 
 De acordo com a progressão da lesão cariosa pode-
se classificá-las, segundo o instrumento CAST (Caries 
Assessment Sprectrum and Treatmeant): 
• Escore 0 – Hígido: Não há presença de evidência 
visível nítida de lesão cariosa. 
• Escore 1 – Selante: Fóssulas e/ou fissuras estão ao 
menos parcialmente cobertas com um material 
selante. 
• Escore 2 – Restauração: A cavidade está restaurada 
com um material restaurador indireto ou direto. 
• Escore 3 – Esmalte: Nítida mudança visual no esmalte, 
somente. É visível uma evidente descoloração de 
origem cariosa, que apresenta ou não ruptura 
localizada do esmalte. 
• Escore 4 – Dentina: Descoloração interna relacionada 
à cárie em dentina. A dentina descolorida é visível 
através do esmalte, que pode ou não apresentar 
ruptura localizada. 
• Escore 5 –Dentina: Cavitação nítida em dentina. A 
câmara pulpar está intacta. 
• Escore 6 – Polpa: Envolvimento da câmara pulpar. 
Cavitação nítida envolvendo a câmara pulpar ou 
presença somente de restos radiculares. 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 4 
 
• Escore 7 – Abscesso/Fístula: Presença de um inchaço 
contendo pus ou um trato liberando pus, relacionado 
à um dente com envolvimento pulpar. 
• Escore 8 – Perdido: O dente foi removido devido à 
cárie dentária. 
• Escore 9 – Outros: Não corresponde às demais 
descrições 
Defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) 
 São distúrbios na formação da matriz dentária, na 
função celular e na regulação do desenvolvimento, ocorridos 
durante a amelogênese (formação do dente). Os defeitos de 
esmalte podem ser localizados afetando um único ou múltiplos 
dentes, em grau variável, tanto na dentição decídua como na 
permanente. 
• Opacidade de esmalte: defeitos qualitativos que 
alteram a translucidez do esmalte devido a distúrbios 
na mineralização. Podem ser demarcadas ou difusas. 
• Hipoplasia de esmalte: é uma formação incompleta 
ou deficiente da matriz orgânica do esmalte. É 
definida como um defeito quantitativo do esmalte, 
provocando uma redução da sua espessura. 
Clinicamente, apresenta-se como manchas 
esbranquiçadas amareladas até acastanhadas, 
rugosas, sulcos ou ranhuras, bem como, outras 
alterações na estrutura do esmalte, comprometendo 
a estética do sorriso. 
• Hipomineralização Molar-Incisivo (MIH): é um 
defeito qualitativo do esmalte dentário caracterizado 
por manchas hipoplásicas na superfície do esmalte 
dos primeiros molares permanentes, podendo afetar 
um ou os quatro molares da maxila e/ou mandíbula 
e incisivos permanentes. 
 
@dentistasoprabaixinhos 
• Fluorose: é uma anomalia de desenvolvimento e 
ocorre por ingestão prolongada de flúor durante a 
formação dos dentes e maturação de esmalte. 
Geralmente, o aspecto clínico é de manchas opacas 
no esmalte, em dentes homólogos, até regiões 
amareladas ou castanhas em casos de alterações 
mais graves. 
• Amelogênese imperfeita: é uma anormalidade de 
desenvolvimento na quantidade ou qualidade do 
esmalte dentário e ausência de alterações de ordem 
geral ou sistêmica. Pode acometer tanto a dentição 
decídua quanto a permanente. 
• Dentinogênese imperfeita: é um distúrbio na 
formação da dentina onde o esmalte dentário 
apresenta-se com tendência a lascar nas superfícies 
incisais dos dentes anteriores e superfícies oclusais 
dos dentes posteriores. A dentina exposta, que 
possui consistência amolecida, sofre rápida atrição, 
podendo, ocasionalmente, tornar-se lisa e contínua 
com o tecido gengival. 
Alterações comuns 
• Dente natal: ocorre quando um ou mais dentes 
estão presentes ao nascimento do bebê, ou seja, 
erupcionam com o bebê ainda dentro do útero. 
Ocorre mais frequentemente na região dos incisivos 
inferiores. 
• Dente neonatal: quando o dente erupciona no 
período entre o nascimento e o primeiro mês de 
idade. 
 
• Doença periodontal: inclui gengivite e periodontite e 
caracteriza-se por inflamação das gengivas e do 
tecido de sustentação, respectivamente. 
• Mucocele - Rânula: lesão bastante comum na 
mucosa oral. Trata-se de uma lesão não-infecciosa 
com acúmulo de mucina que leva a uma reação 
inflamatória localizada16. Quando ocorre no assoalho 
bucal, denomina-se rânula. 
 
Mucocele Rânula 
• Abscesso periapical: infecção de origem endodôntica 
e/ou periodontal, podendo causar edema local e dor. 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 5 
 
• Cisto de erupção: é um cisto de tecido mole que 
ocorre no momento na erupção dos dentes 
decíduos. A cor destas lesões pode variar de normal 
a azul-escuro ou marrom. Se o traumatismo é 
intenso sobre essas lesões, são denominadas 
hematoma de erupção. 
• Gengivoestomatite herpética: infecção comum que 
aparece em crianças de 2 a 4 anos com sinais de 
edema gengival, eritema e ulceração na mucosa oral 
(língua, lábios, palato duro e mole) causada pelo 
herpesvírus simples. 
 
• Mordida de lábio: nas crianças, é frequente a mordida 
no lábio após a anestesia superior ou inferior. A 
criança, diante da estranha sensação produzida pela 
anestesia, morde o lábio, cujo ferimento é passível 
de infecção. 
 
@dentistasoprabaixinhos 
• Nódulos de Bohn: pequenos cistos localizados ao 
longo das cristas ósseas alveolares em bebês. 
 
• Pérolas de Epstein: pequenos cistos localizados ao 
longo da linha média do palato de bebês, sem 
qualquer relação com odontogênese. 
 
• Traumatismos dentários na dentição decídua: são 
lesões causadas por trauma que acometem tecidos 
moles e/ou dentes. É uma situação frequente na 
atividade clínica de odontopediatria. 
• Anquiloglossia: A anquiloglossia é uma anomalia de 
desenvolvimento da língua caracterizada por freio 
lingual curto, resultando na limitação dos movimentos 
da língua, conferindo uma sensação de língua presa. 
 
Quantidade de creme dental ideal de acordo 
com a idade 
 
Em crianças de 0 a 3 anos:½ grão de arroz de creme dental 
fluoretado com, pelo menos, 1000 ppm pois as crianças 
tendem a engolir o creme dental e assim, essa quantidade não 
é suficiente para causar fluorose, mas é suficientemente para 
equilibrar a DES-RE do meio bucal. Alguns autores dizem que 
a quantidade é o equivalente a 1 grão de arroz cru. 
Em crianças 3 anos à 6 anos: equivalente a 1 grão de arroz. 
A faixa de idade de 3 anos é uma faixa crítica porque tem a 
formação da mineralização da coroa dos incisivos. Assim, é 
uma época com maior risco de gerar fluorose (excesso de 
fluoreto) em dentes anteriores. A partir dessa idade se houver 
ingestão de fluoreto, o risco de fluorose passa a ser para 
caninos e pré-molares. 
Em crianças após 6 anos: equivalente a 1 grão de ervilha. 
 É importante controlar a utilização dos cremes 
dentais, explicando aos responsáveis e passando a forma 
correta de como deve ser feito a escovação, além de sempre 
orientar a criança a cuspir. A escovação deve ser realizada 
com pasta fluoretada 2x ao dia sob supervisão do responsável 
(que saiba a quantia certa a ser colocada na escova). 
 Na escola, é interessante que a pasta da criança não 
contenha flúor, pois os professores/cuidadores, muitas vezes, 
não são orientados sobre a quantia de pasta que deve ser 
usada. Além disso, é indicado evitar a pasta tande ou com 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 6 
 
sabor, pois é atrativo para a criança ingerir em maior 
quantidade. 
Cremes dentais: quando tem menos de 1000 ppm (600 ppm) 
não previne lesões de cárie e não causa fluorose, ou seja, não 
são indicados. 
Etiologia da cárie em pacientes jovens 
 O esmalte dentário nos seus primeiros 20 meses 
pós-erupção, passa por um processo de maturação. Além 
disso, quando erupcionados, apresentam uma chance maior 
de estagnação da placa bacteriana. A criança/bebês não tem 
habilidade motora para realizar a escovação, por este motivo 
até os 6 ou mais anos, os pais devem motivar e ter a 
responsabilidade escovar. 
 Assim sendo, a não higienização, higienização 
inadequada, consumo em excesso de sacarose unindo-se a 
maior chance de acúmulo de placa, influencia diretamente no 
estabelecimento da doença cárie em pacientes jovens. 
Microbiologia bucal antes da erupção dental 
 Logo ao nascer a boca do bebê é praticamente 
estéril, mas após algumas horas do nascimento a cavidade 
passa a ser colonizada, principalmente por micro-organismos 
facultativos e aeróbios. Os Streptococcus mutans e saguis 
raramente são encontradas na cavidade bucal de crianças 
edêntulos, pois necessitam de superfície dura para ser 
colonizado. 
Consequências da cárie precoce na infância 
• Perdas extensas de estrutura dental nos decíduos; 
• Manifestação de dor, infecções dentárias, abscessos, 
consequentemente má nutrição, baixa autoestima; 
• Pode levar a deficiências de crescimento, maloclusão 
e perpetuação da cárie na dentição permanente; 
• Medo e aversão ao tratamento. 
 O tratamento para a cárie precoce depende da 
situação encontrada indo da aplicação de verniz fluoretado a 
exodontia ou endodontia. Esse tratamento apresenta 
dificuldades como: 
• Idade da criança; 
• Extensão das lesões; 
• Custo financeiro; 
• Profissional preparado. 
Cárie precoce severa 
• Cárie precoce severa < 3 anos: cárie em superfície lisa; 
• Cárie precoce severa 3 a 5 anos: 1 ou mais lesões 
cavitadas, perdas dentais (relacionadas a cárie), ou 
superfície lisa restaurada em dentes decíduos 
ântero-superior ou um índice de superfícies dentais 
cariadas, perdidas ou obturadas maior ou igual a 
quatro aos 3 anos de idade - maior ou igual a cinco 
aos 4 anos de idade - maior ou igual a seis aos 5 
anos de idade. Isso constituem severo o quadro de 
cárie precoce na infância 
Mancha branca ativa: é a lesão de cárie não cavitada, sendo 
opaca e rugosa ocasionada pela baixa no ph da microbiota oral 
devido à má higienização e consumo de sacarose. 
• Como identificar: profilaxia + lavar + secar + iluminar. 
Sacarose: acelera o processo de desmineralização; 
Fluoreto: retarda a velocidade da perda mineral do dente; 
Bactéria produz ácido → atua nas áreas com biofilme 
PRIMEIRA CONSULTA 
Anamnese 
Informações gerais 
• Gestação: saber qual o mês, se teve ou está tendo 
complicações na gestação; 
• Parto: saber se foi normal, cesária, se teve 
complicação, se teve aborto; 
• Amamentação: se a mãe ainda amamenta, até 
quantos anos amamentou a criança. 
 
Informações de história pregressa 
• História familiar; 
• História pré-natal, natal neo-natal; 
• História médica; 
• História dental. 
História atual 
• História social; 
• História médica; 
• História dental. 
Avaliação geral 
• Manchas no corpo; 
• Estatura; 
• Coordenação motora; 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 7 
 
• Comportamento; 
• Linguagem; 
Informações específicas 
• Queixa principal; 
• Contato com o dentista; 
• Traumatismo dentário; 
• Hábitos deletérios; 
• Dieta; 
• Higiene bucal. 
Plano de tratamento - sequência 
Adequação do meio: procedimentos para identificar, remover 
e controlar os fatores de risco de desenvolvimento da doença 
cárie. 
 
Fases de adequação do meio 
Educação familiar 
• Doença cárie e manifestações bucais; 
• Motivação; 
• Combater e eliminar fatores de risco (dividir 
responsabilidades). 
Monitoramento 
• Dieta; 
• Higiene; 
• Uso racional de fluoreto 
Parte curativa 
• Exodontias; 
• Endodontias; 
• Selamento das cavidades (CIV); 
• Fluorterapia (verniz fluoretado). 
Tratamento restaurador definitivo 
• Restaurações; 
• Coroas de aço: 
 
@dentistasoprabaixinhos 
• Celuloide: 
 
 
 
• Aparelho mantenedor de espaço: 
 
O plano de tratamento em relação a cárie será de 
acordo com: 
1-Risco: possibilidade que um indivíduo tem, em determinada 
época, de desenvolver lesões cariosas. 
Fatores de risco: aleitamento noturno, consumo do açúcar, 
micro-organismos (contaminação); biofilme (higienização - 
escovação). 
2-Atividade: é o incremento de lesões ativas, incluindo lesões 
novas e recorrentes que ocorrem em um determinado 
período de tempo. 
Higienização 
• Ponta da fralda ou gaze; 
• Solução fisiológica ou água fervida ou filtrada; 
• Sem dente – uma vez ao dia; 
• Com dente – após aleitamento ou refeição. Usando 
escova com pasta fluoretada e a quantidade 
descriminada. 
Retorno 
• 3 em 3 meses até 3 anos de idade quando os fatores 
de risco estão controlados; 
• Após 3 anos de acordo com as necessidades da 
criança. 
Exame clínico e plano de tratamento 
• Identificação do paciente; 
• Anamnese; 
• Exame físico geral; 
• Exame físico extra-oral; 
• Exame físico bucal; 
• Exame radiográfico. 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 8 
 
Plano de tratamento para mancha branca ativa 
 É importante lembrar que a anamnese não faz parte 
do plano de tratamento e este é feito por quadrante. Quando 
tem a mancha branca ativa (sem cavitação), o tratamento 
consiste em aplicação 4x (1 em cada semana)de verniz 
fluoretado (veículo) e reavaliação na 5° sessão. Em cada 
sessão deve ser feito a instrução de higiene oral além de 
conscientização do consumo inteligente do açúcar. Além disso, 
é importante a orientação dos pais quanto a dieta (menos 
sacarose). Quando existe outros fatores relevante o plano 
segue a ordem de: 
• 1° consulta: instrução de higiene oral + consumo 
inteligente do açúcar + remoção de cárie dos 
elementos comprometidos (1° quadrante) + aplicação 
tópica de flúor ou verniz (dependendo da idade) nos 
elementos que precisão (1° quadrante); 
• 2° consulta: IHO + CIA + AV + CIV no 2° quadrante; 
• 3° consulta: idem para o 3° quadrante; 
• 4° consulta: idem para o 4° quadrante; 
• 5° consulta: reavalia para ver se a IHO + CIA e 
aplicação do verniz está sendo eficiente (mancha 
deve estar brilhosa e lisa). 
• 
ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL X TRA 
 A adequação do meio bucal é feita no máximo em 
um mês. A adequação do meio é a busca do equilíbrio da 
DES-RE (equilíbrio do PH). Essa adequação compreende 
orientação de higiene oral, profilaxia, aplicação de flúor, se a 
criança tem resto radicular que favorece a retenção de placa 
deve-se extrair, remoção do tecido cariado com vedamento 
da cavidade com CIV, fosfato ou OZE. Assim, a adequação 
dura em torno de 30 dias. Além disso, a adequação do meio 
é temporário/provisório. Após 30 dias, deve-se trocar o 
material por uma definitiva (resina, amálgama, CIV de melhor 
qualidade). 
 O TRA é um programa e não deve ser confundido 
com tratamento restaurador minimamente invasivo. Esse 
programa envolve procedimentos educativos, preventivos e a 
parte curativa, tendo um caráter definitivo, tanto que foi criado 
com o objetivo de atender populações mais carentes (sem 
energia elétrica e sem uso de anestesia etc). Crianças relatam 
que esse programa foi menos traumático. No TRA usa-se 
somente instrumentos manuais. 
Curva de spee e wilson na dentição decídua 
 A dentição decídua não tem curva de spee e Wilson, 
devido a implantação vertical dos elementos dentários nos 
maxilares. Essas curvas começam a existir a partir da erupção 
do 1° molar permanente. 
Arcos decíduos – baume 
• Arco tipo I: espaços generalizados entre os dentes 
 
• Arco tipo II: sem espaços entre dentes, podendo ou 
não apresentar espaços primata. 
 
Espaços primatas 
• Arco superior: entre incisivo lateral e canino; 
• Arco inferior: entre canino e 1° molar. 
 
Relação molar 
• Plano terminal reto: guia 1° molares permanentes a 
classe II ou classe I; 
• Degrau mesial: evolui para classe I ou III; 
• Degrau distal: evolui para classe II. 
 
Relação canino 
• Classe I 
• Classe II 
• Classe III 
 
 
 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 9 
 
Oclusão 
• Linha média; 
• Mordida cruzada; 
• Mordida aberta. 
Tipos de radiografia 
• Periapical; 
• Bite-wing (inter-proximal); 
• Oclusal; 
• Panorâmica; 
• Lateral de Andreasen 
Conduta adequada 
• Plano de tratamento após exame radiográfico (se 
necessário); 
• Não intervir sem aprovação do plano de tratamento; 
• Intervenção sem plano de tratamento só em caso 
de emergência – radiografia e intervém. 
CONTROLE DE COMPORTAMENTO 
Técnica dizer, mostrar, fazer 
 Nessa ténica, o dentista deve mostrar alguns 
instrumentos que serão usados no procedimento para gerar 
uma aproximação e confiança entre profissional e criança. 
Equivale à coluna vertebral da fase educacional para a 
preparação de um paciente pediátrico dental relaxado e 
receptivo. Muito usado em PNE e pediatria. Deve ser adaptada 
a cada paciente e situação. 
 
Elogio e comunicação 
 Elogiar e comunicar de maneira eficaz com a técnica 
dizer, mostrar e fazer constitui uma combinação imbatível 
para crianças maiores de 3 anos de idade. 
Controle mediante a voz – tonalidade 
• Requer do dentista mais autoridade durante sua 
comunicação; 
• A expressão facial deve refletir esta atitude de 
confiança. Alterações controladas do volume, tom ou 
cadência de voz. 
Técnica joelho a joelho – realizada em bebês 
 @dentistasoprabaixinhos 
Mão sobre a boca – home 
 Não usado em crianças menores de 3 anos. É usado 
para controlar birras e outros ataques de ira de ser usado com 
controle de voz e só deve ser feito após os responsáveis 
assinarem termo de autorização. É o último recurso a se usar. 
Após a mão sobre a boca e repreensão, deve-se usar elogios 
evitando traumas nas crianças. É contraindicado para crianças 
incapacitadas imaturas e sob medicação cuja compreensão às 
ordens dos dentistas se encontra comprometida. 
Contenção física 
 No sentido literal, significa conter fisicamente os 
movimentos inapropriados da criança durante um tratamento. 
Pode ser feito com mãos, cintas, fitas, lençóis, etc. 
Macri 
 Utilizada para atendimento preventivo/educativo em 
crianças menores de 3 anos de idade. Pode ser utilizada para 
tratamentos curativos e emergenciais. 
 
Outros métodos 
• Método para reduzir ansiedade materna; 
• Hipnose e técnicas de relaxamento; 
• Terapia de jogos, escutar música ou som suave; 
• Sessões de dessensibilização; 
• Visitas de observação; 
• Sedação mínima / moderada / profunda ou anestesia 
geral. 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 10 
 
ABUSOS E MAUS TRATOS 
 Praticados com justificativa de prática religiosa, 
motivos disciplinar e educacional e também com finalidades 
econômicas e desajuste emocional do ser humano. 
Os maus tratos podem ser classifi cados em 
• Abuso físico; 
• Psicológico; 
• Negligência; 
• Abuso sexual. 
Abuso infantil pode ser primariamente detectados pelo 
cirurgião-dentista, tendo este que está apto e atento 
• Marcas de queimaduras que podem ser observadas 
em crianças vítimas de maus-tratos; 
• Marcas de objetos que podem ser observadas nas 
crianças vítimas de maus tratos; 
• 65% dos traumas físicos são em região de cabeça 
e pés. 
Achados bucais que o cirurgião dentista deve 
observar em casos de abusos 
• Contusões na face, pescoço, estruturas periorais, 
palato, lábios e assoalho de boca; 
• Lacrações em face, mucosas, freio labial e lingual; 
• Queimaduras em face mucosas, com uso de 
instrumentos, substâncias químicas tóxicas e líquidos 
efervescente; 
• Traumas em olhos, orelhas, perfurações na 
membrana do tímpano; 
• Fratura e perda de dentes e escurecimento em 
dente anterior. 
 Lei federal brasileira n° 8069 de 13 de julho de 1990, 
artigo 13, capítulo do direito à vida e à saúde: os casos de 
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças ou 
adolescentes serão obrigatoriamente comunicados ao 
conselho tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de 
outra providência legal. 
 No código de ética odontológico, capítulo III que trata 
dos deveres fundamentais, no artigo 4, verificamos que no 
inciso III, um dos principais deveres do cirurgião dentista é: 
“zelar pela saúde e dignidade do paciente”. Não notificar um 
caso de maltrato significaria contrariar o zelo pela saúde e 
dignidade do paciente, podendo responder legalmente ao não 
cumprimento do texto do estatuto da criança e do 
adolescente. 
 O que fazer diante de suspeita a confirmação de 
maus-tratos contra crianças e adolescentes? 
• Comunicar ao conselho tutelar do município de 
moradia; 
• Na falta do conselho tutelar, comunicar ao juizado da 
infância e da juventude. 
RADIOLOGIA NA ODONTOPEDIATRIA 
 São preconizadas apenas as necessárias e de 
controle, em virtude da proteção contra a exposição 
exagerada da criança as radiações ionizantes. 
Introdução 
• Exame radiográfico em odontopediatria; 
• Restrita; 
• Benefício ao paciente; 
• Critérios: fase de desenvolvimento da dentição, risco 
de cáries dentárias; 
• Complemento do diagnóstico clínico. Ex: pulpotomias, 
traumatismos, dor. 
Principais dificuldades 
• Cooperação da criança; 
• Explicação á criança de acordo com a sua idade; 
• Tamanho da película; 
• Tamanho da arcada dentária; 
• Tempo de exposição radiográfica-clara 
Exames radiográficos 
• 4 radiografias: 2oclusais anteriores (sup / inf) 
 2 interproximais (dir / esq); 
• 8 radiografias: 2 oclusais – anteriores (sup / inf) 
 4 periapicais (molares 
permanentes); 
 2 interproximais (posteriores). 
• 12 radiografias: interproximas – posteriores 
 Periapicais: 4 molares decíduos / 
pré-molares; 
 4 caninos decíduos 
ou permanentes; 
 2 incisivos 
decíduos ou permanentes. 
• 16 radiografias: técnica com 12 radiografias + 
radiografias periapicais dos molares permanentes 
Filme periapical infantil: radiografa dentes posteriores 
decíduos, quando indicados; 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 11 
 
Filme periapical adulto: todos os dentes na dentição mista 
ou permanente da criança, além de região anterior decídua. 
Técnicas radiográficas mais usadas 
• A técnica depende do tamanho da boca, número de 
dentes existentes e da cooperação do paciente 
infantil; 
• Oclusal (dobra o filme adulto – periapical modificada), 
interproximal, periapical, panorâmica (na dentição 
mista consegue ver os germes e o estágio de nolla, 
além de dar uma visão geral da maxila e mandíbula, 
ajudando no diagnóstico de fraturas, cistos, tumores, 
etc) e perfil modificada pode ser chamada de: técnica 
de frazzi, andrease ou lateral e essa técnica serve 
para avaliar se o germe do permanente foi afetado. 
 As radiografias devem ser indicadas apenas se 
necessárias e indispensáveis baseadas nas necessidades 
particulares de cada paciente. 
Obs: Quando há trauma pode usar filme oclusal ou periapical 
e em intrusão faz-se a perfil modificada ou oclusal. 
Traumatismo na odontopediatria 
 Considera um grupo de risco crianças de 1 a 3 anos. 
Incisivos superiores, especialmente os centrais, são os mais 
acometidos. A maioria dos traumatismos acontecem em casa. 
10% das crianças em fase de dentição decídua sofrem lesões 
traumáticas na região bucal. No primeiro ano de vida, 15% das 
crianças sofrem traumatismo dentoalveolar, sendo mais 
comum, nessa faixa etária, a fratura de esmalte. 
Atendimento 
• Anamnese; 
• Identificação do paciente; 
• História da doença atual (como, onde e quando); 
• Exame clínico; 
• Exames complementares. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRAUMATISMOS DENTOALVEOLARES 
Classificação das lesões de estrutura dentárias 
• Classe I: trinca de esmalte; 
• Classe II: fratura de esmalte; 
• Classe III: fratura de esmalte e dentina; 
• Classe IV: fratura de esmalte, dentina e polpa 
envolvida 
 
Observações 
• Quando acontece uma fratura do terço médio, 
esplintagem e caso tenha mobilidade, extração; 
• Fratura quanto mais apical, mais favorável pois só 
precisa aguardar a esfoliação. 
• O reimplante tardio pode gerar trauma no germe do 
permanente porque há a formação de um coágulo 
que será pressionado contra o germe; 
Classificação das lesões dos tecidos periodontais 
• Concussão; 
• Subluxação; 
• Luxação intrusiva: se estiver longe do germe do 
permanente aguardar a reerupção espontânea; não 
faz tracionamento e se estiver perto do germe faz-
se a extração.; 
• Luxação extrusiva: não faz reimplante porque pode 
gerar trauma no dente permanente. 
Sequelas devido a danos pulpares 
• Hiperemia; 
• Hemorragia pulpar; 
• Calcificação pulpar; 
• Necrose pulpar: principal alteração pulpar; 
• Reabsorção interna. 
Sequelas devido a danos no ligamento 
periodontal nos dentes permanentes 
 A relação próxima dos ápices dos decíduos e os 
sucessores, explica porque o trauma de um interfere no outro. 
Assim, traumas em decíduos podem gerar defeitos 
hipoplásicos localizado, hipoplasia generalizada, modificação no 
trajeto normal de erupção do dente. A intrusão e avulsão são 
mais sérios. Quando o germe do permanente é afetado pode 
ocasionar também dilaceração coronária malformação 
semelhante a odontoma, duplicação radicular, dilaceração, 
sequestro do germe do dente permanente, suspensão 
completa ou parcial da raiz. 
Quando deve ser feita a manutenção de espaço 
na região anterior? 
 Baume afirma que até os 5 anos de idade o arco é 
imutável, assim, perdas anteriores não afetam a dimensão do 
arco, não precisando de mantenedor, porém Guedes afirma 
que depende do tipo de arco de Baume, revelando que no 
arco tipo II, quando há perda precoce é preciso o uso de 
mantenedor. Assim, conclui-se que o dente sucessor estiver 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 12 
 
no estágio 8 de Nolla, não precisa fazer mantenedor, porém 
do estágio 0 ao 7 (atenção ao canino) precisa. 
CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO INFANTIL 
• Definitivamente negativo: criança recusa-se a ser 
tratada chora forçado, expressando medo e 
negativismo. Pior comportamento. 
• Negativo: reluta aceitar o tratamento, não coopera, 
emburrada, retraída. Atitudes negativas, mas não 
constantes. 
• Positivo: Aceita o tratamento, as vezes reclama, mas 
segue as instruções. 
• Definitivamente positivo: criança completamente 
colaboradora, comunica-se e interessa-se pelos 
procedimentos odontológicos. Rir e aprecia a situação. 
Principais características psicológicas da criança 
de acordo com a idade 
• Nascimento até 2 anos: lactantes, começam seu 
desenvolvimento psicológico como centro do 
universo, totalmente dependente de alguém, não se 
espera colaboração odontológica desses. 
• 2 anos: querem fazer as coisas sozinhas, preferem 
brincar sozinhas, muito ligadas aos pais, medo de 
estranhos, de sons altos, movimentos bruscos e 
queda. Não gostam de ver e tocar as coisas, sendo 
o consultório odontológico muito “povoado”. 
• 3 anos: boa conversação com o dentista, a atenção 
e comportamento melhoram reagindo positivamente. 
Capaz de cooperar, sem muito medo da separação 
dos pais, são falantes, gostam de ouvir e contar 
histórias. 
• 4 anos: ouvem com atenção as experiências, 
susceptível a ordens verbais, mas testam o limite que 
lhe são impostos. Separam-se bem dos pais, mas 
acentua o medo da dor física. Agressivas e tentem 
liderar imponto suas vontades. Menos cooperativos. 
Curiosas e usam suas perguntas para adiar o 
tratamento, tendo medo do desconhecido. 
• 5 anos: fácil separação dos pais e temores reduzidos. 
Orgulham-se de suas realizações ou posses, 
susceptível a elogios. Gentil e cooperativa, receptiva. 
Elogia-las é muito importante. 
• 6 anos: criança difícil, humor varia a cada instante. 
Guarda medo irracional de objetivos, pessoas e males 
físicos. Difícil persuasão. Alterações psicológicas. Pode 
encarar o tratamento como punição. 
Temperamental e de difícil controle. Explosivo e 
imprevisível. 
• 7 a 8 anos: sensíveis e racionais, pensamento 
concreto. Gostam de contar o que estão aprendendo 
ou fazendo. Ansiedade e medo ao tratamento. 
• 9 anos: a puberdade. Crianças receptivas e pronta 
para responsabilidade de sua higiene. 
TRATAMENTO INVASIVO E NÃO INVASIVO – CARIOLOGIA 
 A 1° camada de dentina cariada, quando removida 
com colher de dentina, sai em “lascas”, a 2° é um pouco mais 
aderida saindo com mais resistência e a 3° dentina é a mais 
afetada pelo ácido, produzido pelas bactérias, e um pouco pelo 
infiltrado bacteriano sendo mais resistente e só sai com broca 
ou muita força colocada na colher de dentina, pois apesar de 
ser uma dentina desmineralizada é ainda um pouco organizada. 
Quando a cárie em dentina está inativa é mais brilhosa, mais 
resistente e faz um “barulho” quando passa a colher de dentina. 
Placa bacteriana → liberação de ácido lático → invasão bacteriana 
Situações que podem ser encontradas na clínica 
diária no tocante à cárie dentária 
• Dentes hígidos 
Tratamento: rever a instrução de higienização oral e 
rever a rotina de hábitos alimentares. 
• Dente com esmalte alterado: MBA, MBI ou cárie 
incipiente (MB), cárie estabelecida (cavitada); 
• Selamento biológico 
 Para o início de um bom exame clínico deve-se fazer 
profilaxia, lavar, secar e iluminar bem a cavidade para que a 
placa bacteriana seja removida, as superfícies estejam “limpas”e as lesões de MBA (caso existir) não passem despercebidas. 
Mineralização biológica (calcificação) 
Definição: Processo durante o qual certos tecidos acumulam 
grandes quantidades de minerais e formam cristais complexos 
caracterizados como apatita. 
Selamento biológico 
 Nas partes mais profundas das fissuras (base) existem 
acúmulos celulares em processo de degeneração com poucas 
bactérias, que progressivamente se transforma em massa 
mineralizada. O processo de mineralização progressiva da 
placa de fissura caracteriza o selamento biológico. Assim, o SB 
nada mais é do que uma área escurecida em cicatrículas e 
fissuras que geralmente é tão brilhosa quanto o esmalte 
adjacente, pois é um excesso de mineralização de restos 
celulares/microbianos que ficam no fundo da fissura. Então se 
o ambiente está sempre sendo higienizado com condições de 
promover mineralização, tem o selamento progressivo 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 13 
 
daquela área, ou seja, o próprio ambiente da cavidade bucal 
promoveu aquele selamento. 
Tratamento: proservação com manutenção da higiene que 
o paciente já apresenta. 
 A translucidez do esmalte dentário é um fenômeno 
ótico, que depende dos espaços inter-cristalinos e do 
conteúdo desses espaços. 
Mancha branca ativa 
O que é a mancha branca ativa (está sempre relacionada 
a cárie dentária): é o primeiro sinal clínico da cárie dentária e 
é visível antes de se tornar cavidade, sendo uma área 
esbranquiçada, sem brilho e rugosa. Normalmente aparece 
onde há acúmulo de placa bacteriana que geralmente são nas 
faces oclusais, cervicais de todos os dentes, proximais. A 
opacidade da MBA está relacionada a perda de líquido da 
região do dente que foi afetada/atacada pelo ácido lático, 
ocorrendo a desmineralização. Para se fazer um correto 
diagnóstico, é necessário retirar a placa bacteriana, pois esta 
impede a saída de líquido da região afetada, dando um pseudo 
diagnóstico. 
 Assim, quando faz a profilaxia + lavagem e depois 
secagem da região, sai mais líquido da região atacada pelo 
ácido lático (das bactérias) do que da região que não foi 
atacada. O diagnóstico diferencial da MBA é a fluorose (defeito 
em esmalte capaz de enfraquecer a estrutura dentária, 
tornando a superfície mais propensa a instalação da cárie, 
pode tratar/melhorar a estética com microabrasão ou pode 
fazer uma faceta, quando é muito severo pode partir pra 
resina ou coroa), hipoplasia. 
Aspecto clínico 
• Perda da translucidez do esmalte, que adquire o 
aspecto de mancha branca. 
• Quando ATIVAS, são opacas e rugosas. 
• Não há evidência de cavitação. 
• O maior grau de desmineralização ocorre em nível 
subsuperficial, com preservação da camada 
superficial do esmalte. *Superfície do esmalte 
resistente; maior conteúdo mineral; vias de difusão 
mais estreitas; orientação diferente dos cristais; 
concentração de carbono e magnésio mais baixas; 
concentração mais elevada de fluoretos. 
 Cada vez mais, a atenção dos profissionais da área 
odontológica se volta para o aperfeiçoamento de técnicas que 
visem à prevenção da instalação de lesões cariosas e a 
manutenção da saúde. 
Mancha branca inativa 
 Lisa e brilhosa, pois ao trata a área, devolve-se 
minerais a região afetada. 
Tipos tratamento não invasivo - modalidades 
• Orientação sobre controle da dieta e higiene bucal; 
• Uso de fluoretos; 
• Uso de selantes. 
Sobre a orientação do controle da dieta e higiene bucal: 
essa modalidade de tratamento é para o paciente controlado 
quanto aos processos cariosos, bem assistido pela mãe/pai ou 
responsável. A perda mineral no processo de cárie dental 
ocorre com a presença de biofilme dental cariogênico que 
produz desmineralização dental na interface dente-biofilme. A 
presença de biofilme e sua exposição ao açúcar são fatores 
indispensáveis para o desenvolvimento de cárie e sobre os 
quais o fluoreto tem pouco efeito, ou seja, se tiver placa e 
não remover, o fluoreto não age na superfície que tem a 
MBA, pois a camada da placa impede essa ação a difusão do 
fluoreto 
Que medidas devem ser adotadas para o controle 
do biofilme cariogênico e a exposição ao açúcar? 
• Remoção mecânica do biofilme com escovação 
dentária, uso do fio dental. 
• Controle do consumo de carboidratos e sacarose: 
consumo inteligente do açúcar (comer e quando 
puder, escovar). 
Uso de fluoretos na prática clínica 
 O fluoreto entra na superfície dentária por difusão. 
Além disso o fluoreto só consegue aderir a apatita ou cálcio 
dentro de uma faixa de ph acima de 4.5, abaixo disso o 
fluoreto não fica aderido. 
Uso racional de fluoretos 
• Ação local, quando disponível na cavidade bucal 
• Controle dos fatores etiológicos da doença: o fluoreto 
é capaz de atravessar a parede bacteriana e alterar 
a produção de ácido da bactéria, podendo fazer com 
que a bactéria morra. Por ser capaz de alterar o ph, 
as bactérias acidogênicas e acidúricas podem diminuir 
a sua proliferação. 
• Muito eficaz para controlar cárie 
Água fluoretada: principal veículo em saúde pública 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 14 
 
Creme dental: meio mais racional e indica-se para quem sabe 
cuspir 
 Outros veículos devem ser utilizados conforme a 
necessidade de cada indivíduo ou grupos. 
Dentifrício fluoretado - veículo 
• Dose mínima: 1000ppm (ideal) 
• Dose máxima: 1500 ppm 
Quantas vezes por dia deve-se realizar a 
escovação dentária com o uso de fluoretos? 
 O benefício de 2 escovações por dia no 
desenvolvimento de novas lesões de cárie no primeiro molar 
permanente é cerca de 50% maior comparado com 1 vez por 
dia ou menos (dentifrício com 1000ppm). 
 Na cavidade oral podem existir diferentes tipos de 
apatita, sendo elas: 
• Hidroxiapatita; 
• Apatita carbonatada; 
• Apatita fluoretada; 
• Fluorhidroxiiapatita 
 Dependendo do tipo de apatita presente. Se tiver a 
hidroxiapatita e apatita carbonatada, essa apatita não consegue 
ficar mineralizada quando se tem queda no ph na interface 
placa/dente em trono de 5.5 a 5, porque o cálcio e fosfato, 
nessa faixa de ph, não consegue ficar associado a estrutura 
da apatita. Caso tenho apatita fluoretada ou fluorhidroxiapatita, 
para que haja desmineralização, na interface dente/placa, o ph 
tem que está abaixo de 5 a 4.5 
Efeito sistêmico do uso de flúor 
• Toxicidade aguda: náusea, vômito, parada cardíaca, 
morte. Dose: 5,0mg F/Kg DPT. 
• Toxicidade crônica: fluorose dental. Dose: 0,7mg 
F/Kg limite superior (não baseada em evidência. 
Curiosidades sobre fluoretos 
• Houve aumento de F na saliva ao mastigar arroz e 
feijão* cozidos com água fluoretada (2 partes de 
arroz: 1 parte de feijão) por 1 minuto. O aumento foi 
de 4 vezes de fluoreto na saliva. 
• A quantidade de F na saliva antes e após mastigar 
chuchu e arroz e feijão cozidos com água fluoretada. 
Antes o valor de Fluoreto na Saliva era de 0,02 ppm; 
após mastigar chuchu, o valor se elevou para 0,14 
ppm; após mastigar arroz com feijão, o valor foi para 
0,24 ppm. 
Como aplica o verniz fluoretado: faz a profilaxia, lava, 
seca, faz isolamento relativo com algodão, seca novamente, 
aplica com microbrush, tira o algodão e pede para o paciente 
fechar a boca para a saliva entrar em contato com o verniz e 
este se polimeriza. O verniz fica grudado no dente liberando 
fluoreto na superfície; já o gel fluoretado a criança pode 
engolir e pode gerar intoxicação aguda, dor abdominal e 
dependendo da quantidade pode matar. Por isso que em 
crianças até 6 anos, usa-se verniz e não gel. 
Como aplicar o flúor gel: a pessoa deve estar sentada, 
pois após aplicar o flúor a pessoa tem que ficar de cabeça 
mais baixa (mesmo babando, por isso é importante o sugador), 
depois de 20 minutos remove o flúor gel e pede o paciente 
para cuspir. A finalidade da aplicação do fluoreto é gerar 
fluoreto de cálcio. Esperar de 25 a 30 minutos para comer e 
caso a criança reclame do gosto, pode jogar um pouco de 
água na língua, pede para bochechar e cuspir. 
Uso racionalde selantes 
 Todo veículo de fluoreto deve ser colocado em pote 
dappen de plástico, o de vidro é contraindicado, porque o 
fluoreto reage com o vidro e assim perde concentração de 
fluoreto. 
Definição: Os selantes são materiais com características 
adesivas que atuam penetrando nas fóssulas e fissuras criando 
barreira física (selante resinoso) ou química (CIV para liberar 
fluoreto) nestas superfícies, impedindo o contato da placa 
bacteriana com a estrutura dentária. 
Critérios para indicação de selantes 
• Processo ligados ao dente: macromorfologia 
(complexa e simples, estando relacionada as 
cicatrículas e fissuras) e estágio de erupção (capuz 
que há necessidade de remoção ou o dente já está 
a caminho da oclusão com o antagonista, processo 
que leva dois anos, 1 para cada acontecimento); 
• Fatores ligados ao paciente: risco de cárie (presença 
de lesões, apinhamentos, malformação dentária, 
dieta, se consegue fazer boa higienização, nível de 
estudo dos responsáveis) e estado emocional (luto, 
mudança de cidade etc) 
Selante resinoso – barreira física 
• São a base de BIS-GMA; 
• Podem conter carga inorgânica ou ser sem carga; 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 15 
 
• Quando com carga, há maior dificuldade de 
penetração no interior da fissura em relação ao sem 
carga; 
• Não há necessidade de preencher a fissura em toda 
a sua profundidade, mas em toda a sua extensão, 
aderindo firmemente na entrada da fissura; 
• Existem selante que apresentam fluoretos em sua 
composição ex: Clotilde. Quando apresentam F- em 
sua formulação, seu efeito dura até 2 semanas após 
a sua aplicação. Sua retenção clínica parece não ser 
afetada; 
• Os resultados são semelhantes quando se compara 
dente decíduo com permanente. 
• A taxa de retenção e de prevenção não se altera 
pelo fato de o selante ser opaco, colorido ou 
transparente. 
• Selante resinoso segue o mesmo padrão utilizado 
para a confecção de restauração em compósitos, 
sendo preciso o isolamento absoluto para a sua 
aplicação. Sequência: profilaxia – ácido fosfórico – 
lava – seca (superfície esbranquiçada) – aplica o 
selante e, para não haver bolhar, coloca o selante no 
pincel e aplica nas fóssulas e fissuras sem o pincel 
entrar em contato com a superfície do dente e de 
maneira contínua preenchendo todos os espaços 
sempre em um sentido. Se for autopolimerizável, 
espera a polimerização e se for fotopolimerizável, 
usa-se o foto. Depois, com uma sonda, verifica se 
está aderido ou se está soltando da superfície 
dentária. Estando aderido, retira o isolamento, coloca 
o paciente sentado e bate carbono para ver a 
superfície de contato e fazer ajustes necessários; 
• Indicado para casos de macromorfofisiologia 
complexa, podendo ser usado até para modificar 
essa morfologia para uma mais simples. 
Selante ionomérico – civ – barreira química 
• Apresentam F- em sua formulação, e tem a 
capacidade de liberá-lo. 
• É efetivo na prevenção de cárie oclusal. 
• Apresenta como desvantagem a retenção 
inadequada, inferior ao do selante resinoso. 
• Apresenta alta viscosidade, além de menor 
resistência ao desgaste e fratura. 
• O fluoreto liberado pelo ionômero é incorporado ao 
esmalte adjacente e exerce efeito cárie preventivo 
mesmo após sua perda. 
• Após a sua perda macroscópica, ele permanece no 
fundo da fissura em 80% dos casos; 
• O cimento ionômero de vidro é manipulado por 
aglutinação com a espátula de plástico sem apertar 
contra a placa, depois da aglutinação, espera-se que 
tenha um material com consistência para fazer um 
“fio” quando a espátula é levantada. Antes de aplicar 
o CIV, deve-se aplicar ácido poliacrílico e após aplicar 
com a centrix, coloca vaselina e faz pressão digital; 
 A ordem dos tratamentos segue primeiro a 
aplicabilidade dos vernizes e, caso seja necessário após a 5° 
sessão, entra com os selantes. 
Lesão cavitada de cárie 
Tipos tratamento invasivo - perfil dos pacientes 
a serem tratados 
Importante: o diagnóstico e o estabelecimeto do risco 
individual ou da atividade da doença se fazem prioritários antes 
do tratamento restaurador. 
Perfil 1- Aquele que tem atividade de cárie e necessita de 
tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do tipo 
cavidades de natureza ativa. 
Prefil 2- Aquele que tem atividade de cárie e não necessita 
de tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do 
tipo MBA 
Perfil 3- Aquele que não tem atividade de cárie e necessita 
de tratamento restaurador. Há a predominância de lesões do 
tipo crônicas, sejam cavidades ou lesões brancas. 
Perfil 4- Aquele que não tem atividade de cárie e não 
necessita de tratamento restaurador. 
Com relação ao tratamento restaurador é possível 
dizer que: 
• Deve ser parte integrante do programa de controle 
da doença cárie; 
• Dever ser realizado de acordo com os princípios 
biomecânicos do preparo cavitário e do material 
restaurador, preservando o máximo de estrutura 
dentária. 
Outras razões para realização das restaurações 
em decíduos 
• É pré-requisito para manutenção da boa higiene 
bucal; 
• Particularmente na dentição decídua, quando há boa 
HB, interfere positivamente na maturação pós-
eruptiva de dentes permanentes que irão irromper; 
• As restaurações proximais em dentes decíduos são 
importantes para a recuperação e/ou preservação 
 
 
Feito por @adillaalbuquerque | 16 
 
• das dimensões mésio-distais, que são essenciais para 
o desenvolvimento da oclusão; 
• A aparência comprometida pode interferir 
negativamente nas relações sociais e afetivas do 
pequeno paciente. 
Obs: os dentes decíduos tem superfícies de contato e não 
ponto de contato 
Materiais restauradores 
• Cimento de ionômero de vidro; 
• Resina “Composta”; 
• Amálgama de prata. 
Critérios para substituir 
• Quando apresentar lesão de cárie ativa adjacente à 
parede cavitada e se estender até a dentina; 
• Reação alérgica ao material restaurador, comprovada 
por laudo dermatológico”. 
Observações 
• Restaurações NÃO tratam a doença cárie; 
• Medidas preventivas devem ser enfatizadas para que 
a longevidade das restaurações se amplie; 
• Tratamento não invasivo não se aplica a lesões de 
cárie cavitada pois esta é favorável a retenção de 
micro-organismo, precisando ser limpa e fechada. 
Para as lesões cavitadas de cárie, é necessário 
remover o tecido cariado + vedamento da cavidade. 
 
Como planejar o tratamento de um paciente 
1° conhecer os problemas do paciente 
2° Analisar as medidas de enfrentamento dos problemas 
3° Plano de tratamento – planejamento das medidas de 
enfrentamento por sessão. 
 As restaurações em resina só podem ser feitas após 
o reestabelecimento/adequação do meio bucal que é feita em 
4 a 5 sessões. Antes disso as restaurações são feitas com 
materiais provisórios - CIV ou óxido de zinco e eugenol.

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