Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
fisiologia do envelhecimento geriatria · Introdução · O envelhecimento refere-se a capacidade do corpo de se adaptar à fisiologia e psicologia do ambiente, que diminui progressivamente e leva gradualmente à morte · Os fatores intrínsecos se somam aos fatores extrínsecos e resultam no padrão de envelhecimento · Intrínseco → genética, níveis hormonais, metabolismo endócrino · Extrínseco → exposições (radiações UV, poluição), hábitos de vida (tabagismo, etilismo) Sistema Cutâneo · As diferentes células cutâneas reduzem em quantidade em praticamente todos os tipos celulares · Achatamento da junção dermoepidérmica · Diminuição da espessura da epiderme, atipia nuclear ocasional · Redução do número de melanócitos (10 a 20% por década de vida) – menor proteção UV · Redução das células de Langerhans – células efetoras do sistema imune da pele · Diminuição de fibroblastos (cicatrização demorada), e dos mastócitos (resposta alérgica e inflamatória reduzida) · Colágeno diminui 1% ao ano, e as fibras colágeno remanescente tornam-se desorganizadas, compactas e granulosas, modifica a cicatrização da pele dos idosos · O colágeno de estruturas como esôfago e vísceras internas aumenta, tornando-o mais fibroso, em compensação · Diminuição e fragilização dos vasos sanguíneos → palidez, predisposição à hematomas, sensação de frio e propensão à hipotermia · Cabelos diminuem de volume e diâmetro (atrofia e fibrose dos folículos pilosos), exceto nos supercílios, fossas nasais e orelhas externas se tornam mais grossos e alongados · Atrofia de células sensitivas do sistema nervoso periférico, reduzindo a sensibilidade (“Pé de risco”) · Aumento do limiar de dor em 20% ⇒ predispõe a lesões cutâneas mais graves · Diminuição dos corpúsculos de Vater-Pacini e Meissner (tato e pressão) · Glândulas sudoríparas decrescem 15% · Unhas: sulcos longitudinais e curvatura mais convexa · Onicogrifose: unhas espessada em forma de garra secundária ao trauma local e pressão crônica · Onicólise: separação da lâmina ungueal do seu leito Sistema Urinário · As principais comorbidades são a aterosclerose sistêmica, intolerância à glicose, HAS e obesidade · Os fatores ambientais mais importantes são o sal, ingestão proteica, álcool e tabagismo · As principais modificações morfológicas são os vasos renais, glomérulos, túbulo e interstício, as quais ocasionam alterações fisiológicas · A redução da TFG é esperada, mas a Insuficiência Renal continua sendo patológica · As alterações são a redução da população glomerular, esclerose dos vasos renais, shunt entre arteríolas aferentes e eferentes, substituição dos túbulos por tecido conjuntivo e redução do comprimento das alças de Henle · Há redução da área de filtração, diminuição da depuração de creatinina, redução da perfusão renal, mas de forma estável e contínua, não levando à falência orgânica, diminuição da liberação muscular de creatinina (o que favorece a manutenção dos níveis séricos de creatinina em níveis aceitáveis) · Os níveis de sódio estão normais, mas possuem resposta mais lenta aos estímulos que impõe restrição ou sobrecarga salina · Deve-se aos níveis basais de renina e aldosterona reduzidos · A menor concentração de sódio nos túbulos leva a redução da troca pelo potássio, com limitação da eliminação deste íon · A hiperpotassemia pode ser agravada pelo uso de diuréticos poupadores de potássio, iECA, betabloqueadores, suplementos alimentares (ricos em K) · Há aumento da produção de ADH, mas tem menor ação tubular (menos receptores renais) · Há hipertonicidade da medula renal, que leva a vulnerabilidade a estados de restrição de água (incapacidade de poupar água de forma normal) · Há uma tendência à acidose metabólica leve em decorrência do acúmulo de cloreto plasmático, onde ocorrerá compensação respiratória · Pode haver aumento da eritropoetina, mas redução da sensibilidade da Medula Óssea, favorecendo a anemia · A bexiga e uretra sofrem alterações significativas, com substituição da musculatura lisa e conversão em depósitos colágenos · Maior predisposição à contrações involuntárias (hiperatividade do detrusor) Sistema Cardiovascular · Há aumento do potencial de ação (tempo de troca iônica para gerar contração), o que lentifica a transmissão do potencial · Há prolongamento de intervalo QT · A força dos filamentos ao cálcio não se altera com a idade, ou seja, a contratilidade é a mesma · A função sistólica em repouso, fração de ejeção e débito cardíaco não sofrem alteração · Há redução da resposta beta adrenérgica → cronotrópica, inotrópica e vasodilatadora durante o exercício físico · Há enrijecimento arterial e disfunção endotelial, que com a progressão da idade favorecem doenças isquêmicas e ICC (pela predisposição à formação aterosclerótica) · O processo de enrijecimento pode superestimar a PAS (devemos determinar antes de aferir a pressão) · Em idosos com HAS, há aumento da pressão arterial sistólica, mas não há aumento da pressão arterial diastólica (PA divergente), isso é decorrente do enrijecimento arterial · O aumento da PA pode predispor ao acontecimento de AVE · O aumento da pós carga pode levar à hipertrofia ventricular esquerda (concêntrica), levando à ICC · A dilatação atrial ocasionada pode gerar fibrilação atrial Sistema Digestivo · O esôfago sofre alteração da musculatura · A musculatura estriada sofre contrações irregulares, favorecendo o refluxo · A musculatura lisa sofre menos alterações, mas tem menor inervação · Por este motivo, o limiar de dor é mais alto, portanto queixas indicam lesões mais graves · Há maior duração dos episódios de refluxo, com maior tempo de contato do ácido com esôfago, favorecendo esofagites · A disfagia não é comum, ou seja, deve sempre ser investigada · No estômago há aumento discreto a moderado do tempo de esvaziamento gástrico · Podendo influenciar o tempo e grau de absorção de medicamentos, como os antifúngicos, tetraciclinas e indometacina · Há redução da secreção basal de pepsina · Há redução da secreção de fator intrínseco, mas não altera a absorção de vitamina B12 (não é capaz de causar anemia) · Há colonização por H. pylori em até 75% dos idosos · Nem todos devem receber tratamento · A redução de prostaglandinas e muco protetor, há predisposição a lesões → AINEs sempre acompanhados de protetor gástrico · Além disso, há redução da capacidade regenerativa e proliferativa da mucosa · No pâncreas, há redução de massa, formação de cistos, fibrose, lipoatrofia local · No pâncreas, há deposição de lipofuscina (coloração acastanhada), redução da síntese de albumina, colesterol e ácidos biliares · Há aumento da secreção de alfa-ácido glicoproteína · A redução da secreção de albumina e glicoproteínas podem interferir na farmacocinética de medicações, como a fenitoína e antipsicóticos · As medicações que não são apropriadas se devem por conta das alterações no padrão de metabolização hepática (reações de fase I e II) · As alterações na fase I são as principais · No intestino, temos redução das vilosidades, fluxo sanguíneo esplâncnico (não altera função absortiva), disbiose (distensão abdominal e flatulência) · Há redução da absorção específica, principalmente de Vitamina D, ácido fólico, Vitamina B12, Cálcio, Cobre, Zinco, Ácidos graxos e colesterol · Há absorção aumentada de vitamina A e glicose · Há aumento de prevalência de constipação intestinal, aumenta a incidência de neoplasias e prevalência da doença diverticular dos cólons (pressão elevada com parede mais frágil) · O sedentarismo, redução da ingesta de fibras e líquidos e alterações hormonais favorecem o distúrbio do trânsito intestinal e causam constipação · No reto e ânus ocorrem alterações da musculatura do esfíncter exterior, com espessamento e alterações estruturais do tecido colágeno, redução da força muscular, predisposição à lesões mecânicas crônicas dos nervos pudendo · O déficit cognitivo, impactação fecal, associação com AVE e neuropatia diabética aumentam a ocorrência de incontinência fecal ·
Compartilhar