Prévia do material em texto
ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 1 ODONTOPEDIATRIA ORTODONTIA PREVENTIVA Profª. Regina Maura Coli Siegl Profª. Drª Monique de Benedetto ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 2 TÉCNICAS DE HIGIENE BUCAL Biofilme Comunidade de microrganismos incluídos em uma matriz extracelular produzida por esses mesmos microrganismos e pelo meio externo. Burne et al., 1997 Suspensão dos procedimentos de higiene oral associado ao uso de sacarose formação de lesões de cárie retomando os cuidados com a higiene as lesões tornam-se inativas. Agentes evidenciadores: são substâncias corantes que tingem a placa bacteriana. Apresentação: fucsina em solução alcoólica a 2%, eritrosina, lugol, iodo, azul-de-metilieno, verde-de-malaquita, marrom de Bismarck e plack-lite. Índice de placa Greene e Vermillion simplificado (OHI-S): é utilizado para dentes permanentes, mas pode ser adaptado para a dentição decídua. - avaliação de 6 dentes: faces vestibulares dos primeiros molares permanentes superiores e a lingual dos inferiores, faces vestibulares dos incisivos centrais direitos, superior e inferior (para a dentição decídua se avalia os segundos molares decíduos e os incisivos centrais direitos, nas mesmas faces). A avaliação é realizada da seguinte forma: 0 - quando não há depósito. 1 – depósitos não vão além de um terço da superfície dental. 2 – depósitos que cobrem mais de um terço, não ultrapassando dois terços da superfície. 3 – depósitos cobrem mais de dois terços da superfície. - após o registro somar os valores obtidos em cada dente e dividir pelo número de superfícies (6) para obter média individual determinando assim o índice de placa do indivíduo. Período entre a erupção do primeiro dente até a completa oclusão funcional dos dentes posteriores: - erupcionam novos sítios que podem ser colonizados pelos microorganismos cariogênicos. - favorece condições para o acúmulo de biofilme com potencial cariogênico, pela falta parcial de uso funcional. - apresentam anatomia oclusal rebuscada com variabilidade de sulcos e fissuras. - período de maturação pós-eruptiva. Controle da placa somente com escova _ método limitado de controle da cárie dentária devido ao diâmetro das cerdas e pouco tempo gasto durante a escovação _ impede a remoção completa da placa em todas as superfícies. A escova promove desagregação/ou remoção do biofilme dental. Escovação + agente químico (flúor) + uso regular do fio dental = métodos efetivos para prevenção tanto da cárie quanto da doença periodontal. CONTROLE MECÂNICO DA PLACA BACTERIANA 1. ESCOVAS Prática de higiene precoce deve ser instituída no início da erupção dos dentes decíduos para evitar a fixação do Streptococcus mutans. A técnica deve ser compatível com a idade e desenvolvimento neuromotor da criança. É importante seguir uma seqüência, ter boa visibilidade e posição segura para evitar movimentos bruscos da criança. O evidenciador cora a placa bacteriana e facilita a visualização das áreas afetadas. Crianças de 2 a 2,5 anos já querem escovar sozinhas- incentivar motricidade fina da criança ainda está pouco desenvolvida, portanto a escovação deve ser supervisionada até + 7 a 8 anos. Higiene antes da erupção dos dentes - Massagear a gengiva - Limpeza = remoção de leite ou alimentos que estão estagnados nas comissuras labiais e na cavidade bucal com dedeiras, gaze ou fralda umedecida em água filtrada ou fervida, 1x/dia (imunoglobulinas liberadas pelo leite protegem o assoalho da mucosa bucal contra infecções). Higiene após a erupção dos dentes - escova de dentes e fio dental, cuidado com uso de flúor. Posição para escovação - higiene no colo: posição de amamentação. - posição joelho a joelho: com auxílio de outra pessoa, sentados de frente, com os joelhos encostados. O bebê deve estar deitado de costas sobre as pernas dos pais e seus braços devem ser contidos por um deles, enquanto o outro apoia a cabeça e faz a higienização. - colocada no colo da mãe e apoiada entre as pernas. - contenção para crianças maiores não cooperadoras _ responsável sentado no sofá ou no chão com a criança entre as pernas – contenção das pernas da criança enquanto um braço apoia a cabeça, o outro faz a higienização. - posição de Starkey: recomendada para crianças em idade pré-escolar e com pouca habilidade manual. A criança fica em pé, na frente e de costas para mãe, e encosta a cabeça contra ela. A mãe usa a mão esquerda para segurar e estabilizar a mandíbula e com os dedos desta mão afasta os lábios e as bochechas, com a mão direita empunha a escova executando os movimentos da escovação. Para a arcada inferior, a mandíbula deve estar posicionada num ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 3 plano horizontal e para a arcada superior, a cabeça deve ser um pouco fletida para trás de modo que a mãe possa ter uma visão direta. Técnicas para criança em idade escolar: - Técnica de Fones: a criança empunha a escova e com os dentes cerrados faz movimentos circulares na face vestibular de todos os dentes. Na face palatina/lingual os movimentos também são circulares e na face oclusal/incisal os movimentos são no sentido ântero –posterior. - Técnica de Stillman modificada: escova é colocada com o longo eixo das cerdas lateralmente contra a gengiva e estas são deslizadas de gengival para oclusal/incisal. Quando as cerdas estiverem junto ao ponto de contato dos dentes, devem ser realizados movimentos vibratórios. - Técnica de Bass: durante a escovação as cerdas são forçadas diretamente no sulco gengival, num ângulo de 45 graus com o eixo do dente, fazendo movimento curto para frente e para trás, vibratórios, deslocando todo o resíduo existente na área; conforme movimenta a escova, os dentes e a gengiva vão sendo limpos. As superfícies oclusais são escovadas movendo a escova para frente e para trás. Escovas dentais Escovas para menores de 3 anos: cabeça pequena, cerdas extra macias, extremidade arredondada, estreita, oferecendo boa empunhadura. A troca deve ser realizada a cada 2 meses pois as cerdas perdem a elasticidade e tornando ineficaz para a higiene correta (crianças pequenas têm o hábito de morder a escova reduzindo a vida útil). Escovas infantis: - cabo: retangular ou achatada para melhorar o apoio. - cabeça: tamanho entre 25 e 32 mm (pequena a média) por 8 a 11 mm de largura, apresentando 3 x 6 ou 3 x 8 fileiras de tufos. - cerda: artificial (náilon), diâmetro regular, menor redução de rigidez quando imerso em água, pontas arredondadas, consistência média ou macia (dependendo da técnica utilizada), comprimento uniforme. Funções e efeitos básicos da escovação: - remover os depósitos de resíduos alimentares nos dentes, acúmulo de microorganismos e recentes indultos supragengivais não calcificados. - deslocar resíduos alimentares e acúmulos de microorganismos das faces interproximais nas áreas de contato entre os dentes. - realizar massagem gengival suave, para promover circulação sangüínea e queratinização do epitélio adequada. - não irritar ou dilacerar o tecido gengival. - não desgastar a estrutura dental. Tempo necessário para correta limpeza: 10 a 15 minutos. 2. DENTIFRÍCIO Utilizar com cautela até os 3 anos de idade pois as crianças são incapazes de controlar a expectoração, deglutindo a maior parte. Crianças menores de 5 anos ingerem 30% do dentifrício e a maioria dos dentifrícios infantis apresentam concentração de 1000 ppm de flúor _ ingestão contínua de alta concentração de dentifrício (risco de fluorose). Utilizar creme dental com flúor – concentração 1000 ppm em pouca quantidade para prevenir desenvolvimento de lesões de cárie em crianças. Importante colocaruma quantidade reduzida (técnica transversal) pelo adulto. Creme dental deve conter abrasivos ou mistura de abrasivos = agentes polidores. As partículas devem ser duras o bastante para limpar os dentes mas não tão duras a ponto de “arranhar” o esmalte ou a dentina. 3. FIO DENTAL Utilizado para limpeza dos espaços interdentais _ indispensável para a perfeita higienização bucal. Deve ser iniciado quando existir a presença de algum contato proximal. Pode ser utilizado fio encerado ou não. As vantagens do fio encerado são: menor diâmetro, passando mais facilmente pelos contatos interproximais mais apertados; sob tensão distende-se sobre a superfície do dente com cada fibra atuando separadamente como uma lâmina cortante para desalojar resíduos alimentares; o fio encerado faz um ruído agudo quando usado sobre uma superfície dental limpa e esse ruído pode ser utilizado como orientação. Modo de usar: o fio dental deve medir de 25 a 45 cm e ser enrolado em torno do dedo médio de uma das mãos e posicionado com as pontas dos dedos indicadores. A distância dos dedos indicadores deve ser de 2 a 3 cm com o fio bem esticado, mas não sob tensão, movimentado de vestíbulo-lingual até a área de contato, para então ser trabalhado apicalmente dentro do sulco gengival. O fio se move de cima para baixo, abraçando bem a superfície interproximal. CONTROLE QUÍMICO DA PLACA BACTERIANA Substâncias quimioterápicas: impedem a instalação, diminuem a velocidade ou interrompem o progresso da cárie sem a remoção operatória da lesão. Vários agentes vêm sendo utilizados: nitrato de prata, fluoreto de prata/estanho, diamino fluoreto de prata, clorexidina e vernizes de flúor. * está se intensificando a atenção à remineralização de lesões de cárie não cavitadas e lesões que progrediram além de 1/3 da espessura da dentina. Como cerca de 60% das lesões que se estendem até a metade da dentina não são cavitadas e pelo fato da velocidade de progressão das lesões serem geralmente muito lenta, dentes com estas ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 4 características devem ser indicadas para remineralização desde que o paciente faça parte de um programa de proservação com vigilância atenta. Diamino fluoreto de prata (Cariostático) Eficaz na prevenção e paralisação de lesões de cárie em fóssulas e fissuras. Esta substância forma fluoreto de cálcio menos solúvel na superfície dentária e precipita fosfato de prata, dificilmente solúvel, e responsável pela coloração preta por ação da luz e de redutores. O íon Ag tem ação coagulante protéico, formando uma proteína de prata com efeito inibitório sobre uma série de enzimas e com ação antibacteriana potente. Este íon entra em contato com o cianeto salivar, produzindo cianeto de prata, ficando retido por períodos prolongados. Diamino fluoreto de prata: - aumenta a resistência do mineral aos ácidos. - inibe a solubilidade da proteína dentária sob ação da protease. - fecha os túbulos dentinários. - remineraliza a dentina amolecida. - inibe a aderência e o crescimento dos S. mutans à superfície de esmalte. - inibe a formação do biofilme bacteriano e a desmineralização subsuperficial do esmalte. - tem efeito cariostático e preventivo. Indicações: - prevenção e paralisação de lesões de cárie dentária em crianças. - prevenção de lesões de cárie secundárias. - dessensibilização da dentina hipersensível. Desvantagem: estética (após a aplicação a área fica enegrecida) Protocolo: proteção dos tecidos moles com vaselina, isolamento, profilaxia, secagem do campo, aplicação do diamino fluoreto de prata a 30% (3 sessões ao mês); esfregaço com bolinha de algodão por 3 a 5 minutos. Marcas comerciais: Cariostático (Inodon), Biorode (Herpe), Safride di Walter (Polidental), Saforide. CLOREXIDINA (digliconato de clorexidina) - É uma clorofenil bisguanina utilizada como sal de gluconato com resultados favoráveis no controle de bactérias. - Possui amplo espectro de ação (tanto para bactérias gram- positivas quanto gram-negativas). Efeito bacteriostático e bactericida. - Alta substantividade (capacidade de retenção e manutenção na cavidade bucal) com efeito residual de cerca de 48hs. - verniz –> efeito inibidor no desenvolvimento de lesões de cárie em fissuras e no número de S. mutans no biofilmedental até 3 meses após sua última aplicação. A efetividade e a duração da inibição do S. mutans dependerá da concentração do verniz e do número de aplicações. A recolonização da superfície após certo período é variável (3 semanas a 4 meses) seguindo um padrão específico -> os microorganismos reaparecem primeiro nos dentes posteriores e depois nos anteriores devido a dificuldade em desinfetar regiões mais retentivas. - tratamento alternado com o verniz de clorexidina e com o de flúor mostrou uma redução significante do S. mutans por pelo menos 3 meses. - lembrar que a aquisição inicial de S. mutans é precoce (entre 12 e 18 meses, 71% das crianças já estão infectadas). - É seguro e efetivo (baixa toxicidade). - Sabor desagradável. - Indicações: durante o período da janela de infectividade, atividade e alto risco da doença, presença de grande concentração de bactérias cariogênicas, lesões de mancha branca ativas, pacientes com higiene bucal inadequada, xerostomia, pacientes portadores de aparelhos ortodônticos ou com múltiplas restaurações e na prevenção familiar de contaminação cruzada. - Mecanismo de ação: inibição da adesão bacteriana nas superfícies dentárias; restrição da quebra de carboidratos (transporte, glicólise); redução da migração de íons; restrição da proteólise; contenção do metabolismo de aminoácidos. Modo de apresentação: Dentifrício, gel, verniz, solução. Protocolo: profilaxia, isolamento e secagem do campo, aplicação do verniz de clorexidine (3 sessões consecutivas durante 2 semanas). Reaplicações de acordo com o programa preventivo estabelecido, baseado no perfil de risco circunstancial do paciente. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 5 PREVENÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA HÁBITOS ALIMENTARES - Dieta: é o efeito local dos alimentos nos dentes, afeta o metabolismo da placa bacteriana , produção de ácidos (determina a cariogenicidade do alimento) - Nutrição: efeito sistêmico que os nutrientes ocasionam na saúde geral, crescimento e desenvolvimento de estruturas de todo o corpo, e o desenvolvimento pobre dos dentes, devido a má nutrição, pode influenciar na progressão da doença cárie. - Importância dos hábitos alimentares: - necessidades nutricionais variam de acordo com a faixa etária. Lembrar que o índice de crescimento da criança (se ela está crescendo e se desenvolvendo dentro dos padrões da sua idade) e não sua atividade física que irão determinar o apetite. - controle da dieta é importante não só para prevenção de cárie, mas também para evitar maus hábitos que possam levar à obesidade. - orientar a gestante: não introduzir precocemente carboidratos/açúcar na dieta do bebê. Hábitos alimentares incorretos aprendidos na infância dificilmente são modificados posteriormente. - Com a etiologia da cárie dentária, a dieta também recebe influência do núcleo familiar, do estado emocional, religião, nível sócio-econômico e cultural. - leite materno X leite bovino: ambos produzem queda de pH e portanto são cariogênicos, mas o leite materno apresenta mais lactose (7,2%) do que o bovino (4,5%), ou seja, o leite materno seria mais cariogênico que o leite bovino, mas este geralmente é oferecido com adição de açúcar. - cárie de acometimento precoce da infância – antigamente denominada de rampante ou de mamadeira: caracterizadas pela destruição extensa e rápida dos incisivos superiores e primeiros molares, causada pelo líquido cariogênico que fica parado sobre os dentes durante o sono da criança. Inicialmente os dentesinferiores são protegidos pela língua durante a sucção, mas, em casos extremos, eles também podem ser atingidos. - Análise alimentar: - Pode-se fazer um Recordatório alimentar (lembrando o que foi ingerido nas últimas 24 horas) e mais efetivamente, pode-se fazer o diário alimentar de 3 ou 7 dias (escrevendo em um papel tudo o que foi consumido nesses dias, inclusive as quantidades de açúcar usadas para adoçar líquidos). - Analisar o tipo de dieta consumido pela criança, verificar a forma, consistência, frequência e período de ingestão dos alimentos. - Observar a presença de açúcar oculto (ex.: uso de condimentos, ou medicações que contenham açúcar na formulação). - Lembrar da relação açúcar X afeto. Da mesma forma que alimentos como arroz e feijão estão relacionados a trabalhadores, sopa relacionado a doentes, o açúcar está relacionado ao carinho e afeto. - A cariogenicidade dos alimentos está ligada ao tempo total que permanece na cavidade oral até a sua remoção, e depende da consistência e adesividade do alimento, das características da anatomia dos dentes e das arcadas, dos movimentos musculares e fatores salivares (fluxo, viscosidade). Fica-se subentendido que alimentos “grudentos” e pastosos são mais cariogênicos do que alimentos fibrosos. - Verificar o consumo diário dos grupos alimentares: lácteo; carnes; verduras e frutas; pães e cereais. a. Proteínas: dieta deficiente em proteínas durante a fase de desenvolvimento dentário provocará a formação de dentes menores, erupção retardada e aumento da susceptibilidade à cárie dental, sem alteração na composição mineral do dente. Já após a erupção dos dentes as proteínas apresentam efeito no metabolismo da placa dentária, neutralizando os ácidos. Em geral, dietas ricas em proteínas são pobres em carboidratos. Fontes de proteína: carne, ovos, leite e seus derivados, são proteínas animais. Trigo, centeio, aveia, feijão , soja, são exemplos de proteínas vegetais. b. Lipídeos: São fontes de energia para o organismo. As gorduras podem diminuir a atividade de cárie devido à formação de uma película protetora sobre a superfície dos dentes limitando o acúmulo de placa bacteriana ou pela interposição entre a superfície e os ácidos da placa. Fontes de lipídeos: as fontes mais saudáveis são os óleos vegetais insaturados. c. Carboidratos: Aqui se incluem os açúcares. A produção de ácido láctico através do metabolismo glicolítico dos açúcares é responsável pelo início da cárie. A síntese de polissacarídeos de adesão e o armazenamento são importantes para a colonização bacteriana nas superfícies lisas. Fontes de carboidratos: eles estão presentes em todos os alimentos em quantidades variáveis como pão, batata, ervilhas, leite (lactose), frutas (frutose), mas o mais cariogênico dos açúcares é a sacarose, presente no açúcar refinado. d. Minerais: cálcio, fósforo, magnésio e flúor são componentes básicos dos tecidos duros. Os minerais atuam tanto na formação de dentes cáries-resistentes quanto na maturação pós-eruptiva. Fontes de minerais: (exemplos) = Leite (cálcio), trigo integral (fósforo), nozes (magnésio), Fígado (ferro), Chá, soja, peixe de água salgada (flúor), sal de cozinha (sódio). ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 6 e. Oligoelementos: São outros elementos além dos minerais citados, como zinco, manganês, entre outros que podem estar relacionados com a prevenção de cárie. Fontes de Oligoelementos grãos não refinados, verduras. f. Vitaminas: São compostos não calóricos presentes em pequenas quantidades nos alimentos - vitamina A: sua deficiência durante o desenvolvimento do dentes provoca atrofia dos ameloblastos, pobre diferenciação dos odontoblastos, hipoplasia do esmalte e cálculos pulpares. Onde se encontra: fígado, gema de ovo, laticínios - vitamina D: promove absorção de cálcio e indiretamente de fósforo sendo essencial para a formação dos ossos e dentes. Ingestão diminuída de vitamina D pode sugerir o aumento na incidência e progressão da doença cárie. Onde se encontra: em poucos alimentos, a maior parte dessa vitamina provém de banhos de sol. - vitamina E: doença periodontal associado a baixos níveis desta vitamina ligada a hemorragias gengivais pela mudança na membrana dos vasos sangüíneos. A mobilidade dos dentes pode ocorrer devido à atrofia da membrana periodontal. Onde se encontra: óleos vegetais. - vitaminas do complexo B: B1 – sua falta prejudica a dentição, atua no crescimento, metabolismo e composição da placa bacteriana; deficiência de B2 - estomatite angular, glossite. A deficiência no complexo B apresenta manifestações ao redor da cavidade bucal (mucosa bucal, lábios e superfície da língua). Onde se encontra: carne de porco, cereais integrais. - vitamina C: está associado com o desenvolvimento dos odontoblastos e de outras células especializadas e com os produtos de secreção (ex.: colágeno). Manifestações bucais do escorbuto: gengivite hemorrágica, edematosa ausente em áreas edentadas. Pode estar acompanhado por infeções bacterianas secundárias (GUNA). Estudos laboratoriais mostram que a carência de vitamina C produz odontoblastos com alterações degenerativas. Onde se encontra: sucos de frutas ( laranja, limão), aspargos, brócolis, etc... Açúcar intracelular ou intrínseco, que está presente nos alimentos. Importante fonte para a nutrição e apresenta baixo potencial cariogênico. Ex. frutas e vegetais. Açúcar extracelular ou extrínseco não láctico. É o açúcar adicionado aos alimentos. Alto potencial cariogênico e efeito deletério para a saúde quando ingerido em grande quantidade. Ex. bolos, biscoitos, refrigerantes. Açúcar do leite (lactose). Presente no leite e seus derivados. Tem baixo potencial cariogênico devido aos componentes protetores do leite. Tem grande importância na alimentação. - Substitutos do açúcar a. Adoçantes calóricos - os álcoois de açúcar são os mais comuns. Eles não provocam queda do pH da placa bacteriana ou a queda é pouco acentuada. - Sorbitol: possui doçura moderada e é bem menos cariogênico que a sacarose. Possui efeito laxante maior que o xilitol. Consumo maior que 25g/dia pode causar diarréia. - Xilitol: apresenta cerca de 60% da doçura da sacarose. Não é metabolizado pelos microorganismos orais. Previne o aparecimento de lesões de cárie, devido à ausência de fermentabilidade e pela estimulação da secreção salivar. - Manitol, lactitol, maltitol: possuem potencial anticariogênico, mas não existem evidências de sua ação cariostática. - Esteviosídeo: extraído da planta estévia, é considerado um substituto da sacarose, podendo ser indicada para crianças. É um produto natural, sem efeitos colaterais. b. Adoçantes não calóricos - possuem sabor acentuado, não contém componente energético, portanto não são transformados em ácidos pelas bactérias. - Ciclamato: sua doçura é maior que a sacarose (30x). Não provoca alterações no Ph da placa, porque não é fermentado pelas bactérias encontradas na cavidade bucal. Seu uso em crianças deve ser controlado. - Sacarina: possui sabor extremamente adocicado (450x maior que a sacarose). Não é fermentada pelas bactérias do meio bucal. Possui gosto metálico final e também deve ser controlado em crianças. - Aspartame: doçura é 180x maior que a sacarose. Por ser um aminoácido, pode ser metabolizado pelo organismo; não é cariogênico, devido a sua propriedade inibitória do crescimento bacteriano, de formação e aderência da placa. Seu uso pode ser liberado para as crianças. - Sucralose: novo adoçante, desenvolvido no Reino Unido e aprovado pela FDA. Pode ser aquecido e não possui sabor metálico final. - Acesulfame K: é o mais recente adoçante não-calórico com sabor bastante adocicado (200x maior que a sacarose). Não é cariogênico, apresenta boa estabilidade e tolerância a altas temperaturas. Seu uso deve ser controlado em crianças; ABITEP – Odontopediatriae Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 7 Bebidas ácidas – erosão EROSÃO EXTRÍNSECA : ASSOCIADO A ÁCIDOS EXÓGENOS EROSÃO INTRÍNSECA : ASSOCIADO A ÁCIDOS ENDÓGENOS EROSÃO IDIOPÁTICA: DIAGNÓSTICO NÃO POSSÍVEL POR MEIO DE EXAME CLÍNICO E ANAMNESE EROSÃO ASSOCIADA A DIETA PODE SER EVIDENTE NAS SUPERFÍCIES VESTIBULARES DOS DENTES ANTERIORES SUPERIORES E APRESENTAM-SE COMO DEPRESSÕES EROSÃO ASSOCIADA COM REFLUXO GASTRO-INTESTINAL APRESENTAM-SE COMO DEPRESSÕES CÔNCAVAS NAS SUPERFÍCIES PALATINAS E OCLUSAL DOS DENTES SUPERIORES BEM COMO NA LINGUAL E OCLUSAL DOS DENTES POSTERIORES INFERIORES. Perimolise Alimentos Protetores pH da placa - castanha, nozes,amendoim, pipoca salgada e queijo - alimentos duros e fibrosos ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 8 CARIOLOGIA Doença x Sinal Clínico Conduta: Tratamento da Doença Cariologia – conceitos atuais - Introdução - Quantidade de lesões com padrão diferente nos povos antigos - A partir do século XVIII _ padrão atual - Atualmente _ alimentos refinados, pegajosos, menos mastigação - Dados epidemiológicos – CPO-D aos 12 anos - 1986 = 6,65 _ muito alta - 1993 = 4,85 _ alta - 1996 = 3,06 (capitais) - Meta da OMS para o ano 2000 = 3,00 SB 2003 _ 2,79. No entanto, resultado mais favorável nas regiões Sul e Sudeste. Nas demais regiões > que 3. Microbiota Virulência - Propriedades acidogênicas - Propriedades acidúricas - Capacidade de colonizar os dentes - Armazenamento do açúcar excedente Streptococos mutans - São considerados os mais cariogênicos - Rapidamente adquirido por crianças a partir da erupção de decíduos - Nível de produção de ácidos mais rápido - Rápida formação de ácido lático - Maior capacidade de adesão às superfícies lisas “Fortes indutores da cárie” - Acidúricos - Acidogênicos - Polissacarídeos extra e intra celulares - Têm capacidade de adesão (iniciadores) Lactobacilos - Predominam na dentina cariada - Mais relacionados com o desenvolvimento e progressão da cárie - “Invasores secundários” - Presença dos dois tipos em cárie de cicatrículas e fissuras - Cárie radicular- Actinomyces se soma às outras duas. - Acidogênicos - Acidúricos - Polissacarídeos intra celulares - Não têm capacidade de adesão (progressores) Substrato - Composição do alimento - Propriedades físicas - Quantidade Freqüência de ingestão Dieta cariogênica - Composição - Freqüência - Consistência - Tempo de contato mastigação / fluxo salivar / retenção / higienização Hospedeiro Dentes - Tipos de dente - Morfologia dos dentes - Posição dos dentes no arco - Tempo do dente na boca - Proximidade das glândulas salivares Controle dos fatores Causais ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 9 Saliva - Formação da película adquirida - Capacidade de remoção do substrato - Diluição e neutralização dos ácidos - Componentes antimicrobianos - Saturação em relação ao conteúdo mineral do dente Fatores Modificadores Atuam na etiologia da cárie aumentando ou diminuindo a defesa do hospedeiro e/ou o potencial cariogênico do substrato, ou ainda, alterando a microflora. Situação de equilíbrio Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- pH ≥ 5.5 Reprecipitação de minerais no esmalte - Formação de cálculo Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- pH ≤ 5.5 Perda de minerais para o meio Lesão de cárie Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- Formação de lesão de cárie na presença do flúor 5.5 ≥ pH ≥ 4.5 + flúor Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- Subsuperfície Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- Superfície Lesão de cárie subsuperficial pH ≤ 4.5 + flúor Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca 2+ + 6 PO4 3- + 2 OH- Subsuperfície e superfície Erosão Formação de cárie Esmalte sadio Ganho > perda de minerais � equilíbrio � cálculo Perda > ganho � lesão de mancha branca Mancha Branca Ganho > perda de minerais � reprecipitação � paralisação Perda > ganho � cavitação Lesões de cárie – classificação Extensão - lesão não cavitada em esmalte - lesão em esmalte (cavidade) - lesão em dentina - lesão com envolvimento pulpar ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 10 Localização - Superfícies oclusais - Superfícies Lisas - Livres - Proximais Atividade - Ativas - Inativas Lesão em Dentina Reações de defesa: - Esclerose dos túbulos dentinários - Formação de dentina reacional (3aria) Camadas da dentina cariada - Zona necrótica - Zona infectada - Zona afetada Dentina Infectada - Zona de desmineral. Avançada - Zona de invasão bacteriana - Zona necrótica Dentina Afetada - Zona de dentina terciária ou reacional - Zona dentina hígida - Zona de esclerose - Zona de desmineralização inicial Zona Infectada - Maior em lesões agudas - Bactérias proteolíticas na superfície e acidogênicas na profundidade - Amolecida, vital e sensível à remoçãoNão é recuperável Zona Afetada - evidente em lesões agudas - Poucas bactérias acidogênicas - Vital e sensível à remoção - É recuperável Deve ser mantida Atividade das lesões de mancha branca Opaca, rugosa e porosa Área de alto risco Opacidade na entrada das fissuras Fundo da fissura acastanhado claro Dente abaixo do plano oclusal Adjacente à outra lesão Gengivite na papila adjacente Lisa, brilhante e polida Área de baixo risco Ausência de opacidade na entrada das fissuras Fundo da fissura escurecido Dente com oclusão estabelecida Dente adjacente ausente Atividade das lesões em dentina Presença de tecido amolecido Cor amarelada ou castanho claro Aspecto úmido Opacidade no esmalte adjacente Tecido endurecido no fundo da lesão Cor marrom escura ou negra Aspecto seco Opacidade no esmalte adjacente com aspecto inativo Inativa Ativa Inativa Ativa ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 11 Métodos Tradicionais de detecção de lesões de cárie Exame Tátil - Sonda exploratória - Danos à superfície da lesão de cárie - Transmissão de microrganismos entre os sítios examinados - Precisão baixa Inspeção visual - Boa iluminação e limpeza - Secagem prolongada - Precisão boa � melhor que exame tátil - Avaliação das características da lesão Associação de Métodos Métodos visual + radiográfico - Radiografia interproximal - Aumentam sensibilidade do método visual - Método indicado ICDAS ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 12 FLÚOR O flúor apresenta um grande impacto no desenvolvimento da doença cárie mas seu uso deve estar associado com medidas para desorganização/remoção do biofilme bacteriano e “consumo controlado” de carboidratos fermentáveis. IMPORTÂNCIA DO USO DIÁRIO DE FLÚOR PARA ESTABELECER E MANTER UMA CONCENTRAÇÃO SIGNIFICATIVA NA SALIVA E NO FLUIDO DO BIOFILME, A FIM DE CONTROLAR A DISSOLUÇÃO DE ESMALTE Larsen, Brunn, 2001 Pessan et al., 2008 O FLÚOR TAMBÉM.... - Interfere no crescimento e metabolismo bacterianos, - Atua na cadeia glicolítica, reduzindo a produção de ácidos pelos microrganismos bucais e interferindo na regulagem enzimática do metabolismo dos carboidratos o que reduz o acúmulo de polissacarídeos intra e extracelulares. - Maltz, 1996; Cameron, Widmer, 2001. EFEITOS TÓXICOS DO FLÚOR a.intoxicação aguda - dose certamente letal (DCL) = 32 a 64 mg de F/kg - dose seguramente tolerada (DST) = 9 a 16 mg de F/kg - dose provavelmente tóxica (DPT) = 5,0mg de F/kg - ingestão crônica o limite é de 0,07mg de F/kg/dia Sintomas da intoxicação aguda: depende da dose. Pode ocasionar problemas gastrointestinais até paralisia cardiorespiratória. Primeiros sinais: dor difusa no abdome, náusea e vômito, diarréia e excessiva salivação. Medidas para diminuir a absorção: provocar vômito, dar grandes quantidades de cálcio, administração de hidróxido de alumínio ou hidróxido de magnésio e lavagem gástrica. b. intoxicação crônica - ingestão crônica -> limite = 0,07mg de F/kg/dia. Fluorose = distúrbio ou defeito de formação do esmalte dental devido a exposição de altas concentrações de flúor durante o período de desenvolvimento dentário. A severidade da intoxicação crônica depende da dose, da direção de exposição, do estágio da atividade do ameloblasto, da idade da criança e da susceptibilidade individual. É um distúrbio de desenvolvimento caracterizado por esmalte branco-opaco variando de linhas brancas a áreas opacas pequenas ou extensas. Período de susceptibilidade crítico para alterações estéticas que afetariam os incisivos centrais superiores -> 22 a 26 meses de vida. Período de risco estético -> 20 a 30 meses. Tratamento : Microabrasão Ácido de baixa concentração para segurança dos tecidos bucais Facetas Restaurações com resina composta FLÚOR SISTÊMICO Efeito sistêmico está relacionado com a ingestão do flúor de modo a atingir os dentes em formação (efeito pré- eruptivo). Antigamente pensava-se que a ingestão de flúor sistêmico formaria Fluorapatita (FA). Hoje se sabe que, quando se ingere o flúor durante a formação dos dentes, não há formação de FA, mas sim de apatita fluoretada (AF). Para tornar o esmalte mais resistente aos ácidos seria necessário 30000 ppm de F. A quantidade de AF não torna o dente resistente aos ácidos, mas funciona como um reservatório de flúor, ou seja, quando o esmalte é atacado pelos ácidos ao invés de perder minerais, a AF é que se dissolve no meio bucal, polpando o esmalte dentário. O esmalte formado na presença de flúor tem menor concentração de carbonato do que o mineralizado na sua ausência. O carbonato forma apatita carbonatada que torna o dente mais solúvel aos ácidos. A concentração de carbonato no esmalte é maior no terço gengival, na base das fissuras, nos dentes decíduos, na dentina e em dentes recém erupcionados, sendo esses mais susceptíveis a cárie dental. O efeito sistêmico do flúor está mais relacionado com a diminuição da quantidade de carbonato do que com a formação de AF que poderia ser formada após aplicação tópica de flúor profissional (dissolve a apatita carbonatada e ocorre reestruturação mineral do dente) ou uso regular de dentifrício fluoretado. Método de flúor sistêmico Água fluoretada - temperatura ambiental média e a concentração de flúor na água (clima temperado 1,0ppm de F e países tropicais 0,7ppm). ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 13 Suplementação de Flúor – observar risco X benefício: o efeito pré-eruptivo do flúor representa um pequeno impacto na prevenção de cárie dentária e um risco evidente de produção de fluorose dental. FLÚOR TÓPICO Mecanismo de ação: aplicação local de concentração a partir de 100 ppm = o flúor é incorporado à superfície do esmalte sob forma de fluoreto de cálcio (CaF2) que pode ficar retido por dias ou meses. Depois que o CaF2 é formado, a superfície é coberta por íons cálcio, fosfato e proteínas da saliva formando uma capa protetora que retarda a dissolução do composto fazendo com que ele atue como um agente de liberação lenta de fluoreto. Quando ocorre diminuição do Ph da placa, a camada de fosfato de cálcio é solubilizada, expondo o CaF2 que se dissolve parcialmente liberando fluoreto e íons cálcio para o meio. Na presença de flúor, o pH crítico da desmineralização muda de 5,5 para 4,5. Quando o pH cai abaixo de 4,5, mas a placa está subsaturada com relação à FA, o esmalte dissolve vagarosamente mesmo na presença de altas concentrações de fluoreto. Após algum tempo de ação do fluxo salivar e da capacidade tampão da saliva o Ph retorna ao nível fisiológico. Pequena parte do CaF2 reage com a HA e forma AP. A duração do “reservatório” está relacionada com a quantidade de CaF2 formada e depende: - da concentração e frequência do flúor aplicado. - é função inversa ao Ph, ou seja, quanto menor Ph, maior formação de CaF2 - depende da disponibilidade de cálcio. - embora a formação de CaF2 esteja relacionada com o tempo de aplicação, não há diferença quando se utiliza 1 ou 4 minutos. - maior formação de CaF2 ocorre no dente com lesão de cárie do que no dente íntegro. 1. Aplicação Tópica Profissional (ATP): 1a. FLUORETO DE SÓDIO a 2% (pH neutro) Método proposto por Knutson et al. (1947): - 04 sessões de aplicação de flúor seguidas, com intervalos de 2 a 7 dias. (desvantagem, necessidade de 4 sessões) - Técnica de aplicação: profilaxia, isolamento dos dentes, secagem e aplicação com cotonetes durante 4 minutos. - Vantagem: quimicamente estável, gosto aceitável, não irrita a gengiva, não mancha os dentes ou restaurações, é barato e efetivo. 1b. FLUOR FOSFATO ACIDULADO a 1,23% (pH ácido) Forma de apresentação: solução, gel e espuma/mousse. Técnica de aplicação: - limpeza dos dentes, isolamento e secagem, aplicação durante 4 minutos. Pode-se também aplicá-lo com uso de moldeiras, com cuidado para que não seja deglutido. O uso de fio dental embebido em gel entre as superfícies proximais também é recomendado. - Vantagem: sessão única. - Desvantagem: aplicação semestral. O flúor acidulado não deve ser acondicionado em vidro, pois forma ácido fluorsilícico. 1c. FLUORETO DE ESTANHO (solução ácida, pH entre 3,2 e 2,5). Uso no Brasil é muito restrito. Técnica de aplicação proposta por Muhler: - limpeza dos dentes, isolamento do campo, secagem dos dentes, aplicação da solução com cotonetes (8 para cada hemiarco) durante 30 segundos, remoção do isolamento sem colocar água. Paciente não deve ingerir nada durante 30 minutos. - Aplicação restrita e em fórmulas especiais (sensibilidade dentinária ou alta incidência de cárie). - Desvantagem: dificuldade de encontrar o sal, fácil oxidação, necessidade de preparar a solução na hora do uso, sabor desagradável, possibilidade de descamação gengival, risco de manchamento nos dentes descalcificados ou nas bordas das restaurações, técnica muito complexa. - Vantagem: eficaz na capacidade de reduzir a incidência de cárie. Recomendações e cuidados após ATP 1. não enxaguar 2. não comer, nem beber no mínimo durante 30 minutos após a aplicação 3. quanto ao flúor dar preferência para os que apresentam características tixotrópicas (quando não submetido a pressão mantém-se em gel, quando submetido a pressão torna-se mais fluido) 4. este método é mais indicado para crianças maiores que 3 anos. 5. nunca aplicar o gel de FFA em jejum. 6. FFA pode produzir alterações nas superfícies de materiais que apresentem partículas de vidro 1d. VERNIZES FLUORETADOS: Apresentam base de verniz a qual é incorporado o flúor provocando liberação lenta por um período prolongado (12 horas) _ menor pico plasmático do flúor quando comparado com o gel = segurança na aplicação, bom para uso em crianças menores de 3 anos. Método de aplicação é a limpeza da superfície dental, isolamento relativo com algodão, secagem da superfície dental e aplicação de uma fina camada do produto com auxílio de pincel. Após aplicação gotejar água para acelerar o endurecimento do verniz. Recomenda-se não ingerir alimentos sólidos nas primeiras 4 horas e evitar escovação durante 12 horas. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 14 Nomes comerciais:Duraphat (NaF a 5% ou F a 2,26% = 22600ppm de F em base de colofônia de Ph neutro), Flúor protector (difluorsilano a 0,7% = 7000ppm de F em pH ácido) Vantagem: fácil aplicação, boa aceitação pelos pacientes, maior segurança, menor tempo de atendimento, pode ser utilizado em pacientes de pouca idade, se for o flúor protector, ele é incolor e alto brilho (preferível para adolescentes e adultos) por estética. Desvantagem: custo (produtos importados – tem maior fluidez e menor viscosidade), coloração amarelada após aplicação com Duraphat (avisar os pais), sabor desagradável e possibilidade de ardor semelhante a acetona com uso do flúor protector. Cuidado: não aplicar sobre a gengiva com sangramento -> possibilidade e risco de manifestação alérgica por contato com base de colofônia (Duraphat) e poliuretano (Flúor protector). Tratamento para intoxicação aguda - Ingestão menor que 5 mg de F/kg: prescrição de cálcio via oral (leite) e algumas horas de observação. - Ingestão maior que 5 mg de F/kg: indução do vômito, cálcio via oral, internação hospitalar. - Ingestão maior que 15 mg de F/ kg: indução do vômito, internação com monitoramento cardíaco, administração endovenosa de cálcio, de diuréticos e soro bicarbonatado Intoxicação crônica - Ingestão de flúor em pequena quantidade porém por um longo período de tempo. Afeta dentes homólogos por ser um distúrbio de desenvolvimento. - Histologicamente observa-se hipomineralização com a presença de poros na subsuperfície, estando a superfície externa do esmalte bem mineralizada. Clinicamente a porosidade é representada pela opacidade – linhas finas esbranquiçadas até quadros em que toda a superfície é atingida. - Limite diário p/ fluorose: 0,07 mgF/Kg peso/dia 2. Dentifrícios É o método mais utilizado. A concentração de flúor necessária para que o dentifrício seja eficaz gira ao redor de 1000ppm. Durante a escovação é importante a supervisão dos pais pois as crianças menores de 5 anos apresentam dificuldade motora para controlar a deglutição e engolem cerca de 30% do creme em cada escovação -> risco potencial de aumentar a fluorose. Para crianças em idade pré-escolar, 4 a 6 anos, indicado colocação do dentifrício pela técnica transversal (ao invés de colocar a pasta dental sobre todas as cerdas da escova, coloca-se transversalmente, cobrindo somente as primeira 3 fileiras de cerdas aproximadamente), pois a quantidade é reduzida em 45% quando comparada com o método tradicional. 3. Bochechos com soluções fluoretadas Utilizados em programas de saúde coletiva devido relação custo/benefício, método simples e de baixo custo. É indicado para as fases onde existe aumento do risco de desenvolver a doença cárie e quando existe dificuldade de controle da placa. Durante a fase de erupção do 1º malar permanente ->maturação pós eruptiva. Devido ao processo lento de erupção existe grande dificuldade de remoção de placa nesta região. Forma de apresentação: NaF 0,05% para uso diário ou NaF 0,2% (semanal); fluorfosfato ácido 0,02% (diário). Vantagem: bem aceitos em programas de saúde pública em escolas, preparo fácil, pouco dispendioso, fácil de ser aprendido pela criança e mesmo que a solução seja ingerida acidentalmente, não há problemas de intoxicação. Indicado para crianças maiores que 6 anos. produto % do agente ppm de F mg de F/ml FFA (gel acidulado) F a 1,23% 12300 12,3 NaF (gel neutro) NaF a 2,0% 9000 5,0 Duraphat, Duraflur, Fluorniz (verniz) NaF a 5,0% 22600 22,6 Flúor protector (verniz) F a 0,7% 7000 7,0 Bochecho com NaF (diário) NaF a 0,05% 225 0,22 Bochecho com NaF (semanal) NaF a 0,2% 900 0,90 ------------------ Aula de Flúor – Informações complementares ------------------ ------------------ Muito Importante!!! ------------------ ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 15 Cálculos da dose: 1ppm significa 1 parte por milhão, o que quer dizer: 1g flúor em 1.000.000 g ou ml de água (1parte de flúor em um milhão de partes de água). Como a toxicidade ou dose de flúor se mede em mg, pode-se transformar a fórmula em: 1000 mg flúor em 1.000.000 g ou ml de água Se quiser pode simplificar, cortando os zeros (dividindo por mil), resultando: 1 mg flúor em 1000 g ou ml: ou seja 1ppm = 1 mg F em 1000g ou ml Por exemplo, se formos usar o flúor em gel, que tem 12.300 ppm de flúor, como calcularemos a quantidade de flúor utilizada? 12.300 ppm 12.300 mg F/ 1000g de gel Se dividirmos por mil, teremos: 12,3 mg F/ g de gel Considerando que em cada aplicação usamos ao redor de 5 g de gel, então: 5 X 12,3 mg F= 61,5 mg de flúor. A dose provavelmente tóxica é de 5 mg de flúor por quilo de peso, então se tivermos uma criança de 20 quilos (por volta de 3 anos) a dose provavelmente tóxica seria de 100mg, portanto, maior que a dose rotineira utilizada, e sem chance de causar problemas. Entretanto, se for uma criança de 10 quilos (bebê), a dose provavelmente tóxica já seria de 50 mg, portanto a criança estaria submetida a maior risco com o uso desta quantidade de flúor na moldeira. FLUOROSE Em relação à fluorose, a dose de risco é a ingestão maior que 0,07 mg/quilo/dia, pois depende da exposição crônica. Exposição crônica significa uso rotineiro, o que é mais comum pelo uso de dentifrícios, bochechos e pela dieta. Tomemos como exemplo o dentifrício, que tem ao redor de 1000 ppm: 1.000 ppm 1000mg F/ 1000g de dentifrício Ou: 1 mg F/ 1g de dentifrício Se a criança coloca esta quantidade e ingere ¼ (0,25 mg F) em cada escovação e escova os dentes 3 vezes por dia, estará ingerindo somente com o dentifrício 0,75 mg F/dia. Se ela pesa 10 quilos (bebê) a dose de risco para fluorose seria de 0,7 mg F/dia, portanto apenas com o dentifrício ela já está praticamente no limite e ainda tem as fontes sistêmicas (como água e dieta!) RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA 1. IMPORTÂNCIA DO EXAME RADIOGRÁFICO Exame complementar ao exame clínico ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 16 2. PROTEÇÃO ÀS RADIAÇÕES Tempo de exposição baixo Filmes ultra rápidos Cones longos e abertos Rigor na técnica Avental de chumbo Suportes para filmes Pessoal auxiliar e CD não devem segurar película Responsáveis também protegidos com avental 3.EXAME RADIOGRÁFICO NA DENTIÇÃO DECÍDUA, MISTA E PERMANENTE: Nas crianças com dentição decídua o exame radiográfico completo constitui-se de: - seis radiografias periapicais: a. duas da região anterior: uma superior e outra inferior; b. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco ou da região de molares decíduos; - duas radiografias interproximais: uma do lado esquerdo e outra do direito, posteriores. Quando presente a dentição mista este exame passa a compor-se por: - dez radiografias periapicais: a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos, direito e esquerdo; b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo; c. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco. - duas radiografias interproximais: uma do lado direito e outra do esquerdo, posteriores. Nos pacientes com dentição permanente instalada indicam-se para exame radiográfico completo: - quatorze radiografias periapicais: a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos, direito e esquerdo; b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo; c. quatro da região de pré-molares: uma de cada hemiarco; d. quatro da região de molares permanentes: uma de cada hemiarco. - quatro radiografias interproximais: duas da região de pré-molares, direito e esquerdoe duas da região de molares permanentes, direito e esquerdo. A dificuldade de executar uma tomada radiográfica adequada leva à limitação da utilidade e eficiência deste exame, considerado indispensável no tratamento dentário. Diante de emergências freqüentemente devemos tomar decisões terapêuticas a partir de diagnósticos feitos sem o auxílio do exame radiográfico, o que pode levar a uma maior margem de erros ou no mínimo a decidir por tratamentos mais radicais. 4. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS Periapical Intrabucais Interproximal Panorâmica Extrabucais Lateral de mandíbula \ maxila Lateral de Fazzi Oclusal ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 17 As técnicas radiográficas empregadas para crianças são iguais às utilizadas em adultos. Assim, temos as técnicas intra e extrabucais. Para as primeiras temos as radiografias periapicais, interproximais e oclusais; quanto às extrabucais, temos as radiografias panorâmicas e lateral de mandíbula e maxila. Na técnica periapical, valem os conceitos de Ciezinski em que o feixe principal de raios X incide perpendicularmente à bissetriz do ângulo formado pela película e pelo longo eixo do dente. Outra técnica para as radiografias periapicais é a do paralelismo ou do cone longo, em que o feixe de raios X incide perpendicularmente ao longo eixo do dente e à película, sendo que estes devem estar paralelos entre si. Todas as técnicas a serem utilizadas em crianças devem sofrer modificações, as quais visam principalmente o posicionamento e a estabilização da película, uma vez que a colaboração destes pacientes não é a desejada, principalmente nos casos de crianças com menos de 3 anos de idade. Nos dentes anteriores, indica-se a técnica periapical modificada (oclusal) com película número dois (adulto). As crianças com 3 a 4 anos de idade podem colaborar, permanecendo até mesmo desacompanhadas no consultório odontológico. São sentadas na cadeira odontológica de forma que o plano oclusal forme um ângulo de 30 graus em relação ao solo, considerada uma posição de conforto e, portanto, facilita na colaboração quanto à imobilidade. O filme é posicionado no sentido transversal em relação ao eixo sagital mediano e apreendido através de mordida, sendo que a face sensível deve estar voltada para a arcada dentária da qual se quer obter a imagem, superior ou inferior. O feixe principal é dirigido para a ponta do nariz na arcada superior e para o mento na arcada inferior, com angulações de 95 graus positivos e 35 graus negativos para o superior e inferior respectivamente. Esta técnica fornece uma imagem ampla, apresentando os dentes decíduos de canino à canino, além dos germes dos permanentes da região (incisivos e caninos). O uso de posicionadores facilita a tomada radiográfica, normalmente não cabem na boca das crianças com pouca idade. O que usamos é o tipo Han Shing, compatível com a boca de crianças na primeira infância. Dentre as técnicas intrabucais temos ainda a interproximal, de pouca valia na faixa etária em discussão, uma vez que sua principal indicação é para o diagnóstico de cárie interproximal e nesta etapa da dentição decídua os dente em geral estão separados, podendo ter as suas faces proximais observadas clinicamente. Estão restritas a pacientes nos quais os dentes posteriores já apresentam contato, independentemente da idade. As técnicas extrabucais mais utilizadas em Odontopediatria são a panorâmica e lateral de mandíbula e maxila. As radiografias panorâmicas são pouco utilizadas para crianças com menos de 3 anos de idade, ficando restritas a casos específicos, de acordo com a indicação desta técnica, ou seja, observar o desenvolvimento, as grandes patologias e fraturas ósseas. São ainda de pouco valia para o diagnóstico de lesões de cárie e doenças pulpares. Para a sua execução é fundamental a colaboração da criança, o que dificilmente ocorre. Quando não é possível executar uma radiografia periapical ou outra forma intrabucal para dentes posteriores podemos lançar mão da técnica lateral de mandíbula e maxila, a qual é feita utilizando-se uma película de filme oclusal posicionada extrabucalmente sobre a face do paciente, sendo também neste caso segurada pelos pais ou acompanhante. O longo eixo do filme acompanha o longo eixo da face, a cabeça do paciente inclina-se lateralmente no lado oposto da face, tendo como referência o ângulo da mandíbula, sendo que devemos desviar esta estrutura anatômica, ou seja, ficar abaixo do ângulo externo para evitar a superposição de imagens. O feixe de radiação deve, na medida do possível, encontrar a película formando um ângulo reto. 5. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO: Tanto os dentes decíduos, quanto os permanentes, para alcançar sua maturidade morfológica ou funcional, passam por um ciclo vital característico bem definido composto de diversas fases, separadas por motivos didáticos. No entanto, trata-se de um processo fisiológico de evolução contínua, no qual as modificações histológicas, fisiológicas e bioquímicas têm lugar progressiva e simultaneamente. Quanto aos fatores etiológicos que promovem estes distúrbios, variam entre a hereditariedade, os problemas locais infecciosos e/ou traumáticos e as alterações metabólicas, considera-se também a ingestão de medicamentos e ainda há alguns distúrbios cuja etiologia é considerada desconhecida. Algumas vezes estes distúrbios do desenvolvimento estão associados a síndromes que envolvem distúrbios cranianos e maxilares, além de problemas sistêmicos. Nem todas as anomalias do desenvolvimento são observadas na dentição decídua e na maioria das vezes ocorrem numa prevalência mínima nesta fase. NA INICIAÇÃO E PROLIFERAÇÃO (lâmina dentária, fases em botão e capuz): MENOR NÚMERO DE DENTES _ Hipodontia- Ausência de apenas um ou alguns poucos dentes. _ Oligodontia ou anodontia parcial- agenesia de vários elementos dentários – comumente associada a anormalidades sistêmicas _ Anodontia- ausência total de dentes A hipodontia é rara na dentição decídua, porém pode ser observada na região de incisivos, principalmente na maxila. Na dentição permanente é tão comum que chega a ser considerada por alguns autores, uma variação dentro do limite da normalidade. Maior ocorrência em terceiros molares, incisivos laterais superiores e segundos pré-molares. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 18 NÚMERO EXCESSIVO DE DENTES _ Os dentes supranumerários, que resultam da geminação continuada do órgão do esmalte do dente antecessor ou da proliferação excessiva de células ocorrem freqüentemente em crianças e podem ser responsáveis por várias irregularidades nas dentições decíduas e mistas. Ocorrem na sua maioria na dentição permanente, freqüentemente localizados na região anterior da maxila (mesiodens). Dentes natais ou neonatais também são considerados supranumerários quando o exame radiográfico detectar a presença dos incisivos decíduos ainda intra-ósseos. GEMINAÇÃO, FUSÃO E CONCRESCÊNCIA _ Geminação - Tentativa de divisão de um germe dentário. Vai depender da extensão da geminação o grau de clivagem, que quando for total, vai originar um dente supranumerário. _ Fusão - União de dois germes dentários independentes, que poderão ser decíduos ou permanentes. Limita-se quase sempre aos dentes anteriores e, assim como a geminação parece seguir uma tendência familiar. _ Concrescência- Uma forma de fusão produzida após o início da formação radicular.Nessa anomalia , os dentes se unem apenas pelo cemento e o diagnóstico só é possível por meio radiográfico. ODONTOMA _ Tumor odontogênico resultante da proliferação anormal decélulas do órgão do esmalte. Pode advir também da geminação continuada do germe dentário decíduo ou permanente, situação na qual acaba por substituir o dente da série normal. NA HISTODIFERENCIAÇÃO (FASE EM CAMPÂNULA) Os transtornos nessa fase levam à formação de estruturas anormais de esmalte ou dentina. Quando são os ameloblastos que não se diferenciam adequadamente, temos a amelogênese imperfeita do tipo hipoplásico. Quando são os odontoblastos que falham em sua diferenciação, o que resulta é a dentinogênese imperfeita. AMELOGÊNESE IMPERFEITA DO TIPO HIPOPLÁSICO _ Pode afetar tanto a dentição decídua como a permanente, podendo apresentar diferentes características clínicas. As alterações estruturais dos dentes limitam-se ao esmalte. DENTINOGÊNESE IMPERFEITA _ A estrutura da dentina [e anormal, resultando em dentes de cor acastanhada ou cinza-azulada, e também opaco. Ao exame radiográfico, o que se observa é a presença de raízes delgadas, câmara pulpar extremamente reduzida ou ausente. Além de canais radiculares estreitos, que caracterizam o defeito mesodérmico. Os dentes permanentes parecem ser de melhor qualidade, entretanto continuam frágeis, necessitando de reabilitação protética. NA MORFODIFERENCIAÇÃO (FASE AVANÇADA EM CAMPÂNULA) Os transtornos de desenvolvimento nessa fase, levam a alteração de tamanho e forma dentárias. No caso de um desenvolvimento deficiente, pode-se observar clinicamente: _ Microdontia _ Incisivos laterais conóides _ Incisivos de Hutchinson _ Molares em amora (Moon) Por outro lado, quando ocorre desenvolvimento excessivo, tem-se: _ Macrodontia _ Taurodontismo _ Dens in dente _ Raízes supranumerárias _ Evaginação dentária e os chamados tubérculos dentários NA APOSIÇÃO Desenvolvimento deficiente O desenvolvimento deficiente na etapa de aposição do ciclo vital dos dentes resulta em alterações nas matrizes de esmalte e dentina. É possível que qualquer transtorno, capaz de lesar os ameloblastos durante a formação do esmalte detenha a aposição da matriz e produza hipoplasia de esmalte, que poderá ser de natureza congênita, sistêmica ou local. Já a alteração dentinária é muito rara e ocorre apenas quando de transtornos sistêmicos graves e prolongados. _ Hipoplasia de esmalte (redução da quantidade de esmalte formado de um ou mais dentes, normalmente devido a fatores externos) _ Dentinodisplasia ou displasia dentinária ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 19 Desenvolvimento excessivo No caso de desenvolvimento excessivo nessa fase, pode-se ter as pérolas de esmalte ou as hipercementoses. Esta última só observada em dentes permanentes de adultos. NA CALCIFICAÇÃO ou MINERALIZAÇÃO Desenvolvimento deficiente _ Amelogênese imperfeita do tipo hipocalcificado – Transmitida hereditariamente pode afetar tanto a dentição decídua ,quanto a permanente e apresenta-se das mais variadas formas clínicas. _ Dentina interglobular Desenvolvimento excessivo _ Esclerose dentinária ou dentina esclerótica. A maior mineralização do dente reduz a condutividade dos prolongamentos odontoblásticos , além de retardar o avanço das possíveis lesões cariosas, únicos aspectos clínicos a serem considerados nessa anomalia. DURANTE A ERUPÇÃO DOS DENTES: Anomalias de erupção e esfoliação - cronologia de erupção = erupção precoce, erupção tardia (de acordo com a cronologia de erupção) - anquilose dental (maior frequência em segundos molares decíduos) - migração ( dente ocupa lugar de outro ausente na dentição), transposição (troca de lugar normal entre 2 dentes), reabsorção assimétrica das raízes dos decíduos. - Submersão, giroversão, bucoversão (vestíbulo ou linguoversão) = podem ocorrer sempre que houver falta de espaço, perda de dentes, presença de cistos, inclusos, etc... resultando em má oclusão. - dentição pré-decídua = dentes natais, que estão presentes ao nascimento, e dentes neo-natais, que erupcionam em até 30 dias após o nascimento. 90% desses dentes são da série normal, e somente 10% são supranumerários (proliferação). Se o dente tiver boa implantação e não houver risco de aspiração do dente pela criança, ele deverá ser mantido, se for supranumerário, ou houver muita mobilidade, o dente deverá ser removido. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 20 TRAUMATISMO DENTAL EM ODONTOPEDIATRIA 1. INTRODUÇÃO: O traumatismo dental pode afetar crianças muito pequenas, através dos primeiros esforços para engatinhar, sentar e nas tentativas de andar e correr. No início a criança se apresenta insegura, falta-lhe experiência e coordenação, mas gradualmente passa de um estado de total dependência de movimentos, para a independência e estabilidade sempre acompanhada do entusiasmo infantil. O traumatismo dental pode causar trauma físico, emocional e psicológico, além de trazer conseqüências tanto para os dentes decíduos como também para os permanentes. - Freqüência - 16 a 30% - Sexo - masculino > feminino - Faixa etária mais atingida - 10 a 24 meses - Localização mais freqüente - Incisivos superiores - Número de dentes afetados - mais de um 2. CONDUTAS FRENTE AO TRAUMATISMO NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 2.1 ANAMNESE - História médica resumida - Anamnese: 3 perguntas importantes: COMO, QUANDO E ONDE ocorreu o trauma? - Investigar: inconsciência, cefaléia, amnésia, náuseas e vômitos = se houver relato de algum desses fatos encaminhar ao médico. - Houve lesão anterior no dente? Ou é a primeira vez que ocorre o trauma? 2.2 EXAME CLÍNICO - Realizar previamente a limpeza da área com água, soro fisiológico, sabão neutro ou clorexidina a 0,12%. - Avaliar tecidos moles, dentes e tecido ósseo. Verificar a ocorrência de fratura coronária, exposição pulpar e observar a posição do dente em relação aos seus adjacentes e sinais de fraturas radiculares. Observar a presença ou não de lesões cruentas ou dilaceradas, presença de corpos estranhos, fraturas ósseas no rebordo alveolar, hematomas ou edemas. 2.3.1 EXAME RADIOGRÁFICO: - Rx oclusal com filme periapical - Rx periapical com posicionador - Rx lateral com filme periapical Obs.: O exame radiográfico não é tridimensional, mas permite observar: - Fraturas radiculares - Estágio da raiz em desenvolvimento - Dimensão da câmara pulpar - Radioluscência periapical - Reabsorções internas e externas 2.3.2 TESTES DE PERCUSSÃO E DE VITALIDADE: NÃO FAZER TESTE DE VITALIDADE, DEVIDO À SENSIBILIDADE, E DIFICULDADE DE RESULTADOS VERDADEIROS. 3. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS LESÕES AOS TECIDOS MOLES LESOES AOS TECIDOS DE SUPORTE LESÕES AOS TECIDOS DUROS 4.TRATAMENTO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS 4.1 DOS TECIDOS MOLES LACERAÇÃO: ferimento raso ou profundo resultante de dilaceração tecidual, produzido por objeto cortante). TRATAMENTO: - Após a limpeza e remoção de corpos estranhos da região lesada, faz-se o reposicionamento do retalho e sutura se necessário. - Lacerações menores da gengiva e mucosa não requerem sutura. A utilização de clorexidina a 0,12% pode auxiliar no reparo tecidual. Na suspeita de alto índice de contaminação, a profilaxia antitetânica e antibioticoterapia são indicadas. CONTUSÃO: ferimento produzido por impacto com objeto sem corte, causando hemorragia submucosa – equimose). ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 21 TRATAMENTO: - Não requer tratamento, pois o sangramento é reabsorvido localmente. ABRASÃO: é a lesão superficial ocasionada por raspagem da mucosa, que deixa uma superfície hemorrágica e escoriada). TRATAMENTO: - O tratamento é sintomático. Gaze embebida em solução anódina, que contém benzocaína (Ex.: Cepacaína®,Gingilone®) pode ser utilizada para atenuar a dor durante a alimentação. 4.2 DOS TECIDOS DE SUPORTE CONCUSSÃO: Lesão das estruturas de sustentação dos dentes Rompimento de pequeno número de fibras, sem sangramento visível no sulco gengival. Não há deslocamento ou mobilidade - Não requer tratamento específico - Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento SUBLUXAÇÃO: Pequena a moderada intensidade Rompimento de fibras e pequeno sangramento no sulco gengival ( diferencia de concussão) Pode ocorrer pequena mobilidade mas sem deslocamento do dente e ligeiro aumento do espaço pericementário no exame radiográfico - Não requer tratamento específico - Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento LUXACAO LATERAL: Rompimento de fibras do ligamento Mobilidade Com ou sem deslocamento associado ou não a mobilidade Com ou sem fratura óssea Laceração dos tecidos adjacentes TRATAMENTO: - Mobilidade – contenção flexível ou semirrígida, com fio de nylon ou aço e resina composta, terço médio das faces vestibulares, 1 ou 2 dentes de suporte de cada lado por 14 a 21 dias. - Avaliar reposicionamento LUXAÇÃO EXTRUSIVA: Deslocamento parcial do dente para fora do alvéolo, pouco comum em dentes decíduos. Normalmnete apresenta mobilidade. Observar tábua óssea. TRATAMENTO: - mesmo dia: reposicionamento com cuidado e contenção - Ou exodontia LUXACAO INTRUSIVA: Deslocamento do dente para dentro do alvéolo, com compressão ou fratura do processo alveolar. Pode estar associado a lesões na mucosa TRATAMENTO: - Intrusão no longo eixo ou para vestibular sem fratura da tábua óssea – aguardar início da reerupção espontânea em 15 a 30 dias. - Intrusão na direção palatina ou para vestibular com fratura da tábua óssea - exodontia 4.3 DOS TECIDOS DUROS TRINCA DE ESMALTE - Fratura incompleta do esmalte , sem perda de estrutura dentária. - Tratamento - Acabamento com disco de lixa e aplicação de flúor é suficiente. FRATURA DE ESMALTE - Há perda de estrutura dentária envolvendo apenas o esmalte - Dependendo do local e do tamanho da fratura, o profissional pode alisar as bordas cortantes e aplicar flúor. Quando há maior comprometimento da estética, a restauração com resina composta é indicada. FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR Tratamento - Restauração com resina composta ou colagem do fragmento se houver. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 22 FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR TRATAMENTO: - Pulpotomia ou pulpectomia - Restauração com resina composta, avaliar a necessidade de colocar pino e coroa ou colagem do fragmento dental FRATURA CORONORADICULAR - Fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento, podendo ou não haver exposição pulpar. - Fratura complicada – quando envolve exposição pulpar - Fratura não complicada – quando não envolve exposição pulpar - Tratamento - Quando ocorrer próximo a margem gengival deve-se avaliar a possibilidade de tratamento endodôntico bem como a necessidade de gengivectomia. - Quando a fratura se estender 4 a 5 mm abaixo da margem gengival, levando a um diagnóstico duvidoso, exodontia é o tratamento de escolha. FRATURA RADICULAR - Pode ser transversal ou longitudinal - Na fratura radicular do terço cervical, normalmente apresenta mobilidade - exodontia - Na fratura do terço apical ou médio, pode ser com ou sem mobilidade, e com ou sem deslocamento. - Longitudinal – exodontia - Fratura do terço apical ou médio sem mobilidade ou deslocamento pode ser feito o acompanhamento clínico e radiográfico . - Caso haja deslocamento e/ou mobilidade, o tratamento consiste na aproximação dos fragmentos, contenção por 21 dias. FRATURA ALVEOLAR - Fratura que envolve o processo alveolar. - Geralmente as fraturas alveolares na criança não se consolidam, por serem fragmentos muito pequenos e o osso alveolar mais esponjoso. - Se o fragmento ósseo tiver irrigação sanguínea, ele pode ser mantido, suturando-se a região. Caso o fragmento não tenha irrigação, deve ser removido, assim como o dente associado. Avaliar a necessidade da prescrição de antibiótico para evitar infecção. RECOMENDAÇÕES GERAIS AOS RESPONSÁVEIS: - Orientar quanto à dieta pastosa nos primeiros dias após a ocorrência do trauma - Remoção dos hábitos deletérios - Orientar sempre quanto à higienização do local. Geralmente, não dá para usar escova, portanto orientar o uso de gaze com algum produto (água oxigenada diluída) por uma semana. A partir daí, usar escova normalmente. - Alertar sobre a importância do controle clínico, radiográfico e fotográfico periodicamente. SEQUELAS PARA OS DENTES DECÍDUOS - HIPEREMIA PULPAR - HEMORRAGIA PULPAR - NECROSE PULPAR - CALCIFICAÇÃO PULPAR - REABSORÇÕES INTERNAS - REABSORÇÕES EXTERNAS - ALVEOLISE - ANQUILOSE - RETENÇÃO PROLONGADA SEQUELAS PARA OS DENTES PERMANENTES - HIPOMINERALIZAÇÃO (MANCHA) DE ESMALTE - HIPOPLASIA DE ESMALTE - DILACERAÇÃO CORONÁRIA - DILACERAÇÃO RADICULAR - MALFORMAÇÃO TIPO ODONTOMA - DUPLICAÇÃO DE RAIZ - PARADA NA FORMAÇÃO RADICULAR - ALTERAÇÃO NA ERUPÇÃO EM TODOS OS CASOS DE TRAUMATISMOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA, O ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO DA REABORÇÃO FISIOLÓGICA DO DENTE DECÍDUO E DA ERUPÇÃO DO SUCESSOR PERMANENTE É MANDATÓRIO! - CUIDADOS GERAIS - CRIANÇAS PEQUENAS – QUEDAS - PROTETORES BUCAIS – ESPORTES DE CONTATO ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 23 CONDUTA PSICOLÓGICA NO ATENDIMENTO ODONTOPEDIÁTRICO CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O TRATAMENTO DE CRIANÇAS Qualidades básicas do profissional de acordo com Vianna e Finn: - Amar as crianças - Fazer-se gostar pelas crianças - Gostar de tratar de crianças (vocação) - Conhecimentos específicos de Odontologia e especificamente de Odontopediatria - Conhecimentos de Psicologia infantil - Paciência - Intuição e bom senso - Certa capacidade de persuadira e convencer - Certa expressão da autoridade - Aptidão para a especialidade - Capacidade de manter diálogos com a criança - Tom de voz APARÊNCIA DO CONSULTÓRIO A aparência do consultório do Odontopediatra deve ser tranqüila, com cores claras e sem muitos equipamentos à vista. É essencial que o consultório seja bem cuidado quanto à limpeza, arrumação, cuidados com as revistas e brinquedos colocados à disposição da criança. As crianças tem grande senso de observação,e a desordem e a sujeira podem provocar nelas uma reação negativa. APARÊNCIA DO PROFISSIONAL E PESSOAL AUXILIAR É indispensável o aspecto de limpeza, asseio pessoal cabelos, mãos e dentes bem cuidados. A forma de se dirigir à criança e seus acompanhantes tem de ser gentil, educada, tom de voz adequado, sem muita formalidade, já que estamos tratando de crianças. ORDEM E CUIDADO COM O INSTRUMENTAL Aspecto econômico- Quanto mais cuidado, maior a durabilidade do instrumental. Aspecto do conforto- Ruídos desagradáveis decorrentes do manuseio (barulho de metal) e que muitas vezes provocam medo. Vale ressaltar que o material não deve ficar à vista do paciente, desnecessariamente, de forma acintosa. Não que se deva esconder o instrumental do paciente, se ele mostrar interesse, deve-se mostrar o instrumento e explicar seu funcionamento com palavras simples e não amedrontadoras. HABILIDADE E RAPIDEZ NO TRABALHO O odontopediatra deve ser hábil e rápido sem, entretanto, descuidar da qualidade dos trabalhos. É óbvio que a rapidez aumenta com a prática clínica, porém não pode haver prejuízo na qualidade. HORÁRIO E TEMPO DE TRABALHO O horário da consulta deve ser marcado, sempre que possível, na hora em que a criança possa estar mais descansada e apta, não se devendo marcar na hora em que a criança costuma dormir,porque ela estará irritada. Quanto ao tempo de trabalho, as consultas devem ser curtas,até os sete anos de idade. As consultas devem ser de 25 a 30 minutos. CONHECIMENTO PRÉVIO DA CRIANÇA O ideal é que a mãe ou o pai, ou mesmo ambos, pudessem ir ao consultório antes da primeira consulta, informando-nos a respeito dela em detalhes. O MEDO ETIOLOGIA Medo objetivo Oriundo de experiências vividas diretamente pela criança e que provoca emoções desagradáveis ou dolorosas. Direto- Quando a experiência desagradável sofrida pela criança ocorreu durante um tratamento odontológico. Indireto- Oriundo de experiências ocorridas em ambientes semelhantes ao consultório odontológicos (médicos, farmácias, etc.). Medo subjetivo Medo por sugestão. Medo do “ouviu falar” de experiências desagradáveis vividas por seus pais, amigos, no consultório odontológico ou especialidades afins. ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 24 Medo do desconhecido e do inesperado Crianças que aparentemente estejam tranqüilas, podem estar ansiosas e deixar de colaborar em situações inesperadas ou simples, como o barulho do sugador, a luz do refeltor, a sensação causada pelo efeito da anestesia, etc. Daí a importância do preparo prévio, e do FALAR-MOSTRAR- FAZER. (Adelson,1970) MÉTODOS EMPREGADOS NA ODONTOPEDIATRIA Método do inquérito ou da anamnese - Uma anamnese bem meticulosa e o contato prévio com os pais são fundamentais para o sucesso de um bom relacionamento com a criança. É melhor que este contato seja pessoal, mesmo que por telefone, mas tem que ser feito pelo profissional e não pelo pessoal auxiliar. Método da observação – Inicia-se com a entrada da criança no consultório. Devemos estar totalmente atentos a todos os seus gestos, movimentos e apreensões. Analisamos se ela se esconde atrás do responsável numa atitude de proteção, se não nos encara, por medo ou timidez, ou se está mais ou menos descontraída e à vontade, se conversa conosco, ou não, respondendo a perguntas. Paulatinamente vamos nos aproximando e ganhando a confiança da criança. O importante é que essa observa;ao não tem ponto final e é contínua durante todo o tratamento. Obviamente ela é mais importante nos primeiros contatos. Método da experimentação – Com esse método conhecemos a criança através da experimentação. Na maioria das vezes, temos uma determinada forma de conduzir o tratamento. Mas, se a criança não se mostra colaboradora, podemos substituir essa linha de atenção por outra, favorecendo o relacionamento, o conhecimento, e o andamento dos trabalhos. Técnicas de Manejo no Consultório Técnicas físicas Contenção passiva Contenção ativa Técnicas farmacológicas Medicamentos Sedação pelo uso do óxido nitroso Anestesia Geral Técnicas recompensatórias Promessa de tratamento especial Caixa de presentes Serve para aumentar a auto-estima no fim do atendimento e fortalecer a amizade. TIPOS DE CRIANÇAS Os diferentes autores de obras sobre Odontopediatria, têm procurado criar classificações a fim de ordenar o conhecimento das atitudes destas, visando compreendê-las melhor e facilitar o relacionamento. Vamos citar aqui um dos melhores sistemas de classificação, proposto por Frankl, Shierre e Fogels em 1962. Este tem sido referido como Escala de Classificação do comportamento de Frankl. Este método a atualmente o mais empregado para avaliar o comportamento. Tipo 1: Definitivamente negativo. Rejeição do tratamento, chorando vigorosamente, receoso ou alguma outra evidência de negativismo extremo Tipo 2 : Negativo. Relutância em aceitar o tratamento, sem cooperação alguma, evidência de atitude negativa, mas não pronunciada, isto é, emburrado, retraído. Tipo 3: Positivo. Aceitação do tratamento às vezes, ao vontade de obedecer ao dentista, às vezes com reservas, mas o paciente segue as instruções do dentista, cooperativamente. Tipo 4: Definitivamente Positivo. Boa comunicação com o dentista, interessado nos procedimentos odontológicos, rindo e apreciando a situação. Doenças periodontais na infância - Introdução Anatomia do Periodonto Periodonto Sustentação Proteção Gengiva Marginal Inserida Papilar Ligamento Periodontal Cemento Osso Alveolar ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 25 Gengivite na Infância Doença Inflamatória restrita aos tecidos periodontais de proteção Fator etiológico determinante - Placa bacteriana e cálculo Fatores predisponentes - Exfoliação e erupção Fatores modificadores - Puberdade - Respiração bucal Sinais e Sintomas Alteração de cor e edema gengival Sinais mais comuns - Sangramento - Aumento da profundidade de bolsa - Menos comuns Fatores Morfológicos Erupção dos dentes � Margens gengivais espessas � Formação de bolsa de até 7 mm � Gengivite eruptiva � Exfoliação dos dentes � Maior mobilidade � irritação local e dificuldade de escovação � União do epitélio reduzido do órgão do esmalte com epitélio da mucosa oral � nicho para acúmulo de placa Tratamento: Controle do Biofilme dentário Tratamento dos fatores predisponentes e modificadores - Ortodontia, dentística, etc. - Médico, fonoaudióloga, etc. Presença de Cálculo Mineralização da placa - Menos comum em crianças Cálculo supragengival - Correlação negativa com atividade de cárie Tratamento - Raspagem radicular - Polimento - Aplicação de flúor - Orientação de higiene Hiperplasia Gengival - Placa bacteriana associada a outros fatores � Hiperplasia gengival dilantínica Tratamento - Cirurgia periodontal quando muito avançada - Controle de placa rigoroso � Evitar recidiva - Se possível, eliminar o agente modificador Identificação dos Grupos de Risco ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949 26 Retração Gengival Manifestação de colapso periodontal, onde ocorre migração apical da margem livre da gengiva, desnudando parte da raiz � Fator etiológico determinante � Placa bacteriana � Fatores etiológicos predisponentes � Alterações anatômicas � Freio lingual Má oclusão � Fatores etiológicos modificadores � Distúrbios patológicos � Escovação inadequada � Trauma oclusal � Hábitos nocivos � Distúrbios psicológicos � Automutilação Tratamento � Controle dos fatores etiológicos � Determinantes � Predisponentes � Modificadores Periodontite Inflamação que envolve periodonto de proteção e de sustentação Periodontite em crianças � Relativamente rara � Perda precoce de dentes decíduos � Manifestação de doenças sistêmicas � Fator etiológico determinante � Placa bacteriana � Fatores modificadores � Manifestação sistêmica associada Periodontite Agressiva � Sem doença sistêmica detectável � Periodontite de início precoce ou pré-puberal (Periodontite agressiva – AAP) � Generalizada � Mais de 30 % de envolvimento � Início durante ou pouco depois da erupção dos dentes � Inflamação aguda e perda óssea � Formação de bolsas periodontais � Associadas a outras infecções, tais como otites e infecções respiratórias � Presença de placa não compatível com o quadro Tratamento: Raro Não há protocolo clínico eficiente Doenças gravíssimas – sem tratamento eficaz Alternativa – exodontias múltiplas – erradicação dos miroorganismos periodontopatogênicos Sem sucesso � Localizada Até 30 % de envolvimento � Não associada a outras infecções � Presença de placa não compatível com o quadro � Inflamação menor � Formação de bolsas periodontais Tratamento Periodontites agressivas localizadas Nenhum problema sistêmico associado Controle mecânico e químico adequados ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214