Buscar

Doenças infecciosas na infancia

Prévia do material em texto

Imunodeficiência primária: DOENÇAS PARASITÁRIAS DA INFÂNCIA
Infecções recorrentes e graves e com o início precoce, exemplo ao nascer. 
· Autoimunidade
· Alergia
· Inflamação
· Suscetibilidade para câncer 
Imunodeficiência Severa Combinada – SCID (mais grave)
RN saudável ao nascer e apresenta infecções graves de início precoce (diarreia); infecções recorrentes, reações importantes à vacina BCG e Rotavirus
Diagnostico: 
· Testes de triagem neonatal do pezinho: TRECs-  T-cell Receptor Excision Circles) e KRECs Kappa-deleting Recombination Excision Circles)
OBS.: No caso de um resultado alterado, faz-se necessária a imunofenotipagem de linfócitos com células de memória, que é o exame diagnóstico do paciente.
 Tratamento curativo:
· Transplante de medula óssea
Exames iniciais para investigação:
· Hemograma
· Dosagem de IGA, IGE, IGM, IGG
· Dosagem CH50- avalia via clássica do complemento
· Dosagem AH50- avalia via alternativa do complemento
· Trec e Krec
AGENTES BACTERIANOS
Gram positivas:
· Staphylococus: colonizam nas narinas e pele
Nas suas infeções localizadas (pele) temos com exemplo: furúnculo, foliculite, abcesso inguial, entre outros. 
 
Antibioticos tópicos para controle: Mupirocina, Retapamulina ou Ácido fusídico pequeno nº de lesões (< 5 lesões e mesma área topográfica)
Antibióticos sistêmicos: Cefalexina; Amoxacilina com clavulanato; Claritromicina - 
Nas suas infecções sistêmicas pode causar por via respiratória: pneumonia com empiema, fistulas e pneumatoceles. Além disso, pode causar artrite reumatoide e síndrome da pele escaldada e choque séptico. 
Antibióticos sistêmicos: oxacilina, vancomicina, clindamicina e combinações 
· Streptococus: 
Gram negativas:
· Meningococo: vive na nasofaringe e seu evento patológico é lesão microvascular provocando coagulação sistêmica disseminada. 
SEPTICEMIA MENINGOCÓCICA
· Apresenta sintomas inespecíficos como qualquer quadro séptico
· Febre, irritabilidade, letargia, recusa alimentar, vomito, extremidades frias, retardo de enchimento capilar, exantema que não desaparece a pressão = petequial ou purpúrico
· Evolui rapidamente para choque, coagulopatia, distúrbio hidroeletrolítico, insuficiência renal, respiratória e cardíaca e hemorragia adrenal maciça:
· Síndrome de Waterhouse-Frederichsen: palidez, sudorese, hipotensão, hipotonia 
Meningite meningocócica 
< de 1 ano – inespecífico abaulamento de fontanelas e convulsões 
> 1 ano tríade clássica: febre, cefaleia, vomito = buscar sinais de irritação meníngea
Principais complicações
· Artrite monoarticular
· Infartos cutâneos com necrose tecidual – amputação 
· Necroses epifisárias- distúrbio de crescimento e deformidades esqueléticas
· Surdez, cegueira, paralisia de nervos cranianos, deficit cognitivo
· A maior parte dos óbitos acontecem nas primeiras 48h 
Tratamento: 
· Ceftriaxone 100mg/kg/dia a cada 12 ou 24h max de 4g por 5 a 7 dias 
· Penicilina cristalina ( Penicilina G -benzil penicilina potássica) 300.000U/kg/dia EV cada 4 a 6h max de 12 a 24 milhões de unidades
· Fazer isolamento nas primeiras 24h de uso do antibiótico
· Não atrasar início de tratamento com antibiótico 
· Penicilina e Ampicilina NÃO ERRADICAM o meningococo do orofaringe. Precisam de profilaxia 
· Notificar 
PROFILAXIA PRIMÁRIA:
· Vacinação SUS – vacina conjugada C - 3, 5 e 12 meses com reforço aos 11 anos com ACWY
· Rede privada: 
· ACWY – 3, 5, 12 meses, reforço aos 5 e 11 anos – 5 DOSES
· MENINGO B – 3, 5 e 15 meses – 3 DOSES 
PROFILAXIA SECUNDÁRIA:
· Deve ser oferecida aos contactantes expostos a secreção oral do paciente nos últimos 7 dias e aos que vivem na mesma casa 
· A RIFAMPICINA é a mais utilizada, mas não erradica em 15% dos casos. 
· Ceftriaxone e ciprofloxacino também são indicados 
HAEMOPHILUS INFLUENZAE
Manifestações clinicas:
· Grande parte sensível a amoxicilina, alguns produzem Betalactamase necessitando de associar ao clavulanato
· Cefalosporinas de segunda e terceira geração são boas opções para tratamento
Outras manifestações clinicas:
· Meningite: não há diferença clínica com pneumococo e meningococo
Uso de dexametasona 0,6mg/kg/dia 6/6h por 2 dias antes ou concomitante com antibiótico reduz cascata inflamatória e sequelas 
Necessita de profilaxia secundária com rifampicina 
· < 1m 10mg/kg/dose 1x ao dia por 4 dias 
· >1mês 20mg/kg/dose 1x ao dia por 4 dias – max 600mg
Prevenção Primária: Vacinação – Penta 2, 4 e 6 meses 
No privado – 4ª dose 15 meses
Celulites: predominam cabeça, pescoço e peri orbitária. Tem risco de bacteremia e meningite 
Epiglotite: é uma emergência médica pelo potencial fatal de obstrução das vias aéreas – inflamação supra glótica. 
· Febre, dor de garanta, sialorreia, estridor predominantemente inspiratório, voz fica abafada (batata quente) que evolui rapidamente para obstrução
Sinal do polegar
Bactérias anaeróbicas:
Clostridium botulinum (botulismo): sua tríade clássica é paralisia flácida de início agudo, descendente e simétrica, com sensorial preservado, sem febre e parestesia.
· Notificação compulsória 
Tratamento: administração de imunoglobulina botulínica humana EV
Clostridium tetati (tétano): pela ação da toxina tetânica há bloqueio da inibição normal dos músculos de coordenação voluntária que entram em contração máxima sem conseguir relaxar, sendo do masseter o principal músculo afetado – trismo - dificuldade de mastigar, Riso sardônico do tétano. 
Ocorre extensão da paralisia provocando opistótono
Tratamento: administração de imunoglubulina antitetânica humana, antibiótico (penicilina,doxicilina, metronidazol), benzodiazepínico, repouso, quarto escuro
Obs.: Doença evitável por vacinação 
Clostridium difficile: colite pseudomembranosa
· Diarreia sanguinolenta acompanhada de febre, cólicas abdominais, náuseas e vômitos, após uso de antibiótico. 
· Ocorre a formação de pseudomembrana que pode evoluir para sepse
Fatores de risco é para aqueles que utilizaram:
· Antibiótico previamente
· Quimioterapia 
· Sondas enteral
· Foram hospitalizados ou fizeram cirurgia do TGI
Tratamento: metronidazol 20-40mg/kg/dia 6/6h 7 a 10 dias ou vancomicina 40mg/kg/dia 6/6h por 7 a 10 dias associado a probióticos. TUBERCULOSE NA INFANCIA
Os sintomas geralmente são inespecíficos: redução do apetite, tosse persistente e emagrecimento. Os achados radiográficos mais sugestivos da TB pulmonar em crianças são pneumonias
É mandatório pensar no diagnóstico de tuberculose na criança com pneumonia que não melhora com o tratamento antimicrobiano habitual. 
Obs.: as crianças não transmitem tuberculose, sendo paucibacilares ou abacilíferas, na sua maioria não conseguem expectorar e o exame de escarro não é utilizado para diagnóstico.
Diagnostico:
· Clínica epidemiológica + RX tórax + teste imunológico (teste tuberculínico): considerar o teste tuberculínico positivo quando ≥ a 5mm e negativa quando < a 5 mm 
· Retirar as amostras para o teste a partir do: lavado gástrico, lavado bronco alveolar e aspirado nasofaringeo
· No exame de teste molecular rápido ultra (TRM-TB) o resultado detectado traços em crianças menores de 10 anos deve ser considerado positivo e deve ser iniciado o tratamento para tuberculose.
· Testes IGRAs ( interferon gama release assay) – são caros. Sua positividade mostra infecção pela tuberculose, mas não doença – semelhante ao PPD
Diagnóstico da tuberculose pulmonar em crianças e adolescentes com baciloscopia negativa ou TRM-TB não detectado
Prevenção: Vacina até os 4 anos de idade, após só pessoas com contato com aquelas que tem hanseníase. 
ILBT= INFECÇÃO LATENTE DE TUBERCULOSE
· Contato com infecção sem sintomas e sem alteração radiológica
· Maior chance de desenvolver a doença em 5 anos
Tratamento do ILBT em geral com monoterapia – isoniazida por 6 a 9 meses (ou rifampicina ou associação de ambas)
Amamentação e tuberculose: não há restrição se a mãe for tratada por duas ou mais semanas antes do nascimento do bebê e se a criança receber a vacina BCG logo após nascer. 
Obs: Se a mãe for portadora da forma mais grave da doença, a tuberculose multidroga, a criançadeverá ser separada da mãe para evitar o contágio, mas o leite materno pode ser oferecido ao bebê.
MYCOPLASMA PNEUMONIAE
Causam infecções respiratórias- pneumonias comunitárias- em crianças escolares e adolescentes, inicia com sintomas respiratórios tipo dor de garganta, coriza, tosse, sugestivo de quadro viral. 
A tosse é o que mais chama atenção, desproporção tosse e ausculta desproporcional
· Rx do tórax também evidencia sinais inespecíficos predominando intersticial embora possa ocorrer broncopneumonia e pneumonia lobar.
Diagnóstico: sorologia para M. pneumoniae, PCR de swab nasofaringe
Tratamento: Macrolídeos, Doxicilina

Continue navegando