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Psicologia da Personalidade - EBOOK

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Metodologia Ativa - Sala de aula invertida: o objetivo dessa atividade é desafiar a busca pelo conhecimento fora do Ambiente Virtual de Aprendizagem e expor o resultado da sua pesquisa no nosso fórum colaborativo. Sua participação será compartilhada com todos os colegas e juntos teremos uma visão ampliada do tema proposto.
Olá, estudante. Como vai?
Vamos iniciar o desafio colaborativo da disciplina Psicologia da Personalidade. O objetivo é desafiá-lo(a) na busca pelo conhecimento fora do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e expor o resultado da sua pesquisa no nosso fórum colaborativo. Dessa forma, buscamos levá-lo(a) a construir as competências necessárias para a sua atuação profissional, utilizando todas as ferramentas que estarão à sua disposição ao longo do curso que você escolheu.  
Lembre-se que, neste primeiro momento, a principal proposta é desafiá-lo a interagir de maneira efetiva e fundamentada acerca do conteúdo com seus demais colegas, além da equipe de tutoria. Para isso, é importante que você leia e discuta com seus colegas, de maneira argumentativa, para que troquem conhecimentos e aprendam de maneira coletiva. Esteja atento (a) ao fato de que essa atividade tem o intuito de ser um esforço comunitário, por isso, a interação com seus colegas é muito importante.
A constituição do ser humano pode ser encarada a partir de diferentes pontos, um indicador que contribui para esse entendimento é o conceito de personalidade humana, cujo surgimento se deu a partir das teorias psicanalíticas.
É importante, ainda, destacar que se faz necessária a leitura dos materiais disponíveis no ambiente virtual e demais suportes de aprendizagem, para que você consiga argumentar durante a interação com seus colegas. Além disso, faça pesquisas fora do AVA, mas não se esqueça de dar os devidos créditos em sua publicação. 
Sua participação será compartilhada com todos os colegas e, juntos, teremos uma visão ampliada do tema proposto.
Dito isso, você está preparado (a)? 
 
Vamos às tarefas: 
 
1. Para começar, leia o texto a seguir: 
As pessoas são diferentes umas das outras, devido às diferenças de suas personalidades. Por isso, podemos dizer que a personalidade é mutável e nunca está completa. A psicologia da personalidade aponta para a capacidade constante de desenvolvimento dos indivíduos e de se transformar ao longo da vida, reforçando o que a teoria psicanalítica aborda sobre a personalidade.
 
2. Diante do contexto acima, participe, seguindo os três passos abaixo:
· Descreva o conceito de personalidade humana com suas palavras;
· Descreva os métodos utilizados para investigações da personalidade humana. Utilize as referências indicadas do texto-base;
· Exemplifique o que é id, ego e superego com suas palavras.
 
3. Discuta: 
Comente pelo menos mais duas postagens principais dos colegas, com a sua opinião sobre o que eles postaram. Lembre-se de argumentar nas considerações já publicadas, concordando ou discordando com argumentos que expliquem seu posicionamento. 
Lembre-se: é de bom tom voltar à sua postagem para ver se algum colega comentou, e aproveitar o momento de tréplica, defendendo seu posicionamento ou retificando-o a partir da contribuição do seu colega, se for o caso.
4. Dicas importantes: 
· Lembre-se sempre de citar suas referências de pesquisa! 
· Fique atento(a), pois o seu sucesso nesta atividade dependerá da realização das tarefas propostas.
Importante:
Faça uso da pesquisa: busque sempre sites oficiais e de instituições de pesquisa reconhecidas.
 
Bons estudos!
OLÁ!
Você está na unidade História da teoria da psicologia da personalidade. Conheça aqui como se deu o processo de evolução histórica da psicologia da personalidade, definição e conceito de personalidade, seus estudos científicos, diversos métodos e técnicas e estratégias de investigação da personalidade.
Entenda os funcionamentos psíquicos que direcionam os trabalhos dos profissionais da psicologia, bem como a importância de conhecer o processo evolutivo da história da personalidade, suas estruturas e sua importância no desenvolvimento humano para a excelência no exercício da profissão.
Bons estudos!
1 Evolução histórica da teoria da personalidade
Na psicologia da personalidade o elemento principal de estudo é o indivíduo. Por tanto, compreender a personalidade humana é considerar o ser em sua totalidade, peculiaridade e singularidade. Personalidade é um termo que apresenta muitas alterações de significado. Em geral, dá um entendimento amplo de elemento que compõe o ser humano. Já no senso comum, é utilizado para mencionar uma característica marcante de algum indivíduo (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Como exemplo desse pensamento comum, tem-se a timidez, extroversão ou, ainda, para se referir a alguém importante ou marcante: "uma personalidade". Popularmente, a personalidade dada a uma pessoa pode significar, para o senso comum, se essa pessoa é boa ou má, mas na psicologia evitamos esse conceito de valor.
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Figura 1 - Máscara de teatroFonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas máscaras de teatro de cor branca em fundo azul, a do lado esquerda está feliz e a do lado direito está triste.
Durante o século XIX, a psicologia nasce como ciência livre e, principalmente, experimental a partir de algumas combinações de ideias da filosofia e da fisiologia, no final do século XIX, na Alemanha. Com uma grande parcela de contribuição de Wilhelm Wundt, foi criado o primeiro laboratório de psicologia, em 1879, na Universidade de Leipzig (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004).
Esse primeiro momento de estudo da consciência foi concentrado em análise de experiência consciente, trazendo suas partes fundamentais, alguns métodos tinham modelos que foram utilizados para testagens. Wundt e outros psicólogos da época focaram seu estudo na natureza humana e na ciência natural e continuaram a pesquisar o estudo da mente.
O foco até então foi estudar somente os processos mentais que poderiam ser afetados por alguns impulsos externos expostos e que conseguissem ser manipulados e controlados experimentalmente. Na perspectiva da psicologia experimental, não tinha espaço para um estudo tão afundo, de difícil compreensão e grandioso como a personalidade humana.
Ainda nessa época, o psicólogo norte-americano John B. Watson era um teórico muito dedicado ao estudo do comportamento humano, o que proporcionou uma revolução contra o trabalho de Wilhelm Wundt. Esse movimento ficou conhecido na época como Behaviorista. Os argumentos de Watson para Wundt era que se a psicologia desejasse ser uma ciência, tinha que se concentrar unicamente nos aspectos concretos da natureza humana, ou seja, no que podia ser visto, observado, ouvido, registrado e em comportamento evidente e não em algo da consciência.
Segundo Schultz e Schultz (2016), a escola Behaviorista fundada por John B. Watson, centralizava seus estudos em comportamento manifesto em vez de processos mentais, pois, para ele, a consciência não pode ser vista ou experimentada. Alguns psicólogos comportamentais da época descartaram todas essas noções de sentimentos e complexidade que vêm à mente quando usamos a palavra personalidade.
Nessa corrente filosófica, a personalidade é uma combinação de respostas aprendidas ou simplesmente um hábito, que mais à frente foi estudada e justificada pelo teórico Skinner e a nomeou de behaviorismo radical. A teoria Behaviorista reduzia a personalidade ao que podia ser visto e observado objetivamente e não teria lugar na teoria para as forças do consciente e do inconsciente.
A psicanálise foi a primeira corrente teórica a estudar formalmente a personalidade. Criada pelo teórico Sigmund Freud, essa abordagem ressalta as forças do inconsciente, de que maneira ela pode caracterizar a personalidade humana. Além disso, Freud estudou também os impulsos sexuais que poderiam ser encontrados biologicamente e que poderiam estar relacionados à história de vida do indivíduo e como processo desde a infância.
Sigmund Freud nãoera psicólogo, mas era um médico que trabalhava com indivíduos que sofriam de problemas mentais, portanto não usou métodos experimentais em sua técnica, organizou a sua própria teoria da personalidade com base em suas observações clínicas dos pacientes que atendia. Dessa forma, começa aparece aqui a terceira força de estudo sobre a personalidade humana, pois fica claro que a teoria psicanalítica ocupou um papel importantíssimo no desenvolvimento da psicologia (FADIMAN; FRAGER, 2002).
1.1 Níveis da personalidade
De acordo com a teoria Freudiana, nada ocorre por acaso e muito menos os processos psíquicos, para cada pensamento, memória e ação tem suas justificativas. Qualquer evento psíquico é motivado pelo consciente ou inconsciente de cada indivíduo e é definido pelos fatos que causaram cada um deles.
As opiniões de Freud impactaram tanto a psicologia quanto a cultura de modo geral, proporcionaram outra direção aos estudos da personalidade humana e revolucionaram a forma de compreensão em estudar a natureza humana e suas complexidades. A personalidade na história da psicologia sempre esteve entrelaçada ao estudo e à compreensão do desenvolvimento psíquico, desde o nascimento até a velhice.
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Figura 2 - Sigmund FreudFonte: catwalker, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um selo postal utilizado na Áustria no ano de 1981 com a foto de Sigmund Freud. Ele está de perfil, a figura está na cor lilás, na lateral do quadro tem o nome dele e a data de nascimento e de sua morte: 1856-1939.
As teorias da personalidade para Freud se dividiam em três níveis que ele chamou de:
São todas as nossas sensações e experiências das quais estamos cientes, ou seja, nossas ações intencionais.
É a morada dos instintos, aqueles desejos que regem o nosso comportamento e que estão menos expostos, aquele que está afundo.
É o deposito de recordações, percepções e ideias das quais não estamos cientes no presente, mas que podemos facilmente levar para o consciente.
Conforme Schutz e Schutz (2016), Freud acreditava que o inconsciente era a principal força incentivadora da vida e foi uma das quais chamou sua atenção e se dedicou a estudar, pois para ele os conflitos da infância eram reprimidos para fora do inconsciente e o objetivo do estudo de Freud era trazer essas lembranças, essas dores e esses pensamentos contidos para o nível de consciência.
De acordo com os autores, o consciente para Freud era algo limitado da personalidade, pois somente uma parte dos nossos pensamentos, nossas sensações e nossas lembranças existe em nossa consciência. Ele chegou a comparar a mente à ponta do icerberg:
1. 
 
2. 
O consciente é a parte menor do iceberg que está sobre a superfície da água.
Next
Esse era o foco na teoria psicanalítica, estudar mais afundo o inconsciente, aquilo que para ele ainda era um mistério saber, o que está além do que é visto.
Outro exemplo interessante do inconsciente é que se a sua mente se desviar nesse momento da leitura desta página e você pensar em seu namorado ou namorada ou sobre o que aconteceu na noite anterior, estaria carregando o conteúdo para o pré-consciente e para o consciente. Muitas vezes notamos a nossa atenção indo e voltando em memórias de algum momento ou eventos vividos que estão armazenados no pré-consciente.
1.2 Estrutura da personalidade humana
Todas as teorias que estudam a personalidade acreditam que assim como os animais, os seres humanos também nascem com instintos, e esses instintos servem como motivações para os nossos impulsos, algo que não conseguimos ter o controle. Um exemplo disso é o bebê recém-nascido, ele vai chorar para obter o alimento, nesse caso o leite materno, quando suas necessidades não forem atendidas, a criança começa a chorar de fome, pois ela não consegue localizar o alimento sozinha, sem dúvida vai chorar em resposta a estímulos que lhe foram causados.
· id
Freud se referiu a essa essência da personalidade como id, reservatórios dos instintos que funcionam de acordo com as exigências do prazer, sem ter consciência da realidade que é aquilo que queremos no momento, sem levar em consideração o que os outros desejam, é um sistema egoísta que procura o prazer de maneira impulsiva (FRIEDMAN; SCHUSTACK, 2004).
· Ego
Outra estrutura da personalidade é o ego, que opera como processo secundário. Segundo Freud, ele é o mestre da racionalização da personalidade, tem como objetivo controlar os impulsos do id, ajuda a reduzir a tensão do que se quer alcançar. O ego decide quando e como os instintos do id podem ser satisfatórios da melhor forma possível. De acordo com os argumentos de Freud, precisamos nos proteger de sermos todo o tempo controlados pelo id.
· Superego
Conforme apontado por Friedman e Schustack (2004), o superego é o aspecto moral da personalidade dos valores, modelo dos pais e da sociedade, reflete sobre a nossa consciência, o nosso conjunto interno de princípios éticos que estão nos ensinando a fazer, isto é, não estamos sempre conscientes das forças morais internas que pressionam e proíbem nossos atos individuais.
Ainda de acordo com os autores, o ego fica no meio, sendo esmagado por essas duas estruturas insistentes e opostas. Assim, conseguimos até imaginar os resultados desses confrontos quando o ego é intensivamente pressionado pode aparecer a ansiedade.
Assista aí
2 Definição e conceito da personalidade
A definição de personalidade tem origem no latim, que significa persona, já no senso comum, significa dizer que é algo aparente e externo do indivíduo ou suas qualidades superficiais. Nascemos com determinadas predisposições e capacidades inerentes ao desenvolvimento físico e emocional, que pode ser influenciado.
O conceito de personalidade está em um o conjunto de traços psíquicos do indivíduo, que consiste nas características individuais de cada pessoa em relação ao meio. Alguns fatores podemos levar em consideração a personalidade em seu aspecto físico, biológico, psíquico e sociocultural de sua formação, reunindo tendências inatas e experiências adquiridas ao longo da vida.
Os psicólogos da personalidade utilizam-se de métodos de intervenção científica para testar as teorias. As técnicas diferenciam-se desde avaliações matemáticas formais a traços de capacidades até um teste validado cuidadoso e aprimorado dos pensamentos, sentimentos e comportamentos de um único indivíduo.
O conceito de personalidade é amplo, ou seja, pode significar para muitos o que chamamos de temperamento do ser humano. Muitos autores, durante séculos, procuraram reconhecer um possível entendimento entre a constituição corporal, o temperamento e o caráter do indivíduo. A constituição corporal é a própria morfologia, metabólica e hormonal, transmitida pelo fator genético (PASQUALI, 2000).
O temperamento é algo inato, determinado por fatores genéticos, essa identificação não é uma tarefa tão simples de se realizar, pois as pessoas trazem consigo fatores adquiridos e aprendidos na relação familiar e social. O caráter representa o temperamento modificado e, em alguns casos, vai na contramão do temperamento (DALGALARRONDO, 2003).
Por exemplo, uma pessoa que tem características exibicionistas, na maioria das vezes esconde talvez ser uma pessoa tímida e fóbica ou demostra ter um caráter agressivo, também pode estar escondendo um temperamento medroso e angustiado. O temperamento não deve ser confundido com o caráter, pois o primeiro é algo básico e constitutivo do indivíduo, o segundo é a reação predominante da pessoa diante de diversas situações e estímulos expostos.
2.1 Transtorno da personalidade
Os transtornos da personalidade são um grupo de doenças psiquiátricas em que os indivíduos possuem como padrão de pensamentos e comportamentos bastante rígidos e mal organizados. Sem tratamento e sem reconhecer que envolve psicoterapia e tratamento medicamentoso, o problema pode se agravar e ter longa duração, causando sofrimento e dificuldade para a vida da pessoa acometida, trazendo prejuízos nos relacionamentos pessoais e em outrasáreas da vida. São classificados em grupos que têm características comuns, apesar de alguns traços diferentes.
Como apontado por Dalgalarrondo (2003), o conceito de transtorno de personalidade foi ao longo dos últimos séculos denominados em diferentes formas: insanidade moral, transtorno, neurose de caráter e afins. Embora nomeado de maneira errada por muitos pesquisadores, os profissionais de saúde chamaram de psicopatia, pois para eles o objetivo central desses transtornos é a personalidade do indivíduo e suas complexidades de entendimento diante do sofrimento psíquico.
Ainda de acordo com Dalgalarrondo (2003), esses transtornos geralmente aparecem na infância ou na adolescência e podem permanecer relativamente estáveis ao longo da vida, ou seja, a pessoa quase sempre não os percebem, manifestam por meio de conjunto de comportamentos e reações emocionais visivelmente desarmoniosas, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo, como afetividade, controle de impulsos e modo e estilo de se relacionar.
O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não limitada ao episódio de doença mental associada (como uma fase maníaca ou depressiva, um surto de esquizofrênico, etc.) o padrão anormal de comportamento inclui muitos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de reação ou uma área do psiquismo. O padrão comportamental é mal adaptativo, produz uma série de dificuldades para o indivíduo e para as pessoas que com ele convive. (DALGALARRONDO, 2003, p. 270)
O transtorno de personalidade leva ao grau de sofrimento muito difícil de ser controlado pela pessoa. Exemplos dessa desordem são: angústia, solidão, medo, sensação de fracasso pessoal, dificuldade em estabelecer relacionamentos amorosos e lidar com eles. Em geral, o transtorno de personalidade colabora para o mau desenvolvimento no trabalho, nos estudos há dificuldades de concentração devido às confusões psíquicas que geram na vida social da pessoa e de seus familiares e amigos.
A seguir, conheça as características dos transtornos da personalidade do grupo A, dentre vários outros que fazem parte da personalidade.
· Transtorno da personalidade paranoide
Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos, desconfiança excessiva, exagera e distorce as experiências por interpretar errado, acha sempre que vai ser enganado, por essa razão podem ser hostis e emocionalmente são desapegados.
· Transtorno de personalidade esquizoide
Distanciamento afetivo, capacidade limitada para expressar sentimentos amorosos, pouco interesse em ter experiências sexuais.
· Transtorno de personalidade esquizotípica
Pode apresentar um comportamento excêntrico, pensamento e crenças incomuns ou bizarras, sentimentos de desconforto em ambientes sociais, dificuldades para ter relacionamentos íntimos. 
· Transtorno de personalidade borderline
Pode indicar mudança emocional rápida, sentimentos crônicos de vazio, dificuldades sérias de instabilidade com relação à autoimagem, relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em curtos espaços de tempo de uma grande paixão ou amizade para ódio e rancor intensos.
· Transtorno de personalidade tipo impulsivo
Impulsividade sem considerar suas consequências ou prejuízo de vida, instabilidades afetivas intensas, excesso de raiva exagerado.
· Transtorno de personalidade histriônica
Caracterizado por uma dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, busca contínua para chamar a atenção, quer ser o centro das atenções, demostra reações infantis, tem pouca tolerância à frustação.
· Transtorno de personalidade narcisista
O indivíduo que apresenta senso de irrealidade, ou seja, se acha grandioso, julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito nada real para isso acontecer, requer sempre admiração excessiva, frequentemente é uma pessoa invejosa ou simplesmente acha que as pessoas têm inveja dela, quase sempre é uma pessoa arrogante.
Esses são os mais recorrentes em comportamentos específicos de personalidade, como uma perturbação grave da constituição comportamental do indivíduo. Os transtornos de personalidades não são propriamente doenças, mas danos no desenvolvimento psíquico, sendo classificados também como uma perturbação da saúde mental do indivíduo.  
3 Estudo científico da personalidade
Observamos que os estudos da personalidade começaram com duas práticas e objetivos diferentes, é necessário considerar que a psicologia experimental, em anos de sua formação não desconsiderava totalmente a personalidade humana, mas compreendia-se alguns de seus aspectos. Contudo, não havia uma área específica de estudo como tinha na psicologia social e infantil.
Apenas no ano de 1930, de acordo com Hall; Lindzey e Campbell (2004?), o estudo da personalidade foi formalizado na psicologia norte-americana, especialmente com o estudo de Gordon Allport, na universidade de Harvard. A obra mais importante de Allport foi A Psysonality, que mais tarde ficou conhecida como os estudos da personalidade. Os estudiosos da época começaram a desenvolver e oferecer cursos e pesquisas para facilitar o estudo e a compreensão.
Com isso, os psicólogos acadêmicos da época começaram a acreditar que era capaz de se desenvolver um estudo científico da personalidade. Essas atividades dão início a um reconhecimento cada vez maior da importância de entender e compreender a personalidade em diversas linhas de pensamentos e estudos que podia ser inserida a psicologia.
De 1930 até hoje, surgiram diversas abordagens teóricas que estuda a personalidade. Vimos ao longo dos nossos estudos os enfoques das abordagens psicanalíticas e Behavioristas, mas há ainda outras abordagens, como a abordagem humanista, que enfatiza as forças humanas, virtudes, aspirações e a realização de nosso potencial; e a abordagem cognitiva, que enfatiza as atividades mentais conscientes (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004?).
3.1 Dinâmica da personalidade
A primeira teoria para estudo formal da personalidade foi a psicanálise e tem sua origem com o teórico Sigmund Freud, que deu início ao seu trabalho no século XIX. Suas criações foram tão importantes para o estudo da personalidade humana que foi considerado o pai da psicanálise e serve como referência no surgimento de muitos outros teóricos da época.
Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2004?), Freud foi ensinado perante a influência vigorosamente determinista e positivista da época, ele enxergava o organismo humano como um conjunto complexo de energia psíquica que era extraída do alimento consumido e que gastava uma quantidade limitada de energia em finalidades diferentes, como a circulação, a respiração, os exercícios físicos, o pensar e o lembrar.
Ainda segundo os autores, não existia nenhuma razão para considerar que a energia que fornecesse o poder para respirar ou dirigir ocorresse de modo diferente, salvo a energia para pensar e recordar. Como repetia firmemente os físicos da época e o próprio Freud, a energia tinha que ser definida conforme o trabalho que realizava.
Se o trabalho consiste em um exercício psicológica como pensar, é correto e legítimo acreditar que essa forma de energia é a energia psíquica, acompanhando esse raciocínio, esse princípio de conservação de energia que pode ser transformada de um estado para outro, mas nunca em tempo algum, se perde no sistema cósmico. Isso acontece com a nossa energia fisiológica e vice e versa. O ponto de informação entre a energia do corpo e a personalidade é o id e seus instintos.
3.2 Instinto
Um instinto é caracterizado como uma intepretação psíquica instintiva que pode ser a fonte somática interna de excitação. A interpretação psicológica é chamada de desejo, e a excitação corporal da qual se origina é chamada de necessidade. Assim, a situação de estar com fome pode ser descrita como medidas fisiológicas como uma condição de deficiência nutritiva dos tecidos do corpo, ao passo que psicologicamente ela é representada como um desejo de alimento.
Avontade age como uma causa para o comportamento, a pessoa com fome procura alimento para saciar seu desejo, os instintos são vistos como fatores impulsores da personalidade, eles exaltam o comportamento, mas também têm o controle da direção que o comportamento avançara. A pessoa faminta é mais sensitiva aos impulsos alimentares e a pessoa sexualmente excitada tem mais probabilidade a responder a estímulos sexuais.
Os instintos de vida auxiliam a pessoa para a sobrevivência individual e da criação da raça, a fome, a sede e o sexo se integram nessa categoria. A maneira de energia pela qual o instinto de vida atua sua tarefa é chamada de libido. O instinto de vida ao qual Freud deu mais atenção foi o sexual, e nos primeiros anos de teoria psicanalítica, para ele, praticamente tudo o que a pessoa exercia era dado a essa pulsão.
Assista aí
O reconhecimento dessas necessidades orgânicas é uma tarefa para os estudiosos da fisiologia e não cabe aos profissionais da psicologia buscar saber de quantos instintos somos constituídos, e sim entender como os principais instintos que já foram descobertos pode influenciar no desenvolvimento da personalidade humana e como eles são importantes para essa compreensão do comportamento, que ficou conhecido como instinto de vida e instinto de morte.
Clique para abrir a imagem no tamanho original
Figura 3 - Fatores que colaboram para a construção da personalidadeFonte: Hall; Lindzey; Campbell, 2004 (Adaptado).
#PraCegoVer: A tabela de quatro colunas e três linhas apresenta os fatores que podem colaborar na construção da personalidade humana.
Essa tabela expressa a função de conhecimento como se manifesta o nível físico e psíquico do comportamento do ser humano. Em diferentes estímulos que esse é exposto, no fenômeno de percepção sensorial e psíquico. Ao passar por qualquer estímulo físico, a manifestação da emoção corporal e do sentimento é imediata. No nível psíquico, passa a agir de forma intuitiva, é o reflexo do nível físico na ação livre da ação psíquica e na tomada de decisão de determinado comportamento.
4 Métodos e estratégias de investigação da personalidade
Na psicologia existem vários métodos e estratégias para investigação da personalidade do indivíduo, são utilizados para fins de investigação os princípios de confiabilidade e validade dos testes, que estão sendo utilizados para avaliar e medir a capacidade mental do indivíduo de maneira adequada, buscando sempre a melhor técnica para cada paciente de acordo com sua demanda. Os princípios de confiabilidade e validade dos métodos de investigação da personalidade são:
	Confiabilidade
	Tudo que envolve a capacidade de respostas a um recurso de avaliação psicológica utilizada. Por exemplo, o psicólogo aplicou o mesmo teste com você em dois dias diferentes e obteve pontuações bastantes diferentes uma da outra, então dizemos que esse teste que foi utilizado não é confiável, pois seus resultados não teriam a confiabilidade em seu resultado. É normal encontrarmos uma variação de pontuação quando o teste é refeito, mas se a diferença for alta, provavelmente há algo de errado com o teste ou com o método de corrigi-lo. Por essa razão, é importante que o profissional, quando for aplicar um recurso de avaliação psicológica da personalidade, esteja habilitado e treinado para aplicação.
	Validade
	É todo recurso utilizado para medir o que se pretende. Por exemplo, você foi submetido a um teste de inteligência e o profissional que aplicou não verificou se o teste era válido, se servia para aquela finalidade. Por mais alta que seja sua pontuação, não será útil para dizer como você irá se sair na faculdade ou em qualquer outra situação. Um psicólogo da área organizacional avalia os candidatos de acordo com sua personalidade para ocupar determinado cargo. Já o psicólogo que trabalha na escola, avalia a personalidade dos estudantes para descobrir as dificuldades de aprendizagem ou o problema de adaptação escolar quando esse aparece e envia posteriormente para o psicólogo clínico, que vai investigar e compreender os sintomas de seus pacientes. Todos esses psicólogos, independente da área de atuação, avaliam a personalidade do sujeito com o objetivo de melhor compreender seu comportamento.
A busca de métodos e estratégias de investigação da personalidade de quem não tem qualidade da validade, pode facilitar para um resultado errado dos pontos emocionais da pessoa. Por essa razão, deve-se analisar, estudar e considerar todos os recursos históricos e sociais que a pessoa esteja inserida e suas consequências no psiquismo. A maioria dessas avaliações tem baseamentos teóricos em suas pesquisas técnicas e cientificas, cabe ao profissional saber utilizar corretamente o recurso.
Os psicólogos clínicos procuram entender os sintomas dos seus pacientes/clientes e seus comportamentos, buscando avaliar a personalidade e o que há de diferente entre comportamentos e sentimentos normais e não normais, dentro do que o paciente/cliente fala no momento do atendimento, para que possa traçar estratégias de tratamento.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2013), definiu-se por meio da Resolução nº 003/2007, que organiza diretrizes para a execução de avaliação psicológica na atividade profissional da psicologia, que a avaliação psicológica consiste em um procedimento organizado de busca de fenômenos psicológicos, através de métodos, técnicas e instrumentos, e tem como objetivo prover informações para a tomada de decisão na esfera individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas
Entende-se que o processo de investigação da personalidade está em uma boa avaliação psicológica, pois também é um recurso complementar que possibilita conhecimento a mais para o processo de análise contextual e não reducionista. Testes psicológicos são métodos também utilizados como estratégias de investigação das personalidades, assim como entrevistas psicológicas, psicodiagnósticos, avaliação psicológica e registros de observação de comportamentos (CUNHA, 2007).
O profissional da psicologia tem autonomia para selecionar seus instrumentos de trabalho, que tenha como apoio e qualidade técnico-científica. Caso queira utilizar testes psicológicos em sua avaliação, você deve consultá-los previamente para ver se estão aprovados para uso no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). Os principais métodos de investigação da personalidade estão, o método clinico, método experimental e método correlacional, embora cada um com suas diferentes questões específicas, mas com um só objetivo, pesquisam a personalidade humana (CFP, 2013).
Assista aí
4.1 Método clínico
Esse método é a história detalhada do paciente, no qual o psicólogo busca investigar a história de vida desse paciente, a fim de que se possa apontar possíveis surgimentos de seus problemas emocionais. Foi por meio de relatos de casos clínicos que Freud elaborou suas pesquisas sobre a personalidade humana, para investigar a personalidade, os psicólogos, uma serie de métodos, como já foi mencionado, além dos estudos de casos.
O método clinico tende a ser mais objetivo, relacionado a eventos mentais, grande parte inconsciente, inclusive a experiência da infância, essas informações têm diversas interpretações que também podem refletir na habilidade do terapeuta. No entanto, os conteúdos da infância do paciente podem ser distorcidos pelo tempo e pode dificultar sua precisão no resultado (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Portanto, o método clínico é cientifico e pode fornecer dados desde os primeiros anos de vida até o momento atual daquela pessoa, abrangendo sentimentos, medos e experiências. 
Freud utilizou vastamente estudo de caso na elaboração da sua teoria da psicanalise, investigando os anos de infância dos seus pacientes e buscando os acontecimentos e conflitos que pudessem ter caudado as suas neuroses atuais. Um desses pacientes era Katharina, de 18 anos, que sofria de ataques de ansiedade e falta de ar. Reconstruindo o que considerava experiências relevantesna sua infância, ele relacionou os sintomas e várias experiências sexuais relatadas por ela, incluindo tentativa de sedução pelo seu pai quando tinha 14 anos. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015, p. 23)
No que se refere ao método clínico em sua investigação da personalidade, ele não preenche satisfatoriamente as questões de observações científicas devido a alguns requisitos das pesquisas científicas, por não completar totalmente os critérios. Por essa razão, outros métodos foram estudados para dar suporte metodológico e teórico para o fortalecimento da pesquisa da personalidade.
4.2 Método experimental
Esse método tem como técnica experimental definir o efeito de uma ou mais condições ou eventos sobre o comportamento, pois constantemente somos expostos a estímulos cotidiano, como sons, luz, vento, paisagens, conversas etc. A pesquisa experimental também tem suas insuficiências, mas quando bem aplicada e sistematizada oferece bons resultados.
Sobre os limites do método experimental, está na sua aplicação em plataformas virtuais que podem não ocorrer uma precisão maior quanto se é aplicado em laboratório, pois tem de ser preciso em pesquisa psicológica de personalidade, mas também tem suas limitações no que se refere ao uso, pois alguns aspectos do comportamento e da personalidade não podem ser pesquisados perante condições de laboratórios rigorosamente controladas, por questões éticas e de segurança.
Segundo Schultz e Schultz (2015), outra dificuldade encontrada diante do método experimental está no comportamento do indivíduo que está sendo avaliado, pois muda sua forma de se comportar diante da aplicação do teste, querendo manipular o resultado. Essa atitude, segundo os autores, pode ser diferente quando o indivíduo achar que ninguém está observando suas respostas. 
4.3 Método correlacional
Técnica que mede o grau de relacionamento entre dois fatores determinantes pelo nível de correlação. Os pesquisadores investigam as relações que existem entre duas variáveis em vez de manipular uma delas, eles trabalham com os atributos nelas existentes. Exemplo de método correlacional: os pesquisadores pegam dois profissionais que sofrem situações estressantes de maneiras diferentes para saber os seus níveis de estresse (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Na aplicação do método correlacional, os pesquisadores estão interessados na relação entre variantes, conforme o comportamento de uma variável a outra ou como a sua alteração pode ou diferenciar uma da outra. Nesse método, existe o coeficiente de correlação que proporciona informações precisas e quanto mais próximo estiver do seu coeficiente correlacional, mais fidedigno e seu resultado.
Não se pode acreditar que toda pessoa é boa ou que ela só pensa em si, essa suposição é a teoria que a pessoa cria para justificar tal comportamento diante da nossa observação e do que a nossa percepção vê mediante uma atitude daqueles que nos cercam, algo que não tem a ver com a personalidade humana.
Existe ainda o fator causa-efeito, que pode ser uma possibilidade de limitação ao método correlacional, como o próprio nome diz refere-se à causa e ao efeito. Não garante que uma variante apresenta uma alta correlação, não podemos concluir absolutamente que uma causou a outra, na realidade é possível que exista essa relação, mas para os pesquisadores, não pode automaticamente dizer que ela exista.
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer a evolução histórica da teoria da personalidade e todo o contexto social da época;
· compreender a definição e o conceito da personalidade e seus diferentes níveis de compreensão;
· aprender sobre os estudos científicos da personalidade, bem como os aspectos experimentais e as características da época;
· estudar sobre os métodos e as estratégias de investigação da personalidade e a importância de conferir a confiabilidade dos métodos utilizados;
· conhecer as estruturas da personalidade na importância no desenvolvimento humano.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação psicológica. 1. ed. Brasília, 2013. 56 p.
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 673 p.
DALGALARRONDO, P. A Personalidade e suas Alterações: definições básicas. Definições Básicas. In: DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos Transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 256-267.
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teoria da Personalidade. 2. ed. São Paulo: Harbra Ltda., 2002. 405 p. Tradução de: Camila Pedral Sampaio, Sybil Safdié. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 12 maio 2020.
FEIST, J.; GREGOY, J.; FEIST; ROBERTS, T. Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 464 p. Tradução de: Sandra Maria Mallmann da Rosa. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent. Acesso em: 12 maio 2020.
HALL, C.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. Teorias da Personalidade. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004?.
MIRIAM, W.; SCHUSTACK; HOWARD; S. FRIEDMAN. A perspectiva psicanalítica da personalidade: a estrutura da mente: A estrutura da Mente. In: OWARD, S; FRIEDMAN; SHUSTACK, M. W. Teoria da Personalidade: da teoria clássica à pesquisa moderna. Da teoria clássica à pesquisa Moderna. 2. ed. Porto Alegre: Pearson Prentice Hall, 2004. p. 70-72. Disponível em: https://drive.google.com/drive/my-drive. Acesso em: 13 maio 2020.
PASQUALI, L. Conceito de Temperamento: história do temperamento. História do Temperamento. In: PASQUALI, L. Os Tipos Humanos: A teoria da Personalidade. Avaliação e Medida. Brasília: Copymarket, 2000. p. 1-14.. Disponível em: https://drive.google.com/drive/recent15089579311397077037. Acesso em: 12 maio 2020.
SCHULTZ, D.; SCHULTZ, S. E. Teorias da Personalidade. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 498 p.
URBINA, S. Fundamentos da Testagem Psicológica: introdução aos testes psicológicos. Introdução aos Testes Psicológicos. Rio Grande do Sul: Artmed, 2009. Cap. 17. p. 1-31. Disponível em: https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_4_.pdf. Acesso em: 14 maio 2020.
OLÁ!
Você está na unidade Avaliação da personalidade. Conheça aqui os elementos que compõem o conceito de personalidade, baseado nos modelos de compreensão da personalidade, tais como a teoria dos traços, a teoria cognitiva da personalidade e a teoria motivacional.
Aprenda os conceitos-chaves, como as características inatas (temperamento), ambientais e sociais que explicam o conceito da personalidade; como avaliar traços de personalidade; como a cognição influencia na constituição da personalidade e a pirâmide motivacional de Maslow. Além dessas características, conheça as diferenças conceituais entre traços, caráter, temperamento e a estrutura das principais concepções de personalidade.
Bons Estudos!
1 Elementos da personalidade
Ao lidar com pessoas, você deve ter feito alguns questionamentos, por exemplo: Por que as pessoas agem de tal forma diante de determinado evento da vida? Por que algumas pessoas parecem não se abalar emocionalmente em situações adversas? Como posso saber quem sou de “verdade”?
Essas perguntas demonstram o interesse sobre a personalidade e a sua principal expressão que é o comportamento. A psicologia, então, buscar descrever os principais elementos para explicar os efeitos da personalidade no comportamento humano, demonstrando a existência de múltiplos modelos explicativos. Vamos, então, conhecer esses modelos.
Sabe-se que desde o nascimento todos os seres humanos passam por etapas do desenvolvimento que influenciam de forma direta a construção da personalidade. Para a sua formação, temos elementos genéticos herdados (denominado temperamento), temos elementos ambientais/contextuais que influenciam de modo direito. Portanto, para explicar o conceito de personalidade, é necessária a junção de várias ciências, como filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e medicina (VOLPI, 2004).
Para compreender a personalidade, você precisa saber que não existe uma única explicação, além de aceitar que os diferentes modelos não excluem um ao outro, muitos são complementares. Durante seusestudos, você talvez se interesse por algum conceito ou teoria por afinidade, respeite esse interesse e aprofunde o conhecimento. Conhecer bem o modelo escolhido fará diferença na hora que você for opinar sobre algo relacionado às características de personalidade.
1.1 Breve história do conceito de personalidade
A história da psicologia da personalidade remonta à Grécia Antiga. De fato, os filósofos desde o século IV tentam definir exatamente o que é que nos torna quem somos. Em 370 a.C., Hipócrates propôs dois pilares do temperamento: quente/frio e úmido/seco, resultando em quatro humores ou combinações dessas qualidades. A combinação quente e seca foi referida como bile amarela, fria e seca como bile preta, quente e úmido era sangue e frio e úmido era catarro. Embora grande parte do trabalho que surgisse dessa teoria dos Quatro Humores fosse de natureza medicinal, também se supunha que a personalidade de um paciente pudesse ser influenciada por desequilíbrios humorais.
Essa maneira categórica de pensar sobre a personalidade permeava o pensamento antigo sobre o assunto. Platão propôs quatro agrupamentos (artístico, sensível, intuitivo, raciocínio) e Aristóteles hipotetizou quatro fatores (icônicos, ou seja, artísticos; písticos, ou seja, senso comum; noético, ou seja, intuição; e dianoético, ou seja, lógica) contribuíram para a ordem social da sociedade.
Assim, pode-se definir a personalidade como a forma de se apresentar no mundo, com traços e características, adaptando-se ao logo do ciclo da vida, inclusive podendo mudar algumas características quando expostos a uma intervenção psicológica.
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Figura 1 - MenteFonte: agsandrew, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra a representação de uma mente em 3D.
 
Você já deve ter ouvido a palavra temperamento, inclusive utilizou para descrever o comportamento emocional de uma pessoa. O que talvez você desconheça é a origem desse termo, que advém do latim temperare e significa equilíbrio. Os primeiros filósofos a utilizarem tal termo foram Empédocles e Hipócrates para designar os humores e os classificados sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico (PASQUALI, 2000).
O que podemos aprender com a teoria do temperamento?
· O temperamento é de origem genética.
· As características são visíveis desde o nascimento e podem ser reconhecidas e readaptadas ao longo da vida.
· Temperamento humano e animal aproximados.
· O temperamento se relaciona a uma parte da vida das pessoas.
· Apresenta diferentes classificações e se apresenta com estilos pessoais individuais.
As limitações da teoria do temperamento implicaram o avanço sobre a compreensão da personalidade, particularmente na ampliação do conceito para além de uma perspectiva biológica. Assim, surgiu a teoria dos traços, que aponta como se designam as diferenças individuais entre as pessoas, indicando a estabilidade da vida e possibilitando a discussão da influência ambiental/grupo na constituição da personalidade (ROBERTS; MROCZEK, 2008).
Considera-se como avanço na compreensão das terminologias para descrever a personalidade o caráter, que se caracteriza por atitudes habituais de uma pessoa e seu padrão de resposta diante de uma determinada situação. Como exemplo, temos a forma do comportamento (timidez, agressividade, honestidade) e as atitudes físicas (posturas, modo de movimentar o corpo). Por fim, o caráter é designado pelos atos comportamentais da pessoa na sociedade (REICH, 1995).
Outros dois fatores influenciam na personalidade de uma pessoa, como podemos ver a seguir:
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Figura 2 - Descrição dos fatores básicos da personalidadeFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um esquema com duas colunas descrevendo os fatores básico da personalidade. Do lado direito os fatores ambientais, que descreve o contexto onde a pessoa vive, e do lado esquerdo fatores hereditários, que descreve os conteúdos genéticos.
           
A definição do conceito de personalidade não é algo fácil, tendo em vista a multiplicidade de teorias e pesquisa sobre a leitura da psicologia da personalidade. Contudo, a seguir estudaremos ferramentas para avaliação da personalidade que podem clarear o tema.
Assista aí
1.2 Ferramentas para avaliação da personalidade
A personalidade é constituída por aspectos genéticos, afetivos, cognitivos e motivacionais que podem ser compartilhados, porém cada pessoa vivencia isso de forma particular. Percebe-se que com o desenvolvimento das pessoas ocorre a maturação, tornando características consideradas inadequadas, possíveis de serem revertidas, e fortalecendo características que são positivas.
Contudo, você deve estar percebendo que devido à complexidade do conceito, avaliar, compreender e estudar a personalidade pode se tornar impossível. Para facilitar, os profissionais de psicologia desenvolveram métodos e técnicas com foco na avaliação de diferentes aspectos da personalidade, para tornar minimamente visível essas características, possibilitando conhecimento e amadurecimento das pessoas.
Em termos de maturidade psicológica, a Alliance of Psychoanalytic Organizations (2006) considerou que alguns pontos devem ser desenvolvidos, como:
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Quadro 1 - Características de maturidade psicológicaFonte: WELLAUSEN; OLIVEIRA, 2015 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com sete características principais sobre o que esperar de uma pessoa com personalidade madura.
 
Após refletir sobre essas características da personalidade, você deve se perguntar como psicólogas(os) conseguem descrever a personalidade de uma pessoa com segurança e confiabilidade, respeitando os preceitos científicos. Essa resposta está nos métodos e nas técnicas reconhecidos e validados ao longo de pesquisa e prática profissional. A seguir conheceremos alguns.
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Figura 3 - Técnicas para avaliar a personalidadeFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um organograma em círculo. No centro de cor azul está escrito personalidade; acima, no círculo vermelho, está escrito entrevista; no círculo à direita, em marrom, está escrito observação; no círculo central inferior, em amarelo, está escrito testes projetivos; e no círculo à esquerda, em verde, está escrito testes objetivos.
A entrevista no campo da psicologia é o recurso mais utilizado, porque seu principal objetivo é coletar o maior número de informações possíveis das pessoas que procuram pelo atendimento psicológico. Caracteriza-se como uma técnica muito simples, mas se não for bem executada, poderá não conseguir obter o êxito esperado.
A literatura aponta que existem três tipos de entrevistas, que serão realizadas de acordo com os objetivos da coleta de dados e contam com a experiência do entrevistador. Temos então os seguintes tipos de entrevista, segundo Tavares (2007):
Caracterizada por diretividade, com perguntas e respostas bem planejadas, com alto nível de rigor metodológico, é utilizada para avaliação psicológica e com recurso de pesquisas. O principal foco é coletar as informações seguindo um protocolo bem planejado.
Apresenta flexibilidade, porque apresenta um misto de perguntas abertas e fechadas, contendo qualitativa. O entrevistar é responsável por fazer fluir a entrevista, com possibilidade de liberdade nas respostas.
Exige muita experiência do entrevistador, porque as perguntas são feitas de forma espontânea, criativa, sem roteiro pré-definido. O encontro entre entrevistador e entrevistado e a capacidade de aprofundar ou não as temáticas propostas vão definir a manutenção desse espírito livre ou a retomada da entrevista como preconizada pelos modelos anteriores.
Apesar da separação didática exposta acima, por vezes os três tipos podem ser usados de forma complementar. Ressalta-se que para uma melhor qualidade da coleta de dados utilizando a entrevista como padrão, é preciso realizar treinamentos, pois a arte de entrevistar é umahabilidade a ser desenvolvida, particularmente experimentando e avaliando os diferentes tipos de entrevistas, sem esquecer que cada pessoa vai responder a esse instrumento de modo único e de acordo com suas características de personalidade.
Quantas vezes no cotidiano você observou alguém e ficou atento ao seu comportamento e até opinou sobre características dessas pessoas? A observação é inerente à condição humana, ou seja, somos seres observadores e utilizamos os resultados internos dessa prática para tomar decisão sobre o que fazer, para onde ir e como reagir.
Porém, você não sabia que podia utilizar esse recurso para avaliar características de personalidade e garantir rigor metodológico. À medida que as situações mudam, a resposta comportamental se altera, constituindo-se como estratégia de aprofundamento para compreender a vida.
A depender do tipo de observação do comportamento e do contexto, por exemplo clínico (para fins diagnóstico laboratorial ou pesquisa experimental) ou ambiente naturalístico (mundo real), podem ser de estruturadas de duas maneiras: sistemática ou assistemática (FERREIRA; MOUSQUER, 2004).
	Observação sistemática
	Caracteriza-se por planejamento e protocolos bem estruturados e controlados, pois devem apresentar rigoroso formato de registro e codificação, muito utilizada em pesquisa e em ambientes naturalísticos.
	Observação assistemática
	Possibilita criatividade na estratégia, além de respeitar o advir das situações, sem estrutura rígida, o registro vai ganhando forma à medida que o processo ocorre.
Observar as pessoas, seja de forma sistemática ou assistemática, nos permite conhecê-las melhor, descrevendo pormenorizadamente suas características e avaliando com fidedignidade para não dar margens ao senso comum. Treine observar os comportamentos e você conseguirá tomar decisões mais acertadas sobre como reagir com as pessoas em diferentes relações. Vamos conhecer agora os instrumentos com maior confiabilidade nos resultados apurados.
1.3 Testes psicológicos
Na psicologia existe um campo denominado Avaliação Psicológica, que se caracteriza prioritariamente pelo uso de testes psicológicos. Todos já passaram por alguma avaliação em algum momento da vida. Se você, por exemplo, tirou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) provavelmente se submeteu a esse processo, e ali sua personalidade foi avaliada, mas o resultado final foi apenas um pequeno recorte de quem você é, porque o foco era sua aptidão para dirigir.
No Brasil, o uso dos testes psicológicos é regulado pelo Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi), órgão ligado ao Conselho Federal de Psicologia (CFP), desde 2015 existem 16 testes psicológicos para avaliação da personalidade. Veremos a seguir alguns dos mais utilizados para esse tipo de avaliação.
· Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II)
É baseado na teoria das motivações de Murray e oferece uma estimativa de 13 necessidades psicológicas básicas: assistência, intracepção, afago, autonomia, deferência, afiliação, dominância, desempenho, exibição, agressão, ordem, persistência e mudança. O IFP-II também oferece informações sobre três outros fatores de ordem superior: necessidades afetivas, necessidades de organização e necessidades de controle e oposição (LEME et al., 2013). 
· Escala de Personalidade de Comrey (CPS)
É um teste baseado na teoria dos traços e fatores. Por meio desse teste, o psicólogo tem uma estimativa de oito traços da personalidade: confiança versus atitude defensiva, ordem versus falta de compulsão, conformidade social versus rebeldia, atividade versus falta de energia, estabilidade versus instabilidade emocional, extroversão versus introversão, masculinidade versus feminilidade e empatia (altruísmo) versus egocentrismo. A CPS oferece também duas medidas de validade das respostas do examinando: Escala de Validade e Escala de Tendenciosidade nas Respostas (COSTA, 2009).
· Inventário de Personalidade Neo Revisado (NEO-PI-R)
A versão original do Neuroticism Extraversion Openness Personality Inventory Revised 14 consta de 240 itens/afirmativas de autorresposta que devem ser pontuados em uma escala Likert de cinco pontos, a qual vai de “discordo totalmente” até “concordo totalmente”. Versões da NEO foram validadas para o português de Portugal e do Brasil (FLORES-MENDONZA, 2007).
Existem muitos testes que avaliam objetivamente a personalidade, recomenda-se consultar o site da SATEPSI para conhecer outras escalas, baterias e inventários.
1.4 Técnicas projetivas e expressivas
As técnicas projetivas, ao contrário dos testes objetivos, propõem uma avaliação mais compreensiva da personalidade, apresentando material desestruturado, com foco na significação dos avaliandos diante da prova, além de as respostas poderem possuir múltiplos significados, sendo necessário treinamento e experiência clínica do avaliador para uma confiança nos resultados, para futura tomada de decisão. No SATEPSI estão disponíveis 11 técnicas projetivas para avaliação dinâmica/compreensiva da personalidade. A seguir conheceremos algumas:
· Pirâmides Coloridas de Pfister
O indivíduo deve selecionar as cores de sua preferência e organizá-las em uma estrutura de pirâmide. O modo de colocação, a forma de execução, o aspecto formal das pirâmides e a quantidade de cores utilizadas, entre outras variáveis, são codificadas e quantificadas de modo a oferecer um entendimento da dinâmica emocional do examinando (VILLEMOR-AMARAL, 2014).
· Teste de Apercepção Temática Infantil – CAT-A
Esta técnica é constituída por 10 cartões preto e branco com figuras de animais que remetem a diferentes contextos da vida familiar. As crianças são convidadas a contar histórias sobre os cartões, como as ações dos animais, e a imaginar o que poderia estar acontecendo naquela situação. O objetivo do teste é descrever de modo dinâmico as características das crianças em relação ao desenvolvimento psicossexual, mecanismo de defesa e relacionamento com as figurais parentais e familiares (BELLAK; ABRAMS, 2010).
· Teste de Apercepção Temática Adulto – TAT
Este instrumento é composto por 31 pranchas, divididas em estímulos para homens e mulheres. A tarefa principal é contar história sobre as imagens, de forma livre, sem receio. O teste é aplicado a partir dos 12/13 anos. A correção proporciona ao avaliador a compreensão dos principais conflitos de personalidade, mecanismos de defesas e características mais profundas da personalidade, indicando ou não a necessidade de psicoterapia (MURRAY, 2005).
· Rorschach 
O teste de Rorschach é constituído por 10 pranchas com borrões de tinta, sendo cinco acromáticas (preto, branco e cinza) e cinco coloridas, sendo duas em preto e vermelho e três em cores pastel. Seu objetivo é avaliar a forma como os avaliandos irão estruturar a resposta em relação ao cartão, indicando elementos constitutivos (estáveis da personalidade). É considerado um dos testes de personalidade mais completo do mundo, por seu rigor metodológico e sua confiabilidade nos resultados, porque sua correção tem dupla possibilidade: oferecer um quadro mais estatístico da personalidade e, em seguida, uma compreensão mais qualitativa, portanto, dinâmica dessa personalidade (PASIAN, 2010).
Você notou que a psicologia tem muitos instrumentos para auxiliar na avaliação da personalidade, portanto, fazer julgamentos apressados ou equivocados durante a percepção de algum elemento mais geral da vida das outras pessoas pode incorrer no preconceito e no estigma social.
2 Traço como elemento para personalidade
Jonas estava em um restaurante com alguns amigos de longa data, mas um deles – Pedro – disse algo que realmente perturbou Jonas. Este se levantou, empurrou Pedro e começou uma briga. Laura, uma amiga de Pedro, interveio na briga, separando os dois. Laura não conhecia Jonas, mas estava convencida de que ele era um agressivo e impulsivo. Pedro discordou e disse que, na verdade, Jonas era um cara legal. Ressaltou que conhecia bem Jonas e que provavelmente ele deveria estar em momento ruim da vida. Na sua opinião,Jonas é agressivo e impulsivo ou está apenas em um momento difícil da vida?
Essa situação requer muita cautela e precisamos fazer algumas perguntas antes de continuar, podemos afirmar que Jonas é agressivo e impulsivo, apenas por esse momento, sem saber mais nada de sua vida? Jonas, quando está bêbado, é diferente de quando está sóbrio, como é essa diferença? O fato de Pedro reconhecer que Jonas não é comumente assim e alertar para uma vivência momentânea difícil, faz alguma diferença?
Quando nos debruçamos sobre essas perguntas, podemos começar a pensar na necessidade de conhecer um pouco mais sobre Jonas e verificar quão duradouros e estáveis são esses traços apresentados nesse momento em sua vida cotidiana.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a teoria dos traços e como eles explicam nossa personalidade e influenciam nosso comportamento.
2.1 Histórico do desenvolvimento da teoria dos traços
Os traços de personalidade são objeto de estudo da psicologia desde a Grécia Antiga, e vários pesquisadores apresentaram uma infinidade de traços de personalidade. Porém, com a inclusão da análise fatorial (modelos matemáticos) em conjunto com as teorias psicológicas, na década de 80, foi possível definir a existência de cinco dimensões dominantes na personalidade, quais sejam: extroversão, amabilidade, conscienciosidade, neuroticismo e abertura à experiência. Esse agrupamento de traços foi chamado de cinco grandes fatores de personalidade, em inglês: a teoria do Big Five.
Historicamente, o estudo da teoria dos traços teve início com Allport e Odbert na década de 1930, complementado por Cattell na década de 1940 e por Christal e Norman na década de 1960, finalizando no início da década 1980 a teoria como conhecemos atualmente. Essa ampla pesquisa resultou em um sistema de classificação de traços, como modelo alternativo e baseado em evidências para a psicologia da personalidade.
Como apontam McCrae e Costa (1997), as primeiras duas dimensões encontradas foram o neuroticismo e a extroversão. Após essa descoberta, veio o traço de abertura à experiência e somente com a criação do Inventário dos Cinco Fatores da Personalidade o NEO-PI começou o uso dos grandes cinco fatores. Vamos conhecer esses cinco grandes fatores:
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Quadro 2 - Descrição dos cinco grandes fatores da personalidadeFonte: MCCRAE, 2009 (Adaptado).
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro descrevendo os cinco fatores da personalidade, que são: neuroticismo; extroversão; conscienciosidade e abertura à experiência.
 
Você percebeu que a teoria dos traços é recente e constitui uma possibilidade de explicação de quem somos, inclusive na estabilidade da noção de personalidade. A seguir, vamos aprofundar esse conhecimento.
2.2. Dimensões dos cinco grandes fatores 
A teoria dos traços fornece uma taxonomia parcimoniosa, porém abrangente, de personalidade. Cada dimensão da personalidade descreve um amplo domínio do funcionamento psicológico composto de um conjunto de características mais específicas e estreitas. Essa teoria reúne mais de 40 anos de pesquisa sobre o estilo emocional, interpessoal, experiencial, atitudinal e motivacional de um indivíduo. O trabalho de Costa e McCrae (1992) forneceu o que talvez seja a operacionalização mais desenvolvida. Os insights fornecidos por esse trabalho fornecem a base para o desenvolvimento a seguir.
Neuroticismo 
Extroversão 
Abertura à experiência 
Amabilidade 
Conscienciosidade 
O neuroticismo representa diferenças individuais no ajuste e na estabilidade emocional. Indivíduos com alto nível de neuroticismo tendem a experimentar uma série de emoções negativas, incluindo ansiedade, hostilidade, depressão, autoconsciência, impulsividade e vulnerabilidade. As pessoas com uma pontuação baixa em neuroticismo podem ser caracterizadas como autoconfiantes, calmas e até relaxadas.
Para compreender a teoria, convido você a fazer um exercício pessoal. Pegue uma caneta e anote de acordo com os cinco grandes fatores, utilizando notas de 0 a 5 (sendo 0 inexistência e 5 muito parecido comigo), veremos sua maturidade de traços de personalidade. Ao final, some as notas, se você estiver próximo a 25 pontos, apresenta alto nível de traços de personalidade; se você ficou próximo a 12 pontos, está na média dos traços, precisando amadurecer; agora, se ficou abaixo dos 12 pontos, você precisa buscar ajudar profissional para melhorar suas características.
Assista aí
3 Elementos cognitivos da personalidade
A trajetória das pessoas é marcada por inúmeros acontecimentos, incluídos eventos aleatórios, sem planejamento e que mudam o destino da vida das pessoas. João era um jovem pós-graduado e teve um encontro casual que alterou sua vida. Em um final de semana, ele, que era um estudante compromissado, resolveu terminar a leitura mais cedo e sair um pouco. João marcou com um amigo de ir ao boliche. Ao lado dos rapazes havia duas moças jogando. Durante as jogadas ocorreram interações e os grupos resolveram se unir. Desse encontro João acabou se casando com uma das moças e tiveram duas filhas.
Você deve estar se questionando sobre o sentido dessa pequena história, a maioria de nós não se importa muito com encontros casuais e não se questiona sobre como experiências não planejadas podem alterar de modo significativo nossas vidas. Por esse motivo, iremos agora conhecer a teoria que foi desenvolvida pelo jovem João, que na verdade se chama Albert Bandura e que fundamenta sobre a teoria social cognitiva e suas influências na personalidade.
3.1 Teoria social cognitiva 
Bandura propõe que a personalidade é permeada pela aprendizagem, particularmente pelo conceito de plasticidade, ou seja, a capacidade que o ser humano tem de flexibilizar suas respostas comportamentais, cognitivas e emocionais de acordo com o contexto social, possibilitando inúmeras respostas, sem previsibilidade.
Você deve notar que podemos aprender observando outras pessoas, isso se denomina aprendizagem por modelagem. Essa capacidade possibilita amadurecimento emocional e cognitivo, porque ao observar outros, os erros nas experiências são diminuídos, além de melhorar respostas comportamentais, ambientais e pessoais na vivência no mundo real.
Dessa forma, todas as pessoas podem regular suas vidas a partir do momento que você aprende e reflete a partir das experiências observadas. Sem isso, estaríamos apenas reagindo aos estímulos. Aqui temos a implicação cognitiva, ao permitir que esse tipo de aprendizagem antecipe resultados de experiências, da criação de novas ideais ou usar padrões para lidar com o futuro (FEIST; TOMI-ANN, 2015).
Um conceito importante da teoria social cognitiva é a autoeficácia, que se caracteriza pela capacidade de efetivar comportamentos adequados, com confiança em determinada situação, implicando o aumento do desempenho e melhorando a performance comportamental. Os comportamentos humanos são regulados por dois fatores: 
1. 
 
2. 
Fatores internos, como capacidade de perceber a si mesmo, autojulgamento e mapeamento de sua autorreação.
Next
Aprender por modelagem significa utilizar processos cognitivos sofisticados para generalizar comportamento a partir do comportamento observado. Mas como se dá o aprendizado por modelo? Você já deve ter tido bons e maus modelos durante sua vida. Se você fizer uma avaliação pormenorizada dos seus comportamentos, notará que alguns deles foram aprendidos com outras pessoas, inclusive reações emocionais.
Para isso, o modelo de aprendizado precisa de alta performance, ou seja, alguém com alta competência e habilidades será utilizado como princípio de modelo ao invés do contrário. Outra característica é que só é possível haver modelagem com pessoas que estão iniciando o treino de habilidade, por exemplo, crianças aprendem com pessoas mais velhas. Em seguida, quanto maior o valor dado a determinado comportamento, maior probabilidade de modelagem terá possibilidade de reforço (BANDURA, 1986).
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Quadro 3 - Componentes da modelagem da TSCFonte:Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro descritivo dos principais componentes da modelagem da teoria social cognitiva, que são: atenção; representação; comportamento e motivação.
3.2 Autoeficácia e personalidade 
O que é autoeficácia? Bandura (2001, p. 10) definiu autoeficácia como “crenças das pessoas em sua capacidade de exercer alguma medida de controle sobre o próprio funcionamento e sobre eventos ambientais”.
A eficácia se caracteriza com a confiança das pessoas sobre a capacidade de realizar alguns comportamentos, enquanto expectativa de resultados refere-se à expectativa do que as pessoas fazem sobre as possíveis consequências de tal ação comportamental.
Você não deve considerar autoestima ou autoconfiança como sinônimos de autoeficácia, porque está relacionada competências, habilidades e avaliação real sobre a forma como produz comportamento, favorecendo treino e melhora futura. O que implica é que em uma elevada autoeficácia o sujeito se sente responsivo e com garantia de sucesso, e quando a autoeficácia é baixa a pessoa se sente deprimida ao perceber que não é tão eficiente em suas tarefas quanto outras pessoas. Vamos ver agora quais componentes contribuem para melhorar a autoeficácia.
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Quadro 4 - Componentes da autoeficáciaFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com os componentes da autoeficácia, que são experiências anteriores; modelagem social; persuasão social e estados físicos e emocionais.
 
Quando as pessoas possuem altos níveis de autoeficácia, são confiantes em relação a seus desempenhos e possuem bons relacionamentos interpessoais, elas têm melhor capacidade de regular o próprio comportamento e assim terem melhor qualidade de vida.
4 Elementos motivacionais da personalidade
Você já se questionou quais são suas motivações para estar lendo este texto? Quais são suas motivações para estar numa formação acadêmica? A motivação é um conceito que está presente quase na totalidade da nossa vida e em muitos conselhos cotidianos. Há os que dizem que precisamos ser pessoas motivadas como se ela fosse uma coisa a ser buscada de fora para dentro. Inclusive cursos de treinamento motivacional vendem a ilusão de que podem tornar as pessoas motivadas e dispostas para o sucesso.
No entanto, quando pesquisamos sobre a motivação, descobrimos que ela é intrínseca, ou seja, é uma força de movimento do interno para o externo. E sua melhor explicação tende a ir na busca por compreensão holística do ser humano, na perspectiva de uma compreensão completa, ao invés de partir em pequenos pedaços e dissecar.
O grande representante dessa teoria foi Abraham Maslow que defendia a tese da motivação das pessoas que buscam a satisfação de uma necessidade em seguida de outra até finalizar todas as buscas e chegar num estado de autorrealização pessoal, que significa mais disposição para crescimento e maturidade emocional (MCLEOD, 2007).
4.1 Motivação e personalidade
Segundo Maslow e Lewis (1987), as necessidades humanas podem ser apresentadas como uma hierarquia de cinco grupos de necessidades, a saber: fisiológicas, de segurança, de amor e pertença, de estima e de autoatualização. As quatro primeiras necessidades são referidas como necessidades de déficit ou deficiência (necessidades D) e a necessidade de autorrealização é referida como necessidades de crescimento ou de necessidade (necessidades B).
Em outras palavras, quando uma necessidade de ordem inferior é atendida em certa medida, surge a necessidade adjacente na hierarquia. A deficiência, portanto, motiva o comportamento. Por outro lado, o envolvimento com as necessidades de crescimento alimenta o desejo de se tornar um indivíduo mais autorrealizado. A satisfação adequada de uma necessidade resulta no surgimento de uma necessidade de ordem superior, culminando na busca pela autorrealização. De maneira inversa, as necessidades de ordem superior não surgem quando as necessidades básicas de um indivíduo não foram adequadamente satisfeitas.
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Figura 4 - Pirâmide de necessidades de MaslowFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma pirâmide colorida que descreve as necessidades conforme teorizou Maslow. Na base, as necessidades fisiológicas; a seguir, a necessidade de segurança; depois, a necessidade de amor; em seguida, necessidade de estima e, no topo, a realização pessoal.
Como você pode perceber, a hierarquia de necessidades de Maslow é mais frequentemente exibida no formato de pirâmide. Os níveis mais baixos da pirâmide são compostos das necessidades mais básicas, enquanto às necessidades mais complexas estão localizadas no topo da pirâmide. As necessidades na parte inferior da pirâmide são requisitos físicos básicos, incluindo a necessidade de comida, água, sono e calor. Uma vez que essas necessidades de nível inferior são atendidas, as pessoas podem passar para o próximo nível de necessidades, que é segurança e proteção.
À medida que as pessoas progridem na pirâmide, as necessidades se tornam cada vez mais psicológicas e sociais. Logo, a necessidade de amor, amizade e intimidade se torna importante. Mais adiante na pirâmide, a necessidade de estima pessoal e sentimentos de realização têm prioridade. Maslow enfatizou a importância da autorrealização, que é um processo de crescimento e desenvolvimento como pessoa para atingir o potencial individual.
Maslow acreditava que essas necessidades são semelhantes aos instintos e desempenham um papel importante na motivação do comportamento. Necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de estima são necessidades de deficiência, o que significa que elas surgem devido à privação. A satisfação dessas necessidades de nível inferior é importante para evitar sentimentos ou consequências desagradáveis.
Ele denominou o nível mais alto da pirâmide como necessidades de crescimento (ou necessidades). As necessidades de crescimento não decorrem da falta de algo, mas do desejo de crescer como pessoa. Vamos conhecer detalhadamente os cinco níveis diferentes na hierarquia de necessidades de Maslow (CAO et al., 2013):
· Necessidades fisiológicas
Inclui as necessidades mais básicas, que são vitais para a sobrevivência, como a necessidade de água, ar, comida e sono. Maslow acreditava que essas necessidades são as mais básicas e instintivas da hierarquia, porque todas as necessidades se tornam secundárias até que essas necessidades fisiológicas sejam atendidas.
· Necessidades de segurança
Inclui necessidades de proteção. As necessidades de segurança são importantes para a sobrevivência, mas não são tão exigentes quanto as necessidades fisiológicas. Exemplos de necessidades de segurança incluem o desejo de emprego estável, assistência médica, bairros seguros e abrigo do meio ambiente.
· Necessidades sociais
Inclui necessidades de pertencimento, amor e carinho. Maslow descreveu essas necessidades como menos básicas do que as necessidades fisiológicas e de segurança. Relacionamentos como amizades, apegos românticos e famílias ajudam a atender essa necessidade de companhia e aceitação, assim como o envolvimento em grupos sociais, comunitários ou religiosos.
· Necessidades de estima
Depois de satisfeitas as três primeiras necessidades, as necessidades de estima tornam-se cada vez mais importantes. Isso inclui a necessidade de coisas que reflitam sobre autoestima, valor pessoal, reconhecimento social e realização.
· Necessidades de autorrealização
Este é o nível mais alto da hierarquia de necessidades de Maslow. As pessoas autorrealizadoras são autoconscientes, preocupadas com o crescimento pessoal, menos preocupadas com as opiniões dos outros e interessadas em realizar seu potencial.
4.2 Nível avançado de maturidade emocional
O que exatamente é a autorrealização? Localizado no pico da hierarquia de Maslow (1987), ele descreveu essa necessidade de alto nível da seguinte maneira: 
O que um homem pode ser, ele deve ser. Essa necessidade podemos chamar deautorrealização, pois refere-se à tendência de ele se tornar realizado no que ele é potencialmente. Essa tendência pode ser expressa como o desejo de tornar-se cada vez mais o que somos, tornar-nos tudo o que somos capazes de se tornar.
Embora a teoria seja geralmente retratada como uma hierarquia bastante rígida, Maslow (1987) observou que a ordem em que essas necessidades são atendidas nem sempre segue esse padrão de progressão. Por exemplo, ele observa que, para alguns indivíduos, a necessidade de autoestima é mais importante que a necessidade de amor. Para outros, a necessidade de a realização criativa pode substituir até as necessidades mais básicas.
Além de descrever o que se entende por autorrealização em sua teoria, Maslow (1987) também identificou algumas das principais características das pessoas autorrealizadas:
· Aceitação e realismo
Pessoas autorrealizadas têm percepções realistas de si mesmos, dos outros e do mundo ao seu redor.
· Centralização de problemas
Indivíduos autorrealizados estão preocupados em resolver problemas fora de si mesmos, incluindo ajudar os outros e encontrar soluções para problemas no mundo externo. Essas pessoas são frequentemente motivadas por um senso de responsabilidade pessoal e ética.
· Espontaneidade
As pessoas autorrealizadas são espontâneas em seus pensamentos e comportamento externo. Enquanto elas podem estar em conformidade com as regras e sociais expectativas, elas também tendem a ser abertas e não convencionais.
· Autonomia e solidão
Outra característica das pessoas autorrealizadas é a necessidade de independência e privacidade. Esses indivíduos precisam de tempo para se concentrar no desenvolvimento de seu próprio potencial individual.
· Continuidade da apreciação
Pessoas autorrealizadas tendem a ver o mundo com um sentimento contínuo de apreciação e admiração. Até experiências simples continuam sendo uma fonte de inspiração e prazer.
· 
Maslow acreditava que a única razão pela qual as pessoas não se moveriam bem na direção da autorrealização é por causa de obstáculos colocados em seu caminho pela sociedade. Ele afirmava que a educação é um desses obstáculos e recomendava algumas maneiras pelas quais a educação poderia mudar suas táticas habituais para auxiliar no crescimento das pessoas. Aqui estão listados os dez pontos que educadores devem abordar, segundo Maslow (1987):
· Ensinar as pessoas a serem autênticas, conscientes de si mesmas e a ouvir suas vozes de sentimento interior.
· Ensinar as pessoas a transcender seu condicionamento cultural e tornar-se cidadãos e cidadãs comprometidas com as mudanças sociais.
· Ajudar as pessoas a descobrir sua vocação na vida, seu chamado, seu destino. Isso é especialmente focado em encontrar a carreira certa e o parceiro certo.
· Ensinar as pessoas que a vida é preciosa, que há alegria a ser experimentada na vida e se as pessoas estão abertas a ver o bem e a alegria em todos os tipos de situações, vale a pena viver a vida.
· Aceitar a pessoa como ela é e ajudá-la a aprender sobre suas características interior. A partir do conhecimento real de aptidões e limitações, podemos saber o que construir e que potenciais realmente existem.
· Ver que as necessidades básicas das pessoas são satisfeitas. Isso inclui segurança, pertencimento e necessidades de estima.
· Refrescar a consciência, ensinando a pessoa a apreciar a beleza e outras coisas boas da natureza e da vida.
· Ensinar às pessoas que os controles são bons e o abandono completo é ruim. Levar ao autocontrole para melhorar a qualidade de vida em todas as áreas.
· Ensinar as pessoas a transcender os problemas insignificantes e a lidar com os graves problemas na vida. Isso inclui os problemas de injustiça, dor, sofrimento e morte.
· Ensinar as pessoas a fazer boas escolhas. Elas devem ter prática em fazer boas escolhas.
Como vimos, a personalidade é um conceito complexo, com diferentes formas de explicar temperamento, traço, cognição e motivação. Mas fique atento para o fato de que apesar dessa divisão, quando lidamos com alguém ou precisamos avaliar uma pessoa para uma tomada de decisão e encaminhamento, todos esses elementos podem se misturar. Por isso, para evitar contratempos, utilize um instrumento confiável para avaliar a personalidade.
Percebe-se que para Maslow as pessoas têm potencial de desenvolver-se positivamente e alcançar o sucesso. Você sente que está no caminho da autorrealização? Sente que pode chegar ao topo da sua satisfação pessoal?
Assista aí
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer a definição de personalidade;
· aprender quais os principais instrumentos para avaliar a personalidade;
· identificar os cinco grandes traços de personalidade;
· avaliar a autoeficácia e suas principais características;
· distinguir as principais motivações da personalidade.
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