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IMAGINOLOGIAIMAGINOLOGIA
Im
aginologia
Tallyson Sarmento Alvarenga Tallyson Sarmento Alvarenga 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
A área da Imaginologia tem sofrido grandes avanços tecnológicos e, assim, vem am-
pliando suas aplicações no decorrer da história. 
O processo contínuo de desenvolvimento da radiogra� a convencional e o desenvol-
vimento de modalidades de aquisição de imagens com maior qualidade, como a to-
mogra� a computadorizada, mamogra� a e hemodinâmica, têm possibilitado que a 
Imaginologia se torne um dos campos mais importantes e promissores da Medicina. 
O vasto conhecimento dos princípios de formação das imagens radiográ� cas, a inte-
ração da radiação com a matéria e a produção da radiação são de suma importância, 
pois permitem a tradução da informação de uma imagem adquirida de maneira que o 
diagnóstico seja assertivo, o qual pode ser usado no tratamento do paciente. 
O uso da Imaginologia na Medicina possibilita sua aplicação em todas as especialida-
des e subespecialidades. Assim, a utilização das imagens é necessária a todos. Tendo 
isso em mente, essa disciplina mostrará ao aluno informações relevantes para com-
preender os tipos de radiação e a interação das radiações com a matéria, possibilitan-
do a familiarização com as normas de segurança do pro� ssional e do paciente.
Capa_SER_BIOMED_IMAG.indd 1,3 10/11/2020 11:51:21
© Ser Educacional 2020
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
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ou forma sem autorização. 
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Código Penal.
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Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Tallyson Sarmento Alvarenga 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 2 09/11/2020 16:18:16
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 3 09/11/2020 16:18:16
Unidade 1 - Conceitos sobre as radiações ionizantes
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Histórico das radiações ionizantes .................................................................................. 13
Origem das radiações ..................................................................................................... 14
Tipos de radiações ionizantes ........................................................................................... 16
Radiação gama ................................................................................................................ 18
Raios X ............................................................................................................................... 19
Interação das radiações eletromagnéticas com a matéria ......................................... 20
Efeito Compton ................................................................................................................. 21
Efeito fotoelétrico ............................................................................................................ 22
Produção de pares e aniquilação ................................................................................. 23
Fatores de qualidade da imagem radiográfica ............................................................... 24
Introdução à radiobiologia ................................................................................................. 25
Conceito e história da radiobiologia ............................................................................ 25
Ciclo celular e os efeitos da radiação a nível celular ............................................... 26
Os efeitos da radiação a nível celular ......................................................................... 29
Sintetizando ........................................................................................................................... 35
Referências bibliográficas ................................................................................................. 36
Sumário
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 4 09/11/2020 16:18:16
Sumário
Unidade 2 - Os efeitos das radiações no DNA e nos cromossomos
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 38
Transferência Linear de Energia (LET) ............................................................................. 39
Os efeitos das radiações no DNA e nos cromossomos ................................................ 41
Os tipos de exposição à radiação ionizante ................................................................... 46
Classificação dos efeitos biológicos ............................................................................... 52
Acidente nuclear de Goiânia ........................................................................................ 53
Sintetizando ........................................................................................................................... 58
Referências bibliográficas ................................................................................................. 59
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 5 09/11/2020 16:18:16
Sumário
Unidade 3 - Fundamentos básicos de radioatividade 
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 61
Fundamentos básicos da radioatividade ......................................................................... 62
A natureza das emissões radioativas .......................................................................... 64
Decaimento radioativo ........................................................................................................ 66
Decaimento alfa ............................................................................................................... 67
Decaimento beta ............................................................................................................. 68
Grandezas e unidades ......................................................................................................... 70
Grandezas físicas ............................................................................................................ 71
Grandezas operacionais ................................................................................................ 72
Grandezas de proteção .................................................................................................. 73
Os princípios básicos em proteção radiológica ............................................................75
O princípio de justificação ............................................................................................. 76
O princípio da otimização ............................................................................................... 76
O princípio da aplicação do limite de dose individual ............................................... 77
Cuidados em proteção radiológica ................................................................................... 78
Tempo ................................................................................................................................ 78
Distância ........................................................................................................................... 79
Blindagem ........................................................................................................................ 79
Sintetizando ........................................................................................................................... 80
Referências bibliográficas ................................................................................................. 81
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 6 09/11/2020 16:18:16
Sumário
Unidade 4 - Medicina Nuclear
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 84
Medicina nuclear ................................................................................................................ 85
Radiofármacos ................................................................................................................. 86 
Gerador de tecnécio ...................................................................................................... 91
Equipamentos de medicina nuclear ................................................................................ 93
Técnica PET ...................................................................................................................... 94 
Equipamento SPECT ........................................................................................................ 97 
Equipamento PET ............................................................................................................. 98
Indicações e protocolos para procedimentos em medicina nuclear ........................ 98
Cintilografia óssea ........................................................................................................... 99
Perfusão miocárdica .................................................................................................... 100
Cintilografia pulmonar de ventilação e de perfusão ............................................... 101
Sintetizando ......................................................................................................................... 103
Referências bibliográficas ............................................................................................... 104
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SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 8 09/11/2020 16:18:16
A área da Imaginologia tem sofrido grandes avanços tecnológicos e, assim, 
vem ampliando suas aplicações no decorrer da história. 
O processo contínuo de desenvolvimento da radiografi a convencional e o 
desenvolvimento de modalidades de aquisição de imagens com maior quali-
dade, como a tomografi a computadorizada, mamografi a e hemodinâmica, têm 
possibilitado que a Imaginologia se torne um dos campos mais importantes e 
promissores da Medicina. O vasto conhecimento dos princípios de formação 
das imagens radiográfi cas, a interação da radiação com a matéria e a produção 
da radiação são de suma importância, pois permitem a tradução da informa-
ção de uma imagem adquirida de maneira que o diagnóstico seja assertivo, o 
qual pode ser usado no tratamento do paciente. 
O uso da Imaginologia na Medicina possibilita sua aplicação em todas as es-
pecialidades e subespecialidades. Assim, a utilização das imagens é necessária 
a todos. Tendo isso em mente, essa disciplina mostrará ao aluno informações 
relevantes para compreender os tipos de radiação e a interação das radiações 
com a matéria, possibilitando a familiarização com as normas de segurança do 
profi ssional e do paciente.
IMAGINOLOGIA 9
Apresentação
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A Deus, aos meus pais, Ruyterbran e Custódia, ao meu irmão, Francisco, à 
minha esposa, Jeniff er, e à minha fi lha, Helena, com carinho e amor. E ao 
Dr. Fábio Fernando por todo auxílio prestado. 
O professor Tallyson Sarmento Alva-
renga é doutor e mestre em Ciências na 
área de Tecnologia Nuclear-Aplicações 
pelo IPEN/USP (2018) e possui mestrado 
em Ciências pelo IPEN/USP (2014). Par-
ticipa, desde 2019, como colaborador e 
bolsista de Pós-Doutorado no Instituto 
de Pesquisas Energéticas e Nucleares, 
IPEN/CNEN, é especialista em Gestão 
Educacional pela Faculdade de Tecnolo-
gia da Amazônia (2011) e graduado em 
Tecnologia em Radiologia pela Faculda-
de Nova Unesc (2010). Possui experiên-
cia na área acadêmica com as disciplinas 
de Física das radiações, Equipamentos, 
Posicionamentos Radiológicos e na pes-
quisa na área de Metrologia e Dosime-
tria da radiação de nêutrons.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3685979634548713
IMAGINOLOGIA 10
O autor
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 10 09/11/2020 16:18:19
CONCEITOS SOBRE 
AS RADIAÇÕES 
IONIZANTES
1
UNIDADE
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 11 09/11/2020 16:18:37
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Entender os principais conceitos a respeito das radiações ionizantes, e os 
seus diversos tipos;
 Conhecer os principais mecanismos de interação das radiações ionizantes 
com a matéria;
 Compreender o conceito e a história da radiobiologia, e suas principais 
características. 
 Histórico das radiações ionizantes
 Origem das radiações
 Tipos de radiações ionizantes
 Radiação gama
 Raios X
 Interação das radiações eletro-
magnéticas com a matéria
 Efeito Compton
 Efeito fotoelétrico
 Produção de pares e aniquilação
 Fatores de qualidade da imagem 
radiográfica
 Introdução à radiobiologia
 Conceito e história da radio-
biologia
 Ciclo celular e os efeitos da 
radiação a nível celular
 Os efeitos da radiação a nível 
celular
IMAGINOLOGIA 12
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Histórico das radiações ionizantes
A descoberta totalmente inesperada dos raios X ocorreu em 8 de novembro 
de 1985, pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, que decidiu reproduzir o 
experimento realizado pelo pesquisador Philipp Lenard, embrulhando totalmente 
o tubo de Crookes com papel fotográfi co (preto) para visualizar melhor os efeitos 
dos raios catódicos no laboratório totalmente escuro. 
Por acaso, a alguns metros de distância do tubo, havia uma placa revestida 
com platinocianeto de bário, material fl uorescente sobre a mesa, que fl uorescia 
fracamente quando o tubo era ligado, mesmo estando distante. Percebeu-se que 
a intensidade desse brilho (fl uorescência) aumentava quando a placa se aproxima-
va do tubo. Logo, Röntgen percebeu que havia descoberto um tipo de radiação.
CURIOSIDADE
Por seus trabalhos, Röentgen foi laureado com o Prêmio Nobel de Física 
no ano de 1901.
Poucos dias após a descoberta dos raios X, foram realizadas investigações 
extremamente rigorosas, observando o poder de penetração e absorção deles 
em diferentes tipos de materiais. As-
sim, no fi nal de 1985, Röntgen relatou 
seus resultados experimentais para 
a comunidade científi ca. No ano de 
1986, produziu e publicou a primeira 
imagem de raio-X, que era da mão da 
sua esposa Anna Bertha (Figura 1).
Após um ano da descoberta de 
Röntgen, o fenômeno da radioativida-
de foi descrito pelo pesquisador Antoi-
ne Henri Becquerel, que colocou fi lmes 
radiográfi cos em uma gaveta junto aos 
sais de urânio. Depois de revelados os 
fi lmes fotográfi cos, ele percebeu queforam sensibilizados pela radiação. 
Figura 1. Radiografi a da mão da Anna Bertha Ludwig. 
Fonte: OKUNO; YOSHIMURA, 2010, p. 37.
IMAGINOLOGIA 13
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Assim, ele compreendeu que essa radiação foi emitida pelos sais de urânio de 
forma espontânea. 
Após a descoberta desse fenômeno, chamado de radioatividade, que ocor-
re devido à liberação da energia de um átomo espontaneamente, 
foram realizadas experiências semelhantes, utilizando diferentes 
materiais. Em julho de 1983, Marie Curie e Pierre 
Curie, seu marido, anunciaram a descoberta de 
um novo elemento radioativo retirado da ura-
tina, ao qual chamaram de polônio e, em de-
zembro de 1898, o casal Curie anunciou a des-
coberta de outro elemento radioativo, o rádio.
Origem das radiações 
A radiação pode ser defi nida como a propagação de energia no espaço por 
meio de partículas em movimento, que são caracterizadas por sua frequência 
ou comprimento de onda. 
As radiações são provenientes de diferentes fontes, sendo divididas em io-
nizantes e não ionizantes. As ionizan-
tes também são divididas em naturais 
e artifi ciais, sendo que as naturais são 
provenientes do espaço (radiação cós-
mica) e de elementos instáveis encon-
trados na crosta terrestre e no núcleo, 
tais como o potássio-40, urânio-238 
e tório-232, e as radiações artifi ciais, 
produzidas pelo homem, geralmente 
são utilizadas nas aplicações médi-
cas para diagnóstico por imagem, tais 
como a radiologia convencional, tomo-
grafi a computadorizada e medicina nuclear. 
As radiações eletromagnéticas são classifi cadas em ionizantes e não ioni-
zantes, dentro de uma ampla faixa de frequência, denominada espectro eletro-
magnético, conforme mostra a Figura 2. 
IMAGINOLOGIA 14
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Do ponto de vista físico, as radiações ionizantes e não ionizantes, ao inte-
ragirem com um determinado material, podem provocar a excitação e a ioni-
zação. O processo de ionização é a interação na qual os elétrons são ejetados 
dos orbitais pelas radiações, tendo como resultado elétrons livres. A excitação 
é a interação na qual os elétrons são apenas deslocados de seus orbitais, mas 
quando retornam aos orbitais de origem, emitem a energia em forma de luz.
Tipo de radiação Microondas 
Construções Núcleo atômicoProtozoários Moléculas Átomos Agulha Abelha Humanos 
Infravermelho Luz visível Ultravioleta Raio-X 
Ondas de 
rádio Raios gama 
103 10-2 10-5 10-8 10-50 10-120.5 x 10-4 Comprimento da onda (m)
Escala de aproximação 
do comprimento 
da onda 
Frequência (Hz) 
Fóton
Fóton
Fóton
Excitação
Ionização
Íon
Elétron livre
Figura 2. Espectro eletromagnético. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 09/09/2020.
Figura 3. Ionização (acima) e excitação (abaixo). Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 78. (Adaptado). 
IMAGINOLOGIA 15
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 15 09/11/2020 16:18:51
Radiação não ionizante
A radiação é dita não ionizante quando possui energia sufi ciente apenas 
para excitar os elétrons do átomo, sem provocar a alteração da estrutura da 
matéria. Nessa situação, o elétron não será ejetado, mas poderá ganhar ener-
gia e se deslocar para uma camada mais energética. Os principais exemplos 
desse tipo de radiação são: microondas, luz visível, sinais de rádio e televisão.
Radiação ionizante
A radiação é denominada como ionizante quando, ao interagir com deter-
minado meio, transfere energia sufi ciente aos elétrons para ejetá-los do átomo 
e mudar a estrutura da matéria. Os principais exemplos desse tipo de radiação 
são: radiação-X, radiação gama e radiação beta.
Tipos de radiações ionizantes
As radiações são produzidas por processos de ajustes que ocorrerem nas 
camadas eletrônicas, núcleo ou por meio da interação de partículas com o 
átomo. Elas são divididas em: corpuscular e eletromagnética.
Nas radiações corpusculares, a energia se propaga por meio de partículas 
subatômicas, como prótons, elétrons e nêutrons, os quais possuem alta velo-
cidade. Algumas partículas são provenientes dos processos de fi ssão e outras 
do processo de desintegração nuclear. Os principais exemplos desse tipo de 
radiação são a beta e a alfa.
As partículas alfa (radiação alfa) são núcleos de hélio (He) formados por 
dois prótons e dois nêutrons com bastante energia cinética, que podem variar 
de 3,0 MeV a 7 MeV. Esse tipo de radiação é emitida por núcleos instáveis, que 
possuem uma elevada massa atômica, tal como tório e urânio. 
As radiações alfa (α) possuem baixo poder de penetração, mas 
uma alta dose de ionização. Assim, as exposições 
externas são inofensivas, pois não são capazes 
de atravessar a camada mais externa da pele. 
Contudo, quando são inaladas ou ingeridas 
por mecanismos de contaminação acidental 
ou natural, provocam sérios danos aos siste-
mas respiratório e digestivo.
IMAGINOLOGIA 16
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 16 09/11/2020 16:18:51
α
Eα
Eβ
EI
β
Figura 4. Emissão de uma partícula (α) por um núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 24.
Figura 5. Emissão de uma partícula beta por um núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 19.
As partículas beta são elétrons (β-) ou pósitrons (β+) emitidos pelo núcleo 
com o objetivo de adquirir estabilidade, possuindo pequeno poder de pene-
tração e depende diretamente da sua energia. Assim, ao interagir com o te-
cido humano, consegue atravessar alguns milímetros, podendo ser utilizada 
principalmente no tratamento de câncer de pele.
IMAGINOLOGIA 17
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 17 09/11/2020 16:18:51
Em relação às radiações eletromagnéticas, a energia é propagada em forma 
de ondas, que viajam em uma mesma velocidade e diferem somente em relação 
ao comprimento. Essas radiações possuem como características principais a pro-
pagação, que ocorre independentemente da existência do meio, e ausência de 
massa. Os principais exemplos desse tipo de radiação são os raios gama e raios X.
Radiação gama
Os raios gama são ondas eletromagnéticas muito penetrantes, pois pos-
suem alta frequência e são emitidos pelos núcleos atômicos com excesso de 
energia, ou seja, quando estão excitados. Esse tipo de radiação é bastante pe-
rigosa, uma vez que são ondas com altas energias, capazes de danifi car ou até 
destruir as moléculas que compõem as células, podendo resultar em mutações 
genéticas ou até em morte. A radiação gama é bastante utilizada em radiotera-
pia e aplicações industriais.
γ
Eγ
Figura 6. Emissão da radiação gama pelo núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 24.
ASSISTA
O acidente radiológico de Goiânia foi o mais grave epi-
sódio de contaminação por isótopo Césio-137 (emissor de 
radiação gama) ocorrido no Brasil e o maior acidente do 
mundo, não levando em consideração os que ocorreram 
nas usinas nucleares. No vídeo Césio 137: maior acidente 
radioativo do Brasil completa 32 anos, é possível saber 
mais sobre o assunto. 
IMAGINOLOGIA 18
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 18 09/11/2020 16:18:52
Raios X
Os raios X são também considerados ondas eletromagnéticas, ou seja, pos-
suem as mesmas características da radiação gama, diferindo apenas em relação 
a sua origem, uma vez que a radiação gama é oriunda de dentro do núcleo e os 
raios X são oriundos da interação com elétrons orbitais dos átomos do alvo. 
Os raios X utilizados nas aplicações médicas são, em sua maioria, produzi-
dos por tubos de vidro em vácuo que possuem um fi lamento (cátodo) e um alvo 
metálico (ânodo). Ao aplicar uma tensão no fi lamento de tungstênio (cátodo), 
é produzida uma corrente elétrica que gera elétrons por emissão termiônica. 
Esses elétrons são acelerados fortemente por meio da diferença de potencial 
elétrico (DDP) até atingirem o alvo metálico (ânodo), também composto por 
tungstênio. O resultado disso é a emissão de dois tipos de raios X: o caracterís-
tico e de freamento (bremsstrahlung).
Raios X de freamento (bremsstrahlung)
A radiação de freamento, tambémconhecida como bremsstrahlung, é pro-
duzida quando um elétron dotado de alta energia cinética consegue transitar 
próximo ao núcleo ou na eletrosfera do átomo-alvo. No entanto, esses elétrons 
atraídos sofrem um desvio da sua trajetória original, resultando na perda de 
parte de sua energia na forma de raios X, que possuem um espectro contínuo 
de energia, conforme mostra a Figura 7.
Elétrons
projetados 
Raios X de
freamento de
energia alta
Raios X de
freamento de
energia baixa 
e-
e-
Figura 7. Raios X de freamento. Fonte: BUSHONG, 2010, p. 314.
IMAGINOLOGIA 19
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 19 09/11/2020 16:18:52
Raios X característicos
O processo de produção de raios X característicos ocorre quando um elé-
tron acelerado (emitido) interage com elétrons presentes nas camadas orbitais 
mais internas do átomo-alvo. Essa interação resulta na retirada de 
um elétron da camada K, processo chamado de ionização, 
criando uma vacância temporária e deixando esse áto-
mo altamente instável. A estabilidade desse átomo é 
adquirida por meio da transição de um elétron de 
uma camada mais externa para essa vacância, con-
forme mostra a Figura 8.
Elétron 
ionizado da 
camada K 
Elétron 
projetado 
Raios X 
característicos
Figura 8. Raios X característicos. Fonte: BUSHONG, 2010, p. 311.
Interação das radiações eletromagnéticas com a matéria
A interação das radiações eletromagnéticas (fótons) com a matéria, no in-
tervalo de energia que inclui as radiações gama e os raios X (freamento e 
característico), vai depender de uma série de fatores, tais como energia da 
radiação incidente, número atômico, densidade e espessura. No entanto, em 
algumas situações, a radiação pode atravessar distâncias consideráveis na 
matéria sem modifi cá-la e sem se modifi car. 
OBJETOS DE 
APRENDIZAGEM
Clique aqui
IMAGINOLOGIA 20
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 20 09/11/2020 16:18:52
Os principais processos de interação são o efeito compton, efeito fotoelé-
trico, espalhamento coerente, produção de pares e aniquilação. Veremos 
cada um desses processos com mais detalhes a seguir.
Efeito Compton
O efeito Compton é caracterizado quando um fóton interage com um elé-
tron fracamente ligado ao átomo (livre) com o objetivo de promover o deslo-
camento desse elétron, situado nas camadas mais externas da eletrosfera. A 
energia não transferida deixa o átomo na forma de um fóton, que possui uma 
energia menor do que o fóton incidente. Dessa forma, o fóton continua a se 
propagar após a interação com a matéria, seguindo uma direção totalmente 
diferente da inicial. 
Dois fatores são responsáveis por determinar a quantidade de energia que 
permanece no fóton emergente: energia inicial do fóton incidente, e o ângulo 
de desvio. 
Efeito ComptonEγ
E’γ
Ee
Figura 9. Efeito Compton. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 82.
Em relação às mudanças, é possível dizer que o efeito Compton promove 
a ionização do átomo no meio, faz com que o fóton perca energia e mude de 
direção na radiação incidente. Por fi m, a radiação ionizante produzida possui 
elétron rápido, fóton com menor energia e mais espalhado. 
IMAGINOLOGIA 21
SER_BIOMED_IMAG_UNID1.indd 21 09/11/2020 16:18:52
Efeito fotoelétrico
Esse efeito é caracterizado pela transferência total da energia da radiação a 
um único elétron orbital. Para isso, o fóton deve fornecer energia sufi ciente ao 
elétron para romper a atração eletrostática exercida pelo núcleo, ejetando-o do 
átomo na forma de um fotoelétron. Nesta interação, após a transferência dessa 
energia, o fóton desaparece e o átomo é ionizado. 
O efeito fotoelétrico proporciona a formação de imagens radiográfi cas com 
elevado contraste, ou seja, com ótima qualidade. Entretanto, por ionizar o meio-
-alvo, resulta no aumento da quantidade de radiação absorvida pelo corpo. 
Ec
Efeito fotoelétrico 
Eγ
Figura 10. Efeito Fotoelétrico. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 79.
Em relação às consequências do efeito fotoelétrico, é possível dizer que, para 
o meio, ocorre a ionização e excitação do átomo; o que muda na radiação inci-
dente é que o fóton é absorvido e, por fi m, a radiação ionizante produzida fi ca 
com elétrons rápidos e raios X característicos. 
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Produção de pares e aniquilação
O processo de produção de pares se caracteriza quando um fóton de alta 
energia, maior do que 1,022 MeV, colide com o núcleo atômico, cedendo toda 
sua energia para o núcleo e dando origem a duas partículas: o elétron (e-), de 
carga negativa, e o pósitron (e+), de carga positiva, cada um com energia de 511 
keV. Nesta interação, essas partículas se afastam em sentidos opostos com 
grande velocidade, impossibilitando sua recombinação e, consequentemente, 
fazendo com que elas possam sofrer aniquilação.
No processo de aniquilação de pósitrons, a massa é convertida em energia. 
Nesse sentido, é possível observar que não é necessária a presença de um 
material para que ocorra a interação, enquanto a produção de pares requer 
essa condição. 
Ec
Formação de pares 
Ey
Ec
e-
e+
Figura 11. Produção de pares. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 84.
Em relação à produção de pares, as consequências 
para o meio e para a radiação são recuo do núcleo, 
aniquilação do pósitron e absorção do fóton. As 
radiações liberadas em consequência da intera-
ção são: elétron e pósitron rápidos e raios X de 
aniquilação. 
OBJETOS DE 
APRENDIZAGEM
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Fatores de qualidade da imagem radiográfica
A qualidade da imagem radiográfi ca se refere à fi delidade com que a es-
trutura estudada apresenta na imagem. Uma imagem radiográfi ca de alta 
qualidade deve apresentar alto contraste e nitidez, garantindo o bem-estar do 
paciente. Os principais fatores que estão diretamente ligados à qualidade da 
imagem, podendo afetá-la de maneira direta ou indireta, são densidade, con-
traste, distorção e resolução espacial.
A densidade radiográfi ca, que também pode ser chamada de densidade óp-
tica, é defi nida como o grau de enegre-
cimento de uma imagem radiográfi ca. 
Assim, quando uma radiografi a apre-
senta uma densidade alta (maior grau 
de enegrecimento), menos luz é trans-
mitida pela imagem. O principal fator 
responsável por controlar a densidade 
é o mAs (quantidade de elétrons pro-
duzidos no cátodo), que controla a 
densidade da imagem radiográfi ca por 
meio da duração da exposição e a quantidade de raios X emitidos. 
O contraste em uma imagem radiográfi ca é a diferença de densidades entre 
as áreas adjacentes de uma imagem, ou seja, variação na densidade. Assim, 
quando essa diferença se apresentar grande, o contraste será alto, e quando 
essa diferença for pequena, o contraste será baixo. O fator responsável pelo 
contraste é a alta tensão (kV), que controla a energia e, desse modo, a penetra-
ção do feixe primário de raios X.
A distorção é defi nida como a representação equivocada do formato ou 
tamanho do objeto registrado em uma imagem radiográfi ca, produzindo, as-
sim, uma representação errônea do objeto. Por isso, é impossível obter uma 
imagem radiográfi ca com as dimensões exatas da estrutura que está sendo 
radiografada. Isso ocorre devido a três condições: 
• espessura do objeto;
• posição do objeto;
• forma do objeto. 
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O quarto e o último fator é a resolução espacial, que também é conhecida 
como a nitidez da imagem. Ela é defi nida como delimitação mensurável dos de-
talhes das estruturas anatômicas em uma radiografi a. Essa nitidez dos detalhes 
pode ser demonstrada observando as linhas estruturais e as bordas das estru-
turas e tecido. A ausência de detalhes é descrita como ausência de ni-
tidez ou borramento da imagem. Os principais fatores 
responsáveis por provocar falta de nitidez em uma 
imagem radiográfi casão o posicionamento, algum 
movimento do paciente e o ponto focal – a utiliza-
ção de um menor ponto focal resultará em um menor 
borramento, ou seja, em uma imagem mais nítida. 
Introdução à radiobiologia
Ao falarmos em radiação, pensamos imediatamente em acidentes nuclea-
res, bombas atômicas e efeitos deletérios provocados no organismo. Nesse 
sentido, é importante responder às seguintes perguntas: o que a radiação pro-
voca no organismo humano? Por que ela pode ser deletéria? 
Para responder a tais questionamentos, estudaremos os princípios da ra-
diobiologia e as principais teorias de interação, efeito e consequências para os 
organismos.
Conceito e história da radiobiologia 
A radiobiologia surgiu como ciência que se dedica a estudar os efeitos da 
radiação no organismo humano com o objetivo de contribuir com a utilização 
da radiação de forma mais segura e efi ciente nas diversas aplicações. 
Suas pesquisas relacionam os fatores “dose absorvida” e “resposta biológi-
ca” para prever os efeitos de determinada dose , quantifi cando e qualifi cando 
respostas controladas ou acidentais da exposição à radiação.
Desde a produção da primeira radiografi a, realizada pelo físico inglês Wi-
lhelm Conrad Röntgen com o auxílio do professor de anatomia Rudolf Albert 
von Kölliker, em 1895, muito se tem estudado sobre os efeitos da radiação com 
a matéria, sobretudo a matéria constituinte dos seres vivos. 
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APRENDIZAGEM
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O primeiro cientista a constatar o efeito deletério da radiação foi Antoine 
Henri Becquerel, quando, inadvertidamente, levou consigo em seu bolso uma 
amostra de rádio e percebeu a formação de eritemas na pele duas semanas 
depois do ocorrido. Depois disso, houve a formação de úlceras que demora-
ram muitos meses para serem curadas. Pierre Curie repetiu tal feito em 1901, 
no próprio antebraço. Desta forma, a partir do início do século XX, os estudos 
dentro da radiobiologia começaram.
Ciclo celular e os efeitos da radiação a nível celular
Os efeitos das radiações estão relacionados diretamente à interação destas 
com a menor unidade viva formadora dos organismos, a célula. Estima-se a exis-
tência de aproximadamente 10 milhões de espécies diferentes de seres vivos 
no nosso planeta, cada qual com suas particularidades, características e meca-
nismos de adaptações, passados geração após geração por hereditariedade, fa-
zendo com que todos compartilhem estruturas celulares semelhantes. Tudo que 
tem vida é constituído de célula. Sendo assim, a morte inicia da mesma forma: 
com uma célula, ou um grupo de células, que começa a apresentar defeitos.
Todas as células são formadas de moléculas, como aminoácidos, nucleotí-
deos, ácidos graxos e carboidratos, que são constituídos de átomos. Os princi-
pais átomos existentes nos organismos estão apresentados no Quadro 1.
Composição atômica dos organismos vivos
60,0% Hidrogênio
25,7% Oxigênio
10,7% Carbono
2,4% Nitrogênio
0,2% Cálcio
0,1% Fósforo
0,1% Enxofre
0,8% Outros
QUADRO 1. COMPOSIÇÃO ATÔMICA DAS MOLÉCULAS NOS ORGANISMOS
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O conjunto de moléculas dá origem às biomoléculas, constituídas de vá-
rias unidades de monômeros, como proteínas, ácidos nucleicos (DNA e RNA), 
lipídeos e polissacarídeos. O conjunto de biomoléculas dá origem às células, 
a primeira unidade viva. O conjunto de células dá origem aos tecidos, como o 
tecido muscular, conjuntivo e nervoso. O conjunto de tecidos, por sua vez, dá 
origem aos órgãos, como coração, peritônio e cérebro. O conjunto de órgãos 
dá origem aos sistemas, como o sistema nervoso, sistema locomotor e sistema 
respiratório. E o conjunto de sistemas dá origem ao organismo.
Célula 
Nível 4 Nível 3 Nível 2 Nível 1
Cromatina 
Proteína 
Nucleotídeos 
Aminoácidos 
Açúcares
Celulose 
DNA 
Membrana
plasmática 
Parede celular
Organelas Macromoléculas Unidades
monoméricas
Figura 12. Hierarquia de estruturas celulares de monómeros até a célula. Fonte: NELSON; COX, 2014, p. 11.
De acordo com o dogma central da biologia, “estrutura indica função”. Em 
outras palavras, cada biomolécula está relacionada a uma específica e particu-
lar função, que se relaciona com sua estrutura e é determinada pela informa-
ção contida no DNA.
O DNA se apresenta como uma dupla hélice e é constituído de nucleotídeos 
pareados em ordem específica. As proteínas são arranjos de aminoácidos do-
brados e apresentam funções estruturais e funcionais nas células. Polímeros 
de açúcares são formados por monômeros individuais específicos com funções 
energéticas e estruturais. E todas essas propriedades são determinadas pela 
informação contida no DNA, que podemos definir como o centro de comando 
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da célula. Caso tenha problemas com o centro de comando, toda a célula está 
comprometida, ela pode perder sua função, perder a propriedade de se dividir 
ou ser estimulada a se dividir em excesso e até mesmo morrer. Qualquer um 
desses efeitos é prejudicial para o organismo.
Replicação
Transcrição
Tradução
Transcrição
reversa
DNA DNA
PROTEÍNA
Figura 13. DNA é transcrito em RNA e traduzido em proteína. As proteínas expressas em uma célula determinam a sua 
função e regulação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/09/2020. 
Uma das características mais importantes das células é a capacidade de 
replicação em cópias idênticas. Esse processo é chamado de divisão celular. 
A divisão celular (citocinese) faz parte do chamado ciclo celular, composto por 
três fases principais: crescimento, desenvolvimento e divisão da célula. 
Na mitose, processo no qual uma célula se divide em duas células idênticas 
com o mesmo número de cromossomos, há cinco subfases: prófase, prome-
táfase, metáfase, anáfase e telófase. No processo da meiose, são produzidos 
os gametas haploides e o princípio da divisão obedece ao mesmo padrão. A 
parte do ciclo celular entre os eventos mitóticos é conhecida como intérfase, 
que corresponde ao período de crescimento, desenvolvimento ou dormência 
da célula.
No que diz respeito ao ciclo celular, há quatro fases, conhecidas como M, G1, 
S e G2. A fase G1 corresponde ao momento no qual a célula cresce e se desen-
volve. A fase S é a fase de preparação para a mitose ou meiose, caracterizada 
pela síntese e duplicação do material genético, necessária tanto para a mitose 
como para a meiose. Na fase G2, que ocorre imediatamente após a fase S, a 
célula cresce e se prepara para entrar na fase de divisão celular, que é a fase M. 
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No fi nal do processo, a mitose produz duas células idênticas diploides, enquan-
to na meiose ocorre a produção de quatro células haploides. Além disso, den-
tro da fase G1, a célula pode entrar na fase G0, em que a célula entra em um 
período de “dormência” e não é estimulada a ativar funções replicativas.
O ciclo celular tem uma particularidade interessante: ele apresenta pontos 
de controle que verifi cam a estabilidade do DNA e o microambiente, pois, para 
a correta divisão celular, o DNA precisa estar íntegro e o microambiente precisa 
ser favorável para produzir células saudáveis. Caso contrário, as recém-cria-
das células podem ser inviáveis ou se apresentar como uma ameaça para o 
organismo, tornando-se malignas e dando origem a neoplasmas. Esses pontos 
de checagem estão na transição da fase G2/M, transição metáfase/anáfase e 
transição G2/S. 
Os efeitos da radiação a nível celular
O DNA, por ser uma molécula com uma das funções mais importantes para 
a célula, é particularmente sensível à radiação e sua quebra é a principal causa 
dos efeitos biológicos da radiação. Esse mesmo princípio se repete nas demais 
classes de biomoléculas, como lipídeos, proteínas e polímeros de açúcares,que 
também podem ter estruturas modifi cadas pela radiação. 
Todas as formas de radiação, sejam elas raios X e gama ou partículas car-
regadas, se estiverem em contato com material biológico, podem interagir de 
maneira direta ou indireta com a matéria. 
Na interação direta da radiação, 
os átomos que constituem as biomo-
léculas são ionizados e/ou excitados, 
ligações químicas são rompidas ou 
modifi cadas e ocorrem alterações na 
estrutura da molécula, o que leva a 
mudanças em suas estruturas polimé-
ricas e funções dentro da célula ou no 
microambiente celular. Esse efeito é 
comum em incidência de nêutrons e 
partículas alfa.
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A interação indireta da radiação se dá quando 
a radiação interage com outros átomos ou molécu-
las na célula que não fazem parte de sua estru-
tura, como as moléculas de água. Essa interação 
produz espécies reativas de oxigênio que se es-
palham rapidamente e interagem com biomolécu-
las, promovendo mudanças em ligações químicas e, 
consequentemente, mudanças estruturais e funcionais. Espécies 
reativas do oxigênio são átomos ou moléculas com os elétrons de-
semparelhados, essas moléculas são associadas com alta instabilidade e rea-
ções químicas deletérias. Considerando que quase 80% da célula é água, o efei-
to indireto da radiação é considerável, principalmente com os raios X e gama. 
Veja o exemplo a seguir:
H2O → H2O+ + e-
A molécula de água perde um elétron e se torna um íon radical (H2O+). Essa 
molécula tem um elétron desemparelhado e é instável, com uma meia-vida de 
10-10 s, que reage com outra molécula de água e se transforma no altamente 
reativo radical hidróxido (HO*):
H2O+ + H2O → H3O+ + OH* 
O radical hidróxido é extremamente reativo e reage com biomoléculas pró-
ximas, como o DNA, provocando alte-
ração em sua estrutura de dupla héli-
ce, quebra de ligações e rompimentos 
de nucleotídeos, modificando toda a 
cadeia de informação e funcionamen-
to normal do DNA e da célula. Estima-
-se, de acordo com Hall e Giaccia, no 
livro Radiobiology for the radiologist, 
publicado em 2012, que cerca de dois 
terços das modificações que os raios 
X provocam em células de mamíferos 
ocorrem devido ao radical hidróxido.
As sequências de eventos provocados por um fóton incidente e os efeitos 
biológicos podem ser resumidas no esquema demonstrado pelo Diagrama 1. 
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DIAGRAMA 1. SEQUÊNCIAS DE EVENTOS PROVOCADOS POR UM FÓTON
Os efeitos biológicos provocados pela radiação direta ou indireta, desde 
o rompimento das ligações químicas de moléculas até os primeiros sintomas 
clínicos, podem ser verificados em horas, dias, semanas, anos ou gerações, 
dependendo da dose absorvida. Se o efeito for morte celular, os sin-
tomas podem parecer em horas ou dias. Se os efeitos forem 
oncogênicos, os sintomas podem demorar até 40 anos 
para aparecer. Por fim, se os efeitos forem em células 
germinativas, podem aparecer na próxima geração como 
problemas hereditários. 
DICA
Quando os efeitos da radiação se manifestam no próprio indivíduo, são 
chamados de efeitos somáticos. Quando se manifestam em sua descen-
dência, são chamados de efeitos genéticos. 
Fótons de raios X incidentes
Espécies reativas do oxigênio
Mudanças químicas provocadas por quebras de ligações em biomoléculas
Efeitos biológicos
Íon radical
Elétrons rápidos (e-)
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Os principais sintomas imediatos da radiação são:
• náuseas e vômitos, que ocorrem poucas horas após a exposição;
• sensação de fadiga em pacientes que recebem dose em regiões com grandes 
volumes;
• sonolência, efeito verificado em horas após a irradiação do crânio;
• edema e eritema agudo, inflamação e rompimentos de vasos, verificado em 
exposições locais.
As células desenvolveram uma série de mecanismos protetores contra agen-
tes genotóxicos como a radiação, dentre eles existem os mecanismos de reparo 
do DNA, morte celular programada e a expressão de enzimas antioxidantes que 
regulam os efeitos deletérios.
Além disso, os efeitos biológicos da radiação dependem da dose e do tempo 
de exposição. Em doses elevadas que ultrapassam a dose limiar ou dose sub-
letal da capacidade de recuperação tecidual, os efeitos são agudos e rápidos, 
independentes do tecido. Por outro lado, doses abaixo do limiar de recuperação 
tecidual provocam efeitos diferentes, dependendo das propriedades das células 
e dos tecidos. Dessa forma, a sensibilidade do tecido à radiação depende de al-
guns fatores:
1. A sensibilidade celular inerente de determinado grupo de células;
2. A cinética do tecido (sua capacidade de regeneração);
3. O tipo de organização celular no tecido.
Em tecidos com uma regeneração rápida, as alterações biológicas se tornam 
evidentes de forma mais rápida, podendo ocorrer nos tecidos como epitélio in-
testinal e medula óssea, cujos efeitos são vistos em horas. Os efeitos na pele e 
mucosas, por sua vez, são observados dentro de alguns dias. Por outro lado, nos 
tecidos que se dividem pouco, os efeitos biológicos podem demorar a aparecer. 
Outro fator importante é o nível de diferenciação do tecido. Em células-tronco 
(células precursoras de tecidos), os efeitos provocados pelas radiações são maio-
res devido à alta capacidade de divisão. As células diferenciadas, que se dividem 
raramente, não apresentam sérios efeitos biológicos da radiação. 
Essa descoberta foi primeiramente demonstrada por Bergonie e Tribondeau 
em 1906, momento no qual eles verificaram que a maior “radiossensibilidade” está 
relacionada à menor diferenciação, alta capacidade proliferativa e alta velocidade 
de proliferação. Essa relação é conhecida como Lei de Bergonie e Tribondeau. 
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Radiossensibilidade Tipo de células
Alta
Linfócitos
Espermatogônia
Eritroblastos
Células da cripta intestinal
Intermediária
Células endoteliais
Osteoblastos
Espermatídeos
Fibroblastos
Baixa
Células musculares
Células neurais
Radiossensibilidade Tecidos ou órgãos Efeitos
Alta (200 – 1000 rad)
Tecido linfático Atrofia
Medula óssea Hipoplasia
Gônadas Atrofia
Intermediária (1000 – 
5000 rad)
Pele Eritema
Trato gastrointestinal Úlcera
Córnea Catarata
Osso em crescimento Interrupção do crescimento
Rins Nefrosclerose
Fígado Ascite
Tireoide Atrofia
Baixa (> 5000 rad)
Músculos Fibrose
Cérebro Necrose
Coluna vertebral Transecção
QUADRO 2. RELAÇÃO ENTRE RADIOSSENSIBILIDADE, CÉLULAS E TECIDOS
Fonte: BUSHONG, 2010, pp. 1305-1306. (Adaptado).
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No Quadro 3, é possível verificar algumas profissões em que esses efeitos são 
mais comuns. Os profissionais dessas profissões têm um limite de dose contro-
lada e exposição. No entanto, nem sempre foi assim e hoje podemos verificar os 
efeitos biológicos nesses exemplos. Partes desses dados podem ser verificados 
também em pessoas expostas a acidentes nucleares.
População Efeito
Radiologistas americanos Leucemia, redução do tempo de vida
Sobreviventes da bomba atômica Doenças malignas
Vítimas de acidente nuclear (p. ex., Chernobyl) Letalidade aguda
Moradores das Ilhas Marshall Câncer da tireoide
Trabalhadores em minas de urânio Câncer de pulmão
Pintores de relógio (com tinta de rádio) Câncer ósseo
Pacientes tratados com I131 Câncer da tireoide
Crianças submetidas a tratamento de 
hipertrofia do timo Câncer da tireoide
Crianças da Bielorrússia (pela circulação de 
ventos vindos de Chernobyl) Câncer da tireoide
Pacientes com espondilite anquilosante Leucemia
Pacientes submetidos a estudos de contraste 
de tório Câncer de fígado
Irradiação do útero Doença maligna na infância
Condenados voluntários Infertilidade
Trabalhadores de cíclotron Catarata
QUADRO 3. PRINCIPAIS PROFISSÕESE ACIDENTES RELACIONADOS A EFEITOS 
BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fonte: BUSHONG, 2010, p. 1018.
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Sintetizando
Nesta unidade, foram apresentados os conceitos básicos sobre as radiações, 
que podem ser classificadas como ionizantes, quando interagem com átomo 
transferindo energia suficiente para ejetá-lo, e não ionizantes, quando possuem 
energia suficiente para apenas excitar os elétrons. O processo de produção das 
radiações ionizantes ocorre por meio do ajuste nas camadas eletrônicas, que 
podem ser divididas quanto à sua natureza corpuscular, energia que se propaga 
por meio de partícula, e as eletromagnéticas, energia propagada em forma de 
ondas eletromagnéticas.
A radiação ionizante mais utilizada na área da imaginologia são os raios X, 
que são considerados ondas eletromagnéticas oriundos da interação com os 
elétrons orbitais dos átomos do alvo. Nessa interação, podem ser gerados dois 
tipos de raios X: os característicos e os de freamento (bremsstrahlung). 
A interação das radiações eletromagnéticas com a matéria vai depender da 
energia da radiação incidente, densidade e espessura no material que está sen-
do irradiado. Os principais processos de interação são os efeitos Compton, fo-
toelétrico, espalhamento coerente, produção de pares e aniquilação. 
A radiobiologia tem o objetivo de estudar os principais efeitos da interação 
das radiações no organismo humano, sendo possível desenvolver métodos para 
utilização das radiações ionizantes de uma forma mais segura e eficaz. Os efei-
tos das radiações estão relacionados com a interação delas com as células, que 
é a unidade viva formadora dos organismos. Nesse sentido, o DNA possui as 
funções mais importantes para a célula, mas é muito sensível à radiação e sua 
quebra é a principal causa dos efeitos biológicos da radiação.
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2020. 
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OS EFEITOS DAS 
RADIAÇÕES 
NO DNA E NOS 
CROMOSSOMOS
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Entender o conceito de transferência linear de energia; 
 Conhecer os principais efeitos das radiações no DNA e nos cromossomos;
 Compreender a classificação dos efeitos biológicos em relação à dose, tempo 
de manifestação e nível orgânico atingido;
 Entender de que forma ocorreu o acidente nuclear de Goiânia.
 Transferência Linear de Energia 
(LET)
 Os efeitos das radiações no DNA 
e nos cromossomos
 Os tipos de exposição à radiação 
ionizante
 Classificação dos efeitos 
biológicos 
 Acidente nuclear de Goiânia 
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Transferência Linear de Energia (LET)
Quando a radiação interage com 
um material biológico, as ionizações e 
excitações de átomos não ocorrem de 
maneira aleatória e descoordenada, 
mas tendem a ser localizadas ao longo 
de trajetórias de partículas carregadas 
individualmente em um padrão que 
depende do tipo de radiação envolvida.
Por exemplo, fótons de raio-X dão 
origem a elétrons rápidos, partículas 
carregadas com massa muito baixa; 
neutros, por sua vez, originam prótons 
lentos, partículas carregadas com uma massa 2.000 vezes maior do que elé-
trons. Partículas alfa possuem a carga de dois elétrons, sendo quatro vezes 
mais pesadas do que um próton. A taxa carga/massa da partícula alfa difere 
do elétron por um fator na ordem de 8.000. É por este motivo que a ordem de 
ionização da matéria produzida por essas radiações varia enormemente.
O experimento da Figura 1 é uma eletromicrografi a de células de fígado 
humano. Os pontos brancos foram gerados por uma simulação computacional 
de eventos de ionização. A trajetória track inferior representa elétrons de baixa 
energia (5 KeV) e baixa ionização, comuns em exames diagnósticos de raios-X. 
A segunda trajetória representa elétrons produzidos com 1 MeV por raios-X de 
fonte de Cobalto-60, com uma capacidade de ionização um pouco maior do 
que os raios-X. 
Para determinada partícula, a densidade de ionização diminui à 
medida que a energia aumenta. A terceira trajetória representa 
um próton (500 KeV) produzido pela fi ssão de um nêu-
tron em um reator nuclear. Uma trajetória de ioniza-
ção mais densa é produzida. A última trajetória de 
ionização é de um próton com 10 MeV, que pode 
ser produzido por nêutrons de alta energia, utiliza-
dos em radioterapia.
IMAGINOLOGIA 39
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 39 10/11/2020 10:28:52
Figura 1. Variação de densidade de ionização com diferentes tipos de radiação. Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 105.
O conceito de transferência linear de energia (Linear Energy Transfer - LET) 
é a energia transferida por unidade de distância em uma trajetória. A unidade 
especial do LET é o KeV/µm em uma determinada densidade de material. Os 
LETs das formas de radiação são calculados por dois métodos principais, a mé-
dia de trajetória (track average) e média de energia (energy average). O Quadro 1 
analisa os LETs dos diferentes tipos de radiação.
Valores típicos de Transferência Linear de Energia (LET)
Radiação Transferência Linear de Energia (LET) em (KeV/µm)
Raios γ de Cobalto-60 0,2
Raios X 250 Kev 2,0
Prótons 10 MeV 4,7
Prótons 150 MeV 0,5
Partículas α 2,5 MeV 166
Íons de Fe 2 GeV 1000
Em termos gerais, o valor do LET é inversamente proporcional à distância percor-
rida e diretamente proporcional à energia, o que indica que quanto maior a trans-
ferência linear de energia, maior a energia em KeV e menor a distância percorrida. 
QUADRO 1. TIPOS DE RADIAÇÃO E SEUS DIFERENTES LETS
Raios γ de Cobalto-60Raios γ de Cobalto-60Raios γ de Cobalto-60
Raios X 250 Kev
Raios γ de Cobalto-60
Raios X 250 Kev
Raios γ de Cobalto-60
Raios X 250 Kev
Prótons 10 MeV
Raios γ de Cobalto-60
Raios X 250 Kev
Prótons 10 MeV
Prótons 150 MeV
Partículas α 2,5 MeV
Raios γ de Cobalto-60
Raios X 250 Kev
Prótons 10 MeV
Prótons 150 MeV
Partículas α 2,5 MeV
Prótons10 MeV
Prótons 150 MeV
Partículas α 2,5 MeV
Íons de Fe 2 GeV
Prótons 10 MeV
Prótons 150 MeV
Partículas α 2,5 MeV
Íons de Fe 2 GeV
Prótons 150 MeV
Partículas α 2,5 MeV
Íons de Fe 2 GeV
Partículas α 2,5 MeV
Íons de Fe 2 GeV
Partículas α 2,5 MeV
Íons de Fe 2 GeV
0,20,2
2,0
4,7
0,5
166
10001000
Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 106. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 40
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 40 10/11/2020 10:28:53
Os efeitos das radiações no DNA e nos cromossomos
As diversas evidências na área da radiobiologia sugerem que o DNA é o 
principal alvo dos efeitos biológicos das radiações ionizantes, que incluem 
morte celular, carcinogêneses e mutações. Todos esses efeitos começam com 
a quebra da molécula do DNA.
O DNA é uma molécula conhecida como ácido desoxirribonucleico, que é 
longa, com estrutura de dupla hélice. Cada hélice é unida a outra por pontes de 
hidrogênio. A “espinha dorsal” das hélices é constituída por variações de quatro 
nucleotídeos (também chamadas de bases), que são moléculas constituídas de um 
açúcar, uma base nitrogenada e um fosfato. Esses nucleotídeos pertencem a dois 
grupos, os nucleotídeos de pirimidina com anéis simples; timina e citosina, e os 
nucleotídeos de purina, com anéis duplos, adenina e guanina (Figura 2). 
Cada fi ta simples de nucleotídeo é constituída dessas estruturas conectadas 
por ligações fosfodiéster com o carbono 3 da próxima base. Cada base de piri-
midina se liga complementarmente com uma base de purina, especifi camente; 
adenina pareia com timina, com duas pontes de hidrogênio, e guanina pareia 
com citosina, com três pontes de hidrogênio (Figuras 3 e 4).
ADENINA GUANINA
N
N
N
C
C
NH
H
H
NH2
C C
C
N
N
N
C
C
NH2N
H
H
O
C C
C
CITOSINA TIMINA
C C
C
C
O
H
H
H
H
NH2
N N
CH3
C C
C
C
O
H
H
H
O
N N
H
C C
C
C
O
H
H
H
O
N N
URACIL
Figura 2. Bases nitrogenadas de nucleotídeos. Fonte: BORDONI, 2011.
IMAGINOLOGIA 41
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 41 10/11/2020 10:28:53
Adenina
5º terminal
5º terminal
Citosina
Guanina
3º terminal
3º terminal
Timina
Esqueleto 
de fosfato-
desoxirribose
Figura 3. Pareamento de bases do DNA. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 05/10/2020.
Figura 4. Dupla hélice helicoidal de DNA com representação de átomos. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 01/10/2020.
Hidrogênio
Nitrogênio
Fósforo
Pirimidina
Su
lco
 m
ai
or
Su
lco
 m
en
or
Purina
T
C
A
G
Carbono
Oxigênio
IMAGINOLOGIA 42
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 42 10/11/2020 10:28:55
As fitas duplas de DNA estão distribuídas no núcleo por proteínas chama-
das histonas, que organizam a condensação da molécula. À medida que o 
DNA se torna cada vez mais condensado, são formadas estruturas chamadas 
nucleossomos e cromátides, e, por fim, originam os cromossomos em seu úl-
timo estágio de condensação. Eles são formados por uma estrutura central 
chamada centrômero e uma região terminal chamada telômero, que confere 
estabilidade à estrutura. Em células em divisão, o DNA aparece na forma de 
cromossomos pareados, esse é o melhor momento para visualizar o perfil em 
estudos de citogenética. 
Podem ocorrer diversos tipos de lesões no DNA provocadas por radiação, 
a grande maioria podendo ser reparada pelos mecanismos das células. A dose 
de radiação que caracteriza a média de um evento letal por célula em que 37% 
desta ainda se mantém viável é chamada de D0. Para células de mamíferos, o D0 
de um raio-X está entre 1 e 2 Gy. O número de lesões no DNA imediatamente 
detectado após uma determinada dose é:
• Danos na base > 1000.
• Quebra de fita simples (Single-strand breaks SSBs), reação de baixo LET, 1000.
• Quebra de fita dupla (Double-strand breaks DSBs), reação de alto LET, 40.
Os danos em nucleotídeos do DNA podem ocorrer de três diferentes maneiras:
• Formação de sítios apúricos ou apirimídicos: ocorre quando a radiação 
interage com a ribose ou qualquer outra parte do nucleotídeo.
• Efeitos sobre purinas: ataque de espécies reativas do oxigênio à adenina e 
guaninas com rompimento das ligações C-8 e C-9 do anel imidazólico.
• Efeito sobre pirimidinas: espécie reativa de oxigênio que pode atuar em 
timina e citosina, provocando a produção de peróxidos, devido às duplas liga-
ções nos átomos C-5 e C-6. A degradação desses peróxidos leva à formação de 
pirimidina-glicol e fragmentos de ureia que interagem com o DNA.
Se a célula for irradiada com uma modesta dose de raios-X, 
muitas quebras na fita simples podem acontecer. Na 
estrutura natural do DNA, os SSBs não produzem 
efeitos biológicos importantes, como a morte celu-
lar, porque esse efeito é facilmente corrigido pelo 
mecanismo de reparo, que utiliza a fita comple-
mentar como molde. Se o reparo é incorreto, ocorre 
IMAGINOLOGIA 43
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 43 10/11/2020 10:28:55
a formação de mutações, repetidas em todas as células-filhas a partir de então. 
Se ambas as fitas da dupla hélice são rompidas individualmente, o DNA é que-
brado e as partes são separadas, mas, novamente, o reparo ocorre rapidamen-
te, pois as duas partes são corrigidas separadamente pela fita complementar.
Em contraste, quando a quebra do DNA acontece nas duas fitas da dupla hé-
lice em posições opostas e complementares, pode levar a DSBs, resultando na 
clivagem da cromatina em duas ou mais partes. DSBs são as lesões mais impor-
tantes provocadas pela radiação na estrutura dos cromossomos. A produção de 
dois DSBs em uma mesma célula pode provocar morte celular, carcinogênese e 
mutações. As DSBs podem ocorrer em regiões diretamente opostas ou diferentes.
G
C
G
C
G
C
G
C
G
C
G
C
A
A
A
A
A
A
A
A
T
T
T
T
T
T
T
T
T
C
C
C
C
C
C
T
T
T
T
T
T
T
T
T
G
G
G
G
G
G
A
A
A
A
B
C
D
A A
A
A
G
C
AC
T T
G
A A G
C
A A
T T
TG
A
Figura 5. A. Representação bidimensional da hélice de DNA. B. Quebra de DNA em fita única (SSBs). C. Quebra de dupla fita em 
diferentes posições. D. Quebra em dupla fita em posições diretamente opostas (DSBs). Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 13. 
Além de promover rupturas no DNA, a radiação ionizante pode provocar 
os chamados cross linking, reações anormais. Essas reações de ligações podem 
acontecer entre partes de uma mesma molécula (DNA-DNA), entre duas fitas 
complementares de DNA ou moléculas diferentes (DNA-proteína). Esse tipo de 
reação altera a disposição dos nucleotídeos no DNA, provocando modificações 
genéticas e efeitos biológicos.
IMAGINOLOGIA 44
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 44 10/11/2020 10:28:55
Tanto os efeitos diretos como os indiretos da radiação podem produzir al-
terações na estrutura do DNA. No caso dos efeitos indiretos, o pesquisador 
Jorhn Ward descreveu a teoria de “sítios de danos locais múltiplos” ou lesões 
aglomeradas para explicar os efeitos das radiações raio-X e fótons γ no DNA. 
Ele descreve a dimensão da distância das espécies reativas de oxigênio (radi-
cais hidróxidos) e sua influência sobre o DNA. 
Os chamados Apur (cerca de três pares de íons com 100 eV), por exemplo, têm um 
diâmetro de 4 nm e influência em cerca de um conjunto de 20 pb (pares de bases), 
com diâmetro de 2 nm. Enquanto isso, os chamados Blob (cerca de 12 pares de íons 
com 100-500 eV) têm 7 nm e influência sobre mais pares de bases, o que provoca 
alterações maiores na estrutura de DNA, geralmente DSBs (HALL, GIACCIA, 2012).
Figura 6. Ilustração de teoria de “sítios de danos locais múltiplos” provocado por efeitos indiretos da radiação. Fonte: HALL; 
GIACCIA, 2012, p. 14. (Adaptado).
A morte celular provocada por radiação não se relaciona frequentemente 
com danos SSBs, mas apresenta melhor relação com DSBs. Células expostas 
a peróxido de hidrogênio, por exemplo, sofre muito com SSBs, mas apresenta 
uma alta resistência a concentrações desses radicais. Por outro lado, as células 
com defeito de reparo contra DSBs são extremamente sensíveis à radiação. 
Os DSBs provocam a formaçãode cromossomos aberrantes, que não con-
seguem formar homólogos e parear na divisão celular. A Figura 7 é uma fluores-
cência in situ de uma célula em metáfase, que recebeu uma radiação de 4 Gy, na 
qual os cromossomos aberrantes são evidenciados por setas. Por estes motivos, 
os DSBs são os piores efeitos biológicos provocados por radiações ionizantes.
2 nm
SPUR
4 nm de diâmetro
3 pares de íons
BLOB
7 nm de diâmetro
12 pares de íons
OH’
OH’
OH’
OH’
OH’
OH’ OH’
OH’OH’
OH’ OH’
OH’ OH’
OH’
OH’
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
eaq
IMAGINOLOGIA 45
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 45 10/11/2020 10:28:55
Figura 7. Fluorescência de célula que recebeu 4 Gy de radiação. Os cromossomos aberrantes estão indicados com setas. 
Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 31. 
Os tipos de exposição à radiação ionizante 
As radiações ionizantes que ocorrem por efeito direto e indireto também 
são capazes de alterar proteínas, modifi cando estruturas de aminoácidos. As 
proteínas podem ser desativadas por modifi cações estruturais por meio do 
rompimento de ligações químicas importantes. Entre os aminoácidos mais sen-
síveis à radiação ionizante temos o triptofano, cistina, cisteína, fenilalamina e 
tirosina. A radiação também é capaz de converter um aminoácido em outro.
Etapas de produção dos efeitos biológicos da radiação
Os efeitos somáticos provocados pelas radiações ionizantes podem ser 
classifi cados em:
• Efeitos imediatos: ocorrem em um período de dois meses após a irradiação.
• Efeitos tardios: ocorrem após dois meses depois da irradiação.
Além dos efeitos imediatos e tardios, existe a síndrome aguda da radiação. 
Essa síndrome ocorre quando a dose absorvida pelo organismo é muito alta, 
na ordem de centenas e milhares de rads. As principais informações sobre esta 
síndrome vêm de estudos experimentais com animais de laboratório, protocolos 
de radioterapia, acidentes nucleares como Chernobyl, estudos com os sobrevi-
ventes de Hiroshima e Nagasaki, a exposição de Marshallese em 1954 etc.
IMAGINOLOGIA 46
SER_BIOMED_IMAG_UNID2.indd 46 10/11/2020 10:28:56
Nesta síndrome, os pacientes apresentam os seguintes sintomas:
• Manifestações gastrointestinais: náuseas, vômito, hemorragia digestiva, 
anorexia, diarreia etc.;
• Febre, apatia, astênicos, sudorese e cefaleia.
Nos casos em que a dose absorvi-
da está na ordem de dezenas de mi-
lhares de rads, centenas de Gy, a ra-
diação pode levar à morte em poucas 
horas, devido às estruturas das molé-
culas afetadas, que são vitais para a 
homeostasia do organismo. A síndro-
me aguda da radiação é um quadro de 
sintomatologia grave, e sua gravidade 
depende da dose absorvida, tecidos e 
órgãos afetados, presença de radios-
sensibilizadores no organismo e a bio-
logia do organismo.
Pacientes que sofreram algum acidente nuclear e foram expostos a uma 
dose na ordem de 10.000 rads (100 Gy) apresentam desorientação temporal e 
espacial, convulsões e falta de coordenação motora. A morte pode ocorrer em 
horas ou até dois dias após a radiação.
A causa da morte em doses altas de radiação pode acontecer pelos seguin-
tes motivos:
• Síndrome cerebrovascular: caracterizada por parada cardiovascular e 
neurológica (doses de 100 Gy, morte em horas até dois dias);
• Síndrome gastrointestinal: atividade de 5 – 12Gy, morte entre nove e dez 
dias, sintomas como diarreia e destruição de mucosas gastrointestinais;
• Síndrome hematopoiética: baixa dose, 2,5 - 5Gy, a morte 
ocorre em algumas semanas ou meses e seus efeitos 
biológicos ocorrem principalmente em tecidos hema-
topoiéticos, como medula óssea. 
A diferença das formas de morte provocadas 
pela radiação acontece em função do tempo de ex-
posição e da dose absorvida.
IMAGINOLOGIA 47
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A letalidade precoce da radiação, 
também conhecida como síndro-
me da radiação prodromal, ocorre 
quando o paciente morre semanas 
depois da exposição a uma certa 
dose de radiação. Logo após a expo-
sição, os primeiros sintomas apare-
cem e permanecem por um tempo 
determinado. Esses sintomas po-
dem se repetir por alguns dias.
Os sintomas da síndrome pro-
dromal da radiação são divididos em dois principais grupos, gas-
trointestinal e neuromuscular:
• Os sintomas gastrointestinais são: anorexia, 
diarreia, náusea, vômito, cólicas intestinais, sali-
vação, desidratação e perda de peso. 
• Os sintomas neuromusculares incluem: fa-
diga, apatia, sudorese, febre, dor de cabeça e 
hipotensão.
Figura 8. Etapas da síndrome água da radiação em função do tempo versus exposição à radiação. Fonte: HALL; GIACCIA, 
2012, p. 115. (Adaptado).
Síndrome aguda da radiação
Ex
po
siç
ão
 d
a 
ra
di
aç
ão
Tempo
Síndrome
prodromal
Manifestação
de doenças
Período
de latência
Recuperação
ou morte
IMAGINOLOGIA 48
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Sintomas da síndrome prodromal
Neuromuscular Gastrointestinal
Fadiga Anorexia
______ Náusea 
______ Vômito
Sintomas adicionais verifi cados após uma dose supraletal
Febre Diarreia imediata
Hipotensão ______
QUADRO 2. SINTOMAS RECORRENTES NA FASE DE SÍNDROME PRODROMAL
FebreFebre
HipotensãoHipotensãoHipotensãoHipotensão
Diarreia imediataDiarreia imediataDiarreia imediataDiarreia imediata
______
Diarreia imediata
______
Fadiga Fadiga 
____________
____________
AnorexiaAnorexia
Náusea 
Anorexia
Náusea 
Vômito
Náusea 
VômitoVômito
 Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 115. (Adaptado).
O estudo de irradiação total do 
corpo tem sido realizado em dife-
rentes espécies. A dose letal (LD50) 
tem sido verificada desde camun-
dongos até humanos. Em humanos, 
os dados vêm de experimentos mi-
litares de 1950 e 1960, com pacien-
tes vítimas da detonação da bomba 
nuclear em Hiroshima e Nagasaki e 
A fase prodromal é seguida pelo estágio latente após o fi nal dos efeitos 
gastrointestinais e neuromusculares. Nesse estágio, estes sintomas desapa-
recem e o paciente se sente bem por um período, que pode se estender de 
horas até semanas. A duração do estágio de latência é inversamente propor-
cional à dose de exposição. A ausência da fase de latência, passando direta-
mente para a doença, indica uma fase alta de exposição.
O diagnóstico da síndrome aguda da radiação se dá por meio de altera-
ções hematopoiéticas na fase prodromal, com a redução de leucócitos, que já 
fi cam alterados com uma exposição de 0,5 Gy. Essas células são extremamen-
te sensíveis, sendo os melhores parâmetros para verifi car exposição a doses 
baixas de radiação. Os ensaios de dosimetria e verifi cação de cromossomos 
aberrantes de linfócitos (citogenética) também são frequentemente realiza-
dos. A menor dose de exposição que pode ser medida por ensaios citogenéti-
cos é de 0,2 Gy de raios-X ou γ.
IMAGINOLOGIA 49
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Espécies Massa corporal (Kg)
LD50 
(Gy)
Dose de resgate 
por Kg x 10-8
Concentração relativa 
de células tronco 
hematopoiéticas
Camundongo 0,025 7 2 10
Rato 0,2 6,75 3 6,7
Macaco Rhesus 2,8 5,25 7,5 7,3
Cachorro 12 3,7 17,5 1,1
Humano 70 4 20 1
TABELA 1. RELAÇÃO ENTRE LD50 DE DIFERENTES ESPÉCIES, MASSA CORPORAL E 
CONCENTRAÇÃO RELATIVA DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS
Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 121. (Adaptado).
A Agência Nacional de Energia Atômica (International Atomic Energy 
Agency – IAEA) e a Organização Mundial de Saúde (World Health Organi-
zation – WHO) produziram um documento intitulado Diagnóstico e Tra-
tamento de Leões da Radiação (Diagnosis and Treatment of Ra-
diation Injuries). Nos Quadros 3 e 4, resumimos as principais 
características desse documento. 
O Quadro 3 se refere à síndrome prodromal, en-
quanto o Quadro 5 se refere à fase crítica poste-
rior. Em geral, os sintomas aparecem desde uma 
exposição de 1 Gy, com pouco efeito biológico, e, 
a partir de 8 Gy, com 100% de letalidade.
ASSISTA
O acidente nuclear de Chernobyl,ocorrido entre 25 e 
26 de abril de 1986 ao norte da atual Ucrânia, é con-
siderado o pior desastre nuclear da história, tendo 
atingido o patamar mais elevado na Escala Internacio-
nal de Acidentes Nucleares. Para entender mais sobre 
os efeitos da radiação no corpo humano e como esse 
acidente mudou os rumos do estudo da energia nucle-
ar no mundo, assista à série Chernobyl (2019).
do acidente de Chernobyl. A Tabela 1 analisa os valores de LD50 de várias 
espécies, desde o camundongo até humanos, e sua relação entre massa 
corporal e números de células necessárias para transplantes de medula 
óssea para tratar os efeitos hematopoiéticos da radiação.
CamundongoCamundongoCamundongo
Macaco Rhesus
Camundongo
Rato
Macaco Rhesus
Camundongo
Rato
Macaco Rhesus
Cachorro
Macaco Rhesus
Cachorro
Macaco Rhesus
Cachorro
Humano
0,025
Humano
0,025
0,2
Humano
2,82,8
7
12
6,75
70
6,75
5,255,25
3,7
2
4
3
7,5
17,5
20
10
6,76,7
7,37,3
1,1
1
IMAGINOLOGIA 50
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FASE LATENTE (SÍNDROME PRODROMAL) DA SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO
Grau de síndrome aguda da radiação e dose aproximada de exposição aguda te todo o corpo (Gy)
Leve 
(1 – 2 Gy)
Moderado 
(2 – 4 Gy)
Severo 
(4 – 6 Gy)
Altamente 
severo 
(6 – Gy)
Letal
(> 8 Gy)
Linfócitos (G/L)
3 – 6 dias 0,8 – 1,5 0,5 – 0,8 0,3 – 0,5 0,1 – 0,3 0,0 – 0,1
Granulócitos 
(G/L) > 2,0 1,5 – 2,0 1,0 – 1,5 ≤ 0,5 ≤ 0,1
Diarreia Não Não Raramente Aparece nos dias 6– 9
Aparece nos 
dias 
4 – 5
Depilação Não
Moderado, 
começando no 
dia 15 ou mais 
tardiamente
Moderado ou 
completo a 
partir dos dias 
11 – 21
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 11
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 10
Período de 
latência (dias) 21 – 35 18 – 28 8 – 18 7 ou menos Não
Resposta 
médica
Sem 
necessidade de 
hospitalização
Hospitalização 
recomentada
Hospitalização 
necessária 
Hospitalização 
urgentemente 
necessária
Tratamento 
apenas 
sintomático
FASE CRÍTICA DA SINDROME AGUDA DA RADIAÇÃO
Grau de síndrome aguda da radiação e dose aproximada de exposição em todo o corpo (Gy)
Leve (1 – 2 Gy) Moderado (2 – 4 Gy) Severo (4 – 6 Gy)
Altamente 
severo 
(6 – 8 Gy)
Letal 
(> 8Gy)
Início dos 
sintomas > 30 dias 18 – 28 dias 8 – 18 dias < 7 dias < 3 dias
Linfócitos (G/L) 0,8 – 1,5 0,5 – 0,8 0,3 – 0,5 0,1 – 0,3 0,0 – 0,1
Plaquetas (G/L) 60 – 10010% – 25%
30 – 60
25% – 40%
25 – 35
40% – 80%
15 – 25
60% – 80%
< 20
80% – 100%a
Manifestações 
clínicas Fadiga, fraqueza
Febre, infecção, 
sangramento, 
fraqueza, 
depilação 
Febre alta, 
infecção, 
sangramento, 
depilação
Febre alta, 
diarreia, vômito, 
tontura e 
desorientação, 
hipertensão 
Febre alta, 
diarreia, 
inconsciência 
Letalidade (%) 0
0 – 50 iniciando 
em 6 – 8 
semanas
20 – 70 
iniciando em 
4 – 8 semanas
50 – 100 
iniciando em 
1 – 2 semanas
100 em 1 – 2 
semanas
Resposta 
médica Profi láctica 
Tratamento 
profi láctico 
especial nos 
dias 14 – 20; 
isolação nos 
dias 10 – 20
Tratamento 
profi láctico 
especial nos 
dias 7 – 10; 
isolação desde 
o início
Tratamento 
especial no 
dia 1; isolação 
desde o início
Apenas 
sintomático
Linfócitos (G/L)Linfócitos (G/L)Linfócitos (G/L)
3 – 6 dias
Granulócitos 
Linfócitos (G/L)
3 – 6 dias
Granulócitos 
Linfócitos (G/L)
Granulócitos 
(G/L)
Leve 
(1 – 2 Gy)
Granulócitos 
(G/L)
Diarreia
(1 – 2 Gy)
0,8 – 1,5
Diarreia
0,8 – 1,5
Diarreia
0,8 – 1,5
Depilação
Moderado 
(2 – 4 Gy)
> 2,0
Depilação
Moderado 
(2 – 4 Gy)
Depilação
Período de 
latência (dias)
(2 – 4 Gy)
0,5 – 0,8
Não
Período de 
latência (dias)
0,5 – 0,8
Período de 
latência (dias)
Resposta 
0,5 – 0,8
1,5 – 2,0
Não
latência (dias)
Resposta 
médica
Severo 
(4 – 6 Gy)
1,5 – 2,0
Não
Resposta 
médica
Severo 
(4 – 6 Gy)
Não
21 – 35
(4 – 6 Gy)
0,3 – 0,5
Não
Moderado, 
começando no 
21 – 35
necessidade de 
0,3 – 0,5
Moderado, 
começando no 
dia 15 ou mais 
Sem 
necessidade de 
hospitalização
Altamente 
1,0 – 1,5
Moderado, 
começando no 
dia 15 ou mais 
tardiamente
necessidade de 
hospitalização
Altamente 
severo 
(6 – Gy)
1,0 – 1,5
Raramente
começando no 
dia 15 ou mais 
tardiamente
necessidade de 
hospitalização
Altamente 
severo 
(6 – Gy)
Raramente
começando no 
dia 15 ou mais 
tardiamente
18 – 28
hospitalização
(6 – Gy)
0,1 – 0,3
Raramente
Moderado ou 
18 – 28
Hospitalização 
0,1 – 0,3
Moderado ou 
completo a 
partir dos dias 
Hospitalização 
recomentada
Letal
≤ 0,5
Moderado ou 
completo a 
partir dos dias 
11 – 21
Hospitalização 
recomentada
Letal
(> 8 Gy)
Aparece nos 
completo a 
partir dos dias 
11 – 21
Hospitalização 
recomentada
(> 8 Gy)
0,0 – 0,1
Aparece nos 
dias 6– 9
partir dos dias 
8 – 18
0,0 – 0,1
Aparece nos 
dias 6– 9
Completo e 
antecipado a 
8 – 18
Hospitalização 
0,0 – 0,1
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 11
Hospitalização 
necessária 
≤ 0,1
Aparece nos 
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 11
Hospitalização 
necessária 
Aparece nos 
antecipado a 
partir do dia 11
7 ou menos
Hospitalização 
necessária 
Aparece nos 
dias 
4 – 5
partir do dia 11
7 ou menos
Hospitalização 
Aparece nos 
4 – 5
Completo e 
antecipado a 
7 ou menos
Hospitalização 
urgentemente 
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 10
Hospitalização 
urgentemente 
necessária
Completo e 
antecipado a 
partir do dia 10
Hospitalização 
urgentemente 
necessária
antecipado a 
partir do dia 10
urgentemente 
necessária
partir do dia 10
Não
Tratamento Tratamento 
apenas 
sintomático
Tratamento 
apenas 
sintomático
apenas 
sintomáticosintomático
Início dos Início dos 
sintomas
Linfócitos (G/L)
Início dos 
sintomas
Linfócitos (G/L)
Leve (1 – 2 Gy)
sintomas
Linfócitos (G/L)
Plaquetas (G/L)
Leve (1 – 2 Gy)
Linfócitos (G/L)
Plaquetas (G/L)
Leve (1 – 2 Gy)
> 30 dias
Plaquetas (G/L)
Manifestações 
Leve (1 – 2 Gy)
> 30 dias
Plaquetas (G/L)
Manifestações 
> 30 dias
0,8 – 1,5
Manifestações 
clínicas
Moderado 
(2 – 4 Gy)
0,8 – 1,5
60 – 100
10% – 25%
Manifestações 
clínicas
Letalidade (%)
Moderado 
(2 – 4 Gy)
60 – 100
10% – 25%
Letalidade (%)
Moderado 
(2 – 4 Gy)
18 – 28 dias
10% – 25%
Fadiga, fraqueza
Letalidade (%)
18 – 28 dias
Fadiga, fraqueza
Letalidade (%)
Severo (4 – 6 Gy)
18 – 28 dias
0,5 – 0,8
Fadiga, fraqueza
Severo (4 – 6 Gy)
0,5 – 0,8
30 – 60
25% – 40%
Fadiga, fraqueza
Severo (4 – 6 Gy)
30 – 60
25% – 40%
Febre, infecção, 
Severo (4 – 6 Gy)
8 – 18 dias
25% – 40%
Febre, infecção, 
sangramento, 
8 – 18 dias
0,3 – 0,5
Febre, infecção, 
sangramento, 
fraqueza, 
depilação 
Altamente 
8 – 18 dias
0,3 – 0,5
Febre, infecção, 
sangramento, 
fraqueza, 
depilação 
0 – 50 iniciando 
Altamente 
severo 
(6 – 8 Gy)
0,3 – 0,5
25 – 35
40% – 80%
sangramento, 
fraqueza, 
depilação 
0 – 50 iniciando 
Altamente 
severo 
(6 – 8 Gy)
25 – 35
40% – 80%
Febre alta, 
0 – 50 iniciando 
em 6 – 8 
semanas
(6 – 8 Gy)
< 7 dias
40% – 80%
Febre alta, 
infecção, 
sangramento, 
0 – 50 iniciando 
em 6 – 8 
semanas
< 7 dias
0,1 – 0,3
Febre alta, 
infecção, 
sangramento, 
depilação
semanas
0,1 – 0,3
15 – 25
infecção, 
sangramento, 
depilação
Letal 
(> 8Gy)
0,1 – 0,3
15 – 25
60% – 80%
sangramento, 
depilação
20 – 70 
iniciando em 
4 – 8 semanas
(> 8Gy)
60% – 80%
Febre alta, 
diarreia, vômito, 
20 – 70 
iniciando em 
4 – 8 semanas
< 3 dias
60% – 80%
Febre alta, 
diarreia, vômito, 
tontura e 
desorientação, 
iniciando em 
4 – 8 semanas
< 3 dias
0,0 – 0,1
Febre alta, 
diarreia, vômito, 
tontura e 
desorientação, 
hipertensão 
4 – 8 semanas
0,0 – 0,1
< 20
80% – 100%
diarreia, vômito, 
tontura e 
desorientação, 
hipertensão 
< 20
80% – 100%
desorientação, 
hipertensão 
50 – 100 
iniciando em 
1 – 2 semanas
80% – 100%
Febre alta, 
50 – 100 
iniciando em 
1 – 2 semanas
Febre alta, 
diarreia, 
inconsciência 
iniciando em 
1 – 2 semanas
Febre alta, 
diarreia, 
inconsciência 
1 – 2 semanas
inconsciência 
100 em 1 – 2 
inconsciência

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