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2009-FAíbioMarquesBritodaSilva

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Universidade de Brasília (UnB) 
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da 
Informação e Documentação (FACE) 
Departamento de Ciência da Informação e Documentação (CID) 
Aluno: Fábio Marques Brito da Silva 
Bacharelado em Biblioteconomia 














 
 
O impacto do design emocional na recuperação da informação no 
catálogo público de acesso em linha 
 




















Brasília, 25 de Novembro de 2009 
1



Fábio Marques Brito da Silva 
 
 
O impacto do design emocional na recuperação da informação no 
catálogo público de acesso em linha 
 
Monografia apresentada ao Departamento de Ciência da 
Informação e Documentação da Universidade de Brasília 
como requisito para obtenção do grau de Bacharel em 
Biblioteconomia. 
 
 
 
Orientadora: Ivette Kafure 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 25 de Novembro de 2009. 
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Aos meus pais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Obrigado 
Aos meus pais e família por acompanharem e incentivarem minha vida acadêmica 
durante todos estes anos. Além de me darem suporte para construir meu futuro. 
Aos amigos por alegrarem e energizarem os meus dias nesta longa jornada de 
conclusão de curso de graduação. 
Aos professores, coordenadores e orientadores por me darem embasamento 
informacional, teórico, tão relevante para minha futura vida profissional. 
Ao Luis companheiro e inspiração de cada dia. 
Ao pessoal da secretaria. 
À Universidade de Brasília. 
A Deus e aos orixás pela vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de 
mãos dadas.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumo 
 
 
 O design emocional da informação tornou-se uma preocupação para as ciências que 
lidam com a organização do conhecimento registrado e com a recuperação da informação, 
devido à importância das emoções, que sensibilizam os usuários de produtos informacionais, 
tornando-os receptivos ou não receptivos e influenciando-os na hora da busca. Os catálogos 
públicos de acesso em linha (OPACs) de bibliotecas, como um desses produtos, normalmente 
não levam em consideração o design emocional para o desenvolvimento da aparência de suas 
interfaces, sendo utilizados designs direcionados apenas com a parte funcional. Tendo em 
vista essa situação, o presente trabalho procurou analisar a interface do OPAC da Biblioteca 
Central (BCE) da Universidade de Brasília (UnB) levando em consideração os princípios do 
design emocional, o nível de satisfação dos usuários em relação ao catálogo e apresentar 
sugestões que podem ser aplicadas à interface para enriquecer a sua interação emocional, por 
meio de modificações. 
 Os dados foram coletados em testes e pré-testes, depois dos usuários verem a interface 
do OPAC e relatarem suas emoções diante dela. Posteriormente, foram analisados, descritos e 
alguns transformados em recomendações aplicadas a protótipos em papel da interface do 
OPAC, encontrados no final do trabalho. 
 Confirmou-se que diante da versão final do protótipo em papel da interface 
modificado, os estados afetivos dos usuários ficaram melhores, do que diante da interface 
original do catálogo. Na interface original ficaram, em geral, neutros e diante do protótipo em 
papel após as modificações, positivos. 
 
 
Palavras-chave: Design emocional. Recuperação da informação. Catálogo público de acesso 
em linha (OPAC). 
 
 
 
 
 
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Abstract 
 
 
The emotional design of information has become a concern for the sciences that deal 
with the organization of recorded knowledge and information retrieval, because of the 
importance of emotions, which affects users of information products, making them receptive 
or unreceptive and influencing at the time of the search. The Online Public Access Catalogues 
(OPACs) of libraries, as one of these products, generally do not consider the emotional design 
to the development of its interfaces’ appearance, using designs, directed solely with the 
functional part. Given this situation, this study was made to analyze the interface of the 
OPAC’s Central Library (BCE) of the University of Brasília (UnB) considering the principles 
of emotional design, the level of user’s satisfaction in relation to the catalogue and making 
suggestions that can be applied on the interface to enrich its emotional interaction, through 
modifications. 
 Data were collected in pre-tests and tests after the users see the OPAC’s interface and 
report their emotions in front of her. Were subsequently analyzed, described and some were 
turned into recommendations applied to paper prototypes of OPAC’s interface, found at the 
end of this work. 
It was confirmed that the users’ affective states in front of the paper prototype’s final 
version of the modified interface were better than the affective states of the users in front of 
the catalogue’s original interface. On the original interface, generally, they were neutrals and 
on the paper prototype, after the modifications, positives. 
 
 
Key-words: Emotional design. Information retrieval. Online Public Access Catalogue 
(OPAC). 
 
 
 
 
 
 
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Lista de figuras 
 
 
Figura 1 – Interface original do OPAC da BCE – UnB .......................................................... 16 
Figura 2 – Interface do site do Google .................................................................................... 29 
Figura 3 – Interface do site do MSN ....................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lista de abreviaturas e siglas 
 
 
BCE - Biblioteca Central da UnB 
CID - Departamento de Ciência da Informação e Documentação 
ISO - International Standard Organization (Organização Internacional de Normalização) 
OPAC - Online Public Access Catalogue (Catálogo Público de Acesso em Linha) 
UnB - Universidade de Brasília 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 




1 - Introdução 
1.1 Definição do problema ....................................................................................................... 11 
1.2 Justificativa......................................................................................................................... 11 
2 - Revisão de Literatura 
2.1 Recuperação da informação ............................................................................................... 13 
2.2 Catálogo Público de Acesso em Linha (OPAC)................................................................. 15 
2.3 Design Emocional da Informação no Catálogo Público de Acesso em Linha ................... 18 
3 - Abordagem metodológica ................................................................................................. 31 
3.1 Objetivos............................................................................................................................. 32 
3.2 Coleta de dados................................................................................................................... 32 
3.3 Instrumento de Coleta de dados ......................................................................................... 34 
3.4 Limitações da pesquisa....................................................................................................... 36 
4 - Análise dos dados .............................................................................................................. 37 
4.1 Interface original ................................................................................................................37 
4.2 Versão inicial do protótipo em papel da interface modificada........................................... 41 
4.3 Versão final do protótipo em papel da interface modificada.............................................. 45 
5 - Conclusões.......................................................................................................................... 48 
6 - Referências Bibliográficas ................................................................................................ 51 
Glossário .................................................................................................................................. 53 
Apêndices 
A. Versão inicial do protótipo em papel da interface modificada do OPAC da BCE.............. 54 
B. Versão final do protótipo em papel da interface modificada do OPAC da BCE................. 55 
C. Questionário final aplicado para a interface original do OPAC .......................................... 56 
D. Questionário final aplicado para a versão final do protótipo em papel da interface 
modificada do OPAC da BCE.................................................................................................. 58 
Anexo 
A. Interface original do OPAC da BCE ................................................................................... 60 
 
 
 
11



1 - Introdução 
 
1.1 Definição do Problema 
 
 
 No contexto do design emocional aplicado a informação em linha, ela tem um 
impacto sobre o usuário. Este impacto mexe com ele, faz com que ele se sinta bem, mal, 
irritado, confuso ou de alguma outra maneira. 
 Esta pesquisa tem por objetivo geral identificar esse impacto e como ele afeta o 
usuário do sistema na recuperação da informação. Visto que o foco da ciência da informação 
é o usuário, o estudo do usuário é fundamental para compreendê-lo melhor e saber suas 
necessidades e desejos. 
 Mais especificamente, esta pesquisa pretende responder a seguinte pergunta: qual o 
impacto que o design emocional da informação da homepage (página de abertura) de um 
catálogo público de acesso em linha tem no usuário no momento em que busca recuperar 
informação? Para sugerir uma maneira de construir uma interface emocionalmente positiva e 
satisfatória, centrada em princípios de design emocional e usabilidade. A usabilidade pode ser 
definida de acordo com a Norma ISO 9241 como: a capacidade que apresenta um sistema 
interativo de ser operado de maneira eficaz, eficiente e agradável, em um determinado 
contexto de operação, para a realização das tarefas de seus usuários (ISO 9241-11, 1994). 
 
 
1.2 Justificativa 
 
 É visível que o design emocional da informação influencia o usuário no momento de 
sua busca nos catálogos em linha. Informações bem editoradas, estruturadas, divertidas, 
coloridas nas páginas desses catálogos tornam fácil a sua recuperação, motivam a pesquisa. 
Enquanto que informações rígidas, monocromáticas, estruturadas, editoradas, ao acaso, ou 
sem um padrão ou estudo de usuários prévio, dificultam o encontro da informação desejada e 
podem desmotivar a pesquisa (NORMAN, 2008). 
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 No momento da pesquisa no OPAC é importante que a interface seja de uma cor 
agradável, que seja “limpa”, com pouca poluição visual, evitando assim o excesso de 
informação ao usuário e o cansaço visual, para que ele se mantenha motivado a utilizá-lo. 
Araújo (1986, p. 402) citado por Hoeltz (2001, p.3) já destaca a importância da estruturação 
das páginas discorrendo sobre o que chama de princípio de legibilidade: 
Em sentido restrito, essa legibilidade depende da maneira como se dispõem os 
caracteres (em palavras, frases, períodos) nas linhas, tornando a leitura cômoda ou, 
ao contrário, às vezes impraticável; em amplo sentido, porém, tal disposição deve 
combinar-se à própria organização da página, vale dizer, o modo como se articulam 
nesse espaço os elementos que o conformam em um todo, em uma unidade 
(ARAÚJO, 1986, p. 402 apud HOELTZ, 2001, p. 3). 
 As informações básicas das funcionalidades de um catálogo também devem estar 
dispostas de tal forma que seja fácil encontrá-las e mais interessante ainda se forem divertidas 
de usar. 
 Portanto, o tema a ser retratado neste trabalho monográfico é relevante porque 
pretende investigar e descrever se o usuário está satisfeito com as interfaces dos catálogos em 
linha das bibliotecas, assim como contribuir para que essas possam enriquecer ou aperfeiçoar 
suas interfaces, melhorando a editoração das páginas desses catálogos e a sensação dos 
usuários diante da tela, com base em princípios do design emocional da informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 - Revisão de Literatura 
 
2.1 Recuperação da informação 
 
No século XXI, marcado pela enorme quantidade de informações, tanto em meio 
impresso como em meio virtual, sistemas de recuperação da informação se fazem cada vez 
mais necessários para sua rápida e precisa localização. A finalidade é aumentar a qualidade de 
vida dos usuários de biblioteca ou de unidades de informação quaisquer. 
A recuperação da informação, em seu sentido mais geral, é o processo de procurar 
documentos que estão armazenados em um espaço, com a finalidade de acessá-los e satisfazer 
as necessidades informacionais dos usuários. 
Pignatari (1977, p. 45) relaciona a informação com seleção e escolha, conceituando-a 
como instruções seletivas. Para ele, só existe informação quando existem dúvidas e isso 
pressupõe um conjunto de alternativas, dentre as quais uma ou várias reduzem ou eliminam o 
duvidoso. Dito de outra forma, informação para Pignatari é a redução do incerto. A 
recuperação da informação está intimamente relacionada a essa definição, possibilitando ao 
usuário satisfazer suas necessidades, dúvidas ou anseios. 
 Rowley (2002) explica que os sistemas de recuperação da informação já foram 
confundidos com computadores, ou seja, somente sistemas virtuais, mas que sistemas de 
recuperação em papel ainda existem e vieram muito antes da informática surgir. A autora 
ainda estabelece que todos os sistemas de recuperação da informação podem ser entendidos 
como formados por três etapas: indexação, armazenamento e recuperação. 
 A indexação envolve a atribuição de termos ou códigos para um documento, que 
visam a sua posterior recuperação. O armazenamento pode ser físico, em estantes, ou virtual, 
em bases de dados de computadores. A recuperação em si depende bastante dessas duas 
etapas anteriores. 
 Rowley (2002) estabelece ainda que a importância dos computadores não deve ser 
subestimada na recuperação da informação, já que as consultas em linha, ou seja, as 
recuperações em linha, possibilitam uma flexibilidade que seria impraticável em sistemas em 
papel. Esta afirmação, provavelmente, está associada com a maior facilidade e rapidez com 
que o usuário pode recuperar um documento em linha, que recuperá-lo em papel. 
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Visto que o presente trabalho monográfico disserta a respeito do universo do catálogo 
público de acesso em linha, visou-se enfatizar a recuperação em linha em vez de recuperação 
em papel. 
 No contexto das bases de dados a recuperação é composta por três etapas (Rowley, 
2002, p. 163 – interpretação própria): 
A. representação de sua necessidade de informação, com a formulação de uma 
linguagem de consulta, linguagem própria do usuário; 
B. comparação pelo sistema da linguagem própria do usuário e da linguagem de 
cada um dos documentos da base; 
C. geração de um resultado de busca com a recuperação de registros baseados 
nessa comparação. 
Segundo a autora muitos usuários passam por essas três etapas antes de encontrar uma 
informação. Nesse ponto, percebe-se a importância da intermediação do profissional da 
informação, pois é ele que geralmente domina as linguagens dos documentos e pode ajudar o 
usuário em suasbuscas por informação. 
O usuário pode ter conhecimentos limitados sobre o universo da pesquisa por 
informações e pouca experiência com a formalidade das linguagens que representam os 
documentos – linguagens que supostamente foram construídas para facilitar a comunicação do 
usuário com um sistema de recuperação (CINTRA, 1994). 
Dessa maneira, o profissional da informação pode auxiliar na elaboração de melhores 
estratégias de busca e solucionar as dúvidas, por meio do serviço de referência em uma 
biblioteca, de serviços de informação em uma instituição ou virtualmente. 
Os mecanismos para recuperar a informação podem auxiliar o usuário em sua busca, 
tornando-a mais efetiva e rápida. Mooers (1951) citado por Saracevic (1996, p. 25) já 
anunciava tal importância ao caracterizar a recuperação da informação: “engloba os aspectos 
intelectuais da descrição de informações e suas especificidades para a busca, além de 
quaisquer sistemas, técnicas ou máquinas empregados para o desempenho da operação”. 
Exemplos de tais mecanismos são os tutoriais, os tesauros, os vocabulários 
controlados, os operadores booleanos, entre outros. 
Os tutoriais em linha, espécie de tira dúvidas sobre algum tema, contêm dicas e 
orientações de como operar a base de dados ou o sistema de recuperação de informações, com 
informações sobre como fazer determinada tarefa, como uma pesquisa avançada, por 
exemplo. 
15



Os tesauros, forma de estrutura hierárquica de termos sobre determinada área do 
conhecimento, orientam os usuários quanto aos termos mais adequados e precisos ou 
genéricos para a sua pesquisa. 
Os vocabulários controlados são um conjunto preciso de vocábulos utilizados para 
representar (indexação) ou recuperar informações, como listas alfabéticas de termos 
autorizados de uma biblioteca que podem auxiliar o usuário, fazendo com que ele utilize uma 
linguagem de pesquisa mais próxima à linguagem dos documentos e não de sua linguagem 
natural (CINTRA, 1994). Em conseqüência disso, aumentando a precisão das informações 
recuperadas. 
Os operadores booleanos, termos que permitem refinar (por exemplo, o “not”) ou 
ampliar (por exemplo, o “and”) a pesquisa também são importantes no momento das 
pesquisas, pois auxiliam ao usuário e facilitam uma recuperação da informação mais rápida, 
permitindo, por exemplo, a busca por dois assuntos ao mesmo tempo. 
Existem outros mecanismos que auxiliam ao usuário no momento da recuperação da 
informação, no entanto, optou-se por apenas citá-los, por serem menos comuns para os 
usuários de sistemas em linha. É o caso dos sistemas de classificação, dos cabeçalhos de 
assuntos, entre outros. 
Variados tipos de sistemas de recuperação de informações existem: os serviços de 
buscas em linha ou motores de busca, o cederrom, a própria internet, os catálogos públicos de 
acesso em linha, os sistemas de gerenciamento de documentos (ROWLEY, 2002). 
Todos com um objetivo em comum, o usuário: “O objetivo de qualquer sistema de 
recuperação da informação é ser usado pelo grupo de pessoas para as quais foi projetado” 
(ROWLEY, 2002, p. 181). Cabe complementar e ressaltar aqui que o objetivo não é somente 
o uso, mas também produzir nos usuários emoções positivas, as quais serão retratadas no 
tópico 2.3, relativo ao design emocional da informação. 
O presente trabalho acadêmico optou por centrar-se apenas em um tipo de sistema de 
recuperação: o catálogo público de acesso em linha ou Online Public Access Catalogue 
(OPAC), que será o próximo item desta revisão de literatura. 
 
 
2.2 Catálogo Público de Acesso em Linha (OPAC) 
 
O catálogo público de acesso em linha ou Online Public Access Catalogue (OPAC) é 
realidade em um número cada vez maior de bibliotecas. Bibliotecas públicas, universitárias, 
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especializadas, entre outras, têm utilizado os recursos da internet para disponibilizar seus 
OPACs e mostrar ao mundo seus conhecimentos registrados. 
A figura seguinte mostra a página de abertura de um OPAC: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Interface original do OPAC da BCE - UnB 
Fonte: http://www.bce.unb.br 
 
O desenvolvimento tecnológico permitiu que o catálogo tradicional em fichas fosse 
substituído por um catálogo em formato eletrônico de acesso pela rede mundial de 
computadores, o OPAC. 
A sigla OPAC é normalmente a mais utilizada para se falar de tais catálogos, porque 
se tornou comum seu uso no Brasil. Provavelmente, pelo costume do país de utilizar palavras 
estrangeiras em seu vocabulário, ou seja, pelo uso freqüente de estrangeirismos e por ser uma 
forma mais curta e já conhecida por vários países de se apresentar os catálogos em linha. 
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Basicamente os OPACs, assim como qualquer catálogo, são ferramentas de 
recuperação da informação ou sistemas que servem primordialmente ao registro, organização, 
recuperação e controle de recursos. No caso das bibliotecas, controle de recursos de 
informação, em suas coleções. 
Em outras palavras os catálogos também podem ser considerados como um meio de 
comunicação que informa aos usuários o que a biblioteca possui, descrevendo esses itens de 
forma codificada e organizada, reunidos conforme semelhanças (MEY, 1995). 
Uma das vantagens do catálogo em linha sobre o catálogo tradicional é a rapidez com 
que os registros e as informações contidas no OPAC como um todo podem ser inseridos, 
alterados e atualizados conforme as exigências de cada biblioteca. 
Outra vantagem é a ampliação do acesso, o acesso ilimitado. Visto que o OPAC pode 
ser acessado de qualquer local com internet ou na própria biblioteca, a qualquer hora e dia, 
não restringindo, assim, seu uso a determinado espaço físico ou temporal. 
A diminuição de custos com papel é outro ponto positivo, pois com uma ferramenta de 
recuperação em linha não são gastos tantos recursos financeiros com fichas catalográficas ou 
com papel, como em um catálogo tradicional. 
O intercâmbio de informações entre bibliotecas também é facilitado porque as mesmas 
podem ter informações umas das outras, por meio da internet. Menos trabalho e dinheiro, 
então, são gastos com serviços como a catalogação, por exemplo. A duplicação de serviços é 
evitada, facilitando dessa maneira o trabalho entre redes de bibliotecas. 
Por fim, a busca e a recuperação da informação são bastante facilitadas, já que o 
OPAC permite variados tipos de pesquisa, como a pesquisa básica ou a avançada, e por ser 
automatizado e não manual, aumenta a rapidez com que se encontra a informação. 
 O catálogo em linha se tornou um aliado dos usuários em suas pesquisas, tendo em 
vista que a internet disponibiliza um enorme número de informações e documentos, mas não 
os indexa – representa seus assuntos com o uso de termos – de forma controlada como em 
catálogo, onde profissionais especializados indexam, armazenam e podem recuperar 
eficazmente e eficientemente informações registradas. 
 Rowley (2002) já revela tal eficiência ao dissertar sobre ferramentas de busca: 
Uma vez que as ferramentas de busca precisam oferecer acesso a um enorme acervo 
de documentos, disperso em vários lugares, o processo de recuperação deve ser 
eficiente. Essa eficiência é obtida pelas ferramentas de busca que atuam com uma 
representação ou registro do documento e não com a fonte original (ROWLEY, 
2002, p. 193). 
18



 As buscas e recuperações na internet podem ser tão confusas e difíceis, que os OPACs 
se diferenciam como sistemas especializados para recuperação de informações porque são 
feitos por profissionais que lidam com elas diariamente. Apesar dos OPACs recuperarem, em 
sua maioria, apenas registros de documentos, há garantia de que esses documentos existem e 
estão naquele acervo, podendo ser usados de diversas formas. 
 O OPAC é um mecanismo de busca em linha e os “mecanismos de busca são 
ferramentas de recuperação que executam o trabalho básico de recuperação,a aceitação da 
consulta, o cotejo desta com cada um dos registros existentes na base de dados, bem como a 
apresentação, resultante disso, de um conjunto de itens recuperados” (ROWLEY, 2002, p. 
193). Vale lembrar, que são mecanismos de bibliotecas, portanto as buscas são nos acervos 
das mesmas ou de outras bibliotecas parceiras ou consorciadas. 
 É importante também que as interfaces do OPAC sejam amigáveis, interativas, e até 
divertidas para que façam o usuário se sentir bem ao utilizá-las, caso contrário, ele não se 
sentirá motivado a pesquisar no catálogo, pesquisando somente o estritamente necessário. 
 Interfaces bem elaboradas, que causem sensações positivas nos usuários e mexam com 
seu lado emocional os fazem lembrar com carinho do catálogo, associando-o a coisas boas e 
aumentando, conseqüentemente, seu uso e o nível de satisfação dos usuários diante dele. 
Princípios de design são fundamentais para tal anseio. 
 Devido a isso, escolheu-se o design emocional da informação como tópico seguinte 
desta revisão de literatura para alertar bibliotecas e bibliotecários da relevância de se estudar a 
emoção como fator importante no contexto biblioteconômico. 
 
 
2.3 Design Emocional da Informação no Catálogo Público de Acesso em Linha (OPAC) 
 
O design emocional aborda a emoção a partir da ótica do design de produtos. Como as 
pessoas se sentem ao utilizá-los. Nesta revisão de literatura procurou-se aplicar o arcabouço 
teórico desta área ao produto e objeto principal da ciência da informação: a informação. Para 
delimitar mais um pouco o universo da pesquisa, foi escolhida a informação no catálogo 
público de acesso em linha ou Online Public Access Catalogue (OPAC). 
Os usuários da informação estão o tempo todo interagindo com produtos, quer seja em 
suas casas, trabalho ou na própria Unidade de Informação a que pertençam. Catálogos 
19



impressos, catálogos em linha, livros, periódicos, mesas, computadores entre outros são 
exemplos de objetos com os quais eles interagem. 
O contato com esses objetos causa nos usuários uma sensação, seja ela boa, ruim, de 
amor ou de ódio, de satisfação ou de insatisfação, alegria ou tristeza, que mostra a presença da 
emoção, mesmo no contexto da biblioteconomia, diante da interação com produtos. Além da 
aparência da forma percebida por meio dos sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar), os 
objetos possuem uma representação diante da sociedade, um significado social e também um 
significado simbólico próprio, para a pessoa que o possui ou o utiliza. 
Exemplificando: a aparência do OPAC vai causar na pessoa que o utiliza um impacto, 
uma sensação, uma emoção. Além disso, para a sociedade esse OPAC vai ter um significado, 
geralmente ser um instrumento de pesquisa e para a pessoa que o está utilizando terá um 
significado próprio, que pode estar associado à emoção sentida naquele primeiro contato 
visual com a página. 
O design emocional considera exatamente esta emoção que os produtos causam nos 
indivíduos para projetar, construir, aperfeiçoar objetos. Torna-se então essencial compreender 
melhor a emoção. Segundo Norman (2008): “uma das maneiras pelas quais as emoções 
trabalham é por meio de substâncias químicas neuroativas que penetram determinados centros 
cerebrais e modificam a percepção, o comportamento e os parâmetros de pensamento”. Logo, 
a emoção é relevante porque pode modificar o pensamento, o modo de perceber e o 
comportamento do usuário diante de uma interface de um catálogo, influenciando sua 
pesquisa e recuperação da informação. 
Para os cientistas cognitivos em geral, a emoção está junto da cognição, ela faz parte 
do modo de conhecer as coisas ao redor, permitindo a formulação de opiniões, valores, idéias. 
Norman (2008) ainda vai mais longe ao dizer: “de fato a emoção torna você inteligente”, o 
que parece ser um pouco contraditório na vida prática em sociedade, já que se posiciona o 
conhecimento muito mais próximo à razão do que à emoção. 
A própria prática bibliotecária raramente considera o enfoque emocional para a 
elaboração do design gráfico da interface de seus catálogos públicos de acesso em linha, 
esquecendo-se que esse enfoque pode alterar toda a impressão, comportamento, sensação do 
usuário diante delas. 
Estudioso da emoção Norman teoriza que ela pode ser mais relevante para que as 
pessoas gostem de um produto do que seus componentes reais. E estrutura o pensamento 
humano sobre três diferentes níveis. Esses níveis são visceral, comportamental e reflexivo. 
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O visceral é automático ou pré-programado, faz julgamentos rápidos – como o que é 
bom ou ruim, seguro ou perigoso [...]. O nível comportamental refere-se aos 
processos cerebrais que controlam a maior parte de nossas ações – como andar de 
bicicleta, tocar um instrumento musical, dirigir um carro [...]. O nível reflexivo 
refere-se à interpretação, compreensão e raciocínio e à parte contemplativa do 
cérebro. É nele que são processadas ações como apreciar uma obra de arte, sentir 
saudades de um amigo, torcer para um time de futebol (Norman, 2008, p. 14). 
Os três níveis do pensamento estão interligados e podem ser percebidos nas relações 
das pessoas com os objetos. Norman (2008) associa esses níveis ao que nomeia de três níveis 
de design. Basicamente, o design visceral está relacionado ao primeiro contato que se tem 
com um produto, às aparências dele, percebidas pelos sentidos, o impacto que se tem ao vê-lo, 
tocá-lo. O design comportamental está relacionado com a usabilidade, o prazer, a facilidade 
que se tem ao utilizar um produto e o design reflexivo relacionado com as interpretações, as 
particularidades de cada indivíduo diante de um produto. 
Aplicando esses níveis ao design gráfico da informação na interface de um OPAC, o 
primeiro impacto do usuário com a aparência da tela, seria resultado de seu design visceral. 
As relações com a usabilidade de um catálogo, a facilidade de utilizá-lo, seria resultado de seu 
design comportamental. E as análises, associações ou relações que o usuário faz na interação 
com a interface, por exemplo, se as imagens ou as informações presentes o fazem lembrar 
alguma data ou alguém, seria resultado de seu design reflexivo. 
Cabe ressaltar, que os conceitos apresentados serão importantes durante todo este 
trabalho para sua compreensão e análise do impacto emocional da informação nos OPACs. 
Os objetos não apenas representam bens materiais e financeiros para quem os utilizam, 
mas constituem também valores, trazem significados para o usuário (NORMAN, 2008). Os 
catálogos a partir desse pensamento deixariam de ser meros instrumentos de busca e 
recuperação da informação e passariam a ser amigos do usuário, aliados no vasto e, por vezes, 
obscuro mundo da informação eletrônica. Um local onde se pode encontrar informação 
segura, de fonte confiável, e de forma rápida. Com uma interface interativa, divertida, 
descontraída, apesar do rigor e cientificidade da informação em seu interior. 
Os OPACs deveriam agradar ao usuário tanto no nível visceral, no nível 
comportamental, como no nível reflexivo. Porém convêm caracterizar que o trabalho pretende 
focar-se no nível visceral de pensamento, o que não significa que deixará de envolver os 
demais níveis. 
No entanto, o que se percebe nos OPACs em geral é uma ênfase com o design 
comportamental, com a função dos catálogos, ficando seu design visceral e reflexivo pouco 
21



trabalhado. Assim, não é de se estranhar que muitas pessoas não considerem que um OPAC 
precise ser bonito ou exija interpretação, reflexão. Por vezes, o design visceral de suas 
interfaces pode até causar emoções negativas e, subconscientemente, fazer o usuário não 
querer utilizá-las, ficar tenso ou até mesmo detestá-las. 
 “É claro que utilidade e usabilidade são importantes, mas sem diversão e prazer, 
alegria e entusiasmo [...] nossas vidas seriam incompletas” (NORMAN,2008, p. 28). 
 O senso comum crê que as decisões são fruto apenas do pensamento racional e lógico, 
no entanto o sistema afetivo e as emoções são participantes da tomada de decisões, nos 
auxiliando a tomar decisões rápidas e mexendo inclusive com nossos sistemas corporais. 
 No contexto biblioteconômico, o excesso de informações em um OPAC pode deixar o 
pesquisador tenso, irritado, fazendo com que os músculos de seu corpo fiquem rijos, 
contraídos. Provocando nele, primeiramente, reações emocionais, viscerais e 
comportamentais negativas para que somente depois provoque reflexão e sua reação 
cognitiva, relacionada à forma como ele compreenderá, interpretará a situação. 
Fica claro aqui que o sistema emocional pode influenciar o sistema cognitivo. Os 
estados afetivos diante do contato com um produto podem ser realmente decisivos para o 
sucesso ou insucesso dele. Esses estados podem ser positivo, negativo ou neutro (eles serão 
utilizados posteriormente na análise de dados no tópico 4) e são influenciados pelo design 
emocional dos produtos ou objetos. 
O estado afetivo positivo é aquele que deixa as pessoas descontraídas, felizes e bem 
receptivas com as características de um produto, seja ele bom ou ruim, visto que pessoas 
sensibilizadas positivamente não dão tanta importância aos detalhes. Esse estado é causado 
geralmente por produtos com design emocional bem elaborado, dependendo do produto e seu 
objetivo. 
Os estados afetivos negativos e neutros são aqueles que deixam as pessoas atentas, 
ligadas, concentradas nos detalhes e características dos produtos. Sensibilizam as pessoas 
negativamente ou não as sensibilizam de nenhuma forma. Esses estados afetivos são causados 
por produtos com design emocional classificado como normal (neutro), simples, ou ruim 
(negativo), insatisfatório (também depende do produto e do seu objetivo). 
Isen (1993) já mostrou por meio de suas pesquisas sobre o afeto positivo e a tomada de 
decisões que pessoas que estão mais relaxadas e felizes, expandem sua imaginação, sua 
criatividade, buscam mais alternativas, mais meios para realizar sua tarefa. E mesmo que 
tenham algumas dificuldades iram tolerá-las, relevá-las, pois estão felizes. 
22



 Assim, um OPAC com aparência agradável, bonito que cause essa sensação positiva 
nos usuários, faz com que eles fiquem felizes, relaxados e explorem mais a sua interface a fim 
de encontrar a informação que desejam recuperar. E mesmo que tenham pequenas 
dificuldades, não iram se importar tanto, porque estão alegres, bem. É visível, portanto, o 
destaque do design visceral. 
 Ao contrário, OPACs com aparência desagradável, perturbadora, causarão sensações 
negativas nos usuários, deixando-os tensos, nervosos, tristes. Isso fará com que eles se tornem 
extremamente detalhistas e caso haja dificuldades, essas dificuldades tornar-se-ão grandes 
problemas, alvo de reclamações e serão sempre lembradas. 
 Um estado afetivo positivo provocado pelo OPAC no usuário, apesar de permitir mais 
interrupções, é muito importante para melhorar a interação entre este e aquele. Um usuário 
com afeto positivo diante de uma interface fica mais curioso, criativo, pronto para aprender e 
até a esquecer pequenos problemas se ela for divertida de usar. 
Para agradar um usuário com afeto negativo causado devido ao impacto com a 
interface, os seus projetistas terão que estar muito mais atentos aos detalhes, pois este usuário 
está focado neles enquanto que o usuário com afeto positivo irá relevá-los. 
 É importante caracterizar que o nível visceral de pensamento é mais primitivo, analisa 
o OPAC e responde rapidamente ao impacto da interface e o comportamental responderá 
diante do uso efetivo do catálogo, diante dos sentimentos que acompanham esse uso. Ambos 
são inconscientes. Enquanto o reflexivo é consciente e responderá com a reflexão e 
interpretação da página pelo usuário. Os componentes cognitivos do pensamento atribuirão 
significado e os componentes afetivos, valor (NORMAN, 2008). 
 O nível visceral de pensamento do homem conquanto seja a parte mais primitiva, 
responde a uma quantidade grande de condições geneticamente determinadas, as quais são 
reconhecidas por meio dos sentidos. Ele é incapaz de raciocinar, de comparar uma situação 
com a história anterior e está programado geneticamente para responder com afeto positivo às 
seguintes condições (NORMAN, 2008, p. 50): 
- lugares aquecidos e bem iluminados; 
- clima temperado; 
- sabores e odores doces; 
- cores alegres, de matizes intensamente saturados; 
- sons tranqüilizadores e melodias e ritmos simples; 
- música e sons harmoniosos; 
- carícias; 
23



- rostos sorridentes; 
- cadências ritmadas; 
- pessoas atraentes; 
- objetos simétricos; 
- objetos lisos e arredondados; e, 
- sensações, sons e formas sensuais. 
 
 Dentro deste contexto evolutivo da psicologia, adaptando essas condições 
sistematizadas por Norman ao contexto da interface dos OPACs, interfaces que causariam 
afeto positivo teriam que oferecer algumas das seguintes condições: 
- cores alegres, primárias, intensas, como as encontradas na natureza, em tons 
que não atrapalhem a visualização; 
- ser simétricas; 
- possuir elementos gráficos planos e de formas arredondadas; 
- imagens, figuras, informações atraentes, alegres, positivas; 
- interfaces “iluminadas”, claras; e, 
- trabalhar com sons harmoniosos, tranqüilos. 
 
 Todas essas características seriam positivas para o nível visceral, além delas poder-se-
ia trabalhar com o design reflexivo, usando imagens, figuras ou textos que remetessem a 
idéias de clima temperado, sabores e odores doces, lugares aquecidos, rostos sorridentes, entre 
outros. 
 O nível visceral do pensamento, também está programado geneticamente para 
responder com afeto negativo automático às seguintes condições (NORMAN, 2008, p. 50): 
- alturas; 
- sons altos ou luzes muito intensas, súbitos e inesperados; 
- objetos indistintos pairando no ar (objetos que parecem estar prestes a bater no 
observador); 
- calor ou frio extremos; 
- escuridão; 
- luzes extremamente fortes ou sons extremamente altos; 
- terreno plano, vazio (desertos); 
- terreno denso, atravancado (selva ou florestas); 
- multidões de pessoas; 
24



- cheiros de podridão, alimentos em decomposição; 
- sabores amargos; 
- objetos pontiagudos; 
- sons estridentes abruptos; entre outros. 
 
Adaptando-as ao design visceral da interface dos OPACs eles, para evitar afeto 
negativo nos usuários, deveriam evitar: 
- deformações ou estruturas não simétricas; 
- sons estridentes ou não harmoniosos; 
- imagens, figuras pontiagudas; 
- grandes espaços vazios na tela; 
- excesso de informações; e, 
- cores muito escuras ou extremamente fortes. 
 
Além disso, no design reflexivo da interface do OPAC, dever-se-ia evitar imagens que 
remetessem os usuários a qualquer uma das condições negativas mostradas anteriormente. 
Apesar dessas concepções gerais do que é universalmente positivo ou negativo 
visceralmente, não existem regras quando se lida com emoções. Até porque não há somente 
um nível de pensamento no cérebro humano. E como Norman (2008) relata, os três níveis 
estão interligados, não funcionam sozinhos. As interfaces nunca conseguiram ser atraentes ou 
positivas para todo mundo. 
As relações emocionais de fato são fruto de interação prolongada com um produto. 
Logo, o usuário de um catálogo público de acesso em linha somente por meio de atração 
visceral não desenvolverá esse tipo de relação, porque ela envolve um tempo presente, o 
agora. O nível reflexivo mostra-se essencial para isso, por ser de longa duração e por fazer 
com que o usuário associe algo de sua vida, algum acontecimento, com a página. 
Então, por exemplo, se a página do catálogo contém alguma imagem ou informação 
que o faz lembrar-se de alguém ou associar aquela imagem a algo importante em sua vida, ele 
irá teruma relação duradoura com o OPAC, porque sempre que acessá-lo essa lembrança ou 
associação vai acontecer. 
“Objetos especiais se revelaram ser aqueles com recordações ou associações especiais, 
aqueles que ajudavam a evocar um sentimento especial [...]” (NORMAN, 2008, p. 68). O 
inverso igualmente é verdadeiro, já que associações ou recordações ruins da página afastariam 
o usuário. 
25



Associar o OPAC a pessoas inteligentes, famosas, pesquisadores de mérito ou 
professores queridos pelos alunos, ou qualquer outra coisa que passasse uma imagem boa do 
catálogo ao seu público alvo, daria a ele também destaque especial na vida do usuário. Tudo 
porque mexe com a sua emoção, dá-lhe orgulho de usar o OPAC. O marketing também está 
envolvido no design emocional da informação. 
Estilos simples ainda predominam em muitos objetos, como é o caso de muitas 
interfaces de catálogos, mas “Objetos atraentes, de fato, funcionam melhor – atratividade 
produz emoções positivas, fazendo com que os processos mentais sejam mais criativos, mais 
tolerantes diante de pequenas dificuldades” (NORMAN, 2008, p. 82). 
Convém nesta parte da pesquisa sustentar a importância do design visceral, por ser o 
seu propósito principal. 
Segundo Norman (2008), O design visceral é o que está presente no meio ambiente, o 
que se vê no dia-a-dia, os elementos da natureza. Em função disso, o homem já é pré-
programado a captar os sinais emocionais que vêm dela. Todo o processo evolutivo fez com 
que as flores, as frutas, os animais se tornassem mais atraentes como parte do mecanismo de 
sobrevivência, disseminação. Frutas e flores tendem a ser simétricas, arredondadas, lisas, 
agradáveis ao toque e coloridas. Flores possuem cheiros agradáveis, frutas, em sua maioria, 
sabor doce. Tudo isso com a função de atrair seres vivos. Essa seria a explicação do homem 
gostar de sabores e cheiros doces, cores fortes, claras, alegres, saturadas e preferirem objetos e 
corpos simétricos. E de todos eles estarem associados ao prazer. 
A explicação do gosto pelo amargo, pelo barulho excessivo, por locais muito cheios, 
entre outros visceralmente negativos somente é possível porque o nível reflexivo age se 
sobrepondo e causando experiências reflexivamente positivas. Em outras palavras a pessoa 
por meio da reflexão, do raciocínio, consegue driblar suas predisposições geneticamente 
determinadas. 
 Seguindo a mesma linha de raciocínio, mas aplicada aqui à informação, em geral, a 
interface de um OPAC que siga os princípios mostrados do design visceral será atraente e 
causará, por conseqüência, impacto positivo em seus usuários. Cabendo ao design 
comportamental e reflexivo manter esse impacto. 
 As reações iniciais de um pesquisador em frente a um catálogo merecem destaque, 
afinal, um pesquisador assustado, impactado negativamente, irritado, não vai querer utilizar o 
catálogo novamente, pois a sua impressão da página será negativa. A aparência do OPAC 
importa. Ela faz diferença na avaliação de um instrumento, mesmo que seja um instrumento 
26



de busca e recuperação de informação. Essa diferença é subconsciente, por isso não é 
valorizada pelo usuário que pensa que a estética não vai influir em nada em sua busca. 
 O aspecto reflexivo, é claro, entra no processo avaliativo do catálogo por 
conseqüência, visto que é a reflexão que permite compreender o impacto geral dele na vida do 
usuário e o processo avaliativo do OPAC como um todo. O homem não é somente composto 
por reações viscerais ou instintivas, é acima de tudo composto por reflexão, interpretação, 
raciocínio. Esses níveis interagem sempre. 
 Eles são tão importantes que podem até mesmo anular o nível comportamental. É o 
caso a seguir, em que o consumidor comprou um espremedor de laranja de ouro e não pode 
usá-lo por que o estragaria. 
“Comprei um espremedor caro, mas não posso usá-lo para fazer suco! Nota zero para 
o design comportamental. E daí? Orgulhosamente, exibo o espremedor no saguão de minha 
casa. Nota cem para a atração visceral. Nota cem para a atração reflexiva” (NORMAN, 2008, 
p. 15). 
 O objetivo aqui não é hiper valorizar o visceral e o reflexivo, até porque o objetivo 
principal do catálogo – ser mecanismo de busca e recuperação de informação – seria 
abandonado, mas sim mostrar que a interação deles com o comportamental contribui para a 
satisfação do usuário. 
 O estudo científico das emoções tem se preocupado bastante com as emoções 
positivas, tão importantes para o sucesso dos produtos. São elas cada vez mais necessárias na 
sociedade corrente em que o estresse predomina as casas e trabalho dos indivíduos. Barbara 
Fredrickson e Thomas Joiner (2002), citados por Norman (2008, p. 128) descrevem as 
emoções positivas: 
As emoções positivas ampliam os repertórios de pensamento-ação das pessoas, 
encorajando-as a descobrir novas linhas de raciocínio ou ação. A alegria, por 
exemplo, cria o impulso de brincar, o interesse cria o impulso de explorar, e assim 
por diante. Brincar, por exemplo, constrói habilidades físicas, socioemocionais e 
intelectuais, e incrementa o desenvolvimento do cérebro. De maneira semelhante, a 
exploração aumenta o conhecimento e a complexidade psicológica 
(FREDRICKSON; JOINER, 2002 apud NORMAN, 2008, p. 128). 
 Ora, se há tantos indivíduos estressados, mal humorados, irritados, porque não 
desenvolver produtos, objetos ou instrumentos de busca e recuperação da informação, que 
sejam mais atraentes, divertidos e menos maçantes ou sem graça. 
 Um exemplo de sucesso é o Google, com funcionalidade bem parecida com a de um 
OPAC, que é considerado divertido, brincalhão, descontraído e positivo por seus usuários. E 
27



por coisas simples, como esticar o “O” de seu nome conforme o número de páginas de 
resultados de pesquisa com o tema requerido. Como no exemplo: Goooooooooogle; para dez 
páginas de resultados obtidos (Exemplo retirado de NORMAN, 2008, p. 128). 
 São pequenas mudanças, mas que atraem e interagem bem com os usuários do site, e 
atrairiam e interagiriam bem com os usuários de um catálogo em linha. A noção de diversão 
retira o lado monótono, sério, formal, de um OPAC, tornando-o um instrumento de 
recuperação da informação e também um local de descontração, entretenimento. A música 
seria outro fator positivo, caso fosse agradável, harmoniosa, suave, ao entrar no catálogo ou 
clicar em uma funcionalidade. Agradando ao nível reflexivo, comportamental, visceral do 
cérebro e enriquecendo a experiência. 
 Jordan (2000), também disserta sobre a questão do prazer e do design, especificando 
quatro tipos de prazer: prazer físico, social, psíquico e ideológico, os quais segundo Norman 
(2008) se encaixariam dentro dos níveis visceral, comportamental e reflexivo do pensamento. 
 O prazer físico é aquele ligado ao corpo, sentidos. O prazer social, ligado a interação 
com as pessoas, a sociedade, devido o uso do produto. O prazer psíquico, ligado ao âmbito 
psicológico das pessoas ao utilizar produtos. E o prazer ideológico ligado aos valores das 
pessoas por terem certo produto. 
 O design emocional aplicado à informação nos OPACs vem da tendência das pessoas 
de dar e perceber emoções em si mesmas e até em objetos. “Isso é chamado de 
antropomorfismo, ou seja, a atribuição de motivações, crenças e sentimentos humanos a 
animais e a objetos inanimados” (NORMAN, 2008, p. 162). 
 Um exemplo prático disso é quando se culpa o catálogo em linha por não recuperar a 
informação desejada (afeto negativo) ou o elogia por recuperá-la (afeto positivo). Na verdade 
a culpa ou elogio deveriam ter sido dados a pessoas, as quais foram responsáveis por tais 
sucessos ou insucessos. Atribui-se ao produto a responsabilidade pelo prazer ou a culpa pela 
frustração em relação a uma atividade desejada. 
 Quanto mais um catálogo interage com o pesquisador, por meio das funcionalidades 
de sua interface, sua linguagem, sua resposta diantedo termo desejado, sua pesquisa 
avançada, mais se tem a tendência de tratá-lo como um agente ou como ser vivo. 
Podemos, portanto acreditar que o objeto de nossa interpretação esteja triste, alegre, 
zangado ou calmo, dissimulado ou constrangido. E, por sua vez, nós próprios 
podemos nos tornar emotivos, apenas através de nossa interpretação dos outros. Não 
podemos controlar estas interpretações iniciais, pois vêm automaticamente, 
embutidas no nível visceral. Podemos controlar as emoções finais através de análise 
28



reflexiva, mas as impressões iniciais são subconscientes e automáticas (NORMAN, 
2008, p. 164). 
 Fica explicito nesse ponto que as emoções, iniciais pelo menos, surgem da interação 
com os produtos, com o impacto que se tem com eles. No caso desta pesquisa, com o impacto 
que se tem com o catálogo em linha, resultado automático do nível visceral. 
Quanto maior a interação, a compreensão, o controle dos usuários com o catálogo, 
mais confiança eles terão nele. Quanto mais positivo for o contato maior a interação e 
motivação do usuário com a página. “O afeto positivo resulta no relaxamento de alguns 
grupos musculares [...], e na tendência de se abrir e se aproximar do acontecimento ou coisa 
positiva. O afeto negativo tem o impacto oposto, provocando recuo, afastamento” 
(NORMAN, 2008, p. 208). 
Percebe-se com isso que o lado emocional do usuário pode alterar a forma como ele 
lida com os mecanismos de recuperação da informação, com a informação em si e com a 
interface do catálogo. Goleman (1998) também teoriza sobre essa temática: 
A grande interferência que os transtornos emocionais podem ter na vida mental não 
é nenhuma novidade para os professores. Estudantes que estão ansiosos, aborrecidos 
ou deprimidos, não aprendem; pessoas dominadas por esses estados não apreendem 
informações de maneira eficiente, nem lidam bem com elas (GOLEMAN, 1998, p. 
71). 
 A afirmação do autor é percebida constantemente no meio acadêmico e no contexto 
dos catálogos em linha de bibliotecas universitárias. Os estudantes nos estados emocionais 
relatados realmente têm mais dificuldades em apreender informações e lidar bem com elas do 
que estudantes em estados afetivos positivos, relaxados e felizes. 
O design visceral dos OPACs pode atuar exatamente aqui, dando aos usuários essa 
sensação positiva diante do impacto com sua interface, tornando o aprendizado assim, menos 
maçante, formal, e mais excitante, diferente, atraente. 
 O design comportamental pode atuar ligado a função e utilidade, usabilidade e 
compreensão do OPAC. O design reflexivo ligado à questão da confiança, já abordada 
anteriormente e à questão da diversão e da interatividade do catálogo, como por exemplo, o 
logotipo do site do “Google” que são pequenos desenhos animados que mudam 
freqüentemente, de acordo com a data, época do ano (natal, ano novo, páscoa) ou de acordo 
com outro motivo. Alterando-se de forma brincalhona e divertindo o usuário, causando boas 
emoções. 
 
 
29



 A figura seguinte mostra a interface do Google, com figura animada: 
 
 
Figura 2 – Interface do site do Google 
Fonte: http://www.google.fr 
 
 
 Outra maneira de agradar o usuário seria a personalização da interface, mudanças de 
cor e tamanho de fonte, como é o caso do site br.msn.com ou do site do hotmail, 
www.hotmail.com. Também o uso de imagens, figuras pessoais, disposições de ferramentas 
na tela que seriam fruto do desejo dele, tornando assim a interface do OPAC a “sua” interface, 
o “seu” mecanismo de busca e recuperação da informação, dando orgulho ao usuário e 
fazendo com que ele se sinta especial. 
 A figura seguinte ilustra a interface do MSN, já com a personalização da cor: 
 
 
 
30



 
Figura 3 – Interface do site do MSN 
Fonte: http://br.msn.com 
 
“Um espaço só pode ser transformado em um lugar por seus ocupantes. A melhor 
coisa que um designer pode fazer é pôr as ferramentas nas mãos deles” (HARRISON e 
DOURISH, 1996 apud NORMAN, 2008, p. 254). 
Finalizando-se esta parte da revisão de literatura, decidiu-se citar NORMAN (2008): 
Quando alguma coisa dá prazer, quando se torna uma parte de nossas vidas, e 
quando a maneira como interagimos com ela define nosso lugar na sociedade e no 
mundo, então temos amor. O design faz parte dessa equação, mas a interação 
pessoal é o segredo. O amor surge por ser conquistado, quando as características 
especiais de um objeto fazem dele uma parte quotidiana de nossa vida, quando ele 
intensifica nossa satisfação, quer seja por causa de sua beleza, seu comportamento 
ou seu componente reflexivo [ou pelo equilíbrio dos três] (NORMAN, 2008, p. 
257). 
 Talvez com os catálogos não se possa ser tão otimista em relação aos seus usuários, 
mas pelo menos atraentes, confiáveis, prazerosos e divertidos eles poderiam ser. E pensar no 
design emocional é básico para isso. 
 
31



3 - Abordagem metodológica 
 
 
 A presente pesquisa foi realizada sob o enfoque qualitativo, exploratório, sendo 
realizado um estudo de caso. Feita como forma de revisão de literatura, por meio de análise de 
estudos já realizados sobre usabilidade e editoração de páginas de bibliotecas, estudos de 
usuários, estudos sobre os OPACs, recuperação da informação, editoração e design 
emocional. 
 Baptista e Cunha (2007) explicam sobre a pesquisa qualitativa: 
A pesquisa qualitativa focaliza a sua atenção nas causas das reações dos usuários da 
informação e na resolução do problema informacional, ela tende a aplicar um 
enfoque mais holístico do que o método quantitativo. Além disso, ela dá mais 
atenção aos aspectos subjetivos da experiência e do comportamento humano 
(BAPTISTA; CUNHA, 2007, p. 173). 
 Pesquisa exploratória porque disserta sobre um tema até então pouco retratado pela 
literatura científica: o design emocional da informação em catálogos de biblioteca. E visa 
caracterizá-lo um pouco mais em tal contexto. 
 Optou-se por um estudo de caso com o público alvo delimitado e com a interface da 
biblioteca central (BCE) da Universidade de Brasília (UnB). O público alvo do estudo foram 
25 usuários do catálogo público de acesso em linha da BCE - UnB. Cabe explicar que a 
interface desse catálogo é a mesma para todas as bibliotecas integrantes da rede Pergamum, 
maior rede do Brasil. 
 Os instrumentos para realização do estudo e da coleta de dados foram bem amplos, 
incluindo materiais, documentos, livros, artigos de periódicos, teses de doutorado, grupos 
focais, prototipagem em papel, questionários, entrevistas e observações locais. Em resumo, 
tudo que pudesse permitir entender como o design emocional pode afetar o usuário na 
recuperação da informação no catálogo público de acesso em linha, até mesmo a participação 
em grupos de pesquisa relacionados ao tema, indicados pela orientadora da pesquisa. Como 
por exemplo, o grupo de pesquisa, informação, design e usabilidade, o qual está situado no 
sítio: 
http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0240607FR08HT2 
 
32



 O trabalho monográfico aborda os assuntos contidos nas seguintes palavras chaves: 
design emocional, recuperação da informação, catálogo público de acesso em linha. 
 
 
3.1 Objetivos 
 
 
Objetivo geral 
 
 
Identificar qual o impacto que o design (emocional) da interface do catálogo público 
de acesso em linha tem no usuário e como pode afetá-lo na recuperação da informação. 
 
 
Objetivos específicos (passos que levam ao objetivo geral) 
 
 
1. Caracterizar a recuperação da informação, enfatizando o catálogo público de acesso 
em linha, como um instrumento de recuperação. 
2. Analisar o design da interface do catálogo de acordo com os princípios do design 
emocional. 
3. Descobrir o nível de satisfação dos usuários quanto ao design da interface do OPAC. 
4. Apresentar sugestões baseadas no lado emocional dos usuários para enriquecera 
diagramação, estrutura e o design da interface. 
 
 
3.2 Coleta de dados 
 
A participação dos usuários do catálogo foi fundamental para o trabalho, porque 
serviram como fonte de informação, observação e geração de idéias para as alterações 
realizadas na interface e nos questionários durante a duração da pesquisa. 
Foi selecionada como objeto de pesquisa a interface principal do OPAC da BCE da 
UnB. Ela então foi avaliada, com o intuito de saber se satisfaz ou não o usuário e como o afeta 
33



emocionalmente. Para então, por meio das respostas obtidas e da análise dos dados, foi criado 
um modelo ou protótipo idealizado de interface, que tentasse afetar positivamente o usuário e 
fosse diferente do original. Esse segundo modelo ou protótipo também foi avaliado. 
Permitindo-se assim o estabelecimento de comparações entre as duas interfaces. 
A seleção de apenas uma interface do catálogo – a primeira e principal (homepage) – 
foi definida por ser o primeiro contato do usuário com a página do instrumento de 
recuperação da informação e por se querer captar as emoções e estados afetivos desse 
primeiro contato. Já que o foco definido relaciona-se ao design visceral, o das primeiras 
reações a um produto, o das aparências. Além disso, por questões de aprofundamento na 
análise da interface. 
A interface final sugerida foi resultado de diversas interações com o usuário, do 
feedback ou retorno deles e de pré-testes, de grupos focais realizados e da aplicação de 
questionários e de entrevistas relativas ao lado emocional do design. 
 Visto que sistemas informatizados e a internet já são realidade na maioria das 
bibliotecas universitárias foi escolhido o catálogo público de acesso em linha e seus 
respectivos usuários e procurou-se responder a problemática de tornar mais interativa, 
divertida e emocionalmente positiva a página principal do OPAC da biblioteca. 
 Considerou-se na coleta de dados as coletas realizadas em dois pré-testes (com 15 
usuários) e no teste (final), de 10 usuários, totalizando 25 usuários. Os mesmos foram 
observados, entrevistados e questionados desde setembro de 2009 até outubro do mesmo ano. 
Apesar de o instrumento de coleta de dados (questionário) ter sido melhorado e 
alterado a cada aplicação, percebeu-se algumas repetições das idéias contidas nas respostas, 
sem apreensão de idéias novas. Isso se deve em boa parte ao grupo pesquisado ser 
basicamente de alunos de graduação ou pós, usuários do OPAC. Constituindo-se dessa forma 
por um grupo semelhante, ligado a pesquisa. 
 Os usuários participaram da pesquisa em diferentes locais, dias, horários e contextos. 
Devido ao acesso do OPAC não estar restrito ao espaço físico da biblioteca, nem a 
determinada hora, dia ou situação. No entanto, todos eram alunos da UnB e usuários da BCE. 
As fases da pesquisa serão explicadas a seguir: 
 
Primeiro pré-teste: realizado no dia 29/09/2009, com cinco pessoas em forma de grupo 
focal, com alunos da disciplina Seminário em Arquivística 2: Design emocional, do 
Departamento de Ciência da Informação e Documentação da UnB. Aos entrevistados foi 
mostrada a interface original do OPAC da BCE e, em seguida, responderam um questionário 
34



a respeito do impacto emocional da interface, expondo suas impressões, sugestões e 
contribuições. Logo após, foi mostrada a versão inicial do protótipo em papel da interface 
modificada e os mesmos pesquisados responderam outro questionário a respeito do impacto 
emocional da respectiva interface, dando sugestões tanto para a melhoria da interface, como 
sugestões para a melhoria das perguntas dos questionários. 
 
Segundo pré-teste: realizado no dia 05/10/2009, com 10 pessoas em forma de grupo focal, 
com os alunos da disciplina Usabilidade na Interação Humano computador, do Departamento 
de Ciência da Informação e Documentação (CID), da UnB. Aos entrevistados foi mostrada a 
interface original do OPAC da BCE e em seguida eles responderam um questionário a 
respeito do primeiro impacto com a interface e expuseram suas impressões, sugestões e 
contribuições para a melhoria da mesma. Em seguida foi exposta a versão inicial do protótipo 
em papel da interface modificada e a mesma também foi avaliada. Melhorias para os 
questionários também foram sugeridas pelo grupo. 
 
Coleta de dados - Teste (final): realizado entre os dias 12/10/2009 e 18/10/2009, com 10 
usuários que utilizaram o OPAC da BCE, em distintos terminais de consulta (dentro ou fora 
da BCE) e depois foram entrevistados e levados a responder um questionário melhorado 
relativo à versão final do protótipo em papel da interface modificada. Nessa fase, tanto o 
questionário como o modelo do protótipo em papel da interface sugerido para o OPAC já 
haviam sido melhorados por meio das sugestões, idéias e críticas obtidas nos pré-testes e 
grupos focais. 
 
 
3.3 Instrumento de coleta de dados 
 
 
Os instrumentos de coleta de dados utilizados no presente trabalho foram a entrevista, 
o questionário (apêndices C e D), a observação, o grupo focal, e a prototipagem em papel da 
interface modificada (anexo A, apêndices A e B). 
Cabe ressaltar que os questionários, apesar de serem mais utilizados em pesquisas 
quantitativas foram utilizados no trabalho com perguntas abertas, em sua maioria. E são essas 
questões abertas que permitem a coleta de dados qualitativos (BAPTISTA; CUNHA, 2007). 
As perguntas realizadas neles relacionam-se com os objetivos deste trabalho, pois permitem 
35



descobrir o nível de satisfação do público alvo quanto ao design emocional da interface do 
OPAC e quanto ao design emocional dos protótipos em papel das interfaces modificadas. 
Além disso, as respostas a tais perguntas revelam sugestões e idéias dos próprios usuários 
para melhorar e enriquecer a interação com as interfaces e a aparência delas. Em suma, 
contribuem para a consecução do objetivo geral desta pesquisa, o qual foi apresentado no 
tópico 3.1. 
 A observação, a entrevista e o grupo focal, constantemente utilizados nas intervenções 
com os usuários, permitiram o aprimoramento gradual dos questionários e da prototipagem 
das interfaces aplicados. De modo que as perguntas se tornaram mais claras, diretas e 
concisas. E o questionário, como um todo, melhor estruturado. Além disso, por meio das 
sugestões dos entrevistados foi se alterando a versão original da interface do catálogo e se 
aprimorando a versão modificada da mesma. 
 Houve alterações nos questionários1 – tanto o aplicado para a interface original como 
o aplicado para as interfaces modificadas (apêndices C e D). Elas foram realizadas devido: 
 
a) Aos conselhos dados pelos grupos focais que consideraram algumas perguntas dos 
questionários confusas ou demasiado extensas. 
b) A necessidade de agrupar perguntas por partes de forma a ir levando o entrevistado 
pouco a pouco por meio de suas emoções e primeiras impressões das interfaces. 
c) Ao fato de algumas perguntas subjetivas, ficarem melhor se formuladas primeiro de 
forma objetiva e depois de forma subjetiva. 
d) A necessidade de se distribuir mais as perguntas. 
e) A falta de identificação do pesquisador nos questionários. 
 
Houve alterações na interface original. Elas foram realizadas devido: 
 
a) A falta de imagens divertidas. 
b) A falta de cor e interatividade. 
c) A grande quantidade de espaço em branco. 
 






























































1 Os questionários finais e as imagens das interfaces estão em anexo e apêndice ao final do trabalho. 


36



Houve alterações no primeiro protótipo da interface modificada. Elas foram feitas 
devido: 
 
a) Cor escura da interface, que causou emoções negativas nos usuários. 
b) A algumas figuras da nova interface que não agradaram muito, seja pelo tamanho, pela 
forma ou pela localização. 
 
 
3.4 Limitações da pesquisa 
 
 
As principais limitações desta pesquisa foram:- O estudo de caso com um OPAC específico e apenas com sua interface 
principal, por se focar no primeiro contato do usuário com o catálogo, sua 
reação visceral à interface; 
- O estudo de usuários realizado com número pequeno de pessoas, para 
aprofundar melhor na pesquisa, coleta e análise dos dados e por repetições de 
respostas e idéias obtidas pelos instrumentos de coleta; 
- O pequeno espaço de tempo de aproximadamente quatro meses para início e 
conclusão da pesquisa integralmente; 
- O envolvimento de várias áreas, como psicologia, design, biblioteconomia, 
ciência da computação no tema, o que seria mais bem aproveitado com 
pesquisadores de diversas áreas. 
 
Estas limitações podem restringir a pesquisa, simplificá-la, mas não implicam em 
perda de qualidade ou tratamento do tema. Bem como não reduzem sua importância para o 
contexto da biblioteconomia. 
 
 
 
 
 
 
 
37



4 - Análise dos dados 
 
Para a análise dos dados foi considerada a interface original do OPAC da BCE (anexo 
A), o protótipo em papel que representa a interface original modificada em sua versão inicial 
(apêndice A) e o protótipo em papel que representa a interface original modificada em sua 
versão final (apêndice B). A interface e os protótipos são analisados separadamente. 
Cabe explicar que os protótipos em papel modificados foram modelos, sugestões, 
propostos a partir da interface original do catálogo, com o intuito de torná-lo mais atraente, 
divertido, interativo e emocionalmente positivo, com base principalmente em sua aparência 
ou design visceral (NORMAN, 2008) que são o foco da pesquisa. 
De acordo com os objetivos específicos do trabalho a idéia é analisar o design da 
interface do catálogo de acordo com os princípios do design emocional, descobrir o nível de 
satisfação dos usuários quanto ao design da interface, para então poder apresentar sugestões 
que possam enriquecer o design da interface do OPAC. 
Seguem-se nos tópicos as análises dos dados obtidos pelos instrumentos de coleta de 
dados. 
 
 
4.1 Interface original2 
 
 
 A primeira pergunta feita foi como o estado afetivo dos usuários ficava diante da 
interface e porque ficava de determinado jeito. Pelas observações feitas e pelos dados 
colhidos nos questionários dos testes e pré-testes, verificou- se que a maior parte, 20 usuários, 
ficava com o estado afetivo neutro, mostrando indiferença pela aparência do catálogo. 
No momento de especificarem as causas de tal estado afetivo, alguns relataram que a 
interface era simples, enxuta. Outros que ela não provocava nenhuma emoção e não trazia 
nada de atrativo. 
Estilos simples ainda predominam em muitas interfaces de catálogos e esses estilos 
normalmente causam nas pessoas esse estado afetivo neutro, de indiferença, constatado. Mas, 
seria interessante que o contato com o OPAC, em relação à aparência deste instrumento de 
recuperação de informação, causasse um estado afetivo positivo nos usuários, visto que 






























































2 O instrumento de coleta aplicado à interface original do OPAC pode ser consultado no apêndice C.

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tornaria os usuários mais satisfeitos. “Objetos atraentes, de fato, funcionam melhor – 
atratividade produz emoções positivas, fazendo com que os processos mentais sejam mais 
criativos, mais tolerantes diante de pequenas dificuldades” (NORMAN, 2008, p.82). 
A segunda pergunta apresentada foi como se sentiam ao ver a interface, pergunta 
aplicada a fim de complementar a primeira. As respostas, como já esperado, foram muito 
variadas. Afinal, não existem regras no âmbito emocional. 10 usuários sentiram-se irritados 
porque não encontraram o que queriam ou demoraram a encontrar. Outros 8 se sentiram 
indiferentes, tranqüilos, porque já haviam se acostumado com o catálogo. E ainda tiveram sete 
usuários que se sentiram curiosos em utilizar a interface ou intrigados, pois não sabiam a 
melhor maneira de encontrar o que queriam. Observou-se também que muitas pessoas não 
entenderam o porquê de ser importante saber a forma como se sentiam diante de um 
instrumento de pesquisa. 
O que se pode comentar aqui e foi mostrado pelas respostas é que a aparência do 
OPAC importa. Ela afeta o usuário. Fazendo-o se sentir bem, mal, ou de outra forma. No 
entanto, o usuário pensa que a estética não faz diferença porque o nível visceral de seu 
pensamento, o das aparências, é subconsciente. Por isso, não o valoriza (NORMAN, 2008). 
Além disso, a importância da forma como se sentem os usuários diante do OPAC já 
foi comprovada na parte teórica, visto que afeta a qualidade da pesquisa deles. 
A terceira pergunta feita aos participantes da pesquisa foi o que mudariam na interface 
do catálogo e por que. A maior parte das respostas, mais precisamente 18, se concentrou na 
mudança de cores, as quais foram consideradas pouco atraentes, sem graça ou muito simples, 
sem variações. Os sete pesquisados restantes não tinham opiniões quanto a esse aspecto ou 
mudariam pequenos detalhes na tela, como a disposição de ícones ou de menus. 
Isso se deve pela pequena quantidade e variação de cores na tela do OPAC, que é 
predominantemente azul e branca, com pequenos contrastes na tonalidade do azul. Observou-
se igualmente que os usuários consideraram a tela vazia, com grandes espaços não 
preenchidos, o que os incomodou um pouco. 
Norman (2008) evidenciou em suas pesquisas a relevância das cores para o nível 
visceral da estrutura cerebral ao relatar que o nível visceral é pré-programado a responder 
positivamente a cores intensamente saturadas, a cores intensas, primárias. Também mostrou 
que esse nível responde negativamente a terrenos vazios. Adaptando ao catálogo, grandes 
espaços vazios na tela incomodam os usuários. 
39



Assim, uma interface com um leque mais variado de cores agradaria mais o primeiro 
contato das pessoas com o OPAC e uma tela mais preenchida, sem grandes vazios, seria mais 
bem recebida por elas. 
A quarta questão colocada foi se os usuários achariam interessante a personalização da 
interface do catálogo, com a escolha da cor, fonte, tamanho ou a criação de um perfil próprio. 
Quase que a totalidade, 22 usuários, respondeu que sim, que gostariam de personalizar 
o OPAC. Essa personalização não é novidade, visto que um grande número de páginas na 
internet oferece esse recurso aos seus usuários e é um recurso valorizado pelos mesmos. 
Provavelmente, porque torna o site mais atraente aos olhos da pessoa que o utiliza e permite 
que ela defina como quer vê-lo. 
O gosto pela personalização de produtos é um fato notório na sociedade globalizada 
que se vive atualmente, aonde a produção de massa torna os produtos todos iguais, 
padronizados. 
As próprias interfaces dos catálogos de biblioteca, como as dos OPACs das bibliotecas 
da rede Pergamum, são todas padronizadas, quase sem variações. E a personalização, a 
criação de um perfil, permitiria que os usuários tivessem algo “seu”, algo diferenciado e 
conforme seus próprios desejos. Uma página com suas características, fotos, livros de 
interesse, entre outros. 
A quinta questão aplicada foi se os usuários consideram que suas emoções diante da 
interface podem ser mais decisivas para o sucesso dela do que seus elementos práticos e por 
que. 17 usuários consideraram que sim, suas emoções são importantes para o sucesso do 
OPAC. Isso demonstra a importância e o impacto do design emocional da informação na 
página dos catálogos de bibliotecas. 
Os motivos apresentados foram: elementos empolgantes podem incentivar o uso da 
interface por mais complicado que seja; se a interface proporcionar ao usuário sentimentos de 
esperteza, empolgação, ele vai achá-la mais prática; caso a interface seja mais agradável, a 
motivação será maior para utilizar a página ou voltar a utilizá-la, entre outros. Oito usuários 
disseram que não, que a parte técnica, operacional, dosOPACs era mais relevante que as 
emoções. 
 Ficou claro na análise dessa questão, que o sistema emocional pode influenciar o 
sistema cognitivo. O afeto positivo pode auxiliar na tomada de decisões, pois pessoas que 
estão mais relaxadas e felizes expandem sua imaginação, sua criatividade, buscam mais 
alternativas para realizar sua tarefa. Devido a isso, emoções boas causadas pela aparência 
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positiva da interface podem fazer com que seus elementos reais se tornem menos 
complicados, difíceis, para os usuários (ISEN, 1993). 
Norman (2008) ainda relata que de forma geral, as pessoas são primeiramente 
emocionais na tomada de decisões para depois avaliá-las cognitivamente. A explicação dessa 
ordem é que o lado emocional permite maior rapidez na tomada de decisões, por ser 
subconsciente. Somente depois, que as pessoas avaliam realmente as decisões que tomaram, 
de forma consciente e racional. 
A sexta pergunta feita foi se eles gostariam que a interface fosse mais divertida e 
brincalhona, como a interface do Google o que pudessem deixar suas sugestões para a 
melhoria da mesma. 
Quase a totalidade, 20 das respostas coletadas, foi sim. O que revela a importância do 
lado divertido, brincalhão, de uma interface, mesmo de um catálogo público de biblioteca, 
porque esse lado mexe com a emoção dos usuários e os deixa mais felizes, dispostos e abertos 
para suas pesquisas. A interface do Google foi usada como exemplo, porque estudos 
científicos elogiaram-na e relataram a idéia de diversão que as pessoas sentem ao entrar em 
contato com a página, que sempre “brinca” com elas (NORMAN, 2008). 
A sétima questão aplicada e a nona serão mostradas juntas, pois seu tema envolve 
primordialmente o design comportamental, o qual não é foco da presente monografia. 
Portanto, serão mostrados apenas os dados colhidos, eles não serão analisados. 
Respectivamente, as perguntas foram: o produto satisfaz suas necessidades de busca e 
recuperação de informação, se não, por quê; e o catálogo público de acesso em linha tem um 
bom desempenho, usabilidade. 
Em geral, as respostas obtidas foram positivas (sim). Apenas sete usuários disseram 
não e destacaram que nem sempre o OPAC é eficiente nas buscas e recuperações. 
A oitava questão perguntada foi se considera que a interface do catálogo foi construída 
levando em consideração o modelo mental do usuário na busca por informação ou o modelo 
de um especialista e por que. Neste ponto houve divisão de opiniões. 14 usuários acharam que 
a interface seguiu o modelo de um especialista porque os usuários, em geral, não estão 
habituados com aquela disposição de opções de pesquisa. 11 acharam que seguiu o modelo do 
usuário, porque os elementos da página são simples e fáceis de utilizar. 
Norman (2008) expõe que: 
“Para alguém usar um produto com sucesso, precisa ter o mesmo modelo mental (o 
modelo do usuário) do designer (o modelo do designer)” (NORMAN, 2008, p. 99). Logo, 
41



interpretando essa afirmação, cabe aos designers ou projetistas de interfaces encontrarem 
maneiras de adaptar seus produtos ou interfaces aos usuários. 
Aplicando-se ao OPAC, é fundamental que leve em conta os usuários na hora de se 
projetar tal instrumento de recuperação de informação, visto que são eles próprios a razão de 
existir do catálogo, assim como das bibliotecas. A aparência do OPAC então deve facilitar a 
pesquisa e o encontro das informações utilizadas, com enlaces ou Hiperlinks, contendo as 
partes que os usuários mais utilizam no catálogo, para se sentirem melhor localizados na 
interface. 
Observou-se nas atitudes dos pesquisados que as emoções são essenciais para eles 
gostarem ou não da recuperação da informação no OPAC e mexem sim com suas opiniões e 
sensações diante dele. Além disso, muitas foram as sugestões para tornar a página de abertura 
do OPAC mais atraente, divertida, interativa. 
Foi nesse sentido que foram representadas as modificações da interface num protótipo 
em papel, para serem analisadas as reações dos usuários. Os dados coletados serão analisados 
nos tópicos adiante. 
 
 
4.2 Versão inicial do protótipo em papel da interface modificada 
 
 
 Nesta versão da interface as cores foram completamente alteradas e o grande espaço 
vazio que havia na tela foi preenchido por figuras, as quais seriam hiperlinks que fazem as 
ações descritas neles e representariam as ações mais realizadas pelos usuários no catálogo. 
Por exemplo: ajuda, acesso ao usuário, renovação de livros, pesquisa, entre outros. 
 As imagens poderiam até se mexer e fazer ações correspondentes ao que representam. 
Exemplos: a estrela poderia brilhar; a nuvem chover. Elas seriam personalizadas de acordo 
com a época do ano, como no natal, com figuras natalinas, ou na páscoa, com coelhinhos e 
ovos de páscoa, ou seriam escolhidas pelos usuários (apêndice A). 
 Elas também estariam associadas a significados. Exemplificando: a estrela com o link 
de acesso ao usuário significaria que o usuário é a estrela, o foco, do OPAC; o coração com o 
link para a pesquisa significaria que o usuário ama a pesquisa; a nuvem com o link para a 
ajuda significaria que “o tempo está nublado para o usuário, pode até chover”, pois ele está 
com dúvidas. 
42



 Por meio dos pré-testes foram coletados dados de 15 usuários para a análise do design 
desta versão inicial da interface modificada, os quais são analisados a partir daqui. 
 A primeira questão levantada foi como se sentiam os usuários diante da nova interface. 
Observou-se que a interface mexeu com as emoções dos usuários. Dez deles ficaram confusos 
e assustados, disseram não saber se iriam se acostumar com as mudanças. Outra parte, cinco 
dos usuários, achou a nova interface positiva, divertida e sentiu-se sensibilizada pela drástica 
mudança no design visceral. 
 Em seguida, na mesma questão foi perguntado como ficou o estado afetivo dos 
usuários e por que. Conforme as respostas anteriores, cinco colocaram seu estado afetivo 
como positivo porque consideraram a interface mais alegre, bem diferente do design 
tradicional de outros OPACs, e dez colocaram seu estado afetivo como negativo porque as 
cores escuras causavam sensações ruins ou dificultavam a leitura das informações. 
 A rejeição mostrada talvez possa ser justificada pelas condições pré-programadas do 
nível visceral de pensamento que considera como negativo cores muito escuras, sombrias, 
extremamente fortes, objetos pontiagudos (NORMAN, 2008). E a aceitação verificada talvez 
possa ser justificada com base no uso das imagens, que tornou o OPAC menos formal, frio e 
comum. Além do que o uso de cores de tonalidades intensas e bem coloridas nas figuras fez 
os usuários as adorarem e ficarem com bons sentimentos. É necessário esclarecer que não há 
uma receita ou fórmula exata para a aceitação de uma interface pelos seus usuários. 
 A segunda questão colocada foi o que considerariam como negativo em uma interface 
e exemplos de coisas negativas. As respostas foram em geral: excesso de imagens ou 
informações (3); informações mal distribuídas e apresentadas (3); fundos muito escuros (3); 
cores muito fortes, sombrias (2); falta de opção quanto à escolha de cores da página (3); letras 
ou ícones muito pequenos (1). 
 As respostas demonstram que as pessoas tendem naturalmente a rejeitar cores muito 
escuras, excesso de informações nas interfaces, informações estruturadas de forma não 
harmoniosa ou não simétrica, e fundos ditos sombrios ou pesados. Essa rejeição se dá 
automaticamente, em seu nível mais superficial de pensamento (NORMAN, 2008). Já as 
letras ou ícones muito pequenos sofrem rejeição pela dificuldade de visualização e leitura. 
 A terceira questão exposta aos usuários foi o que os atrairia a utilizar uma interface, 
levando em conta a aparência da tela e exemplos de coisas positivas. As respostas obtidas 
foram: cores agradáveis, telas harmoniosas, suaves (5); o uso de imagens

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