Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
16 n. Stephan Kinsella de acordo com a visão jusnaturalista da Pi mantida por alguns liber- tários, criações da mente têm direito a proteção da mesma forma que propriedade tangível. ambas são produto do trabalho e da mente de alguém. Pelo fato de alguém ser dono de seu trabalho, esse alguém possui um direito natural ao fruto de seu trabalho. Sob essa visão, as- sim como alguém tem direito a colher o que planta, possui direito so- bre as ideias que gera e sobre a arte que produz.34 essa teoria depende da noção que as pessoas são donas de seu trabalho e corpo, e, portanto, de seus frutos, incluindo “criações” intelectuais. um indivíduo cria um soneto, uma canção, uma escultura, ao empregar seu trabalho e sua mente. ele garante assim o direito de “possuir” essas criações, porque elas resultam de outras coisas que ele “possui”. existem também argumentos utilitaristas pró-Pi. o juiz fede- ral richard Posner é um utilitarista proeminente (embora não li- bertário) defensor da Pi.35 dentre libertários, o anarquista david Friedman analisa e parece apoiar a Pi sob as bases de “direito e economia”36, um arcabouço institucional utilitarista. o argumento utilitarista pressupõe que deveríamos escolher leis e políticas que maximizam a “riqueza” ou a “utilidade”. Com respeito a direitos autorais e patentes, a ideia é que mais “inovações” artísticas e in- ventivas correspondem ou ao menos levam a mais riqueza. efeitos de bens públicos e free-rider reduzem a quantidade de tal riqueza abaixo de seu nível ótimo, isto é, abaixo do nível que atingiríamos se houvessem leis adequadas de Pi sobre os livros. assim, a riqueza é maximizada, ou ao menos aumentada, garantindo monopólios de direitos autorais e patentes que encorajem os autores e inventores a inovarem e criarem.37 Ethics, vol. 2 (1893; reimpressão, indianapolis, ind.: liberty Press, 1978), parte iV, chap. 13, p. 121. Ver também, Wendy Mcelroy, “intellectual Property: Copyright and Patent,” http://www.zetetics.com/mac/ intpro1.htm e http://www.zetetics.com/mac/intpro2.htm; e Palmer, “are Patents and Copyrights Morally Justified?” pp. 818, 825. 34 Palmer, “are Patents and Copyrights Morally Justified?” p. 819. 35 richard a. Posner, Economic Analysis of Law, 4th ed. (Boston: little, Brown, 1992), § 3.3, pp. 38–45. 36 david d. Friedman, “Standards as intellectual Property: an economic approach,” university of dayton law review 19, no. 3 (Primavera 1994): 1109–29; e david d. Friedman, law’s order: What economics Has to do with law and Why it Matters (Princeton, n.J.: Princeton university Press, 2000), chap. 11. ejan Mackaay também defende Pi sob bases utilitaristas, em “economic incentives in Markets for information and innovation,” in “Symposium: intellectual Property, ”Harvard Journal of law & Public Policy 13, no. 3, p. 867. defensores utilitaristas anteriores de Pi incluem John Stuart Mill e Jeremy Benthan. Ver Plant, “the economic theory Concerning Patents for inventions,” em Selected economic essays and addresses (london: routledge & Kegan Paul, 1974), p. 44; roger e. Meiners and robert J. Staaf, “Patents, Copyrights, and trademarks: Property or Monopoly?” em “Symposium: intellectual Property,” Harvard Journal of law & Public Policy 13, no. 3, p. 911. 37 Ver Palmer, “are Patents and Copyrights Morally Justified?” pp. 820–21; Julio H. Cole, “Patents and
Compartilhar