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DISCENTE David Bizarro- AV1 Saneamento Basico Ambiental 2023 1

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O EFEITO DOS POLUENTES NA ECOLOGIA MICROBIANA
EM CORPOS D´ÁGUA
David Salomão Pinto Castanho Bizarro
Matrícula 01532745
Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
TEXTO:
A ecologia envolve o estudo no meio ambiente das interações bióticas (entre
outros organismos) e abióticas (radiação solar, temperatura, nível de oxigênio,
tipo de solo, etc.) que determinam a distribuição e abundância dos organismos
com equilíbrio natural no ecossistema, garantias nas espécies e dos recursos
disponíveis enquanto habitat em condições adequadas. No entanto, quando
surguem intervenções antrópicas nessas interações ou disponibilidade de
recursos iniciam-se desequilíbrios ambientais, a saber, lançamento nos corpos
d’água de águas residuárias domésticas ou industriais, a ausência de coleta e
tratamento de esgotos, a disposição inadequada de resíduos sólidos, etc..
Tomando o modelo de ecossistema habitável com diferentes microrganismos
que podem desenvolver-se de acordo com os recursos nutricionais e as
condições do meio, em cada compartimento existem distintas células (bactérias,
fungos, algas, protozoários, vírus, etc.) crescendo para formar populações
microbianas (grupo de indivíduos da mesma espécie), que desenvolvem uma
comunidade microbiana (conjunto de populações de várias espécies na
mesma área) com similaridades de metabolismo na exploração dos mesmos
recursos, as quais interagem de diversas formas com macro-organismos e
fatores abióticos do ecossistema (recursos nutricionais e condições do habitat).
Enquanto as comunidades microbianas com microrganismos fototróficos
realizam a fotossíntese (zona fótica) produzindo oxigênio e glicose, os
aeróbios (zona óxica) promovem a degradação da glicose com formação de
CO2, e os anóxicos (zona anóxica) promovem reações no sedimento na
ausência de oxigênio O2 (bactérias redutoras de ferro, de sulfato, batérias
desnitrificantes, metanogêneas).
Em termos de fontes de carbono, os organismos podem ser autotróficos (cuja
fonte de carbono é o dióxido de carbono – CO2) ou heterotróficos (cuja fonte
de carbono é a matéria orgânica, por exemplo, glicose – C6H12O6). Em termos
de fonte de energia, os organismos podem ser fototróficos (luz na fonte de
energia) ou quimiotróficos (energia provém das reações químicas). Os
organismos possuem requerimentos nutricionais distintos uns dos outros,
aqueles em maiores quantidades são chamados de macronutrientes (carbono,
nitrogênio, fósforo, enxofre, potássio, magnésio, cálcio e sódio), enquanto
aqueles apenas necessários em pequenas concentrações são chamados de
micronutrientes (zinco, níquel, cobalto, ferro, cobre, silício, manganês).
Diante disso, quando ocorre o lançamento de esgotos sem tratamento num
corpo hídrico a matéria orgânica associada sofre decomposição através dos
microrganismos aeróbios heterotróficos, e na ocorrência da oxidação dessa
matéria orgânica aumenta o consumo de oxigênio, perfazendo uma diminuição
do teor de oxigênio na água (zona de decomposição), podendo gerar até
condições de anaerobiose com depleção dos níveis de oxigênio dissolvido
(zona séptica), também os compostos químicos inorgânicos podem sofrer
oxidação, tais como nitrogênio amoniacal, ferro e enxofre (na forma de sulfito),
mediada por microrganismos que contribuem para desoxigenação da água.
Nalguns casos, o corpo hidríco não possui trechos que dispõem a capacidade
de autodepuração, permanecendo as condições sépticas sem ocorrência ao
aporte de oxigênio, prevalecem as condições anaeróbias, sendo impossível a
manutenção da vida aquática. Nessas condições, o lançamento de esgoto não-
tratado e demais poluentes orgânicos só podem ser degradados por meio de
microrganismos anaeróbios, fazendo que o sulfato dos esgotos seja reduzido
pelas bactérias gerando o gás sulfídrico (H2S) que possui cheiro de “ovo podre”.
Outro problema causado pelo lançamento de efluentes nos cursos d´água
envolve o aporte de nutrientes, em determinadas condições pode levar numa
excessiva concentração de nutrientes na água, notadamente nitrogênio (N) e
fósforo (P), por exemplo, em áreas urbanas são provenientes das excretas
humanas e pelo conteúdo de detergentes no esgoto. Devido ao excessivo
aporte de nutrientes no corpo hídrico existe aceleração do crescimento de
algas e plantas aquáticas, podendo alcançar-se níveis que interferem no
equilíbrio do ecossistema (fenómeno de eutrofização). Essa superpopulação
de algas (floração) pode conduzir à formação de camada superficial no corpo
d’água, que impede a penetração de radiação luminosa em profundidade,
provocando a morte de organismos como algas e consequemente o
concomitante aumento da degradação microbiana da matéria orgânica com
diminuição nos níveis de oxigênio dissolvido - OD, desenvolvimente habitats
microbianos inadequados à sobrevivência de peixes ou plantas e gerando
condições sépticas pelo sulfeto de hidrogênio (H2S). Em muitos casos, as
condições de eutrofização propiciam condições favoráveis para a formação de
florações de cianobactérias, agravando a produção de cianotoxinas por
algumas algas (como microcistinas e saxitoxinas), as quais atacam o sistema
nervoso, hepático e respiratório do organismo humano.
Com efeito, esses problemas podem não ser a maior questão, porque ainda
existe toda uma gama de microorganismos patógenos causadores de doenças
que podem afetar o organismo humano de forma severa, os quais podem ser
provenientes da ingestão de água relacionada à circunstância de contaminação
do sistema de distribuição de abastecimento de àgua, ou mesmo provenientes
em alimentos como peixes, frutos marinhos e até frutas, vegetais ou
leguminosas cultivadas em solos irrigados com água de reuso sem tratamento
adequado. Importante ressaltar que suas concentrações em águas resíduais
podem variar significativemente em tempo e espaço, dependendo, entre outros,
da fonte poluidora, da concentração de contaminação fecal, de fatores
climáticos, da infraestrutura sanitária, etc., e mesmo com tratamento de águas
adequado somente ocorre remoção em torno de 20 a 80% permanencendo
uma presença em descargas de efluentes, sendo transportadas pelas águas
subterrâneas, estuarinas, mar ou rios, ou seja, ainda continuando no ambiente.
Por outro lado, quando ocorre migração dos microorganismos patógeneos para
um ambiente de diversidade biológica natural isso não implica numa garantia
de sobrevivência pela ausência de ambiente apropriado, no entanto, num
cenário de degradação ambiental com menos competição com espécies
nativas (exemplo: habits alterados por atividades humanas e naturais) os
microorganismos patógenos intrusos podem encontrar um meio adequado e
uma população de organismos hospedeira receptiva.
REFERÊNCIAS:
DA SILVA, KAMILLA R. G.; Saneamento Básico e Ambiental. Ensino à Distância
(EaD) - Módulo A, Grupo Ser Educacional, TeleSapiens, Recife-PE, 2022.
SZIKSZAY, MÁRIA; Geoquímica das Águas. Departamento de Geologia Geral.
Boletim 5, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 1993
NAKAGAWA, DAVID A.; BENATTI, CLAUDIA T.; Sobrevivência e Viabilidade
de Patógenos Emergentes em Meio Aquático. XI Congressso Brasileiro de Gestão
Ambiental, Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais e de Saneamento, Vitória-ES,
2020
	Nalguns casos, o corpo hidríco não possui trechos 
	Outro problema causado pelo lançamento de efluente
	Com efeito, esses problemas podem não ser a maior 
	DA SILVA, KAMILLA R. G.; Saneamento Básico e Ambie

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