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4 Organização de trabalhos acadêmicos

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21/10/2022 13:49 Organização de trabalhos acadêmicos
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00854/index.html# 1/77
Organização de
trabalhos
acadêmicos
Prof. André Rocha de Oliveira
Descrição Identificação dos instrumentos úteis ao
desenvolvimento da pesquisa. Características dos
trabalhos acadêmicos mais recorrentemente
utilizados. Estruturação e componentes do artigo
científico. Características específicas dos trabalhos
de conclusão: monografias, dissertações e teses.
Propósito Compreender os diferentes tipos de trabalhos
acadêmicos, com suas características comuns e
nuances, bem como quando se espera que cada um
seja utilizado no decorrer de uma pesquisa, algo
fundamental para o desenvolvimento do
pesquisador.
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Objetivos
Módulo 1
Tipos de organização dos
estudos
Identificar os conceitos e as funções
do fichamento, do resumo e das
resenhas acadêmicas.
Acessar módulo
Módulo 2
Artigos cientí�cos
Reconhecer os artigos científicos por
meio de sua estrutura e de seus
conteúdos.
Acessar módulo
Módulo 3
Monogra�as, dissertações e
teses
Identificar as expectativas com
relação às monografias, dissertações
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e teses com base em suas
definições.
Acessar módulo
Introdução
O mundo acadêmico pode ser caracterizado pela produção de
conhecimento, mas não qualquer um: o saber elaborado neste meio
demanda metodologias, regras e critérios bem definidos. Chamamos tal
saber de conhecimento científico e podemos apontar, pelo menos, duas
aplicações para ele.
Por um lado, o conhecimento científico contribui para o desenvolvimento
da sociedade como um todo, seja na esfera social seja nas esferas
econômica, cultural etc. Assim, sua contribuição vai desde a análise dos
problemas que afetam a sociedade até o desenvolvimento de produtos que
possam melhorar a qualidade de vida da população, como as vacinas, por
exemplo.
Por outro lado, o conhecimento científico serve de base para sua própria
renovação dentro da comunidade acadêmica, o que, por sua vez, levará à

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reprodução do processo de criação de novos conhecimentos. É para esta
segunda aplicação que voltaremos nossas atenções a partir de agora.
No entanto, de que maneira podemos atestar a confiabilidade do
conhecimento gerado a partir da execução de uma pesquisa?
De acordo com Mueller (2000), essa confiança provém da divulgação dos
resultados obtidos e de sua aprovação por outros acadêmicos da área, ou
seja, os chamados “pares”. Somente assim, determinado estudo passa a
usufruir do status de saber confiável.
O processo pelo qual as conclusões de uma pesquisa passam até serem
consideradas aceitáveis pela comunidade acadêmica é chamado de
sistema de comunicação científica. A capacidade de redigir trabalhos
acadêmicos segundo esse sistema é uma das competências que se
espera do pesquisador.
Porém, como veremos a seguir, os trabalhos não são iguais. Não são
produzidos da mesma maneira, nem com as mesmas finalidades, embora
seja comum se inter-relacionarem.
1
Tipos de organização dos estudos
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Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os conceitos e as funções do fichamento, do resumo e das resenhas acadêmicas.
Fichamento
Múltiplo e bastante diversificado, o fichamento pode ser de várias modalidades.
É possível que esteja voltado à reunião apenas de citações presentes em um
texto ou ser redigido exclusivamente para reunir comentários realizados pelo
pesquisador, por exemplo. 
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Igualmente, o pesquisador é capaz de produzir fichas temáticas. Assim, é
possível juntar, em somente um documento, as posições de diversos autores
sobre determinado tema. 
 
Contudo, voltaremos nossas atenções para o tipo mais comumente utilizado,
conhecido como fichamento de leitura. 
 
Você sabe o que é fichamento?
Resposta
O fichamento é um instrumento de grande valia para
o desenvolvimento de uma pesquisa. Ele é ainda
mais útil quando se tem por objetivo produzir um
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): monografia,
dissertação ou tese. Afinal, a pesquisa, seja ela da
área do conhecimento que for, demanda do
investigador o conhecimento sobre a bibliografia
produzida acerca do assunto estudado.

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Todo trabalho acadêmico conta, em algum momento, com uma revisão
bibliográfica. É um item obrigatório por demonstrar, em linhas gerais, o que já foi
produzido sobre determinado assunto, destacando, assim, que a pesquisa
desenvolvida é necessária. 
 
Apenas com conhecimento do que já foi produzido, dá para perceber lacunas e
realizar uma investigação com perspectiva original. Porém, a contribuição do
fichamento não termina aí. Ele também auxilia com os referenciais teóricos e as
metodologias. Enfim, praticamente tudo o que é lido e útil para o trabalho a ser
realizado pode ser fichado. 
 
A necessidade de se elaborar fichas vem, por um lado, da quantidade de artigos,
livros, trabalhos de conclusão etc. reunidos em um levantamento bibliográfico
(material reunido pelo investigador que serve de base para o estudo que está
sendo realizado) que o estudioso se vê compelido a ler. Nesse sentido, o
fichamento acaba sendo uma consequência que preserva o tempo do estudioso
(MEDEIROS, 2006), uma vez que não precisa ficar retornando ao texto completo
a todo momento. 
 
Por outro lado, o fichamento surge da corriqueira demanda pela consulta a obras
guardadas em bibliotecas ou arquivos.
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Eco (2007) afirma que o cenário ideal seria aquele onde teríamos todas as obras
que precisássemos ao longo do desenvolvimento de um trabalho dentro de casa,
mas esta não é a realidade. Em alguns casos – ou mesmo em muitos,
dependendo da investigação realizada –, as obras sequer podem ser
emprestadas. Em tais circunstâncias, o fichamento funciona como uma espécie
de substituto para o texto cujo acesso não é tão fácil. 
 
De maneira sucinta, essa ferramenta pode ser compreendida como uma
compilação dos tópicos importantes de determinado texto. Os benefícios
decorrentes de sua prática são vários. 
 
Ao fichar um trabalho acadêmico, o pesquisador consegue reunir em um único
documento – cujo tamanho é sensivelmente menor que o original – informações
que, espera-se, serão úteis a ele ao longo de toda a pesquisa. Além de identificar
a obra fichada e sintetizar seu conteúdo, esses dados podem englobar citações,
análises, comentários ou críticas, por exemplo (GIL, 2002; MARCONI; LAKATOS,
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2017). 
 
Assim, segundo Lima (2015), os efeitos práticos de tal iniciativa são: evitar
releituras de textos já lidos – e fichados –, bem como facilitar a subsequente
utilização das informações em um trabalho escrito. Por essas razões, Eco (2007)
considera a prática do fichamento indispensável ao ofício da investigação
acadêmica. 
 
A construção – “como fazer” –, porém, é diversificada. Isso é assim porque não
há uma maneira única de elaborar um fichamento. O que podemos constatar é
que alguns componentessão mais mencionados pelos autores que se
ocuparam do assunto e, por isso, podem ser tratados como itens obrigatórios. 
 
Nesse sentido, Hühne (1995 apud LIMA, 2015) propõe um modelo “compacto” de
fichamento, composto por cinco itens básicos:
 1
Referência bibliográfica do texto a ser fichado.
 2
Resumo indicativo.
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Desses cinco quesitos, os três primeiros precisam, necessariamente, estar
presentes: referência bibliográfica, resumo e citações.
 3
Citações consideradas mais importantes para a pesquisa.
 4
Comentários ou críticas.
 5
Ideias ou problemas deixados em aberto no texto.
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A ausência de algum desses elementos acarretaria a descaracterização do
fichamento. Cabe, portanto, algumas palavras sobre tais itens.
Referência bibliográfica 
Resumo 
Citação 
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Resumo
O resumo é, provavelmente, a modalidade mais disseminada dentre aquelas que
compõem o gênero textual acadêmico. Ele se faz presente desde o começo da
trajetória do pesquisador e nunca mais o abandona. 
 
O resumo pode ser realizado para:
Apresentar uma comunicação em algum congresso – as inscrições
costumam, quase em sua totalidade, cobrar um resumo do que será
apresentado.
A presença praticamente universal do resumo, em consequência da demanda
por seu emprego, encontra explicação naquele que é seu objetivo final:
proporcionar, em poucas palavras, uma visão ampla e suficientemente
Apresentação Redação Produção
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informativa sobre o conteúdo da obra resumida. 
 
Há duas formas de se alcançar esse objetivo nos seguintes textos:
A ABNT, dentre as suas atribuições, ocupa-se, ainda, em indicar algumas
orientações – chamadas de regras gerais de apresentação – sobre a construção
do resumo. Por fim, determina os tamanhos:
Resumos de artigos científicos – de 100 a 250 palavras.
Resumos de trabalhos de conclusão e de relatórios técnico-científicos – de
150 a 500 palavras.
Essa norma tem servido de base para as reflexões de diversos autores
interessados na temática. Por exemplo, Marconi e Lakatos (2017) apontam que
os resumos chamados de indicativos são aqueles que se referem apenas às
partes principais do texto, descrevendo sua natureza, forma e finalidade. Esses
resumos não dispensam a consulta ao texto completo. Outra maneira de
mencionar esse tipo é intitulando-o resumo descritivo.
Texto de própria autoria 
Texto de autoria alheia 
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Com relação ao resumo informativo,
Pereira (2013) pondera que sua
aparência lembra a de um pequeno
trabalho, e que sua apresentação pode
ser estruturada ou não estruturada.
Ambas possuem o mesmo conteúdo,
variando apenas na forma.
No primeiro caso (apresentação estruturada), o resumo é constituído de partes
precedidas por subtítulos, que costumam ser designados, de modo padronizado,
pelo veículo de publicação – os periódicos científicos são os mais comuns – e
remetem, quase sempre, àqueles aspectos esperados de um resumo de texto do
gênero acadêmico: objetivo(s), metodologia(s), conclusões etc. 
 
No segundo caso (apresentação não estruturada), todas as informações são
dispostas em texto corrido. 
 
Em tese, o resumo informativo dispensa a necessidade de consulta do texto
completo. Já o resumo crítico será visto mais adiante – trata-se da resenha. 
 
Confira, a seguir, dois exemplos de resumos:
Exemplo 1
Estudo realizado sobre redações de vestibulandos da FUVEST. Examina os
textos com base nas novas tendências dos estudos da linguagem, que buscam
erigir uma gramática do texto, uma teoria do texto. São objeto de seu estudo a
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coesão, o clichê, a frase feita, o “não texto” e o discurso indefinido. Parte de
conjecturas e indagações, apresenta os critérios para a análise, as informações
sobre o candidato, o texto e farta exemplificação. 
 
Resumo indicativo. Fonte: MEDEIROS,2006, p. 153-154. Crise na linguagem: a
redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
Exemplo 1
Examina 1.500 redações de candidatos a vestibulares (1978), obtidas da
FUVEST. O livro resultou de uma tese de doutoramento apresentada à USP em
maio de 1981. Objetiva caracterizar a linguagem escrita dos vestibulandos e a
existência de uma crise na linguagem escrita, particularmente desses indivíduos.
Escolheu redações de vestibulandos pela oportunidade de obtenção de um
corpus homogêneo. Sua hipótese inicial é da existência de uma possível crise na
linguagem e, por meio do estudo, estabelecer relações entre os textos e o nível
de estruturação mental de seus produtores. Entre os problemas, ressaltam-se a
carência de nexos, de continuidade e quantidade de informações e a ausência de
originalidade. Também foram objeto de análise condições externas, como
família, escola, cultura, fatores sociais e econômicos. Um dos critérios de análise
é a utilização do conceito de coesão. A autora preocupa-se, ainda, com a
progressão discursiva, com o discurso tautológico, as contradições lógicas
evidentes, o nonsense, os clichês, as frases feitas. Chegou à conclusão de que
34,8% dos vestibulandos demonstram incapacidade de domínio dos termos
relacionais; 16,9% apresentam problemas de contradições lógicas evidentes. A
redundância ocorreu em 15,2% dos textos. O uso excessivo de clichês e frases
feitas aparece em 69% dos textos. Somente em 40 textos, verificou-se a
presença de linguagem criativa. Às vezes, o discurso estrutura-se com frases
bombásticas, pretensamente de efeito. Recomenda a autora que uma das
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formas de combater a crise estaria em se ensinar a refazer o discurso falho e a
buscar a originalidade, valorizando o devaneio. 
 
Fonte: Resumo informativo. Medeiros (2006, p. 138-139). ROCCO, Maria Thereza
Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
Palavras-chave
Um último ponto, mas não menos importante, diz respeito ao emprego das
palavras-chave. De acordo com Curty e Boccato (2005), elas representam o
conteúdo do texto e devem ser registradas logo abaixo do resumo. 
 
Quando nos referimos a resumos inseridos em artigos, as palavras-chave
tornam-se elemento obrigatório e contribuem para a indexação do trabalho nas
bases de dados. Sua quantidade varia, mas, geralmente, restringe-se a três. 
 
Outra característica que pode oscilar é a liberdade para sua escolha. Em
determinadas áreas, como as Ciências da Saúde, as palavras-chave – chamadas
de descritores – são de uso controlado, ou seja, há uma lista já pronta, e o autor
escolhe aquelas que mais interagem com seu trabalho. Na área de
Humanidades, a seleção das palavras-chave fica a critério do próprio autor.
Apenas a quantidade é predeterminada (PEREIRA, 2013).
Resenhas acadêmicas
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Embora de natureza completamente distinta, a resenha acadêmica cumpre uma
função que é semelhante ao papel do fichamento, ou seja, busca-se poupar o
tempo do pesquisador. Essa necessidade é uma das consequências do
fenômeno chamado explosão bibliográfica.
Oobjetivo principal da resenha é proporcionar ao leitor uma
quantidade su�ciente de informações para que este possa, de
maneira embasada, decidir sobre a leitura – ou não – do texto
completo.
Nesse sentido, Severino (2002) observa que a resenha auxilia o estudioso no
processo de seleção das leituras que deverão ser feitas, seja para o
desenvolvimento da investigação, seja para a subsequente produção dos
trabalhos acadêmicos. Em outras palavras, a resenha serve para poupar o
investigador de leituras desnecessárias – para sua pesquisa – e, com isso,
otimizar seu tempo.
Conceito de resenha
O que é uma resenha? 
 
De acordo com a NBR 6028 (ABNT, 2003b), trata-se da modalidade de resumo
chamada resumo crítico, cuja definição consiste na análise crítica de
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determinado texto realizada por um especialista. Porém, tal acepção não é
suficientemente esclarecedora a ponto de responder a nossa pergunta
satisfatoriamente. Desse modo, cabe identificar como alguns autores a
caracterizam.
Marconi e Lakatos (2017) entendem a resenha como uma descrição
pormenorizada do conteúdo de um texto, na qual o resenhista resume, critica e
formula um juízo de valor sobre a obra. No entanto, a resenha também deve ser
entendida como uma redação técnica dotada de sequências textuais que não se
restringem à descrição, mas também englobam narração e dissertação. 
 
Como afirmamos antes, a finalidade das resenhas é possibilitar a seu leitor
elementos para que consiga, de maneira fundamentada, decidir se a leitura do
texto completo lhe é pertinente ou não (SEVERINO, 2002). 
 
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Por isso mesmo, elas configuram uma modalidade específica de trabalho
acadêmico, estando presentes no sistema de comunicação científica.
Variações de resenha
Do mesmo modo que podemos encontrar diferentes tipos de resumos e
fichamentos, as resenhas também podem ser categorizadas. Embora não haja
unanimidade entre os autores sobre isso, optamos pela posição de Medeiros
(2006), que indica a existência de duas modalidades. Veja, a seguir, quais são:
Comentário
Podemos encontrar resenhas, com relativa
frequência, publicadas em seções especialmente
destinadas a elas nos periódicos científicos. Porém,
não são todas as revistas acadêmicas que publicam
resenhas.

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Marconi e Lakatos (2017) observam, ainda, que o resenhista também está
proibido de, por quaisquer motivos, deturpar o pensamento do autor. Por essas
razões, espera-se que uma resenha crítica seja elaborada por um especialista na
área, pois é desejado que ele possua certas características, como (SALVADOR,
1980, p. 139 apud MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 282):
Resenha descritiva 
Resenha crítica 
 Conhecimento completo da obra.
 Competência na matéria.
 Capacidade de juízo de valor.
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Um último ponto importante são os elementos que constituem a resenha, como
vemos na tabela a seguir:
ITENS DE UMA
RESENHA
COMPONENTES
 Independência de juízo.
 Correção e urbanidade.
 Fidelidade ao pensamento do autor.
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ITENS DE UMA
RESENHA
COMPONENTES
Referência
bibliográfica
• Autor(es). 
• Título e subtítulo. 
• Elementos de imprensa (local, editora e data). 
• Número de páginas.
Credenciais do
autor
• Informações gerais. 
• Papel exercido no meio científico/acadêmico.
Conhecimento
(conteúdo)
• Resumo das ideias principais. 
• Tema. 
• Abordagem.
Conclusão do autor
• Presença ou não de conclusões e quais
foram. 
• Local em que aparecem (a cada capítulo ou
reunidas no final da obra).
Quadro de
referências do
autor
• Teoria que embasou o texto.
• Metodologia utilizada.
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ITENS DE UMA
RESENHA
COMPONENTES
Apreciação
• Avaliação da obra – como se insere nas
correntes científicas, filosóficas ou culturais, e
perante as circunstâncias culturais,
socioeconômicas e históricas. 
• Mérito da obra – contribuição dada ao
campo, presença de ideias originais, novas
abordagens etc. 
• Estilo – concisão, objetividade, clareza,
precisão, coerência etc. 
• Forma – organização lógica, sistematizada,
equilíbrio entre as partes. 
• Indicação da obra – público-alvo (estudantes,
especialistas, público em geral etc.).
Tabela: Estrutura de resenha crítica.
Marconi & Lakatos (2017, p. 282)
Esta também pode ser a estrutura de uma resenha descritiva, desde que se
exclua o último item da tabela (Apreciação).
Registrando o processo de pesquisa
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Confira agora como registrar o processo de pesquisa.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Fichamento e a pesquisa
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Resumo e a pesquisa

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Questão 1
Os resumos são uma importante ferramenta na produção de trabalhos
acadêmicos. Eles ajudam o pesquisador a acessar as informações que mais
corriqueiramente procuram em um texto. Analise as afirmações sobre as
características de quem faz um resumo: 
 
I. Capacidade de síntese. 
 

Vamos praticar
alguns conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
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II. Apresentação de informações, como metodologia, critérios e conclusões. 
 
III. Organização. 
 
IV. Apresentação de críticas ou comentários.
Questão 2
A I, II e III.
B I, II e IV.
C II, III e IV.
D II e III.
E I e IV.
Responder
dVídeos
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Em uma resenha descritiva, a seleção deve ser realizada pelo resenhista de
acordo com
A a afinidade entre suas ideias e as ideias do autor da obra.
B
as possibilidades de descrever todos os aspectos relacionados
a um objeto.
C os objetivos da resenha, como a quem pretende alcançar.
D o tipo de objeto resenhado.
E
a possibilidade de envolver essencialmente textos relacionados
ao objeto.
Responder
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2
Artigos cientí�cos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os artigos científicos por meio de sua estrutura e de seus conteúdos.

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Conceito de artigo cientí�co
Como vimos, a correta produção e utilização de fichamentos, resumos e
resenhas acadêmicas pode contribuir bastante para o andamento de uma
investigação. Com o emprego desses instrumentos, o estudo avança, e o
pesquisador começa a se deparar com considerações mais completas em
relação ao objeto analisado. 
 
É a partir deste momento que, habitualmente, toma forma um tipo bastante
específico de trabalho acadêmico: o artigo científico. 
 
Um dos objetivos de tal modalidadeconsiste na divulgação dos resultados de
uma pesquisa, mesmo parciais, isto é, cujo estudo ainda esteja em andamento.
Contudo, o registro de resultados não é a única motivação que pode levar o
pesquisador a produzir um artigo.
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As razões para isso podem ser várias. Elas podem surgir em consequência das
demandas da pesquisa que vem sendo realizada ou para discutir uma questão
antiga, mas de forma inovadora. O artigo pode servir, ainda, para refutar um erro
ou ponto controverso para o qual outros pesquisadores não tenham dado a
devida atenção. 
 
Sua concepção também pode ser vinculada a questões de ordem prática. É
assim, por exemplo, quando os resultados obtidos ainda não são robustos o
suficiente para justificar a redação de um livro, ou quando, no decorrer da
investigação, o estudioso se depara com pontos relevantes, mas secundários. 
 
O artigo científico pode ser uma opção para apresentar tais pontos, uma vez que
eles não aparecerão muito no trabalho completo. Este é o caso, por exemplo, de
aspectos que atravessam, mas não são o objeto principal de um Trabalho de
Conclusão de Curso.
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Devemos levar em conta que aqui também não há unanimidade na classificação
e delimitação de um artigo. Assim, há autores que chegam a apresentar sete
tipos diferentes de artigos, caso de Curty e Boccato (2005):
Atenção!
Quando falamos “artigo científico”, podemos passar a
impressão de que estamos nos referindo a algo
único, o que não é o caso. As características dos
artigos são múltiplas e variam não apenas entre as
diferentes áreas do conhecimento, mas também no
interior de uma mesma área. Isso é assim porque os
objetivos por trás de cada artigo, bem como seus
conteúdos, estão diretamente vinculados às escolhas
tomadas pelo investigador em sua pesquisa ou ao
estágio em que ela se encontra.

 Tipo 1
Artigo científico.
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 Tipo 2
Artigo original.
 Tipo 3
Artigo de revisão.
 Tipo 4
Artigo de atualização.
 Tipo 5
Relato de caso clínico.
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Contudo, como a própria autora Boccato (2006) observa, muitas daquelas
modalidades apresentadas são subitens de outras. Seja como for, para os fins
deste módulo, podemos nos ater à classificação proposta pela norma NBR 6022
da ABNT.
Parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute
ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento.

Tipo 6
Nota prévia.
 Tipo 7
Comunicação.
Artigo científico Artigo de revisão Artigo original
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Cabe uma observação a partir das definições apresentadas por essa norma.
Podemos reparar que não há, de fato, uma ruptura entre o artigo científico e o
artigo original. Pelo contrário, com a exceção dos artigos de revisão, espera-se
que todos os outros produzidos na atualidade sejam originais. 
 
Já abordamos, anteriormente, o fenômeno da explosão bibliográfica e das
dificuldades que dela decorrem. Nesse sentido, não há razão para a produção de
trabalhos que não sejam originais – a não ser os já mencionados de revisão. É
nessa linha que Boccato (2006) se situa ao indicar apenas dois tipos de artigo: o
original (que se divide em subitens) e o de revisão. 
 
Outro ponto relevante que precisamos destacar é a possível confusão gerada
pelas nomenclaturas. Isso ocorre porque o termo artigo científico pode ser
aplicado em dois sentidos, designando tanto a totalidade de artigos quanto uma
tipologia específica, que, como vimos, constitui uma parte dentro da categoria
“artigo original” ao lado de outras modalidades. Por isso, não estranhe quando
se deparar com textos que tratem o artigo de revisão como artigo científico,
porque, afinal, é isso mesmo!
Estrutura dos artigos
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Elementos obrigatórios e opcionais
Seja original seja de revisão, o artigo científico precisa apresentar uma gama de
elementos obrigatórios. Outros componentes, opcionais, podem vir a ser
acrescentados. 
 
A já mencionada norma NBR 6022 (ABNT, 2003a) apresenta quais são esses
elementos compulsórios. A utilização dos opcionais dependerá das normas
indicadas pelos periódicos científicos ou dos congressos que publicarão os
textos em seus anais. É preciso ficar atento! 
 
As categorias opcionais sempre se somarão às essenciais, mas nunca as
substituirão. A estrutura do artigo também deve respeitar uma ordem de
apresentação. Assim, os componentes dividem-se, tradicionalmente, em
elementos:
 Pré-textuais
 Textuais

Pó t t i
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Consideradas essas questões, os itens que compõem um artigo científico são os
seguintes:
PARTES DO
CONTEÚDO
COMPONENTES
Introdução
Visão de conjunto de: 
• Tema – que deve se desdobrar na
delimitação do assunto. 
• Problema. 
• Hipótese(s). 
• Objetivo(s). 
• Corpus documental – é necessário identificar
as fonte(s) analisada(s) e como foram
levantadas. 
• Perspectiva teórico-metodológica – também
pode ser feita no desenvolvimento. 
• Vinculação com uma pesquisa maior – se
houver. 
• Forma de estruturação do texto.
Pós-textuais
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PARTES DO
CONTEÚDO
COMPONENTES
Desenvolvimento
Apresentação da perspectiva teórico-
metodológica – quando não constar na
introdução. 
 
Análise e argumentação – as seguintes
questões podem ajudar a desenvolvê-la: 
• O que a documentação analisada diz sobre o
problema levantado? 
• O que os autores dizem? 
• O que os autores dizem faz sentido quando
confrontado com o que a documentação diz?
Conclusão
Considerações (parciais ou finais)
correspondentes ao(s) objetivo(s) e à(s)
hipótese(s). É o momento de finalizar o texto,
apresentando as conexões entre a
análise/pesquisa e o tema estudado, e de
retomar as ideias principais.
Tabela: Componentes de conteúdo de artigos científicos.
Adaptado de ABNT (2003a).
Do mesmo modo, tais apontamentos também podem ser úteis a outras áreas
das Humanidades. Outros pontos podem ser acrescidos, mas um texto com
esses componentes contemplará, de maneira satisfatória, os principais
requisitos esperados em um artigo pertencente a tal área. 
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Cabe, aqui, uma reflexão sobre o item “vinculação com uma pesquisa maior”.
Como vimos, uma das motivações para a escrita de um artigo pode ser redigir
sobre um ponto secundário da pesquisa realizada pelo estudioso ou ser parte
constitutiva daquela, mas que ainda não é completa o suficiente para ser
registrada em um trabalho de conclusão, por exemplo.
Cabe, aqui, uma reflexão sobre o item
“vinculação com uma pesquisa
maior”. Como vimos, uma das
motivações para a escrita de um
artigo pode ser redigir sobre um ponto
secundário da pesquisa realizada pelo
estudioso ou ser parte constitutiva
daquela, mas que ainda não é
completa o suficiente para ser
registrada em um trabalho de
conclusão, por exemplo.
Há também os casos de uma investigação individualque está vinculada a outra
maior, geralmente desenvolvida coletivamente. Nessas situações, é indicado
situá-las brevemente no início do trabalho. 
 
O artigo de revisão consiste em uma grande discussão bibliográfica que tem por
objetivo, como o nome sugere, proporcionar uma revisão de determinado
segmento da literatura científica. 
 
Os componentes apresentados na tabela anterior também podem valer para
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esses artigos. Há, inclusive, componentes ali que não só podem, como devem
aparecer nesses trabalhos. São os casos, por exemplo, de:
Tema: o artigo de revisão deve ser circunscrito a um tema;
Metodologia: aqui entendida como os critérios para a seleção da
bibliografia utilizada:”Por que, dentro de tal tema, estas obras foram
escolhidas?”; “Outras ficaram de fora? Quais? Por quê?”;
Autoria de tais materiais: quem escreveu, quando e com quais motivações;
Considerações: balanço sobre o que foi produzido até aqui acerca do tema,
bem como apontamento das lacunas existentes, ou seja, os pontos que
ainda carecem de estudos por parte da comunidade científica.
Estilo e citações
Há outros dois pontos que estão diretamente relacionados com a parte do
conteúdo, mas tratam da forma como é apresentado. São eles:
O estilo 
As citações 
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Para que o texto produzido seja reconhecido como pertencente ao gênero
acadêmico, ele deve, além de atender às observações que fazemos ao longo
deste módulo, cumprir com certas exigências no que tange à forma da redação. 
 
Marconi e Lakatos (2017) apontam que adjetivos supérfluos, explicações inúteis
e rodeios – ou seja, digressões desnecessárias – devem ser evitados. Do
mesmo modo, gírias e apelidos, a não ser em casos muito específicos e
diretamente atrelados ao objeto da pesquisa, também devem ser deixados de
lado no momento de escrever um texto acadêmico.
Toda pesquisa é, no fundo, um trabalho coletivo.
A pesquisa não se inicia e se extingue no trabalho realizado pelo estudioso.
Como afirmamos no início deste módulo, seus frutos servirão de base para
novas investigações, nas quais serão citados.
Atenção!
Sua falta, quando nos valemos de dados retirados de
terceiros, configura plágio. As consequências disso
podem resultar desde a não publicação de um artigo
à cassação de um título obtido, quando isso é

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Por isso, seja em um artigo científico seja em outro trabalho acadêmico
qualquer, é esperado do pesquisador que sua produção interaja com o
conhecimento científico que já foi e está sendo produzido, e que confira o crédito
a quem de direito é devido. 
 
Atentando para a importância desse quesito, a ABNT conta com uma norma
exclusiva para citações: a NBR 10520 (ABNT, 2002). Lá, encontramos as
diferentes maneiras de fazer a citação no corpo do texto. 
 
A citação pode ser:
Direta
A citação direta acontece
quando reproduzimos
fidedignamente – isto é,
usando as palavras do
próprio autor – algum
Indireta
Já a citação indireta ocorre
quando expressamos as
ideias de outro pesquisador
com as nossas próprias
palavras.
verificado em um trabalho de conclusão. Em certos
casos, sobretudo nos estudos envolvendo a
produção de patentes, pode virar uma questão
judicial.

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trecho de outra obra. Trata-
se da transcrição.
A norma NBR 10520 (ABNT, 2002) contém as regras de apresentação para cada
tipo de citação. Contudo, adentrar nesse ponto fugiria ao propósito deste
módulo. Algumas indicações, porém, podem ser dadas. É o caso, por exemplo,
das fornecidas por Matos (1985). Este autor aponta oito princípios para citar, que
reproduzimos a seguir:
1. Cite com um propósito bem claro, definido, relevante; 
2. Seja parcimonioso (como cientista) e breve como citador; 
3. Atribua às suas citações um valor razoável; 
4. Faça citações integradas ao seu próprio texto; 
5. Cite diretamente da fonte, quando tal procedimento der mais
força à sua argumentação do que a estratégia da paráfrase (dizer
em suas próprias palavras); 
6. Cite com exatidão; 
7. Traduza as citações em língua estrangeira, para facilitar o
“processamento” de seus leitores; 
8. Identifique sempre o(s) autor(es) transcrito(s) ou mencionado(s).
Sempre que houver traduções, registre o original, em língua estrangeira, na nota
de rodapé. É uma maneira que o leitor tem de se certificar de que a tradução foi
feita corretamente.
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Referências bibliográ�cas
As referências bibliográficas consistem no elemento pós-textual mais
importante de um artigo. São nelas que os dados referentes às citações
empregadas ao longo do texto são registrados. 
 
O lugar onde se situam pode variar. Elas podem aparecer nas notas de rodapé
das páginas, conforme vão sendo mencionadas no corpo do texto, bem como
em uma listagem após o fim, na qual se reúnem todas as referências citadas no
trabalho. 
 
Uma vez mais, isso dependerá das normas de publicação dos periódicos
científicos ou dos anais de determinado congresso. Há, ainda, aqueles que
exigem em ambos os lugares: durante e depois.
Qual a razão para se registrar as referências bibliográ�cas? Elas
são apenas o complemento necessário das citações?
Ao registrar as referências bibliográficas das obras mencionadas ao longo do
texto, o pesquisador permite que o leitor refaça seus passos. Com isso, quem
está lendo o texto consegue constatar se as informações utilizadas foram
realmente retiradas de onde o investigador disse que as retirou e, principalmente,
se tais ideias foram aplicadas corretamente. Portanto, esta parte serve para pôr
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à prova a qualidade do trabalho acadêmico. 
 
Sua utilização não se restringe aos artigos. Elas devem constar também nos
Trabalhos de Conclusão de Curso e nas resenhas acadêmicas, por exemplo. Por
essas razões, como vimos, sugere-se registrá-las nos fichamentos preparados
ao longo do percurso de pesquisa.
Como as referências bibliográ�cas são feitas?
Basta seguir outra norma produzida pela ABNT: a NBR 6023 (2018). Nela,
encontramos orientações para fazer os registros bibliográficos de vasta gama de
materiais: livros, artigos, anais de congressos, jornais, leis, filmes, trilhas
sonoras, materiais iconográficos, sites etc.
Atenção!
Uma referência feita incorretamente pode inviabilizar
a possibilidade de o leitor chegar ao texto e acabar
comprometendo aquela que é sua razão de existir.

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Apresentando suas ideias
Confira agora um pouco sobre o processo de desenvolvimento de artigos
científicos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.


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Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Artigo cientí�co: fonte de pesquisa
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Artigo cientí�co: divulgação acadêmica
Questão 1

Vamos praticar
alguns conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
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Sabemos que os artigos – como fonte ou produto – são criações das mais
comuns e presentes na vida acadêmica de todo pesquisador. Exatamente
por isso, é importante identificar as especificidades de cada um deles. 
 
O artigo original dedica-se, principalmente, a
Questão 2
A apresentar os resultados alcançados no decorrer da pesquisa.
B compilar os dados coletados em uma investigação.
C desenvolver novas teorias ou metodologias.
D extinguir a necessidade de novas pesquisas sobre o assunto.
E
a possibilidade de envolver essencialmente textos relacionados
ao objeto.
Responder
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A disposição de alguns itens no artigo pode variar, dependendo das normas
de publicação de um periódico ou dos anais de algum congresso. Ter clareza
disso oferece condições ao pesquisador para a realização efetiva desse
produto. 
 
É um exemplo de item que pode aparecer em um lugar ou outro do artigo:
A Resumo no idioma do texto.
B Citações.
C Anexo.
D Título em idioma estrangeiro.
E Palavras-chave.
Responder
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3
Monogra�as, dissertações e teses
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as expectativas com relação às monografias, dissertações e teses com base em suas definições.
dVídeos
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Trabalhos de conclusão
Anteriormente, discorremos sobre fichamentos, resumos e resenhas –
ferramentas que, como vimos, auxiliam e acompanham o pesquisador desde
seus primeiros passos na investigação. 
 
Logo depois, voltamos nossas atenções para os artigos científicos, que
consistem na etapa intermediária do desenvolvimento do estudo, uma vez que
são responsáveis por divulgar os resultados, muitas vezes, parciais, de
determinada pesquisa. 
 
Então, finalmente, alcançamos a etapa em que se faz necessária a produção de
um trabalho específico, capaz de sistematizar a própria investigação ou, pelo
menos, aqueles pontos fundamentais que possibilitaram sua realização: os
trabalhos de conclusão. Estes podem ser considerados os desfechos de tudo
aquilo que viemos discutindo até aqui. 
 
Como acontece nos outros trabalhos acadêmicos que apresentamos, sua
natureza também pode variar. Neste sentido, Rey (1978 apud MARCONI;
LAKATOS, 2017) aponta aqueles que seriam os três tipos mais comuns de
trabalhos científicos:
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Seja qual for a modalidade, há elementos que se deve esperar de todo trabalho
de conclusão. Afinal:

Observações ou descrições originais
São os registros sobre os fenômenos da natureza, espécies,
estruturas etc.
 Trabalhos experimentais
São aqueles que submetem o objeto analisado às
condições de controle exercidas pela experiência.
 Trabalhos teóricos
São caracterizados pelo estudo ou pela síntese de
conhecimentos que proporcionam novos conceitos,
apresentação de hipóteses, teorias etc.
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[…] qualquer que seja a forma do trabalho
científico, é preciso relembrar que todo
trabalho desta natureza tem por objetivo
intrínseco a demonstração, o
desenvolvimento de um raciocínio lógico.
Ele assume sempre uma forma
dissertativa, ou seja, busca demonstrar,
mediante argumentos, uma tese, que é
uma solução proposta para um problema.
Fatos levantados, dados descobertos por
procedimentos de pesquisa e ideias
avançadas se articulam justamente como
portadores de razões comprovadoras
daquilo que se quer demonstrar. E é assim
que a ciência se constrói e se desenvolve.
(SEVERINO, 2002, p. 149)
De acordo com Marconi e Lakatos (2017), esses trabalhos precisam, ainda,
funcionar como um modelo ou, pelo menos, fornecer subsídios para outras
pesquisas. 
 
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Já Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) destaca que as informações
registradas devem possibilitar a outro pesquisador:
Reproduzir os procedimentos, de modo que obtenha os resultados
apontados.
Há uma constatação fundamental decorrente do que foi apresentado até aqui:
os trabalhos de conclusão, assim como a maioria dos trabalhos acadêmicos,
não consistem em uma produção particular e de compreensão restrita àquele
que o redigiu. 
 
Pelo contrário, suas respostas – e os caminhos percorridos para se chegar até
elas – devem servir a outros pesquisadores, de modo a contribuir efetivamente
para o avanço do conhecimento científico. 
 
Quando tal trabalho é produzido no âmbito de uma instituição de ensino com
vistas à obtenção de um título, é comum receber nomes específicos.
1 2 3
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Assim, se sua produção ocorre ao final de uma graduação, como requisito para a
obtenção de grau, costumamos chamá-la de Trabalho de Conclusão de Curso ou
monografia. 
 
Caso seja resultado de uma investigação realizada durante o mestrado, cujo
objetivo do pesquisador é obter o título de mestre, então o trabalho produzido é
conhecido como dissertação. 
 
Agora, se for fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de um doutorado,
para receber o título de doutor, então estamos falando de uma tese.

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Uma explicação para esses casos pode ser encontrada no fato de que a
associação entre monografia e graduação, dissertação e mestrado, tese e
doutorado, costumeiramente adotada no Brasil, não é de uso universal. Assim,
enquanto a palavra tese é empregada de forma generalizada na Grã-Bretanha, o
vocábulo dissertação é difundido nos Estados Unidos e na Europa continental
(CAMPELLO, 2000). 
 
Esses tratamentos chegaram até aqui por diversos caminhos, dois deles
principais:
1. Pela leitura de bibliografia estrangeira, que aponta tal uso. 
2. Pela própria formação do pesquisador, que pode tê-la realizado,
em determinada etapa, em algum desses outros lugares.
Mesmo no Brasil, onde há um consenso sobre o emprego dos termos, alguns
autores atentam para as nuances existentes em meio a tal classificação.
Atenção!
Um ponto que merece ser destacado quanto às
terminologias utilizadas é a confusão no emprego de
cada um desses termos. Não raro, encontramos
referências como “tese de mestrado”, por exemplo.
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Severino (2002), por exemplo, observa que todos os referidos trabalhos são
exemplos de monografias científicas, isto é, são caracterizados pela unidade e
pela delimitação temática, além da profundidade da análise dispensada ao
objeto em estudo.
Medeiros (2006) segue pela mesma linha. Além de corroborar com as posições
de Severino (2002) no que tange ao caráter englobante das monografias,
destaca que tanto dissertações quanto teses consistem em textos dissertativos,
nos quais pode haver a defesa de uma ou mais teses. O autor ainda pontua que
seria mais adequado chamar as dissertações de monografias para obtenção do
grau de mestre e as teses de monografias para obtenção do grau de doutor. Isso
sem se esquecer das monografias redigidas nas graduações para bacharelado e
licenciatura.
Comentário
O problema com o emprego dos termos é apenas o
reflexo de outro, mais complicado, que éestabelecer
a diferenciação entre monografias, dissertações e
teses. Como podemos observar, o ponto de tensão
incide, principalmente, sobre os trabalhos produzidos
no âmbito da pós-graduação. Isso decorre de sua
própria natureza.

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Segundo Severino (2002), a pós-graduação foi criada com o escopo de
proporcionar as condições necessárias para a produção de pesquisas rigorosas
nas mais distintas áreas do conhecimento científico. Por conseguinte, a
exigência sobre o pós-graduando é ainda maior em termos de disciplina, rigor,
domínio sobre métodos e procedimentos etc. Espera-se, com isso, que tal
pesquisador possa ser capaz de desenvolver um texto que contemple, a um só
tempo, tais características. 
 
Esses atributos são esperados tanto nos níveis de mestrado quanto de
doutorado. Em consequência disso, a tarefa de encontrar os limites que
caracterizam esses trabalhos torna-se bem complexa. A necessidade de tantas
qualidades semelhantes finda por suscitar desencontros na hora de estabelecer
quais delas as distingue.
Exemplo
Um ponto controverso diz respeito à questão da
presença da originalidade. Por um lado, Medeiros
(2006) sustenta que todos os trabalhos de conclusão
precisam ser inéditos e originais. Por outro, Severino
(2002) considera a originalidade uma demanda
estritamente vinculada à produção de uma tese, o
que seria, inclusive, um dos fatores para diferenciá-la
da dissertação.

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Diante de tal quadro, no qual parece estar tudo misturado, como diferenciar os
trabalhos produzidos nos distintos níveis de formação?
Entendemos que esses critérios são os mais indicados para avaliar os trabalhos
de conclusão hoje em dia. Como veremos a seguir, a estrutura e os conteúdos de
cada um não variam tão significativamente de um para outro. Desse modo, a
adoção de quaisquer critérios rígidos e estritamente objetivos não seria capaz
de caracterizar e, principalmente, de diferenciar monografias, dissertações e
teses.
Primeiro critério 
Segundo critério 
Terceiro critério 
Quarto critério 
Quinto critério 
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Estrutura dos trabalhos de conclusão
Assim como nos demais trabalhos acadêmicos que apresentamos nos módulos
anteriores, a ABNT também conta com uma normativa para elaborar trabalhos
de conclusão: a NBR 14724 (ABNT, 2011). 
 
De acordo com essa norma, a organização de monografias, dissertações e teses
depreende uma estrutura bastante similar à dos artigos científicos, mas com
uma diferença: nos trabalhos de conclusão, há duas partes, a saber:
Externa
É composta pela capa e,
opcionalmente, pela
lombada.
Interna
Engloba componentes que
também constatamos nos
artigos (elementos pré-
textuais, textuais e pós-
textuais).
Há também, no âmbito dos trabalhos de conclusão, os itens que são
considerados obrigatórios, enquanto outros, opcionais, podem ser acrescidos de
acordo com os objetivos do autor.
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Monogra�a
As monografias de graduação são os trabalhos de conclusão mais difundidos no
meio acadêmico brasileiro, e, talvez, até no mundo. Como já afirmamos, elas
também são chamadas de Trabalhos de Conclusão de Curso e costumam ser
exigidas pela maioria dos cursos como contrapartida para a obtenção do grau de
bacharel ou licenciado. É, portanto, uma etapa pela qual a maioria dos
profissionais em atividade já passaram. 
 
Dependendo do curso e da instituição de ensino, pode-se exigir que o concluinte
apresente sua monografia para uma banca de professores, que tecerão
comentários e críticas, além de perguntas sobre o trabalho. O grau só é obtido
mediante a aprovação nesse processo. 
 
Essa arguição é chamada de defesa de monografia. No entanto, tal
procedimento é mais comum na pós-graduação – defesa de dissertação e
defesa de tese –, na qual é uma etapa indispensável para a obtenção dos graus
conferidos. 
 
Um dado curioso chama a atenção sobre as monografias. Embora seja uma
exigência que, habitualmente, impõe-se ao aluno no fim da graduação, o
Trabalho de Conclusão de Curso é o momento em que acontece, de fato, a
iniciação à pesquisa (NEVES, 1996; MARCONI; LAKATOS, 1992). 
 
Cabe, então, desde já, a pergunta:
O que é monogra�a?
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A norma NBR 14724 define monografia como:
Documento que apresenta o
resultado de estudo, devendo
expressar conhecimento do
assunto escolhido, que deve ser
obrigatoriamente emanado da
disciplina, módulo, estudo
independente, curso, programa e
outros ministrados.
(ABNT, 2011, p. 4)
De maneira complementar, Severino (2002) e Marconi e Lakatos (2017) apontam
que também se deve levar em consideração três fatores, os quais devem estar
presentes em todos os trabalhos de conclusão: unidade temática, problema e
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metodologia. Além disso, nas monografias, o enfoque está na qualidade da
análise, e não na quantidade de páginas.
Dissertação
O mestrado consiste na primeira etapa dentro da pós-graduação, excetuando-se
as especializações. Por isso, está situado em um meio termo no que tange à
formação do pesquisador. 
 
Em outras palavras, o mestrando é aquele que já concluiu uma graduação, tendo,
muito provavelmente, escrito uma monografia. Porém, ainda não chegou, em sua
área de formação, à etapa do doutorado. No ponto em que se encontra, para
Atenção!
As formas como os elementos textuais da
monografia são estruturadas também é uma questão
fundamental para que os propósitos do trabalho de
conclusão possam ser plenamente satisfeitos.

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obter o título de mestre, esse pesquisador precisará redigir uma dissertação e
defendê-la na chamada defesa de dissertação. 
 
De acordo com a norma NBR 14724, dissertação é o:
Documento que apresenta o
resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um
estudo cientí�co retrospectivo, de
tema único e bem delimitado em
sua extensão, com o objetivo de
reunir, analisar e interpretar
informações. Deve evidenciar o
conhecimento de literatura
existente sobre o assunto e a
capacidade de sistematização do
candidato.
(ABNT, 2011, p. 2)
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Nesse sentido, por um lado, espera-se que o texto apresente maior
aprofundamento com relação àqueles pontos típicos da monografia, como a
metodologia, por exemplo. Por outro, deseja-se que conte com aspectos próprios
de uma tese, como uma reflexão mais sólida e embasada sobre o problema
levantado.
Marconi e Lakatos (2017) compreendem a dissertação como um estudo teórico
e reflexivo, que requer que os dados sejam sistematizados, ordenados e
interpretados. Esse estudo deve, ainda, apresentar uma metodologia própria.
Contudo, tal característica não deve ser confundida com a simples reprodução
de textos produzidos por terceiros. Como Severino (2002) destaca, a dissertação
precisa ser propositiva, e não apenas expositiva. 
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As dissertações também podem ser divididas em maisde um tipo quanto ao
conteúdo. Medeiros (2006) e Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017)
identificam a existência de dois tipos de trabalho:
Expositivo
No trabalho expositivo, o
autor realiza grande
levantamento de materiais –
das mais diversas fontes –
relacionados ao tema da
pesquisa. O que é avaliado
aqui é a capacidade para
coletar e organizar tudo o que
foi reunido.
Argumentativo
Já o trabalho argumentativo
exige a interpretação das
ideias apresentadas e um
posicionamento por parte do
autor. Os argumentos servem
de sustentação tanto à
interpretação quanto à
posição adotada pelo
pesquisador.
No que diz respeito à forma, também há mais uma classificação aplicável às
dissertações: elas também podem ser categorizadas de acordo com a maneira
que resolvem proceder. Nesse sentido, Medeiros (2006) aponta que há três
“movimentos” que uma dissertação pode adotar: para fora, para dentro e “zigue-
zague”.
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1. No movimento para fora, o texto parte de algo próximo, específico, e vai
em direção ao geral, em um processo tipicamente indutivo. Em outras
palavras, procede do particular para o universal; 
 
2. No movimento para dentro, o sentido vai na direção oposta, ou seja, trata-
se de uma dedução. Aqui, o ponto de partida é uma generalização qualquer.
Avança-se até alcançar um caso específico; 
 
b3. Por fim, no chamado “zigue-zague”, o autor utiliza contraposições e
comparações tanto de ideias quanto de fatos e contextos.
Tese
As teses são trabalhos de conclusão produzidos com vistas à obtenção de dois
títulos:
 Doutor
Grau que se conquista após a conclusão de um curso de
doutorado.
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Assim como a dissertação, para a obtenção de tais títulos, exige-se o rito
chamado defesa de tese. 
 
As teses consistem em um grande esforço de sistematização de uma pesquisa
em um trabalho acadêmico. Espera-se do investigador que está concluindo esta
etapa que seja capaz de proporcionar uma descoberta ou contribuição
significativa para a ciência (MEDEIROS, 2006). Por isso, alguns autores afirmam
que se deve esperar a originalidade apenas em uma tese de doutorado. 
 
A tese é descrita pela NBR 14724 como:
Documento que apresenta o
resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um

Livre docente
Grau de titulação acadêmica mais alto a que se pode chegar
(apenas pesquisadores que já tenham o título de doutor
podem consegui-lo).
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estudo cientí�co de tema único e
bem delimitado. Deve ser
elaborado com base em
investigação original, constituindo-
se em real contribuição […].
(ABNT, 2011, p. 4)
Para além da definição técnica, Marconi e Lakatos (2017) destacam que é
esperado que tais trabalhos contemplem três pontos em especial:
1. O primeiro deles é que sejam precisos, ou seja, os dados apresentados
precisam ser exatos, sem erros ou inconstâncias. 
 
2. O segundo é a exaustão: a tese deve exaurir o assunto ao qual se dedica. 
 
3. Por fim, o terceiro aspecto diz respeito à clareza, isto é, a tese precisa ser
inteligível e transparente.
Você se lembra do que vimos no início deste estudo?
O trabalho de conclusão é feito para o outro, e não para si mesmo.
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Fugindo do estresse do TCC
Confira um pouco mais sobre o processo de desenvolvimento do trabalho de
conclusão de curso.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Relevância do TCC


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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Pós-graduação: Lato e stricto sensu
Questão 1

Vamos praticar
alguns conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
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Independentemente de sua modalidade, os Trabalhos de Conclusão de
Curso, geralmente, costumam assustar o pesquisador nesta fase de seu
processo acadêmico. É claro que, sem necessidade de pânico, devemos
estar atentos a alguns pontos essenciais. Sobre esses pontos, analise as
afirmações: 
 
I. Permitir a outro pesquisador reproduzir os procedimentos nele realizados. 
 
II. Contribuir para o desenvolvimento de outras pesquisas. 
 
III. Desenvolver o trabalho em linguagem clara e simples. 
 
IV. Apresentar resultados de uma pesquisa ainda em andamento. 
 
Está correto o que se afirma em:
A I, II e III.
B I, II e IV.
C II, III e IV.
D II e III.
E I IV
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Questão 2
Devido aos distintos entendimentos de cada autor, um fator consegue gerar
desencontros no momento de se delimitar o que são monografias,
dissertações e teses. Que fator é esse?
E I e IV.
Responder
A
A divisão dos elementos textuais em introdução,
desenvolvimento e conclusão.
B A questão do nível de autonomia esperado.
C A demanda para que o trabalho seja original.
D O seguimento das normas da ABNT.
E O tema a ser estudado.
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Considerações �nais
Esperamos que você tenha percebido a importância de darmos atenção a toda
estrutura necessária à organização de um trabalho acadêmico. Se, de um lado,
isso permite que os pesquisadores comuniquem os resultados de suas
investigações, de outro, possibilita que se atualizem sobre os avanços
alcançados por seus pares.
Porém, para que isso aconteça, é imprescindível que os resultados de suas
pesquisas sejam registrados de alguma maneira coerente e que permitam tal
compreensão. Estamos nos referindo aos trabalhos acadêmicos: artigos
científicos, livros, resenhas, trabalhos de conclusão (monografias, dissertações e
teses).
Finalizamos, então, com a palavra de duas autoras que muito nos ajudaram no
itinerário percorrido neste tema, esperando que tenhamos contribuído com sua
formação:
Responder

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“A elaboração de um texto de forma bem estruturada, com suas citações e
referências seguindo regras estabelecidas por uma norma, confere a ele um
caráter de cientificidade e confiabilidade, fundamental para a seriedade do
trabalho proposto” (CURTY E BOCCATO, 2005, p. 96).
Podcast
Ouça um bate-papo sobre técnicas de produção de trabalhos
acadêmicos.
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e
documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa –

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Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
documentação – Referências – Elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: Informação e
documentação – Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003b.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e
documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio deJaneiro:
ABNT, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e
documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. 3. ed. Rio de Janeiro:
ABNT, 2011.
BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e
o artigo científico como forma de comunicação. Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 265-274, 2006.
CAMPELLO, B. S. Teses e dissertações. In: CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. V.;
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CURTY, M. G.; BOCCATO, V. R. C. O artigo científico como forma de comunicação
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ECO, U. Como se faz uma tese em Ciências Humanas. 13. ed. Lisboa: Editorial
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SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez,
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VOLPATO, G. L. Como escrever um artigo científico. Anais da Academia
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Levando em conta que saber escrever de maneira clara e inteligível é uma
demanda imposta a qualquer pesquisador, para aprofundamento da produção
textual, indicamos as seguintes leituras:
Argumentação, de José Luiz Fiorin.
Escrita e práticas comunicativas, de Ingedore Villaça Koch & Vanda Maria
Elias.
Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo, de Dad Squarisi &
Arlete Salvador.
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