Buscar

Metodologia de Pesquisa Tema 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEFINIÇÃO 
Identificação dos instrumentos úteis ao desenvolvimento da pesquisa. Características dos 
trabalhos acadêmicos mais recorrentemente utilizados. Estruturação e componentes do artigo 
científico. Características específicas dos trabalhos de conclusão: monografias, dissertações e 
teses. 
PROPÓSITO 
Compreender os diferentes tipos de trabalhos acadêmicos, com suas características comuns e 
nuances, bem como quando se espera que cada um seja utilizado no decorrer de uma pesquisa, 
algo fundamental para o desenvolvimento do pesquisador. 
OBJETIVOS 
MÓDULO 1 
Identificar os conceitos e as funções do fichamento, do resumo e das resenhas acadêmicas 
MÓDULO 2 
Reconhecer os artigos científicos por meio de sua estrutura e de seus conteúdos 
MÓDULO 3 
Identificar as expectativas com relação às monografias, dissertações e teses com base em suas 
definições 
INTRODUÇÃO 
O mundo acadêmico pode ser caracterizado pela produção de conhecimento, mas não qualquer 
um: o saber elaborado neste meio demanda metodologias, regras e critérios bem definidos. 
Chamamos tal saber de conhecimento científico e podemos apontar, pelo menos, duas 
aplicações para ele. 
Por um lado, o conhecimento científico contribui para o desenvolvimento da sociedade como um 
todo, seja na esfera social, seja nas esferas econômica, cultural etc. Assim, sua contribuição vai 
desde a análise dos problemas que afetam a sociedade até o desenvolvimento de produtos que 
possam melhorar a qualidade de vida da população, como as vacinas, por exemplo. 
Por outro lado, o conhecimento científico serve de base para sua própria renovação dentro da 
comunidade acadêmica, o que, por sua vez, levará à reprodução do processo de criação de 
novos conhecimentos. É para esta segunda aplicação que voltaremos nossas atenções a partir 
de agora. 
NO ENTANTO, DE QUE MANEIRA PODEMOS ATESTAR A CONFIABILIDADE DO 
CONHECIMENTO GERADO A PARTIR DA EXECUÇÃO DE UMA PESQUISA? 
De acordo com Mueller (2000), essa confiança provém da divulgação dos resultados obtidos e 
de sua aprovação por outros acadêmicos da área, ou seja, os chamados “pares”. Somente assim, 
determinado estudo passa a usufruir do status de saber confiável. 
O processo pelo qual as conclusões de uma pesquisa passam até serem consideradas aceitáveis 
pela comunidade acadêmica é chamado de sistema de comunicação científica. A capacidade 
de redigir trabalhos acadêmicos segundo esse sistema é uma das competências que se espera 
do pesquisador. 
Porém, como veremos a seguir, os trabalhos não são iguais. Não são produzidos da mesma 
maneira, nem com as mesmas finalidades, embora seja comum se inter-relacionarem. 
MÓDULO 1 
 
Identificar os conceitos e as funções do fichamento, do resumo e das resenhas 
acadêmicas 
 
Autor: fizkes / Fonte: Shutterstock 
FICHAMENTO 
Múltiplo e bastante diversificado, o fichamento pode ser de várias modalidades. É possível que 
esteja voltado à reunião apenas de citações presentes em um texto ou ser redigido 
exclusivamente para reunir comentários realizados pelo pesquisador, por exemplo. Igualmente, 
o pesquisador é capaz de produzir fichas temáticas. Assim, é possível juntar, em somente um 
documento, as posições de diversos autores sobre determinado tema. Contudo, voltaremos 
nossas atenções para o tipo mais comumente utilizado, conhecido como fichamento de leitura. 
O fichamento é um instrumento de grande valia para o desenvolvimento de uma pesquisa. Ele é 
ainda mais útil quando se tem por objetivo produzir um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): 
monografia, dissertação ou tese. Afinal, a pesquisa, seja ela da área do conhecimento que for, 
demanda do investigador o conhecimento sobre a bibliografia produzida acerca do assunto 
estudado. 
Todo trabalho acadêmico conta, em algum momento, com uma revisão bibliográfica. É um item 
obrigatório por demonstrar, em linhas gerais, o que já foi produzido sobre determinado assunto, 
destacando, assim, que a pesquisa desenvolvida é necessária. 
Apenas com conhecimento do que já foi produzido, dá para perceber lacunas e realizar uma 
investigação com perspectiva original. Porém, a contribuição do fichamento não termina aí. Ele 
também auxilia com os referenciais teóricos e as metodologias. Enfim, praticamente tudo o 
que é lido e útil para o trabalho a ser realizado pode ser fichado. 
A necessidade de se elaborar fichas vem, por um lado, da quantidade de artigos, livros, trabalhos 
de conclusão etc. reunidos em um levantamento bibliográfico que o estudioso se vê compelido 
a ler. Nesse sentido, o fichamento acaba sendo uma consequência que preserva o tempo do 
estudioso (MEDEIROS, 2006), uma vez que não precisa ficar retornando ao texto completo a 
todo momento. 
Por outro lado, o fichamento surge da corriqueira demanda pela consulta a obras guardadas em 
bibliotecas ou arquivos. 
Eco (2007) afirma que o cenário ideal seria aquele onde teríamos todas as obras que 
precisássemos ao longo do desenvolvimento de um trabalho dentro de casa, mas esta não é a 
realidade. Em alguns casos – ou mesmo em muitos, dependendo da investigação realizada –, 
as obras sequer podem ser emprestadas. Em tais circunstâncias, o fichamento funciona como 
uma espécie de substituto para o texto cujo acesso não é tão fácil. 
De maneira sucinta, essa ferramenta pode ser compreendida como uma compilação dos tópicos 
importantes de determinado texto. Os benefícios decorrentes de sua prática são vários. 
javascript:void(0)
Ao fichar um trabalho acadêmico, o pesquisador consegue reunir em um único documento – cujo 
tamanho é sensivelmente menor que o original – informações que, espera-se, serão úteis a ele 
ao longo de toda a pesquisa. Além de identificar a obra fichada e sintetizar seu conteúdo, esses 
dados podem englobar citações, análises, comentários ou críticas, por exemplo (GIL, 2002; 
MARCONI; LAKATOS, 2017). 
Assim, segundo Lima (2015), os efeitos práticos de tal iniciativa são: evitar releituras de textos já 
lidos – e fichados –, bem como facilitar a subsequente utilização das informações em um trabalho 
escrito. Por essas razões, Eco (2007) considera a prática do fichamento indispensável ao ofício 
da investigação acadêmica. 
A construção – “como fazer” –, porém, é diversificada. Isso é assim porque não há uma maneira 
única de elaborar um fichamento. O que podemos constatar é que alguns componentes são mais 
mencionados pelos autores que se ocuparam do assunto e, por isso, podem ser tratados como 
itens obrigatórios. 
 
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 
Material reunido pelo investigador que serve de base para o estudo que está sendo realizado 
Nesse sentido, Hühne (1995 apud LIMA, 2015) propõe um modelo “compacto” de fichamento, 
composto por cinco itens básicos: 
01 02 03 04 05 
01 Referência bibliográfica do texto a ser fichado. 
02 Resumo indicativo. 
03 Citações consideradas mais importantes para a pesquisa. 
04 Comentários ou críticas. 
05 Ideias ou problemas deixados em aberto no texto. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps2
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps3
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps4
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps5
 
Desses cinco quesitos, os três primeiros precisam, necessariamente, estar presentes: referência 
bibliográfica, resumo e citações. A ausência de algum desses elementos acarretaria a 
descaracterização do fichamento. Cabe, portanto, algumas palavras sobre tais itens. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
A referência bibliográfica é o primeiro ponto a ser registrado no fichamento. Ela tem uma dupla 
serventia: por um lado,identifica a ficha (a que obra ela se dedica); por outro, antecipa a 
necessidade futura que o pesquisador terá de produzir a listagem com as referências utilizadas 
em seus trabalhos acadêmicos. Por isso, como enfatiza Hühne (1995 apud LIMA, 2015), as 
referências devem ser feitas de acordo com a norma NBR 6023 (ABNT, 2018). 
RESUMO 
O segundo tópico obrigatório é o resumo. Apesar de Hühne (1995 apud LIMA, 2015) apontar o 
tipo indicativo, Lima (2015) defende que o quesito seja uma escolha de quem está fichando. 
Como veremos no próximo item, o resumo (indicativo ou informativo) deve apresentar 
concisamente: 
 As ideias do autor da obra. 
 O objeto. 
 A metodologia. 
 Os critérios. 
 As conclusões alcançadas. 
O pesquisador decidirá como cada aspecto será tratado. Não podemos esquecer que o 
fichamento é um instrumento auxiliar da pesquisa. Portanto, é de uso eminentemente pessoal. 
CITAÇÃO 
O terceiro elemento que não pode faltar, segundo Lima (2015), é a citação, que deve ser 
produzida de acordo com a norma NBR 10520 (ABNT, 2002). Neste momento, transcrevemos 
para o fichamento aqueles trechos que julgamos ser fundamentais para a compreensão das 
ideias do autor apresentadas em um texto acadêmico. 
 
RESUMO 
O resumo é, provavelmente, a modalidade mais disseminada dentre aquelas que compõem o 
gênero textual acadêmico. Ele se faz presente desde o começo da trajetória do pesquisador e 
nunca mais o abandona. 
O resumo pode ser realizado para: 
01 A apresentação de uma comunicação em algum congresso – as inscrições costumam, quase 
em sua totalidade, cobrar um resumo do que será apresentado. 
02 A redação de um artigo científico – a maioria dos periódicos científicos exige do autor um 
resumo sobre o texto encaminhado. 
03 A produção de um trabalho de conclusão – em que o resumo também é um componente 
obrigatório. 
A presença praticamente universal do resumo, em consequência da demanda por seu emprego, 
encontra explicação naquele que é seu objetivo final: proporcionar, em poucas palavras, uma 
visão ampla e suficientemente informativa sobre o conteúdo da obra resumida. 
Há duas formas de se alcançar esse objetivo nos seguintes textos: 
TEXTO DE PRÓPRIA AUTORIA 
Nestes casos, somos impelidos a sintetizar as informações que são mais comumente exigidas 
em um trabalho acadêmico. Em outras palavras, tratando-se do resumo de um texto pertencente 
ao gênero acadêmico, espera-se que ele informe determinada gama de aspectos. 
Nesse sentido, Medeiros (2006) e Severino (2002) destacam alguns dos itens que 
costumeiramente são esperados, já mencionados antes, como: objeto tratado, objetivo(s), 
metodologia(s), critérios adotados e conclusões alcançadas. O resumo precisa ser capaz de 
proporcionar ao leitor subsídios para que este decida se vale a pena ou não ler o texto completo. 
TEXTO DE AUTORIA ALHEIA 
Aqui, embora o objetivo final seja o mesmo, o resumo é, primordialmente, um esforço de leitura 
e interpretação feito sobre outro trabalho. Trata-se da “apresentação concisa e, frequentemente, 
seletiva do texto, destacando-se os elementos de maior interesse e importância, isto é, as 
principais ideias do autor da obra” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 74). 
Severino (2002, p. 131) afirma que o “resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias, 
e não das palavras do texto”. Em outros termos, resumir é fazer uma exposição concisa e 
seletiva das ideias presentes em determinado texto. 
Assim, para além daqueles itens destacados anteriormente, Medeiros (2006) acrescenta a 
necessidade de o resumo também apresentar a articulação de ideias, isto é, como elas são 
dispostas e conectadas dentro do texto. Esse tipo de resumo é mais comum de ser feito quando 
produzimos uma resenha, como veremos no próximo tópico. 
Podemos perceber, portanto, que a redação de um resumo não é tarefa das mais fáceis. Visando 
facilitar esse procedimento, várias iniciativas foram e vêm sendo adotadas. Estas visam, 
sobretudo, padronizar a maneira de redigir um resumo. 
Nesse sentido, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou, em 2003, uma 
norma voltada exclusivamente para o resumo: a NBR 6028. Em linhas gerais, essa norma define 
resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento” (ABNT, 2003b, 
p. 1) e o classifica em três tipos: indicativo, informativo e crítico. Cada um deles representa 
um grau de aprofundamento. 
 
Além disso, a referida norma ocupa-se, ainda, em indicar algumas orientações – chamadas 
de regras gerais de apresentação – sobre a construção do resumo. Por fim, determina os 
tamanhos: 
01 02 
01 Resumos de artigos científicos – de 100 a 250 palavras. 
02 Resumos de trabalhos de conclusão e de relatórios técnico-científicos – de 150 a 500 palavras 
 
Essa norma tem servido de base para as reflexões de diversos autores interessados na temática. 
Por exemplo, Marconi e Lakatos (2017) apontam que os resumos chamados de indicativos são 
aqueles que se referem apenas às partes principais do texto, descrevendo sua natureza, forma 
e finalidade. Esses resumos não dispensam a consulta ao texto completo. Outra maneira de 
mencionar esse tipo é intitulando-o resumo descritivo. 
Com relação ao resumo informativo, Pereira (2013) pondera que sua aparência lembra a de 
um pequeno trabalho, e que sua apresentação pode ser estruturada ou não estruturada. 
Ambas possuem o mesmo conteúdo, variando apenas na forma. 
 Autor: Dmitry Dorodniy / Fonte: Shutterstock 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps6
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps7
No primeiro caso (apresentação estruturada), o resumo é constituído de partes precedidas por 
subtítulos, que costumam ser designados, de modo padronizado, pelo veículo de publicação – 
os periódicos científicos são os mais comuns – e remetem, quase sempre, àqueles aspectos 
esperados de um resumo de texto do gênero acadêmico: objetivo(s), metodologia(s), conclusões 
etc. No segundo caso (apresentação não estruturada), todas as informações são dispostas em 
texto corrido. Em tese, o resumo informativo dispensa a necessidade de consulta do texto 
completo. Já o resumo crítico será visto mais adiante – trata-se da resenha. 
Confira, a seguir, dois exemplos de resumos: 
 
EXEMPLO 1 
Estudo realizado sobre redações de vestibulandos da FUVEST. Examina os textos com base 
nas novas tendências dos estudos da linguagem, que buscam erigir uma gramática do texto, 
uma teoria do texto. São objeto de seu estudo a coesão, o clichê, a frase feita, o “não texto” e o 
discurso indefinido. Parte de conjecturas e indagações, apresenta os critérios para a análise, as 
informações sobre o candidato, o texto e farta exemplificação. 
Resumo indicativo. Fonte: MEDEIROS,2006, p. 153-154. Crise na linguagem: a redação no 
vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 
EXEMPLO 2 
Examina 1.500 redações de candidatos a vestibulares (1978), obtidas da FUVEST. O livro 
resultou de uma tese de doutoramento apresentada à USP em maio de 1981. Objetiva 
caracterizar a linguagem escrita dos vestibulandos e a existência de uma crise na linguagem 
escrita, particularmente desses indivíduos. Escolheu redações de vestibulandos pela 
oportunidade de obtenção de um corpus homogêneo. Sua hipótese inicial é da existência de uma 
possível crise na linguagem e, por meio do estudo, estabelecer relações entre os textos e o nível 
de estruturação mental de seus produtores. Entre os problemas, ressaltam-se a carência de 
nexos, de continuidade e quantidade de informações e a ausência de originalidade. Também 
foram objeto de análise condições externas, como família, escola, cultura, fatores sociais e 
econômicos. Um dos critérios de análise é a utilização do conceito de coesão. A autora preocupa-
se, ainda, com a progressão discursiva, com o discursotautológico, as contradições lógicas 
evidentes, o nonsense, os clichês, as frases feitas. Chegou à conclusão de que 34,8% dos 
vestibulandos demonstram incapacidade de domínio dos termos relacionais; 16,9% apresentam 
problemas de contradições lógicas evidentes. A redundância ocorreu em 15,2% dos textos. O 
uso excessivo de clichês e frases feitas aparece em 69% dos textos. Somente em 40 textos, 
verificou-se a presença de linguagem criativa. Às vezes, o discurso estrutura-se com frases 
bombásticas, pretensamente de efeito. Recomenda a autora que uma das formas de combater 
a crise estaria em se ensinar a refazer o discurso falho e a buscar a originalidade, valorizando o 
devaneio. 
Fonte: Resumo informativo. Medeiros (2006, p. 138-139). ROCCO, Maria Thereza 
Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 
 
 Autor: Lamai Prasitsuwan / Fonte: Shutterstock 
Um último ponto, mas não menos importante, diz respeito ao emprego das palavras-chave. De 
acordo com Curty e Boccato (2005), elas representam o conteúdo do texto e devem ser 
registradas logo abaixo do resumo. 
Quando nos referimos a resumos inseridos em artigos, as palavras-chave tornam-se elemento 
obrigatório e contribuem para a indexação do trabalho nas bases de dados. Sua quantidade 
varia, mas, geralmente, restringe-se a três. 
Outra característica que pode oscilar é a liberdade para sua escolha. Em determinadas áreas, 
como as Ciências da Saúde, as palavras-chave – chamadas de descritores – são de uso 
controlado, ou seja, há uma lista já pronta, e o autor escolhe aquelas que mais interagem com 
seu trabalho. Na área de Humanidades, a seleção das palavras-chave fica a critério do próprio 
autor. Apenas a quantidade é predeterminada (PEREIRA, 2013). 
 Autor: ZoFot / Fonte: Shutterstock 
RESENHAS ACADÊMICAS 
Embora de natureza completamente distinta, a resenha acadêmica cumpre uma função que é 
semelhante ao papel do fichamento, ou seja, busca-se poupar o tempo do pesquisador. Essa 
necessidade é uma das consequências do fenômeno chamado explosão bibliográfica. 
javascript:void(0)
O objetivo principal da resenha é proporcionar ao leitor uma quantidade suficiente de informações 
para que este possa, de maneira embasada, decidir sobre a leitura – ou não – do texto completo. 
Nesse sentido, Severino (2002) observa que a resenha auxilia o estudioso no processo de 
seleção das leituras que deverão ser feitas, seja para o desenvolvimento da investigação, seja 
para a subsequente produção dos trabalhos acadêmicos. Em outras palavras, a resenha serve 
para poupar o investigador de leituras desnecessárias – para sua pesquisa – e, com isso, otimizar 
seu tempo. 
EXPLOSÃO BIBLIOGRÁFICA 
De acordo com Mueller (2000), entende-se por essa expressão o aumento da quantidade, em 
grande velocidade, do número de trabalhos acadêmicos produzidos ao redor do mundo. Este 
não é um fato recente – teve início em fins do século XVII –, mas o advento da internet e sua 
difusão no início do século XXI deu maior intensidade ao processo. 
Com a rapidez com que o conhecimento se renova, aparece a dificuldade de atualização ou o 
acompanhamento das novidades relacionadas ao saber científico por parte do pesquisador ou 
do interessado em geral. 
EXPLOSÃO BIBLIOGRÁFICA 
De acordo com Mueller (2000), entende-se por essa expressão o aumento da quantidade, em 
grande velocidade, do número de trabalhos acadêmicos produzidos ao redor do mundo. Este 
não é um fato recente – teve início em fins do século XVII –, mas o advento da internet e sua 
difusão no início do século XXI deu maior intensidade ao processo. 
Com a rapidez com que o conhecimento se renova, aparece a dificuldade de atualização ou o 
acompanhamento das novidades relacionadas ao saber científico por parte do pesquisador ou 
do interessado em geral 
O QUE É UMA RESENHA? 
DE ACORDO COM A NBR 6028 (ABNT, 2003B), TRATA-SE DA MODALIDADE DE RESUMO 
CHAMADA RESUMO CRÍTICO, CUJA DEFINIÇÃO CONSISTE NA ANÁLISE CRÍTICA DE 
DETERMINADO TEXTO REALIZADA POR UM ESPECIALISTA. PORÉM, TAL ACEPÇÃO 
NÃO É SUFICIENTEMENTE ESCLARECEDORA A PONTO DE RESPONDER A NOSSA 
PERGUNTA SATISFATORIAMENTE. DESSE MODO, CABE IDENTIFICAR COMO ALGUNS 
AUTORES A CARACTERIZAM. 
Marconi e Lakatos (2017) entendem a resenha como uma descrição pormenorizada do conteúdo 
de um texto, na qual o resenhista resume, critica e formula um juízo de valor sobre a obra. No 
entanto, a resenha também deve ser entendida como uma redação técnica dotada de sequências 
textuais que não se restringem à descrição, mas também englobam narração e dissertação. 
Como afirmamos antes, a finalidade das resenhas é possibilitar a seu leitor elementos para que 
consiga, de maneira fundamentada, decidir se a leitura do texto completo lhe é pertinente ou não 
(SEVERINO, 2002). 
Por isso mesmo, elas configuram uma modalidade específica de trabalho acadêmico, estando 
presentes no sistema de comunicação científica. Podemos encontrá-las, com relativa frequência, 
publicadas em seções especialmente destinadas a elas nos periódicos científicos. Porém, não 
são todas as revistas acadêmicas que publicam resenhas. 
NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO 
“Estruturalmente, [a resenha] descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata 
as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, 
bem como expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, 
apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina (dissertação).” 
Fonte:: MEDEIROS, 2006, p. 153-154. 
QUAIS SÃO AS SUAS VARIAÇÕES? 
DO MESMO MODO QUE PODEMOS ENCONTRAR DIFERENTES TIPOS DE RESUMOS E 
FICHAMENTOS, AS RESENHAS TAMBÉM PODEM SER CATEGORIZADAS. EMBORA NÃO 
HAJA UNANIMIDADE ENTRE OS AUTORES SOBRE ISSO, OPTAMOS PELA POSIÇÃO DE 
MEDEIROS (2006), QUE INDICA A EXISTÊNCIA DE DUAS MODALIDADES: 
A DESCRITIVA E A CRÍTICA. 
RESENHA DESCRITIVA 
Segundo Fiorin e Savioli (2003, p. 426), redigir uma resenha descritiva significa “fazer uma 
relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, 
descrever as circunstâncias que o envolvem”. 
javascript:void(0)
javascript:void(0);
Nesse tipo de resenha, prevalece, evidentemente, a sequência textual da descrição. Porém, é 
possível encontrar também partes narrativas. De acordo com esses autores, o objeto resenhado 
pode ser tanto um acontecimento quanto textos ou outras obras culturais. 
Os estudiosos do assunto salientam, ainda, que o principal a ser observado é que toda resenha 
descritiva é seleção. Isso decorre do fato de as características e conjunturas que circundam o 
objeto serem múltiplas, tornando inviável descrever cada uma delas. Em outros termos, 
impossível não é. 
MAS A RESENHA NÃO BUSCA POUPAR O TEMPO DO ESTUDIOSO? 
A DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DE TODOS OS ELEMENTOS VAI CONTRA TAL 
PRERROGATIVA, POR ISSO A NECESSIDADE DE SELECIONAR ASPECTOS. ESSA 
SELEÇÃO DEVE SER FEITA LEVANDO EM CONTA OS OBJETIVOS DO RESENHISTA, 
COMO TAMBÉM QUE TIPOS DE LEITOR PRETENDE ALCANÇAR. 
RESENHA CRÍTICA 
Já a resenha crítica, conforme Medeiros (2006) aponta, caracteriza-se pelo acréscimo de 
elementos dissertativos àqueles que já constam na resenha descritiva. Em outras palavras, 
nessa modalidade, aparece, para além das descrições, considerações que defendem 
determinado ponto de vista sobre o objeto e que são sustentadas por argumentos ou dados. 
Por isso, esse autor enfatiza que o leitor demanda um posicionamento por parte do resenhista, 
que precisa ser claro, uma vez que incidirá diretamente sobre os pontos considerados positivos 
e negativos da obra resenhada. 
Nesse sentido, os elogios e as críticas tecidas precisam ser bem ponderados pelo resenhista, 
pautados em argumentos ou dados, como já salientamos, devendo sempre estar circunscritos à 
obra e jamais se estender aos autores. 
Marconi e Lakatos (2017) observam, ainda, que o resenhistatambém está proibido de, por 
quaisquer motivos, deturpar o pensamento do autor. Por essas razões, espera-se que uma 
resenha crítica seja elaborada por um especialista na área, pois é desejado que ele possua 
certas características, como (SALVADOR, 1980, p. 139 apud MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 
282): 
ETAPA 01 ETAPA 02 ETAPA 03 ETAPA 04 ETAPA 05 ETAPA 06 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps8
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps9
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps10
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps11
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps12
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps13
01 Conhecimento completo da obra. 
02 Competência na matéria. 
03 Capacidade de juízo de valor. 
04 Independência de juízo. 
05 Correção e urbanidade. 
06 Fidelidade ao pensamento do autor. 
 
Um último ponto importante são os elementos que constituem a resenha, como vemos na tabela 
a seguir: 
Itens de uma 
resenha 
Componentes 
Referência 
bibliográfica 
• Autor(es). 
• Título e subtítulo. 
• Elementos de imprensa (local, editora e data). 
• Número de páginas. 
Credenciais do 
autor 
• Informações gerais. 
• Papel exercido no meio científico/acadêmico. 
Conhecimento 
(conteúdo) 
• Resumo das ideias principais. 
• Tema. 
• Abordagem. 
Conclusão do 
autor 
• Presença ou não de conclusões e quais foram. 
• Local em que aparecem (a cada capítulo ou reunidas no final da obra). 
Quadro de 
referências do 
autor 
• Teoria que embasou o texto. 
• Metodologia utilizada. 
Apreciação 
• Avaliação da obra – como se insere nas correntes científicas, 
Filosóficas ou culturais, e perante as circunstâncias culturais, 
socioeconômicas e históricas. 
 • Mérito da obra – contribuição dada ao campo, presença de ideias 
originais, novas abordagens etc. 
 • Estilo – concisão, objetividade, clareza, precisão, coerência etc. 
 • Forma – organização lógica, sistematizada, equilíbrio entre as partes. 
 • Indicação da obra – público-alvo (estudantes, especialistas, público 
em geral etc.). 
Estrutura de resenha crítica Fonte: Marconi & Lakatos (2017, p. 282) 
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 
Esta também pode ser a estrutura de uma resenha descritiva, desde que se exclua o último item 
da tabela (Apreciação). 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. OS RESUMOS SÃO UMA IMPORTANTE FERRAMENTA NA PRODUÇÃO DE TRABALHOS 
ACADÊMICOS. ELES AJUDAM O PESQUISADOR A ACESSAR AS INFORMAÇÕES QUE 
MAIS CORRIQUEIRAMENTE PROCURAM EM UM TEXTO. 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA CARACTERÍSTICA NÃO EXIGIDA DE 
QUEM FAZ O RESUMO: 
Capacidade de síntese. 
Apresentação de informações como metodologia, critérios e conclusões. 
Organização. 
Críticas ou comentários. 
2. EM UMA RESENHA DESCRITIVA, A SELEÇÃO DEVE SER REALIZADA PELO 
RESENHISTA DE ACORDO COM: 
A afinidade entre suas ideias e as ideias do autor da obra. 
As possibilidades de descrever todos os aspectos relacionados a um objeto. 
Os objetivos da resenha, como a quem pretende alcançar. 
O tipo de objeto resenhado. 
GABARITO 
1. Os resumos são uma importante ferramenta na produção de trabalhos acadêmicos. Eles 
ajudam o pesquisador a acessar as informações que mais corriqueiramente procuram em 
um texto. Assinale a alternativa que apresenta uma característica não exigida de quem faz 
o resumo: A alternativa "D " está correta. 
Não se espera que um resumo apresente críticas, comentários ou quaisquer outros juízos de 
valor. O resumo deve ocupar-se do fornecimento – organizado e sintético – de informações úteis 
ao pesquisador, como metodologia, critérios e conclusões, entre outros possíveis, de 
determinado texto. Críticas ou comentários podem ser encontrados tanto nos fichamentos quanto 
nas resenhas acadêmicas. Isso foi explicado quando apresentamos a estrutura básica proposta 
para o fichamento, na primeira parte deste módulo, e quando discorremos sobre a resenha 
crítica, na parte final. 
2. Em uma resenha descritiva, a seleção deve ser realizada pelo resenhista de acordo com: 
A alternativa "C " está correta. 
O resenhista fará a seleção necessária de acordo com seus objetivos, e estes estão diretamente 
associados ao público-alvo. A redação de uma resenha independe da concordância, por parte 
do resenhista, com as ideias presentes na obra resenhada. Além disso, em uma resenha 
descritiva, é inevitável fazer seleções, uma vez que o objeto resenhado sempre possuirá, 
independentemente de sua tipologia, grande quantidade de características e circunstâncias que 
o rodearão. Isso impedirá a produção de uma síntese total que seja satisfatória para uma 
resenha. 
MÓDULO 2 
 
Reconhecer os artigos científicos por meio de sua estrutura e de seus conteúdos 
 Autor: PolyPloiid / Fonte: Shutterstock 
ARTIGO CIENTÍFICO 
Como vimos, a correta produção e utilização de fichamentos, resumos e resenhas acadêmicas 
pode contribuir bastante para o andamento de uma investigação. Com o emprego desses 
instrumentos, o estudo avança, e o pesquisador começa a se deparar com considerações mais 
completas em relação ao objeto analisado. 
É a partir deste momento que, habitualmente, toma forma um tipo bastante específico de trabalho 
acadêmico: o artigo científico. 
Um dos objetivos de tal modalidade consiste na divulgação dos resultados de uma pesquisa, 
mesmo parciais, isto é, cujo estudo ainda esteja em andamento. Contudo, o registro de 
resultados não é a única motivação que pode levar o pesquisador a produzir um artigo. 
As razões para isso podem ser várias. Elas podem surgir em consequência das demandas da 
pesquisa que vem sendo realizada ou para discutir uma questão antiga, mas de forma inovadora. 
O artigo pode servir, ainda, para refutar um erro ou ponto controverso para o qual outros 
pesquisadores não tenham dado a devida atenção. 
Sua concepção também pode ser vinculada a questões de ordem prática. É assim, por exemplo, 
quando os resultados obtidos ainda não são robustos o suficiente para justificar a redação de um 
livro, ou quando, no decorrer da investigação, o estudioso se depara com pontos relevantes, mas 
secundários. 
O artigo científico pode ser uma opção para apresentar tais pontos, uma vez que eles não 
aparecerão muito no trabalho completo. Este é o caso, por exemplo, de aspectos que 
atravessam, mas não são o objeto principal de um Trabalho de Conclusão de Curso. 
ARTIGO CIENTÍFICO 
“Trabalhos breves, porém completos, que tratam de uma questão científica. Apresentam o 
resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos 
pela sua reduzida dimensão e conteúdo.” 
Fonte: Marconi & Lakatos (2017, p. 276). 
 
ATENÇÃO 
Quando falamos “artigo científico”, podemos passar a impressão de que estamos nos referindo 
a algo único, o que não é o caso. As características dos artigos são múltiplas e variam não 
apenas entre as diferentes áreas do conhecimento, mas também no interior de uma mesma área. 
Isso é assim porque os objetivos por trás de cada artigo, bem como seus conteúdos, estão 
diretamente vinculados às escolhas tomadas pelo investigador em sua pesquisa ou ao estágio 
em que ela se encontra. 
 
javascript:void(0)
Devemos levar em conta que aqui também não há unanimidade na classificação e delimitação 
de um artigo. Assim, há autores que chegam a apresentar sete tipos diferentes de artigos, caso 
de Curty e Boccato (2005): 
01 02 03 04 05 06 07 
01 Artigo científico. 
02 Artigo original. 
03 Artigo de revisão. 
04 Artigo de atualização. 
05 Relato de caso clínico.06 Nota prévia. 
07 Comunicação. 
 
Contudo, como a própria autora Boccato (2006) observa, muitas daquelas modalidades 
apresentadas são subitens de outras. Seja como for, para os fins deste módulo, podemos nos 
ater à classificação proposta pela norma NBR 6022 da ABNT: 
1 ARTIGO CIENTÍFICO 
Parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, 
técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. 
 
2 ARTIGO DE REVISÃO 
Parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps14
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps15
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps16
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps17
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps18
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps19
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps20
 
3 ARTIGO ORIGINAL 
Parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais. Fonte: ABNT (2003a, p. 
2). 
 
Cabe uma observação a partir das definições apresentadas por essa norma. Podemos reparar 
que não há, de fato, uma ruptura entre o artigo científico e o artigo original. Pelo contrário, com 
a exceção dos artigos de revisão, espera-se que todos os outros produzidos na atualidade sejam 
originais. 
Já abordamos, no módulo 1, o fenômeno da explosão bibliográfica e das dificuldades que dela 
decorrem. Nesse sentido, não há razão para a produção de trabalhos que não sejam originais – 
a não ser os já mencionados de revisão. É nessa linha que Boccato (2006) se situa ao indicar 
apenas dois tipos de artigo: o original (que se divide em subitens) e o de revisão. 
Outro ponto relevante que precisamos destacar é a possível confusão gerada pelas 
nomenclaturas. Isso ocorre porque o termo artigo científico pode ser aplicado em dois sentidos, 
designando tanto a totalidade de artigos quanto uma tipologia específica, que, como vimos, 
constitui uma parte dentro da categoria “artigo original” ao lado de outras modalidades. Por isso, 
não estranhe quando se deparar com textos que tratem o artigo de revisão como artigo científico, 
porque, afinal, é isso mesmo! 
 
ESTRUTURA DOS ARTIGOS 
ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS E OPCIONAIS 
Seja original, seja de revisão, o artigo científico precisa apresentar uma gama de elementos 
obrigatórios. Outros componentes, opcionais, podem vir a ser acrescentados. 
A já mencionada norma NBR 6022 (ABNT, 2003a) apresenta quais são esses elementos 
compulsórios. A utilização dos opcionais dependerá das normas indicadas pelos periódicos 
científicos ou dos congressos que publicarão os textos em seus anais. É preciso ficar atento! 
As categorias opcionais sempre se somarão às essenciais, mas nunca as substituirão. A 
estrutura do artigo também deve respeitar uma ordem de apresentação. Assim, os componentes 
dividem-se, tradicionalmente, em elementos: 
01 02 03 
01 Pré-textuais. 
02 Textuais. 
03 Pós-textuais. 
 
Consideradas essas questões, os itens que compõem um artigo científico são os seguintes: 
Partes 
Componentes 
Obrigatórios Opcionais 
Elementos 
pré-
textuais 
• Título e subtítulo (se houver). 
• Autor(es). 
• Resumo no idioma em que o texto está redigido. 
• Palavras-chave. 
 
Opcionais 
• Informações sobre o(s) autor(es). 
• Informações sobre o(s) autor(es). 
Elementos 
textuais 
• Introdução. 
• Desenvolvimento. 
• Conclusão. 
 
 
Elementos 
pós-
textuais 
• Título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira. 
• Versão do resumo do texto em língua estrangeira. 
• Palavras-chave em língua estrangeira. 
• Referências bibliográficas. 
 
Opcionais 
• Glossário. 
• Apêndice(s). 
• Anexo(s). 
• Glossário. 
• Apêndice(s). 
• Anexo(s). 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps21
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps22
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps23
Título: Itens de artigos científicos Fonte: Adaptado de ABNT, Norma 6022, 2003. 
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 
 
Os componentes obrigatórios pós-textuais que aparecem em vários periódicos como elementos 
pré-textuais são: 
01 02 03 
01 Título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira. 
02 Versão do resumo do texto em língua estrangeira. 
03 Palavras-chave em língua estrangeira. 
Nesses casos, o leitor depara-se com o título no idioma do texto seguido pelo título em língua 
estrangeira. O mesmo acontece com o resumo e as palavras-chave, que são seguidos pelas 
versões traduzidas para outro idioma. 
Já com relação aos elementos opcionais, o pré-textual informações sobre o(s) autor(es) é 
bastante difundido, constando junto ao nome do autor ou em nota. 
Enquanto isso, os pós-textuais podem se fazer presentes, sobretudo o(s) apêndice(s) e o(s) 
anexo(s), embora não sejam tão comuns assim nos artigos científicos. O glossário é ainda mais 
raro de aparecer. É mais fácil localizá-los em trabalhos de conclusão ou em livros. 
 Autor: everything possible / Fonte: Shutterstock 
CONTEÚDO 
Embora os elementos pré-textuais e pós-textuais sejam importantes em um artigo científico, são 
os elementos textuais (conteúdo) que exercem a função de carro-chefe da publicação. 
Por isso, são necessários ao pesquisador atenção e cuidado na hora de redigi-lo. Isso decorre 
de alguns fatores, como a forma de estruturar o conteúdo, que, dependendo da área, pode variar, 
e também o tipo de conteúdo a se registrar. Cabe um olhar mais atento sobre as peculiaridades 
referentes a esses dois pontos. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps2
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps3
Em primeiro lugar, temos a estruturação do texto dentro do artigo. Desde já, destacamos que 
não é comum haver um controle rígido sobre como deve acontecer por parte dos periódicos e 
dos anais de eventos. Afinal, cada área do conhecimento já espera que o artigo seja redigido de 
determinada maneira. É algo subentendido. 
 
EXEMPLO 
Um artigo original na área das Ciências da Saúde é, desde a década de 1980, habitualmente 
dividido em quatro partes, a saber: introdução, métodos, resultados e discussão (PEREIRA, 
2012). 
Na área de Humanidades, por sua vez, o texto é arquitetado conforme apresentado pela norma 
NBR 6022 (ABNT, 2003a), isto é, dividido em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Embora 
a estrutura seja diferente, os elementos que constituem cada parte não o são. 
Assim, tanto em um quanto no outro, é esperado que haja a apresentação da metodologia 
utilizada, das conclusões alcançadas ou que conste uma argumentação, por exemplo. As 
diferenças, nesses casos, ocorrem por conta das especificidades de cada área, e não devido à 
maneira como são organizadas. 
 
Em segundo lugar, há a questão do tipo de conteúdo a constar. Aqui, cabe retomar a tipologia 
dos artigos. Vimos que estes se distinguem em original e de revisão. 
Como já sabemos, o artigo original é composto de várias modalidades. 
 
EXEMPLO 
Um texto pode se dedicar a fazer relatos de casos clínicos ou atualizar as informações de 
determinada especialidade, como são comuns nas Ciências da Saúde (BOCCATO, 2006).EM OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO, COMO NAS CIÊNCIAS HUMANAS, QUAIS AS 
VARIAÇÕES POSSÍVEIS DO CONTEÚDO? 
Em geral, quando atentamos para a História e suas áreas correlatas, os artigos produzidos 
visam, na maioria das vezes, realizar análises sobre determinado objeto ou mesmo de um 
aspecto dele. Contudo, as maneiras como essas análises podem ser feitas são múltiplas e não 
possuem contornos bem definidos. 
Assim, é mais vantajoso ocuparmo-nos aqui das informações e dos elementos que, geralmente, 
constam no conteúdo de tais artigos. Nesse sentido, reunimos, na tabela a seguir, aqueles que 
julgamos serem os dados e as orientações mais relevantes que o conteúdo de um texto 
produzido na área de História deve conter: 
Partes do 
conteúdo 
Componentes 
Introdução 
Visão de conjunto de: 
 • Tema – que deve se desdobrar na delimitação do assunto. 
 • Problema. 
 • Hipótese(s). 
 • Objetivo(s). 
 • Corpus documental – é necessário identificar as fonte(s) 
analisada(s) e como foram levantadas. 
 • Perspectiva teórico-metodológica – também pode ser feita no 
desenvolvimento. 
 • Vinculação com uma pesquisa maior – se houver. 
 • Forma de estruturação do texto. 
Desenvolvimento 
Apresentação da perspectiva teórico-metodológica – quando não 
constar na introdução. 
 
 Análise e argumentação – as seguintes questões podem ajudar a 
desenvolvê-la: 
 • O que a documentação analisada diz sobre o problema levantado? 
 • O que os autores dizem? 
 • O que os autores dizem faz sentido quando confrontado com o que 
a documentação diz? 
Conclusão 
Considerações (parciais ou finais) correspondentes ao(s) objetivo(s) e 
à(s) hipótese(s). É o momento de finalizar o texto, apresentando as 
conexões entre a análise/pesquisa e o tema estudado, e de retomar as 
ideias principais. 
Título: Componentes de conteúdo de artigos científicos Fonte: Adaptado de ABNT (2003ª). 
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 
 
FONTE(S) 
javascript:void(0)
Em outras áreas do conhecimento, o item “fontes” também pode ser chamado de “dados” 
Do mesmo modo, tais apontamentos também podem ser úteis a outras áreas das Humanidades. 
Outros pontos podem ser acrescidos, mas um texto com esses componentes contemplará, de 
maneira satisfatória, os principais requisitos esperados em um artigo pertencente a tal área. 
Cabe, aqui, uma reflexão sobre o item “vinculação com uma pesquisa maior”. Como vimos, uma 
das motivações para a escrita de um artigo pode ser redigir sobre um ponto secundário da 
pesquisa realizada pelo estudioso ou ser parte constitutiva daquela, mas que ainda não é 
completa o suficiente para ser registrada em um trabalho de conclusão, por exemplo. 
 Autor: ZoFot / Fonte: Shutterstock 
Há também os casos de uma investigação individual que está vinculada a outra maior, 
geralmente desenvolvida coletivamente. Nessas situações, é indicado situá-las brevemente no 
início do trabalho. 
O artigo de revisão consiste em uma grande discussão bibliográfica que tem por objetivo, como 
o nome sugere, proporcionar uma revisão de determinado segmento da literatura científica. 
 
Os componentes apresentados na tabela anterior também podem valer para esses artigos. Há, 
inclusive, componentes ali que não só podem, como devem aparecer nesses trabalhos. São os 
casos, por exemplo, de: 
1 TEMA 
O artigo de revisão deve ser circunscrito a um tema. 
 
2 METODOLOGIA 
 Aqui entendida como os critérios para a seleção da bibliografia utilizada: 
 Por que, dentro de tal tema, estas obras foram escolhidas? 
 Outras ficaram de fora? Quais? Por quê? 
 
3 AUTORIA DE TAIS MATERIAIS 
Quem escreveu, quando e com quais motivações. 
 
CONSIDERAÇÕES 
Balanço sobre o que foi produzido até aqui acerca do tema, bem como apontamento das lacunas 
existentes, ou seja, os pontos que ainda carecem de estudos por parte da comunidade científica. 
4 Autor: PIC SNIPE / Fonte: Shutterstock 
ESTILO E CITAÇÕES 
Há outros dois pontos que estão diretamente relacionados com a parte do conteúdo, mas tratam 
da forma como é apresentado. São eles: o estilo e as citações. 
Para que o texto produzido seja reconhecido como pertencente ao gênero acadêmico, ele deve, 
além de atender às observações que fazemos ao longo deste módulo, cumprir com certas 
exigências no que tange à forma da redação. 
Marconi e Lakatos (2017) apontam que adjetivos supérfluos, explicações inúteis e rodeios – ou 
seja, digressões desnecessárias – devem ser evitados. Do mesmo modo, gírias e apelidos, a 
não ser em casos muito específicos e diretamente atrelados ao objeto da pesquisa, também 
devem ser deixados de lado no momento de escrever um texto acadêmico. 
ESTILO 
O estilo com que se deve redigir tais textos é consenso entre os autores ocupados com a 
metodologia científica. Nesse sentido, espera-se que o pesquisador dote o artigo de: 
 Concisão. 
 Objetividade – isto é, evitar aquelas digressões. 
 Precisão – ir direto ao ponto, sem muitos preâmbulos, a menos que sejam necessários para 
a compreensão. 
 Correção ortográfica. 
 Uso do vocabulário correto. 
Volpato (2007) sugere, ainda, o uso de palavras simples e frases curtas, que se redijam na ordem 
direta. Um texto escrito atentando para esses quesitos é capaz de expressar suas ideias com 
clareza. O objetivo de toda escrita, inclusive a acadêmica, é proporcionar um texto no qual os 
diversos itens lá reunidos se apresentem como um todo coerente para o leitor. 
CITAÇÕES 
As citações são elementos imprescindíveis a um texto do gênero acadêmico. Podemos afirmar, 
inclusive, que, sem elas, não há um trabalho científico, porque qualquer pesquisa realizada não 
começa “do nada”. Ela parte de algum ponto do conhecimento já desenvolvido pela comunidade 
científica. Se tal investigação vai aprofundar ou buscar refutar tal conhecimento, isso é outra 
história. 
O que importa é que o estudo terá como ponto de partida outros já realizados, exceto em casos 
cujo objeto investigado não tenha sido alvo do interesse de nenhum pesquisador antes, mas, 
mesmo aqui, o uso da literatura científica relacionada é fundamental. 
TODA PESQUISA É, NO FUNDO, UM TRABALHO COLETIVO. 
A PESQUISA NÃO SE INICIA E SE EXTINGUE NO TRABALHO REALIZADO PELO 
ESTUDIOSO. COMO AFIRMAMOS NO INÍCIO DESTE MÓDULO, SEUS FRUTOS SERVIRÃO 
DE BASE PARA NOVAS INVESTIGAÇÕES, NAS QUAIS SERÃO CITADOS. 
De modo bastante sucinto, a finalidade da citação é conferir o devido crédito ao autor do qual se 
utiliza uma ideia, um método, uma teoria ou outra informação qualquer. 
 
ATENÇÃO 
Sua falta, quando nos valemos de dados retirados de terceiros, configura plágio. As 
consequências disso podem resultar desde a não publicação de um artigo à cassação de um 
título obtido, quando isso é verificado em um trabalho de conclusão. Em certos casos, sobretudo 
nos estudos envolvendo a produção de patentes, pode virar uma questão judicial. 
 
Por isso, seja em um artigo científico, seja em outro trabalho acadêmico qualquer, é esperado 
do pesquisador que sua produção interaja com o conhecimento científico que já foi e está sendo 
produzido, e que confira o crédito a quem de direito é devido. 
Atentando para a importância desse quesito, a ABNT conta com uma norma exclusiva para 
citações: a NBR 10520 (ABNT, 2002). Lá, encontramos as diferentes maneiras de fazer a citação 
no corpo do texto. 
A citação pode ser direta e indireta. 
CITAÇÃO DIRETA 
A citação direta acontece quando reproduzimos fidedignamente – isto é, usando as palavras do 
próprio autor – algum trecho de outra obra. Trata-se da transcrição. 
CITAÇÃO INDIRETA 
Já a citação indireta ocorre quando expressamos as ideias de outro pesquisador com as nossas 
próprias palavras. 
 
A norma NBR 10520 (ABNT, 2002) contém as regras de apresentação para cada tipo de citação. 
Contudo, adentrar nesse ponto fugiria ao propósito deste módulo. Algumas indicações, porém, 
podem ser dadas. É o caso,por exemplo, das fornecidas por Matos (1985). Este autor aponta 
oito princípios para citar, que reproduzimos a seguir: 
1 Cite com um propósito bem claro, definido, relevante. 
 
2 Seja parcimonioso (como cientista) e breve como citador. 
 
3 Atribua às suas citações um valor razoável. 
 
4 Faça citações integradas ao seu próprio texto. 
 
5 Cite diretamente da fonte, quando tal procedimento der mais força à sua argumentação do que 
a estratégia da paráfrase (dizer em suas próprias palavras). 
 
6 Cite com exatidão. 
 
7 Traduza as citações em língua estrangeira, para facilitar o “processamento” de seus leitores. 
 
8 Identifique sempre o(s) autor(es) transcrito(s) ou mencionado(s). 
 
ATENÇÃO 
Sempre que houver traduções, registre o original, em língua estrangeira, na nota de rodapé. É 
uma maneira que o leitor tem de se certificar de que a tradução foi feita corretamente. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
As referências bibliográficas consistem no elemento pós-textual mais importante de um artigo. 
São nelas que os dados referentes às citações empregadas ao longo do texto são registrados. 
O lugar onde se situam pode variar. Elas podem aparecer nas notas de rodapé das páginas, 
conforme vão sendo mencionadas no corpo do texto, bem como em uma listagem após o fim, na 
qual se reúnem todas as referências citadas no trabalho. 
Uma vez mais, isso dependerá das normas de publicação dos periódicos científicos ou dos anais 
de determinado congresso. Há, ainda, aqueles que exigem em ambos os lugares: durante e 
depois. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
javascript:void(0)
“Maneira pela qual o autor presta a quem lê uma satisfação quanto à sua seriedade e 
competência, permitindo, assim, a localização de documentos no todo ou em partes, segundo 
normas específicas.” 
Fonte: Curty & Boccato (2005, p. 66). 
QUAL A RAZÃO PARA SE REGISTRAR AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS? ELAS SÃO 
APENAS O COMPLEMENTO NECESSÁRIO DAS CITAÇÕES? 
Ao registrar as referências bibliográficas das obras mencionadas ao longo do texto, o 
pesquisador permite que o leitor refaça seus passos. Com isso, quem está lendo o texto 
consegue constatar se as informações utilizadas foram realmente retiradas de onde o 
investigador disse que as retirou, e, principalmente, se tais ideias foram aplicadas corretamente. 
Portanto, esta parte serve para pôr à prova a qualidade do trabalho acadêmico. 
Sua utilização não se restringe aos artigos. Elas devem constar também nos Trabalhos de 
Conclusão de Curso e nas resenhas acadêmicas, por exemplo. Por essas razões, como vimos, 
sugere-se registrá-las nos fichamentos preparados ao longo do percurso de pesquisa. 
COMO AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SÃO FEITAS? 
Basta seguir outra norma produzida pela ABNT: a NBR 6023 (2018). Nela, encontramos 
orientações para fazer os registros bibliográficos de vasta gama de materiais: livros, artigos, 
anais de congressos, jornais, leis, filmes, trilhas sonoras, materiais iconográficos, sites etc. 
 
ATENÇÃO 
Uma referência feita incorretamente pode inviabilizar a possibilidade de o leitor chegar ao texto 
e acabar comprometendo aquela que é sua razão de existir. 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. ABEMOS QUE OS ARTIGOS – COMO FONTE OU PRODUTO – SÃO CRIAÇÕES DAS MAIS 
COMUNS E PRESENTES NA VIDA ACADÊMICA DE TODO PESQUISADOR. EXATAMENTE 
POR ISSO, É IMPORTANTE IDENTIFICAR AS ESPECIFICIDADES DE CADA UM DELES. 
 
O ARTIGO ORIGINAL DEDICA-SE, PRINCIPALMENTE, A: 
Apresentar os resultados alcançados no decorrer da pesquisa. 
Compilar os dados coletados em uma investigação. 
Desenvolver novas teorias ou metodologias. 
Extinguir a necessidade de novas pesquisas sobre o assunto. 
2. A DISPOSIÇÃO DE ALGUNS ITENS NO ARTIGO PODE VARIAR, DEPENDENDO DAS 
NORMAS DE PUBLICAÇÃO DE UM PERIÓDICO OU DOS ANAIS DE ALGUM CONGRESSO. 
TER CLAREZA DISSO OFERECE CONDIÇÕES AO PESQUISADOR PARA A REALIZAÇÃO 
EFETIVA DESSE PRODUTO. É UM EXEMPLO DE ITEM QUE PODE APARECER EM UM 
LUGAR OU OUTRO DO ARTIGO: 
Resumo no idioma do texto. 
Citações. 
Anexo. 
Título em idioma estrangeiro. 
GABARITO 
1. abemos que os artigos – como fonte ou produto – são criações das mais comuns e 
presentes na vida acadêmica de todo pesquisador. Exatamente por isso, é importante 
identificar as especificidades de cada um deles. O artigo original dedica-se, 
principalmente, a: A alternativa "A " está correta. 
Como vimos no início deste módulo, é a necessidade de comunicar e testar os resultados obtidos 
com o andamento da pesquisa que impulsiona o investigador a redigir um artigo e submetê-lo à 
avaliação de seus pares. O artigo não consiste em um inventário. É preciso apontar o problema, 
a(s) hipótese(s), o(s) objetivo(s), argumentar em favor de cada um etc. O desenvolvimento de 
teorias ou metodologias é consequência do desenvolvimento avançado de uma pesquisa. É isso 
que se espera em Trabalhos de Conclusão de Curso. Além disso, os artigos servem para 
contribuir com o surgimento ou avanço de outros estudos. 
2. A disposição de alguns itens no artigo pode variar, dependendo das normas de 
publicação de um periódico ou dos anais de algum congresso. Ter clareza disso oferece 
condições ao pesquisador para a realização efetiva desse produto. 
É um exemplo de item que pode aparecer em um lugar ou outro do artigo: 
A alternativa "D " está correta. 
Tanto o resumo na língua em que o texto é redigido quanto as citações e o anexo possuem 
lugares determinados dentro do artigo, que não são alterados. Nesse sentido, o resumo no 
idioma do texto é um elemento pré-textual, devendo aparecer antes do texto em si. Já as citações 
compõem os elementos textuais, podendo estar presentes na introdução, no desenvolvimento 
ou mesmo na conclusão. Por fim, o anexo, quando existir, deve ser colocado após o texto, uma 
vez que se trata de um elemento pós-textual. Elementos como “título em idioma estrangeiro”, 
“resumo em idioma estrangeiro” ou “palavras-chave em idioma estrangeiro” podem constituir 
elementos pós-textuais, como define a ABNT, ou pré-textuais, como habitualmente é empregado 
no âmbito dos periódicos científicos da área de Humanas. Discorremos sobre esse ponto quando 
identificamos os elementos obrigatórios e opcionais de um artigo. 
MÓDULO 3 
 
: Identificar as expectativas com relação às monografias, dissertações e teses com base 
em suas definições 
 Autor: GaudiLab / Fonte: Shutterstock 
TRABALHOS DE CONCLUSÃO 
No primeiro módulo, discorremos sobre fichamentos, resumos e resenhas – ferramentas que, 
como vimos, auxiliam e acompanham o pesquisador desde seus primeiros passos na 
investigação. 
Logo depois, voltamos nossas atenções para os artigos científicos, que consistem na etapa 
intermediária do desenvolvimento do estudo, uma vez que são responsáveis por divulgar os 
resultados, muitas vezes parciais, de determinada pesquisa. 
Então, finalmente, alcançamos a etapa em que se faz necessária a produção de um trabalho 
específico, capaz de sistematizar a própria investigação ou, pelo menos, aqueles pontos 
fundamentais que possibilitaram sua realização: os trabalhos de conclusão. Estes podem ser 
considerados os desfechos de tudo aquilo que viemos discutindo até aqui. 
 
Como acontece nos outros trabalhos acadêmicos que apresentamos, sua natureza também pode 
variar. Neste sentido, Rey (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) aponta aqueles que seriam 
os três tipos mais comuns de trabalhos científicos: 
1 OBSERVAÇÕES OU DESCRIÇÕES ORIGINAIS 
De fenômenos da natureza, espécies, estruturas etc. 
 
2 TRABALHOS EXPERIMENTAIS 
Que submetem o objeto analisado às condições de controle exercidas pela experiência. 
 
3 TRABALHOS TEÓRICOS 
Caracterizados pelo estudo ou pela síntese de conhecimentos que proporcionam novos 
conceitos, apresentação de hipóteses, teorias etc. 
Seja qual for a modalidade, há elementos que se deve esperar de todo trabalho de conclusão. 
Afinal: 
“[…] QUALQUER QUE SEJA A FORMA DO TRABALHOCIENTÍFICO, É PRECISO 
RELEMBRAR QUE TODO TRABALHO DESTA NATUREZA TEM POR OBJETIVO 
INTRÍNSECO A DEMONSTRAÇÃO, O DESENVOLVIMENTO DE UM RACIOCÍNIO LÓGICO. 
ELE ASSUME SEMPRE UMA FORMA DISSERTATIVA, OU SEJA, BUSCA DEMONSTRAR, 
MEDIANTE ARGUMENTOS, UMA TESE, QUE É UMA SOLUÇÃO PROPOSTA PARA UM 
PROBLEMA. FATOS LEVANTADOS, DADOS DESCOBERTOS POR PROCEDIMENTOS DE 
PESQUISA E IDEIAS AVANÇADAS SE ARTICULAM JUSTAMENTE COMO PORTADORES 
DE RAZÕES COMPROVADORAS DAQUILO QUE SE QUER DEMONSTRAR. E É ASSIM QUE 
A CIÊNCIA SE CONSTRÓI E SE DESENVOLVE”. 
Fonte: Severino (2002, p. 149). 
De acordo com Marconi e Lakatos (2017), esses trabalhos precisam, ainda, funcionar como um 
modelo ou, pelo menos, fornecer subsídios para outras pesquisas. 
Já Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) destaca que as informações registradas 
devem possibilitar a outro pesquisador: 
01 02 03 
01 Reproduzir os procedimentos, de modo que obtenha os resultados apontados. 
02 Avaliar as conclusões indicadas a partir das observações registradas. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps2
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/organizacao_de_trabalhos_academicos/index.html#collapse-steps3
03 Examinar se as análises e o raciocínio lógico empregados pelo autor para alcançar os 
resultados foram feitos corretamente. 
Há uma constatação fundamental decorrente do que foi apresentado até aqui: os trabalhos de 
conclusão, assim como a maioria dos trabalhos acadêmicos, não consistem em uma produção 
particular e de compreensão restrita àquele que o redigiu. 
Pelo contrário, suas respostas – e os caminhos percorridos para se chegar até elas – devem 
servir a outros pesquisadores, de modo a contribuir efetivamente para o avanço do conhecimento 
científico. 
Quando tal trabalho é produzido no âmbito de uma instituição de ensino com vistas à obtenção 
de um título, é comum receber nomes específicos. 
 Autor: fotoinfot / Fonte: Shutterstock 
Assim, se sua produção ocorre ao final de uma graduação, como requisito para a obtenção de 
grau, costumamos chamá-la de Trabalho de Conclusão de Curso ou monografia. 
Caso seja resultado de uma investigação realizada durante o mestrado, cujo objetivo do 
pesquisador é obter o título de mestre, então o trabalho produzido é conhecido 
como dissertação. 
Agora, se for fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de um doutorado, para receber o 
título de doutor, então estamos falando de uma tese. 
Um ponto que merece ser destacado quanto às terminologias utilizadas é a confusão no emprego 
de cada um desses termos. Não raro, encontramos referências como “tese de mestrado”, por 
exemplo. 
Uma explicação para esses casos pode ser encontrada no fato de que a associação entre 
monografia e graduação, dissertação e mestrado, tese e doutorado, costumeiramente adotada 
no Brasil, não é de uso universal. Assim, enquanto a palavra tese é empregada de forma 
generalizada na Grã-Bretanha, o vocábulo dissertação é difundido nos Estados Unidos e na 
Europa continental (CAMPELLO, 2000). 
Esses tratamentos chegaram até aqui por diversos caminhos, dois deles principais: 
01 Pela leitura de bibliografia estrangeira, que aponta tal uso. 
02 Pela própria formação do pesquisador, que pode tê-la realizado, em determinada etapa, em 
algum desses outros lugares. 
Mesmo no Brasil, onde há um consenso sobre o emprego dos termos, alguns autores atentam 
para as nuances existentes em meio a tal classificação. Severino (2002), por exemplo, observa 
que todos os referidos trabalhos são exemplos de monografias científicas, isto é, são 
caracterizados pela unidade e pela delimitação temática, além da profundidade da análise 
dispensada ao objeto em estudo. 
Medeiros (2006) segue pela mesma linha. Além de corroborar com as posições de Severino 
(2002) no que tange ao caráter englobante das monografias, destaca que 
tanto dissertações quanto teses consistem em textos dissertativos, nos quais pode haver a 
defesa de uma ou mais teses. O autor ainda pontua que seria mais adequado chamar 
as dissertações de monografias para obtenção do grau de mestre e as teses de monografias 
para obtenção do grau de doutor. Isso sem se esquecer das monografias redigidas nas 
graduações para bacharelado e licenciatura. 
Este problema é apenas o reflexo de outro, mais complicado, que é estabelecer a diferenciação 
entre monografias, dissertações e teses. Como podemos observar, o ponto de tensão incide, 
principalmente, sobre os trabalhos produzidos no âmbito da pós-graduação. Isso decorre de sua 
própria natureza. 
Segundo Severino (2002), a pós-graduação foi criada com o escopo de proporcionar as 
condições necessárias para a produção de pesquisas rigorosas nas mais distintas áreas do 
conhecimento científico. Por conseguinte, a exigência sobre o pós-graduando é ainda maior em 
termos de disciplina, rigor, domínio sobre métodos e procedimentos etc. Espera-se, com isso, 
que tal pesquisador possa ser capaz de desenvolver um texto que contemple, a um só tempo, 
tais características. 
Esses atributos são esperados tanto nos níveis de mestrado quanto de doutorado. Em 
consequência disso, a tarefa de encontrar os limites que caracterizam esses trabalhos torna-se 
bem complexa. A necessidade de tantas qualidades semelhantes finda por suscitar desencontros 
na hora de estabelecer quais delas as distingue. 
 
EXEMPLO 
Por exemplo, um ponto controverso diz respeito à questão da presença da originalidade. Por um 
lado, Medeiros (2006) sustenta que todos os trabalhos de conclusão precisam ser inéditos e 
originais. Por outro, Severino (2002) considera a originalidade uma demanda estritamente 
vinculada à produção de uma tese, o que seria, inclusive, um dos fatores para diferenciá-la da 
dissertação. 
 
DIANTE DE TAL QUADRO, NO QUAL PARECE ESTAR TUDO MISTURADO, COMO 
DIFERENCIAR OS TRABALHOS PRODUZIDOS NOS DISTINTOS NÍVEIS DE FORMAÇÃO? 
1. PRIMEIRO CRITÉRIO 
O primeiro consiste na classificação pelo grau de ênfase com que as dimensões teórica, 
metodológica e empírica são abordadas em cada trabalho. Esse grau varia de acordo com cada 
nível de formação. 
Assim, em uma monografia, espera-se a introdução aos métodos de pesquisa e de escrita; nas 
dissertações, a capacidade de formular problemáticas e hipóteses, bem como utilizar 
adequadamente os conceitos; nas teses, a ênfase reside em maior aprofundamento teórico, que 
seja capaz de gerar reflexões de maior densidade. 
2. SEGUNDO CRITÉRIO 
O segundo critério é a diferenciação segundo o grau de autonomia esperado no momento da 
elaboração dos trabalhos de conclusão. Nesse sentido, o nível de autonomia observado para a 
produção dos trabalhos varia de acordo com o estágio no qual é produzido. 
3. TERCEIRO CRITÉRIO 
Outro ponto a destacar é a atuação do orientador em cada caso. Assim, ao desenvolver uma 
monografia, o pesquisador iniciante estaria situado no campo da heteronomia, ou seja, não se 
espera que seu trabalho apresente nenhuma autonomia, sendo acompanhado de perto pelo 
orientador, que cumpre a função de tutor. 
4. QUARTO CRITÉRIO 
Na confecção da dissertação de mestrado, por sua vez, o estudioso deve realizar um progressivo 
distanciamento com relação ao estágio da heteronomia, dando os primeiros passos rumo à 
autonomia. Aqui, as intervenções do orientador são reduzidas: seu papel se restringe a apenas 
orientar. 
5. QUINTO CRITÉRIO 
Enfim, de uma tese de doutorado, deseja-se, da parte do pesquisador, plena autonomia na 
elaboração da proposta, na construção do trabalho, nas questões teórico-metodológicas etc. A 
função do orientador, nesses casos, é a de um interlocutor. 
Entendemos que esses critérios são os mais indicados para avaliar os trabalhos de conclusão 
hoje em dia. Como veremos a seguir, a estrutura e os conteúdosde cada um não variam tão 
significativamente de um para outro. Desse modo, a adoção de quaisquer critérios rígidos e 
estritamente objetivos não seria capaz de caracterizar e, principalmente, de diferenciar 
monografias, dissertações e teses. 
 
ESTRUTURA DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO 
Assim como nos demais trabalhos acadêmicos que apresentamos nos módulos anteriores, a 
ABNT também conta com uma normativa para elaborar trabalhos de conclusão: a NBR 14724 
(ABNT, 2011). 
De acordo com essa norma, a organização de monografias, dissertações e teses depreende uma 
estrutura bastante similar à dos artigos científicos, mas com uma diferença: nos trabalhos de 
conclusão, há uma parte externa e outra interna. 
EXTERNA 
A parte externa é composta pela capa e, opcionalmente, pela lombada. 
INTERNA 
Já a parte interna engloba componentes que também constatamos nos artigos, isto é, os 
elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. 
Há também, no âmbito dos trabalhos de conclusão, os itens que são considerados obrigatórios, 
enquanto outros, opcionais, podem ser acrescidos de acordo com os objetivos do autor. 
 Autor: Lipik Stock Media / Fonte: Shutterstock 
MONOGRAFIA 
As monografias de graduação são os trabalhos de conclusão mais difundidos no meio 
acadêmico brasileiro, e, talvez, até no mundo. Como já afirmamos, elas também são chamadas 
de Trabalhos de Conclusão de Curso e costumam ser exigidas pela maioria dos cursos como 
contrapartida para a obtenção do grau de bacharel ou licenciado. É, portanto, uma etapa pela 
qual a maioria dos profissionais em atividade já passaram. 
Dependendo do curso e da instituição de ensino, pode-se exigir que o concluinte apresente sua 
monografia para uma banca de professores, que tecerão comentários e críticas, além de 
perguntas sobre o trabalho. O grau só é obtido mediante a aprovação nesse processo. 
Essa arguição é chamada de defesa de monografia. No entanto, tal procedimento é mais 
comum na pós-graduação – defesa de dissertação e defesa de tese –, na qual é uma etapa 
indispensável para a obtenção dos graus conferidos. 
Um dado curioso chama a atenção sobre as monografias. Embora seja uma exigência que, 
habitualmente, impõe-se ao aluno no fim da graduação, o Trabalho de Conclusão de Curso é o 
momento em que acontece, de fato, a iniciação à pesquisa (NEVES, 1996; MARCONI; 
LAKATOS, 1992). 
Cabe, então, desde já, a pergunta: 
O QUE É MONOGRAFIA? 
A norma NBR 14724 define monografia como: 
“DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE ESTUDO, DEVENDO EXPRESSAR 
CONHECIMENTO DO ASSUNTO ESCOLHIDO, QUE DEVE SER OBRIGATORIAMENTE 
EMANADO DA DISCIPLINA, MÓDULO, ESTUDO INDEPENDENTE, CURSO, PROGRAMA E 
OUTROS MINISTRADOS”. 
Fonte: ABNT (2011, p. 4). 
De maneira complementar, Severino (2002) e Marconi e Lakatos (2017) apontam que também 
se deve levar em consideração três fatores, os quais devem estar presentes em todos os 
trabalhos de conclusão: unidade temática, problema e metodologia. Além disso, nas 
monografias, o enfoque está na qualidade da análise, e não na quantidade de páginas. 
 
ATENÇÃO 
As formas como os elementos textuais da monografia são estruturadas também é uma questão 
fundamental para que os propósitos do trabalho de conclusão possam ser plenamente 
satisfeitos. 
 
DISSERTAÇÃO 
O mestrado consiste na primeira etapa dentro da pós-graduação, excetuando-se 
as especializações. Por isso, está situado em um meio termo no que tange à formação do 
pesquisador. 
javascript:void(0)
Em outras palavras, o mestrando é aquele que já concluiu uma graduação, tendo, muito 
provavelmente, escrito uma monografia. Porém, ainda não chegou, em sua área de formação, à 
etapa do doutorado. No ponto em que se encontra, para obter o título de mestre, esse 
pesquisador precisará redigir uma dissertação e defendê-la na chamada defesa de 
dissertação. 
De acordo com a norma NBR 14724, dissertação é o: 
ESPECIALIZAÇÕES 
Esta modalidade de pós-graduação, também conhecida como lato sensu, não confere grau a 
seu concluinte. 
“DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL OU 
EXPOSIÇÃO DE UM ESTUDO CIENTÍFICO RETROSPECTIVO, DE TEMA ÚNICO E BEM 
DELIMITADO EM SUA EXTENSÃO, COM O OBJETIVO DE REUNIR, ANALISAR E 
INTERPRETAR INFORMAÇÕES. DEVE EVIDENCIAR O CONHECIMENTO DE LITERATURA 
EXISTENTE SOBRE O ASSUNTO E A CAPACIDADE DE SISTEMATIZAÇÃO DO 
CANDIDATO”. 
Fonte: ABNT (2011, p. 2). 
Nesse sentido, por um lado, espera-se que o texto apresente maior aprofundamento com relação 
àqueles pontos típicos da monografia, como a metodologia, por exemplo. Por outro, deseja-se 
que conte com aspectos próprios de uma tese, como uma reflexão mais sólida e embasada sobre 
o problema levantado. 
Marconi e Lakatos (2017) compreendem a dissertação como um estudo teórico e reflexivo, que 
requer que os dados sejam sistematizados, ordenados e interpretados. Esse estudo deve, ainda, 
apresentar uma metodologia própria. Contudo, tal característica não deve ser confundida com a 
simples reprodução de textos produzidos por terceiros. Como Severino (2002) destaca, a 
dissertação precisa ser propositiva, e não apenas expositiva. 
As dissertações também podem ser divididas em mais de um tipo quanto ao conteúdo. Medeiros 
(2006) e Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) identificam a existência de dois tipos 
de trabalho: o expositivo e o argumentativo. 
TRABALHO EXPOSITIVO 
No trabalho expositivo, o autor realiza grande levantamento de materiais – das mais diversas 
fontes – relacionados ao tema da pesquisa. O que é avaliado aqui é a capacidade para coletar e 
organizar tudo o que foi reunido. 
TRABALHO ARGUMENTATIVO 
Já o trabalho argumentativo exige a interpretação das ideias apresentadas e um 
posicionamento por parte do autor. Os argumentos servem de sustentação tanto à interpretação 
quanto à posição adotada pelo pesquisador. 
No que diz respeito à forma, também há mais uma classificação aplicável às dissertações: elas 
também podem ser categorizadas de acordo com a maneira que resolvem proceder. Nesse 
sentido, Medeiros (2006) aponta que há três “movimentos” que uma dissertação pode 
adotar: para fora, para dentro e “zigue-zague”. 
No movimento para fora, o texto parte de algo próximo, específico, e vai em direção ao geral, 
em um processo tipicamente indutivo. Em outras palavras, procede do particular para o universal. 
No movimento para dentro, o sentido vai na direção oposta, ou seja, trata-se de uma dedução. 
Aqui, o ponto de partida é uma generalização qualquer. Avança-se até alcançar um caso 
específico. 
Por fim, no chamado “zigue-zague”, o autor utiliza contraposições e comparações tanto de 
ideias quanto de fatos e contextos. 
 
TESE 
As teses são trabalhos de conclusão produzidos com vistas à obtenção de dois títulos: 
DOUTOR 
Grau que se conquista após a conclusão de um curso de doutorado. 
LIVRE DOCENTE 
Grau de titulação acadêmica mais alto a que se pode chegar (apenas pesquisadores que já 
tenham o título de doutor podem consegui-lo). 
Assim como a dissertação, para a obtenção de tais títulos, exige-se o rito chamado defesa de 
tese. 
As teses consistem em um grande esforço de sistematização de uma pesquisa em um trabalho 
acadêmico. Espera-se do investigador que está concluindo esta etapa que seja capaz de 
proporcionar uma descoberta ou contribuição significativa para a ciência (MEDEIROS, 2006). 
Por isso, alguns autores afirmam que se deve esperar a originalidade apenas em uma tese de 
doutorado. 
javascript:void(0)
ORIGINALIDADE 
Como frisa Severino (2002), para sustentar sua posição, originalidade nada tem a ver com 
novidade, mas, sim, com um retorno às origens. De acordo com o autor: 
“[...] [explicita-se], assim, um esclarecimento original ao assunto, até então não percebido. A 
descoberta original lança novas luzes sobre o objeto pesquisado, superando seja o 
desconhecimento, seja, então, a ignorância”. Fonte: Severino (2002, p. 148).A tese é descrita pela NBR 14724 como: 
“DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL OU 
EXPOSIÇÃO DE UM ESTUDO CIENTÍFICO DE TEMA ÚNICO E BEM DELIMITADO. DEVE 
SER ELABORADO COM BASE EM INVESTIGAÇÃO ORIGINAL, CONSTITUINDO-SE EM 
REAL CONTRIBUIÇÃO […]”. 
Fonte: ABNT (2011, p. 4). 
Para além da definição técnica, Marconi e Lakatos (2017) destacam que é esperado que tais 
trabalhos contemplem três pontos em especial. O primeiro deles é que sejam precisos, ou seja, 
os dados apresentados precisam ser exatos, sem erros ou inconstâncias. O segundo é 
a exaustão: a tese deve exaurir o assunto ao qual se dedica. Por fim, o terceiro aspecto diz 
respeito à clareza, isto é, a tese precisa ser inteligível e transparente. 
Você se lembra do que vimos no início deste módulo? 
O trabalho de conclusão é feito para o outro, e não para si mesmo. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. INDEPENDENTEMENTE DE SUA MODALIDADE, OS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE 
CURSO, GERALMENTE, COSTUMAM ASSUSTAR O PESQUISADOR NESTA FASE DE SEU 
PROCESSO ACADÊMICO. É CLARO QUE, SEM NECESSIDADE DE PÂNICO, DEVEMOS 
ESTAR ATENTOS A ALGUNS PONTOS ESSENCIAIS. ASSINALE A ALTERNATIVA 
QUE NÃO APRESENTA UM DESSES PONTOS: 
Permitir a outro pesquisador reproduzir os procedimentos nele realizados. 
Contribuir para o desenvolvimento de outras pesquisas. 
Desenvolver o trabalho em linguagem clara e simples. 
Apresentar resultados de uma pesquisa ainda em andamento. 
2. DEVIDO AOS DISTINTOS ENTENDIMENTOS DE CADA AUTOR, UM FATOR CONSEGUE 
GERAR DESENCONTROS NO MOMENTO DE SE DELIMITAR O QUE SÃO MONOGRAFIAS, 
DISSERTAÇÕES E TESES. QUE FATOR É ESSE? 
A divisão dos elementos textuais em introdução, desenvolvimento e conclusão. 
A questão do nível de autonomia esperado. 
A demanda para que o trabalho seja original. 
O seguimento das normas da ABNT. 
GABARITO 
1. Independentemente de sua modalidade, os Trabalhos de Conclusão de Curso, geralmente, 
costumam assustar o pesquisador nesta fase de seu processo acadêmico. É claro que, sem 
necessidade de pânico, devemos estar atentos a alguns pontos essenciais. Assinale a 
alternativa que não apresenta um desses pontos: A alternativa "D " está correta. 
Apresentar os resultados de uma pesquisa em andamento, ou seja, conclusões ainda parciais, 
é esperado em artigos científicos, e não em trabalhos de conclusão. Nestes, espera-se o registro 
dos resultados relativos a uma pesquisa. Todos os demais pontos apresentados são essenciais 
a um trabalho de conclusão. 
2. Devido aos distintos entendimentos de cada autor, um fator consegue gerar 
desencontros no momento de se delimitar o que são monografias, dissertações e teses. 
Que fator é esse? A alternativa "C " está correta. 
Como vimos, a originalidade é ponto conflitante entre os autores consultados. Enquanto, para 
uns, ela deve estar presente em todos os trabalhos de conclusão, para outros, é uma exigência 
que deve ser circunscrita às teses de doutorado. A divisão do texto em introdução, 
desenvolvimento e conclusão é esperada em todos os trabalhos, não influenciando no processo 
de classificação dos trabalhos de conclusão. A verificação do nível de autonomia serve 
justamente como um dos mecanismos adotados para superar o problema da delimitação, não 
contribuindo para possíveis confusões. Além disso, espera-se que todos os trabalhos sejam 
realizados obedecendo às orientações das normas da ABNT. 
CONCLUSÃO 
 Autor: jakkaje879 / Fonte: Shutterstock 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Esperamos que você tenha percebido a importância de darmos atenção a toda estrutura 
necessária à organização de um trabalho acadêmico. Se, de um lado, isso permite que os 
pesquisadores comuniquem os resultados de suas investigações, de outro, possibilita que se 
atualizem sobre os avanços alcançados por seus pares. 
Porém, para que isso aconteça, é imprescindível que os resultados de suas pesquisas sejam 
registrados de alguma maneira coerente e que permitam tal compreensão. Estamos nos 
referindo aos trabalhos acadêmicos: artigos científicos, livros, resenhas, trabalhos de conclusão 
(monografias, dissertações e teses). 
Finalizamos, então, com a palavra de duas autoras que muito nos ajudaram no itinerário 
percorrido neste tema, esperando que tenhamos contribuído com sua formação: 
“A ELABORAÇÃO DE UM TEXTO DE FORMA BEM ESTRUTURADA, COM SUAS CITAÇÕES 
E REFERÊNCIAS SEGUINDO REGRAS ESTABELECIDAS POR UMA NORMA, CONFERE A 
ELE UM CARÁTER DE CIENTIFICIDADE E CONFIABILIDADE, FUNDAMENTAL PARA A 
SERIEDADE DO TRABALHO PROPOSTO”. 
Fonte: Curty & Boccato (2005, p. 96).

Outros materiais