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XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 
 
ENEGEP 2005 ABEPRO 4602 
Uso de um sistema de suporte à decisão para auxiliar empresas de 
produção por encomenda em relação à estimação de custos e formação 
de preços 
Antônio Artur de Souza (UFMG) artur@face.ufmg.br 
Ewerton Alex Avelar (UFMG) ewerton@face.ufmg.br 
João Otávio Montanha Endrici (UEM) joao_endrici@bs2.com.br 
Luciano Takao Toyshima (UEM) takao@bs2.com.br 
Rafael Alessandro Gatto (UEM) ragatto@din.uem.br 
Taciana Berti (UEM) taciana@bs2.com.br 
Resumo 
 
Este artigo descreve a funcionalidade do Sistema CEPSS (Cost Estimation and Pricing 
Support System - Sistema de Apoio ao Processo de Estimação de Custos e Formação de 
Preços), principalmente do módulo de Estimação de Custos, em relação aos processos de 
Estimação de Custos (EC) e Formação de Preços (FP) em Empresas de Produção por 
Encomenda (EPEs). Este sistema foi desenvolvido, paulatinamente, com base nas 
informações coletadas dos profissionais responsáveis pela EC e FP. Tem por objetivo 
primordial disponibilizar informações precisas para auxiliá-los quando envolvidos com tais 
processos. A utilização de ferramentas computacionais tem sido uma constante na realidade 
das empresas, pois estas têm sido capazes de proporcionar agilidade e credibilidade aos 
complexos processos administrativos com os quais os tomadores de decisões defrontam-se 
diariamente. Portanto, a utilização de sistemas de informações como o CEPSS não constitui 
apenas uma vantagem competitiva, mas também uma garantia de permanência no mercado, 
que tem se apresentado cada vez mais instável e imprevisível. 
Palavras-chave: Estimação de custos; Formação de preços; Sistema de suporte à decisão. 
1. Introdução 
A estimação de custos (EC) é um processo de suma importância para as empresas, uma vez 
que a formação de preços (FP) e a negociação com os clientes dependem, em alto grau, de sua 
eficácia, no sentido de ser rápida e precisa. Em empresas de produção por encomenda (EPE), 
nas quais a produção, além de ser orientada pelos pedidos dos clientes, apresenta 
características específicas a cada pedido, a EC e a FP constituem tarefas complexas e de 
difícil mensuração. Para lidar com essa particularidade das EPEs, os profissionais utilizam-se 
de heurísticas, que podem levar a erros e imprecisões na tomada de decisão. A fim de tornar a 
tomada de decisão relativa aos processos de EC e FP mais precisa, a utilização de Sistemas de 
Suporte à Decisão (SSDs) apresenta-se como uma solução viável. 
Os benefícios da utilização de um SSD são destacados por diversos autores. Turban (1995) 
ressalta que os SSDs são capazes de dar suporte a uma ampla variedade de processos de 
tomada de decisão e estilos de decisões, e procuram melhorar tanto a eficácia da tomada de 
decisões (acuracidade, tempo e qualidade) quanto sua eficiência (o custo de tomar uma 
decisão). Um SSD pode permitir o acesso a diversas informações relevantes de forma 
“integrada” e dirigida. Além disto, podem-se representar em um SSD as etapas do processo de 
tomada de decisão de EC e de FP, assim como os diversos fatores que devem ser 
considerados neste processo. As técnicas de pesquisa operacional e management science e as 
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técnicas de programação matemática são empregadas em SSDs para modelagem e 
processamento. Diversas técnicas computacionais também podem ser empregadas em SSDs 
para torná-los mais robustos em termos de modelagem de processos de tomada de decisão, de 
processamento de dados e de informações. Dentre estas técnicas, podem ser citadas: data 
mining, algoritmos genéticos, redes neurais e sistemas especialistas. 
Em resposta a esse anseio, o Sistema CEPSS, um sistema híbrido, foi desenvolvido, 
paulatinamente, a partir de uma pesquisa realizada em EPEs, no período de 2002 a 2004. Este 
artigo objetiva demonstrar a funcionalidade do Sistema CEPSS em relação ao tratamento das 
informações associadas aos processos de EC e FP em EPEs. Objetiva também destacar a 
incontestável contribuição de ferramentas computacionais, como Sistemas Especialistas (SE) 
e SSDs no auxílio à tomada de decisões. 
2. EPEs e o tratamento de informações nos processos de EC e FP 
As EPEs têm sistema de produção por ordem. Seu sistema de produção destina-se a atender as 
encomendas de clientes de acordo com determinações/especificações especiais. Isto é muito 
diferente da produção contínua, em que a empresa trabalha produzindo produtos iguais de 
forma contínua e, fundamentalmente, para estoque. Como exemplo de empresas que 
usualmente trabalham por ordem, podem-se citar: indústrias pesadas, fabricantes de grandes 
bens, como navios e aviões, empresas do setor gráfico e fábricas de embalagens. Diversas 
empresas prestadoras de serviços também trabalham por ordem, tais como empresas 
organizadoras de eventos e empresas que prestam serviços de segurança e de limpeza, além de 
outros serviços, geralmente terceirizados. 
Observa-se, portanto, que em EPEs os processos operacionais são bastante diversos. Da 
mesma forma, os pedidos específicos dos clientes também variam, fazendo com que este tipo 
de empresa necessite de um processo de EC e FP essencialmente dinâmico, que possibilite 
trabalhar com tal variedade de pedidos. Essa diversidade nos pedidos exige um trabalho 
constante dos profissionais responsáveis pela EC e FP, pois requer a análise de uma 
quantidade considerável de informações, as quais sofrem influência direta de diversos fatores 
internos e externos que atuam sobre as EPEs, dificultando ainda mais a sua análise. 
Com o rápido crescimento das tecnologias de sistemas informacionais, as empresas podem 
tirar grande proveito da assistência de programas computadorizados. Esses sistemas são 
capazes de solucionar questões complexas tais como a integração na tomada de decisões entre 
os diferentes níveis de uma empresa e a veracidade e velocidade no processamento de dados. 
Os sistemas informacionais se tornam obrigatórios, não mais como forma de se obter uma 
vantagem competitiva, mas para que estas empresas sobrevivam num mercado cada vez mais 
competitivo e usuário destes sistemas. Daí a incontestável importância dos sistemas de 
informações. 
3. Sistemas de informações 
Nas EPEs, as informações são geradas nos seus mais diversos setores (departamentos). A todo 
o momento a empresa gera um fluxo de informações em seu ambiente interno, que é 
influenciado pelo ambiente externo. Nesse contexto de fluxo informacional, o profissional 
responsável pela EC e FP precisa de todas as informações possíveis de forma rápida e 
concisa, sistematicamente organizadas. Para suprir esta necessidade, torna-se necessária a 
utilização de um sistema de informações que o auxilie quando estiver decidindo a respeito 
desses processos. 
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Para que seja considerada adequada, de acordo com Stair (1998), a informação deve ser: 
precisa (não ter erros); completa (conter todos os fatos importantes); econômica (ter custo de 
produção relativamente baixo, que seja compensado pelos benefícios gerados); flexível (ser 
passível de utilização para diversas finalidades); confiável (ser gerada a partir de dados 
fidedignos ou ser de fonte confiável); relevante (ser importante para o tomador de decisões); 
simples (não ser exageradamente complexa, sofisticada e detalhada); em tempo (ser 
disponibilizada para o tomador de decisão no momento necessário); e verificável (ser passível 
de verificação em termos da fonte, dos dados que lhe deram origem e dos procedimentos 
utilizados para o processamento). 
As decisões em uma empresa são complexas e inter-relacionadas, e dependem de uma análise 
conjunta de seus diferentes níveis (estratégico, gerencial e operacional) para queo resultado 
desejado seja alcançado. Conseqüentemente, estas decisões não podem ser tomadas 
isoladamente; ou seja, precisam ser integradas em toda a empresa. É justamente por causa 
desta necessidade de integrar e tratar as informações em que a utilização de um sistema de 
informações eficaz se torna obrigatória, uma vez que esses sistemas são conjuntos de 
componentes inter-relacionados, trabalhando juntos para, entre outras funções, facilitar a 
análise e o processo decisório em empresas e outras organizações (LAUDON & LAUDON, 
1999). 
Em EPEs, é de suma importância a estimação correta e precisa dos custos, a fim de que se 
possa estabelecer o melhor preço para os clientes. Deste modo, tornam-se importante também 
a veracidade, a precisão e a rapidez com que os dados são obtidos, processados e 
transformados em informações úteis para os tomadores de decisão. Em busca de informações 
tratadas de forma que apresentem todas estas características desejadas, um número cada vez 
maior de empresas está utilizando SSDs e SEs no auxílio à gerência dos negócios e, 
conseqüentemente, à tomada de decisão. 
4. Sistemas de Suporte à Decisão (SSDs) 
Segundo Zwass (1992), um SSD é desenvolvido para suportar diretamente o processo de 
decisão, estando apto para solucionar problemas, tanto estruturados como não estruturados, 
que podem ser facilmente programados. Seu principal objetivo é melhorar a efetividade da 
tomada de decisão nesses tipos de problemas. Geralmente, é utilizado quando o problema a 
ser solucionado é complexo ou quando a informação necessária para a tomada de decisão é de 
difícil obtenção. Enquanto os sistemas de informações do tipo operacionais dizem respeito a 
decisões envolvendo problemas bem estruturados e de curto prazo, os SSDs, usualmente, 
referem-se a problemas relativamente não estruturados e de longo prazo, sempre requerendo a 
participação de um ou mais gerentes (tomadores de decisão). 
As seguintes características e capacidades dos SSDs são apresentadas por Turban (1995): 
suporte a vários níveis gerenciais, desde a cúpula executiva até a linha gerencial; suporte tanto 
para pessoas individuais quanto para grupos de trabalho; suporte para decisões 
interdependentes e/ou seqüenciais; o sistema envolve todas as fases do processo de tomada de 
decisão: inteligência, design, escolha e implementação; o sistema é capaz de dar suporte a 
uma ampla variedade de processos de tomada de decisão e estilos de decisões; o sistema 
procura melhorar a eficácia da tomada de decisões (acuracidade, tempo e qualidade), tanto 
quanto sua eficiência (o custo de tomar uma decisão); o tomador de decisão tem o controle 
total de todos os passos no processo de tomada de decisão para a resolução de um problema; e 
o sistema é capaz de aprender num processo contínuo de desenvolvimento e melhoria. 
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Os SSDs são ferramentas que possibilitam a “combinação” do conhecimento explícito para o 
conhecimento explícito, isto é, a passagem de um tipo de conhecimento para outro 
(NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Isto é possível se os processos de EC e FP forem 
representados no SSD e se este for constantemente atualizado com a representação do 
conhecimento explícito gerado na rotina operacional da empresa. São sistemas complexos que 
têm se desenvolvido a partir da integração e desenvolvimento de diversas áreas de pesquisa, 
como Ciência da Computação, Sistemas de Informações, Ciências Administrativas e Pesquisa 
Operacional. O conceito de SSD tem se desenvolvido ao longo dos anos, seguindo os avanços 
destas áreas. Os SSDs podem ter seu funcionamento complementado por outros sistemas; ou 
seja, podem se tornar sistemas híbridos. 
Como mencionado anteriormente, em EPEs a peculiaridade do processo produtivo dificulta os 
processos de EC e FP. Devido a esses fatores, os problemas relativos a esses processos 
tendem a ser semi-estruturados ou desestruturados. Pode-se classificar como estruturado um 
problema rotineiro cuja forma de solucioná-lo seja normalmente a mesma. O problema 
desestruturado refere-se a situações nas quais os procedimentos de solução não são 
conhecidos; ou seja, não é um problema rotineiro. Os problemas semi-estruturados têm 
operações bem conhecidas, mas também fatores incertos, que devem ser levados em 
consideração (SHIMIZU, 2001). 
Muitas vezes, devido ao fato de a natureza das informações ser desestruturada, são cometidos 
erros e imprecisões na tomada de decisão. Em geral, os SIs operacionais não suportam 
decisões não rotineiras e não programadas, pois os relatórios gerados são predeterminados e 
projetados para decisões rotineiras e que são tomadas com base em políticas e regras normal 
formalmente estabelecidas. Logo, a fim de tornar a tomada de decisão relativa aos processos 
de EC e FP mais precisa, a utilização SSDs apresenta-se como uma solução viável. 
5. Sistema Especialista (SE) e sua combinação com SSDs 
Os SEs são uma subárea da inteligência artificial que nos últimos 20 anos tem recebido maior 
atenção comercial no campo da gerência administrativa. Segundo Hayes-Roth (1988), um SE 
é definido como um programa de conhecimento intensivo que soluciona problemas que 
normalmente requerem especialistas humanos. Um SE também pode ser definido como um 
sistema que emprega o conhecimento de especialistas na memória de um programa de 
computador com o objetivo de imitar o processo racional que os especialistas utilizam para 
resolver problemas específicos. 
Os SEs diferem dos sistemas convencionais principalmente porque usam avançadas técnicas 
de programa e algoritmos para suportar suas operações lógicas, comparar modelos, procurar 
estratégias e gerar hipóteses e inferências que são parte de uma racionalização lógica 
automatizada. E, também, porque os SEs requerem uma compreensão mais profunda de sua 
aplicação no que diz respeito a conhecimento e a racionalidade. A Contabilidade vem 
utilizando os SEs como um importante instrumento de pesquisas em auditorias, impostos, 
gerência financeira e contábil. 
No que se refere a EC e EP em EPEs, poucos esforços vêm sendo empenhados na pesquisa e 
desenvolvimento de SEs. Além disso, os poucos estudos nesta área não têm contemplado o 
processo de tomada de decisões dos gerentes a fim de identificar as considerações feitas pelos 
profissionais responsáveis pela EC e FP. Eles têm se concentrado em formalizar os métodos 
teóricos, principalmente de livros e manuais. 
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Apesar das diferenças, SEs e SSDs podem ser integrados de forma a que um sirva de 
complemento ao outro. Assim, o SE poderia ser integrado ao componente de interface ao 
usuário do SSD, a fim de proporcionar uma interface mais amigável com os usuários do SE. 
Sistemas que integram tecnologias de SEs e SSDs, incorporando o conhecimento de um 
especialista e a racionalidade e a funcionalidade de um SSD, são chamados SSE (Sistemas de 
Suporte Especialistas). Este novo sistema tem uma aplicação potencial na gerência contábil, 
onde existem problemas de má estruturação de sistemas. A seguir, será apresentado um 
sistema de suporte à decisão híbrido, denominado CEPSS. 
7. O Sistema CEPSS 
No intuito de contribuir para minimizar a problemática enfrentada pela EPEs no que se refere 
à EC e à FP, o Sistema CEPSS foi desenvolvido. Este sistema está em sua terceira versão. A 
primeira resultou de uma pesquisa realizada no período de 1991 a 1995 e a segunda foi 
produzida no período de 1996 a 2001 (Souza et al., 2003). A versão atual do sistema foi 
desenvolvida com base em uma pesquisa realizada no período de 2002 a 2004. Representa 
uma evolução da versão 2, incorporando características derivadas da pesquisa de campo sobre 
os processos de EC e FP, e também de testes realizados com um protótipo da segunda versão. 
Em outras palavras,pode-se dizer que o CEPSS está sendo operacionalizado na forma de um 
SSD conjugado com técnicas de SEs, sendo desenvolvido para atender às necessidades de 
EPEs. Seu objetivo principal consiste em disponibilizar informações aos tomadores de 
decisão para possibilitar uma FP mais rápida, precisa e competitiva. 
Em síntese, o CEPSS incorpora técnicas de SE ao modelo tradicional de SSDs. É composto 
por seis módulos principais: 1) Estimação de Custos; 2) Regras; 3) Ajuste; 4) Bases de 
Conhecimento; 5) Base de dados; e 6) Manutenção do Sistema de Custeio. A FIG. 1 mostra a 
tela principal do Sistema CEPSS. 
 
Figura 1 - Tela principal do Sistema CEPSS 
O CEPSS tem seu funcionamento centrado no módulo de Regras, desenvolvido a partir das 
heurísticas (regras de decisão) levantadas em pesquisas com profissionais responsáveis pela 
EC e FP em EPEs. Isto é, foi criado a partir do conhecimento pessoal dos profissionais 
utilizado no desempenho de suas funções. Por meio das regras, os profissionais responsáveis 
pela EC e pela FP são capazes de analisar os fatores que, caso conhecidos, dificultariam ou 
tornariam imprecisos esses processos. 
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O Sistema CEPSS apresenta também várias ferramentas úteis para os processos de EC e FP, 
visando torná-los mais precisos e, conseqüentemente, possibilitar a formação de preços mais 
competitivos. O módulo de Estimação de Custos permite o registro das estimativas de custos 
dos produtos. Mais especificamente, este módulo permite: distribuir o custo estimado aos 
departamentos apropriados; fazer o registro dos tempos estimados (para as atividades) por 
diferentes profissionais responsáveis pela EC; manter registrado quem faz cada estimativa; 
registrar o custo dos materiais necessários à fabricação do produto; e registrar o fator de 
confiança que represente quão seguro o profissional está sobre a precisão da estimativa, o 
fator de similaridade (tamanho, função operacional, processo de manufatura e uso de 
materiais diretos) do componente ou serviço sendo estimado e o fator de experiência. A FIG. 
2 mostra a tela principal do módulo de Estimação de Custos. Esta tela apresentará as 
estimativas de custos e as atividades relacionadas com o produto que estiver sendo orçado. 
Antes de começar a registrar as estimativas, é necessário que os custos e as atividades, assim 
como os direcionadores, estejam devidamente cadastrados e relacionados com valores reais. 
As estimativas são registradas por meio dos direcionadores (por exemplo: tempo para concluir 
determinada atividade), mas os valores em reais são calculados tomando por base os valores 
históricos, isto é, os valores reais relativos às encomendas já atendidas pela empresa. 
 
Figura 2 - Tela principal do Módulo de Estimação 
O Sistema de Custeio (FIG. 3) faz parte do módulo de Estimação. Visa controlar as 
informações relacionadas aos custos dos produtos/serviços. 
 
Figura 3 - Sistema de Custeio 
O módulo de Estimação utiliza a metodologia de Custeio Baseado em Atividades (Custeio 
ABC), a qual, além do custeio de produtos/serviços, pode ser utilizada para a gestão de custos. 
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O primeiro passo para a utilização deste sistema é cadastrar os direcionadores de atividades e 
de custos, como demonstrado na FIG. 4. 
 
Figura 4 - Cadastro de Direcionadores de Atividade e Cadastro de Direcionadores de Custo 
O cadastro das atividades e dos custos é a próxima etapa a ser realizada. Como se pode ver na 
FIG. 5, este cadastro possui o campo ‘Direcionador’ onde se deve selecionar uma opção 
cadastrada na etapa anterior. Os direcionadores das atividades e dos custos identificam a 
maneira como os produtos/serviços “consomem” (utilizam) as atividades/custos. 
 
Figura 5 - Cadastro de Atividades e Cadastro de Custos 
Depois de registradas as atividades/custos e seus direcionadores, a próxima etapa é apurar o 
custo de cada direcionador de atividades. Estes custos são calculados com base em valores 
reais registrados neste mesmo módulo de gestão de custos. Para tanto, é necessário que o 
profissional responsável pela EC informe a quantidade de ocorrência dos direcionadores de 
custos por período (mês). Para o cálculo do custo unitário do direcionador (CUD), divide-se o 
custo total da atividade pelo número de direcionadores. No cálculo do custo da atividade 
atribuído ao produto (CAAP), multiplica-se o custo unitário do direcionador pelo número de 
direcionadores. E, para o cálculo do custo da atividade por unidade de produto (CAUP), 
divide-se o CAAP pela quantidade produzida. 
Devem ser considerados, ainda, o módulo de Ajuste e o módulo de Bases de Conhecimento. 
O módulo de Ajuste permite realizar a análise dos custos históricos e dos custos reais, a qual 
leva em consideração todos os dados registrados na sua estimação. Assim, é possível 
identificar os motivos das variações/discrepâncias entre custos estimados e custos reais. O 
módulo de Bases de Conhecimento é composto de duas bases: concorrentes e consumidores. 
Seu objetivo é manter acumuladas informações cruciais que passaram a subsidiar a EC e a FP. 
É por este motivo que se utiliza à expressão “bases de conhecimento” em vez de “bases de 
dados”. A prerrogativa é que esses conhecimentos sejam atualizados constantemente e que 
novas regras sobre competidores e clientes sejam incluídas à medida que forem surgindo na 
prática. 
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A descrição do Sistema CEPSS neste artigo focou principalmente o módulo de Estimação de 
Custos. Porém, o módulo de Regras pode ser considerado como o principal do sistema, e os 
demais módulos agregam várias ferramentas úteis para o processo de FP. 
8. Conclusão 
Durante o desenvolvimento do Sistema CEPSS, foi observado que algumas decisões de 
produção necessitam de informações relacionadas à EC. Essas decisões, como as demais em 
EPEs, tendem a ser desestruturadas. Assim, a utilização de um sistema que organize e auxilie 
a EC e no qual sejam modeladas as heurísticas utilizadas pelos profissionais, de modo que 
possa ser simulado o processo de tomada de decisão, torna-se essencial. 
O Sistema CEPSS, descrito neste trabalho, visa cumprir essa missão, pois trata-se de um SSD 
que trabalha com base em dois módulos principais: o de Regras e o de Estimação de Custos. 
Ambos visam auxiliar o profissional, simulando as etapas do processo decisório relativo à EC 
e à FP. Mais especificamente, o módulo de Estimação de Custos permite que o profissional 
estime os custos dos produtos de forma orientada, metodologicamente fundamentada, de 
acordo com o método de Custeio ABC. Um fator de total relevância é que esses processos, 
depois de completados, são armazenados no sistema para que possam apoiar estimações 
posteriores que sejam similares. 
Verifica-se, portanto, a utilidade de sistemas de informações como o CEPSS, pois são capazes 
de garantir agilidade e credibilidade no processo de EC e FP. A utilização dessas ferramentas 
tem seu valor realçado se for levado em consideração o ambiente instável e imprevisível no 
qual as empresas competem atualmente. Desta forma, em EPEs a utilização de sistemas de 
informação para a EC e a FP deixa de ser apenas uma vantagem competitiva e passa a ser um 
fator de sobrevivência destas empresas no mercado. Por fim, pode-se concluir que o Sistema 
CEPSS constitui-se em ferramenta útil aos profissionais que trabalham em EPEs e que 
necessitam de informações de custos precisas e que auxiliem o processo de tomada de decisão 
relativo à EC e FP. 
Referências 
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edited by C. J. Ernst, Addison-Wesley. 
LAUDON, J. P.; LAUDON, K.C. (1999) - Sistema de informação: com internet. Ed. TLC. 4ª Edição. Rio de 
Janeiro. 
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. (1997) - A criação de conhecimento na empresa. Campus. Rio de Janeiro. 
SHIMIZU, T. (2001) - Decisão nas organizações: introdução aos problemas de decisão encontrados nas 
organizações e nos sistemas de apoio à decisão. Atlas. São Paulo. 
SOUZA A. A.; NOVELI, M.; ENDRICI, J. O. M. (2003) – Incertezas e vieses nas decisões relativas aos 
processos de estimação de custos e formação de preços. In: XXVII ENANPAD. São Paulo. CD-ROM. 
STAIR, R. M. (1998) - Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Livros Técnicos e 
Científicos. Rio de Janeiro. 
TURBAN, E (1995). Decision Support System and Expert Systems. Englewood Cliffs. New Jersey. 
ZWASS, V (1992). Management information systems. Wm. C. Brown Publishers. Dubuque.

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