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15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/10 1) Competência jurisdicional internacional. O Estado, no exercício de sua potestade e por meio de uma de suas funções, a jurisdicional, afastando a atuação dos particulares na realização da justiça mediante o uso da força, investe-se no dever de aplicação do direito ao caso concreto, ante os inevitáveis conflitos intersubjetivos que se lhe submetem, de sorte a obter a estabilidade das relações sociais. No desempenho desse poder-dever, a jurisdição é atribuída pelo Estado a órgãos a ele pertencentes, os quais, a par da competência que lhes é atribuída, se incumbem de fazer atuar o direito. Todavia, a atuação dos órgãos estatais na realização da justiça, por meio do exercício do poder que lhes é conferido e na exata medida em que o é recebido, embora, em tese, pudesse ser levada a termo indistintamente a qualquer conflito intersubjetivo que se lhes apresentasse, não se verifica dessa maneira. Assim o é seja em razão da multiplicidade de Estados soberanos (portanto equivalentes) que se fazem presentes no cenário internacional, fato este não ignorado pelo ente estatal, seja pela eventual impossibilidade de realização concreta da prestação jurisdicional, pois é inviável impor a execução do decidido além das fronteiras do Estado prolator. Se ao Estado no exercício e em razão de sua soberania, em tese, é possível a fixação de competência às autoridades locais para o conhecimento de todas e quaisquer lides ocorridas no universo, plausível, também, é o exercício de sua limitação, fazendo atuar a jurisdição, como destaca Marcelo de Nardi, ao âmbito de dominação política do ente que a patrocina. Impõe-se, portanto, a delimitação da esfera de atuação jurisdicional internacional do Estado, o que se faz realizar por meio de normas próprias do ordenamento jurídico estatal. Dessa forma, segundo Maria Helena Diniz, o Estado, ao fixar a sua competência internacional, estará determinando o poder de seu tribunal para “conhecer o litígio que se lhe submete e para prolatar sentença em condições de receber o exequatur em outro país”. Portanto, as ordens jurídicas estatais devem consagrar normas que delimitem a competência internacional de seus tribunais locais para a apreciação e solução de litígios que possam, também, se conectar a jurisdições estrangeiras. Importante, pois, fixarmos as hipóteses de competência jurisdicional internacional consagradas pelo ordenamento jurídico de nosso Estado. 2) As normas de competência jurisdicional internacional no direito brasileiro. O Código de Processo Civil, ao versar no caput de seu artigo 89 acerca das hipóteses de atuação da jurisdição brasileira em exclusão à de qualquer outro ente Estatal e, concomitantemente, fazendo-se silente sobre tal ponto em seu artigo 88, fez suscitar a questão atinente às competências exclusiva e concorrente, das quais, a seguir, nos ocuparemos. Fontes bibliográficas Abaixo indicamos as referências bibliográficas que poderão ser consultadas com o intuito de aprofundamento dos estudos. 1) Direito internacional privado – teoria e prática – Beat Walter Rechsteiner; 2) Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Interpretada – Maria Helena Diniz. Questão resolvida 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/10 Considerando as assertivas abaixo: I – litígio decorrente de acidente de veículo ocorrido em Braga – Portugal, envolvendo brasileiro residente em Lisboa e Português residente em São Paulo - Brasil poderá ser conhecido pela justiça brasileira se eventualmente aqui proposta a demanda por parte do Português; PORQUE II – tratando-se de demanda que envolva réu de nacionalidade brasileira a justiça brasileira será sempre competente para conhecimento da demanda. É correto afirmar que: a) as duas afirmações estão erradas. b) as duas afirmações estão corretas e a segunda é fundamento da primeira. c) as duas afirmações estão corretas, mas a segunda não justifica a primeira. d) somente a primeira afirmação é correta. e) somente a segunda afirmação é correta. Resposta: assertiva “a” Exercício 1: Em ação promovida por Estado estrangeiro contra pessoa domiciliada no Brasil por cobrança de dívidas fiscais deve o juiz brasileiro: A) Enviar o pedido do Estado estrangeiro ao Ministério das Relações Exteriores; B) Julgar-se incompetente e enviar a ação ao Tribunal Superior; C) Conhecer da ação penal e mandar processá-la; D) Indeferir a inicial por falta de competência absoluta da Justiça brasileira; E) Pedir diligências à Coordenação-Geral de Relações Internacionais CORIN, da Secretaria da Receita Federal. 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/10 Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Um contrato de empreitada para a construção de quatro navios foi concluído, por razões fiscais e de captação de financiamentos, entre as subsidiárias estrangeiras da empresa brasileira e do estaleiro brasileiro que construirá os navios. O contrato, assinado em Londres, indica as leis brasileiras como aplicáveis e Londres como foro exclusivo do contrato. Em decorrência do atraso desmedido na entrega do primeiro navio, a empresa contratante rescinde o contrato e ingressa em juízo no Brasil, pleiteando do estaleiro, cuja sede é em Niterói, RJ, a devolução dos pagamentos já feitos. O estaleiro pode requerer a extinção do feito, por incompetência da justiça brasileira ? A) Sim, em razão da existência de cláusula de foro exclusivo; B) Sim, em razão do forum non conveniens; C) Sim, porque o contrato foi assinado no exterior; D) Não, porque o contrato seria cumprido no Brasil; E) Não, porque o contrato é regido pelo direito brasileiro. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: A autoridade judiciária competente para fazer a partilha de bens imóveis, situados no litoral nordeste do Brasil de propriedade de um casal alemão, domiciliado em Portugal, que pretende se divorciar, deve ser a: A) 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/10 A autoridade escolhida pelas partes; B) A autoridade da lei do foro em que se formalizar o pedido de divórcio; C) A Portuguesa; D) A Alemã; E) A Brasileira. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: No Brasil, os instrumentos de cooperação jurídica internacional. A) São a carta rogatória e a homologação de sentença estrangeira (conforme previsto na Constituição da República Federativa do Brasil); B) São o auxilio direto, a homologação de sentença estrangeira, a carta rogatória e a extradição (mesmo que estes não estejam todos previstos na Constituição da República Federal do Brasil); C) São a homologação de sentença estrangeira, a carta rogatória e a extradição (conforme previsto na Constituição da República Federativa do Brasil); D) Resumem-se hoje ao auxílio direto, que substitui todos os outros; E) 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/10 Eram a carta rogatória e a homologação de sentença estrangeira. Atualmente é apenas a rogatória, uma vez que após o Protocolo de Las Leñas do Mercosul a homologação de sentença estrangeira, nos países do bloco, se dá por meio da carta rogatória; Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Jacques e Gaston são belgas, sócios de uma empresa constituída em Amsterdam. Jacques, por sua vez, é proprietáriode uma outra empresa, constituída no Brasil. A empresa holandesa e a brasileira firmam um contrato entre si, assinado em Estrasburgo para a execução de uma obra no Líbano. Supondo que a competência para a apreciação de eventual questão decorrente do contrato seja do Poder Judiciário brasileiro, e não havendo cláusula de eleição da lei aplicável, o juiz aplicará, segundo as regras da Lei de Introdução ao Código Civil, a lei A) Holandesa; B) Belga; C) Francesa; D) Libanesa; E) Brasileira. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Uma arbitragem, conduzida na Argentina segundo as regras da Câmara de Comércio Internacional (CCI), condenou uma empresa com sede no Brasil ao pagamento de uma indenização à sua ex-sócia argentina. Para ser executável no Brasil, esse laudo arbitral: A) 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/10 Precisa ser homologado pelo CCI e, depois, pelo STJ; B) Dispensa qualquer homologação se for um laudo arbitral proferido pela CCI; C) Prescinde de homologação, por ser laudo arbitral de país do Mercosul; D) Dispensa homologação pelo STJ, nos termos da Convenção de Nova York; E) Precisa ser homologado pelo STJ, por ser laudo arbitral estrangeiro. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Empresa brasileira, ao final de uma dura negociação de um contrato com uma empresa francesa, concorda em incluir no referido contrato uma cláusula arbitral. A sede da arbitragem será no Brasil, e as regras escolhidas são as da Câmara de Comércio Internacional - CCI. Poucas semanas depois da assinatura do contrato, a empresa brasileira descobre que algumas informações prestadas pela empresa francesa quanto à sua capacidade financeira, incluídas como exigências no contrato, não estavam corretas. Imediatamente, tem início uma ação na justiça brasileira contra a filial brasileira da empresa francesa contratante. O juiz a quem for distribuído o processo: A) Pode solicitar informações sobre a idoneidade da empresa francesa, por meio de auxílio direto, antes de decidir sobre a sua competência: B) Deve julgá-lo normalmente, pois há competência da Justiça brasileira, nesse caso, à luz do artigo 88 do Código de Processo Civil; C) Deve extinguir a causa sem julgamento do mérito, em razão da existência e da autonomia da cláusula arbitral; D) Deve encaminhar o pedido à Câmara de Comércio Internacional de Paris, por meio de carta rogatória ativa; 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/10 E) Deve extinguir a causa sem julgamento do mérito, pois a filial da empresa francesa não é parte integrante do contrato. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: A respeito de imunidade de jurisdição e execução do Estado estrangeiro no Brasil, assinale a opção correta: A) As regras costumeiras sobre imunidade dos Estados reconhecidas pelo Brasil aplicam-se também às organizações internacionais; B) A imunidade de jurisdição é absoluta no Brasil para casos que envolvam reclamações trabalhistas; C) A execução de bens de Estados estrangeiros somente é possível no caso de expressa renúncia por parte do executado; D) O Brasil é parte na Convenção sobre Imunidade de Jurisdição entre países do Mercosul; E) Estados diretamente envolvidos com atividade terrorista comprovada por decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas não gozam de imunidade de jurisdição. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: Pelas regras de direito internacional privado brasileiras, um contrato entre duas empresas brasileiras, assinado em Nova York, com previsão de cumprimento no Brasil e cláusula de foro indicando São Paulo como foro exclusivo do contrato, é regido pela lei: A) 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/10 Brasileira, por ser o local de cumprimento da obrigação principal; B) Brasileira, por ser o foro exclusivo do contrato; C) Brasileira, por ser a nacionalidade comum das empresas contratantes; D) Norte-americana, por ser o local de assinatura do contrato; E) Norte-americana, apenas com relação à forma e às formalidades. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 10: Duas empresas, uma brasileira e uma uruguaia, assinam no Brasil um contrato de compra e venda e concordam em submeter eventuais divergências às Cortes de Montevidéu, no Uruguai. Essa cláusula de foro: A) Não é válida, porque o artigo 88 do CPC é uma norma de ordem pública; B) Não é válida, porque importaria a negativa de acesso à justiça brasileira; C) Não é válida, pois empresas brasileiras não se podem submeter a uma jurisdição estrangeira; D) É válida, porque o Brasil é signatário da Convenção da Haia de 2005 sobre cláusula de foro; E) 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/10 É válida, porque, entre empresas do Mercosul, se aplica o Protocolo de Buenos Aires sobre o tema. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 11: Jogador de futebol de um importante time espanhol e titular da seleção brasileira é filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avançado estado de embriaguez. O vídeo é veiculado na internet e tem grande repercussão no Brasil. Temeroso de ser cortado da seleção brasileira, o jogador ajuíza uma ação no Brasil contra o portal de vídeos, cuja sede é na Califórnia, Estados Unidos. O juiz brasileiro: A) Não é competente, porque o réu é pessoa jurídica estrangeira. B) Não é competente, porque a prerrogativa é do magistrado espanhol. C) Terá competência porque os danos à imagem ocorreram no Brasil. D) Deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça norte-americana. E) Terá competência porque o autor tem nacionalidade brasileira. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 12: Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. 15/03/2023, 18:49 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/10 Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que: A) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é assinado. B) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura. C) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras. D) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a lex fori. E) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá convocarum juiz sul-africano para respaldar suas decisões. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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