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Gestão de Resíduos Sólidos

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Indaial – 2022
Resíduos 
sólidos
Prof.a Jéssica Antunes Xavier
2a Edição
Gestão de
Elaboração:
Prof.a Jéssica Antunes Xavier
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. XAVIER, Jéssica Antunes.
Gestão de Resíduos Sólidos. Jéssica Antunes Xavier. Indaial - SC: Arqué, 
2022.
158p.
ISBN Digital 978-65-5466-169-0
“Graduação - EaD”.
1. Gestão 2. Resíduos 3. Ambiental 
CDD 363.7
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Em nosso país, o gerenciamento de resíduos ainda não abrange a pauta das 
grandes discussões relacionadas às questões político-ambientais. Esse assunto está 
fundamentado no limite legal, ou seja, as empresas visam atender apenas às exigências 
legais para se livrarem de punições econômicas, deixando de lado as possibilidades 
de melhoria ambiental por considerarem o custo. No entanto, temos a pretensão de 
sensibilizá-lo a ponto de torná-lo agente disseminador em suas atividades diária e 
organizacional, o que se revela em oportunidade para se destacar em empreendedor ou 
como profissional capacitado a gerir os resíduos.
Na Unidade 1, abordaremos definições do Sistema de Gestão Ambiental bem 
como uma contextualização sobre o problema da poluição e seu tratamento. Sumaria-
mente, também apresentaremos a concepção de resíduos e a metodologia 3 Rs como 
uma prática diária para minimização dos impactos ambientais. Na situação organizacio-
nal, também abordaremos as vantagens dos Rótulos Ambientais e do ISO 14000 para 
mercados consumidores conscientes. Nesta unidade, será possível também conhecer as 
principais tipologias e características dos resíduos sólidos, que são oriundos das ativida-
des humanas domésticas, organizacionais, hospitalares e também de queda de árvores, 
entre outros. Os resíduos sólidos, quando não tratados, além da grande expansão espacial 
que exigem para seu armazenamento, representam nocividade para o meio ambiente. 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o conceito de efluente. As organizações 
eliminam grandes volumes de águas residuárias das atividades de seus processos, 
inclusive a decomposição dos resíduos sólidos, os chamados efluentes líquidos. 
Contudo, boa parte desses efluentes é constituída de matéria orgânica, microrganismos 
patogênicos, sólidos e produtos químicos. Com isso, será possível conhecê-los e 
compreender como gerenciar estes resíduos atendendo à legislação existente e, a partir 
da caracterização, apresentaremos as possibilidades para tratá-lo: o pré-tratamento, 
o tratamento e destino final em cumprimento da exigência legal. Nesta unidade, 
abordaremos também os efluentes gasosos, comumente denominados de emissões 
atmosféricas. A partir da compreensão sobre as fontes de poluição, avaliaremos as 
possibilidades de gerir e minimizar a emissão de gases, pois estes contribuem com chuva 
ácida e aquecimento global. Chama-se atenção, ainda, ao fato de que as organizações 
que não atendem aos padrões de emissões estão suscetíveis a penalidades severas 
pelos órgãos ambientais. Assim, faz necessário introduzir mecanismos nos processos 
para tratar estes gases antes de emiti-los.
Por fim, na Unidade 3, discutiremos sobre o conceito de lixão e aterros. Veremos 
que grande parte dos resíduos sólidos é descartada a céu aberto, sem nenhum 
tratamento. Além disso, o trânsito nestes locais, de pessoas e animais que estão em 
busca de alimentos, agrava ainda mais a situação, o que expressa não só a degradação 
ambiental como também a social. Sendo assim, aprenderemos, nesta unidade, que os 
aterros sanitários e industriais, quando licenciados, obrigatoriamente são planejados 
com estruturas que têm os gases e o chorume líquido eliminados pela decomposição 
de resíduos. Esses processos minimizam expressivamente o efeito nocivo ao ambiente 
e podem se tornar fontes alternativas de energias.
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Dessa forma, buscaremos passar pelos principais conceitos sobre o 
gerenciamento dos resíduos, oferecendo uma visão abrangente e ao mesmo tempo 
alinhado com às especificidades de cada situação. Todo este estudo almeja fornecer e 
clarificar seu conhecimento sobre resíduo.
Esperamos assim possibilitar uma transformação antrópica que se repercute no 
comportamento organizacional e, quem sabe, em oportunidades empreendedoras para 
tratar resíduos ou mesmo reaproveitá-los como materiais. Para finalizar, gostaríamos de 
frisar: nosso desejo é que o conhecimento deste conteúdo não se restrinja à aplicação 
nas questões organizacionais, mas, sobretudo, melhore a qualidade de vida do globo. Sua 
atitude pode trazer mudanças globais! 
Bons estudos!
Prof.a Jéssica Antunes Xavier
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
QR CODE
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simplese objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................... 1
TÓPICO 1 - GESTÃO AMBIENTAL E COMPREENSÃO DOS RESÍDUOS .................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 GESTÃO AMBIENTAL E OS RESÍDUOS ...............................................................................3
3 ABORDAGEM DA GESTÃO AMBIENTAL PARA TRATAMENTO DOS RESÍDUOS ................ 7
3.1 CONTROLE DA POLUIÇÃO ...................................................................................................................8
3.2 PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO ............................................................................................................... 9
3.3 A GESTÃO AMBIENTAL DE EMPRESA WHIRLPOOL...................................................................... 11
4 SGA, RÓTULOS E ISO 14000 ............................................................................................ 12
5 TIPOLOGIA DOS RESÍDUOS .............................................................................................. 12
5.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................................................ 13
5.2 EFLUENTES LÍQUIDOS ...................................................................................................................... 14
5.3 EFLUENTES GASOSOS ...................................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................18
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 - RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICO, INDUSTRIAL E DA CONSTRUÇÃO CIVIL .........21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................ 22
3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS ................................................................................... 23
4 TRATAMENTO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................... 26
4.1 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS .................................................................................................26
4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS .................................................................................................29
4.3 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................................................30
4.3.1 Tratamento e Gerenciamento Interno ..................................................................................32
4.3.2 Tratamento e Gerenciamento Externo ................................................................................32
4.4 TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS ................................................................33
4.4.1 Incineração .................................................................................................................................33
4.4.2 Aterro Industrial ........................................................................................................................36
4.4.3 Reciclagem de Resíduos ........................................................................................................ 37
4.4.4 Logística Reversa .....................................................................................................................38
4.4.5 Outros processos comuns de tratamento ..............................................................................39
4.5 TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................... 40
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 43
TÓPICO 3 - RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ............................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇÕ DE SAÚDE .................................... 46
3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE ..................................................................47
4 MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE ........................................ 49
5 TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE...................................................................... 54
5.1 INCINERAÇÃO .......................................................................................................................................54
5.2 AUTOCLAVE .........................................................................................................................................55
5.3 TRATAMENTO QUÍMICO .....................................................................................................................55
5.4 MICRO-ONDAS ....................................................................................................................................55
5.5 IONIZAÇÃO ...........................................................................................................................................56
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 60
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63
UNIDADE 2 — EFLUENTES LÍQUIDOS E GASOSOS ............................................................67
TÓPICO 1 — EFLUENTES DOMÉSTICOS, INDUTRIAIS E LIXIVIADO ................................. 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 69
2 EFLUENTES SANITÁRIOS ................................................................................................ 69
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUIMICAS DOS EFLUENTES SANITÁRIOS ..................................69
2.2 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DOS EFLUENTES SANITÁRIOS ............................................71
2.3 PARÂMETROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS ..................................................... 72
3 EFLUENTES INDUSTRIAIS ............................................................................................... 77
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS ...................................................................78
3.2 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM DE EFLUENTES ............................................................................... 79
3.3 EFLUENTES PROVENIENTES DE ATIVIDADE AGRÍCOLA ......................................................... 80
3.4 EFLUENTES PROVENIENTES DE SERVIÇOS DE SAÚDE .......................................................... 80
4 LIXIVIADO ........................................................................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 85
TÓPICO 2 - TRATAMENTO DE EFLUENTESLÍQUIDOS .......................................................87
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................87
2 TRATAMENTO PRELIMINAR .............................................................................................87
2.1 GRADEAMENTO .................................................................................................................................. 88
2.2 PENEIRAMENTO ................................................................................................................................. 88
2.3 CAIXAS DE AREIA ...............................................................................................................................89
2.4 CAIXAS DE GORDURA .......................................................................................................................89
2.5 EQUALIZAÇÃO .....................................................................................................................................89
2.6 NEUTRALIZAÇÃO ................................................................................................................................89
3 TRATAMENTO PRIMÁRIO DE EFLUENTES ...................................................................... 89
3.1 SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO ......................................................................................................90
3.2 COAGULAÇÃO-FLOCULAÇÃO-SEDIMENTAÇÃO .........................................................................90
3.3 FLOTAÇÃO ............................................................................................................................................ 91
4 TRATAMENTO SECUNDÁRIO DE EFLUENTES ................................................................. 91
4.1 LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO ............................................................................................................ 91
4.2 REATORES ANAERÓBIOS ..................................................................................................................92
4.3 LODOS ATIVADOS ...............................................................................................................................93
5 TRATAMENTO TERCEÁRIO DE EFLUENTES ....................................................................95
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................96
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................97
TÓPICO 3 - POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ...............................................................................99
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99
2 BREVE HISTÓRICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA .........................................................99
3 FONTES DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ......................................................................... 101
4 PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS ...................................................................102
5 CARACTERÍSTICAS DOS POLUENTES ATMOSFÉRICOS ............................................. 104
5.1 DISPERSÃO DE POLUENTES NA ATMOSFERA ...........................................................................105
5.2 EFEITOS DOS POLUENTES ATMOSFÉRICOS ..............................................................................105
5.3 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR .................................................................................106
6 PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR .........................................................107
6.1 MEDIDAS INDIRETAS ........................................................................................................................ 107
6.2 MEDIDAS DIRETAS ...........................................................................................................................108
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 114
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 116
UNIDADE 3 — LIXÕES, ATERROS SANTÁRIOS E INDUSTRIAL ........................................ 121
TÓPICO 1 — LIXÕES, ATERROS CONTROLADOS E ATERROS SANITÁRIOS ....................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................123
2 O CONCEITO DE LIXÃO ...................................................................................................123
3 ATERROS CONTROLADOS versus ATERRO SANITÁRIOS ............................................125
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................128
TÓPICO 2 - ATERROS SANITÁRIOS ................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 131
2 ATERROS SANITÁRIOS ................................................................................................... 131
3 PERCOLADOS OU CHORUME .........................................................................................132
4 ATERRO SANITÁRIO E A COMPOSIÇÃO DO BIOGÁS .....................................................134
5 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO NOS ATERROS ......................................136
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................139
TÓPICO 3 - ATERRO INDUSTRIAL ..................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141
2 NORMATIZAÇÃO DOS ATERROS INDUSTRIAIS............................................................. 141
3 CONSTRUÇÃO DO ATERRO INDUSTRIAL – NBR 8418 E NBR 10157 ............................142
4 ASPECTOS POLÍTICOS REFERENTES À RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTE 
E ARMAZENAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..............................................................146
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................153
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................154
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................156
1
UNIDADE 1 - 
GESTÃO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o significado de poluição e resíduos;
• entender os 3 Rs – reduzir, reusar, reciclar;
• identificar as principais características dos resíduos sólidos e da saúde;
• aprender as alternativas disponíveis de tratamento;
• conhecer sobre a periculosidade dos resíduos da saúde;
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – GESTÃO AMBIENTAL E COMPREENSÃO DOS RESÍDUOSTÓPICO 2 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICO, INDUSTRIAL E DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TÓPICO 3 – RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
GESTÃO AMBIENTAL E COMPREENSÃO 
DOS RESÍDUOS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o conceito de Gestão Ambiental e de 
Resíduos bem como as possíveis consequências negativas oriundas do processo 
industrial para o meio ambiental. Nos últimos séculos, as inovações tecnológicas e o 
amparo ao processo produtivo avançaram velozmente. Esse avanço, contudo, ainda 
que produzisse diferenciais importantes para o progresso econômico, analogamente 
não garantiu o progresso social. Avançou também a desigualdade social e o perigo para 
a dimensão ambiental no que diz respeito à exploração de recursos e poluição.
A discussão sobre a poluição ambiental requer amparo nas ciências e no 
compromisso de toda nação com o progresso sustentável. Neste sentido, nos fixaremos 
nos comportamentos organizacionais que ora aderem às políticas públicas (leis), ora 
avançam em selos e, muitas vezes, nem a um nem a outro. Assim, apresentaremos 
as possíveis alternativas para as organizações que estrategicamente desejam adotar o 
tratamento da poluição em termos de políticas internas. 
Para o tratamento da poluição, apresentamos um modelo de prevenção e outro 
de controle. No primeiro caso, as mudanças exigem alterações de layout, inovações e 
assimilação do conceito de 3Rs. No segundo modelo, as organizações implementam 
alternativas de controle, ou seja, no fim no processo e com pouca alteração em seu 
layout, uma vez que visam apenas atender às exigências legais.
2 GESTÃO AMBIENTAL E OS RESÍDUOS
No modelo atual de desenvolvimento econômico, há um crescente aumento da 
exploração de recursos naturais visando tão somente à maximização de lucros. Soma-
se a isso o desenfreado desejo de produzir infinitamente, o que gera descarte de sobras 
ao ambiente natural (meio ambiente). Este material descartado ao meio ambiente causa 
danos ao ar, água, solo e à saúde dos animais em geral. Como afirma Faria (2002, p. 
53), “Os industriais modernos são como homens que acabaram de chegar a uma terra 
virgem e fértil, podendo viver por um bom tempo sem o mínimo trabalho”.
O nosso planeta é indivisível, não há barreiras que possam proteger regiões 
de serem atingidas pela poluição. E, por isso, as emissões, os efluentes descartados 
em lagos e rios, e problemas por descarte de resíduos periculosos à saúde atravessam 
4
países. Assim, a queima de carvão na China afeta os EUA, a chuva ácida dos países 
poluentes destrói várias florestas, a contaminação em rios sufoca a vida de muitas 
espécies que dependem desta água e contribuem com seu desaparecimento, um 
acidente radioativo pode provocar câncer em várias regiões (FARIA, 2002) 
Para Barbieri (2011, p.15), “a poluição é dos aspectos mais visíveis dos nossos 
problemas ambientais [...]”. A poluição não respeita fronteiras entre um país e outro. As 
consequências estão visivelmente ao nosso redor, no nosso dia a dia, no trabalho, em 
qualquer atividade humana.
Neste entendimento, vamos acatar ao conceito de Barbieri (2011) sobre poluir 
e contaminar para refletirmos sobre a poluição. Poluir é sujar, degradar, contaminar, 
manchar e mesmo alterar as condições naturais do ambiente. Poluente é o que polui, 
uma vez que produz algum tipo de situação indesejada ao meio e à vida humana.
A poluição pode ser vista em vários aspectos como apresenta a figura a seguir:
Figura 1 – Poluição: alguns critérios de classificação
Fonte: Barbieri (2006, p. 16)
Origem:
• Natural
• Antropogênica
Fonte:
• Móvel
• Fixa ou estacionária
Emissão:
• Pontual
• Difusa
Poluente: 
• Fisico-químico, biológico, 
sonoro, radioativo etc.
Poluente:
• Agricultura
• Geração de energia
• Mineração
• Transporte
• Construção Civil
• indústria de transformação
• Serviços de saúde
• Serviços educacionais
• Etc.
Fonte de poluição Meio Receptor
Intermediato:
• Ar
• Agua
• Solo
Final:
• Organismos
• Materiais
• Ecossistemas
Impacto sobre o meio ambiente
Alcance
• Local
• Regional
• Global
Danos:
• Aos seres humanos:
- Toxicidade aguda e crônica 
- Alterações genéticas
- Redução da capacidade 
física - invalidez, morte
• A flora, à fauna e aos solos 
• Solo materiais, construções, 
equipamentos, instalações, 
monumentos, sitios históricos 
e arqueológicos etc.
Tipos de impactos:
• Eutrofização
• Acidificação
• Destruição da camada de 
ozônio
• Perda da biodiversidade
• Aquecimento global
• Redução da fertilidade do solo
• Esgotamento de recursos
• Etc.
5
Como se observa na Figura 1, os poluentes podem ser emitidos de diversas 
fontes: indústrias, hospitais, veículos; naturalmente, como atividades vulcânicas, 
decomposição de material orgânico, alcançando ar, água, solo e organismos vivos. No 
quadro 1 são apresentados os principais poluentes ligados aos setores produtivos.
Quadro 1 - Exemplos de alguns poluentes em cada setor produtivo
SETOR POLUENTES
Agropecuária
Metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), compostos orgânicos voláteis 
(COV), metais pesados, embalagens de agronegócios, fertilizantes 
não aproveitados, materiais particulados.
Mineração
CO2, monóxido de carbono CO, óxido de nitrogênio (NO), óxido de 
enxofre (SO), materiais pesados, águas residuais, resíduos sólidos, 
ruídos, vibração.
Siderurgia
Materiais particulados, SO2, NO2, CO, COV, DBO, escórias e lodos de 
tratamento de efluentes, ruídos.
Metais não metálicos
SO2, CO, materiais particulados, DBO, lodos de tratamento de 
efluentes, ruídos.
Usinas Termoelétricas CO, CO2, CH2, NO2, materiais particulados e lodo.
Têxtil Materiais particulados, lodo, ruídos, SO2, NO2, CO, COV, DBO e HC.
Refinarias de petróleo
SO2, NO2, SO2, materiais particulados, lodo, ruídos, derramamento de 
óleo e combustíveis.
Transportes
CO, CO2, NO2, SO2, materiais particulados, ruídos, derramamento de 
óleo e combustíveis.
Fonte: adaptado de Barbieri (2006, p. 17)
Cabe à empresa inserir em sua estratégia organizacional a Gestão Ambiental e 
de Resíduos, observando as vantagens tanto econômicas quanto socioambientais.
Nessa concepção, adotamos o conceito de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) 
de Barbieri (2006, p. 19):
 
como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, 
tais como: planejamento, direção, controle, alocação de recursos e 
outras realizadas com o objetivo de obter efeitos sobre o ambiente, 
que reduzindo o eliminando os danos ou problemas causados pelas 
ações humanas, quer evitando que eles sujam.
A gestão ambiental tem o objetivo de proteger o meio ambiente dos danos pro-
vocados pelos efeitos nocivos dos materiais indesejados pelas empresas, os quais às 
vezes são descartados incorretamente no ambiente natural. Tal comportamento po-
luidor/degradador expõe a empresa a situações perigosas. Os resíduos indesejados e 
descartados sem tratamento no ambiente podem levar a empresa a punições severas 
no âmbito legal e inferir conotação negativa ao mercado alvo que deseja atrair. Além 
disso, a empresa deixa de aproveitar “potencial” ganho com o reuso, reciclagem e rea-
proveitamento econômico de certos materiais ainda com vida útil em seu ciclo de vida.
6
Com a Revolução Industrial (séc. XVIII), a discussão sobre o tratamento da poluição 
(resíduos) começou a se fortalecer, uma vez que o lixo urbano infestava as cidades 
e causavam danos à saúde dos habitantes. E, a partir do século XIX, a preocupação 
com a poluição deixa de ser assunto somente de cientistas e ambientalistas, passando 
a ser mais uma responsabilidade para setores produtivos e políticas públicas. Sendo 
que os maiores exemplos para as organizações repensarem seus processos foram as 
catástrofes ambientais de grande proporção como Seveso, Minamata, ThreeMiles Island, 
Bophal, Exxon Valez, Cubatão, Chernobil, Baia de Guanabara e muitas outras provocadas 
por derrames de óleos, poluição atmosférica e outras que agrediram consideravelmente 
o ambiente e causavam problemas a saúde humana (BARBIERI, 2006).
De modo geral, pode-se dizer que o objetivo principal da SGA é 
melhorar o desempenho econômico e ambiental da organização, 
reduzindo a demanda por recursos e aumentando a produtividade. 
Sua vocação é holística, pois suas metas dialogam com outros 
sistemas, como a gestão da qualidade e segurança no trabalho 
(ACADEMIA PEARSON, 2011, p. 121).
A sociedade cada vez mais atenta aos prejuízos sofridos com descartes de 
resíduos e poluição generalizada compreende agora que a solução para o problema 
dos resíduos exige o envolvimento do governo com legislação rigorosa, do mercado 
com a escolha consciente do consumidor por marcas ambientalmente corretas, e da 
sociedade com Organizações não governamentais (ONGs), cientistas e pessoas que 
exprimem seu poder de denunciar a poluição aos órgãos punidores e mídia.
Os gestores devem adotar, em seu planejamento estratégico, novas aborda-
gens tecnológicas e administrativas para segregar, acondicionar, tratar e destinar cor-
retamente os resíduos. Assim, espera-se que as empresas deixem de ser problemas e 
contribuam positivamente nas questões relacionadas aos resíduos.
Destacamos na sequência alguns movimentos relevantes que pressionaram 
decisões políticas a encarar e exigir compulsoriamente o destino dos resíduos 
(BARBIERI, 2006):
1- A intensificação dos processos de abertura comercial expondo produtores com 
diferenças pronunciadas de custos ambientais e sociais a uma competição mais 
acirrada e de âmbito mundial reforçaram a necessidade de regulamentações em 
por todos os participantes do mercado internacional, uma vez que os países com 
legislações menos rigorosas estavam praticando dumping ambiental. 
2- A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), que passou a pontuar 
criticamente as diferenças nos custos de produção por países sem práticas corretas 
em termos ambientais, em outras palavras, sem tratamento de seus resíduos.
3- A preocupação dos investidores que procuraram minimizar os riscos de seus 
investimentos. As empresas que não adotassem em suas estratégias técnicas de 
despoluição e tratamento estavam acumulando passivos ambientais (impactos 
ambientais por poluição), o que vem prejudicar os altos lucros desejados por estes 
7
investidores. Neste interesse, passaram destinar seus recursos em empresas mais 
saudáveis ambientalmente. Na atualidade, existem critérios próprios por parte das 
instituições financeiras que devem ser cumpridas pelos tomadores de créditos. Em 
2002, o PNUMA – Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente –, promoveu 
a discussão no setor e conseguiu a adesão de 35 bancos em diversos países cuja 
atuação visava respeitar a legislação ambiental por parte dos tomadores.
4- O setor de seguro também tem tido forte presença no controle à poluição de 
seus segurados, uma vez que passaram a exigir das empresas que assinaram os 
contratos modelos preventivos e normatizados segundo as regras ambientais para 
evitar os altos custos dos seguros. As organizações se comprometeram a rever o 
plano organizacional para evitar riscos ambientais em atividades básicas como, por 
exemplo, a introdução de chaminés com filtros, lagoas de tratamento de efluentes 
em dimensões adequadas, localização da indústria distante de áreas sociais.
5- O aumento da consciência ambiental da população, que, despertada pelos danos 
causados pela poluição, considera em suas escolhas as empresas com práticas 
ambientais saudáveis, o que veio a contribuir com adesão dos rótulos verdes pelas 
empresas para apresentar boas práticas operacionais. No caso brasileiro, destacamos 
o Procel, que estima o gasto energético dos aparelhos eletrônicos.
3 ABORDAGEM DA GESTÃO AMBIENTAL PARA 
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS
O tratamento dos resíduos pelas iniciativas estratégicas empresariais depende 
de como ele interpreta sua relação com o meio ambiente e sua reputação ambiental. 
Neste fim, vamos considerar duas abordagens distintas: controle da poluição e prevenção 
da poluição. 
Veja a segur o quadro resumo:
8
Quadro 2 - Gestão ambiental na empresa – abordagens
Fonte: Barbieri (2011, p. 107)
Características
Abordagens
Controle da poluição
Prevenção da 
poluição
Abordagem 
estratégica
Preocupação
Básica
Cumprimento da 
legislação e resposta 
à pressões da 
comunidade.
Uso eficiente dos 
insumos.
Competitividade.
Postura típica Reativa. Reativa e proativa. Reativa e proativa.
Ações típicas
- Corretivas.
- Uso de tecnologias 
de remediação e de 
controle no final do 
processo.
- Aplicação de 
normas de 
segurança.
- Corretivas e 
preventivas.
- Conservação e 
prevenção de 
insumos.
- Uso de 
tecnologias.
- Corretivas, 
preventivas e 
antecipatórias.
- Antecipação 
de problemas 
e captura de 
oportunidades 
utilizando 
soluções de médio 
e longo prazo.
Percepção de 
empresários e 
administradores
Custo adicional.
Redução do custo 
e aumento da 
produtividade.
Vantagens 
competitivas.
Envolvimento da 
alta administração
Esporádico Periódico
Permanente e
sistemático
Áreas envolvidas
Ações ambientais 
confinadas nas áreas 
geradoras de poluição
Crescente 
envolvimento de 
outras áreas como 
produção, compras, 
desenvolvimento de 
produto e
marketing
Atividades ambientais
Disseminadas pela 
organização
Ampliação das ações 
ambientais para a 
cadeia de
suprimento
3.1 CONTROLE DA POLUIÇÃO 
O controle da poluição se caracteriza como práticas operacionais para impedir 
o acúmulo de passivo ambiental e por exigências da legislação o cumprimento de 
regras para tratar e destinar corretamente dos resíduos.Para o controle da poluição 
são necessárias aquisições de equipamentos como filtros, construção de tanques de 
tratamento de efluentes ou containers para reservar resíduos para destinar materiais à 
reciclagem e/ou, nos casos em que a empresa desejar, destinar a terceiros o tratamento 
final dos resíduos.
9
Nesse contexto operacional, a empresa adota uma postura reativa, em outro 
entendimento, significa tratar os resíduos para manter-se em conformidade legal. 
Segundo Barbieri (2006), as soluções tecnológicas típicas dessa abordagem visam 
controlar a poluição sem que sejam alterados os processos e produtos que as conduziram, 
podendo ser de dois tipos: tecnologia de remediação e tecnologia de controle no final do 
processo como será descrito em sequência.
 As tecnologias de remediação visam reparar problemas e impactos ambientais 
que já danificaram o meio ambiente. As reparações mais comuns são: descontaminar 
o solo por produtos químicos prejudiciais, conter o derramamento de óleo no mar, 
conter o descarte de efluentes em rios, limpar praias e outros impactos decorrentes das 
atividades operacionais. 
Já as tecnologias de controle no final do processo, ou end-of-pipe control, 
pretendem reter e tratar os resíduos (poluição) antes que cheguem ao ambiente 
ou causem impactos significativos. Essas atividades exigem, por exemplo, novos 
equipamentos como filtros detentores, ciclones, estações de tratamento de efluentes, 
incineradores e outros equipamentos peculiares a cada tipo de processo produtivo.
Para Barbieri (2011), são soluções que nem sempre eliminam os problemas 
de modo definitivo, ocorrendo muitas vezes a permanência dos poluentes em novas 
formas, tais como a cinza e lodo resultantes de transformação de gases e líquidos 
poluentes; esses resíduos sólidos deverão ser tratados e destinados segundo a 
legislação pertinente de cada setor. 
Para o setor empresarial, essa abordagem acaba contribuindo com aumento dos 
custos empresariais e não agregam valor ao produto. No entanto, nos países que contam 
com legislação rigorosa, as multas por denúncias ou por auditorias do órgão fiscalizador 
podem aumentar ainda mais os custos ambientais. Considera-se ainda,nesse sentido, 
a imagem organizacional danificada por evidências de poluição no ambiente.
Do ponto de vista socioambiental, compreender que o custo operacional do 
tratamento ambiental pode ser estrategicamente muito positivo para a empresa é 
um padrão de comportamento solidificado por muitos empresários e que dificulta a 
aquisição de novas tecnologias limpas.
3.2 PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO
Nessa abordagem, com o próprio nome designa, a empresa propõe atitudes 
estratégicas de prevenção à poluição. Nessa estratégia, os gestores assumem 
uma postura proativa, indo muito além do tratamento da poluição, eles reinventam 
seus processos para mitigar a produção de resíduos. “Inspirados pelos padrões de 
ecoeficiência, eles modificam radicalmente os seus processos, evitando a poluição 
antes que ela seja gerada” (ACADEMIA PERSON, 2011, p. 118).
10
A gestão da poluição por meio da prevenção traz muitos benefícios econômicos 
para a empresa uma vez que reduz gastos com materiais, energia e descarte de sobras. 
Essas reduções implicam em redução de custos para o tratamento de descartes 
e despejos. Segundo Academia Person (2011), para poupar os despejos, torna-se 
necessário utilizar a abordagem dos 3 Rs, reduzir na fonte, reusar materiais, reciclagem 
de materiais. Reduzir significa otimizar recursos, insumos e resíduos. Para alcançar a 
meta, exigem-se da empresa investimentos em equipamentos, em materiais menos 
poluentes e uso de fontes energéticas limpas.
Reusar nasce da ideia de poupar e reaproveitar recursos de formas diferentes. 
Exemplificando: o motor termodinâmico utilizado em carros híbridos ecoeficientes 
captura o calor liberado pela combustão e o utiliza em seguida para mover o carro, 
promovendo uma economia expressiva de combustível. Outro exemplo vem da 
fabricação do Ecolápis da Faber Castell, que separa a serragem e a madeira restante da 
produção, os quais são vendidos para outras fábricas que as reaproveitam em outras 
mercadorias (ACADEMIA PEARSON, 2011).
Reusar é uma estratégia relevante para otimizar o uso de recursos da produção. 
Para evitar a extração de novos materiais originais, algumas empresas reutilizam 
novamente nos processos. Por exemplo: nas recicladoras de PETs, as novas tecnologias 
reaproveitam a água utilizada para a limpeza das garrafas. Inclui-se ao processo um 
tanque de tratamento dos efluentes que uma vez tratado retorna ao processo de lavagem 
das garrafas. Nessa estratégia, ainda, devemos considerar que a reciclagem de garrafas 
torna-se também fonte de materiais (não originais) que serão reusados em novos 
processos (Fábrica de reciclagem de PETs em Astorga/PR). É relevante, também, nessa 
combinação estratégica a contribuição com o uso limitado de água para o processo.
A estratégia dos 3 Rs e processos com tecnologias limpas ou produção 
mais limpa são de extrema relevância para a evolução das causas ambientais. As 
organizações podem adotar estratégias radicais com mudanças técnicas em todo 
processo operacional, ou mudanças incrementais adicionando mudanças graduais nos 
modelos de produção.
Figura 2 - Diferenças nos comportamentos organizacionais proativo e reativo
Fonte: adaptado de Barbieri (2011, p. 111)
11
Há, nesta convicção, uma combinação importante em termos econômicos para 
a empresa e para o ambiente e, por fim, constrói-se imagem positiva em termos de 
marketing e publicidade verde usadas por várias empresas como Petrobrás, Ambev 
e Honda (ACADEMIA PEARSON, 2011). Vejamos na sequência um exemplo de ações 
ambientais implantadas para reduzir recursos e beneficiar também os consumidores 
com minimização de recursos e reaproveitamento energético.
3.3 A GESTÃO AMBIENTAL DE EMPRESA WHIRLPOOL
A Whirlpool é líder do setor de eletrodomésticos no Brasil com suas marcas 
Brastemp, Consul e Kitchem Aid e decidiu encarar o desafio de implantar projetos 
ambientais avançados, indo além do exigido pela lei quando há seis anos elegeu 
a sustentabilidade como um de seus pilares estratégicos no planejamento da 
empresa. “Diminuir o desperdício em nossa operação é apenas uma parte das nossas 
preocupações”. Segundo Enrico Zito, presidente da divisão de eletrodomésticos, “o 
sucesso de nossas ações só é complexo se levarmos sustentabilidade também à casa 
do consumidor, com produtos que gastem menos água e energia”. 
A preocupação faz sentido, pois os aparelhos como refrigeradores, freezers e 
ares-condicionados representam cerca de 70% das despesas mensais de uma família 
com gastos energéticos. Para reduzir essa conta, um dos objetivos é desenvolver 
produtos mais eficientes. No caso dos refrigeradores, 83% dos modelos da Whirlpool são 
classificados na categoria A (menor consumo energético). O modelo lançado em 2011, O 
Inverse Viva, pode ter 80% dos seus componentes reutilizados na fabricação de outros 
produtos. “Poucos eletrodomésticos têm essas características”, afirma o presidente 
(REVISTA GUIA EXAME).
Outra iniciativa importante é a substituição dos gases HFC e HCFC, de efeito 
estufa, por hidrocarbonetos (HC), menos nocivos à camada de ozônio. O HFC não poderá 
mais ser utilizado, segundo a legislação nacional, a partir de 2040. Contudo, a empresa 
se reorganizou para alcançar metas sustentáveis em sua gestão ambiental, assim, a 
Whirlpool vem construindo números expressivos que traduzem benefícios no campo 
ambiental, econômico e social. Vejam: 
12
Quadro 3 - Percentuais de ganhos dos executivos da whirlpool nas ações implantadas a favor 
da sustentabilidade
 15% dos bônus 17% de redução 96% dos resíduos 136 toneladas
dos executivos 
dependem de planos 
ligados a questão 
socioambiental
no uso da água, com 
medidas como a 
captação de chuva 
para testes das 
lavadoras
gerados em 2011 
foram aproveitados 
para a geração de 
energia elétrica
Isopor, papelão 
e plástico das 
embalagens foram 
coletados para 
reciclagem
Fonte: Grissoto (2012, p. 158)
4 SGA, RÓTULOS E ISO 14000
As ações do sistema de gestão ambiental podem avançar muito além das 
necessidades acanhadas para cumprimento legal e se estender a ambições maiores 
como os rótulos ambientais. A norma ISO 14000 certifica ambientalmente uma 
organização. Ela auxilia a organização a certificar seus processos com tratamento de 
resíduos. Esses procedimentos podem seguir uma orientação descrita na norma e 
contribui para construir ideias favoráveis para a SGA da organização como os programas, 
os treinamentos, os interessados e as auditorias internas.
Além disso, a ISO 14000 apresenta as diretrizes para as organizações que 
desejam certificar-se por um rótulo verde. Os rótulos devem ressaltar as características 
ambientais dos produtos e serviços por meio de símbolos, declarações ou gráficos 
em suas embalagens que identificam um procedimento ambientalmente correto 
(NASCIMENTO et al., 2008).
Conforme Nascimento et al. (2008, p. 207), os “selos verdes”, designados Tipo I, 
conferem diferenciação em relação aos concorrentes; os Tipos II indicam a condição de 
reciclável do produto; e o Tipo III utiliza-se de dados quantificáveis dos produtos como a 
economia apresentada, fonte do recurso e outros. Contudo, vale destacar a necessidade 
de a empresa apresentar-se a um órgão competente para certificar a empresa.
5 TIPOLOGIA DOS RESÍDUOS
Na sequência, serão descritos os tipos de resíduos. Neste estudo, nos reportare-
mos apenas aos resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas (efluentes 
gasoso) que devem obedecer a tratamento legal, o que, como já descrito anteriormente, 
podem refletir favoravelmente à imagem, ganhos e percepção social da empresa. 
13
5.1 RESÍDUOS SÓLIDOS
A produção de resíduos sólidos faz parte das atividades diárias das pessoas, 
seja em nossas residências, nas indústrias, nos serviços, enfim, em todas as atividades 
humanas nos deparamos com sobras de materiais. O aumento populacional em ritmo 
acelerado e o modo de consumo das pessoas têm contribuído com aumento dos 
resíduos e consequentemente com aumento dos problemasambientais.
Conforme esclarece Philippi Jr. (2005), a questão dos resíduos sólidos é uma 
questão pública que envolve a sociedade e envolve interesses econômicos, aspectos 
culturais e políticos. Uma discussão pertinente é a geração inadequada de lixo 
(resíduos). Assim, concordamos com a seguinte definição: “o conceito atualmente para 
resíduos sólidos está vinculado à referência a tudo aquilo que resulta das atividades 
do ser humano na sociedade e que, aparentemente, não possui mais ou deixou de ter 
utilidade” (ZILBERMAN, 1997, p.48). 
Outra definição acatada mundialmente é a que consta na Agenda 21:
os resíduos sólidos compreendem todos os restos domésticos 
e resíduos não perigosos, tais como resíduos comerciais e 
institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção. Em alguns 
países, o sistema de gestão de resíduos sólidos também se ocupa dos 
resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de incineradores, 
sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de 
esgoto. Se manifestarem características perigosas, esses resíduos 
devem ser tratados como resíduos perigosos (CNUMAD, 1997 apud 
PHILIPPI JR., 2005, p. 271).
A classificação dos resíduos sólidos depende, inicialmente, da compreensão da 
origem do resíduo. São classificados em doméstico, industrial, comercial, institucional, 
varrição, demolição ou construção. Quanto à natureza em base orgânica, inorgânica, 
combustíveis, não combustíveis, putrescíveis, não putrescíveis, cinzas, radioativos, 
sobras industriais. Cabe ainda referência aos resíduos tóxicos como fungicidas, produtos 
químicos e materiais perigosos. Philippi Jr. (2005, p. 275) ainda destaca que reconhecer 
as características dos resíduos sólidos facilitam seu manuseio e operação:
1- Densidade aparente, medida em unidade de massa por unidade de volume.
2- Umidade, em porcentagem de massa.
3- Composição qualitativa, que corresponde à lista dos materiais e substâncias de 
interesse presentes nos resíduos.
4- Composição quantitativa, que corresponde à quantidade percentual dos materiais ou 
à quantidade massa/massa de substâncias de interesse.
5- Caracterização química, que corresponde à quantificação dos elementos químicos 
presentes ou ao comportamento do resíduo submetido a testes químicos específicos, 
como lixiviação, solubilização e combustão.
14
A compreensão sobre os resíduos sólidos vem a facilitar a compreensão 
sobre os problemas por eles causados e as possibilidades de soluções, as quais serão 
apresentadas no Tópico 2 desta Unidade.
5.2 EFLUENTES LÍQUIDOS
Assim como o crescimento populacional exigiu nova postura nas dimensões 
sociopolíticas e econômicas, também o mesmo ocorre com o uso da água. Na situação 
brasileira, as políticas públicas favoreceram a concentração de indústrias e mão de obra 
em grandes centros urbanos, o que exigiu investimentos em infraestrutura, sobretudo 
no saneamento das cidades, contudo, não houve investimentos suficientes para 
atender a essa demanda (mão de obra), faltando saneamento básico e galerias pluviais 
(PHILIPPI JR., 2005).
Outro ponto a destacar diz respeito aos avanços tecnológicos que produziram 
alterações físico-químicas nesses resíduos, aumentando a concentração de poluição e 
contaminação de recursos hídricos. Boa parte dos municípios brasileiros não possuem 
os ligamentos e tratamento sanitários. 
A falta de tratamento dos resíduos líquidos agrava a saúde pública. O mesmo 
autor afirma existir uma relação direta entre serviços de saneamento e qualidade de 
vida e saúde, pois as doenças veiculadas a esses resíduos diminuem com avanço das 
políticas de cobertura de saneamento básico. 
Quanto às características, vamos iniciar pela contaminação da água. Dessa 
maneira, a poluição das águas pode ser definida como a adição de substâncias, direta ou 
indiretamente, que alteram a natureza do corpo da água de tal maneira que prejudique 
o uso dela (PHILIPPI JR., 2005). Assim, conforme Philippi Jr. (2005), nas áreas urbanas, 
as principais fontes de águas residuárias compreendem:
1- Esgotos domésticos, provenientes de residências, comércio e instituições públicas.
2- Esgotos industriais, oriundos das indústrias.
3- Esgotos especiais, provenientes de serviços hospitalares, shopping centers, 
aeroportos em que as especificidades demandam gerenciamento diferenciado.
No caso dos efluentes domésticos, sua vazão é calculada pelo conceito de 
retorno, que situa entre 80% da quantidade de água distribuída no abastecimento, assim 
em cada 100 litros consumidos, descartaremos em média 80 litros nos esgotos. No caso 
das indústrias, a vazão depende das tecnologias adotadas pelo processo industrial. 
Com os avanços tecnológicos, diversas vem implantando soluções que evitem o uso 
ou que possam reaproveitar a água residuária, como é o caso de algumas lavanderias 
industriais. Veja alguns exemplos de indústrias e seu consumo:
15
Quadro 4 - Tipos de indústrias e seus poluentes
Fonte: adaptado de Philippi Jr. (2005, p. 194)
Tipo de indústria Unidade
Quantidade de 
despejo
Poluentes 
principais
MATADOURO
Bovino
Suíno
Aves
Litros/cabeça
2.500
1.2000
25-50
Carga orgânica
CERVEJARIA Litros/litros cerveja 08 – 40 Carga orgânica
CURTUME Litros/quilos de pele 30 – 100 Cromo
GALVANOPLASTIA Litros/hora 250 – 2000
Cromo, cobre, zinco, 
cadmo, ciantos, etc.
FECULARIA
Litros/toneladas 
de matéria-prima 
manipulada
2000 – 4000 Ácido cianítrico
Eis alguns dos problemas ambientais característicos dos efluentes (PHILIPPI 
JR., 2005, p. 195):
1- Impacto visual pode apresentar toxicidade, dificulta a penetração 
da luz e impacta na fauna e flora aquática.
2- No caso em que os sólidos ficam em suspensão e gases 
dissolvidos, dificultam o tratamento sanitário.
3- Quando a diminuição do oxigênio e efeitos tóxicos se manifestam, 
há degradação estética e problemas de bioacumulação.
4- O excesso de efluentes causa problemas de incrustação nas 
tubulações de caldeiras e aquecedores.
A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), 
e a Lei 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Hídricos (PNRH), regulamen-
tam as ações necessárias para o gerenciamento dos recursos ambientais hídricos. 
Nessa época, a discussão se ampliou na sociedade, instituíram-se comitês 
espalhados pelo país para discutir a questão da poluição da água, compartilharam-se 
os fundamentos do Princípio Poluidor Usuário, tendo também participado desse debate 
ONGS (27%), Órgãos Públicos (17,8%), Universidades (12,4%), Órgãos de abastecimento 
(10%), Prefeituras (6,2%), Associações profissionais (4,5%), Câmaras Municipais (4,5%), 
Órgãos gestores/saneamento (4,2%), Indústrias (4,32%), Agricultura (2,3%), outros não 
identificados (2,4%). 
As discussões dos comitês amparadas pela regulação legal sobre o uso correto 
da água contribuíram para o avanço no controle do uso da água e pela busca de 
soluções cada vez mais eficazes para o tratamento da poluição. Ainda que o controle 
da água exija melhor monitoramento dos órgãos competentes, os instrumentos legais 
de controle devem visar estrategicamente ao cuidado com a exploração desse recurso 
como de extrema necessidade para a sobrevivência social (PHILIPPI JR., 2005).
16
5.3 EFLUENTES GASOSOS
As atividades antrópicas provenientes de atividades humanas, ao longo de 
décadas, têm apresentado variados impactos para o meio ambiente e para a saúde 
pública. As emissões dos processos produtivos, como o uso de queima de madeira, 
carvão e outros combustíveis fósseis para atender às demandas de consumo do 
mercado, cresceram ao longo do tempo em função de fatores culturais e tecnológicos 
(PHILIPPI JR., 2005).
O depósito efetivo do descarte atmosférico também recebeu concentrações 
de substâncias induzidos pela própria natureza, como erupções vulcânicas, evapo-
ração, ventos, decomposição de vegetais e animais e de incêndios florestais, entre 
outras atividades naturais. No entanto, ressaltemos que a concentração da população 
em área urbana eo forte consumo elevaram expressivamente os níveis de poluição 
do ar nas cidades. O que podemos perceber (considerando centros industriais) é a 
exaustão da capacidade natural do nosso ecossistema em autodepurar essa poluição 
(PHILIPPI JR., 2005).
É fato histórico geral que, quando um país subdesenvolvido 
inicia seu desenvolvimento industrial, sua qualidade do ar piora 
significativamente. Essa situação continua a deteriorar-se até que 
um nível importante de riqueza seja alcançado, ponto no qual o 
controle das emissões passa a ser regulamentado por lei e torna-
se obrigatório, e então, o ar começa a purificar-se. Assim, embora 
a qualidade do ar esteja melhorando por um tempo na maioria dos 
países desenvolvidos, ele está piorando nas grandes cidades dos 
países em desenvolvimento (BAIRD, 2002, p. 107).
A camada de gases que envolve o planeta Terra é composta por uma mistura 
de gases, nitrogênio e oxigênio, que representam 99% de sua composição, sendo 
denominada atmosfera. “A poluição do ar pode ser definida como presença de matéria 
ou energia na atmosfera, de forma a torná-la imprópria, causar prejuízos aos usos 
antrópicos, à saúde pública e ao ecossistema natural” (PHILIPPI JR., 2005, p. 443).
A poluição atmosférica é tão grave à saúde humana que, em países em 
desenvolvimento, aproximadamente meio milhão de pessoas morrem anualmente por 
consequência da poluição atmosférica. Por exemplo: em Londres e no México, pessoas 
morreram durante o inverno por conta de uma exposição a smog (composta de fuligem 
e enxofre expelidos na atmosfera) (BAIRD, 2002). Esses exemplos exigem da sociedade 
ações articuladas de modo a reverter esse quadro, e o enfrentamento dessa questão 
deve incluir: (PHILIPPI JR., 2005, p.441)
1- O estabelecimento de políticas que priorizem ações integradas na 
reversão dessa problemática;
2- O desenvolvimento de programas de educação ambiental formal 
e não formal;
3- A minimização da produção de resíduos, por meio da mudança 
nos padrões de consumo e de produção;
17
4- A definição e aplicação de procedimentos adequados, do ponto 
de vista da proteção ambiental e responsabilidade social, de tratar 
resíduos gerados; e
5- Repensar a forma de ocupação do uso do solo, respeitando 
os limites e capacidade de suporte e do tempo de 
autodepuração dos espaços.
Masisa – Façam o que eu faço
Desde outubro, o marceneiro que compra um painel de madeira no Brasil pode verificar se 
o produto emite formaldeído, substância tóxica que pode causar câncer, em nível seguro ou 
não. A informação vem no Rótulo Ecológico, Certificação Brasileira de Normas Técnicas. A 
chilena Masisa, que detém 12% do mercado de painéis de madeira no Brasil, é a primeira e, 
por enquanto, a única empresa a receber esse selo. 
Em sua produção, o componente básico da resina usado na fabricação de painéis, o 
formaldeído é emitido continuamente, como gás, enquanto a chapa não é totalmente 
revestida. Ele pode intoxicar os empregados do fabricante, o marceneiro que trabalha com o 
material e até o consumidor final dos móveis. 
No Brasil, a concentração de substâncias não pode ultrapassar 30 miligramas por 100 
gramas do produto final. Para receber o selo verde da ABNT, a Masisa foi além: limitou o 
nível de formaldeído a 8 miligramas por 100 gramas do produto final, dentro do padrão mais 
rigoroso da norma europeia. “Adequar-se à norma europeia significa menos lucro, uma vez 
que precisamos usar mais resina cara e adotar os cuidados para proteger os funcionários”, 
diz Marise Barroso, presidente.
Traduzindo em números, isso representa 8% menos de Ebitida, indicador que 
mede a geração de caixa da empresa. Apesar disso, é uma medida necessária. 
“Demos o primeiro passo, agora a sociedade pode exigir que outras empresas 
adotem o mesmo padrão”, disse a presidente.
Fonte: YANO, C. Façamos o que eu faço. Guia de Sustentabilidade 2012, p. 148.
INTERESSANTE
18
Neste tópico, você aprendeu:
• O Sistema de Gestão Ambiental - SGA - é uma estrutura organizacional que auxilia a 
empresa avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades.
• A gestão ambiental tem o objetivo de proteger o meio ambiente dos danos provocados 
pelos efeitos nocivos dos materiais indesejados pelas empresas, os quais às vezes 
são descartados incorretamente no ambiente natural
• No modelo estratégico de prevenção, as modificações exigidas nos processos 
produtivos são mais abrangentes e incluem mudanças e adoção dos 3 Rs. 
• O modelo estratégico de controle atende às questões legais e têm por objetivo tratar 
a poluição no final do processo.
• Os selos repercutem favoravelmente na imagem organizacional, e algumas situações 
passam a ser uma exigência dos mercados.
• As inovações e o consumo exagerado podem interferir no acúmulo de resíduos 
descartados ao meio ambiente.
• Quanto à origem, os resíduos sólidos são classificados em doméstico, industrial, 
comercial, institucional, varrição, demolição ou construção civil.
• As principais fontes de águas residuárias compreendem esgotos domésticos, 
provenientes de residências, comércio e instituições públicas; esgotos industriais, 
oriundos das indústrias e os esgotos especiais, provenientes de serviços hospitalares, 
shopping centers, aeroportos.
• A concentração populacional em área urbana e o modelo de consumo elevaram 
expressivamente os níveis de poluição do ar nas cidades, exaurindo a capacidade 
natural do nosso ecossistema em autodepurar essa poluição.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
AUTOATIVIDADE
1 Poluir é sujar, degradar, contaminar, manchar e mesmo alterar as condições naturais 
do ambiente, sendo que poluente é o que polui, uma vez que produz algum tipo de 
situação indesejada ao meio e à vida humana. Com base nos aspectos da poluição, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As fontes de poluição são classificadas como móvel ou estacionária, sendo que 
a emissão pode ser pontual ou difusa.
b) ( ) A acidificação bem como a chuva ácida são consequências de poluição local.
c) ( ) Entre as fontes de poluição pode-se incluir os organismos e os ecossistemas. 
d) ( ) A origem da poluição é sempre antropogênica, ou seja, relacionada as ativida-
des humanas. 
2 A partir do século XIX, a preocupação com a poluição deixou de ser assunto somente 
de cientistas e ambientalistas, passando a ser mais uma responsabilidade para 
setores produtivos e políticas públicas. Com base nos movimentos relevantes que 
começaram a exigir práticas ambientais corretas quanto ao destino dos resíduos, 
analise as sentenças a seguir:
I- A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) passou a pontuar criticamente 
as diferenças nos custos de produção por países sem práticas corretas em termos 
ambientais. 
II- A preocupação dos investidores que procuraram minimizar os riscos de seus 
investimentos, sendo que as empresas que não adotassem em suas estratégias 
técnicas de despoluição e tratamento estavam acumulando passivos ambientais, 
interferindo nos lucros dos investidores.
III- A adesão dos rótulos verdes pelas empresas, impulsionada pelo aumento da 
consciência ambiental da população, despertada pelos danos causados pela 
poluição.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.
20
3 O Sistema de Gestão Ambiental é um conjunto de normas, estratégias e procedimentos 
para gerir uma empresa visando minimizar os impactos de suas atividades no meio 
ambiente. De acordo com as duas abordagens estratégicas distintas de controle e 
prevenção da poluição, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Para o controle da poluição são necessárias aquisições de equipamentos como 
filtros, construção de tanques de tratamento de efluentes, ou ainda destinar a 
terceiros o tratamento final dos resíduos.
( ) As tecnologias de remediação e de controle de fim do processos são estratégiasde 
prevenção de poluição.
( ) Entre as estratégias de controle de poluição utiliza-se abordagem dos 3 Rs: reduzir 
na fonte, reusar insumos e a reciclagem de materiais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Alguns mercados exigem que seus participantes assumam o compromisso com a 
questão da poluição. Neste contexto, disserte sobre o modo que as organizações 
podem melhorar sua imagem a partir dos selos ambientais.
5 Os resíduos podem ser classificados como resíduos sólidos, líquidos (efluentes) e 
gasosos (emissões atmosféricas). Neste contexto, disserte de forma sucinta sobre as 
principais características dos três tipos de resíduos.
21
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICO, 
INDUSTRIAL E DA CONSTRUÇÃO CIVIL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Um dos grandes desafios da sociedade contemporânea é dar o destino correto 
a milhões de toneladas de resíduos gerados a cada ano. Nesse desafio, a que se 
considerar o crescimento do consumo das classes c e d que vão ampliar ainda mais 
o descarte de resíduos. Para se ter uma ideia, conforme recente estudo do Instituto 
Ethos, o brasileiro é responsável por 352 quilos anuais. (ETHOS, 2012).
Outro aspecto relevante são as conclusões de pesquisas sobre o destino 
incorreto dos materiais indesejados por pessoas (resíduo doméstico) e industriais 
(processo de fabricação). As conclusões nos revelam que boa parte desses materiais 
são descartados a céu aberto sem tratamento, por exemplo, sobras de plásticos 
descartados no solo ou rios podem ser focos de doenças, pois poluem nosso ar, nosso 
solo, nossos rios e mares.
Um ambiente danificado pela poluição (impactado por resíduos) terá dificuldade 
também em manter as condições saudáveis para reposição de recursos necessários 
para o processo industrial. Temos que considerar que o meio ambiente é a fonte de 
recursos necessários à sobrevivência humana, portanto, é nosso dever mantê-lo sadio.
O que fazer com o crescente descarte de resíduo no meio ambiente? Há muito 
o que fazer. Podemos segregar os resíduos, acondicioná-los e destiná-los corretamente 
de tal forma que não exaura nosso meio ambiente. Para tanto, devemos apoiar as 
iniciativas das ONGs para proteção ao meio ambiente (assim como faz Greenpeace, 
WWF e outras), políticas públicas e legislação para condicionar o comportamento das 
pessoas a favor do meio ambiente, empresas produtoras e uma sociedade disposta e 
informada a rever suas formas de consumo e tratamento das sobras.
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o conceito de resíduo sólido, classificação 
quanto à periculosidade e as possibilidades de tratamento, com enfoque nos resíduos 
sólidos domésticos, industrial e da construção civil. O desafio desse tratamento pode 
se tornar fonte rentável para novos negócios na cadeia produtiva e contribuir com 
sustentabilidade do planeta.
22
2 DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
A definição e classificação dos resíduos sólidos estão inscritos no CONAMA 
313/02 e na ABNT NBR 10004 (2004), envolvendo a identificação do processo ou 
atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação 
desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e 
ao meio ambiente é conhecido (ABNT NBR 10004, 2004).
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo 
deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que 
deram origem a esses resíduos. Os resíduos são classificados em dois grupos – perigosos 
e não perigosos –, sendo ainda este último grupo subdividido em não inerte e inerte. 
Essa norma estabelece os critérios de classificação e os códigos para a identificação 
dos resíduos de acordo com suas características.
Assim todos os resíduos ou substâncias listadas (A, B, D, E, F e H), segundo a 
norma, têm uma letra para codificação, seguida de três dígitos. Os resíduos perigosos 
constantes no anexo A são codificados pela letra F e são originados de fontes não 
específicas. Os resíduos perigosos constantes no anexo B são codificados pela letra K e 
são originados de fontes específicas (ABNT NBR 10004, 2004).
Os resíduos perigosos classificados pelas suas características de inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade e patogenicidade são codificados conforme indicado a seguir: 
D001: qualifica o resíduo como inflamável. 
D002: qualifica o resíduo como corrosivo.
D003: qualifica o resíduo como reativo.
D004: qualifica o resíduo como patogênico. 
Os códigos D005 a D052 constantes no anexo F identificam resíduos perigosos 
devido à sua toxicidade, conforme ensaio de lixiviação realizado de acordo com norma 
ABNT NBR 10005. 
Os códigos identificados pelas letras P e U, constantes nos anexos D e E, 
respectivamente, são de substâncias que, dada a sua presença, conferem periculosidade 
aos resíduos e serão adotados para codificar os resíduos classificados como perigosos 
pela sua característica de toxicidade (ABNT NBR 10004, 2004). 
23
3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
Os resíduos nos estados sólido e semissólido resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de 
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem 
como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento 
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT NBR 10.005, 
NBR 10.006, NBR 10.007, NBR 12.808).
Os resíduos sólidos são classificados em Perigosos e Não Perigosos.
1- Perigosos ou periculosidade de um resíduo: 
Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades 
físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar: inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxidade e patogenicidade. Eles podem provocar ou conter:
a- Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando 
seus índices. 
b- Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. 
c- Toxicidade: propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou 
menor grau, um efeito adverso em consequência de sua interação com o organismo. 
 Agente tóxico: qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção 
cutânea tenha sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, 
carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico); 
d- Aguda: propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um efeito 
adverso grave, ou mesmo morte, em consequência de sua interação com o organismo, 
após exposição a uma dose elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo.
e- Agente teratogênico: qualquer substância, mistura, organismo, agente físico ou 
estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, 
produz uma alteração na estrutura ou função do indivíduo dela resultante. 
f- Agente mutagênico: qualquer substância, mistura, agente físico ou biológico cuja ina-
lação, ingestão ou absorção cutânea possa elevar as taxas espontâneas de danos ao 
material genético e ainda provocar ou aumentar a frequência de defeitos genéticos. 
h- Agente carcinogênico: substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja 
inalação ingestão e absorção cutânea possibilita desenvolver câncer ou aumentar 
sua incidência. O câncer é o resultado de processo anormal, não controlado da 
diferenciação e proliferação celular, podendo ser iniciado por alteração mutacional. 
Exemplo: excesso de chumbo.
i- Agente ecotóxico: substâncias ou misturas que apresentem ou possam apresentar 
riscos para um ou vários compartimentos ambientais. 
24
2- Não Perigosos: são resíduos resultantes de atividades produtivas como sobras de 
materiais plásticos, papel, tijolos,alumínio e que, sem alterações físico-químicas, não 
trazem danos à saúde humana e ao meio ambiente. No entanto, deverão ser tratados 
em função do seu acúmulo promover impactos ambientais. Exemplos: sobras 
de materiais de construção descartados em várzeas e bordas de rios destroem a 
paisagem e interferem na saúde da fauna local. Outro exemplo é descarte de sacolas 
plásticas em espaços abandonados, o que aparentemente não é nocivo, porém 
atrapalha o escoamento de águas pluviais, podendo concentrar microrganismos 
nocivos à saúde humana como a dengue.
• Classe I – Resíduos perigosos 
Normalmente com características inflamáveis tóxicas, de reatividade, de 
corrosão e patogênicas, podendo causar problemas à saúde humana, provocam 
impactos ao ambiente (ABNT NBR 10004, 2004). Os resíduos de serviços de saúde 
deverão ser classificados conforme ABNT NBR 12808.
Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos e os 
resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na assistência à saúde da 
pessoa ou animal, não serão classificados segundo os critérios de patogenicidade.
• Classe II - Resíduos não perigosos
São subclassificados em duas categorias: classe II A e classe II B.
• Classe II A - Resíduos não perigosos
Nesta classe, estão os resíduos que podem ser biodegradáveis, solúveis 
em água ou em combustíveis. São exemplos: sucatas metálicas, papéis, materiais 
orgânicos. Segundo a ABNT NBR 10004 (2004), são aqueles que não se enquadram nas 
classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos 
termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais 
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 
• Classe II B – Resíduos inertes
São os resíduos considerados não combustíveis e inertes. Por exemplo: vidro, 
tijolo e outros. Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representa-
tiva, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com 
água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, 
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores 
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e 
sabor, ou seja, não alterarem.
A Figura 3 descreve o processo para classificar os resíduos sólidos.
25
Figura 3 – Caracterização e classificação dos resíduos sólidos
Fonte: ABNT NBR 10004 (2004)
26
4 TRATAMENTO E GERENCIAMENTO DOS 
RESÍDUOS SÓLIDOS
A partir de 1990, o planejamento do tratamento dos resíduos sólidos passa a 
ser de responsabilidade do governo municipal (prefeituras). Nesse plano, desenvolvem-
se ações partilhadas em entre governo, ONGs, cooperativas, associações e geradores. 
As cooperativas e associações formadas por catadores de ruas, agora, em vários 
municípios, estão organizadas formalmente e com domicílio para exercer o tratamento 
dos resíduos sólidos não perigosos de fim doméstico, e passam a fazer parte da coleta 
seletiva dos municípios. Já os resíduos sólidos de origem empresarial, formados pelas 
sobras processos produtivos, terão este e outros destinos, como veremos na sequência. 
4.1 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS 
No que tange aos resíduos domésticos, a coleta e o tratamento ficam por 
responsabilidade das cooperativas e coleta municipal.
Figura 4 – Resíduos sólidos sendo descarregados em lixão
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/truck-unloading-garbage-on-an-open-air-dump-waste--
W4FWN3C. Acesso em: 29 ago. 2022.
Os catadores contratados pelas prefeituras saem pelas ruas diariamente 
coletando os materiais não utilizados pelas residências e alguns comércios, despejando o 
que recolheram nos aterros. 
https://elements.envato.com/pt-br/truck-unloading-garbage-on-an-open-air-dump-waste--W4FWN3C
https://elements.envato.com/pt-br/truck-unloading-garbage-on-an-open-air-dump-waste--W4FWN3C
27
Os catadores das cooperativas circulam pelas cidades e coletam os resíduos 
(não incluir os orgânicos) e levam até as cooperativas onde serão segregados: plásticos, 
papelão, alumínio e vidros. São acondicionados de modo que diminuam seu volume e 
então vendidos, por meio de intermediários ou diretamente, às empresas de reciclagem. 
Essa atividade refletiu em inclusão social, renda para os membros das cooperativas e 
respeito ao meio ambiente, uma vez que os resíduos domésticos serão tratados com 
técnicas ambientalmente corretas reduzindo o impacto ambiental e diminuindo o 
destino de áreas geográficas importantes para a instalação de aterros. Nesse interesse, 
vale destacar a necessidade da Educação Ambiental da sociedade que deverá, em suas 
residências, separar o resíduo sólido dos orgânicos.
Esse modelo é chamado de Economia Solidária e inspirou a criação de um 
programa chamado de “Programa Nacional Lixo & Cidadania” e conta com o apoio 
da Unicef para retirar as crianças dos lixões, as quais catavam sobras para a suas 
subsistências, sendo ainda incluídas nas escolas. O movimento avançou e em 2000 
foi criado o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis; a atividade 
foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e incorporada ao Código Brasileiro de 
Ocupações (JACOB, 2006).
Ainda cabe ao município a responsabilidade de coletar os resíduos orgânicos, 
assim como aqueles que não foram segregados nas residências, e os encaminhar 
até o aterro municipal. Nesse aterro, deverão ser separados os resíduos sólidos dos 
orgânicos. Os sólidos deverão ser encaminhados à reciclagem e os orgânicos serão 
destinados aos aterros.
Estimativas revelam que as prefeituras realizam a coleta seletiva dos resíduos 
sólidos em 52% das cidades pesquisadas; empresas particulares executam a coleta em 
26%. Mais da metade (62%) apoia ou mantém cooperativas de catadores como agentes 
executores da coleta seletiva municipal (PORTAL BRASIL, 2011). De acordo com o mesmo 
estudo, em 27,7% das cidades, o lixo vai para os aterros sanitários e em 22,5% delas 
(somente), para os aterros controlados, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de 
Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE, 2010). 
Infelizmente, tal prática ambientalmente correta nem sempre é vista em 
todos os municípios brasileiros. Considerando a falta de consciência e respeito ao 
meio ambiente, muitos municípios coletam tudo e enterram. Os "lixões" continuam 
sendo o destino da maior parte dos resíduos urbanos produzidos no Brasil, com graves 
prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida da população. A situação 
exige soluções para a destinação final do lixo no sentido de reduzir o seu volume, ou 
seja: no destino final, é preciso ter menos lixo (VAZ; CABRAL, 2006, p.1).
Para reforçar, o custo da coleta seletiva também é alto quando ao comparado 
ao da coleta convencional. O preço médio da coleta seletiva nas grandes cidades 
calculado pela pesquisa do CEMPRE foi de R$ 376,20. Já a coleta regular de lixo custa, 
em média, R$ 85,00, quatro vezes menos (CEMPRE, 2012). 
http://cempre.org.br/ciclosoft_2010.php
28
De onde vem e pra onde vai nosso lixo?
Caro acadêmico, no link abaixo, você vai conhecer um pouco da nossa realidade 
sobre o descarte dos materiais que já tiveram uso no nosso dia a dia, mas agora 
se tornaram um incômodo. 
Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/de-onde-
vem-e-pra-onde-vai-o-lixo-nosso-de-cada-dia. Acesso em: 29 ago 2022.
DICA
As políticas públicas devem avançar e priorizar as demandas por tratamento 
dos resíduos sólidos em parcerias. Essas parcerias podem ser feitas entre 
governos, ONGs, cooperativas e a população, visando discutir a problemática 
do lixo e a partilha do conhecimento entre governos, Organizações 
não governamentais (ONGs), sociedade e cooperativas tem elucidado a 
possibilidade da inclusão socioeconômica e ambiental. Segundo a pesquisa 
do IBGE, cerca de 22 milhões de brasileiros têm acesso a programas 
municipais de coleta seletiva. No entanto, apesar do número

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