Buscar

Imunização, soros e vacinas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@JESSICALECRIM
Imunização 
1. Contexto histórico 
A história da vacinação inicia-se há mais de mil 
anos no Continente Asiático. Os chineses 
desenvolveram a variolização, contato das 
secreções de pústulas de indivíduos infectados 
para indivíduos sãos gerando uma doença leve. 
O método chegou à Europa no início do século 
XVIII com Edward Jenner, médico inglês, que 
observou que mulheres ordenhadoras de vacas 
contaminadas pelo vírus cowpox (varíola das 
vacas), não desenvolviam a doença e não 
contraíam o vírus smallpox (varíola humana). 
Jenner inoculou a linfa retirada de uma vesícula 
da mão direita de Sara Nelmes na pele do braço 
de um menino de oito anos, de nome Jacobo 
Phipps. A criança desenvolveu a conhecida 
reação eritêmato-pustulosa no local da 
escarificação e escassos sintomas gerais. 
Decorridas seis semanas Jenner inoculou o pus 
da varíola humana na criança, que não adquiriu a 
doença. Essa foi a primeira vacina que se tem 
notícia, assim como a erradicação da varíola na 
época. 
A partir dai, as imunizações só evoluíram. 
2. Definições 
Imunização: Processo mediante o qual se 
adquire, de forma natural ou artificial, a 
capacidade de defender-se perante uma 
determinada agressão bacteriana, viral ou 
parasitária. 
→ Imunização passiva refere-se ao recebimento 
de anticorpos prontos (soro hiperimune, 
gestação [IgG], aleitamento materno [IgA]). É 
natural, artificial (transferência de anticorpos, 
soro contra mordida de animais peçonhentos, 
plasma de indivíduos curados de COVID-19) e 
possui como principal vantagem a proteção 
imediata. Há risco de infecção, de contrair 
doença do soro (hipersensibilidade tipo 3) e 
possui um curto período de proteção). 
- T í t u l o d e a n t i c o r p o = q u a n t i d a d e 
(concentração) de anticorpo circulante no 
plasma sanguíneo 
→ I m u n i z a ç ã o a t i v a r e f e r e - s e a o 
desenvolvimento de anticorpos pelo próprio 
organismo (adquirindo a doença ou através de 
vacinas). É gerada pelo próprio sistema imune 
do indivíduo em infecções clínicas e subclínicas, 
na qual ocorre a produção de memória com 
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
proteção subsequente (depende da natureza do 
antígeno) e possui proteção duradoura. 
Vacina: Substância derivada, ou quimicamente 
semelhante a um agente infeccioso particular, 
causador de doença que suscita uma resposta 
imunológica que protege da doença associada 
ao agente. 
→ Imunização ativa artificial com uso de micro-
organismos atenuados ou mortos, fragmentos 
antigênicos ou toxinas. 
3. Produção de vacinas 
É muito importante analisar o ciclo de vida do 
microorganismo e as formas de vida as quais ele 
assume e encontrar o melhor estágio para servir 
de alvo. 
→ Proteínas são as formas mais imunogênicas 
para montar uma resposta eficiente contra o 
patógeno. 
Também, devem ser estudados os mecanismos 
imunológicos desencadeados pelo patógeno. 
Uma boa vacina ativará uma resposta imune 
adaptativa (humoral e celular) que estimulará 
u m a r e s p o s t a T d e p e n d e n t e , c o m 
desencadeamento de memória imunológica. 
A vacina ideal tem por características a 
administração oral, o baixo custo, a segurança, 
doses únicas e de proteção duradoura. 
4. Vias de inoculação 
Definem o tipo de anticorpo desejado. As vias 
de inoculação privilegiam a formação do 
antígeno adequado. 
- I n t r a m u s c u l a r ( I M ) → p n e u m o c o c o , 
meningococo, hepatite A e B 
- Intradérmica (ID) → BCG, tuberculose 
- Subcutânea (SC) → febre amarela, varicela, 
tríplice viral, tetraviral 
- Oral (VO) → poliomielite 
→ Vacina intravenosa não funcionaria pois as 
células APC são teciduais, então não atuariam 
ativando uma resposta imune. 
Imunidade de rebanho: imunizar a maior parte 
da população visando proteger àqueles que não 
podem ser imunizados. 
CARACTERÍSTICAS DE VACINAS EFETIVAS
Segurança
Não deve causar doença 
ou morte
Proteção
Deve proteger contra a 
doença resultante da 
exposição ao patógeno 
vivo
Fornecer proteção 
prolongada Deve durar muitos anos
Induzir anticorpos 
neutralizantes
Alguns patógenos 
(como o vírus da pólio) 
infectam células que não 
podem ser substituídas 
(neurônios), o anticorpo 
neutralizante é essencial 
para previnir a infecção 
de tais células
Induzir células T 
protetoras
Alguns patógenos, 
particularmente os 
intracelulares, são mais 
efetivamente atacados 
por meio de respostas 
mediadas por células
Considerações práticas
Baixo custo por dose, 
estabilidade biológica, 
fácil administração, 
poucos efeitos colaterais
CARACTERÍSTICAS DE VACINAS EFETIVAS
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
5. Composição 
Vacinas podem conter os seguintes itens em sua 
composição: 
- Água estéril 
- Soro fisiológico 
- Fluídos proteicos 
- Conservantes 
- Estabilizantes 
- Adjuvantes* (potencializadores da resposta 
imune) 
- Albumina 
- Traço de antibióticos 
- Thimerosal (contém mercúrio) 
- Pode induzir reações alérgicas graves 
*Auxiliam a desenvolver uma resposta imune 
c o n t r a a g e n t e s p o u c o i m u n o g ê n i c o s . 
Geralmente as preparações vacinais incluem o 
adjuvante, produzem efeitos por mecanismos 
d i v e r s o s q u e p a r e c e m a u m e n t a r a 
imunogenicidade (prolongando o período de 
apresentação do antígeno). Os mais comumente 
utilizados nas vacinas humanas são: sais 
inorgânicos com base no hidróxido de alumínio 
(alume) ou fosfato de cálcio. Têm como principal 
função produzir efeito de depósito e liberar IL-12 
(citocina pró-inflamatória). 
6. Conservação 
Vacinas são sensíveis à variação de temperatura. 
Por isso, precisam ser conservadas entre 2 e 8ºC, 
passando por uma cadeia de frio da fabricação à 
aplicação. O congelamento é a principal falha 
com comprometimento da qualidade, assim 
como exposição à temperatura ambiente. 
7. Tipos de vacina 
Existem atualmente, cerca de nove tipos de 
vacina. 
A) Agentes atenuados 
A g e n t e i n f e c c i o s o e s t á v i v o , p o r é m 
enfraquecido. Produz condições semelhantes às 
doenças (gestantes e imunossuprimidos não 
podem receber esse tipo de vacina, pois pode 
haver reversão da infecção gerando um vírus 
selvagem). 
São exemplos: BCG, dengue, febre amarela, 
herpes zóster, poliomielite oral, rotavírus, 
tetraviral e tríplice viral. 
Apresenta a desvantagem de risco de reversão à 
patogenicidade. No entanto, dose única, 
proteção duradoura e resposta humoral/celular 
são muito vantajosas. 
B) Agentes mortos ou inativados 
São utilizados os principais antígenos do agente 
infeccioso (imunogênicos e antigênicos). 
São exemplos: salk, hepatite A, raiva, cólera, 
gripe, febre tifoide, coqueluche. 
Não existe risco de reversão da patogenicidade 
nem de transmissão. Porém, exige múltiplos 
reforços, são de composição pouco conhecida, o 
patógeno deve ser cultivado in vitro, necessita 
do uso de adjuvantes e gera principalmente 
resposta humoral. 
C) Compostos tóxicos inativos (toxóides) 
Toxóides são subunidades dirigidas contra as 
toxinas produzidas por um patógeno. Participam 
por longo tempo da série-padrão de inoculação 
infantil as toxinas inativas do tétano e da difteria. 
Apesar de ter que ser reforçada a cada 10 anos, 
há ação direta na inativação do agente causador 
da doença. 
D) Conjugadas 
Utilizam porção do microrganismo (geralmente 
carboidrato) conjugado a uma proteína 
carreadora. Difere da vacina combinada que 
contém vários antígenos diferentes em uma 
única apresentação. 
São exemplos: pneumococo e influenza B. 
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
É u m a v a c i n a s e g u r a m a s d e b a i x a 
imunogenicidade (necessidade da adição de 
adjuvantes). 
E) Subunidades (proteínas recombinantes) 
Há isolamento do gene do antígeno de interesse 
e clonagem em vetor de expressão, transforma-
se e purifica-se o antígeno recombinante. Ocorre 
adição de adjuvantes. 
São exemplos: hepatite B, HPV, pneumococoe 
meningococo. 
F) DNA (em testes clínicos) 
Os DNAs endocitados pelas células no sítio de 
inoculação permanecem no núcleo celular sem 
ocorrer incorporação ao genoma da célula 
hospedeira. As vias metabólicas da célula 
hospedeira são utilizadas para os processos de 
transcrição do DNA inoculado e, em seguida, o 
RNA mensageiro é traduzido para que ocorra a 
síntese do antígeno proteico relacionado ao 
agente infeccioso. 
Os antígenos expressos endogenamente são 
processados pelas células apresentadoras de 
ant ígenos e os f ragmentos resultantes 
complexados com moléculas do complexo 
principal de histocompatibilidade (MHC I). Em 
seguida, o complexo MHC I/peptídeo é 
apresentado na superfície celular para o 
reconhecimento e ativação específica de 
linfócitos T citotóxicos (LTCD8+). 
Alguns dos antígenos produzidos pelas células 
musculares são secretados para o espaço 
extracelular, onde podem tanto estimular 
linfócitos B a produzir anticorpos específicos 
como ser endocitados por outras células 
apresentadoras de antígenos, induzindo 
apresentação via MHC II. 
→ A imunidade adquirida pela vacina de DNA 
persiste por longo período de tempo, devido à 
constante produção endógena do antígeno pela 
célula hospedeira e à capacidade destes 
antígenos estimularem memória imunológica. 
G) Vetores recombinantes (em testes clínicos) 
Compostos por vírus atenuados, que são 
capazes de produzir antígenos de outros 
patógenos quando inoculados. 
Vários VRRs (vetores virais recombinantes) já 
foram desenvolvidos nos últimos anos. São 
exemplos: adenovírus, poxvírus, SARS-CoV-2 
(Oxford/AstraZeneca). 
H) Vacina de RNAm 
Produzem resposta imune celular com produção 
de linfócitos T CD4 e T CD8, além de resposta 
humoral com produção de IgG e células de 
memória. 
São exemplos: SARS-CoV-2 (Pfizer). 
I) Terapêuticas 
São feitas a partir de células dendríticas para o 
combate ao câncer. Monócitos do paciente são 
isolados do sangue periférico e após, são 
geradas células dendríticas cultivando as células 
in vitro adicionando GM-CSF e IL-4 na cultura 
celular. No caso do isolamento das células 
dendríticas imaturas, as células são maturadas e 
ativadas usando uma variedade de coquetéis de 
citocinas. Em seguida, são estimuladas com 
antígeno tumoral ou fragmento de tumor do 
paciente. A seguir são injetadas no paciente, 
geralmente por meio de injeções subcutâneas 
(SC) ou intradérmicas (ID), embora a injeção 
intravenosa (IV) ou direta nos nódulos linfáticos 
também tenha sido usada. 
 
CASO CLÍNICO) Homem de 25 anos dá entrada 
no pronto socorro por conta de ferimento na 
perna esquerda, após queda de bicicleta. Foi 
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
REVISÃO
@JESSICALECRIM
encaminhado para sutura e, em seguida, a 
enfermeira informou que seria aplicada a vacina 
anti-tetânica. O rapaz perguntou qual seria a 
necessidade da vacina pois, há cerca de 12 anos, 
já havia sido imunizado. 
Qual o tipo de vacina está em questão? Vacina 
feita por compostos tóxicos inativos (toxóides). 
Por que o paciente tinha recomendação de 
aplicar a dose reforço? Pois esse tipo de vacina 
é produzida com agentes pouco imunogênicos. 
Assim, após 12 anos, a quantidade de anticorpos 
circulantes está muito reduzida e o tétano é uma 
doença que não confere imunidade. 
 
O que se espera com a dose reforço? 
Aumentar a quant idade de ant icorpos 
circulantes. 
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA

Continue navegando