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Toxoplasmose: Parasita Intracelular

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Toxoplasmose 
Doença infecciosa provocado pelo parasita 
Toxoplasma gondii, ou T. gondii, que pode ser 
encontrado nas fezes do gato, na água ou em carne 
mal cozida como porco ou cordeiro, contaminados 
com o parasita. 
HOSPEDEIROS: Felinos, porém infecta inúmeros 
vertebrados, inclusive o Homem 
 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Protozoário intracelular de morfologia múltipla e 
apicomplexa (complexo apical: fixação e penetração). 
  Mecanismo de invasão celular: 
• ADESÃO da parte apical do parasito na membrana 
da célula hospedeira; reconhecimento de receptores 
conservados de membrana: laminina, integrina, 
glicosaminoglicans, proteoglicans. 
• Parasito secreta proteínas de micronemas, roptrias 
e grânulos densos. 
• A membrana plasmática da célula hospedeira realiza 
um movimento de englobamento do parasita a partir 
do sítio de adesão para formar o vacúolo parasitóforo 
• Dentro do vacúolo parasitóforo os grânulos densos 
despejam seu conteúdo modificando o ambiente do 
vacúolo parasitóforo, impedindo a acidificação e 
facilitando a replicação do parasita. 
 
  Morfologia das formas infectantes: 
• Taquizoitos: Fase aguda da infecção. 
- Multiplicação rápida 
- Pouco resistente ao suco gástrico 
- Localizações: Vacúolo parasitóforo, excreções, 
macrófagos, células SMF, células hepáticas, 
pulmonares, nervosas, submucosas e musculares. 
 
Figura 1: (A) Taquizoítos individuais em forma de crescente e em 
divisão em comparação com o tamanho dos glóbulos vermelhos e 
leucócitos do hospedeiro. (B) Cistos teciduais em seção de 
músculo. 
• Bradizoitos: Fase crônica da infecção ou fase aguda. 
- Maior acúmulo de glicogênio 
- Síntese de proteínas distintas 
- Multiplicam-se lenta e dentro de cistos; 
  Isolamento imunológico. 
- Localizações: Vários tecidos (musculares 
esqueléticos, cardíacos, nervoso), vacúolo 
parasitóforo de uma célula. 
 
Figura 2: Parede do cisto tecidual (seta) e centenas de bradizoítos 
 
• Oocistos: Forma de resistência. 
- Parede dupla 
- Esféricos (12,5 x 11,0µm) 
- 2 esporocistos: 4 esporozoítos cada. 
- Localização: 
 Produzidos nas células intestinais (enterócitos) dos 
felídeos não imunes e eliminados nas fezes ainda 
imaturos. 
 Meio ambiente: Esporulação → Aumento do volume 
do parasito e produção de esporozoítos em seu 
interior. 
 
Figura 3: (A) Oocisto não esporulado em flutuação fecal de fezes 
de gato. (B) Oocisto esporulado com uma parede oocística. 
 
TRANSMISSÃO: 
• Ingestão de oocistos: Alimentos, água contaminada, 
jardins, lata de lixo, disseminação mecânica por 
moscas, baratas, minhocas, etc. 
- Viáveis no solo úmido sombreado: 12 a 18 meses. 
- 54 meses à 4°C; 106 dias à -10°C; 
- 55-60°C (1min): MORTE! 
• Ingestão de cistos (contendo bradizoítos): Carne 
crua/mal cozida (boi, porco e carneiro) 
- Viáveis por mais de três meses quando a 4°C. 
- Mais de uma semana no congelador de -1 a -8°C. 
- Aquecimento acima de 67°C – MORTE! 
 
• Congênita ou transplacentária: Risco de 
transmissão por taquizoítos para o feto. 
  Sorologia positiva antes da gravidez – Menos 
chance de infecção do feto. 
• Outros: Ingestão de taquizoítos em leite 
contaminado ou saliva, acidente de laboratório, 
transplante de órgãos infectados, etc. 
 
CICLO VITAL 
Desenvolve-se em duas fases: 
• Assexuada – Nos linfonodos e tecidos de todos os 
hospedeiros 
  Homem e outros mamíferos (Hospedeiros 
intermediários). 
• Sexuada – No epitélio intestinal dos felídeos não-
imunes. 
  Gatos (hospedeiros definitivos) 
 
FORMAS CLÍNICAS 
1. Toxoplasmose congênita 
- Mãe na fase aguda ou reagudização durante a 
gravidez. 
- A infecção fetal se dá pela invasão placentária por 
taquizoitos. 
- Fatores relacionados: Grau de exposição do feto, 
virulência da cepa, proteção dos anticorpos da mãe. 
 
 Infecção materna no primeiro trimestre 
- Quadro agudo: Mais grave! 
- Pode resultar em: Aborto, natimorto ou 
prematuridade. 
- Pode resultar em: Encefalite, convulsões, miocardite 
Hidrocefalia, calcificações cerebrais, coriorretinite, 
retardo mental. 
- Tétrade de SABIN 
 a. Coriorretinite (em 90% dos pacientes): bilateral, 
macular ou perimacular, simétrica. 
 b. Calcificações cerebrais (em 69%). 
 c. Hidrocefalia ou microcefalia (em 50%). 
 
 Infecção materna no segundo e terceiro 
trimestres 
- Pode ser assintomática para o feto com 
manifestação tardia de doença. 
- Geralmente causa micropoliadenopatia, 
hepatoesplenomegalia, lesões oculares (cegueira). 
 
2. Toxoplasmose adquirida 
• Febril aguda: Em crianças e adultos. 
  Forma mais frequente. 
• Ocular: Resulta da infecção da retina por taquizoítas 
ou cistos de bradizoítos. 
  Foco coagulativo e necrótico na retina que pode 
evoluir à cegueira. 
• Cutânea: Lesões generalizadas na pele 
  Raro! 
• Encefalite: Raramente produzida pela infecção 
aguda, mas por reativação. 
 Pouco frequente em indivíduo imunocompetente 
 AIDS: reativação das formas císticas (25% de risco) 
 Ataque de células nervosas, lesões focais múltiplas. 
 Cefaléia, febre, incoordenação muscular, 
convulsões, delírios, alucinações visuais, progressão à 
coma. 
• Generalizada: Evolução mortal. Comprometimento 
meningoencefálico, miocárdico, pulmonar, ocular, 
digestivo 
  EVOLUÇÃO MORTAL. 
 
Figura 4: Toxoplasmose ocular 
 
Figura 5: Abcesso cerebral por T. GONDII 
DIAGNOSTICO LABOTORIAL 
1. Demonstração do parasita 
• Encontro de taquizoítos durante a fase aguda: 
líquido amniótico, sangue. Pesquisa do DNA do 
parasito por PCR. 
• Encontro de cistos na fase crônica: biópsia de 
tecidos 
2. Testes Sorológicos ou imunológicos 
• Uso mais rotineiro no diagnóstico da Toxoplasmose 
• Imunofluorescência indireta: pesquisa de IgM (fase 
aguda), IgG (fase crônica); 
• ELISA para IgM, IgG e IgA – teste mais usado (mais 
sensível). 
 
TRATAMENTO 
• Ainda não existe um medicamento eficaz na fase 
crônica. 
• Drogas utilizadas atuam contra Taquizoítos, mas não 
contra cistos. 
• Drogas utilizadas: 
✓ Pirimetamina + Sulfadiazina por 4 meses. 
 TÓXICO: Inibem a dihidrofolato-redutase 
impedindo a síntese de folato e do DNA parasitário. 
Na gravidez: 
✓ Espiramicina, clindamicina. 
• Apresentam toxicidade e são indicadas apenas nas 
seguintes situações: 
 - Infecção aguda na gravidez (conversão sorológica). 
 - Uveítes. 
 - Doença congênita. 
 - Doença no imunodeprimido. 
 
PROFIXALIA 
• Evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas 
• Evitar manipular terra ou fazer serviços de 
jardinagem sem proteção 
• Evitar comer alimentos crus ou mal lavados 
•Evitar o contato com gatos filhotes de procedência 
ignorada 
• Tratar a gestante que apresentar conversão 
sorológica 
• Incinerar fezes de gatos

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