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12
EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL
Fabia Cristiane Carvalho[footnoteRef:1] [1: Fabia Cristiane Carvalho, Lisandra Kaefer, Larissa Abreu Martins, Taíse Santos da Rosa] 
Lisandra Kaefer1
Larissa Abreu Martins1
Taíse Santos da Rosa1
Thamiris Marques[footnoteRef:2] [2: Thamiris Marques
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Pedagogia (FLC22061PED) – Prática Interdisciplinar: Educação de Jovens e Adultos (PED103) – 15/10/22] 
RESUMO
A educação de jovens e adultos tem por objetivo incluir as pessoas na sociedade, recuperando muitas vezes a autoestima perdida, dando a oportunidade de se reinventar através do conhecimento. E nesse processo de desenvolvimento humano, buscando resolver problemas do próprio cotidiano com maior facilidade, de maneira crítica e consciente de sua responsabilidade enquanto cidadão que tem direitos e deveres a serem exigidos e cumpridos. A construção do conhecimento neste tipo de educação se dá através das experiências vividas em conjunto com os conhecimentos científicos, e os construídos no ambiente escolar. O adulto quando se defronta com novos conhecimentos, muda sua postura em relação ao outro, a si mesmo, se tornando uma pessoa crítica, provocando mudanças no meio social onde vive. Deixa de ser um cidadão passivo, começa a ter sua opinião própria, não aceitando as coisas que já vem prontas e acabadas, participando de todo processo que possa modificar sua própria história. Nessa concepção a educação de jovens e adultos, vem para agregar valores as pessoas que não tiveram a oportunidade e o acesso à educação. Muitas pessoas, ao retornar os estudos encontrar um tempo para desenvolver-se enquanto pessoa é um desafio, já que se deparam com dificuldades em relação a aprendizagem, em relação a organização do tempo para estudar dentro de sua rotina, e ter a motivação necessária para não desistir no meio do caminho.
Palavras-chave: Educação. Conhecimento. Jovens. Adultos.
1. INTRODUÇÃO
A modalidade de ensino denominada EJA (Educação de Jovens e Adultos), é amparada por lei e destinada para jovens e adultos que não tiveram por algum motivo acesso as modalidades regulares de educação. Toda via, essas pessoas tem um conhecimento próprio o que forma uma cultura própria. Nessa modalidade de ensino a atuação de dois atores locais no desenvolvimento do ensino, são eles: O docente e os alunos que trabalham de forma interligada no processo de educação com a finalidade de inseri-los na sociedade que é a cada dia mais excludente. O perfil do professor da EJA é de grande relevância, visto que o mesmo atua como professor especial, tentando transformar a realidade de cada aluno, identificando as habilidades dos mesmos, o outro protagonista do processo ensino aprendizagem é o aluno da EJA, visto que eles são os mais beneficiados com a aprendizagem transformando sua realidade a partir da inserção na vida da sociedade.
O artigo tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre a temática do Ensino EJA, demonstrando a grande importância desse tipo de ensino na formação socioeducacional do aluno, como ferramenta construtora do conhecimento e não apenas mais um método com um misto de teorias e regras que compõem o ensino aprendizagem. Mostrar que o ensino para Jovens e Adultos na EJA, deve ser contextualizado para que o aluno tire dela o máximo de experiência de vida, que aprenda a estimular novas ideias, buscando soluções para problemas e situações que envolve seu cotidiano e ajude nos desafios de seu trabalho.
A educação brasileira apresenta como um dos grandes problemas a falta de políticas públicas que visem incentivar a melhoria no ensino, promovendo uma educação de qualidade para todos. A educação brasileira tem passado por um processo de popularização nas últimas décadas em que os mais estão conseguindo conquistar lugares antes alcançados por pessoas que detinham melhores condições financeiras, dessa forma a educação de ser elitizada e passou a ser direito de todos desde o ensino primário até o universitário. (IOSCHPE, 2005).
Os alunos da EJA apresentam características diferenciadas do ensino regular, pois vivenciam problemas que os tornam frágeis tais como: vergonha, discriminação, falta de oportunidade, desemprego, entre outros. Essas questões estão relacionadas com a baixa ou nenhuma escolaridade que os mesmos apresentam fazendo com que aja um distanciamento entre essas indivíduas na sociedade.
A educação é um direito inerente do ser humano sendo essencial e insubstituível na vida dos mesmos, sendo ela responsável por promover mudanças em diversas áreas de sua vida. Nossa sociedade necessita das práticas culturais associadas a educação, visto que a educação é a base de qualquer prática humana para se viver em sociedade, dificilmente uma sociedade conseguiria sobreviver se seus membros não tivessem acesso à educação. (BRANDÃO, 2002).
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é considerada de grande importância pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), mas este nível de ensino, em muitas administrações municipais e estaduais, ainda hoje é tratado simplesmente como um ensino fundamental e médio normal, mudando apenas o turno das aulas. Os profissionais que atuam na formação de alunos de nível fundamental e médio, na maioria das vezes, são os mesmo que atuam com os alunos da EJA.
A falta de estudos que mostrem a importância de se conhecer o perfil do aluno EJA constitui a problemática desse estudo, pois estudos que direcionem a esse aluno são escassos, não indicando os perfis, diferentes que constituem essa modalidade de ensino. É necessária uma dedicação especial para esse tipo de ensino, pois ele atinge uma parte de cidadãos do nosso país que já exercem um papel relevante na sociedade, mas que em matéria de educação formal ainda não estão formados plenamente. Dessa forma a EJA, como o ensino regular ser priorizada, pois evidente o ensino a indivíduos de diferentes faixas de idades se torna uma atividade muito complexa necessitando, que os profissionais de educação precisam desenvolver habilidades que possam estimular a aprendizagem reduzindo a evasão escolar que nessa modalidade de ensino apresenta índices negativos. Compreender a realidade dos alunos faz com que o ensino ocorra de forma positiva, sendo capaz de mudar a vida de uma pessoa podendo inseri-la na sociedade.
Percebe-se que o conhecimento trazido pelo aluno da EJA pode se tornar um ponto chave no processo de aprendizagem, embora a boa didática do professor é um fator fundamental para que não haja evasão nas escolas. A maioria dos alunos do ensino EJA, já chegam às escolas cansados. Muitos deles trabalham, por isso as aulas deveriam ser mais atraentes, interessantes. A tecnologia é uma excelente ferramenta para otimizar essas aulas, embora muitas escolas não ofereçam isso. Diante dessa situação, existe grande preocupação por parte dos professores da educação continuada, uma vez que somente por meio de uma formação adequada os professores podem socializar seus conhecimentos com os alunos de forma diferenciada.
Educar é uma tarefa árdua, mas que trazem resultados para quem transmite e quem recebe as informações deixando apenas de ser uma reunião em sala de aula de diferentes pessoas para um encontro com o conhecimento. É papel do professor que atua na EJA identificar a realidade dos alunos procurando motivá-los a seguir em frente com seus estudos, pois os mesmos podem conseguir crescimento pessoal e profissional melhorando sua qualidade de vida. Deste modo, é evidente a necessidade de construirmos uma política educacional permanente para jovens e adultos. Somente assim, poderemos efetivamente construir uma educação plena e que possibilite uma formação emancipadora para todos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No decorrer da História do Brasil a educação e os direitos de quemdeveria ter acesso a ela, perpassou por inúmeros acontecimentos e decisões dos governos que, na maioria das vezes deixavam um alto percentual da população de fora dos bancos escolares. A maioria das decisões se transformava em projetos governamentais que acabavam quando esses governos chegavam ao fim. No entanto, aos poucos começaram a ocorrer mudanças, educadores como Paulo Freire, Anysio Teixeira, Darcy Ribeiro, difundiam suas ideias sobre educação como um direito de todos; ideias essas que se difundiram até chegar aos Artigos 205, 208 e 213, da Constituição Federal de 1988:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação (CONSTITUIÇÂO FEDERAL, 1988, p. 501).
Esses artigos fazem referência sobre educação para crianças e jovens em idade escola adequada, mas existem artigos deste documento que mencionam a educação de jovens e adultos, que serão discutidos mais adiante neste texto. No entanto, necessitados realizar uma contextualização histórica antes.
Neste sentido, antes e após a aprovação da Constituição Federal, iniciam-se discussões mais pertinentes sobre legislações que permitissem que Jovens e Adultos tivessem acesso à sala de aula, sendo respeitados em suas particularidades e também atendidos como uma clientela diferenciada. Mesmo não sendo referenciada na Constituição de 1988, a educação de jovens e adultos já era pensada em governos anteriores, porém como já nos referimos eram políticas governamentais que expiravam junto com eles. Segundo Haddad e Di Pierro (1994):
Março de 1985, início da chamada "Nova República", é o marco Inicial da análise. Com a posse do vice José Sarney (que assumiu em substituição ao falecido Presidente Tancredo Neves), teve início o primeiro governo civil após 20 anos de regime militar. No clima otimista de redemocratização que marcou o início da "Nova República", emergiu o slogan "Educação para Todos", que deu nome ao Programa lançado em junho pelo então Ministro da Educação Marco Madel (PPl/PE). Parte da repercussão do Programa deveu-se à iniciativa do MEC em promover sua discussão nas redes de ensino no chamado "Dia D" (15/10/85) (HADDAD; DI PIERRO, 1994, p. 2).
Assim, os governos a partir daí, mesmo com algumas dificuldades e oposições, devido a desacordo ideológicos políticos, econômicos e sociais entre os Partidos que ressurgiram após a abertura política de 1984, após quase trinta anos de Ditadura Militar, iniciam-se discussões e debates sobre como a educação no Brasil poderia chegar a ser “para todos”.
Como podemos notar na citação acima estas discussões no começaram a pouco tempo, elas se arrastam por quase trinta anos e, ainda no século XXI, existem inúmeras barreiras para que jovens e adultos consigam chegar à sala de aula. Pois, durante a Ditadura, existia um programa que dava acesso a adultos não alfabetizados à educação, no entanto, não propiciava condições necessárias para que todos os não alfabetizados pudessem estudar, tais como horários diferentes de seus horários de trabalho. Este programa, o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), pelos anos de Ditadura foi o único programa que atendeu esses indivíduos, porém não conseguindo erradicar ou mesmo diminuir o analfabetismo no país.
Porém, com a abertura política, as ideias de dar acesso à educação a quem precisasse começava a dar passos mais firmes. Haddad e Di Pierro (1994), continuam suas reflexões, quando colocam que:
A prioridade conferida à educação começou a materializar-se na aprovação pelo Senado Federal (em 27/06/85) e sanção Presidencial (em 24/07/85) da Emenda Calmon, que elevou os recursos oriundos de impostos vinculados à educação para 18% do orçamento da União e 25% dos Estados e Municípios. O novo governo simbolizou a ruptura com a política de educação de jovens e adultos do período militar com a extinção do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), substituído pela Fundação Educar (Decreto 91.980 de 25/11/65). Em janeiro de 1986 o MEC convocou especialistas e constituiu a Comissão de Elaboração de Diretrizes Político-Pedagógicas da Fundação Educar. Em quinze dias de trabalho, a Comissão produziu o documento: COMISSAO PARA ELABORAÇAO DE DIRETRIZES POLÍTICO-PEDAGÓGICAS PARA A FUNDAÇÃO EDUCAR. Fundação Educar: Diretrizes Político-Pedagógicas. Brasília, 1986. Se em muitos sentidos a Fundação Educar representou a continuidade do Mobral, deve-se computar como mudanças significativas a sua subordinação à estrutura do MEC e a transformação em órgão de fomento e apoio técnico, ao invés de instituição de execução direta. Houve uma descentralização das suas atividades, apoiando técnica e financeiramente iniciativas de educação básica de jovens e adultos conduzidas por prefeituras municipais ou instituições da sociedade civil (HADDAD, DI PIERRO, 1994, p. 2-3)
Com essas sanções, principalmente com fomento econômico, o Governo federal começa as primeiras premissas direcionadas em instaurar as Diretrizes que davam base para a Educação de Jovens e Adultos, que irá culminar com a Constituição Federal de 1988. Conforme Haddad e Di Pierro (1994):
Finalmente, a 5 de outubro de 1988 foi promulgada a nova Constituição que, no Artigo 212 tomou direito do cidadão e obrigação do Estado oferecer educação fundamental, independentemente de idade; no Artigo 214, a Constituição previu a elaboração de Planos Nacionais de Educação; o Artigo 60 das Disposições Transitórias estipulou dez anos de esforços concentrados em prol da universalização do ensino fundamenta) e erradicação do analfabetismo, dedicando-se para tal fim 50% dos recursos vinculados à educação. Assegurado o direito de jovens e adultos ao ensino fundamental público e gratuito, os educadores dirigiram suas atenções para a lei complementar de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A 11ª Reunião Anual da ANPED - Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação (Porto Alegre, RS: 25 a 29/4/1988). formulou recomendações para a nova LDB: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO. Grupo de Trabalho Educação Popular. Indicações gerais para educação de jovens e adultos na nova LDB. Boletim da ANPED, v. 10. n. 2/3, abr/set. 1988 (HADDAD; DI PIERRO, 1994, p. 4).
A partir dessas primeiras decisões e discussões, cada governo que entrava, os presidentes extinguiam instituições e formavam novas para dar continuidade a educação de jovens e adultos, muitas dessas decisões, sempre atreladas a condições econômicas e políticas, davam ao processo de educação de jovens e adultos um cunho preconceituoso e muitas vezes errôneo, o que fazia com que os indivíduos alvo desses programas, muitas vezes não aceitassem participar, pois, não se viam atores desse processo e, sim como cobaias de programas governamentais que podiam ser encerrados do dia para a noite.
No entanto, estudiosos e organizações interessadas em dar um acesso seguro a esses indivíduos à educação, nunca desistiram, criando ONGs ou mesmo pressionando o Governo Federal com criação de movimentos populares ou mesmo encontros nacionais e internacionais sobre educação de jovens e adultos, para dar continuidade às discussões e criar diretrizes cada vez mais sólidas para que esse processo continuasse.
Sobre a importânciada educação de jovens e adultos para o desenvolvimento da sociedade, Haddad e Di Pierro (1994), colocam:
A educação de jovens e adultos é um instrumento que contribui para o desenvolvimento social. Sua ação isolada, no entanto, é limitada. A eliminação do analfabetismo e a universalização da educação básica, estão afetos, entre outras condições específicas, à superação da miséria e outras formas de pobreza em que vive grande parte da população brasileira. O país só será considerado socialmente justo e democrático quando toda sua população tiver acesso a uma base mínima igualitária no que diz respeito aos direitos sociais fundamentais. A educação de jovens e adultos é também um instrumento que a sociedade dispõe para potencializar a participação das camadas populares no direcionamento social, ampliando a cidadania destes setores (HADDAD; DI PIERRO, 1994, p.8).
Como podemos notar, a discussões sobre as Diretrizes, Direitos e Premissas legais sobre a educação de Jovens e Adultos, está longe de acabar, pois, na atualidade houve um grande retrocesso nesta etapa de ensino por motivos da Pandemia de COVID19, a suspensão das aulas por quase dois anos, prejudicando muito esses indivíduos, porque são indivíduos diferenciados no sentido tanto cognitivo, quanto suas condições de vida (muitos são provedores e chefes de família), o que não deu, para maioria uma brecha em seu cotidiano para que eles dessem continuidade ao seu processo de ensino e aprendizagem à distância, fazendo com que muitos desistissem. No momento, pós pandemia, com a vida mundial voltando aos poucos a normalidade, esperamos que esta etapa se fortaleça novamente e que, jovens e adultos de todo o Brasil retorne à sala de aula, para dar continuidade a educação, empoderamento e autonomia, elementos muito importantes na vida atual. 
Porém, sempre devemos estar atentos aos projetos e ideias que os governos desenvolvem em relação à educação e , principalmente sobre a educação de jovens e adultos, pois, esta etapa de ensino, apesar da sua legislação ser antiga e vigorar, ela é frágil, pois, sua clientela é muito especial, porque sua clientela não luta somente “pelo complemento de sua escolarização mas, também, por dignidade, igualdade de gênero, respeito a diversidade e acesso aos programas socias” (p.432), como coloca Machado (2016). Sendo assim, a importância de discutir metodologias e garantias de acesso aos jovens a adultos que abandonaram a escola por diversos fatores, se faz uma necessidade e uma responsabilidade de todo o trabalhador em educação.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, a fim de observar as discussões, contribuições e reflexões dos autores encontrados que tem como objeto de estudo o tema bem abrangente e extremamente relevante para a pedagogia: Educação de Jovens e Adultos. Buscou-se informações em fontes bibliográficas e documentais que é desenvolvida com base em material já elaborados, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Esta pesquisa utilizou-se deste método, para análise das opiniões de alguns autores encontrados principalmente em artigos científicos e em livros acerca do tema referido.
Em relação ao processo de pesquisa utilizou-se a pesquisa qualitativa, que irá abranger na pesquisa a seguir, nos resultados e discussões a comparação das ideias dos principais autores referenciados na fundamentação teórica, com o fim de problematizar as reflexões sobre o tema na pesquisa. Com a seguinte questão: os autores entram em concordância em suas reflexões sobre o tema? E qual a ideia central da contribuição dos autores para a referida pesquisa? Para assim, contribuir com uma reflexão crítica do assunto pesquisado. Com o objetivo de contribuir teoricamente e refletir sobre a infância e suas linguagens no universo da Pedagogia.
O trabalho teve por objetivo, a importância da reflexão sobre o que de fato pode afastar o aluno do seguimento EJA da escola. O desinteresse não é uma característica que se compõe a um ser sem algum motivo, para que ele cresça ou não há identificação por parte do desinteressado, ou algo está deixando sendo feito para que a familiarização aconteça. A reflexão objetivada, não para apenas nesse contexto. É preciso pensar sobre o porquê da baixa atenção para esse nível de escolaridade, como colocado no decorrer do trabalho. O professor carrega uma responsabilidade muito grande sobre a abordagem com os alunos, com a metodologia aplicada e o material utilizado, mas não é de fato o único responsável pela adequação da EJA e sozinho não poderá abraçar o mundo e dar conta de superar todas as dificuldades.
O desenvolvimento dos conteúdos aqui colocados, também abordam as consequências do contexto histórico que influencia até hoje no ainda presente desmerecimento. Fica evidente que a rotina de um estudante mais velho, que retorna as escolas através da EJA é complicada de se conciliar, mas não justifica a opção do abandono quando se diz respeito a políticas públicas.
O papel político e social da EJA é tremendo e sendo bem sucedida a caminhada, com valores reconhecidos, aulas com base na realidade, material adequado as séries e faixa etária, o cidadão que normalmente viveria em um quadro e exclusão e até mesmo frustração, poderá alcançar lugares inimagináveis a certas pessoas na sociedade.
O conhecimento através da instigação da inconformidade, independente do formato da sala de aula ou da localidade em que será aplicada, coloca o aluno em confronto com a sua realidade e a realidade dos que estão acima socialmente, e também do que estão abaixo, leva a visualizar o contraste em que os brasileiros vivem e quais seriam as formas de deter certas situações.
De uma maneira geral, a EJA passou e passa por um processo evolutivo e não retroativo, reconhecendo principalmente a interferência positiva de Paulo Freire mediante as circunstâncias. Contudo, cabe ressaltar que não é hora de estagnação e sim de visionar novas perspectivas para que o aperfeiçoamento seja contínuo e se chegue ao ápice da adequação e da qualidade.
 “Se nada ficar dessas páginas, algo, pelo menos, esperamos que permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar.” (FEIRE, 1979, p.218).
 Imagem1: Diminuição da população na sala de aula EJA
 
 Https://plannetaeducacao.com.br
 Na imagem 1 como atual situação, a metade da população adulta não tem o ensino fundamental. E com isso, mais e mais cidadãos não tem a oportunidade de se alfabetizarem. Muitos estão voltando aos estudos por não terem tido a oportunidade na idade certa por inúmeros motivos. Com a falta de verba, fechamento/exclusão de programas deixa muitos desassistidos e sem perspectiva de crescimento.
 Imagem 2: Busca por uma velhice mais saudável
 
 https:professoresheroisanonimos.blogspot.com.br
 A imagem 2 refere-se aos idosos que cada vez mais estão em busca de conhecimento, tanto para se alfabetizar, para se especializar ou até mesmo pelo simples fato de estar na ativa, em movimento para ter uma velhice mais saudável em todos os aspectos. E pelo fato de que na sua época não tiveram a oportunidade de estudar, pois precisavam ajudar os pais ou até mesmo para sustentar seus filhos. E hoje, como mencionado, querem ingressar na vida social, estar em contatos com os jovens, aprender sempre mais já que as coisas se transformam a cada dia.
Destacamos que a educação de jovens e adultos se caracteriza como educação pública para pessoas com experiencias diferenciadas de vida de trabalho. O presente estudo não vem para mostrar a questão de idade, e sim a questão cultural, entende ser que jovens e adultos são basicamente não crianças, os quais deve ser tratado sem desprezo, até porque os mesmos já trazem consigo uma história de vida não muito atrativa. O indivíduo adulto traz uma experiencia de vida,sendo assim haverá mudança daquilo que será ensinado, para torna significativo e atrativo. Dados sobre a educação de jovens e adultos trouxe inicialmente questões importantes, que momentos de grandes fracassos e críticas, quando a busca de um ensino de qualidade, onde os alunos possam ter direito a vida mais justa e digna.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme o trabalho desenvolvido fica evidente que a Educação de Jovens e Adultos na modalidade EJA percorreu um grande processo histórico, econômico e social até ser reconhecido pelos governantes não como uma política de governo, mas sim de Estado, em que o fim de um governo não prejudique o pleno desenvolvimento da política, pois estamos falando de um direito social muito importante para aquelas pessoas que não tiveram oportunidades ou acesso à educação regular, ou seja, de dar continuidade ao Ensino Fundamental ou Ensino Médio na faixa etária correspondente.
Oportunizar o acesso à educação é um direito básico que qualquer governo precisa priorizar, assim como a saúde, moradia, saneamento básico, emprego, por exemplo, é através da educação que o ser humano se desenvolve socialmente, economicamente e assim construir uma vida digna em sociedade.
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante Cursos e exames (BRASIL, 1996). 
A escola tem o desafio de oferecer aprendizagem significativa, incentivando a participação e o interesse do aluno e construindo uma educação de jovens e adultos comprometida com a formação humana, que em suas concepções e seus processos pedagógicos considere quem são esses sujeitos, respeite e valorize suas especificidades, requer o comprometimento de todos os envolvidos no processo. 
Mas ao falar do EJA, ainda existe muita discriminação, preconceito, e assim dificultando ainda mais a participação de alunos nessa modalidade, pois eles têm uma dificuldade de aceitação e deste modo tornando cada vez mais distante o sonho de uma formação. É muito importante o incentivo para essas pessoas que necessitam dessa modalidade EJA, pois elas precisam de motivação para persistir, e não desistir dessa formação, sendo que desta forma o aluno do EJA estará adquirindo crescimento e conhecimento pessoal e profissional. 
A educação de Jovens e Adultos, ainda carece de políticas públicas educacionais para assim ter o direito necessário de estar na escola, e permanecer no espaço, ter uma educação de qualidade e uma formação para o mesmo enfrentar as desigualdades sociais que existem. Pois os sujeitos da EJA são cidadãos como qualquer um, pagam impostos, e têm direito a educação de qualidade para todos. O que temos é a legalidade, o registro, o que não é ruim, pois se a EJA não fosse institucionalizada, o quadro seria caótico. O índice de analfabetismo seria maior que o normal.
Além disso, as políticas públicas por serem diferentes das decisões públicas, envolvem mais que uma decisão e requer diversas ações planejadas e selecionadas para implementar as decisões tomadas na sociedade.
 O ensino de jovens e adultos
 
 Foto: Sesi-MT
 A educação de Jovens e Adultos tem como função, reparar os danos educacionais negados pela sociedade, e provocar mudanças não só nos sujeitos envolvidos. Para isso é necessário que se tenha em mente que essa modalidade de ensino é um pouco mais complexa que as demais, pois os alunos da EJA são jovens e adultos trabalhadores ou não, maduros possuidores de uma consciência e um conhecimento formado a respeito da escola e do mundo, e deve ser respeitado.
5. CONCLUSÃO
Portanto, levando em consideração esses aspectos apresentados, é possível observar que todos podem e devem contribuir para que o desenvolvimento da modalidade EJA seja mais valorizada, os governantes devem desenvolver a implantação de políticas integradas para a EJA, as escolas devem elaborar um projeto adequado para seus alunos, além de seus professores que devem estar atualizando de conhecimentos e métodos de ensino. E a sociedade que deve contribuir de modo que não discrimine a modalidade EJA.
A educação para jovens e adultos é uma modalidade onde eles têm uma nova oportunidade de crescimento na área em que tanto almejam. Ou seja, a EJA é a oportunidade que capacita a colaboração de desenvolver pessoas para a sociedade. 
No entanto, cabe ao professor mostrar a eles que são capazes de acabar com seus estudos, e assim reduzindo os índices de abandono escolar. Pois no momento em que a encorajam, podemos está contribuindo para que os índices de analfabetos mudem.
As políticas públicas partem de decisões do governo, assim todos os atos que o governo faz ou deixa de fazer os efeitos caem na sociedade. No entanto, é correto que os governantes fazem garantir aos cidadãos os seus direitos, e implementando políticas públicas, e assim respeitando a realidade regional do país e dos cidadãos.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL, A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é considerada de grande importância pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://portal.mec.gov.br acessado em setembro de 2022.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A escola popular na escola cidadã. Petrópolis. (RJ) Vozes, 2002.
HADDAD, Sérgio; DI PIERRO, Maria Clara. Diretrizes de Política Nacional de Educação de Jovens e Adultos: Consolidação de documentos 1985/1994. São Paulo/SP, agosto de 1994. Disponível em: bibliotecadigital.abong.org.br acessado em setembro de 2022.
IOSCHPE, Gustavo. Por uma lei de responsabilidade educacional. Revista pedagógica Pátio. Porto Alegre: Artmed. Ano IX, n. 34, Mai/ Jun. 2005.
MACHADO, Maria Margarida. A educação de jovens e adultos: após 20 anos da Lei nº 9.394 de 1996. Revista Retratos da Escola. Brasília, v. 10, n. 19, p. 429-451, jul./dez. 2016.

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