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ciclo da borracha no Brasil

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Legislação Aduaneira
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Legislação Aduaneira
Universidade do Sul de Santa Catarina
Legislação Aduaneira
Disciplina na modalidade a distância 
 
 
 
 
5ª edição
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler 
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Iris de Sousa Barros
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Assistente e Auxiliar de 
Coordenação
Maria de Fátima Martins (Assistente)
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Ana Denise Goularte de Souza
Coordenadores Graduação
Adriano Sérgio da Cunha
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R. Pacheco
Arthur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming
Fabiano Ceretta
José Carlos da Silva Junior
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina S. Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Sergio Sell
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Leticia Cristina Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Rogério Santos da Costa 
Roberto Iunskovski
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Eduardo Rodrigues
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Simone Zigunovas (Capacitação)
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Fabiana Pereira
Tutoria e Suporte
Claudia Noemi Nascimento (Líder)
Anderson da Silveira (Líder)
Ednéia Araujo Alberto (Líder)
Maria Eugênia F. Celeghin (Líder)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Francine Cardoso da Silva
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Ana Cláudia Taú
Carmelita Schulze
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Gislaine Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
Jaqueline de Souza Tartari
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Letícia Laurindo de Bonfim
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Melina de La Barrera Ayres
Michele Antunes Corrêa
Nágila Hinckel
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael Araújo Saldanha
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle 
Sabrina Bleicher
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Avaliação da aprendizagem 
Geovania Japiassu Martins (Coord.)
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Jaqueline Cardozo Polla
Thayanny Aparecida B.da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson Martins Rosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira Santos
Lisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Fabiano Ceretta (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Assuntos Jurídicos
BrunoLucion Roso
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues 
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Marcelo Barcelos
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Adriana Ferreira dos Santos
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva
Anne Cristyne Pereira
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Daiana Ferreira Cassanego
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Frederico Trilha
Higor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Oberdan Porto Leal Piantino
Patrícia Fragnani de Morais
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Juliana Cardoso da Silva
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Nidia de Jesus Moraes
Orivaldo Carli da Silva Junior
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Vanessa Trindade
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
José Ricardo Tavares
Legislação Aduaneira
Livro didático
Revisão e atualização de conteúdo
Luciano de Oliveira Gonçalves
Design instrucional
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Viviane Bastos
5ª edição
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
José Ricardo Tavares
Revisão e atualização de Conteúdo
Luciano de Oliveira Gonçalves
Design Instrucional 
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Viviane Bastos (5ª edição) 
ISBN
978-85-7817-281-7
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Higor Ghisi (3ª ed. rev. atual)
Diogo Silva (5ª edição)
 
Revisão
B2B
Jaqueline Tartari
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
341.1222
T22 Tavares, José Ricardo
 Legislação aduaneira : livro didático / José Ricardo Tavares ; revisão e 
 atualização de conteúdo Luciano de Oliveira Gonçalves ; design instrucional 
 Carolina Hoeller da Silva Boeing, Viviane Bastos. – 5. ed. – Palhoça : 
 UnisulVirtual, 2011.
 157 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-281-7
 1. Administração alfandegária – Legislação. 2. Tarifas alfandegárias.
 I. Gonçalves, Luciano de Oliveira. II. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. 
 III. Bastos, Viviane. IV. Título.
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 – O Direito Aduaneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 – O território aduaneiro e a jurisdição aduaneira . . . . . . . . . 29
UNIDADE 3 – Os documentos e os veículos transportadores . . . . . . . . . 45
UNIDADE 4 – Exigências quanto às isenções e reduções do 
imposto de importação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
UNIDADE 5 – Os regimes aduaneiros especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
UNIDADE 6 – Os casos especiais do regulamento aduaneiro . . . . . . . . . 111
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 153
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Sumário
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Legislação 
Aduaneira.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou 
para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e 
instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato. Você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
 
Bom estudo e sucesso! 
Equipe UnisulVirtual
Palavras do professor
Caro aluno,
Seja bem-vindo à disciplina de Legislação Aduaneira!
O objetivo principal da disciplina é trazer para você 
informações, principalmente do regulamento aduaneiro 
brasileiro, que irão permitir a sua contextualização e 
o seu entendimento quanto ao principal conjunto de 
normas que regulam a fiscalização e a organização do 
sistema aduaneiro do nosso país. 
Da primeira à última unidade, você estará inserido 
totalmente nos assuntos que dizem respeito ao 
funcionamento das instituições oficias do sistema 
aduaneiro brasileiro, os servidores públicos que as 
representam, sobre os importadores, exportadores, 
transportadores, fieis depositários, peritos etc., 
conhecendo as suas atribuições, os seus direitos e as suas 
obrigações quando da entrada ou da saída de produtos, 
pessoas e veículos transportadores do nosso território 
aduaneiro.
Os conteúdos estudados na disciplina de Legislação 
Aduaneira são de cunho técnico, por terem como base 
uma lei (Decreto nº 6.759, de 05 de fevereiro de 2009), 
sendo fundamental para o entendimento de todo o 
contexto do Curso de Gestão de Comércio Exterior, 
de forma que você poderá relacioná-lo com os assuntos 
ministrados nas demais disciplinas. 
Vamos aos estudos!
Professor José Ricardo Tavares 
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento 
da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a 
conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu 
tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual 
leva em conta instrumentos que se articulam e se 
complementam, portanto, a construção de competências 
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das 
diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:„ o livro didático;
 „ o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem 
(EVA);
 „ as atividades de avaliação (a distância, presenciais 
e de autoavaliação);
 „ o Sistema Tutorial.
Ementa
Sistema aduaneiro internacional. Sistema aduaneiro 
brasileiro. Recintos alfandegados. A atividade, a 
instituição, a organização e a Lei Aduaneira. Sistema 
de fiscalização – SISCOMEX. Jurisdição dos serviços 
aduaneiros. Controle aduaneiro de veículos. Controle 
aduaneiro de mercadorias. Despacho de importação e 
despacho de exportação. Das infrações e penalidades. 
Impostos sobre o comércio exterior.
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivo(s)
Geral
Propiciar ao aluno o principal do ordenamento jurídico brasileiro 
quanto à organização aduaneira interna, seus controles, isenções 
e benefícios fiscais, destacando as movimentações de produtos, 
pessoas, veículos e animais diante de nossas importações e 
exportações.
Específicos
 „ Conhecer o regulamento aduaneiro brasileiro (Decreto n.º 
6.759, de 05 de fevereiro de 2009).
 „ Compreender como e quando o Estado exerce as suas 
funções administrativas e fiscalizadoras na área aduaneira, 
o que são áreas alfandegadas e por que elas existem.
 „ Conhecer os principais documentos exigidos pela 
fiscalização aduaneira quanto aos veículos transportadores 
indo e vindo do exterior com pessoas, produtos e animais.
 „ Conhecer as principais situações que envolvem as isenções 
e reduções de tributos na importação.
 „ Entender o funcionamento do setor aduaneiro brasileiro, 
os regimes aduaneiros especiais (trânsito aduaneiro, a 
admissão temporária e o drawback), as suas implicações, 
os seus desdobramentos.
 „ Conhecer o tratamento administrativo e fiscal dado 
para certas mercadorias e procedimentos que, por suas 
peculiaridades, são tratados como especiais dentro do 
Regulamento Aduaneiro.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
13
Legislação Aduaneira
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 6
Unidade 1 – O Direito Aduaneiro
O objetivo desta unidade é iniciar os estudos da Legislação 
Aduaneira, mais precisamente o que aborda o regulamento 
aduaneiro brasileiro (Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 
2009), onde estão inseridas normas administrativas e tributárias 
que tratam da entrada e saída (indo ou vindo do exterior) de 
pessoas, veículos transportadores, animais e produtos do nosso 
território nacional.
Unidade 2 – O território aduaneiro e a jurisdição aduaneira
Será abordada nesta unidade a regulamentação da jurisdição 
aduaneira para que se entenda como e quando o Estado exerce as 
suas funções administrativas e fiscalizadoras na área aduaneira, 
para que se compreenda o que são áreas alfandegadas e por que 
elas existem.
Unidade 3 – Os documentos e os veículos transportadores
Você irá conhecer nesta unidade os principais documentos 
exigidos pela fiscalização aduaneira quanto aos veículos 
transportadores indo e vindo do exterior com pessoas, produtos 
e animais, bem como sobre os procedimentos operacionais 
previstos na nossa legislação para que as importações e 
exportações processadas no nosso território sejam realizadas de 
forma prevista na lei. 
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 – Exigências quanto às isenções e reduções do imposto 
de importação
Dando continuidade ao estudo sobre o imposto de importação, 
você irá conhecer nesta unidade as principais situações que 
envolvem as isenções e reduções de tributos na importação e para 
isso será abordado o que é a similaridade, como se desenrola 
a proteção do navio de bandeira brasileira nos processos de 
importação e quem é considerado contribuinte.
Unidade 5 – Os regimes aduaneiros especiais
Nesta unidade será possível entender o funcionamento do setor 
aduaneiro brasileiro os regimes aduaneiros especiais (trânsito 
aduaneiro, a admissão temporária e o drawback), as suas 
implicações, os seus desdobramentos e como são aplicados em 
áreas especiais, destacando-se o funcionamento dessas áreas, os 
seus beneficiários, os seus responsáveis e suas peculiaridades legais. 
Unidade 6 – Os casos especiais do regulamento aduaneiro
Com o estudo desta unidade você terá condições de conhecer o 
tratamento administrativo e fiscal dado para certas mercadorias 
e para certos procedimentos que por suas peculiaridades são 
tratados como especiais dentro do Regulamento Aduaneiro, 
destacando-se os procedimentos relativos aos controles e os 
desdobramentos legais aos quais serão submetidos.
15
Legislação Aduaneira
Agenda de atividades/Cronograma
 „ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 „ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 „ Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
UNIDADE 1
O Direito Aduaneiro 
Objetivos de aprendizagem
„ Entender o que é Direito Aduaneiro.
„ Conhecer as implicações do Direito Aduaneiro.
Seções de estudo
Seção 1 O Direito Aduaneiro e as suas implicações
Seção 2 O Regulamento Aduaneiro
Seção 3 Os conceitos básicos do comércio internacional 
de acordo com o Regulamento Aduaneiro
1
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo 
Nesta unidade, você irá estudar a Legislação Aduaneira, 
destacando, o Regulamento Aduaneiro (Decreto n.º 6.759, de 02 
de fevereiro de 2009), onde estão inseridas normas administrativas 
e tributárias que tratam da entrada e saída de pessoas, veículos 
transportadores, animais e produtos do nosso território nacional.
Seção 1 – O Direito Aduaneiro e a suas implicações
No sentido de entendermos o ramo do Direito Aduaneiro, temos 
que ressaltar que no Brasil essa subdivisão é considerada como 
inserida no Direito Tributário e no Direito Administrativo.
Todos os ramos do direito estão intimamente ligados entre si, em 
virtude da dinâmica da sociedade e das consequências das relações 
entre as pessoas, de forma que o Direito Aduaneiro, embora autônomo 
por possuir suas leis e sua estrutura jurídica, não funcionaria sem o 
Direito Tributário e sem o Direito Administrativo. 
Basta lembrar que no Direito Administrativo estão previstas 
as normas regulamentadoras das instituições e das pessoas que 
fiscalizam e atuam visando à arrecadação dos tributos, e que 
o Direito Aduaneiro é o regime tributário e administrativo do 
comércio exterior brasileiro, que nada mais é do que o conjunto 
das normas jurídicas que regulamentam o comércio internacional 
(troca de mercadorias, serviços e capital) do nosso país. 
Na verdade, o Direito Aduaneiro adota os princípios derivados do 
Direito Administrativo, do Direito Tributário, do Direito Civil, 
do Direito Penal, do Direito Comercial, do Direito Marítimo, do 
Direito Aéreo e de outros ramos.
O Direito Aduaneiro é o conjunto de normas e 
princípios que regulamentam juridicamente a política 
aduaneira, com a intervenção pública no intercâmbio 
internacional de mercadorias, formando um sistema 
que possibilita o controle e a criação de barreiras com 
finalidades públicas(FREITAS, 2004). 
19
Legislação Aduaneira
Unidade 1
Como você já aprendeu na disciplina de Direito Internacional e 
Direito Internacional Econômico, muitas normas internas que 
no dia a dia norteiam as nossas relações são o reflexo de tudo 
aquilo que o Estado negociou nos tratados e nas convenções 
internacionais. Essas normas se refletem até mesmo no Direito 
Internacional Privado que trata das relações de compra e venda 
internacionais entre os particulares. 
Mesmo que o Direito Aduaneiro venha a ser confundido, 
principalmente com o Direito Tributário, a nossa Constituição 
Federal define que a União tem como uma de suas fontes 
primordiais de renda (receitas) os tributos. Todos os países 
do mundo tributam as operações de comércio exterior, sem, 
necessariamente, deixar de considerar a existência de um Direito 
Aduaneiro, apesar da significativa importância do aspecto 
tributário neste campo. 
No caso desta disciplina, a preocupação maior é com os tributos 
derivados das entradas e saídas de mercadorias do território 
aduaneiro, aqueles que denominamos de tributos de comércio 
exterior, mas não se resume somente a isso, pois é no Direito 
Aduaneiro que vamos encontrar uma complexa e variada gama de 
fenômenos que caracterizam o comércio internacional. 
De acordo com José Lence Carluci (2001, p. 22), fica claro que o 
ramo do Direito Aduaneiro é autônomo, porém, intimamente ligado 
aos ramos do Direito Tributário e do Direito Administrativo. 
Seção 2 – O Regulamento Aduaneiro
Sem esquecer da Constituição Federal, do Código Tributário 
Nacional e de todas as leis administrativas, para qual nos 
remetemos continuamente, destacamos que o Direito Aduaneiro 
Brasileiro possui como base principal o Decreto n.º 6.759, de 
05 de fevereiro de 2009 (substitui o Decreto n.º 4.543/03, cujas 
matrizes se baseiam no Decreto-Lei n.º 37/66), que regulamenta 
a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o 
controle e a tributação das operações de comércio exterior. 
Dentre esses temas relativos ao comércio internacional, o 
Regulamento Aduaneiro abrange:
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
 „ o conceito de jurisdição aduaneira, definindo o que é 
Zona Primária e Secundária; 
 „ o alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de 
fronteira; 
 „ a atuação dos recintos alfandegados; 
 „ as normas gerais sobre o controle aduaneiro de veículo; 
 „ as normas sobre os impostos de importação e de 
exportação; 
 „ a valoração aduaneira; 
 „ além de outros assuntos de grande relevância no 
comércio exterior.
O Regulamento Aduaneiro abrange todas as normas relativas 
ao Direito Aduaneiro, mas considerando a dinâmica do setor 
das relações de comércio exterior, as normas aduaneiras são 
complementadas, regulamentadas ou modificadas por outras 
normas, tais como medidas provisórias, decretos etc., e todos os 
atos administrativos emanados dos órgãos públicos, tais como as 
instruções normativas, as ordens de serviço, os atos declaratórios, 
as resoluções etc., visando a toda a organização do setor pertinente.
Existem diversos órgãos intervenientes no Direito 
Aduaneiro, dentre eles o Ministério da Fazenda, 
através da Secretaria da Receita Federal, o Banco 
Central do Brasil, o Ministério da Justiça, através 
da Delegacia da Polícia Federal, os Ministérios da 
Agricultura e Saúde, Ministério dos Transportes etc.
Seção 3 – Os conceitos básicos do comércio internacional 
de acordo com o Regulamento Aduaneiro
Dentro do Regulamento Aduaneiro existem diversos pontos que 
são conceituados e normatizados no sentido de se dar à estrutura 
administrativa aduaneira, principalmente à Receita Federal, 
condições de fiscalizar e impor as regras de funcionamento do setor. 
A seguir, você irá conhecer esses pontos para que possa ter 
condições de continuar seus estudos com maior clareza e precisão.
21
Legislação Aduaneira
Unidade 1
O território aduaneiro
O território aduaneiro, de acordo com o Decreto n.º 6.759, de 
05 de fevereiro de 2009, confunde-se com o território nacional 
devido às suas semelhanças.
Segundo Bizelli (2006), o território aduaneiro compreende todo 
o território nacional, estando dividido, para fins de jurisdição dos 
serviços aduaneiros, em “Zona Primária” e “Zona Secundária”.
O território nacional, analisando o mapa geográfico do nosso 
país, não é apenas o seu solo superficial. O território nacional se 
estende ao seu subsolo, aos rios, lagos, as bacias, golfos e portos, 
às chamadas águas territoriais e todo o espaço aéreo, bem como 
todas as áreas compreendidas pelas fronteiras.
De acordo com Bizelli (2006), a Zona Primária, constituída pelas 
áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local, abrange:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos 
portos alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre que compreende os pontos de fronteira 
alfandegados.
Segundo o autor ainda, a Zona Secundária, que compreende a 
parte restante do território aduaneiro, inclui as águas territoriais 
e o espaço aéreo.
Essa divisão administrativa visa principalmente definir 
quais trabalhos serão executados em cada área. Na 
Zona Primária, se realiza o desembaraço das mercadorias 
(liberação das mercadorias por parte das autoridades 
alfendegárias) e, na Zona Secundária, a fiscalização dos 
estabelecimentos importadores ou exportadores. 
Do ponto de vista da legislação brasileira, porém, temos 
que destacar que muitas vezes mercadorias saem da Zona 
Primária e são transferidas através de Declaração de Trânsito 
Aduaneiro (DTA) para uma Zona Secundária, sem efetuar o 
desembaraço da mercadoria, sendo que o mesmo acaba ocorrendo 
posteriormente na Zona Secundária.
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Essa possibilidade visa a atender várias peculiaridades de uma 
importação (tipo de carga, tipo de armazenamento, logística da 
importação etc.) e possibilita uma folga da Zona primária, ainda 
mais no Brasil onde nossos portos e aeroportos muitas vezes não 
comportam o movimento intenso de nosso comércio internacional, 
de forma que todos os procedimentos de fiscalização são 
transferidos para a Zona Secundária. Para o importador, muitas 
vezes esse procedimento facilita e barateia todo o processo.
Mercadoria
Analisando o termo mercadoria, no campo do 
Direito Aduaneiro, define-se como tudo aquilo que 
poderá ser comercializado. Dessa forma a mercadoria 
dentro da Legislação Aduaneira é o objeto da relação 
aduaneira, e, necessariamente, deverão ser aplicados 
os controles que o Estado tem a sua disposição. 
A aduana tem sua atenção voltada para o bem móvel corpóreo, 
que de acordo com o nosso Código Civil (artigo 82) se define 
como “móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de 
remoção por força alheia, sem alteração da substância.”
As coisas corpóreas são geralmente designadas como mercadorias 
e, neste caso, se inclui a moeda. Em geral, no comércio são 
vendidas em mais larga escala as coisas fungíveis, mas podem ser 
vendidas, também, as coisas infungíveis, por exemplo: um quadro 
de Leonardo da Vinci. Os bens móveis corpóreos são todos 
passíveis de controle aduaneiro.
Por outro lado, não podemos deixar de analisar que existem bens 
sobre os quais o controle aduaneiro do Estado não age. Imagine 
uma mercadoria que resulte da produção intelectual. Um exemplo 
que serve para sua melhor compreensão vem a ser a importação de 
um programa de computador, cujo meio físico para seu transporte 
provavelmente será um CD – (Compact Disk) ou disquete.
Cabe ao fisco tributar a mercadoria de acordo com os impostos 
incidentes sobre o CD ou disquete como bem corpóreo. A 
produção intelectual (bem incorpóreo) não estará sujeita à 
tributação de impostos ou dos regramentos com fins fiscais do 
ponto de vista da importação, tributando-se,se for o caso, essa 
produção intelectual como uma prestação de serviços fora do 
conjunto de regras previstas na Legislação Aduaneira.
23
Legislação Aduaneira
Unidade 1
Classificação e nomenclatura de mercadorias
Visando a melhoria do fluxo e o controle de circulação de 
mercadorias em todo o mundo, criou-se um sistema básico de 
classificação. Esta classificação segue um sistema harmonizado 
em que vários países usam uma numeração fixa, adaptando com 
mais números a sua classificação interna se for preciso. 
Esta classificação nas operações de importação, exportação e 
operações no mercado interno é tarefa básica, tornando-se de suma 
importância dentro do Direito Aduaneiro, porque é por meio dela 
que serão relacionadas as alíquotas de impostos e outras imposições 
que porventura estejam determinadas às mercadorias.
Segundo Dalston (2008), Classificação Fiscal de Mercadoria é 
uma ciência factual social, cujo objetivo é inserir, corretamente, 
um objeto merceológico específico, conhecido de antemão através 
da Merceologia, numa nomenclatura de mercadorias.
Merceologia pode ser entendida como um estudo 
que leva em consideração a análise das características 
técnicas e comerciais de uma determinada mercadoria. 
O Estudo Merceológico é um importante instrumento na 
fiscalização aduaneira. Seu principal objetivo é o de dotar a 
Coordenação Geral de Administração Aduaneira da Receita 
Federal – COANA/RF – de informações de extrema relevância 
das mercadorias de interesse, com vistas a aprimorar a 
fiscalização aduaneira, e, principalmente, atribuir um parâmetro 
objetivo de análise de preço justo no mercado internacional.
Do ponto de vista do nosso país temos que utilizar, obrigatoriamente, 
a seguinte nomenclatura para classificar as mercadorias:
 „ Nomenclatura da Associação Latina Americana de 
Integração – Sistema Harmonizado – NALADI/SH. 
Esta é utilizada nas negociações que envolvem os países 
da ALADI.
 „ Nomenclatura Comum do Mercosul – Sistema 
Harmonizado – NCM/SH. Esta nomenclatura é 
utilizada para a obtenção das alíquotas do imposto de 
importação e outras disposições, no âmbito do Mercado 
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Comum do Sul (Mercosul), envolvendo os países 
signatários: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e 
agora mais recentemente a Venezuela.
As nomenclaturas existentes possuem um mesmo 
objetivo e finalidade que é individualizar a mercadoria 
e, desta forma, trazê-la ao encontro destas listas de 
produtos que indicam em seu conteúdo os gravames 
a que ela estará sujeita.
A codificação das mercadorias traz um conjunto de códigos 
numéricos que é baseada no Sistema Harmonizado de 
Designação e Codificação de Mercadorias (SH). O Sistema 
Harmonizado foi instituído na Convenção Internacional sobre 
o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de 
Mercadorias, celebrado em Bruxelas, em 14 de junho de 1983. 
No Brasil, entrou em vigor a referida convenção por força do 
Decreto nº 97.409/88. Através deste sistema, conseguimos classificar 
e verificar todos os impostos incidentes sobre o produto objeto da 
transação comercial.
Exportações
O conceito de exportação é bastante amplo, podendo inclusive 
estender seu alcance aos serviços secundários ligados a esse 
regime de venda de produtos.
Conforme ensina Ratti (2001, p. 348), “exportação vem 
a ser a remessa de bens de um país para outro. Em 
sentido amplo poderá compreender, além dos bens 
propriamente ditos, também os serviços ligados a essa 
exportação (fretes, seguros, serviços bancários etc.).”
Exportação com cobertura cambial
Nesta modalidade, as exportações são aquelas que recebem divisas 
do exterior, ou seja, que o importador paga a mercadoria negociada. 
25
Legislação Aduaneira
Unidade 1
Exportação sem cobertura cambial
As exportações sem cobertura cambial são aquelas que não 
recebem as divisas do exterior, ou seja, o importador não efetua 
pagamentos pelas mercadorias recebidas.
Você conhece as exportações temporárias que são as 
amostras de mercadorias, as bagagens de passageiros, 
as mercadorias destinadas a feiras e exposições, que 
não serão vendidas etc.
Essas exportações são aquelas que saem do território aduaneiro 
para o estrangeiro, sob condição de retornar à sua origem 
em determinado prazo, como por exemplo, um veículo que 
participará de uma corrida de fórmula 1, ou os equipamentos 
usados pela equipe.
Importações
A importação resulta de um conjunto de normas e 
regras a serem observadas no campo de comércio 
exterior (normas que normatizam o comércio 
internacional) e na área do comércio internacional 
(trocas de mercadorias, serviços e capital), e tudo o 
que for relacionado aos trâmites e documentos que 
são exigidos para o desembaraço (procedimento 
administrativo de liberação das mercadorias), tudo 
conforme determina o regulamento Aduaneiro e 
demais normas complementares. 
Ainda de acordo com Ratti (2001, p. 349), podemos definir 
importação como: “a entrada de mercadorias em um país, 
provenientes do exterior”.
Do ponto de vista dos trâmites e decisões quanto aos 
procedimentos aduaneiros a legislação brasileira é clara, cabendo 
ao importador seguir as normas nela previstas. Ao importador, 
cabe decidir em qual regime deseja classificar a mercadoria 
estrangeira ao chegar ao Brasil e, a partir dessa decisão, os mais 
diversos procedimentos deverão ser observados. 
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você aprendeu alguns pontos sobre o Direito 
Aduaneiro para que nas próximas unidades possamos analisar 
as partes principais do Regulamento Aduaneiro Brasileiro 
(Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009), no que concerne 
aos principais trâmites, controles e documentos das nossas 
importações e exportações, que cabem ao Estado aplicar/exigir. 
Ao estudar ou relembrar os conceitos de território aduaneiro, 
mercadoria, classificação e nomenclatura de mercadorias, 
exportação e importação, você passou a ter condições de analisar 
e estudar mais profundamente nas próximas unidades uma série 
de regras ligadas diretamente a esses assuntos. 
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Esforce-se para resolver 
as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará promovendo 
(estimulando) a sua aprendizagem.
1) Analise o seu dia a dia e tente enumerar pelo menos 05 (cinco) 
produtos/mercadorias de origem estrangeira que você usa ou consome 
diariamente, relacionando se existe no Brasil produtos eminentemente 
nacionais que podem substituí-los. 
27
Legislação Aduaneira
Unidade 1
2) Com base na resposta anterior, enumere pelo menos dois órgãos 
estatais que por força de lei controlaram e analisaram o processo de 
importação de dois ou mais produtos que você consome.
Saiba mais
Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você 
poderá pesquisar os seguintes livros:
CARLUCI, José Lence. Uma introdução ao direito aduaneiro. 
2. ed. São Paulo: Ed. Aduaneiras, 2001.
MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio 
exterior. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio. 10. ed. São 
Paulo: Aduaneiras, 2001.
VIEIRA, Aquiles. Importação: práticas, rotinas e procedimentos. 
São Paulo: Aduaneiras, 2006.
UNIDADE 2
O território aduaneiro e a 
jurisdição aduaneira
Objetivos de aprendizagem
„ Conhecer a jurisdição aduaneira.
„ Entender o que são áreas alfandegadas.
„ Compreender como funciona a fiscalização da 
administração aduaneira .
Seções de estudo
Seção 1 A jurisdição aduaneira e o controle de veículos
Seção 2 Os portos, aeroportos e os pontos de 
fronteira alfandegados
Seção 3 O processo de fiscalização naadministração 
aduaneira
2
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo 
De acordo com Freitas (2004), o Direito Aduaneiro é 
um conjunto de normas e princípios que regulamentam 
juridicamente a política aduaneira, com a intervenção pública 
no intercâmbio internacional de mercadorias, formando um 
sistema que possibilita o controle e a criação de barreiras com 
finalidades públicas.
Para o estudo desta unidade, é importante retomar algumas leis do 
nosso Estado, como a Constituição Federal, o Código Tributário 
Nacional e outras leis administrativas. Vale destacar, na área 
do Direito Aduaneiro Brasileiro, o Decreto n.º 6.759, de 05 de 
fevereiro de 2009; conhecido como Regulamento Aduaneiro. 
O Direito Aduaneiro é o conjunto de toda a 
legislação que trata dos assuntos de controle 
de entrada e saída para o exterior, de pessoas, 
animais, mercadorias e de veículos transportadores, 
pelas autoridades, como os fiscais da Receita 
Federal (Auditores-Fiscais da Receita Federal) que 
representam as instituições constituídas (Receita 
Federal, Vigilância Sanitária, IBAMA etc.), de forma 
que se respeite à regulamentação documental e o 
pagamento dos tributos devidos. 
A fiscalização é baseada nas normas e princípios que 
regulamentam juridicamente a política aduaneira adotada 
em nosso país.
A partir desta unidade, você irá estudar o Regulamento 
Aduaneiro e terá a oportunidade de conhecer seus artigos 
relacionando-os com as demais normas vigentes, ou seja, “a 
legislação aduaneira brasileira”, buscando entender melhor 
como funciona o controle administrativo e tributário no que 
se refere ao comércio internacional. 
31
Legislação Aduaneira
Unidade 2
Seção 1 – A Jurisdição Aduaneira e o controle de veículos
De acordo com o que você aprendeu na unidade 1, o legislador 
brasileiro visando delimitar as atividades de controle das 
autoridades e das demais instituições constituídas do nosso país 
determinou que o território aduaneiro compreendesse todo o 
território nacional e que a jurisdição dos serviços aduaneiros 
estende-se por todo o território aduaneiro e para facilitar o 
trabalho e a organização administrativa o território aduaneiro foi 
dividido, buscando também alcançar os objetivos de fiscalização, 
em Zona Primária e Secundária.
Observe que não é qualquer porto, aeroporto ou 
pontos de fronteiras que são considerados inclusos na 
Zona Primária, tanto que existem muitos aeroportos 
e portos brasileiros, assim como pontos de fronteiras, 
que não podem receber veículos indo ou vindo 
do exterior, transportando mercadorias e pessoas 
(somente em casos excepcionais de emergência). 
Para alcançar o status de Zona Primária, logicamente, os locais 
serão previamente preparados para serem alfandegados, ou 
seja, os serviços de controle aduaneiros serão exercidos de forma 
oficial. Vale lembrar que a responsabilidade dessas áreas poderá 
ser exercida tanto pelo poder público (os aeroportos brasileiros 
são administrados pela INFRAERO), como pela iniciativa 
privada (o Porto de Imbituba é administrado pela CDI – 
Companhia Docas de Imbituba), tudo sob a supervisão e a 
autorização do Estado. 
Para se transformar em Zona Primária, antes do alfandegamento, 
o órgão ou empresa responsável será ouvido, podendo a 
autoridade aduaneira exigir que toda a área, ou parte dela, seja 
protegida por obstáculos que impeçam o acesso indiscriminado 
de veículos, pessoas ou animais.
Visando a segurança e os objetivos fiscalizadores também poderá 
ser estabelecido para locais e recintos alfandegados, restrições à 
entrada de pessoas que ali não exerçam atividades profissionais, e 
a veículos não utilizados em serviço.
A Infraero é uma empresa 
pública com mais de 
33 anos de tradição e 
credibilidade no mercado. 
Vinculada ao Ministério 
da Defesa, administra 
aeroportos, unidades de 
apoio à navegação aérea 
e terminais de logística 
de carga. A cada ano, 
cerca de 330 milhões 
de pessoas passam por 
estes aeroportos, sendo 
aproximadamente 83 
milhões de passageiros. 
Em 2005, o número de 
operações foi de cerca 
de dois milhões de pousos 
e decolagens. 
Fonte: Site da Infraero 
(Disponível em: <www.
infraero.gov.br>. Acesso 
em: 22 maio 2011).
O porto de Imbituba tem 
a única concessionária 
privada do Brasil, CDI 
– Companhia Docas de 
Imbituba. 
Fonte: Site do SIE 
(Disponível em: <www.
sie.sc.gov.br>. Acesso em: 
22 maio 2011).
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
Sempre caberá ao Ministro de Estado da Fazenda a demarcação, 
na orla marítima ou na faixa de fronteira, de zonas de vigilância 
aduaneira, nas quais a permanência de mercadorias ou a sua 
circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às 
exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
Também visando aos objetivos fiscalizadores, o ato que demarcar 
a zona de vigilância aduaneira poderá seguir algumas regras de 
acordo com o Regulamento Aduaneiro. Observe:
 „ ser geral em relação à orla marítima ou à faixa de 
fronteira, ou específico em relação a determinados 
segmentos delas;
 „ estabelecer medidas específicas para determinado local; 
 „ ter vigência temporária.
Na orla marítima, a demarcação da zona de vigilância aduaneira 
levará em conta, além de outras circunstâncias de interesse fiscal, a 
existência de portos ou ancoradouros naturais, propícios à realização 
de operações clandestinas de carga e descarga de mercadorias.
Seção 2 – Os portos, aeroportos e os pontos de 
fronteira alfandegados
Para que você entenda melhor o controle dentro da Zona 
Primária (os portos, aeroportos e pontos de fronteira), basta 
lembrar que o alfandegamento visa a autorizar, sob controle 
aduaneiro: 
 „ estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior 
ou a ele destinados;
 „ efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou 
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele 
destinadas; 
 „ embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes 
do exterior, ou a ele destinados.
Zona de vigilância aduaneira 
é a totalidade do município 
atravessado pela linha de 
demarcação, ainda que 
parte dele fique fora da área 
demarcada.
33
Legislação Aduaneira
Unidade 2
O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será 
precedido da respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas 
autoridades competentes em matéria de transporte, visando analisar 
toda a capacidade técnica e a segurança das áreas envolvidas. O ato 
de declarar o alfandegamento estabelecerá as operações aduaneiras 
autorizadas e os termos, limites e condições para a sua execução.
Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados 
poderá ser efetuada a entrada ou a saída de mercadorias 
procedentes do exterior ou a ele destinadas, o que não se aplica à 
importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas 
de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior. 
Como exemplo, citamos as compras de gás vindo da 
Bolívia efetuadas pelo Brasil, e os casos excepcionais, 
como um pouso de emergência efetuado por um 
avião cargueiro vindo do exterior num aeroporto não 
alfandegado. 
Os recintos alfandegados
De acordo com Bizelli (2006), os recintos alfandegados serão 
assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na Zona 
Primária ou na Zona Secundária, a fim de que neles possam 
ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e 
despacho aduaneiro de:
a) mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, 
inclusive sob regime aduaneiro especial;
b) bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele 
destinados; e
c) remessas postais internacionais.
Poderão ainda ser alfandegados, em Zona Primária, recintos 
destinados à instalação de lojas francas. 
Embora as lojas estejam localizadas no territórioaduaneiro, as 
vendas de produtos importados e nacionais nelas realizadas são 
beneficiadas com isenção de tributos visando a, principalmente, 
incentivar o turismo, dentro do limite de desembolso previsto nos 
países de destino.
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
O que são portos secos?
Portos secos são recintos alfandegados de uso 
público nos quais são executadas operações de 
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro 
de mercadorias e de bagagem, sob controle 
aduaneiro. Estes portos secos não poderão ser 
instalados na Zona Primária de portos e aeroportos 
alfandegados, podendo ser autorizados a operar com 
carga de importação e de exportação, ou apenas 
de exportação, tendo em vista as necessidades e 
condições locais.
As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias 
sob controle aduaneiro, como a prestação de serviços conexos, em 
porto seco, sujeitam-se ao regime de concessão ou de permissão, 
ou seja, o Estado através das autoridades aduaneiras sempre vai 
analisar essa possibilidade visando garantir todas as condições de 
fiscalização. Essas operações e a prestação desses serviços serão 
efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os 
serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel 
pertencente à União, caso em que será adotado o regime de 
concessão precedida da execução de obra pública.
O alfandegamento 
O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira 
somente poderá ser efetivado, na Zona Primária ou na Zona 
Secundária:
 „ depois de atendidas as condições de instalação dos 
órgãos de fiscalização aduaneira e de infraestrutura 
indispensáveis à segurança fiscal;
 „ se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais;
 „ se o interessado assumir a condição de fiel depositário da 
mercadoria sob sua guarda.
Essa permissão ou concessão de serviços públicos de 
alfandegamento, onde o estado transfere para terceiros essas 
atividades, poderá ser efetivada somente após a conclusão do 
devido procedimento licitatório pelo órgão competente, e o 
cumprimento das condições fixadas em contrato.
35
Legislação Aduaneira
Unidade 2
O alfandegamento poderá abranger a totalidade ou parte da área 
dos portos e dos aeroportos de acordo com suas reais necessidades, 
podendo desta necessidade, abranger silos (depósitos de grãos) ou 
tanques (depósitos de líquidos), para armazenamento de produtos 
a granel, localizados em áreas contíguas a porto organizado ou 
instalações portuárias, ligados a estes por tubulações, esteiras 
rolantes ou similares, instaladas em caráter permanente. 
Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados pontos de 
fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos matriculados 
nas cidades, o que ocorrerá de acordo com a autoridade aduaneira 
regional, que poderá fixar as restrições que julgar conveniente. 
As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as cidades 
fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle aduaneiro, 
cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a fronteira.
Seção 3 – O processo de fiscalização na administração 
aduaneira
De acordo a Constituição da República (art. 237), o 
exercício da administração aduaneira compreende 
a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, 
essenciais à defesa dos interesses fazendários 
nacionais, em todo o território aduaneiro. 
A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta (direto sem 
paradas) ou continuada (com intervalos) nos portos, aeroportos, 
pontos de fronteira e recintos alfandegados, em conformidade 
com o estabelecido no ato que a criou.
Entende-se por fiscalização continuada aquela que 
se exerce em dia e hora determinados para que haja 
manuseio ou movimentação de mercadorias, conforme 
determinado pela administração aduaneira do local. 
Esta situação não dispensa, por exemplo, um porto de realizar 
operações fora do período preestabelecido. O atendimento em 
dias e horas fora do expediente normal da unidade aduaneira é 
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
considerado serviço extraordinário, os interessados (importadores 
e exportadores) deverão, na forma estabelecida em ato normativo 
da Secretaria da Receita Federal, ressarcir à Administração das 
despesas decorrentes dos serviços a eles efetivamente prestados. 
Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos 
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize 
carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque 
de passageiros, procedentes do exterior ou a ele destinados, 
como também na zona de vigilância aduaneira, a administração 
aduaneira tem precedência sobre os demais órgãos que ali 
exerçam suas atribuições. Isso significa que os servidores com 
poderes na área aduaneira são os que primeiro devem chegar aos 
locais de fiscalização, observando os seguintes itens:
 „ a obrigação, por parte dos demais órgãos, de prestar 
auxílio imediato, sempre que requisitado pela 
administração aduaneira, disponibilizando pessoas, 
equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal; 
 „ a competência da administração aduaneira, sem prejuízo das 
atribuições de outros órgãos, para disciplinar a entrada, a 
permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, 
unidades de carga e mercadorias nos locais referidos no 
caput, no que interessar à Fazenda Nacional.
- Mas quais são as obrigações das pessoas físicas ou jurídicas?
Caberão às pessoas físicas ou jurídicas exibir aos 
Auditores-Fiscais da Receita Federal, sempre que 
exigidos, as mercadorias, livros das escritas fiscal e 
geral, documentos mantidos em arquivos magnéticos 
ou assemelhados, e todos os documentos, em uso 
ou já arquivados, que forem julgados necessários à 
fiscalização, e lhes franquearão os estabelecimentos, 
depósitos e dependências, bem assim veículos, cofres e 
outros móveis, a qualquer hora do dia, ou da noite, se à 
noite os estabelecimentos estiverem funcionando.
As pessoas físicas ou jurídicas usuárias de sistema de 
processamento de dados deverão manter documentação técnica 
37
Legislação Aduaneira
Unidade 2
completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a 
sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem 
prejuízo da sua emissão gráfica, quando solicitada.
Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer 
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar 
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis de efeitos 
comerciais ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtores, 
ou da obrigação destes em exibi-los. Os livros obrigatórios de 
escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos 
neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos 
créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.
Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade 
fiscal todas as informações de que disponham com relação aos 
bens, negócios ou atividades de terceiros:
 „ os tabeliães, os escrivães e demais serventuários de ofício;
 „ os bancos, as casas bancárias, as Caixas Econômicas e 
demais instituições financeiras;
 „ as empresas de administração de bens;
 „ os corretores, os leiloeiros e os despachantes oficiais;
 „ os inventariantes;
 „ os síndicos, os comissários e os liquidatários; 
 „ quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, 
em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, 
atividade ou profissão.
Essa obrigação não abrange a prestação de informações quanto 
a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a 
observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, 
atividade ou profissão, nos termos da legislação específica.
Procedimentos da fiscalização
Depois de comprovado o poder da autoridade aduaneira para 
promover a fiscalização, esta deve procederou presidir a qualquer 
procedimento fiscal, lavrando os termos necessários para que 
se documente o início do procedimento, na forma da legislação 
aplicável, que fixará prazo máximo para a sua conclusão. 
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Esses termos lavrados, sempre que possível, em um dos Livros 
Fiscais exibidos pela pessoa sujeita à fiscalização e quando os 
termos forem lavrados em separado, deles se entregará, à pessoa 
sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade aduaneira. 
Para que possa exercer sua função e atribuições, de acordo com 
estrutura, competência, denominação, sede e jurisdição das 
unidades da Secretaria da Receita Federal que faça parte para 
desempenhar as atividades aduaneiras de acordo com o ato legal 
do Ministro de Estado da Fazenda, a autoridade aduaneira 
poderá requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como 
o apoio de força pública federal, estadual ou municipal, quando 
julgar necessário, tendo livre acesso: 
 „ a quaisquer dependências do porto e às embarcações, 
atracadas ou não; 
 „ aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do 
exterior ou a ele destinadas.
Controle aduaneiro de veículos 
A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a 
ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto 
de fronteira alfandegado, cujo controle aduaneiro do veículo 
será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a 
sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens 
existentes a bordo, inclusive a bagagens de viajantes.
É importante que você saiba que é proibido ao condutor de 
veículo procedente do exterior ou a ele destinado:
 „ estacionar ou efetuar operações de carga ou descarga de 
mercadoria, inclusive transbordo, fora do local de habitação; 
 „ trafegar no território aduaneiro em situação ilegal quanto 
às normas reguladoras do transporte internacional 
correspondente à sua espécie;
 „ desviá-lo da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, 
sem motivo justificado;
 „ colocar o veículo nas proximidades de outro, sendo um 
deles procedente do exterior ou a ele destinado, de modo 
a tornar possível o transbordo de pessoa ou mercadoria, 
sem observância das normas de controle aduaneiro.
39
Legislação Aduaneira
Unidade 2
No entanto, existem algumas exceções, para a proibição aos 
seguintes veículos:
 „ de guerra, salvo se utilizados no transporte comercial;
 „ das repartições públicas, em serviço;
 „ autorizados para utilização em operações portuárias ou 
aeroportuárias, inclusive de transporte de passageiros e 
tripulantes; 
 „ que estejam prestando ou recebendo socorro.
As operações de carga, descarga ou transbordo 
de veículo procedente do exterior poderão ser 
executadas somente depois de formalizada a sua 
entrada no País.
A Secretaria da Receita Federal poderá dispor, em ato normativo, 
sobre situações em que as operações de carga, descarga ou 
transbordo possam iniciar-se antes de formalizada a entrada do 
veículo no País. O ingresso em veículo procedente do exterior 
ou a ele destinado será permitido somente aos tripulantes e 
passageiros, às pessoas em serviço, devidamente identificadas, e 
às pessoas expressamente autorizadas pela autoridade aduaneira. 
Quando conveniente aos interesses da Fazenda Nacional, poderá 
ser determinado, pela autoridade aduaneira, o acompanhamento 
fiscal de veículo pelo território aduaneiro.
A prestação de informações pelo transportador
Para efeitos fiscais, considera-se formalizada a entrada 
do veículo quando emitido o termo de entrada e para 
isso o transportador prestará à Secretaria da Receita 
Federal as informações sobre as cargas transportadas, 
bem como sobre a chegada de veículo procedente do 
exterior ou a ele destinado. 
Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso, comunicará 
a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos volumes 
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
de fácil extravio. O agente de carga, assim considerado qualquer 
pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o 
transporte de mercadoria, consolide (reunir num mesmo transporte 
diversas cargas para diversos importadores ou exportadores) ou 
desconsolide (separar através do competente processo aduaneiro as 
diversas cargas para diversos importadores ou exportadores) cargas e 
preste serviços conexos, também deve prestar as informações sobre as 
operações que execute e sobre as respectivas cargas.
Após a prestação das informações e a efetiva chegada do veículo 
ao País, será emitido o respectivo termo de entrada, na forma 
estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. As empresas de 
transporte internacional que operem em linha regular, por via 
aérea ou marítima, deverão prestar informações sobre tripulantes 
e passageiros, na forma e no prazo estabelecido pela lei. 
Como ocorre a busca em veículos?
A busca em qualquer veículo será realizada pela 
autoridade aduaneira para prevenir e reprimir a 
ocorrência de infração à Legislação Aduaneira, 
inclusive em momento anterior à prestação das 
informações que acima nos referimos. Esta busca será 
precedida de comunicação, verbal ou por escrito, ao 
responsável pelo veículo.
Nesta oportunidade, a autoridade aduaneira poderá determinar a 
colocação de lacres nos compartimentos que contenham os volumes 
ou as mercadorias de fácil extravio, bem como aquelas incluídas em 
listas de sobressalentes e provisões de bordo deverão corresponder, 
em quantidade e qualidade, às necessidades do serviço de 
manutenção do veículo e de uso ou consumo de sua tripulação e dos 
passageiros. A autoridade pode adotar outras medidas de controle 
fiscal, inclusive, se assim entender, dispensar o uso de lacres se a 
permanência do veículo na Zona Primária for de curta duração.
Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade 
aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade 
de carga, para a devida verificação, lavrando-se o competente termo.
41
Legislação Aduaneira
Unidade 2
As mercadorias mencionadas que durante a permanência 
do veículo na Zona Primária não forem necessárias aos fins 
indicados, serão depositadas em compartimento fechado, o qual 
poderá ser aberto somente na presença da autoridade aduaneira 
ou após a saída do veículo do local.
Caberá à Secretaria da Receita Federal disciplinar o 
funcionamento de lojas, bares e instalações semelhantes, em 
embarcações, aeronaves e outros veículos empregados no 
transporte internacional, de modo a impedir a venda de produtos 
sem o atendimento ao disposto na Legislação Aduaneira. 
Imagine um transatlântico internacional em visita à 
costa brasileira que permita a visita de moradores do 
local. Logicamente, o acesso aos estabelecimentos do 
navio por estes visitantes será restrito, de forma que 
não venham a adquirir produtos que são exclusivos 
para os tripulantes e passageiros dos mesmos. 
O controle das unidades de carga
Existem vários dispositivos para o transporte de cargas 
internacionais. Um dos mais conhecidos, os contêineres (cofres/ 
dispositivos de aço) podem possuir várias formas e tamanhos, 
dependendo do tipo de carga. Esses dispositivos na maioria das 
vezes são usados apenas no transporte, devendo retornar ao país de 
origem, uma vez que entram temporariamente no país comprador. 
Os contêineres podem ser usados em qualquer meio de transporte. 
São denominados do ponto de vista legal de “unidades de carga” 
e quando são utilizados no transporte (não são as mercadorias 
importadas/exportadas) de mercadorias serão objetos de controle 
desde a sua chegada até a efetiva saída do território aduaneiro.
O controle das unidades de carga ingressadas no território aduaneiro 
será exercido mediante aplicação do regime aduaneiro especial de 
admissão temporária, nos termos estabelecidosem ato normativo da 
Secretaria da Receita Federal, isto quer dizer que terão um tempo 
determinado para entrar e sair do território aduaneiro, entrando na 
Zona Primária ou Secundária sem pagamento de tributos. 
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você aprendeu alguns aspectos do território 
aduaneiro brasileiro, como são controlados os veículos 
transportadores de mercadorias, de pessoas e animais indo para e 
vindo do exterior, e as cautelas que a fiscalização aduaneira deve 
exercer para fiscalizar essas operações. 
Com a aquisição destes conhecimentos, você está embasado para 
continuar seus estudos nas próximas unidades, principalmente 
no que se refere ao poder que o Estado possui para buscar o que 
lhe é de direito quanto aos tributos e quanto aos controles que 
visam manter a ordem em nome do bem-estar de toda a nossa 
sociedade. 
Portanto, na próxima unidade, você irá estudar os principais 
documentos que são exigidos para que pessoas e veículos que 
entram ou saem do território aduaneiro brasileiro transportando 
animais ou produtos, possam provar a legalidade destes processos 
de exportação e importação, bem como a maneira como deve 
ocorrer o carregamento e a descarga destes produtos.
43
Legislação Aduaneira
Unidade 2
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Esforce-se para resolver 
as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará promovendo 
(estimulando) a sua aprendizagem.
1) Pesquise na internet, jornais, revistas etc. alguma notícia a respeito de 
mercadorias que tenham sido apreendidas recentemente pelos fiscais 
da Receita Federal, cujo processo de importação não tenha seguido os 
padrões determinados em nossa lei, descrevendo-o resumidamente. Faça 
uma análise sobre a apreensão baseando-se no que você estudou até aqui. 
Saiba mais
Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você 
poderá pesquisar os seguintes livros:
MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio 
exterior. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio. 10. ed. São 
Paulo: Aduaneiras, 2001.
VIEIRA, Aquiles. Importação: práticas, rotinas e procedimentos. 
São Paulo: Aduaneiras, 2006.
UNIDADE 3
Os documentos e os veículos 
transportadores
Objetivos de aprendizagem
„ Conhecer os documentos exigidos pela jurisdição 
aduaneira.
„ Compreender o tratamento aduaneiro para os veículos 
transportadores.
 
Seções de estudo
Seção 1 A similaridade e a proteção do navio de 
bandeira brasileira
Seção 2 Documentos de carga previstos no 
regulamento aduaneiro
Seção 3 Os veículos transportadores
Seção 4 A descarga e a custódia de mercadorias
3
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nas unidades anteriores, você estudou que a legislação brasileira, 
visando delimitar as atividades de controle das autoridades e das 
demais instituições constituídas do país, estabelece que o território 
aduaneiro compreende todo o território nacional e que a jurisdição 
dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro.
Você pôde observar também os principais pontos da jurisdição 
aduaneira, o que são áreas alfandegadas e analisou como se 
procede a fiscalização da administração aduaneira quanto à 
entrada de veículos transportando mercadorias, pessoas e animais 
indo e vindo para o exterior. 
Você agora irá aprofundar seu estudo conhecendo outros 
procedimentos operacionais e documentais previstos na nossa 
legislação, para que as importações e exportações processadas no 
nosso território sejam realizadas de forma correta.
Seção 1 – A similaridade e a proteção do navio de 
bandeira brasileira
Antes de analisar propriamente dito o assunto isenções e reduções 
do imposto de importação, você estudará dois critérios legais 
que terão que ser respeitados para se alcançar estes benefícios 
tributários. A lei, observadas as suas exceções e o que está 
previsto no Regulamento Aduaneiro, beneficiará com isenções 
e reduções do imposto de importação a mercadoria sem similar 
nacional, transportada em navio de bandeira brasileira. 
- Você sabe o que é a similaridade e o transporte em navio de bandeira 
brasileira?
Considera-se similar ao estrangeiro o produto nacional em 
condições de substituir o importado, observadas as seguintes 
normas básicas: 
 „ qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim 
a que se destina;
47
Legislação Aduaneira
Unidade 3
 „ preço não superior ao custo de importação, em moeda 
nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo 
com base no preço CIF (custo da mercadoria colocada 
a bordo + seguro internacional + frete internacional + 
despesas aduaneira), acrescido dos tributos que incidem 
sobre a importação e de outros encargos de efeito 
equivalente; 
 „ prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo 
de mercadoria.
Você sabia?
Não será aplicável o conceito de similaridade quando 
a importação for relativa a peças ou máquina de 
forma fracionada, com prejuízo da garantia de 
seu bom funcionamento ou com retardamento 
substancial no prazo de entrega ou montagem. 
Na comparação de preços, serão acrescidos ao custo da 
mercadoria estrangeira os valores correspondentes:
 „ ao imposto de importação, ao imposto sobre produtos 
industrializados, ao adicional ao frete para renovação da 
marinha mercante e ao custo dos encargos de natureza 
cambial, quando existentes; 
 „ ao imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Na hipótese de o similar nacional ser isento de tributo interno, 
ou não tributado, as parcelas relativas a esses tributos não serão 
consideradas, porém será deduzida do preço do similar nacional 
a parcela correspondente ao imposto que incidir sobre os insumos 
relativos a sua produção no país.
A Secretaria de Comércio Exterior poderá estabelecer critérios 
gerais ou específicos para apuração da similaridade, por meio de 
normas complementares, tendo em vista as condições de oferta 
do produto nacional, a política econômica geral do governo e a 
orientação dos órgãos governamentais incumbidos da política 
relativa a produtos ou a setores de produção. 
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
Apuração da similaridade
A apuração da similaridade será procedida em 
cada caso, antes da importação, pela Secretaria de 
Comércio Exterior, segundo as normas e os critérios 
ora estudados. Na apuração da similaridade, poderá 
ser solicitada a colaboração de outros órgãos 
governamentais e de entidades de classe e nos casos 
excepcionais em que, por motivos de ordem técnica, 
não for possível a apuração prévia da similaridade, 
esta poderá ser verificada por ocasião do despacho 
de importação da mercadoria, conforme as instruções 
gerais ou específicas que forem estabelecidas.
Com o objetivo de facilitar a execução de contratos de 
financiamento de projetos, para cuja implantação for requerida a 
aprovação do governo, o exame da similaridade deverá ser feito 
de preferência durante a negociação dos contratos.
Compete à Secretaria de Comércio Exterior informar ao 
interessado a inexistência do similar nacional e editar ato 
complementar. Quando a Secretaria de Comércio Exterior 
não tiver elementos próprios para decidir, serão exigidas dos 
postulantes de isenção ou de redução as informações pertinentes, 
a fim de demonstrar que a indústria nacional não teria condições 
de fabricação ou de oferta do produto a importar, cumpridas as 
instruções que forem baixadas. 
A falta de cumprimento desta exigência impossibilitará 
a obtenção do benefício no caso específico.
As entidadesmáximas representativas das atividades econômicas 
deverão informar sobre a produção do similar no país, atendendo 
aos pedidos dos interessados ou da Secretaria de Comércio 
Exterior, na forma e no prazo estabelecidos em ato normativo. 
49
Legislação Aduaneira
Unidade 3
Como exemplo observe o caso da ABIMAQ (Associação 
Brasileira da Indústria de Máquinas) que deverá se 
manifestar sempre em nome das indústrias de máquinas 
e equipamentos similares do Brasil, quanto a possíveis 
fornecedores de produtos que ela representa, na 
ocorrência de pedidos de importação do exterior e que 
pelo importador são consideradas sem similar nacional.
Poderão ser aceitos como elementos de prova os resultados de 
concorrências públicas, tomadas de preço, ofertas ou condições de 
fornecimento do produto ou informações firmadas pela entidade 
máxima da classe representativa da atividade em causa. 
Caso a indústria nacional não tenha condições de ofertar para 
atender, em prazo normal, à demanda específica de um conjunto de 
bens destinados à execução de determinado projeto, a importação da 
parcela do conjunto, não atendida pela indústria nacional, poderá ser 
dispensada do cumprimento das normas de similaridade.
Nos casos em que a indústria nacional se dispor a fornecer o 
que se pretende importar, é preciso checar se a sua participação 
irá depender, também, de insumos importados em proporções 
elevadas. O custo final do bem deverá ser levado em consideração 
se o valor acrescido internamente, em decorrência de montagem 
ou de qualquer outra operação industrial, puder conferir ao 
bem fabricado a necessária qualificação econômica para ser 
reconhecido como similar.
Lembre-se de que não há similar nacional em condições de 
substituir o produto importado, quando, em obras a cargo 
de concessionárias de serviço público, não existirem bens e 
equipamentos de construção em quantidade que permita o seu 
fornecimento nos prazos requeridos pelo interesse nacional para a 
conclusão da obra. 
Nos programas de estímulo à industrialização, aplicados por meio 
de índices de nacionalização progressiva, os órgãos competentes 
deverão observar as normas de similaridade estabelecidas na lei. 
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
A anotação por parte do importador de inexistência de similar 
nacional no campo específico do documento ou no registro 
informatizado de importação é condição indispensável para que 
ocorra o despacho aduaneiro com redução ou isenção do imposto.
Para conciliar o interesse do fabricante do similar nacional 
com o da implantação de projeto de importância econômica 
fundamental, financiado por agência estrangeira ou supranacional 
de crédito, poderão ser consideradas as condições de participação 
da indústria brasileira no fornecimento dos bens requeridos pelo 
projeto, respeitando-se o que segue: 
 „ que fique assegurada a utilização de bens fabricados 
no país na implantação do projeto, quando houver 
entendimento entre o interessado na importação e 
os produtores nacionais, cujo acordo, apreciado pela 
entidade de classe representativa, será homologado pela 
Secretaria de Comércio Exterior;
 „ satisfeitas as condições aqui estudadas, a parcela de bens 
importados fica automaticamente excluída do exame da 
similaridade.
Exceções 
Excetuam-se da exigência de anotação, as 
mercadorias abaixo compreendidas ou que forem 
expressamente autorizadas pela Secretaria de 
Comércio Exterior.
Lembre-se de que os produtos naturais brutos ou com 
beneficiamento primário, as matérias-primas e os bens de 
consumo de notória produção no país independem de apuração 
para serem considerados similares. 
A Secretaria de Comércio Exterior poderá dispensar o exame de 
similaridade, quando ficar demonstrado que a produção nacional 
não tem condições de substituir os produtos importados, lembrando 
51
Legislação Aduaneira
Unidade 3
que de acordo com o art. 201 do Decreto nº. 6.759/2009 ficam 
dispensados, também, do mesmo exame, os seguintes: 
 „ bagagem de viajantes;
 „ importações efetuadas por missões diplomáticas e 
repartições consulares de caráter permanente e por seus 
integrantes;
 „ importações efetuadas por representações de organismos 
internacionais de caráter permanente de que o Brasil 
seja membro, e por seus funcionários, peritos, técnicos e 
consultores, estrangeiros;
 „ amostras e bens contidos em remessas postais 
internacionais, sem valor;
 „ partes, peças e componentes destinados a reparo, revisão 
e manutenção de aeronaves ou embarcações, estrangeiras;
 „ gêneros alimentícios de primeira necessidade, 
fertilizantes e defensivos para aplicação na agricultura ou 
pecuária, e matérias-primas para sua produção no país, 
quando sujeitos a contingenciamento;
 „ partes, peças, acessórios, ferramentas e utensílios:
a) que, em quantidade normal, acompanham o 
aparelho, instrumento, máquina ou equipamento, 
importado com isenção do imposto; 
b) importados pelo usuário, na quantidade necessária e 
destinados, exclusivamente, ao reparo ou manutenção 
do aparelho, instrumento, máquina ou equipamento 
de procedência estrangeira, instalado ou em 
funcionamento no país;
 „ bens doados, destinados para fins culturais, científicos e 
assistenciais, desde que os beneficiários sejam entidades 
sem fins lucrativos; 
 „ bens adquiridos em loja franca; 
 „ bens destinados a coletores eletrônicos de votos;
 „ bens destinados à pesquisa científica e tecnológica, até o 
limite global anual; 
 „ bens importados com a redução do imposto.
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ressalte-se que os produtos acima são dispensados do 
licenciamento de importação prévio, ou seja, este licenciamento 
se dá de forma automática.
Na hipótese de importações amparadas por legislação específica 
de desenvolvimento regional, a Secretaria de Comércio Exterior 
aprovará as normas e procedimentos adequados, após audiência 
com os órgãos interessados.
Você sabia?
As importações financiadas ou a título de 
investimento direto de capital, provenientes dos 
países membros da Associação Latino-Americana 
de Integração, estarão sujeitas ao regime de 
reciprocidade de tratamento e constituirão caso 
especial de aplicação destas normas. 
As entidades de direito público e as pessoas de direito privado 
beneficiadas com a isenção de tributos ficam obrigadas a dar 
preferência nas suas compras aos materiais de fabricação nacional. 
A Secretaria de Comércio Exterior publicará periodicamente a 
relação das mercadorias similares às estrangeiras, conforme suas 
instruções específicas, sempre que a incidência do imposto ou o 
nível da alíquota for condicionado à existência de similar nacional.
Tudo que for relativo às normas e procedimentos para o 
exame de similaridade aplica-se a todas as importações objeto 
de benefícios fiscais ou de outra espécie, qualquer que seja a 
pessoa jurídica interessada. 
A decisão sobre apuração da similaridade caberá recurso, no 
prazo de dez dias contados a partir da ciência ou da divulgação 
oficial da decisão recorrida, em face de razões de legalidade e 
de mérito. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a 
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o 
encaminhará à autoridade superior. 
A proteção à bandeira brasileira
Com relação a esse critério, respeitado o princípio de 
reciprocidade de tratamento adotado por outros países, é 
obrigatório o transporte em navio de bandeira brasileira:
53
Legislação Aduaneira
Unidade 3
 „ das mercadorias importadas por qualquer órgão da 
Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, 
direta ou indireta; 
 „ de qualquer outra mercadoria a ser beneficiada com 
isenção ou redução do imposto.
Do ponto de visto legal e técnico, considera-se de bandeira 
brasileira o navio estrangeiro fretado por empresa nacional

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