Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Legislação Aduaneira Universidade do Sul de Santa Catarina Disciplina na modalidade a distância Legislação Aduaneira Universidade do Sul de Santa Catarina Legislação Aduaneira Disciplina na modalidade a distância 5ª edição Palhoça UnisulVirtual 2011 Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrícia Alberton Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Iris de Sousa Barros Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Assistente e Auxiliar de Coordenação Maria de Fátima Martins (Assistente) Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Ana Denise Goularte de Souza Coordenadores Graduação Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Arthur Beck Neto Bernardino José da Silva Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta José Carlos da Silva Junior Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manfroi Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina S. Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Sergio Sell Coordenadores Pós-Graduação Aloisio Rodrigues Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Leticia Cristina Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Rogério Santos da Costa Roberto Iunskovski Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Eduardo Rodrigues Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Simone Zigunovas (Capacitação) Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Fabiana Pereira Tutoria e Suporte Claudia Noemi Nascimento (Líder) Anderson da Silveira (Líder) Ednéia Araujo Alberto (Líder) Maria Eugênia F. Celeghin (Líder) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Ana Cláudia Taú Carmelita Schulze Carolina Hoeller da Silva Boeing Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Gislaine Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo Jaqueline de Souza Tartari João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Letícia Laurindo de Bonfim Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Melina de La Barrera Ayres Michele Antunes Corrêa Nágila Hinckel Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael Araújo Saldanha Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Sabrina Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Avaliação da aprendizagem Geovania Japiassu Martins (Coord.) Gabriella Araújo Souza Esteves Jaqueline Cardozo Polla Thayanny Aparecida B.da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Assuntos Jurídicos BrunoLucion Roso Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Marcelo Barcelos Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Oberdan Porto Leal Piantino Patrícia Fragnani de Morais Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Juliana Cardoso da Silva Jonatas Collaço de Souza Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Nidia de Jesus Moraes Orivaldo Carli da Silva Junior Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual José Ricardo Tavares Legislação Aduaneira Livro didático Revisão e atualização de conteúdo Luciano de Oliveira Gonçalves Design instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing Viviane Bastos 5ª edição Palhoça UnisulVirtual 2011 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Edição – Livro Didático Professor Conteudista José Ricardo Tavares Revisão e atualização de Conteúdo Luciano de Oliveira Gonçalves Design Instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing Viviane Bastos (5ª edição) ISBN 978-85-7817-281-7 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Higor Ghisi (3ª ed. rev. atual) Diogo Silva (5ª edição) Revisão B2B Jaqueline Tartari Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 341.1222 T22 Tavares, José Ricardo Legislação aduaneira : livro didático / José Ricardo Tavares ; revisão e atualização de conteúdo Luciano de Oliveira Gonçalves ; design instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing, Viviane Bastos. – 5. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 157 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-281-7 1. Administração alfandegária – Legislação. 2. Tarifas alfandegárias. I. Gonçalves, Luciano de Oliveira. II. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. III. Bastos, Viviane. IV. Título. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – O Direito Aduaneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 – O território aduaneiro e a jurisdição aduaneira . . . . . . . . . 29 UNIDADE 3 – Os documentos e os veículos transportadores . . . . . . . . . 45 UNIDADE 4 – Exigências quanto às isenções e reduções do imposto de importação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 UNIDADE 5 – Os regimes aduaneiros especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 UNIDADE 6 – Os casos especiais do regulamento aduaneiro . . . . . . . . . 111 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 153 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Sumário 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Legislação Aduaneira. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato. Você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual Palavras do professor Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Legislação Aduaneira! O objetivo principal da disciplina é trazer para você informações, principalmente do regulamento aduaneiro brasileiro, que irão permitir a sua contextualização e o seu entendimento quanto ao principal conjunto de normas que regulam a fiscalização e a organização do sistema aduaneiro do nosso país. Da primeira à última unidade, você estará inserido totalmente nos assuntos que dizem respeito ao funcionamento das instituições oficias do sistema aduaneiro brasileiro, os servidores públicos que as representam, sobre os importadores, exportadores, transportadores, fieis depositários, peritos etc., conhecendo as suas atribuições, os seus direitos e as suas obrigações quando da entrada ou da saída de produtos, pessoas e veículos transportadores do nosso território aduaneiro. Os conteúdos estudados na disciplina de Legislação Aduaneira são de cunho técnico, por terem como base uma lei (Decreto nº 6.759, de 05 de fevereiro de 2009), sendo fundamental para o entendimento de todo o contexto do Curso de Gestão de Comércio Exterior, de forma que você poderá relacioná-lo com os assuntos ministrados nas demais disciplinas. Vamos aos estudos! Professor José Ricardo Tavares Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); o Sistema Tutorial. Ementa Sistema aduaneiro internacional. Sistema aduaneiro brasileiro. Recintos alfandegados. A atividade, a instituição, a organização e a Lei Aduaneira. Sistema de fiscalização – SISCOMEX. Jurisdição dos serviços aduaneiros. Controle aduaneiro de veículos. Controle aduaneiro de mercadorias. Despacho de importação e despacho de exportação. Das infrações e penalidades. Impostos sobre o comércio exterior. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivo(s) Geral Propiciar ao aluno o principal do ordenamento jurídico brasileiro quanto à organização aduaneira interna, seus controles, isenções e benefícios fiscais, destacando as movimentações de produtos, pessoas, veículos e animais diante de nossas importações e exportações. Específicos Conhecer o regulamento aduaneiro brasileiro (Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009). Compreender como e quando o Estado exerce as suas funções administrativas e fiscalizadoras na área aduaneira, o que são áreas alfandegadas e por que elas existem. Conhecer os principais documentos exigidos pela fiscalização aduaneira quanto aos veículos transportadores indo e vindo do exterior com pessoas, produtos e animais. Conhecer as principais situações que envolvem as isenções e reduções de tributos na importação. Entender o funcionamento do setor aduaneiro brasileiro, os regimes aduaneiros especiais (trânsito aduaneiro, a admissão temporária e o drawback), as suas implicações, os seus desdobramentos. Conhecer o tratamento administrativo e fiscal dado para certas mercadorias e procedimentos que, por suas peculiaridades, são tratados como especiais dentro do Regulamento Aduaneiro. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. 13 Legislação Aduaneira Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 6 Unidade 1 – O Direito Aduaneiro O objetivo desta unidade é iniciar os estudos da Legislação Aduaneira, mais precisamente o que aborda o regulamento aduaneiro brasileiro (Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009), onde estão inseridas normas administrativas e tributárias que tratam da entrada e saída (indo ou vindo do exterior) de pessoas, veículos transportadores, animais e produtos do nosso território nacional. Unidade 2 – O território aduaneiro e a jurisdição aduaneira Será abordada nesta unidade a regulamentação da jurisdição aduaneira para que se entenda como e quando o Estado exerce as suas funções administrativas e fiscalizadoras na área aduaneira, para que se compreenda o que são áreas alfandegadas e por que elas existem. Unidade 3 – Os documentos e os veículos transportadores Você irá conhecer nesta unidade os principais documentos exigidos pela fiscalização aduaneira quanto aos veículos transportadores indo e vindo do exterior com pessoas, produtos e animais, bem como sobre os procedimentos operacionais previstos na nossa legislação para que as importações e exportações processadas no nosso território sejam realizadas de forma prevista na lei. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 4 – Exigências quanto às isenções e reduções do imposto de importação Dando continuidade ao estudo sobre o imposto de importação, você irá conhecer nesta unidade as principais situações que envolvem as isenções e reduções de tributos na importação e para isso será abordado o que é a similaridade, como se desenrola a proteção do navio de bandeira brasileira nos processos de importação e quem é considerado contribuinte. Unidade 5 – Os regimes aduaneiros especiais Nesta unidade será possível entender o funcionamento do setor aduaneiro brasileiro os regimes aduaneiros especiais (trânsito aduaneiro, a admissão temporária e o drawback), as suas implicações, os seus desdobramentos e como são aplicados em áreas especiais, destacando-se o funcionamento dessas áreas, os seus beneficiários, os seus responsáveis e suas peculiaridades legais. Unidade 6 – Os casos especiais do regulamento aduaneiro Com o estudo desta unidade você terá condições de conhecer o tratamento administrativo e fiscal dado para certas mercadorias e para certos procedimentos que por suas peculiaridades são tratados como especiais dentro do Regulamento Aduaneiro, destacando-se os procedimentos relativos aos controles e os desdobramentos legais aos quais serão submetidos. 15 Legislação Aduaneira Agenda de atividades/Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) UNIDADE 1 O Direito Aduaneiro Objetivos de aprendizagem Entender o que é Direito Aduaneiro. Conhecer as implicações do Direito Aduaneiro. Seções de estudo Seção 1 O Direito Aduaneiro e as suas implicações Seção 2 O Regulamento Aduaneiro Seção 3 Os conceitos básicos do comércio internacional de acordo com o Regulamento Aduaneiro 1 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta unidade, você irá estudar a Legislação Aduaneira, destacando, o Regulamento Aduaneiro (Decreto n.º 6.759, de 02 de fevereiro de 2009), onde estão inseridas normas administrativas e tributárias que tratam da entrada e saída de pessoas, veículos transportadores, animais e produtos do nosso território nacional. Seção 1 – O Direito Aduaneiro e a suas implicações No sentido de entendermos o ramo do Direito Aduaneiro, temos que ressaltar que no Brasil essa subdivisão é considerada como inserida no Direito Tributário e no Direito Administrativo. Todos os ramos do direito estão intimamente ligados entre si, em virtude da dinâmica da sociedade e das consequências das relações entre as pessoas, de forma que o Direito Aduaneiro, embora autônomo por possuir suas leis e sua estrutura jurídica, não funcionaria sem o Direito Tributário e sem o Direito Administrativo. Basta lembrar que no Direito Administrativo estão previstas as normas regulamentadoras das instituições e das pessoas que fiscalizam e atuam visando à arrecadação dos tributos, e que o Direito Aduaneiro é o regime tributário e administrativo do comércio exterior brasileiro, que nada mais é do que o conjunto das normas jurídicas que regulamentam o comércio internacional (troca de mercadorias, serviços e capital) do nosso país. Na verdade, o Direito Aduaneiro adota os princípios derivados do Direito Administrativo, do Direito Tributário, do Direito Civil, do Direito Penal, do Direito Comercial, do Direito Marítimo, do Direito Aéreo e de outros ramos. O Direito Aduaneiro é o conjunto de normas e princípios que regulamentam juridicamente a política aduaneira, com a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias, formando um sistema que possibilita o controle e a criação de barreiras com finalidades públicas(FREITAS, 2004). 19 Legislação Aduaneira Unidade 1 Como você já aprendeu na disciplina de Direito Internacional e Direito Internacional Econômico, muitas normas internas que no dia a dia norteiam as nossas relações são o reflexo de tudo aquilo que o Estado negociou nos tratados e nas convenções internacionais. Essas normas se refletem até mesmo no Direito Internacional Privado que trata das relações de compra e venda internacionais entre os particulares. Mesmo que o Direito Aduaneiro venha a ser confundido, principalmente com o Direito Tributário, a nossa Constituição Federal define que a União tem como uma de suas fontes primordiais de renda (receitas) os tributos. Todos os países do mundo tributam as operações de comércio exterior, sem, necessariamente, deixar de considerar a existência de um Direito Aduaneiro, apesar da significativa importância do aspecto tributário neste campo. No caso desta disciplina, a preocupação maior é com os tributos derivados das entradas e saídas de mercadorias do território aduaneiro, aqueles que denominamos de tributos de comércio exterior, mas não se resume somente a isso, pois é no Direito Aduaneiro que vamos encontrar uma complexa e variada gama de fenômenos que caracterizam o comércio internacional. De acordo com José Lence Carluci (2001, p. 22), fica claro que o ramo do Direito Aduaneiro é autônomo, porém, intimamente ligado aos ramos do Direito Tributário e do Direito Administrativo. Seção 2 – O Regulamento Aduaneiro Sem esquecer da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e de todas as leis administrativas, para qual nos remetemos continuamente, destacamos que o Direito Aduaneiro Brasileiro possui como base principal o Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009 (substitui o Decreto n.º 4.543/03, cujas matrizes se baseiam no Decreto-Lei n.º 37/66), que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Dentre esses temas relativos ao comércio internacional, o Regulamento Aduaneiro abrange: 20 Universidade do Sul de Santa Catarina o conceito de jurisdição aduaneira, definindo o que é Zona Primária e Secundária; o alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira; a atuação dos recintos alfandegados; as normas gerais sobre o controle aduaneiro de veículo; as normas sobre os impostos de importação e de exportação; a valoração aduaneira; além de outros assuntos de grande relevância no comércio exterior. O Regulamento Aduaneiro abrange todas as normas relativas ao Direito Aduaneiro, mas considerando a dinâmica do setor das relações de comércio exterior, as normas aduaneiras são complementadas, regulamentadas ou modificadas por outras normas, tais como medidas provisórias, decretos etc., e todos os atos administrativos emanados dos órgãos públicos, tais como as instruções normativas, as ordens de serviço, os atos declaratórios, as resoluções etc., visando a toda a organização do setor pertinente. Existem diversos órgãos intervenientes no Direito Aduaneiro, dentre eles o Ministério da Fazenda, através da Secretaria da Receita Federal, o Banco Central do Brasil, o Ministério da Justiça, através da Delegacia da Polícia Federal, os Ministérios da Agricultura e Saúde, Ministério dos Transportes etc. Seção 3 – Os conceitos básicos do comércio internacional de acordo com o Regulamento Aduaneiro Dentro do Regulamento Aduaneiro existem diversos pontos que são conceituados e normatizados no sentido de se dar à estrutura administrativa aduaneira, principalmente à Receita Federal, condições de fiscalizar e impor as regras de funcionamento do setor. A seguir, você irá conhecer esses pontos para que possa ter condições de continuar seus estudos com maior clareza e precisão. 21 Legislação Aduaneira Unidade 1 O território aduaneiro O território aduaneiro, de acordo com o Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009, confunde-se com o território nacional devido às suas semelhanças. Segundo Bizelli (2006), o território aduaneiro compreende todo o território nacional, estando dividido, para fins de jurisdição dos serviços aduaneiros, em “Zona Primária” e “Zona Secundária”. O território nacional, analisando o mapa geográfico do nosso país, não é apenas o seu solo superficial. O território nacional se estende ao seu subsolo, aos rios, lagos, as bacias, golfos e portos, às chamadas águas territoriais e todo o espaço aéreo, bem como todas as áreas compreendidas pelas fronteiras. De acordo com Bizelli (2006), a Zona Primária, constituída pelas áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local, abrange: a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e c) a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados. Segundo o autor ainda, a Zona Secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, inclui as águas territoriais e o espaço aéreo. Essa divisão administrativa visa principalmente definir quais trabalhos serão executados em cada área. Na Zona Primária, se realiza o desembaraço das mercadorias (liberação das mercadorias por parte das autoridades alfendegárias) e, na Zona Secundária, a fiscalização dos estabelecimentos importadores ou exportadores. Do ponto de vista da legislação brasileira, porém, temos que destacar que muitas vezes mercadorias saem da Zona Primária e são transferidas através de Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) para uma Zona Secundária, sem efetuar o desembaraço da mercadoria, sendo que o mesmo acaba ocorrendo posteriormente na Zona Secundária. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Essa possibilidade visa a atender várias peculiaridades de uma importação (tipo de carga, tipo de armazenamento, logística da importação etc.) e possibilita uma folga da Zona primária, ainda mais no Brasil onde nossos portos e aeroportos muitas vezes não comportam o movimento intenso de nosso comércio internacional, de forma que todos os procedimentos de fiscalização são transferidos para a Zona Secundária. Para o importador, muitas vezes esse procedimento facilita e barateia todo o processo. Mercadoria Analisando o termo mercadoria, no campo do Direito Aduaneiro, define-se como tudo aquilo que poderá ser comercializado. Dessa forma a mercadoria dentro da Legislação Aduaneira é o objeto da relação aduaneira, e, necessariamente, deverão ser aplicados os controles que o Estado tem a sua disposição. A aduana tem sua atenção voltada para o bem móvel corpóreo, que de acordo com o nosso Código Civil (artigo 82) se define como “móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância.” As coisas corpóreas são geralmente designadas como mercadorias e, neste caso, se inclui a moeda. Em geral, no comércio são vendidas em mais larga escala as coisas fungíveis, mas podem ser vendidas, também, as coisas infungíveis, por exemplo: um quadro de Leonardo da Vinci. Os bens móveis corpóreos são todos passíveis de controle aduaneiro. Por outro lado, não podemos deixar de analisar que existem bens sobre os quais o controle aduaneiro do Estado não age. Imagine uma mercadoria que resulte da produção intelectual. Um exemplo que serve para sua melhor compreensão vem a ser a importação de um programa de computador, cujo meio físico para seu transporte provavelmente será um CD – (Compact Disk) ou disquete. Cabe ao fisco tributar a mercadoria de acordo com os impostos incidentes sobre o CD ou disquete como bem corpóreo. A produção intelectual (bem incorpóreo) não estará sujeita à tributação de impostos ou dos regramentos com fins fiscais do ponto de vista da importação, tributando-se,se for o caso, essa produção intelectual como uma prestação de serviços fora do conjunto de regras previstas na Legislação Aduaneira. 23 Legislação Aduaneira Unidade 1 Classificação e nomenclatura de mercadorias Visando a melhoria do fluxo e o controle de circulação de mercadorias em todo o mundo, criou-se um sistema básico de classificação. Esta classificação segue um sistema harmonizado em que vários países usam uma numeração fixa, adaptando com mais números a sua classificação interna se for preciso. Esta classificação nas operações de importação, exportação e operações no mercado interno é tarefa básica, tornando-se de suma importância dentro do Direito Aduaneiro, porque é por meio dela que serão relacionadas as alíquotas de impostos e outras imposições que porventura estejam determinadas às mercadorias. Segundo Dalston (2008), Classificação Fiscal de Mercadoria é uma ciência factual social, cujo objetivo é inserir, corretamente, um objeto merceológico específico, conhecido de antemão através da Merceologia, numa nomenclatura de mercadorias. Merceologia pode ser entendida como um estudo que leva em consideração a análise das características técnicas e comerciais de uma determinada mercadoria. O Estudo Merceológico é um importante instrumento na fiscalização aduaneira. Seu principal objetivo é o de dotar a Coordenação Geral de Administração Aduaneira da Receita Federal – COANA/RF – de informações de extrema relevância das mercadorias de interesse, com vistas a aprimorar a fiscalização aduaneira, e, principalmente, atribuir um parâmetro objetivo de análise de preço justo no mercado internacional. Do ponto de vista do nosso país temos que utilizar, obrigatoriamente, a seguinte nomenclatura para classificar as mercadorias: Nomenclatura da Associação Latina Americana de Integração – Sistema Harmonizado – NALADI/SH. Esta é utilizada nas negociações que envolvem os países da ALADI. Nomenclatura Comum do Mercosul – Sistema Harmonizado – NCM/SH. Esta nomenclatura é utilizada para a obtenção das alíquotas do imposto de importação e outras disposições, no âmbito do Mercado 24 Universidade do Sul de Santa Catarina Comum do Sul (Mercosul), envolvendo os países signatários: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e agora mais recentemente a Venezuela. As nomenclaturas existentes possuem um mesmo objetivo e finalidade que é individualizar a mercadoria e, desta forma, trazê-la ao encontro destas listas de produtos que indicam em seu conteúdo os gravames a que ela estará sujeita. A codificação das mercadorias traz um conjunto de códigos numéricos que é baseada no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH). O Sistema Harmonizado foi instituído na Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, celebrado em Bruxelas, em 14 de junho de 1983. No Brasil, entrou em vigor a referida convenção por força do Decreto nº 97.409/88. Através deste sistema, conseguimos classificar e verificar todos os impostos incidentes sobre o produto objeto da transação comercial. Exportações O conceito de exportação é bastante amplo, podendo inclusive estender seu alcance aos serviços secundários ligados a esse regime de venda de produtos. Conforme ensina Ratti (2001, p. 348), “exportação vem a ser a remessa de bens de um país para outro. Em sentido amplo poderá compreender, além dos bens propriamente ditos, também os serviços ligados a essa exportação (fretes, seguros, serviços bancários etc.).” Exportação com cobertura cambial Nesta modalidade, as exportações são aquelas que recebem divisas do exterior, ou seja, que o importador paga a mercadoria negociada. 25 Legislação Aduaneira Unidade 1 Exportação sem cobertura cambial As exportações sem cobertura cambial são aquelas que não recebem as divisas do exterior, ou seja, o importador não efetua pagamentos pelas mercadorias recebidas. Você conhece as exportações temporárias que são as amostras de mercadorias, as bagagens de passageiros, as mercadorias destinadas a feiras e exposições, que não serão vendidas etc. Essas exportações são aquelas que saem do território aduaneiro para o estrangeiro, sob condição de retornar à sua origem em determinado prazo, como por exemplo, um veículo que participará de uma corrida de fórmula 1, ou os equipamentos usados pela equipe. Importações A importação resulta de um conjunto de normas e regras a serem observadas no campo de comércio exterior (normas que normatizam o comércio internacional) e na área do comércio internacional (trocas de mercadorias, serviços e capital), e tudo o que for relacionado aos trâmites e documentos que são exigidos para o desembaraço (procedimento administrativo de liberação das mercadorias), tudo conforme determina o regulamento Aduaneiro e demais normas complementares. Ainda de acordo com Ratti (2001, p. 349), podemos definir importação como: “a entrada de mercadorias em um país, provenientes do exterior”. Do ponto de vista dos trâmites e decisões quanto aos procedimentos aduaneiros a legislação brasileira é clara, cabendo ao importador seguir as normas nela previstas. Ao importador, cabe decidir em qual regime deseja classificar a mercadoria estrangeira ao chegar ao Brasil e, a partir dessa decisão, os mais diversos procedimentos deverão ser observados. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade, você aprendeu alguns pontos sobre o Direito Aduaneiro para que nas próximas unidades possamos analisar as partes principais do Regulamento Aduaneiro Brasileiro (Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009), no que concerne aos principais trâmites, controles e documentos das nossas importações e exportações, que cabem ao Estado aplicar/exigir. Ao estudar ou relembrar os conceitos de território aduaneiro, mercadoria, classificação e nomenclatura de mercadorias, exportação e importação, você passou a ter condições de analisar e estudar mais profundamente nas próximas unidades uma série de regras ligadas diretamente a esses assuntos. Atividades de autoavaliação Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro didático. Esforce-se para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua aprendizagem. 1) Analise o seu dia a dia e tente enumerar pelo menos 05 (cinco) produtos/mercadorias de origem estrangeira que você usa ou consome diariamente, relacionando se existe no Brasil produtos eminentemente nacionais que podem substituí-los. 27 Legislação Aduaneira Unidade 1 2) Com base na resposta anterior, enumere pelo menos dois órgãos estatais que por força de lei controlaram e analisaram o processo de importação de dois ou mais produtos que você consome. Saiba mais Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros: CARLUCI, José Lence. Uma introdução ao direito aduaneiro. 2. ed. São Paulo: Ed. Aduaneiras, 2001. MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003. RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio. 10. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001. VIEIRA, Aquiles. Importação: práticas, rotinas e procedimentos. São Paulo: Aduaneiras, 2006. UNIDADE 2 O território aduaneiro e a jurisdição aduaneira Objetivos de aprendizagem Conhecer a jurisdição aduaneira. Entender o que são áreas alfandegadas. Compreender como funciona a fiscalização da administração aduaneira . Seções de estudo Seção 1 A jurisdição aduaneira e o controle de veículos Seção 2 Os portos, aeroportos e os pontos de fronteira alfandegados Seção 3 O processo de fiscalização naadministração aduaneira 2 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo De acordo com Freitas (2004), o Direito Aduaneiro é um conjunto de normas e princípios que regulamentam juridicamente a política aduaneira, com a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias, formando um sistema que possibilita o controle e a criação de barreiras com finalidades públicas. Para o estudo desta unidade, é importante retomar algumas leis do nosso Estado, como a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional e outras leis administrativas. Vale destacar, na área do Direito Aduaneiro Brasileiro, o Decreto n.º 6.759, de 05 de fevereiro de 2009; conhecido como Regulamento Aduaneiro. O Direito Aduaneiro é o conjunto de toda a legislação que trata dos assuntos de controle de entrada e saída para o exterior, de pessoas, animais, mercadorias e de veículos transportadores, pelas autoridades, como os fiscais da Receita Federal (Auditores-Fiscais da Receita Federal) que representam as instituições constituídas (Receita Federal, Vigilância Sanitária, IBAMA etc.), de forma que se respeite à regulamentação documental e o pagamento dos tributos devidos. A fiscalização é baseada nas normas e princípios que regulamentam juridicamente a política aduaneira adotada em nosso país. A partir desta unidade, você irá estudar o Regulamento Aduaneiro e terá a oportunidade de conhecer seus artigos relacionando-os com as demais normas vigentes, ou seja, “a legislação aduaneira brasileira”, buscando entender melhor como funciona o controle administrativo e tributário no que se refere ao comércio internacional. 31 Legislação Aduaneira Unidade 2 Seção 1 – A Jurisdição Aduaneira e o controle de veículos De acordo com o que você aprendeu na unidade 1, o legislador brasileiro visando delimitar as atividades de controle das autoridades e das demais instituições constituídas do nosso país determinou que o território aduaneiro compreendesse todo o território nacional e que a jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e para facilitar o trabalho e a organização administrativa o território aduaneiro foi dividido, buscando também alcançar os objetivos de fiscalização, em Zona Primária e Secundária. Observe que não é qualquer porto, aeroporto ou pontos de fronteiras que são considerados inclusos na Zona Primária, tanto que existem muitos aeroportos e portos brasileiros, assim como pontos de fronteiras, que não podem receber veículos indo ou vindo do exterior, transportando mercadorias e pessoas (somente em casos excepcionais de emergência). Para alcançar o status de Zona Primária, logicamente, os locais serão previamente preparados para serem alfandegados, ou seja, os serviços de controle aduaneiros serão exercidos de forma oficial. Vale lembrar que a responsabilidade dessas áreas poderá ser exercida tanto pelo poder público (os aeroportos brasileiros são administrados pela INFRAERO), como pela iniciativa privada (o Porto de Imbituba é administrado pela CDI – Companhia Docas de Imbituba), tudo sob a supervisão e a autorização do Estado. Para se transformar em Zona Primária, antes do alfandegamento, o órgão ou empresa responsável será ouvido, podendo a autoridade aduaneira exigir que toda a área, ou parte dela, seja protegida por obstáculos que impeçam o acesso indiscriminado de veículos, pessoas ou animais. Visando a segurança e os objetivos fiscalizadores também poderá ser estabelecido para locais e recintos alfandegados, restrições à entrada de pessoas que ali não exerçam atividades profissionais, e a veículos não utilizados em serviço. A Infraero é uma empresa pública com mais de 33 anos de tradição e credibilidade no mercado. Vinculada ao Ministério da Defesa, administra aeroportos, unidades de apoio à navegação aérea e terminais de logística de carga. A cada ano, cerca de 330 milhões de pessoas passam por estes aeroportos, sendo aproximadamente 83 milhões de passageiros. Em 2005, o número de operações foi de cerca de dois milhões de pousos e decolagens. Fonte: Site da Infraero (Disponível em: <www. infraero.gov.br>. Acesso em: 22 maio 2011). O porto de Imbituba tem a única concessionária privada do Brasil, CDI – Companhia Docas de Imbituba. Fonte: Site do SIE (Disponível em: <www. sie.sc.gov.br>. Acesso em: 22 maio 2011). 32 Universidade do Sul de Santa Catarina Sempre caberá ao Ministro de Estado da Fazenda a demarcação, na orla marítima ou na faixa de fronteira, de zonas de vigilância aduaneira, nas quais a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas. Também visando aos objetivos fiscalizadores, o ato que demarcar a zona de vigilância aduaneira poderá seguir algumas regras de acordo com o Regulamento Aduaneiro. Observe: ser geral em relação à orla marítima ou à faixa de fronteira, ou específico em relação a determinados segmentos delas; estabelecer medidas específicas para determinado local; ter vigência temporária. Na orla marítima, a demarcação da zona de vigilância aduaneira levará em conta, além de outras circunstâncias de interesse fiscal, a existência de portos ou ancoradouros naturais, propícios à realização de operações clandestinas de carga e descarga de mercadorias. Seção 2 – Os portos, aeroportos e os pontos de fronteira alfandegados Para que você entenda melhor o controle dentro da Zona Primária (os portos, aeroportos e pontos de fronteira), basta lembrar que o alfandegamento visa a autorizar, sob controle aduaneiro: estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados; efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados. Zona de vigilância aduaneira é a totalidade do município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área demarcada. 33 Legislação Aduaneira Unidade 2 O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será precedido da respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas autoridades competentes em matéria de transporte, visando analisar toda a capacidade técnica e a segurança das áreas envolvidas. O ato de declarar o alfandegamento estabelecerá as operações aduaneiras autorizadas e os termos, limites e condições para a sua execução. Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá ser efetuada a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, o que não se aplica à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior. Como exemplo, citamos as compras de gás vindo da Bolívia efetuadas pelo Brasil, e os casos excepcionais, como um pouso de emergência efetuado por um avião cargueiro vindo do exterior num aeroporto não alfandegado. Os recintos alfandegados De acordo com Bizelli (2006), os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na Zona Primária ou na Zona Secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de: a) mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial; b) bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e c) remessas postais internacionais. Poderão ainda ser alfandegados, em Zona Primária, recintos destinados à instalação de lojas francas. Embora as lojas estejam localizadas no territórioaduaneiro, as vendas de produtos importados e nacionais nelas realizadas são beneficiadas com isenção de tributos visando a, principalmente, incentivar o turismo, dentro do limite de desembolso previsto nos países de destino. 34 Universidade do Sul de Santa Catarina O que são portos secos? Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. Estes portos secos não poderão ser instalados na Zona Primária de portos e aeroportos alfandegados, podendo ser autorizados a operar com carga de importação e de exportação, ou apenas de exportação, tendo em vista as necessidades e condições locais. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro, como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de concessão ou de permissão, ou seja, o Estado através das autoridades aduaneiras sempre vai analisar essa possibilidade visando garantir todas as condições de fiscalização. Essas operações e a prestação desses serviços serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedida da execução de obra pública. O alfandegamento O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira somente poderá ser efetivado, na Zona Primária ou na Zona Secundária: depois de atendidas as condições de instalação dos órgãos de fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensáveis à segurança fiscal; se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; se o interessado assumir a condição de fiel depositário da mercadoria sob sua guarda. Essa permissão ou concessão de serviços públicos de alfandegamento, onde o estado transfere para terceiros essas atividades, poderá ser efetivada somente após a conclusão do devido procedimento licitatório pelo órgão competente, e o cumprimento das condições fixadas em contrato. 35 Legislação Aduaneira Unidade 2 O alfandegamento poderá abranger a totalidade ou parte da área dos portos e dos aeroportos de acordo com suas reais necessidades, podendo desta necessidade, abranger silos (depósitos de grãos) ou tanques (depósitos de líquidos), para armazenamento de produtos a granel, localizados em áreas contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados a estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares, instaladas em caráter permanente. Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados pontos de fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos matriculados nas cidades, o que ocorrerá de acordo com a autoridade aduaneira regional, que poderá fixar as restrições que julgar conveniente. As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as cidades fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a fronteira. Seção 3 – O processo de fiscalização na administração aduaneira De acordo a Constituição da República (art. 237), o exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro. A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta (direto sem paradas) ou continuada (com intervalos) nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, em conformidade com o estabelecido no ato que a criou. Entende-se por fiscalização continuada aquela que se exerce em dia e hora determinados para que haja manuseio ou movimentação de mercadorias, conforme determinado pela administração aduaneira do local. Esta situação não dispensa, por exemplo, um porto de realizar operações fora do período preestabelecido. O atendimento em dias e horas fora do expediente normal da unidade aduaneira é 36 Universidade do Sul de Santa Catarina considerado serviço extraordinário, os interessados (importadores e exportadores) deverão, na forma estabelecida em ato normativo da Secretaria da Receita Federal, ressarcir à Administração das despesas decorrentes dos serviços a eles efetivamente prestados. Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros, procedentes do exterior ou a ele destinados, como também na zona de vigilância aduaneira, a administração aduaneira tem precedência sobre os demais órgãos que ali exerçam suas atribuições. Isso significa que os servidores com poderes na área aduaneira são os que primeiro devem chegar aos locais de fiscalização, observando os seguintes itens: a obrigação, por parte dos demais órgãos, de prestar auxílio imediato, sempre que requisitado pela administração aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal; a competência da administração aduaneira, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos, para disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias nos locais referidos no caput, no que interessar à Fazenda Nacional. - Mas quais são as obrigações das pessoas físicas ou jurídicas? Caberão às pessoas físicas ou jurídicas exibir aos Auditores-Fiscais da Receita Federal, sempre que exigidos, as mercadorias, livros das escritas fiscal e geral, documentos mantidos em arquivos magnéticos ou assemelhados, e todos os documentos, em uso ou já arquivados, que forem julgados necessários à fiscalização, e lhes franquearão os estabelecimentos, depósitos e dependências, bem assim veículos, cofres e outros móveis, a qualquer hora do dia, ou da noite, se à noite os estabelecimentos estiverem funcionando. As pessoas físicas ou jurídicas usuárias de sistema de processamento de dados deverão manter documentação técnica 37 Legislação Aduaneira Unidade 2 completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízo da sua emissão gráfica, quando solicitada. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis de efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação destes em exibi-los. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade fiscal todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: os tabeliães, os escrivães e demais serventuários de ofício; os bancos, as casas bancárias, as Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; as empresas de administração de bens; os corretores, os leiloeiros e os despachantes oficiais; os inventariantes; os síndicos, os comissários e os liquidatários; quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Essa obrigação não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão, nos termos da legislação específica. Procedimentos da fiscalização Depois de comprovado o poder da autoridade aduaneira para promover a fiscalização, esta deve procederou presidir a qualquer procedimento fiscal, lavrando os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a sua conclusão. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Esses termos lavrados, sempre que possível, em um dos Livros Fiscais exibidos pela pessoa sujeita à fiscalização e quando os termos forem lavrados em separado, deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade aduaneira. Para que possa exercer sua função e atribuições, de acordo com estrutura, competência, denominação, sede e jurisdição das unidades da Secretaria da Receita Federal que faça parte para desempenhar as atividades aduaneiras de acordo com o ato legal do Ministro de Estado da Fazenda, a autoridade aduaneira poderá requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como o apoio de força pública federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário, tendo livre acesso: a quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas ou não; aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Controle aduaneiro de veículos A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, cujo controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a bagagens de viajantes. É importante que você saiba que é proibido ao condutor de veículo procedente do exterior ou a ele destinado: estacionar ou efetuar operações de carga ou descarga de mercadoria, inclusive transbordo, fora do local de habitação; trafegar no território aduaneiro em situação ilegal quanto às normas reguladoras do transporte internacional correspondente à sua espécie; desviá-lo da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, sem motivo justificado; colocar o veículo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou mercadoria, sem observância das normas de controle aduaneiro. 39 Legislação Aduaneira Unidade 2 No entanto, existem algumas exceções, para a proibição aos seguintes veículos: de guerra, salvo se utilizados no transporte comercial; das repartições públicas, em serviço; autorizados para utilização em operações portuárias ou aeroportuárias, inclusive de transporte de passageiros e tripulantes; que estejam prestando ou recebendo socorro. As operações de carga, descarga ou transbordo de veículo procedente do exterior poderão ser executadas somente depois de formalizada a sua entrada no País. A Secretaria da Receita Federal poderá dispor, em ato normativo, sobre situações em que as operações de carga, descarga ou transbordo possam iniciar-se antes de formalizada a entrada do veículo no País. O ingresso em veículo procedente do exterior ou a ele destinado será permitido somente aos tripulantes e passageiros, às pessoas em serviço, devidamente identificadas, e às pessoas expressamente autorizadas pela autoridade aduaneira. Quando conveniente aos interesses da Fazenda Nacional, poderá ser determinado, pela autoridade aduaneira, o acompanhamento fiscal de veículo pelo território aduaneiro. A prestação de informações pelo transportador Para efeitos fiscais, considera-se formalizada a entrada do veículo quando emitido o termo de entrada e para isso o transportador prestará à Secretaria da Receita Federal as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso, comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos volumes 40 Universidade do Sul de Santa Catarina de fácil extravio. O agente de carga, assim considerado qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide (reunir num mesmo transporte diversas cargas para diversos importadores ou exportadores) ou desconsolide (separar através do competente processo aduaneiro as diversas cargas para diversos importadores ou exportadores) cargas e preste serviços conexos, também deve prestar as informações sobre as operações que execute e sobre as respectivas cargas. Após a prestação das informações e a efetiva chegada do veículo ao País, será emitido o respectivo termo de entrada, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. As empresas de transporte internacional que operem em linha regular, por via aérea ou marítima, deverão prestar informações sobre tripulantes e passageiros, na forma e no prazo estabelecido pela lei. Como ocorre a busca em veículos? A busca em qualquer veículo será realizada pela autoridade aduaneira para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à Legislação Aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações que acima nos referimos. Esta busca será precedida de comunicação, verbal ou por escrito, ao responsável pelo veículo. Nesta oportunidade, a autoridade aduaneira poderá determinar a colocação de lacres nos compartimentos que contenham os volumes ou as mercadorias de fácil extravio, bem como aquelas incluídas em listas de sobressalentes e provisões de bordo deverão corresponder, em quantidade e qualidade, às necessidades do serviço de manutenção do veículo e de uso ou consumo de sua tripulação e dos passageiros. A autoridade pode adotar outras medidas de controle fiscal, inclusive, se assim entender, dispensar o uso de lacres se a permanência do veículo na Zona Primária for de curta duração. Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se o competente termo. 41 Legislação Aduaneira Unidade 2 As mercadorias mencionadas que durante a permanência do veículo na Zona Primária não forem necessárias aos fins indicados, serão depositadas em compartimento fechado, o qual poderá ser aberto somente na presença da autoridade aduaneira ou após a saída do veículo do local. Caberá à Secretaria da Receita Federal disciplinar o funcionamento de lojas, bares e instalações semelhantes, em embarcações, aeronaves e outros veículos empregados no transporte internacional, de modo a impedir a venda de produtos sem o atendimento ao disposto na Legislação Aduaneira. Imagine um transatlântico internacional em visita à costa brasileira que permita a visita de moradores do local. Logicamente, o acesso aos estabelecimentos do navio por estes visitantes será restrito, de forma que não venham a adquirir produtos que são exclusivos para os tripulantes e passageiros dos mesmos. O controle das unidades de carga Existem vários dispositivos para o transporte de cargas internacionais. Um dos mais conhecidos, os contêineres (cofres/ dispositivos de aço) podem possuir várias formas e tamanhos, dependendo do tipo de carga. Esses dispositivos na maioria das vezes são usados apenas no transporte, devendo retornar ao país de origem, uma vez que entram temporariamente no país comprador. Os contêineres podem ser usados em qualquer meio de transporte. São denominados do ponto de vista legal de “unidades de carga” e quando são utilizados no transporte (não são as mercadorias importadas/exportadas) de mercadorias serão objetos de controle desde a sua chegada até a efetiva saída do território aduaneiro. O controle das unidades de carga ingressadas no território aduaneiro será exercido mediante aplicação do regime aduaneiro especial de admissão temporária, nos termos estabelecidosem ato normativo da Secretaria da Receita Federal, isto quer dizer que terão um tempo determinado para entrar e sair do território aduaneiro, entrando na Zona Primária ou Secundária sem pagamento de tributos. 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade, você aprendeu alguns aspectos do território aduaneiro brasileiro, como são controlados os veículos transportadores de mercadorias, de pessoas e animais indo para e vindo do exterior, e as cautelas que a fiscalização aduaneira deve exercer para fiscalizar essas operações. Com a aquisição destes conhecimentos, você está embasado para continuar seus estudos nas próximas unidades, principalmente no que se refere ao poder que o Estado possui para buscar o que lhe é de direito quanto aos tributos e quanto aos controles que visam manter a ordem em nome do bem-estar de toda a nossa sociedade. Portanto, na próxima unidade, você irá estudar os principais documentos que são exigidos para que pessoas e veículos que entram ou saem do território aduaneiro brasileiro transportando animais ou produtos, possam provar a legalidade destes processos de exportação e importação, bem como a maneira como deve ocorrer o carregamento e a descarga destes produtos. 43 Legislação Aduaneira Unidade 2 Atividades de autoavaliação Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro didático. Esforce-se para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua aprendizagem. 1) Pesquise na internet, jornais, revistas etc. alguma notícia a respeito de mercadorias que tenham sido apreendidas recentemente pelos fiscais da Receita Federal, cujo processo de importação não tenha seguido os padrões determinados em nossa lei, descrevendo-o resumidamente. Faça uma análise sobre a apreensão baseando-se no que você estudou até aqui. Saiba mais Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros: MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003. RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio. 10. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001. VIEIRA, Aquiles. Importação: práticas, rotinas e procedimentos. São Paulo: Aduaneiras, 2006. UNIDADE 3 Os documentos e os veículos transportadores Objetivos de aprendizagem Conhecer os documentos exigidos pela jurisdição aduaneira. Compreender o tratamento aduaneiro para os veículos transportadores. Seções de estudo Seção 1 A similaridade e a proteção do navio de bandeira brasileira Seção 2 Documentos de carga previstos no regulamento aduaneiro Seção 3 Os veículos transportadores Seção 4 A descarga e a custódia de mercadorias 3 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nas unidades anteriores, você estudou que a legislação brasileira, visando delimitar as atividades de controle das autoridades e das demais instituições constituídas do país, estabelece que o território aduaneiro compreende todo o território nacional e que a jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro. Você pôde observar também os principais pontos da jurisdição aduaneira, o que são áreas alfandegadas e analisou como se procede a fiscalização da administração aduaneira quanto à entrada de veículos transportando mercadorias, pessoas e animais indo e vindo para o exterior. Você agora irá aprofundar seu estudo conhecendo outros procedimentos operacionais e documentais previstos na nossa legislação, para que as importações e exportações processadas no nosso território sejam realizadas de forma correta. Seção 1 – A similaridade e a proteção do navio de bandeira brasileira Antes de analisar propriamente dito o assunto isenções e reduções do imposto de importação, você estudará dois critérios legais que terão que ser respeitados para se alcançar estes benefícios tributários. A lei, observadas as suas exceções e o que está previsto no Regulamento Aduaneiro, beneficiará com isenções e reduções do imposto de importação a mercadoria sem similar nacional, transportada em navio de bandeira brasileira. - Você sabe o que é a similaridade e o transporte em navio de bandeira brasileira? Considera-se similar ao estrangeiro o produto nacional em condições de substituir o importado, observadas as seguintes normas básicas: qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a que se destina; 47 Legislação Aduaneira Unidade 3 preço não superior ao custo de importação, em moeda nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base no preço CIF (custo da mercadoria colocada a bordo + seguro internacional + frete internacional + despesas aduaneira), acrescido dos tributos que incidem sobre a importação e de outros encargos de efeito equivalente; prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. Você sabia? Não será aplicável o conceito de similaridade quando a importação for relativa a peças ou máquina de forma fracionada, com prejuízo da garantia de seu bom funcionamento ou com retardamento substancial no prazo de entrega ou montagem. Na comparação de preços, serão acrescidos ao custo da mercadoria estrangeira os valores correspondentes: ao imposto de importação, ao imposto sobre produtos industrializados, ao adicional ao frete para renovação da marinha mercante e ao custo dos encargos de natureza cambial, quando existentes; ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Na hipótese de o similar nacional ser isento de tributo interno, ou não tributado, as parcelas relativas a esses tributos não serão consideradas, porém será deduzida do preço do similar nacional a parcela correspondente ao imposto que incidir sobre os insumos relativos a sua produção no país. A Secretaria de Comércio Exterior poderá estabelecer critérios gerais ou específicos para apuração da similaridade, por meio de normas complementares, tendo em vista as condições de oferta do produto nacional, a política econômica geral do governo e a orientação dos órgãos governamentais incumbidos da política relativa a produtos ou a setores de produção. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina Apuração da similaridade A apuração da similaridade será procedida em cada caso, antes da importação, pela Secretaria de Comércio Exterior, segundo as normas e os critérios ora estudados. Na apuração da similaridade, poderá ser solicitada a colaboração de outros órgãos governamentais e de entidades de classe e nos casos excepcionais em que, por motivos de ordem técnica, não for possível a apuração prévia da similaridade, esta poderá ser verificada por ocasião do despacho de importação da mercadoria, conforme as instruções gerais ou específicas que forem estabelecidas. Com o objetivo de facilitar a execução de contratos de financiamento de projetos, para cuja implantação for requerida a aprovação do governo, o exame da similaridade deverá ser feito de preferência durante a negociação dos contratos. Compete à Secretaria de Comércio Exterior informar ao interessado a inexistência do similar nacional e editar ato complementar. Quando a Secretaria de Comércio Exterior não tiver elementos próprios para decidir, serão exigidas dos postulantes de isenção ou de redução as informações pertinentes, a fim de demonstrar que a indústria nacional não teria condições de fabricação ou de oferta do produto a importar, cumpridas as instruções que forem baixadas. A falta de cumprimento desta exigência impossibilitará a obtenção do benefício no caso específico. As entidadesmáximas representativas das atividades econômicas deverão informar sobre a produção do similar no país, atendendo aos pedidos dos interessados ou da Secretaria de Comércio Exterior, na forma e no prazo estabelecidos em ato normativo. 49 Legislação Aduaneira Unidade 3 Como exemplo observe o caso da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) que deverá se manifestar sempre em nome das indústrias de máquinas e equipamentos similares do Brasil, quanto a possíveis fornecedores de produtos que ela representa, na ocorrência de pedidos de importação do exterior e que pelo importador são consideradas sem similar nacional. Poderão ser aceitos como elementos de prova os resultados de concorrências públicas, tomadas de preço, ofertas ou condições de fornecimento do produto ou informações firmadas pela entidade máxima da classe representativa da atividade em causa. Caso a indústria nacional não tenha condições de ofertar para atender, em prazo normal, à demanda específica de um conjunto de bens destinados à execução de determinado projeto, a importação da parcela do conjunto, não atendida pela indústria nacional, poderá ser dispensada do cumprimento das normas de similaridade. Nos casos em que a indústria nacional se dispor a fornecer o que se pretende importar, é preciso checar se a sua participação irá depender, também, de insumos importados em proporções elevadas. O custo final do bem deverá ser levado em consideração se o valor acrescido internamente, em decorrência de montagem ou de qualquer outra operação industrial, puder conferir ao bem fabricado a necessária qualificação econômica para ser reconhecido como similar. Lembre-se de que não há similar nacional em condições de substituir o produto importado, quando, em obras a cargo de concessionárias de serviço público, não existirem bens e equipamentos de construção em quantidade que permita o seu fornecimento nos prazos requeridos pelo interesse nacional para a conclusão da obra. Nos programas de estímulo à industrialização, aplicados por meio de índices de nacionalização progressiva, os órgãos competentes deverão observar as normas de similaridade estabelecidas na lei. 50 Universidade do Sul de Santa Catarina A anotação por parte do importador de inexistência de similar nacional no campo específico do documento ou no registro informatizado de importação é condição indispensável para que ocorra o despacho aduaneiro com redução ou isenção do imposto. Para conciliar o interesse do fabricante do similar nacional com o da implantação de projeto de importância econômica fundamental, financiado por agência estrangeira ou supranacional de crédito, poderão ser consideradas as condições de participação da indústria brasileira no fornecimento dos bens requeridos pelo projeto, respeitando-se o que segue: que fique assegurada a utilização de bens fabricados no país na implantação do projeto, quando houver entendimento entre o interessado na importação e os produtores nacionais, cujo acordo, apreciado pela entidade de classe representativa, será homologado pela Secretaria de Comércio Exterior; satisfeitas as condições aqui estudadas, a parcela de bens importados fica automaticamente excluída do exame da similaridade. Exceções Excetuam-se da exigência de anotação, as mercadorias abaixo compreendidas ou que forem expressamente autorizadas pela Secretaria de Comércio Exterior. Lembre-se de que os produtos naturais brutos ou com beneficiamento primário, as matérias-primas e os bens de consumo de notória produção no país independem de apuração para serem considerados similares. A Secretaria de Comércio Exterior poderá dispensar o exame de similaridade, quando ficar demonstrado que a produção nacional não tem condições de substituir os produtos importados, lembrando 51 Legislação Aduaneira Unidade 3 que de acordo com o art. 201 do Decreto nº. 6.759/2009 ficam dispensados, também, do mesmo exame, os seguintes: bagagem de viajantes; importações efetuadas por missões diplomáticas e repartições consulares de caráter permanente e por seus integrantes; importações efetuadas por representações de organismos internacionais de caráter permanente de que o Brasil seja membro, e por seus funcionários, peritos, técnicos e consultores, estrangeiros; amostras e bens contidos em remessas postais internacionais, sem valor; partes, peças e componentes destinados a reparo, revisão e manutenção de aeronaves ou embarcações, estrangeiras; gêneros alimentícios de primeira necessidade, fertilizantes e defensivos para aplicação na agricultura ou pecuária, e matérias-primas para sua produção no país, quando sujeitos a contingenciamento; partes, peças, acessórios, ferramentas e utensílios: a) que, em quantidade normal, acompanham o aparelho, instrumento, máquina ou equipamento, importado com isenção do imposto; b) importados pelo usuário, na quantidade necessária e destinados, exclusivamente, ao reparo ou manutenção do aparelho, instrumento, máquina ou equipamento de procedência estrangeira, instalado ou em funcionamento no país; bens doados, destinados para fins culturais, científicos e assistenciais, desde que os beneficiários sejam entidades sem fins lucrativos; bens adquiridos em loja franca; bens destinados a coletores eletrônicos de votos; bens destinados à pesquisa científica e tecnológica, até o limite global anual; bens importados com a redução do imposto. 52 Universidade do Sul de Santa Catarina Ressalte-se que os produtos acima são dispensados do licenciamento de importação prévio, ou seja, este licenciamento se dá de forma automática. Na hipótese de importações amparadas por legislação específica de desenvolvimento regional, a Secretaria de Comércio Exterior aprovará as normas e procedimentos adequados, após audiência com os órgãos interessados. Você sabia? As importações financiadas ou a título de investimento direto de capital, provenientes dos países membros da Associação Latino-Americana de Integração, estarão sujeitas ao regime de reciprocidade de tratamento e constituirão caso especial de aplicação destas normas. As entidades de direito público e as pessoas de direito privado beneficiadas com a isenção de tributos ficam obrigadas a dar preferência nas suas compras aos materiais de fabricação nacional. A Secretaria de Comércio Exterior publicará periodicamente a relação das mercadorias similares às estrangeiras, conforme suas instruções específicas, sempre que a incidência do imposto ou o nível da alíquota for condicionado à existência de similar nacional. Tudo que for relativo às normas e procedimentos para o exame de similaridade aplica-se a todas as importações objeto de benefícios fiscais ou de outra espécie, qualquer que seja a pessoa jurídica interessada. A decisão sobre apuração da similaridade caberá recurso, no prazo de dez dias contados a partir da ciência ou da divulgação oficial da decisão recorrida, em face de razões de legalidade e de mérito. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. A proteção à bandeira brasileira Com relação a esse critério, respeitado o princípio de reciprocidade de tratamento adotado por outros países, é obrigatório o transporte em navio de bandeira brasileira: 53 Legislação Aduaneira Unidade 3 das mercadorias importadas por qualquer órgão da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, direta ou indireta; de qualquer outra mercadoria a ser beneficiada com isenção ou redução do imposto. Do ponto de visto legal e técnico, considera-se de bandeira brasileira o navio estrangeiro fretado por empresa nacional
Compartilhar