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2017-EliakimKaiamOliveiradeSouza

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educando para 
a empatia
por Eliakim Kaiam Oliveira de Souza
Instituto de Artes
Departamento de Desenho Industrial
Brasília, Junho de 2017
Um projeto anti-bullying
Projeto de diplomação para obtenção do 
título de graduação em Desenho Industrial, 
na habilitação de Programação Visual 
apresentado à Universidade de Brasília.
Orientador: Evandro Renato Perotto
Banca avaliadora: Rogério José Câmara, 
Nayara Moreno de Siqueira, Ana Cecília 
Schettino
Brasília, Junho de 2017
educando para 
a empatia
por Eliakim Kaiam Oliveira de Souza
Um projeto anti-bullying
Instituto de Artes
Departamento de Desenho Industrial
Projeto dedicado a minha família, amigos e 
professores que me apoiaram em toda essa 
jornada universitária.
“A humilhação não pode sobreviver à empatia.”
(Brené Brown)
Resumo
Em uma sociedade totalmente conectada, onde o acesso a informações a liberdade de 
expressão toma proporções que nunca antes foram vistas na história da humanidade, 
se criou uma cultura individualista e egoísta, onde se há cada vez mais uma despre-
ocupação com as consequências do que os atos de um indivíduo podem causar. O 
assédio e a humilhação se multiplicam e se espalham de forma muito mais prejudiciais 
com a utilização da internet e o distanciamento de sujeitos. Essa nova cultura cruel 
também surte efeitos fora do meio virtual, onde a prática de bullying aumenta, com-
provadamente por estatísticas. Há uma necessidade de repensar o modo de viver, e 
buscar ser um melhor exemplo para as novas gerações. É necessário agir se queremos 
que o planeta e a humanidade tenham um futuro mais pleno e harmônico, e é na bus-
ca dessa mudança social que este projeto foi estruturado.
 
Palavras-chave: empatia; bullying; cyberbullying; educação; alteridade; infância.
Abstract
In a fully connected society, where access to information and freedom of expression 
are in proportions never before seen in the history of humanity, an individualistic and 
selfish culture is born, where there is more and more of an unconcern with the conse-
quences of what the acts of an individual person can cause. Harassment and humilia-
tion multiply and spread far more damagingly through the use of the internet and the 
detachment of subjects. This new cruel culture also reflects outside the virtual envi-
ronment, where a practice of bullying increases, proven by statistics. There is a need to 
rethink the way of life, and to seek a better example for the new generations. Acting is 
necessary if we want a fuller and more harmonic future for the planet and humanity, 
and it’s on this seeking of social change that this project was structured.
 
Keywords: empathy; bullying; cyberbullying; education; otherness; childhood.
Lista de imagens
Imagem 1: The Bully Project website (fonte: thebullyproject.com)
Imagem 2: The Bully Project website (fonte: thebullyproject.com)
Imagem 3: Campanha Pretty Shady 2015 (fonte: internet)
Imagem 4: Website da campanha Pretty Shady 2017 (fonte: prettyshady.com)
Imagem 5: Website da campanha Pretty Shady 2017 (fonte: prettyshady.com) 
Imagem 6: Lettering feito para marca do projeto
Imagem 7: Paleta de cores principal
Imagem 8: Família tipográfica Dosis
Imagem 9: Quadrinhos na ordem
Imagem 10: Ilustração a mão x quadrinho pronto
Imagem 11: Capa Guia do Professor 
Imagem 12: Capa Cartilha de apoio aos pais
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Sumário
1. Introdução
1.1 Justificativa da escolha do tema
1.2 Objetivo geral
1.3 Objetivos específicos
 
2. Conceituação
2.1 Conceito de bullying e cyberbullying, origem do termo
2.2 Bullying no Brasil, pesquisas e dados
 2.2.1 Lei anti-bullying no Brasil
2.3 Design e arte como ferramenta social
 
3. Levantamento de dados - referências visuais e teóricas
3.1 Palestras TED Talks
 3.1.1 Shane Koyczan - For the bullied and the beautiful
 3.1.2 Meaghan Ramsey - Why thinking that you’re ugly is bad for you
 3.1.3 Nancy Lublin - Texting that saves lives
 3.1.4 Monica Lewinski - The price of shame
 3.1.5 Chimamanda Ngozi Adichie - O perigo da história única
3.2 Entrevistas informais
3.3 Project Rockit
3.4 Tyler Clementi Foundation
3.5 Programa Escolas Transformadoras
 3.5.1 A importância da empatia na educação
3.6 Mind Up Program
3.7 Pretty Shady
3.8 Bullying - Cartilha Justiça nas Escolas
3.9 Conclusão do levantamento de dados
 
4. Diretrizes do projeto
 
5 Produtos finais
5.1 Livretos para crianças
 5.1.1 Conteúdo
 5.1.2 Formato
 5.1.3 Ilustrações 
5.2 Cartilha para pais e professores
 5.2.1 Guia dos professores - atividade
 5.2.2 Cartilha de apoio a pais - como lidar com o bullying em casa
5.3 Página para download do conteúdo
 
6. Considerações finais e conclusão
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1, Introdução
O desenvolvimento desse projeto teve como objetivo criar e disponibilizar uma 
base de informação e de apoio a pais, responsáveis e professores de crianças que es-
tejam presenciando ou passando por situações de bullying e assédio, além de incen-
tivar uma educação preventiva e precoce, com valores baseados na empatia com o 
intuito de formar pessoas mais prudentes e conscientes.
O bullying é um problema que atinge pessoas de todas as idades e em qualquer 
tipo de ambiente (casa, escola, igreja, trabalho). Porém, através de pesquisa, foi cons-
tatado que na infância e adolescência, nos estabelecimentos de ensino, é que no ge-
ral se dão as situações de bullying mais consideráveis e marcantes para os envolvi-
dos, e escolas também onde são mais frequentes acontecimentos extremos que têm 
o bullying como um dos propulsores.
O objetivo deste projeto é ser uma ação para o enfrentamento e a discussão des-
se fenômeno social, utilizando o design para desenvolver materiais que auxiliem os 
responsáveis pela educação, saúde e segurança dessas crianças e adolescentes, além 
de desenvolver uma atividade preventiva, para que crianças menores - tendo como 
foco a faixa etária de 6 a 9 anos, mas podendo também ser utilizado por crianças 
pouco mais velhas ou mais novas, que já possam ler - possam ser educadas quanto 
a importância da empatia e da auto-valorização para que possam viver melhor tanto 
com os que a cercam, quanto com elas mesmas.
Os capítulos que se seguem deste relatório dão uma explicação mais aprofunda-
da do bullying e suas ramificações, assim como um histórico do fenômeno. O rela-
tório também busca apresentar todo o levantamento de dados com campanhas an-
ti-bullying, referências bibliográficas das mais diferentes formas que tenham como 
foco a educação e a empatia, assim como referências visuais. Finalmente, o relatório 
fala do desenvolvimento do projeto e os resultados dos produtos finais.
1.1 Justificativa da escolha do tema
O tema do bullying foi escolhido para este projeto por um incômodo pessoal e 
uma necessidade que senti de criar algum espaço para discutir o assunto. Na infância, 
fui alvo de bullying por diversas vezes, mas tive a sorte de ter amigos e uma família 
muito próxima, a qual eu me sentia seguro de compartilhar meus medos e insegu-
ranças. Apesar de me sentir seguro, ainda omitia algumas partes do que acontecia, 
por ser uma criança muito tímida. Por vezes, me sentia fraco e tinha vergonha de di-
zer o que me era dito. Se já era difícil pra mim, que tinha um ambiente familiar ade-
quado, para crianças que não se sentem seguras nem na escola e nem em casa, este 
deve ser um fardo muito grande.
Também tive colegas que passaram por agressões verbais e psicológicas repeti-
tivas, e agradeço a minha família por ter criado dentro de mim um grande senso de 
justiça, que não me deixava ficar calado quando algo assim acontecia. Lembro de al-
gumas vezes reclamar com os adultos que eu pensava que poderiam fazer algo a res-
peito daquelas situações. Mas nem todos têm coragem de falar com um adulto, ou 
a sorte de ter alguém que presenciou que se sente confortável e segura de procurar 
alguém. Na verdade, de acordo com pesquisas,a criança que é vítima de bullying ra-
ramente pede ajuda às autoridades escolares ou aos mais velhos. Motivos recorren-
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tes disso é o pensamento de evitar uma possível decepção aos pais por serem pesso-
as “frágeis” ou “covardes” ou a descrença de que falar ajude para que a situação não 
aconteça mais.
Na adolescência foi um pouco mais difícil, pois apesar das situações de assédio 
direto acontecerem com menos frequência para mim, estava estudando em um am-
biente novo, onde não tinha amigos, e isso aumentou a insegurança que eu sentia 
comigo mesmo.
Sinto consequências do bullying até hoje, cada vez em menor quantidade, mas 
já senti muita tristeza, insegurança de ser quem eu sou. Apesar disso, fui uma pessoa 
sortuda, que teve a capacidade de manter minha saúde mental num bom nível por 
todo estes acontecimentos, e de ter sempre quem me desse segurança e apoio em 
casa, mas tenho plena consciência de que não são todos que têm apoio de outras 
pessoas ou têm a resiliência necessária para passar por isso sem consequências mais 
graves.
Além disso, em 2016 fiquei sabendo que um colega que estudou comigo por 4 
anos se suicidou. Eu não era próximo dele ou da família para saber quais foram os 
motivos que levaram a isso, mas a primeira coisa que veio a minha mente era que, 
assim como eu, ele também era vítima de bullying. Não tenho como comprovar que 
o bullying foi algum ponto de partida para que essa decisão fosse tomada por ele, 
mas sei que, com certeza foi um dos pontos baixos da curta vida dele e, talvez, se ele 
tivesse tido o apoio necessário na época, o caminho que sua vida tomou poderia ter 
sido outro.
Por esses motivos, me vi com uma necessidade de agir e discutir sobre isso. O de-
sign me serviu de ferramenta para poder criar e disponibilizar uma série de conte-
údos que visam a prevenção e esclarecimento sobre bullying e suporte às vítimas e 
agressores.
Tenho noção de que o bullying é um fenômeno grande demais para que seja re-
solvido de forma simples, não existe uma solução concreta para a sua erradicação. 
Mas sei que, por menor que seja, uma ação sobre isso já é importante se consegue 
ajudar a vida de uma pessoa sequer.
1.2 Objetivo geral
O objetivo geral deste projeto é desenvolver e exercitar um senso de empatia e 
respeito nas crianças para prevenir e combater o bullying e formar cidadãos mais 
conscientes. Além disso, o projeto tem o interesse de ser um mecanismo de apoio a 
pais, responsáveis, professores e profissionais de educação para lidar com a questão 
do bullying e aos alunos para entenderem o que é o bullying, como agir e as conse-
quências que o bullying pode trazer na vida das pessoas. Através de materiais gráfi-
cos de apoio a serem desenvolvidos, o projeto tem também a intenção de elaborar 
uma forma de interação entre alunos ministrada como atividade de sala de aula, de 
forma com que cada aluno possa participar dessa ação.
 
1.3 Objetivos específicos
Os objetivos específicos deste projeto são:
∙ Criar uma atividade escolar com um lado lúdico, que conscientiza sobre empatia 
e serve como prevenção em relação ao bullying, para crianças de 6 a 9 anos.
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∙ Criar um mecanismo de apoio que seja acessível a maior quantidade possível de 
professores e profissionais de educação, para lidar com a questão do bullying.
∙ Incentivar profissionais de educação a passarem uma forma de educação base-
ada na ética, respeito, responsabilidade e valorizar seus alunos individualmente, me-
lhorando a auto-estima.
∙ Desenvolver uma cartilha de apoio para pais e responsáveis, que dê dicas de 
como identificar situações de bullying, como melhor abrir espaço de conversa com 
seus filhos, onde buscar ajuda e que incentive a criar um ambiente de confiança en-
tre eles e seus filhos.
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2. Conceituação
Neste capítulo, serão apresentados conceitos de bullying, desde a origem do ter-
mo a explicações de autores diversos, além de uma breve abordagem do histórico do 
fenômeno, bem como dados sobre o bullying no Brasil e a justificativa da escolha do 
tema para o projeto.
 
2.1 Conceito de bullying e cyberbullying, etimologia 
 O termo bullying é um anglicismo (palavra emprestada da língua inglesa) utiliza-
do para denominar uma intimidação sistemática e repetitiva entre pessoas ou grupos 
de pessoas. De acordo com o dicionário Oxford Dictionary of English o verbo to bully 
significa “usar força ou influência superior para intimidar (alguém), geralmente para 
forçar alguém a fazer algo” e o substantivo bully significa “uma pessoa que usa força 
ou influência para prejudicar ou intimidar aqueles que são mais fracos”, ou também 
poderia ser traduzido de forma mais simples como “valentão” ou “brigão”.
Quem propôs o termo bullying com a conotação que tem foi o cientista e pesqui-
sador sueco Dan Olweus em 1999, logo após o evento trágico chamado de “Massacre 
de Columbine”.
Nos anos 90, houve um boom de casos de tiroteio em escolas e outras instituções 
de ensino nos Estados Unidos, sendo o mais notório o Massacre de Columbine. Este 
massacre aconteceu em 20 de Abril de 1999, na escola Columbine High School, no 
estado de Colorado, Estados Unidos. Dois alunos da escola, Eric Harris e Dylan Kle-
bold, planejaram um ataque complexo a escola por vários meses com intenção de 
matar o maior número de pessoas possível. Felizmente, boa parte das bombas e ar-
madilhas que planejaram não funcionaram, mas mesmo assim feriram 24 pessoas e 
mataram 13 pessoas, se matando logo em seguida. Eric mostrava sinais psicopáticos 
e Dylan tinha comportamento depressivo. Investigações posteriores confirmaram 
que os dois jovens não eram socialmente aceitos pela maior parte dos colegas e re-
pudiavam a cultura atleta da escola, sendo os atletas justamente os que mais pratica-
vam bullying contra os dois estudantes.
Com essa explosão de casos de tragédia, o bullying começou a ser mais ampla-
mente discutido e notou-se a necessidade de maior quantidade e eficiência de ações 
que lutassem contra esse fenômeno. Muitas escolas começaram a desencorajar o 
bullying e o assédio, promovendo a cooperação entre alunos e treinamento de alu-
nos como moderadores para intervir na resolução de disputas.
De acordo com Olweus, um comportamento pode ser considerado bullying quan-
do: 
1- O comportamento é agressivo e negativo
2- O comportamento é executado repetidamente
3- O comportamento acontece num relacionamento onde há desequilíbrio de po-
der entre as partes envolvidas.
De acordo com a publicação de Jonas Torquatto “Como identificar e resolver si-
tuações de bullying”, o bullying pode ter alguns tipos diferentes de classificação. A 
primeira delas é bullying direto e indireto. De acordo com Torquatto, o bullying direto 
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é a forma mais comum de bullying entre os agressores. Já o bullying indireto é uma 
agressão social, mais comum entre mulheres e crianças, se caracterizando pelo isola-
mento social da vítima. Esse isolamento se dá pelo espalhamento de comentários, a 
recusa em se socializar com a vítima e a ridicularização do modo de se vestir, religião, 
etnia, aparência, entre outros.
O Conselho Nacional de Justiça se juntou a Doutora Ana Beatriz Barbosa Silva - 
psiquiatra, professora e especialista em bullying - para criar uma publicação intitu-
lada “Bullying - Cartilha Justiça nas Escolas” que busca explicar e debater o bullying 
como posto de partida para alcançar soluções a este problema. De acordo com esta 
publicação, as formas de bullying são:
∙ Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”)
∙ Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da 
vítima)
∙ Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar)
∙ Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)
∙ Virtual ou Cyberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológi-
cas: celulares, filmadoras, internet, etc)
O Cyberbullying (ou ciberbullying) surgiu com a internet e é um tipo de bullying 
muito preocupante.O cyberbullying tem o caráter de ter uma propagação muito in-
tensa e um alcance que nunca se havia antes da existência da internet. O anonimato 
e agilidade de publicação, além do distanciamento físico faz as pessoas terem cada 
vez menos cuidado com o que postam na internet, e se perde uma consciência que é 
necessária para a convivência humana harmônica. Além disso, boatos irreais podem 
ter mais credibilidade quando colocados online. Qualquer pessoa, que utilize ou não 
de internet, pode ser alvo de cyberbullying.
Os agressores buscam pessoas que estão em clara desigualdade de poder, pesso-
as que geralmente, apresentam alguma característica destoante do grupo ou pessoa 
agressora. Os principais motivos que levam um jovem ou criança a ser um agressor 
são uma falta de limites na educação no contexto familiar; carência de uma educa-
ção baseada na empatia e que associe atitudes socialmente positivas e solidárias 
com autorrealização; existe casos que acontecem por alguma dificuldade momentâ-
nea, como separações ou doenças na família, e acabam agredindo como uma forma 
de extravasar suas próprias frustações; e o caso mais perverso que é de pessoas que 
apresentam transgressão como base estrutural na personalidade.
Os agressores também podem ser pessoas que têm pouca empatia, pertencen-
tes a famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros 
tende a ser escasso ou precário.Frequentemente podem ter sido vítimas de violência, 
maus-tratos, vulnerabilidade genética, falência escolar e experiências traumáticas.
De acordo com a psicanalista infantil Vera Zimmermann, professora do departa-
mento de psiquiatria da Unifesp, o agressor é um indivíduo fragilizado que precisa 
diminuir o outro para manter sua própria auto estima. 
A prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de compor-
tamento criminoso e violência doméstica na idade adulta. Quanto mais sofrem com 
violência e abusos, mais provável é deles repetirem esses comportamentos em sua 
vida diária e negligenciarem seu próprio bem estar.
Uma vítima típica de bullying é pouco sociável, sofre repetidamente as consequ-
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ências dos comportamentos agressivos de outros, pode possuir aspecto físico frágil 
ou coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, sub-
missão, insegurança, baixa auto-teima, alguma dificuldade de aprendizado, ansieda-
de e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quan-
to verbalmente.
As consequências de uma vítima de bullying pode variar muito de acordo com 
cada caso, dependem de uma série de variáveis como sua vivência, estrutura familiar, 
predisposição genética, saúde mental, porém toda pessoa que é vítima de bullying 
tem algum nível de sofrimento. Muitas das pessoas levam marcas profundas que po-
dem ir para o resto da vida adulta, sendo a ajuda psicológica ou psiquiátrica a so-
lução mais adequada. Crianças e adolescentes que sofrem bullying podem se tornar 
adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Podem desenvolver ou refor-
çar atitudes de insegurança e dificuldade de se relacionar, tornando-se apáticos, re-
traídos, indefesos aos ataques externos.
Os problemas mais comuns que se identificam nas vítimas são: desinteresse pela 
escola, problemas psicossomáticos, problemas comportamentais e psíquicos como 
neuroses, depressão, transtorno do pânico, anorexia e bulimia, fobia escolar e social, 
ansiedade generalizada, entre outros. Em casos mais extremos, o bullying pode levar 
a quadro de esquizofrenia, homicídio ou suicídio.
Torquatto ainda fala da existência de outros dois tipos de vítima, a vítima provo-
cadora e a vítima agressora e cita também os espectadores, quem não está direta-
mente participando da situação de bullying mas se vê como testemunha.
A vítima provocadora atrai e provoca reações agressivas contra as quais não con-
segue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não ob-
tém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta e dispersiva. É, de modo geral, tola, 
imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no 
ambiente em que se encontra.
A vítima agressora reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensa-
ção procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões so-
fridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.
Os espectadores geralmente são alunos que adotam a lei do silêncio. Testemu-
nham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo 
de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não parti-
cipam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.
Há também em instituições de ensino, o bullying professor-aluno, que se dá ao 
intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua auto-
-estima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno 
o expondo a humilhação. Outras formas de isso acontecer são o professor assumir 
um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais; 
perseguir alunos com notas baixas; ameaçar o aluno de reprovação; negar ao aluno 
o direito de ir ao banheiro ou beber água; ou tortura física, mais comum em crianças 
pequenas; puxões de orelha, tapas e cascudos.
Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados 
em um boletim de ocorrência em uma delegacia ou no Ministério público. A revisão 
de provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, 
por medida judicial.
Um fator que é citado por Ana Beatriz Barbosa como um agravante para o aumen-
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to da ocorrência e das consequências do bullying atualmente é a cultura do individu-
alismo e consumismo, em que o ter é muito mais valorizado que o ser, e os princípios 
éticos são cada vez mais distorcidos. No contexto dessa sociedade, a educação que 
era de praxe na escola e em casa ficaram ultrapassadas, necessitando de uma nova 
abordagem que toque mais na vida como coletivo, e não como apenas cada um por 
si. Os pais são mais ausentes e mais permissivos em excessos das crianças, que são 
cada vez mais exigentes e egocêntricas. Há uma falta da preocupação com o convívio 
coletivo e cabe a cada um de nós como membros da sociedade buscar mostrar, em 
atitudes e exemplos, valores mais éticos e responsáveis às novas gerações.
2.2 Bullying no Brasil, pesquisas e dados
 O IBGE, em convênio com o Ministério da Saúde e apoio do Ministério da Edu-
cação, realiza trienalmente, desde 2009, uma pesquisa com estudantes adolescentes 
chamada PeNSE, ou Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. A pesquisa busca moni-
torar dados sobre fatores de risco e proteção à saúde em estudantes, além de identi-
ficar questões prioritárias para que possa ser possível a criação de políticas públicas 
voltadas para a promoção da saúde aos estudantes.
Primariamente, são pesquisados dados sobre questões físicas, como altura, peso, 
tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool, alimentação. Porém também são colhi-
dos dados sobre violência e ocorrência de bullying.
De acordo com os dados coletados na última PeNSE, em 2015, quase a meta-
de dos alunos entrevistados na pesquisa (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de 
bullying e se sentiu humilhado por colegas da escola. Esse número cresceu compa-
rando com os dados da pesquisa de 2012, na qual 35,3% dos alunos diziam já ter 
sofrido bullying. A maioria (39,2%) afirmou que se sentiu humilhado às vezes ou ra-
ramente e 7,4% disseram que essa humilhação acontece com frequência e entre os 
principais motivos está a aparência. Não se sabe se o aumento da porcentagem de 
envolvidos em bullying é de fato um aumento de ocorrência de casos ou apenas uma 
consciência maior sobre o que é o bullying, mas de toda forma, esses dados ainda 
são preocupantes.
Pela pesquisa do IBGE, dois em cada 10 estudantes já praticaram bullying e as 
agressões partem mais dos meninos. Os casos de bullyingentre meninos é mais no-
tório pois geralmente meninos praticam o bullying direto, com claras agressões físi-
cas e verbais. No caso do bullying indireto, mais praticado por meninas, é mais difícil 
de identificar quando está acontecendo pois se dá de forma mais disfarçável. 
Nos casos de violência física mais graves causados pelo bullying no Brasil são ge-
ralmente utilizadas armar brancas, diferente dos Estados Unidos, em que o acesso a 
armas de fogo é muito mais fácil. Porém já ocorreram massacres com presença de 
arma de fogo no Brasil também, sendo o mais notável e mais recente, o Massacre de 
Realengo, que aconteceu em 7 de Abril de 2011 na Escola Municipal Tasso de Silveira, 
no bairro de Realengo na cidade do Rio de Janeiro. O ex aluno Wellington Menezes 
de Oliveira de 23 anos entrou na escola munido de dois revólveres e disparou contra 
todos os alunos presentes, matando doze pessoas, ferindo outras vinte e duas pes-
soas. Quando os policiais o interceptaram, Wellington cometeu suicídio. Sua carta de 
suicídio e depoimento de desconhecidos afirmam que Wellington era muito reserva-
do e uma vítima de bullying.
Do ponto de vista jurídico, o ato do bullying fere princípos constitucionais de res-
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peito à dignidade da pessoa humana e fere o Código Civil, que determina que todo 
ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato 
de bullying também pode ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, ten-
do em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por 
atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
 
2.2.1 Lei Anti-Bullying no Brasil
Há alguns anos atrás, apenas alguns governos estaduais apresentavam medidas 
contra o bullying. No Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de Setem-
bro de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem 
casos de bullying à polícia. Em caso de descumprimeito, pode haver multa de 3 a 20 
salários mínimos para as instituições de ensino. Em Curitiba, todas as escolas têm de 
registrar os casos de bullying em um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o 
nome dos envolvidos e as providências adotadas.
Porém em Novembro de 2015 foi aprovada a primeira lei no Brasil que fala sobre 
o bullying, a Lei nº 13.185. Apesar de já existirem programas e medidas que abordas-
sem o bullying, elas eram iniciativas privadas ou em âmbito regional/estadual. É mui-
to importante que se estabeleça a discussão desse tema com abrangência nacional, e 
este foi um passo importante para que se alcance isso.
Em um primeiro momento, a lei busca explicar o que é o bullying/assédio esco-
lar, que é o objeto da lei, exemplificando modos diferentes em que o assédio esco-
lar pode se manifestar: ataques físicos, insultos pessoais, comentários sistemáticos e 
apelidos pejorativos, grafites depreciativos, expressões preconceituosas, isolamento 
social consciente e premeditado, zombarias. Na explicação, também cita os diferen-
tes tipos de bullying: verbal, moral, sexual, social, psicológico, físico, material e virtual.
Após apresentar uma conceituação do bullying, a lei se preocupa em estabele-
cer medidas que buscam registrar, prevenir e combater problemas de bullying nas 
escolas. Estabelece-se objetivos como capacitar o corpo docente, implementar cam-
panhas de conscientização, orientar pais e dar assistência psicológica, entre outros. 
Também é estabelecido que os estabelecimentos de ensino devem produzir e publi-
car relatórios bimestrais a respeito de possíveis ocorrências de bullying e cita que os 
estabelecimentos são responsáveis por diagnosticar, identificar, lidar e combater pos-
síveis casos de bullying.
É muito importante que seja estabelecida a importância da escola na formação 
de melhores pessoas e cidadãos e na percepção e abordagem e combate ao bullying, 
mas é necessário que se haja um apoio aos profissionais de educação e funcionários, 
e ações mais concretas e específicas para que a lei seja eficiente no seu propósito. 
Porém, não se pode negar que foi um passo importantíssimo para a luta contra o 
bullying no Brasil.
 
2.3 Design e arte como ferramenta social
Design significa realizar um projeto, desenhar com um objetivo. Ao aprender de-
sign, muitas vezes nos deparamos com uma definição de design como uma solução 
de problemas, uma busca de resolver problemas que possam acometer a sociedade.
Em uma sociedade individualista e consumista, o design pode distorcer este con-
ceito de solucionar problemas já existentes, criando novos problemas que as pessoas 
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nem haviam antes e criando uma necessidade de consumo das soluções sugeridas a 
estes novos problemas. Quanto mais são criados novos problemas ou novas necessi-
dades, por mais úteis ou fúteis que sejam, mais será consumido.
Este modelo de ciclo vicioso é essencial para que o modelo econômico e social 
que temos atualmente no mundo se mantenha. Porém esse modelo já apresenta fa-
lhas que são catastróficas, tanto para o meio social quanto para o meio ambiente. O 
consumo desenfreado, o descarte acelerado de produtos e a exploração inconscien-
te e em escalas exuberantes de matéria prima e recursos naturais está causando da-
nos ao planeta que só seriam reversíveis em milhares de anos. O consumismo, o valor 
agregado de produtos de luxo, a desigualdade de qualidade de vida e poder aquisi-
tivo e a exploração de mão-de-obra para abastecer esse modelo de mercado estão 
montando uma sociedade com valores cada vez mais baseados no indivíduo do que 
no coletivo, perdendo noções básicas da ética na prática do nosso dia-a-dia.
Por isso, se vê uma necessidade cada vez mais latente de repensar nossa maneira 
de viver e o impacto que podemos estar causando para o mundo. No caso de um 
designer, além do aspecto de inovação, venda e capitalismo, é importante pensar no 
design como uma forma de ser um impacto positivo na sociedade, uma ferramenta 
social. Se vê cada vez mais a necessidade de utilizar o design como meio de abrir es-
paço para um novo modo de pensar ou estilo de vida, abrir o diálogo para questões 
importantes e solucionar os empecilhos para uma vida plena em sociedade e em re-
lação à natureza e ao planeta.
Exemplos desse modo diferente de pensar a produção são os segmentos do mo-
vimento Slow Movement, que começou na Itália com o conceito de Slow Food, se 
opondo ao Fast Food. O Slow Movement busca se opor ao que já está estabelecido 
como a forma rápida e lucrativa de se viver e produzir. No design, temos as ramifi-
cações do Slow Design e Slow Fashion. Ambos têm como base a sustentabilidade, 
ou seja, a preocupação com o impacto que o uso de materiais e fabricação terão no 
meio-ambiente. Além disso priorizam a produção em pequena ou média escala. O 
Slow fashion, ou moda slow incentiva uma consciência ética, não só em relação ao 
ambiente mas também às pessoas. Os preços tendem a ser mais altos que preços de 
Fast Fashion porque buscam salários justos e materiais sustentáveis, que costumam 
ser mais caros.
Este projeto busca ser o mais acessível possível ao seu consumidor, disponibili-
zando o produto final gratuitamente. Mas acima de tudo, se utiliza do design como 
ferramenta para espalhar um modo de pensar que pretende ser um catalisador de 
atitudes mais positivas e benéficas à vida em sociedade.
18
3. Levantamento de dados - referências visuais e teóricas
Neste capítulo, listarei as principais referências que ajudaram a construir a estru-
tura teórica e inspiração visual deste projeto.
 
3.1 Palestras TED Talks
TED Talks são uma série de conferências realizadas mundialmente desde 1990, li-
deradas pela fundação Sapling, dos Estados Unidos, sem fins lucrativos. As palestras 
ministradas conferências são limitadas a 18 minutos de duração e são todas postadas 
online. e têm intenção de espalhar ideias, não importando assunto. Qualquer pessoa 
pode se candidatar a ser um palestrante, basta que, como diz no seu slogan, sejam 
“ideias que merecemser disseminadas”. A seguir, algumas palestras que serviram de 
inspiração para o projeto e tocam no assunto empatia, bullying e auto-estima serão 
citadas.
 
3.1.1 Shane Koyczan - For the bullied and the beautiful
Shane Koyczan é um poeta e escritor premiado canadense. Em seu TED Talk, logo 
após contar sua própria experiência com o bullying, ele declama seu poema tocante 
chamado “For the bullied and the beautiful” - “Para os intimidados e belos” em portu-
guês - acompanhado por uma animação que narra o poema juntamente com ele.
O poema é emocionante e narra a história de duas pessoas que sofreram bullying 
de formas distintas, e que passaram por maus bocados, mas conseguiram sobreviver. 
O poema se encerra sem diminuir o sofrimento de quem é vítima do bullying, mas de 
forma poderosa e tocante, no seguinte tom:
“Crescemos aprendendo a torcer pelo azarão porque nos identificamos com eles. 
Brotamos de uma raiz plantada na crença de que não somos aquilo de que nos cha-
mavam. Não somos carros abandonados, parados e vazios em alguma estrada, e, se 
de algum modo somos, não se preocupe. Saímos andando em busca de combustível. 
Somos membros formados da classe ‘Nós Conseguimos’, não ecos abafados de vozes 
chorando ‘Xingamentos nunca irão me machucar.’ Claro que machucaram. Mas nos-
sas vidas apenas continuaraão a ser um ato de equilíbrio que tem menos a ver com 
dor e mais a ver com beleza.”
 
3.1.2 Meaghan Ramsey - Why thinking that you’re ugly is bad for you
Meaghan Ramsey se denomina “advogada de auto-estima”, e faz consultoria a 
empresas e marcas para moldar suas operações e projetos com mensagens positivas 
e de uma maneira que desenvolva mudança social positiva juntamente com o cres-
cimento dos negócios. Um exemplo do trabalho de Meaghan é o projeto Dove Sel-
f-Esteem, da marca Dove, que busca promover a auto-estima dos consumidores da 
marca. Em sua TED Talk, intitulada “Porque pensar que você é feio é ruim para você”, 
Meaghan fala das consequências de se ter uma baixo auto-estima.
Meaghan usa a si mesma e a sua sobrinha pequena como exemplo de que, quan-
do nascemos, na nossa inocência, muitos de nós sorrimos ao nos olharmos no es-
pelho. O conceito de beleza é algo muito inocente nessa época e Meaghan aborda 
19
como a nossa cultura de mídia e a própria sociedade molda o ser humano a ser inse-
guro quanto a si mesmo e sua aparência. 
Cerca de 10 mil pessoas por mês perguntam “Eu sou feio?” no site de buscas Goo-
gle. Meaghan acredita que muitas dessas pessoas sejam jovens. É abordado o grande 
número de garotas crianças e adolescentes que postam vídeos na internet com este 
mesmo questionamento, “eu sou feia?”, e como, com a exposição que a internet dá, 
se tornam alvo de cyberbullying e acabam alimentando ainda mais sua inseguran-
ça. Essa cultura de obsessão por imagem força as crianças a focarem apenas nas suas 
aparências e não em outros aspectos que formam sua identidade.
De acordo com pesquisas, as consequências de uma auto-imagem negativa po-
dem vir em faltas em aulas e notas baixas, quase um terço das meninas não partici-
pam de debates para não chamar atenção para sua aparência; seis a cada dez meni-
nas deixam de fazer algo porque não se sentem bonitas o suficiente, se uma menina 
não se acha magra bonita o suficiente, consequentemente as médias das suas notas 
são inferiores. Adolescentes com baixa confiança corporal se exercitam menos, co-
mem mal e tem mais hábitos mais prejudiciais a saúde. Podem ter transtornos ali-
mentares, predisposição a depressão, consumo de drogas e álcool e automutilação. 
Sem contar as mulheres, que em dezessete por cento dos casos, não iria a uma en-
trevista de emprego se estivesse se sentindo feia. E isso tudo não é sobre como uma 
pessoa realmente aparenta, mas sobre como ela acha que sua aparência é. 
Mas Meaghan não apenas discursa sobre o problema, ela dá soluções. A solução 
de Meaghan é dividida em três importantes passos.
O primeiro passo é que temos que educar para a confiança corporal. É necessário 
que ajudemos os jovens a criarem estratégias para superar as pressões com a apa-
rência e construir uma boa auto-estima. Há programas que fazem isso, mas Meaghan 
afirma que nem todos são eficientes. Para ser eficiente, um programa tem que abor-
dar seis áreas-chave: a primeira é a influência da família, amigos e relacionamentos; 
a segunda é a mídia e a cultura das celebridades; a terceira, lidar com provocação e 
intimidação; a quarta é a forma de competir e nos compararmos aos outros; a quinta 
é falar sobre aparência, sobre o corpo; e finalmente a sexta são as bases para se res-
peitar e cuidar de si mesmo.
O segundo passo é ser melhores modelos para as novas gerações. Não julgar a 
eficiência e a contribuição de mulheres no ambiente de trabalho pelo seu cabelo, ou 
tamanho dos seios. Não julgar que pessoas não são bem sucedidas por não serem 
bonitas. É importante julgar as pessoas pelo que fazem, não pela aparência, elogiar 
as pessoas mais pelas suas ações e tomar responsabilidade pelo conteúdo que posta-
mos online.
O terceiro e último passo é trabalharmos juntos como comunidade, como gover-
no e como empresas para realmente mudar essa cultura. Valorizar a diversidade e a 
inclusão na intenção de criar um mundo em que crianças não deixem de fazer o que 
querem ou ser o que quiserem pela sua aparência
 
3.1.3 Nancy Lublin - Texting that saves lives
Nancy Lublin é fundadora do Crisis Text Line, uma iniciativa que usa dados e tec-
nologia para salvar vidas. Lublin encontrou um meio de se comunicar com adoles-
centes que é mais eficiente do que qualquer outra forma hoje em dia, que é a mensa-
gem de texto.
20
A mensagem de texto no celular tem uma taxa de abertura de quase 100%. Se 
você enviar uma mensagem de texto a um jovem, é praticamente certeza que ela 
será lida. E isso não serve apenas para jovens de classe alta com iPhones, mas tam-
bém minorias e classes mais baixas.
Lublin notou essa eficiência ao trabalhar com a organização DoSomething.org, 
que é a maior organização para adolescentes e mudanças sociais na América. A or-
ganização começou a enviar mensagens de texto a 200.000 crianças e adolescentes 
por semana informando sobre campanhas que estariam sendo executadas. Mas aca-
baram recebendo como resposta mensagens de pedidos de ajuda, como “Não quero 
ir pra escola hoje. Os meninos me chamam de bicha”, “Eu estava me mutilando, meus 
pais descobriram, então eu parei. Mas acabeid e recomeçar a uma hora” ou “Ele não 
vai parar de me estuprar. Ele me disse para não dizer a ninguém. É o meu pai. Vocês 
estão aí?”. Esta última mensagem foi o que motivou a criação de um canal para rece-
berem essas mensagens de crise e poderem ajudar esses jovens. As crianças se sen-
tem mais confortáveis em se comunicarem dessa maneira e a equipe do Crisis Text 
Line ajuda com aconselhamento e encaminhamentos.
Nancy Lublin fecha sua palestra animada com o que o acesso a informação pode 
colaborar para mudanças sociais e para que haja amparo para pessoas com necessi-
dade.
 
3.1.4 Monica Lewinsky - The price of shame
Monica Lewinsky é atualmente uma ativista social, e defende um ambiente mais 
seguro e com mais compaixão nas redes sociais e internet no geral. Lewinsky foi um 
dos primeiros alvos da “cultura de humilhação” da internet, ao ter tido sua vida priva-
da investigada após ter seu caso romântico com o ex-presidente dos Estados Unidos 
Bill Clinton, de quem era secretária, descoberto. Após uma década longe de holofo-
tes, Monica decidiu ser uma voz para que uma mudança de comportamento seja al-
cançada na internet.
Quando o escândalo do romance foi descoberto, o mundo estava começando sua 
revolução de acesso a informação com a internet, e as pessoas começaram a ter aces-
so ao que quisessem a qualquer momento. Era praticamente o nascimento do cyber-
bullying, e Lewinsky foi taxada de vadia, prostituta, interesseira, vagabunda. Foi uma 
situação muito traumática, e tanto ela quanto sua família sofrerammuito com isso. 
Na época, em 1998, isso não era algo comum de acontecer. Hoje em dia com as redes 
sociais e a exposição que a internet dá a todos, há milhares de exemplos de humilha-
ção semelhantes ao dela.
Ela conta a história de Tyler Clementi, um adolescente que cometeu suicídio aos 
18 anos após um caso de cyberbullying, algo que infelizmente é cada vez mais co-
mum. Ao saber da notícia, foi um momento decisivo para que Lewinsky tomasse uma 
atitude em relação ao problema do cyberbullying.
Lewinsky diz que precisamos retornar a um valor antigo de compaixão e empa-
tia, nesse ambiente cada vez mais dessensibilizado da internet. A pesquisadora Brené 
Brown diz que “A humilhação não pode sobreviver à empatia.” Isso se mostrou verda-
de na vida de Lewinsky pois foi a compaixão e empatia da família, amigos, profissio-
nais e até estranhos que salvou ela dos tempos traumáticos que viveu. A empatia de 
uma pessoa pode fazer a diferença, e podemos ajudar na construção desse ambiente 
melhor sendo “agentes”. Ser um agente é não ficar calado quando ver injustiças onli-
21
ne e denunciá-las; não ser apático e postar comentários positivos, que ajudam a aba-
ter a negatividade; e assumir a responsabilidade pela liberdade de expressão. Monica 
sugere a compaixão como chave para que se haja um mundo melhor.
 
3.1.5 Chimamanda Ngozi Adichie - O perigo da história única
Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora e novelista premiada da Nigéria. Ela 
tem uma das palestras TED mais famosas e vistas, chamada “Porque devíamos todos 
ser feministas”, que instigou um largo debate acerca do tema mundialmente. Porém 
o TED Talk o qual tomei como inspiração para o projeto é intitulado “O perigo da his-
tória única”, e trata mais da história da autora, sua relação com o mundo e sua profis-
são.
Chimamanda sempre gostou muito de ler, aprendendo muito precocemente, e se 
lembra de quando pequena, ler histórias sobre realidades que não tinham nada a ver 
com a sua própria. Ela começou a escrever aos 7 anos de idade, e em suas histórias, 
as personagens também eram loiras de olhos azuis e pertenciam também a outras 
realidades.
A partir dessas memórias, Chimamanda fala do perigo da história única, ou seja, 
como é danoso que tenhamos como exemplos e modelos em nossa cultura apenas 
um certo tipo de modo de vida, ou aparência, ou contexto geral. Para Chimamanda, 
na infância, as histórias que vinham da cultura predominante nos meios de cultura 
que consumiam eram as únicas que podiam ser documentadas, e só ao ficar mais 
velha e descobrir livros africanos, começou a questionar esse modelo. Ela identifica 
que a visibilidade e identificação na infância com os personagens ou histórias que 
são consumidas é importante para uma construção de caráter e personalidade mais 
plenas e conscientes. Ao ter acesso a diferentes formas de ver o mundo e de vivên-
cia, assim como sua própria, a criança se sente pertencente a algo maior e se dá mais 
valor e consegue perceber dimensão das histórias de outras pessoas e não se basear 
apenas em preconceitos ou visões simplificadas que diminuem pessoas a apenas um 
aspecto do que elas realmente são.
Essa visão diminutiva e estereotipada das pessoas com certas características ou 
contextos, é prejudicial não só no âmbito pessoal, mas pode se tornar um problema 
social e político, como é por exemplo o caso de países que formam e espalham este-
reótipos de certas nacionalidades para que se haja uma rejeição de imigrantes que 
venham desses países (como exemplo, a relação entre alguns norte americanos com 
imigrantes mexicanos). Chimamanda fala do uso do poder para contar e estabelecer 
como verdade a “história única” sobre determinados tipos de pessoas para que os de-
tentos de poder se beneficiem.
Chimamanda defende que ao termos acessos a histórias diferentes, nós podemos 
entender melhor o outro, e assim aceitá-lo melhor. Histórias têm sido utilizadas de 
forma egoísta para expropriar e tornar maligno, mas também podem ser utilizadas 
para humanizar e capacitar.
 
3.2 Entrevistas informais
No começo da definição do projeto, o único aspecto que havia estabelecido como 
certeza era que o tema seria bullying. Porém o bullying pode acontecer nos mais di-
versos ambientes, nas mais diferentes idades e por incontáveis motivos. Para come-
çar a estabelecer um foco mais preciso, foi realizado uma pequena pesquisa baseada 
22
em entrevistas e conversas informais sobre situações de bullying.
Postei no meu perfil do facebook um convite à pessoas que gostariam de com-
partilhar suas vivências e experiências com o bullying ou experiências de alguém que 
conheciam. Muitas pessoas vieram conversar comigo com interesse de participar da 
pesquisa, mas no final dez pessoas conversaram com mais profundidade.
Todas as pessoas que responderam foram mulheres, e a conversa foi livre. O único 
ponto que estabeleci como padrão nas conversas foi perguntar quais foram as conse-
quências, se a pessoa já superou o bullying e se não, o que sente até hoje.
Apenas 2 das 10 pessoas entrevistadas não citaram assédios acontecidos na es-
cola como os mais marcantes, sendo um caso na família e o outro no ambiente de 
trabalho. Houve relatos de pessoas que tiveram a auto-estima abalada até os dias de 
hoje, sendo uma batalha que travam diariamente; alguns já tomaram anti-depressi-
vos; casos de bullying que foram reforçados até por professores; pessoas que já ten-
taram ou pensaram em cometer suicídio.
As conversas não tinham o intuito de definir todos os requisitos para que o tra-
balho proseguisse, mas foi bem sucedido no seu objetivo, que era de achar um foco 
para que a pesquisa proseguisse. Após as entrevistas, foi decidido que o projeto, 
como foco, trataria do bullying na infância, e mais especificamente, na escola, que é 
quando a identidade é construída e por isso, geralmente, é quando se é mais vulnerá-
vel às consequências que o bullying pode causar.
 
3.3 Project Rockit
As irmãs Lucy Thomas e Rosie Thomas, após terminarem o Ensino Médio na Aus-
trália, fundaram a organização chamada Project Rockit, que promove workshops 
em escolas, principalmente para o público adolescente, para falar sobre empatia, 
bullying e o impacto que eles têm na sociedade.
A visão do projeto é de que o respeito vença o bullying e o preconceito, e que 
todos jovens percebam esse potencial.Com uma equipe capacitada, que entende da 
linguagem jovem e sabe se comunicar com seu público alvo, o Project Rockit mostra 
que todos temos potencial para sermos impactos positivos ou negativos na socieda-
de, e mostram as vantagens de investir nas ações positivas.
Os workshops abrem espaço para que os jovens tenham acesso ao respeito, acei-
tação, expressão criativa e liderança social. Ensinam aos jovens os benefícios de se-
rem pivôs de mudanças positivas, não ficando parados diante do que não concordam 
e os empoderam a irem contra o ódio e a negatividade. Além disso, tratam de temas 
como diversidade, relacionamentos, aceitação, valores e ética.
O projeto prova ter muita eficácia, creditado principalmente a dinamicidade e lin-
guagem que se aproximam das do seu público alvo, tendo uma taxa de recomenda-
ção de seus participantes de 96%.
 
3.4 Tyler Clementi Foundation
Tyler Clementi era apaixonado por música e uma pessoa bondosa e querida pelos 
seus próximos. Porém aos 18 anos foi humilhado e assediado em um grave caso de 
cyberbullying. Tyler era um jovem homossexual e estava no processo de se abrir com 
as pessoas e o mundo a respeito disso. Ao pedir privacidade ao seu colega de quarto 
23
em uma noite que teria um encontro romântico, seu companheiro de quarto secreta-
mente filmou e mais tarde divulgou seus momentos de intimidade em redes sociais. 
Após isso, ele foi amplamente ridicularizado na internet e descobriu que seu colega 
de quarto planejava um segundo ato de invasão de privacidade. Alguns dias depois, 
Tyler tirou sua própria vida.
Tyler acabou sendo o símbolo da Tyler Clementi Foundation, uma fundaçãolide-
rada pela mãe de Tyler, Jane Clementi, que luta contra a humilhação, o assédio e o 
bullying formando cidadãos que defendem a causa anti-bullying. É uma fundação 
grande que conta com diversos recursos e programas diferentes.
O site da fundação conta com espaços para que vítimas de bullying comparti-
lhem sua própria história e possam se expressar. Há também serviços de capacitação 
para quem quer contribuir para a causa anti-bullying e ministrar palestras e influen-
ciar os ambientes dos quais faz parte.
Um dos principais programas da fundação é a campanha Day 1, que é um pro-
grama preventivo que tem como intuito acabar com o bullying desde o primeiro dia, 
ou dia 1, seja no seu trabalho, escola, faculdade ou em qualquer ambiente. No site, 
disponibilizam gratuitamente o material para que se possa exercitar o Day 1 nos di-
versos ambientes em que podem frequentar. Apesar de trazer uma mensagem forte, 
no material disponibilizado falta uma informação mais concreta e aprofundada sobre 
os efeitos do bullying e como agir nessas situações.
Também faz parte da fundação diversas pesquisas no assunto. Um dos setores im-
portantes é o Tyler Clementi Institute for Cybersafety na escola de Direito New York 
Law School, que trabalha para reduzir a frequência e impactos prejudiciais do cyber-
bullying na juventude em risco. O Instituto educa estudantes, advogados, juízes e o 
público sobre o problema do cyberbullying através de pesquisa, análise e serviços di-
retos para ajudar famílias, legisladores e escolas.
O Instituto ainda é dono de uma linha de ajuda que vítimas de assédio podem 
aprender sobre seus direitos e buscar justiça; conduz pesquisa para apoiar a contes-
tação, defesa legal e treinamento legal a respeito do bullying; e promove conferên-
cias, workshops e simpósios focados em educação e pesquisa.
A Tyler Clementi é uma das maiores organizações que tratam do bullying no mun-
do, e apesar de ter o foco nos Estados Unidos, é notável pelos seus inúmeros recursos 
e campanhas a vontade de promover a diferença em grande escala.
 
3.5 Programa Escolas Transformadoras
O Programa Escolas Transformadoras é uma iniciativa da Ashoka, organização so-
cial global que reúne empreendedores sociais de diversas partes do mundo. O pro-
grama acredita que a escola é um espaço privilegiado para capacitar cidadãos com 
senso de ética e responsabilidade e que todos podem ser agentes transformadores 
da sociedade. Os valores passados para crianças e jovens para que estejam aptos a 
terem papel ativo em relação às mudanças e melhorias necessárias são a empatia, o 
trabalho em equipe, a criatividade e o protagonismo.
O programa teve início nos Estados Unidos, em 2009, e hoje em dia já se espalhou 
por 34 países. Após um processo de reconhecimento criterioso, escolas selecionadas 
são “credenciadas” pelo programa e convidadas a participar de discussões e ações de 
uma comunidade que conta com os mais diversos profissionais - jornalistas, professo-
res universitários, representantes do poder público, especialistas e artistas. Hoje con-
24
ta com uma rede formada por mais de 270 escolas, sendo 15 brasileiras. No Brasil, o 
programa chegou em setembro de 2015 em uma correalização com o Instituto Alana, 
que é organização sem fins lucrativos que investe em projetos que buscam a garantia 
de condições para uma infância plena. É um movimento que busca que a educação 
acompanhe as necessidades que são exigidas para uma sociedade mais plena e que 
o modelo que é usado mais amplamente não consegue mais suportar.
No Brasil, o programa vem promovendo longas rodas de conversa e discussão so-
bre temas diversos, atrelados à educação. A primeira delas foi realizada em Maio de 
2016 teve como tema “A Empatia na Educação” e teve uma publicação divulgada com 
nove artigos escritos pelos participantes da discussão.
3.5.1 A importância da empatia na educação
O primeiro artigo da publicação, intitulado “Empatia: algumas reflexões”, de auto-
ria da psicoterapeuta Ana Olmos, destaca a importância do vínculo interpessoal para 
a construção
da subjetividade humana e para a forma como nos relacionamos uns com os ou-
tros. Olmos destaca a importância da família na formação de jovens e crianças em-
páticos. Ela dá exemplo de citações de dois de seus pacientes, de realidades sociais 
parecidas mas com uma clara diferença no senso empático. Um deles diz “Hoje um 
menino chegou perto do meu carro. Era sujo, porco. Minha mãe disse que ele era pe-
rigoso…” Já o outro vem com outro discurso, dizendo “Hoje eu vi um menino pobre 
pedindo dinheiro no farol. O maior frio e ele sem casaco. Minha mãe conversou com 
ele. Ela disse pra mim que a gente não escolhe onde nasce, que os pais dele não pu-
deram pagar escola pra ele. Ele lá fora, eu dentro do carro, um frio…”
A diferença do exemplo da mãe é o que fez a diferença para que essas duas crian-
ças vissem uma situação muito semelhante com percepções completamente opos-
tas, e isso que fará com que provavelmente a segunda criança seja uma maior contri-
buidora para que a sociedade seja justa e harmônica.
O segundo texto, escrito por Maria Amélia M. Cupertino, coordenadora do Colé-
gio Viver, que fica em Cotia (SP), é intitulado “Empatia na discórdia” e relata experiên-
cias de Maria Amélia em mais de vinte anos de vivência na escola. No artigo, ela fala 
da importância que é ter muita diversidade entre os alunos e que essas diversidades 
sejam aceitas com a maior naturalidade possível. Ela acredita que a solução de um 
conflito ou de assédio não deve ser centrada na punição de quem o provocou, mas 
sim recorrer ao diálogo e à escuta e nos convida a exercitar a empatia em relação a 
esses agressores. Provavelmente é o caminho mais trabalhoso, mas com certeza é o 
mais eficiente para que o problema não mais aconteça.
No terceiro artigo, “Educação e empatia: caminhos para a transformação social”, 
escrito por Natacha Costa, diretora executiva da associação Cidade Escola Aprendiz, 
é defendido que locais públicos são os espaços mais importantes para que crianças e 
jovens construam a empatia e realmente exercitem sua alteridade.
Sonia Dias Ribeiro, coordenadora pedagógica da Escola Comunitária Luiza Mahin, 
de Salvador (BA), aborda a importância da corporeidade para o desenvolvimento da 
empatia. Em “O baobá da educação: empatia e ubuntu”, a educadora defende que 
os conteúdos devem ser vivenciados e experimentados e que, na convivência diária 
com as diferenças, as crianças encontram condições para desenvolver uma postura 
empática. Com origem comunitária, a escola tem em sua essência as noções de diver-
25
sidade e coletividade, que vêm anteriormente de um intenso contato com os mem-
bros e sabedoria da comunidade.
Leandro Beguoci, diretor editorial e de produtos da Associação Nova Escola, pro-
voca reflexão no artigo “Qual é o nome da escola pública mais perto da sua casa?”. 
Com essa pergunta, ele convida o leitor a enxergar algo que muitas vezes passa des-
percebido e fala da importância de toda a sociedade se responsabilizar nesse desejo 
de mudança do modelo de educação. Precisamos sair de nossa zona de conforto e 
nos mobilizar. 
Luciana Fevorini, diretora do Colégio Equipe, de São Paulo (SP), acredita que a em-
patia implica necessidade de ação. Em seu artigo “Empatia e solidariedade”, ela de-
fende que não basta nos colocarmos no lugar do outro, mas que devemos agir diante 
do que nos desperta empatia.
A artista plástica Stela Barbieri em seu artigo “Empatia ainda em tempo” fala da 
falta de tempo que é algo cada vez mais recorrente na vida das pessoas. O tempo é 
escasso e precisamos de tempo se quisermos criar laços que despertem a empatia. 
O artigo é mais uma reflexão de um aspecto que é importante ser considerado ao se 
almejar a mudança do pensamento coletivo; retirar a pressão de nossas vidas e focar 
no que sentimos e o que nos move.
No artigo “Eu outro”, o psiquiatra Auro Lescher nos lembra de que todos nós – se-
res vivos – viemos de uma origem comum eque, apesar de nossas diferenças e re-
lações complexas, precisamos nos relacionar e nos manter em harmonia. Para os 
grupos humanos, a empatia é uma chave propulsora das relações de troca que são 
necessárias para essa harmonia, que também seriam relações de cumplicidade e afe-
to. O psiquiatra afirma também que ser empático não significa desvincular-se de sua 
identidade, mas fortalecer a unidade entre os seres vivos.
No texto “Relações se estabelecem por empatia”, Fernando Leão, diretor da Escola 
Vila Verde, de Alto Paraíso de Goiás (GO), defende que devemos ampliar o conceito 
de empatia para além da ideia de tolerância ou convivência. Para ele, as relações em-
páticas acontecem em quatro níveis: consigo mesmo, com o outro, com a sociedade 
e com o planeta.
 
3.6 Bully Project
O The Bully Project é outro projeto anti-bullying com enorme variedade de re-
cursos. O projeto começou com a produção de um filme longa metragem intitu-
lado “Bullying”, que documenta a vida e a história de crianças que foram vítimas do 
bullying, seus pais e todos os problemas e a luta de quem passa pela situação do 
bullying. É um filme tocante que foi feito com a intenção de educar as crianças em 
relação ao bullying e todo estrago que isso pode causar.
Mas ao longo do tempo, foram percebendo que estavam perdendo a oportunida-
de de impactar também os adultos da comunidade escolar. Então o projeto começou 
a procurar estratégias de prevenção eficazes, com orientação de parceiros e especia-
listas. O resultado foi um programa que se compromete em criar uma nova aborda-
gem social que, traduzindo, teria o nome de Aprendizagem Social e Emocional. Esse 
programa busca construir relacionamentos de confiança nas escolas, ensinar a em-
patia e tem a preocupação de que cada aluno tenha um adulto que possa confiar 
dentro da escola, não importa o quão grande seja. Como outros projetos do gênero, 
busca incitar a liderança nos alunos e a criação de um senso de responsabilidade e 
26
desejo de mudança. Caso queira participar, a escola, se for nos Estados Unidos, pode 
contactar os membros do projeto e marcar um evento na escola, ou se for fora é pos-
sível adquirir o DVD do filme, junto com um kit de ferramentas que serve como guia 
para que a atividade e exibição do filme sejam uma experiência completa
A princípio, eles almejavam alcançar 1 milhão de crianças com o filme e o progra-
ma, mas hoje já contam com 3,6 milhões de crianças que já passaram pelo programa 
e estabeleceram uma nova meta de 10 milhões.
O Bully Project é uma das organizações com mais conteúdo disponível. O projeto 
conta com material gráfico para a disseminação do movimento que pode ser baixado 
de graça, assim como diversos materiais de informação e apoio aos pais e às crianças, 
com dicas de especialistas e respostas a diversos questionamentos e dificuldades co-
muns. 
Outro parte da organização, é o projeto The Bully Project Mural, que é uma par-
ceria com a equipe criativa da Adobe para criar mudança para o bem, lançando um 
mural digital interativo e gerado por usuários que incorporará a obra de arte e his-
tórias pessoais de indivíduos de todo o mundo que sofreram bullying, que pretende 
mostrar a todos que já passaram por essa situação que não estão sozinhos.
Além de ser fonte de muito conteúdo importante para o projeto deste relatório, 
o website do Bully Project também serviu como inspiração visual por ter uma hierar-
quia clara e acessibilidade muito fácil. Por mais que seja um site com muitas páginas 
e muito conteúdo, foram bem sucedidos em organizar tudo de forma intuitiva e ao 
mesmo tempo deixar o site atraente para o seu público alvo - tanto alunos quanto 
professores.
Imagem 1: The Bully Project website (fonte: thebullyproject.com)
Imagem 2: The Bully Project website (fonte: thebullyproject.com)
27
3.7 Pretty Shady 
Pretty Shady é uma campanha multimídia australiana, que foi lançada em 2013 
com o objetivo de conscientizar jovens australianos sobre o câncer de pele, já que é 
o país com o maior índice dessa doença potencialmente letal entre jovens. A campa-
nha é renovada e relançada a cada verão desde que foi inaugurada e tem o slogan 
“Vamos acabar com o câncer de pele um verão de cada vez”. A campanha conta com 
apoio do governo australiano, assim como de artistas e personalidades influenciado-
ras que ajudam a divulgar a campanha e adequar a linguagem a de seu público. 
O tema do Pretty Shady foge do tema bullying e empatia, mas é na parte visual 
que a campanha inspirou este projeto. A identidade visual das campanhas, que sem-
pre são renovadas, nunca perdem a sua essência e sempre apelam positivamente a 
quem almejam alcançar. O site da campanha é simples, direto, intuitivo, o que torna a 
campanha ainda mais eficiente ao passar sua mensagem de forma clara.
Imagem 3: Campanha Pretty Shady 2015 (fonte: internet)
Imagem 4: Website da campanha Pretty Shady 2017 (fonte: 
prettyshady.com)
Imagem 5: Website da campanha Pretty Shady 2017 (fonte: 
prettyshady.com)
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3.8 Bullying - Cartilha Justiça nas Escolas
A publicação “Bullying - Cartilha Justiça nas Escolas” escrita pela psiquiatra Ana 
Beatriz Barbosa Silva em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, busca explicar 
e incitar o debate sobre o bullying para alcançar alternativas de solução do problema 
de bullying. Mas além de conceituar o que é o bullying e como são as características 
dos envolvidos, assim como já citado na seção 2.1 do relatório, responde brevemente 
a questões de como identificar o bullying e como lidar com ele.
A identificação precoce do bullying é um passo importante para que possam aju-
dar as vítimas a superar o sofrimento e trabalhar o comportamento de agressores - 
a autora acredita que punição ao praticante do bullying é ineficiente para superar o 
problema. A observação e a conversa franca entre pais e filhos é fundamental. Os pais 
não devem hesitar em procurar profissionais da saúde mental para ajudar seus filhos 
a vencerem essa batalha.
Para identificar se a criança é vítima bullying na escola, os profissionais devem fi-
car atento aos seguintes sinais: isolamento do grupo no recreio, ou sempre perto de 
alunos para protegê-las; postura retraída em sala de aula; faltas frequentes às aulas; 
estão comumente tristes, deprimidas ou aflitas; são sempre as últimas a serem esco-
lhidas em atividades ou são excluídas; desinteresse em atividades e tarefas escolares; 
em casos mais dramáticos, apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danifi-
cadas ou rasgadas.
Já em casa, os sinais de uma vítima de bullying podem ser: queixas de dores de 
cabeça frequente, ou dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia, 
possivelmente mais intensos no período que antecede aulas ou alguma outra ativi-
dade; mudanças repentinas de humor, com explosões repentinas de irritação ou rai-
va; falta de amigos ou poucos amigos; escassez de telefonemas, mensagens, convites 
para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar; gasto de dinheiro para comprar 
presentes para os outros; apresentar desculpas, incluindo doenças físicas, para faltar 
às aulas.
Para identificar o comportamento de um agressor, praticante de bullying, algu-
mas características também são comuns: fazem brincadeiras de mau gosto, colo-
cam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns 
alunos; furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes; cos-
tumam ser enturmados e populares na escola; divertem-se à custa do sofrimento 
alheio; no ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em re-
lação aos familiares; são arrogantes no agir, falar e vestir; manipulam pessoas para 
se safar de confusões; voltam da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam; 
mentem de forma convincente e negam reclamações da escola.
A escola é corresponsável em casos de bullying que aconteçam em seu ambien-
te. A direção da escola, ao identificar o bullying, deve acionar os pais, os Conselhos 
Tutelares, órgãosde proteção a criança e adolescente, entre outros, pois caso não o 
faça poderá ser responsabilizada por omissão. Em caso de ocorrência de ato ilícitos 
também é dever da escola fazer ocorrência policial. Tais procedimentos evitam a im-
punidade e evitam o crescimento da violência e criminalidade. Por seguirem esses 
protocolos mais à risca e por contar com uma orientação mais padronizada perante 
os casos, estudos apontam que escolas públicas no Brasil possuem uma postura mais 
efetiva contra o bullying do que as particulares.
É dito que a escola é corresponsável pois o exemplo da família dentro de casa é 
fundamental. O ensinamento da ética, altruísmo e solidariedade dentro de casa é a 
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base para que esse comportamento se mantenha nas situações de fora.
Ana Beatriz acredita no ensinamento da empatia e da solidariedade atrelados a 
auto-realização, que é a forma ideal de se evitar que a pessoa se torne uma agresso-
ra. Já para que as vítimas ou vítimas em potencial criem uma resiliência a situações 
de bullying, é importante que se perceba e incentive os talentos dessa criança e que 
suas qualidades e virtudes sejam exaltadas. Esse estímulo de habilidades faz com que 
a criança construa uma maior autoconfiança e se valorize mais, resgatando sua auto-
-estima e construindo uma identidade social de forma mais plena.
 
3.9 Conclusão do levantamento de dados
As palestras que assisti online serviram como primeiro momento de inspiração e 
como ponto de partida para achar outras iniciativas que tinham como objetivo a pro-
moção da empatia e a luta contra o bullying e o cyberbullying.
As diretrizes para melhoria da auto-estima indicados por Meaghan Ramsey e a 
questão da história única abordada por Chimamanda Adichie foram alguns dos pon-
tos base utilizados para a construção da ideia deste projeto.
As entrevistas informais foram importantes para que o projeto tomasse um foco, 
e não tentasse “abraçar o mundo com as pernas”, ou seja, tentar resolver tudo de uma 
vez e acabar não conseguindo os resultados esperados. O bullying na infância e nas 
escolas foi escolhido como foco do trabalho.
Publicações sobre o tema serviram de base para entender o que é o bullying, 
como ele acontece e como lidar com ele, dirigindo-se tanto aos adultos quanto às 
crianças. O primeiro passo para acabar com o bullying é entendê-lo, desmitificá-lo e 
aprender as estratégias de como enfrentar o problema.
Os programas, organizações e instituições pesquisados, serviram ao projeto como 
modelos de como poderia tornar as ações e produtos finais eficientes. Com tantos 
tipos de abordagem, entre pesquisas, linhas de apoio, espaços para depoimentos, 
workshops, entre outros, este foi o próximo embate a ser resolvido: qual será a abor-
dagem do projeto? Para alcançar as crianças de modo mais direto, a primeira respos-
ta a pergunta foi a criação de uma atividade ou dinâmica que pudesse ser ministra-
da em sala de aula. Para acompanhar a atividade proposta, seria necessário um guia 
para quem irá conduzir a atividade. Para atingir também aos adultos e responsáveis 
pelas crianças, foi pensado num material extra que ajudasse-os também a identificar, 
se comunicar e lidar com o bullying dentro de casa.
Finalmente, na parte visual, as principais referências foram o site do The Bully Pro-
ject, assim como o site da campanha Pretty Shady e sua identidade visual.
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4. Diretrizes do projeto
O projeto busca pegar as informações que foram adquiridas com as pesquisas te-
óricas e aplicá-las em materiais gráficos que consigam disseminar essas informações 
às pessoas de forma muito fácil e acessível. Para garantir essa acessibilidade e que 
alcance o maior número de pessoas interessados, todo material gráfico para ser im-
presso foi feito em tamanho A4, que é o tamanho de folha mais comum. Além disso, 
ao desenvolvê-los, houve uma preocupação para que, caso seja necessária a impres-
são em preto e branco, o material não perdesse sua legibilidade e usabilidade.
O projeto se dá em dois âmbitos: o da prevenção e o da solução. No âmbito da 
prevenção, toda a atividade proposta é baseada no princípio do ensino da empatia, 
para que se crie um senso de responsabilidade e alteridade nas crianças que acaba 
sendo um escudo contra o desenvolvimento de uma atitude negativa ou intoleran-
te nas mesmas. No âmbito da solução, a atividade usa também como base a promo-
ção da auto-valorização e da celebração de qualidades e habilidades dos indivíduos 
como meio para construção de uma melhor auto-estima e resiliência. Ainda no âmbi-
to da solução, o material de apoio para pais e responsáveis dará dicas de como iden-
tificar o bullying e ajudar as crianças a superarem as dificuldades.
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5. Produtos finais
Os produtos finais foram estabelecidos como: 
∙ Livretos (zines) e um guia para professores, que compõem a parte da atividade 
em sala de aula; 
∙ Cartilha de apoio aos pais - como lidar com o bullying em casa;
∙ Página online para download do conteúdo.
Foi criado um lettering para ser utilizado como marca do projeto.
 
Foram escolhidas cores claras e saturadas, com o intuito de serem um chamativo 
de atenção para o projeto, e se aproximar da linguagem das crianças a quem o proje-
to primeiramente se direciona.
 
Para todo material gráfico, foi utilizada a fonte Dosis, com exceção de onde foi uti-
lizado lettering. 
5.1 Livretos para crianças
O primeiro produto desenvolvido foram os livretos para crianças, que são os ins-
trumentos para a atividade educativa seja realizada.
Imagem 6: Lettering feito para marca do projeto
Imagem 7: Paleta de cores principal
Imagem 8: Família tipográfica Dosis
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5.1.1 Conteúdo
A atividade em sala de aula deve ser ministrada e acompanhada por um professor 
ou adulto responsável. Será feita em duplas (no máximo trios, no caso de quantidade 
ímpar de participantes) e servirá como uma apresentação do conceito de empatia e 
uma discussão em sala de aula sobre a importância da diversidade e da tolerância. 
Foram criadas livretos ou zines que serão montados pelas próprias crianças, com 
o acompanhamento do professor. Os livretos funcionam por dupla e cada dupla con-
templa um assunto. Cada aluno da dupla fica com um livro diferente.
Cada aluno vai ler a sua história, que fala sobre uma criança, sua personalidade, 
seus defeitos e qualidades, talentos e dificuldades. O professor deverá dar um tempo 
para leitura. Ao final da leitura, será dado mais algum tempo em que os dois alunos 
deverão responder às seguintes perguntas e discutir entre si: 
∙ Quais qualidades e defeitos do seu personagem?
∙ Seu personagem tem alguma dificuldade? Qual?
∙ Seu personagem tem algum talento ou passatempo? Qual?
∙ O que seus personagens podem fazer para ajudar um ao outro?
∙ Seus personagens poderiam ser amigos? Porque?
Depois do tempo de discussão, chega o momento de discussão em aula. O pro-
fessor irá perguntar aos alunos as mesmas perguntas que eles responderam e vai 
anotar no quadro e estimular os alunos a participarem com possíveis diferentes res-
postas.
Ao final da grande discussão, é possível que alguns alunos ainda acreditem que 
os dois personagens não conseguiriam ser amigos. Por isso, para que a atividade seja 
completa, é imprescindível que, após a discussão, o professor mostre aos alunos que 
é possível que os dois sejam amigos, mas que mesmo que eles não conseguissem 
ser amigos por algum motivo, os dois têm habilidades e qualidades que podem aju-
dar ou ser úteis ao outro personagem, e que por isso os dois têm o seu valor e mere-
cem ser respeitados. E que isso não se atribui apenas aos personagens, mas também 
a eles mesmos e a todas pessoas que os alunos conhecem e irão conhecer em suas 
vidas.
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5.1.2 Formato
Os livretos serão impressos em tamanho A4, formato escolhido por ser o mais 
acessível, e terá um esquema de dobraduras que deverá formar uma zine de 8 pági-
nas, a ser montada pelas próprias crianças que participarão da atividade.
5.1.3 Ilustrações 
Cada livreto contacom 8 quadrinhos, que apresentam o personagem e sua histó-
ria. As ilustrações foram todas desenhadas a mão primeiramente, depois vetorizadas 
e coloridas no illustrator. Foi estabelecido que cada personagem terá uma cor predo-
minante em seus quadrinhos, e foram utilizadas padronagens para dar um pouco de 
profundidade às ilustrações. Para cada personagem, foi feito um lettering para apre-
sentá-los no primeiro quadrinho.
Imagem 9: Quadrinhos na ordem 
Imagem 10: Ilustração a mão x quadrinho pronto
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5.2 Cartilha para pais e professores
5.2.1 Guia dos professores - atividade
O guia dos professores serve principalmente para explicar o funcionamento da 
atividade dos livretos passo-a-passo. Mas além disso, conta com um pouco de expli-
cações teóricas sobre os assuntos que deverão ser abordados com os alunos.
5.2.2 Cartilha de apoio a pais - como lidar com o bullying em casa 
A Cartilha de apoio a pais traz informações de como se comunicar com os filhos e 
criar um ambiente de confiança, para crianças de todas as idades. Dá dicas de como 
identificar se seu filho é vítima ou praticante de bullying, como lidar com crianças 
com necessidades especiais, como agir quando descobrir que seu filho está envol-
vido em situações de assédio, a quem recorrer para ajuda em caso de necessidade, o 
que fazer quando o aconselhamento é ineficiente, entre outras informações de apoio. 
Imagem 11: Capa Guia do Professor
Imagem 12: Capa Cartilha de apoio aos pais 
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5.3 Página para download do conteúdo
A página para download foi pensada para ser o mais simples possível para que 
não haja confusão em seu uso.
O site terá 4 seções: Apresentação breve do projeto, explicação do que é o 
bullying, espaço para download do material e formulário de contato.
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6. Considerações finais e conclusão
Este projeto, antes de tudo, serviu muito como um engrandecedor pessoal. Ao 
pesquisar temas como alteridade, empatia, tolerância, entre outros, aprendi muito 
mais do que imaginei sobre a importância da compreensão e de ouvir todos os la-
dos das histórias. É interessante perceber que apesar das pessoas no geral estarem se 
tornando cada vez mais dessensibilizadas à crueldade e humilhação, ainda há muita 
gente que se preocupa em reverter isso e restabelecer valores éticos e de responsabi-
lidade.
O projeto tem intuito de ser publicado com conteúdo mais completo futuramen-
te e pretende ser sua eficácia testada com experiências reais em sala de aula. Porém 
já há uma sensação de realização por ter pensado no design como ferramenta para 
instigar uma mudança social.
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