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Transformação de fases dos materiais (ENG: 1332) Professor: Bojan Marinkovic 2022.1 1 Conteúdo - Sistemas de um componente: Calor específico, Entalpia e Entropia Energia livre de Gibbs (Gibbs free energy) em função da temperatura (P=const) 2 3 Definições Sistema: Sistemas de um ou de mais componentes Um sistema é quimicamente definido por meio dos componentes que o compõem, porém, pode apresentar propriedades físicas e estruturais diferentes conforme T, p ou composição mudam. Sistema unário Componente: carbono Sistema binário Componentes: MgO e CaO Sistema ternário Componentes: FeO, SiO2 e Al2O3 4 Definições Fase: Uma porção (parte) do sistema cujas propriedades físico-químicas e estruturais são homogêneas e distintas das outras partes do sistema. Componente: Diferentes elementos (Ex.: Al e Cu) ou compostos químicos (Ex.: MgO, CaO, etc.) que formam um sistema. Qual a força motriz para que uma transformação de fase ocorra? O estado inicial instável em relação ao estado final, i.e., para uma determinada T e p o sistema tende a assumir um estado de menor possível energia livre (o que significa isso?). Como medir estabilidade de uma fase (para p,T = const)? Através da Energia Livre de Gibbs (G): Função energética que possibilita a medição da estabilidade relativa de diferentes fases de um sistema. Desta forma, se um processo hipotético (transformação de fases, reação química) tende a aumentar Energia livre, podemos afirmar que o processo não ocorrerá. Equilíbrio termodinâmico Sistemas de um ou dois componentes Uma função de energia (U, H, F, G) é uma função de estado (“state function”); independe do caminho percorrido de um processo (U = U2 – U1). Equilíbrio Definições Se a condição para transformação de fases fosse, simplesmente, a minimização da entalpia (denominada, também, de conteúdo térmico), seria impossível explicar as transformações comumente observadas, tais como fusão (um evento endotérmico). Numa transformação de fase endotérmica, o conteúdo térmico (entalpia) da fase formada aumenta quando comparada ao conteúdo térmico da fase inicial. No processo de fusão a entalpia (conteúdo térmico) do fundido (líquido) é maior que a entalpia do sólido (que o precede). J.W. Gibbs foi o primeiro a compreender que existia uma outra função de estado que deve ser minimizada para que uma transformação ocorra favoravelmente e o equilíbrio estável seja atingido. Esta função de estado (denominada de Energia livre de Gibbs) combina duas outras funções de estado: entalpia (H) e entropia (S). Transição de fase da In0.5(ZrMg)0.75Mo3O12 da estrutura monoclínica para a ortorrômbica Fusão e evaporação de polietileno Endo down Equilíbrio A Energia Livre de Gibbs é expressa por: Onde: H = Entalpia S = Entropia (Desordem) T = Temperatura 8 Equilíbrio Entalpia A Entalpia representa conteúdo térmico de um sistema. Desta forma o calor absorvido (para aumentar T do material ou para uma transformação de fase) ou liberado (para reduzir T ou para uma transf. de fase) vai mudar a energia interna e o volume (p = const). Contribuições: A energia interna (U); P.V É expressa por: Quando uma fase é aquecida esta absorve calor e sua energia interna aumenta. Este aumento de energia interna em sólidos é principalmente devido ao aumento da energia vibracional. Há outros mecanismos de absorção de calor num sólido: a) alguns são menos importantes (formação de defeitos pontuais (vacâncias), absorção por elétrons); b) outros têm importância apenas em determinadas temperaturas (transformações de fase). 9 Transformação de fase de 1ª ordem Transformação de fase de 2ª ordem H Equilíbrio Noções importantes Entalpia Para gases: a uma pressão constante. Para fases condensadas: , já que o volume varia pouco e, portanto, . 10 Equilíbrio Noções importantes sobre G (estabilidade maior quando é estabelecido compromisso entre baixa entalpia e alta entropia) A baixas temperaturas, H é o termo predominante: Devido às fortes ligações atômicas, estado sólido possui menor energia interna e, portanto, é a mais estável. A altas temperaturas, T.S é o termo predominante: As fases líquida e gasosa, com maior liberdade de movimento de átomos, são as mais estáveis. 11 Equilíbrio 12 Equilíbrio É atingido no estado mais estável, i.e. no qual a energia livre de Gibbs é a mais baixa possível (permanência no estado estável ad infinitum). Em termos matemáticos: - P, T = constantes e para o exemplo (diamante-grafite) dado seus valores são 1 bar e 25 oC, respectivamente - massa e composição fixas estado (arranjo) metaestável estado estável (eq. termodinâmico) 1 GPa = 10 Kbar 0,1 MPa = 1 bar estados instáveis (dG 0); apenas atingíveis de forma momentânea Ga 2 1 Ex.: diamante Ex.: grafite Equilíbrio Noções importantes Estados nos quais tendem a retornar a um dos estados estáveis. Estados metaestáveis tendem a assumir o estado mais estável, passando por uma sucessão de estados intermediários. A cinética desta transformação é ditada pela barreira energética (Ga). Barreiras maiores implicam em menores taxas de transformação. Qualquer transformação que resulte no decréscimo da G é factível. Deste modo, o critério necessário para qualquer tipo de transformação de fases é: G = G2 – G1 < 0 13 Exemplo acima mostra que barreira energética (Ga) diminui conforme temperatura aumenta. Qual a razão disso? 14 Equilíbrio Funções (propriedades) termodinâmicas: Extensivas – dependem do tamanho do sistema e são expressas por mol (G, F, H, S, U, V, ...); 1 mol = número de Avogadro de átomos ou moléculas Intensivas – não dependem do tamanho do sistema (T, p) Sistemas de Um Componente Sistemas de um único componente podem ser de: Um elemento puro (Ex.: S); ou Um composto químico que não sofra dissociação na faixa de temperatura e pressão de interesse (Ex.: H2O); Efeito da Temperatura (p = const) Para prever as fases estáveis, é necessário saber como G varia com T. 15 H2O S 15 Sistemas de Um Componente Partindo da equação da energia livre de Gibbs: É necessário determinar como H e S variam com T (p=const.). Começando por H, esta propriedade pode ser calculada a partir da capacidade calorífica (Cp) que é mensurável em função da T: 16 17 Sistemas de Um Componente Capacidade calorífica expressa de forma empírica (a partir de 298 K): 17 18 Sistemas de Um Componente Não existe uma escala absoluta para energia e um estado padrão é escolhido de forma arbitrária. Sistemas de Um Componente 25 oC Tf(Pb)<Tf(Cu)<Tf(Si) < Tf(diamante) Sistemas de Um Componente Finalmente: 20 Sistemas de Um Componente 21 P = const. G diminui com T numa taxa dada por -S. 22 Sistemas de Um Componente As curvas da G de fases sólidas e líquidas: Em todas as temperaturas a fase líquida possui uma entalpia (energia interna) maior que a do sólido. Deste modo, em T baixas predomina H e Gs < GL. No entanto, SL > SS, desta forma a GL decresce mais rapidamente que a GS. Temperatura de transformação de fase para uma determinada pressão Sistemas de Um Componente Sistemas de Um Componente No gráfico resultante: Onde as curvas de G(T) se interceptam é a temperatura na qual as fases estão em equilíbrio. Extrapolando a linha da temperatura de equilíbrio até as curvas de H(T), é possível obter o calor latente (entalpia) para a mudança de fase. Quando , a fase sólida é estável; no contrário, a fase líquida é a fase estável; quando , as duas fases coexistem. 24
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