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Apostila - Técnicas de Mediação e Conciliação

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GESTÃO DA 
TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO
Marcel Santos Silva
Tecnologias de comunicação 
e de informação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar a evolução da Tecnologia da Informação e Comunicação 
(TIC) nas organizações.
  Discutir a utilização da Tecnologia da Informação (TI) pelos indivíduos, 
processos organizacionais e cultura organizacional.
  Descrever o impacto da TI e as TICs emergentes.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer o histórico da TI nas organizações, 
desde o surgimento dos primeiros computadores até as tecnologias mais 
atuais. Em síntese, a TI consiste no conjunto dos recursos tecnológicos e 
computacionais voltados ao armazenamento de dados, à construção e 
ao uso da informação e do conhecimento.
Ao longo do capítulo, você também vai ler sobre a relação entre a 
tecnologia, as pessoas e os processos dentro das organizações, bem como 
sobre os impactos causados por cada um desses elementos e sobre a 
sua importância na estrutura organizacional. Por fim, você vai estudar a 
evolução exponencial pela qual a TI tem passado e verificar o quanto 
isso impacta diretamente a sociedade do conhecimento.
1 A evolução da TI nas organizações
Quando a TI surgiu, ela era chamada de “processamento de dados”, pois a 
maioria dos seus recursos era direcionada ao processamento centralizado de 
dados em enormes computadores, conhecidos como mainframes. Os sistemas 
de informática eram utilizados basicamente para a realização de controles 
operacionais, atendendo aos setores de contabilidade, estoque, faturamento e 
fi nanças, bem como à folha de pagamento. Após alguns anos, quando passou 
a ser denominada “TI”, essa área reuniu recursos modernos e emergentes.
Na Figura 1, a seguir, você pode ver uma síntese da evolução da comu-
nicação. Note que houve um longo intervalo entre o advento da escrita e a 
criação da prensa de Gutemberg. Por outro lado, pouco tempo se passou entre 
o surgimento do rádio e o da internet.
Figura 1. Evolução da comunicação.
Os Sistemas de Informação (SIs) baseados em computador utilizam a 
informática e as telecomunicações como instrumentos para melhorar sua efe-
tividade. As tecnologias desenvolvidas melhoram a capacidade e a velocidade 
das atividades de coleta, armazenamento, processamento e disponibilização 
da informação. Com isso, pode-se definir TI como o conjunto de recursos não 
humanos dedicados às atividades de coleta, armazenamento, transformação 
e divulgação da informação (BALTZAN; PHILLIPS, 2012). Outro ponto 
importante é que a TI compreende as técnicas, os métodos e as ferramentas 
para planejamento, desenvolvimento e suporte dos processos de utilização da 
informação. Atualmente, se utiliza a sigla TIC, que representa a convergência 
entre a TI (sistemas, equipamentos, processos) e as telecomunicações.
Com toda essa evolução, a TI passou a desempenhar novos papéis ao longo 
dos anos, tornando-se imprescindível para a geração, o armazenamento e a 
apresentação das informações utilizadas pelas mais diversas organizações. 
A qualquer instante, os SIs planejados para apoiar processos e operações de 
negócios, por consequência, fornecem dados para sistemas dos níveis gerenciais 
superiores, possibilitando uma melhor tomada de decisão.
Tecnologias de comunicação e de informação2
Para O’Brien e Marakas (2012), os SIs evoluíram por eras. A seguir, veja 
como cada uma dessas eras se caracteriza e que período de tempo abrange.
  Primeira era — processamento de dados (1950–1960): as atividades 
principais eram processamento de transações, registros e aplicativos 
contábeis tradicionais.
  Segunda era — relatório gerencial (1960–1970): passaram a ser 
gerados relatórios gerenciais de informação pré-especificada para apoio 
à tomada de decisão.
  Terceira era — apoio à decisão (1970–1980): nessa década, já se inicia 
o apoio ad hoc interativo ao processo de decisão gerencial.
  Quarta era — suporte estratégico e ao usuário final (1980–1990): 
essa é uma das fases mais importantes da evolução da TI, pois nela 
surge o suporte de computação para a produtividade do usuário final 
e para a colaboração em grupos de trabalho (sistema de informação 
executiva). Passam a ser geradas informações críticas para a alta gerência 
e o suporte ao usuário final baseado no conhecimento (sistemas espe-
cialistas). Surgem ainda os sistemas de informações estratégicas, que 
criam produtos e serviços visando à obtenção de vantagem competitiva.
  Quinta era — comércio e negócios eletrônicos (1990–2000): as em-
presas começam a se preparar para a internet, sendo habilitadas pela 
web, e para operações de negócios eletrônicos globais. Surge assim o 
e-commerce, as intranets, as extranets, etc.
  Sexta era — planejamento de recursos empresariais e inteligência 
de negócios (2000–2010): nessa fase, os recursos de inteligência de 
negócios possibilitam a exploração e a visualização de dados de apli-
cativos de interface comum em toda a organização, contemplando a 
gestão dos relacionamentos e a gestão da cadeia de suprimentos.
Com a evolução da TI, houve uma expansão da capacidade de utilização 
dos SIs para dirigir os negócios, mas as principais atividades foram mantidas 
desde o surgimento desses sistemas. Ainda é necessário realizar o processa-
mento de transações, fazer a manutenção de registros, fornecer relatórios para 
a gerência e dar suporte aos sistemas de uso cotidiano (como contabilidade 
básica) e aos processos da organização. A maior mudança é que atualmente 
os gestores usufruem de um nível muito mais alto de integração das funções 
dos sistemas nas aplicações, de maior conectividade entre os componentes 
dos sistemas e da capacidade de realocar tarefas computacionais críticas, 
como processamento, armazenamento e apresentação de dados, com obje-
3Tecnologias de comunicação e de informação
tivo de conseguir a maior vantagem competitiva a partir das oportunidades 
estratégicas e de negócios. Por conta do aumento dessas capacidades, a TIC 
do futuro terá como principal objetivo o aumento da velocidade e do alcance 
dos sistemas computacionais para o fornecimento de uma interoperabilidade 
maior, combinada com mais flexibilidade.
Para Audy, Andrade e Cidral (2007), devido à automação e à TI, alguns 
sistemas são classificados como homem–máquina e são referenciados com 
frequência atualmente, porém os papéis de cada componente são perfeitamente 
definidos. A máquina desempenha a função de processador, mas é sempre o 
homem que provê a entrada inicial. As propriedades dos homens e das má-
quinas são combinadas, ou seja, a máquina oferece sua capacidade iterativa 
de derivar soluções de máquina, e o homem, sua capacidade de raciocínio.
A área de SIs é multidisciplinar, obrigando à integração de abordagens 
comportamentais e técnicas. Isso fica claro, por exemplo, quando se pensa que 
SIs são artefatos derivados do conhecimento utilizados pelas organizações. 
Os SIs se valem da TI como instrumento para melhorar sua efetividade. As 
tecnologias empregadas aumentam a capacidade e a velocidade das funções 
de coleta, armazenamento, processamento e distribuição da informação. 
Isso contribui para a melhoria da qualidade e da relação custo–benefício da 
informação disponibilizada. As principais tecnologias empregadas nos SIs 
são tecnologias de hardware, software e comunicação.
O termo “hardware” designa o conjunto formado pelos equipamentos 
empregados em um SI. Em especial, esse termo designa os dispositivos que 
compõem um sistema de computador. Um sistema de computador é um conjunto 
de unidades que realizam a entrada, o processamento, o armazenamento e a 
saída de dados a partir de um conjunto de instruções previamente programado. 
A tecnologia básica empregada pelos diversos componentes de um sistema de 
computador é digital, embora existam computadores analógicos. Além disso, 
a indústria de computadores continua evoluindo e oferecendo produtos com 
capacidade dearmazenamento, velocidade de processamento e facilidade de 
utilização cada vez maiores.
Por sua vez, o termo “software” designa o conjunto de programas que um 
equipamento e, em especial, um sistema de computador é capaz de executar. 
Um software é uma solução para determinado problema. Essa solução pode 
ser composta por diversos programas de computador, formando um sistema 
de software. O software pode ser classificado em básico e aplicativo. O sof-
tware básico abrange os software que realizam tarefas fundamentais para o 
funcionamento do hardware e a utilização dos recursos da máquina pelos 
Tecnologias de comunicação e de informação4
software aplicativos e usuários. Nessa categoria, estão incluídos os sistemas 
operacionais, os utilitários e as ferramentas de desenvolvimento de software.
Já a categoria de software de aplicativo abrange os produtos de software 
que permitem aplicar os recursos da TI na solução de problemas específicos 
nas mais diversas áreas de atividade humana. Os software de aplicativos 
genéricos compreendem os produtos de software disponibilizados pela indús-
tria na forma de pacotes que atendem às necessidades comuns a uma ampla 
gama de usuários. Os software aplicativos personalizados compreendem os 
produtos de software desenvolvidos sob demanda para atender às necessidades 
específicas de um cliente.
A TI é o conjunto de métodos, técnicas e ferramentas que possibilitam 
a criação de sistemas de comunicação. Entre as TIs empregadas pelos SIs, 
destacam-se aquelas relativas às telecomunicações e às redes de computado-
res. A tecnologia de telecomunicações engloba o hardware e o software que 
propiciam a transmissão e a recepção de sinais de comunicação. Uma rede 
de computadores é um conjunto interligado de computadores autônomos 
que possibilita o compartilhamento de recursos e a melhoria do processo de 
comunicação (TANENBAUM, 2003). A convergência entre a informática e 
as telecomunicações têm viabilizado o desenvolvimento de soluções tecnoló-
gicas mais velozes, mais seguras e com maior capacidade de armazenamento, 
processamento e transmissão. Os SIs têm empregado tais soluções e, com isso, 
têm proporcionado mais eficácia e eficiência às organizações em termos de 
controle operacional, suporte ao processo decisório e obtenção de vantagens 
competitivas.
Laudon e Laudon (1999) apontam que a compreensão e a solução dos 
problemas ligados aos SIs só serão alcançadas a partir da integração das 
abordagens comportamentais e técnicas, já que raramente os problemas são 
apenas comportamentais ou apenas técnicos. Dessa forma, pode-se considerar 
que os SIs se apresentam em três dimensões. Veja a seguir.
  Dimensão tecnológica: envolve infraestrutura (hardware, software e 
comunicação), aplicações de gestão orientadas ao ambiente organizacio-
nal interno (intranet, ERP, SAD, SIG) e aplicações de gestão orientadas 
ao ambiente organizacional externo (CRM, call center, extranet).
  Dimensão organizacional: envolve os processos (modelagem de negó-
cio) e abordagens de gestão (mudança, cultura organizacional, liderança).
  Dimensão humana: envolve as pessoas que utilizam os sistemas, bem 
como aqueles que os desenvolvem e os processos de aprendizagem a 
eles relacionados.
5Tecnologias de comunicação e de informação
Os sistemas utilizados para gestão da cadeia de suprimentos, também conhecidos 
como SCM (Supply Chain Management), propiciam a integração entre as diversas 
organizações que compõem uma cadeia de suprimentos. Tecnologicamente, isso 
implica o compartilhamento de padrões e recursos, além de uma integração entre 
o sistema integrado de gestão empresarial (Enterprise Resource Planning — ERP) da 
organização e os de clientes e fornecedores.
2 A tríade da TI: indivíduos, processos e cultura 
organizacional
Já não há dúvida de que a tecnologia é um facilitador do dia a dia das pes-
soas e, por consequência, das organizações. Portanto, pode-se afi rmar que a 
tecnologia trouxe uma contribuição substancial para as atividades cotidianas 
organizacionais, facilitando a execução das tarefas e oferecendo maior segu-
rança aos processos corporativos.
As TIs têm mudado ainda mais o mundo devido à forma como passaram 
a considerar os dados. Nos negócios tradicionais, os dados eram caros de se 
obter, difíceis de se armazenar e usados em departamentos organizacionais 
específicos. O gerenciamento desses dados exigia a compra e a manutenção de 
enormes sistemas de TI, os famosos ERPs, necessários apenas para rastrear o 
percurso dos estoques de determinada fábrica para um estabelecimento cliente. 
Atualmente, os dados são gerados em quantidades sem precedentes não só 
por empresas e organizações, mas por pessoas comuns, a todo momento e em 
todos os lugares. Além disso, o armazenamento de dados na nuvem é cada 
vez mais barato, acessível e amigável (ROGERS, 2017).
A tecnologia trouxe uma gama de benefícios às diversas áreas organiza-
cionais — o chão da fábrica, o setor administrativo e o relacionamento entre 
as organizações, por exemplo. A seguir, veja alguns desses benefícios:
  maior agilidade na execução das atividades;
  padronização, documentação e controle das tarefas, possibilitando a 
manutenção com a mesma qualidade;
  processos de negócios mais bem elaborados;
  possibilidade de redução de custos de produção e de custos 
administrativos;
Tecnologias de comunicação e de informação6
  rastreabilidade dos processos e produtos, possibilitando uma engenharia 
reversa de todo o processo produtivo;
  mitigação da manipulação dos dados, garantindo maior segurança em 
todas as etapas do processo;
  redução do retrabalho por meio da padronização e da melhoria dos 
processos organizacionais;
  contribuição direta na tomada de decisão, fornecendo ao gestor subsídios 
importantes relativos ao processo produtivo como um todo.
As organizações estão cada vez mais dependentes de informações para 
a tomada de decisões críticas praticamente em tempo real. Como o volume 
de dados se torna cada vez maior, aumentam também o número de fontes 
de dados que alimentam esses bancos de dados e as soluções complexas de 
análise, como inteligência de negócios, mineração de dados e ciência de dados.
Nesse cenário, a automação de TI ganha força, pois é necessário automatizar 
e integrar as mais distintas fontes para melhorar a qualidade das análises e 
dos relatórios gerenciais. Tais benefícios não são possibilitados somente por 
SIs, pois a TI abrange diversos outros componentes e áreas. Pode-se dizer que, 
entre os ganhos, alguns são imprescindíveis, como os sistemas de gestão, a 
internet das coisas (Internet Of Things — IoT) e o armazenamento em nuvem. 
A seguir, você vai conhecer melhor esses e outros recursos.
Sistemas de gestão
Os sistemas de gestão são recursos indispensáveis para aumentar o desempenho 
de qualquer organização. Eles possibilitam que a coordenação de diversos 
setores seja feita de forma mais efetiva. Sistemas integrados de gestão atuam 
na administração de recursos humanos, no controle de estoque, no fl uxo de 
caixa, na gestão do capital de giro e nas métricas de cobrança, por exemplo.
IoT
A IoT pode ser utilizada de diversas formas em um negócio. Ela tem seu foco 
em sistemas embarcados, ou seja, os serviços de computação e comunicação 
são integrados em um equipamento, como um interruptor de luz, um eletro-
doméstico, um ar-condicionado ou um sistema de segurança (COMER, 2016). 
O departamento de marketing, por exemplo, pode usar sensores para mapear 
quando, como e onde um produto é consumido, diminuindo custos com pes-
quisas de mercado para desenvolver novos itens. Gastos com a manutenção e a 
7Tecnologias de comunicação e de informação
operação de máquinas também podem sofrer reduções se a IoT for introduzida 
para monitorar desgastes de componentes, que podem ser trocados antes de 
falharem completamente. Isso evita, por exemplo, uma paralisação na linha 
de produção da empresa e, consequentemente, prejuízos para ocaixa.
Aplicação de computação em nuvem
Utilizar a computação em nuvem é fundamental para a implantação de diversas 
tecnologias que resultam em grandes benefícios para a empresa. A difusão da 
computação em nuvem representa uma grande mudança. O modelo em nuvem 
permite que pessoas e organizações, em vez de armazenar dados e executar 
aplicações em um computador local, armazenem seus dados e executem suas 
aplicações em um centro de dados remoto (COMER, 2016).
A nuvem possibilita que tanto o dono do negócio como seus colaborado-
res estejam conectados com as operações sempre que necessário. Há toda 
uma gama de aplicativos com diferentes funcionalidades que trabalham por 
meio da computação em nuvem para facilitar a comunicação das equipes, o 
armazenamento de dados com segurança, o compartilhamento de arquivos e 
o gerenciamento da produtividade dos funcionários.
A indústria inteligente (smart industry) está baseada no conceito de Industry Internet 
of Things (IIoT). Ela é o alicerce da indústria 4.0 e da fábrica inteligente, fornecendo 
conectividade para fábricas, máquinas, infraestruturas industriais e sistemas de geren-
ciamento. O objetivo da fábrica inteligente é reduzir as operações comerciais e criar 
equipamentos auto otimizáveis.
Análises preditivas
A utilização de análises preditivas possibilita a antecipação de comportamentos 
futuros e prevê resultados não conhecidos. As principais soluções buscam o uso 
de plataformas interoperáveis para a coleta de informações, tanto de clientes 
quanto de funcionários, nos mais diversos canais disponíveis da empresa. Com 
isso, toda a informação poderá ser usada em um evento futuro.
Tecnologias de comunicação e de informação8
Inteligência artificial
Com o uso da inteligência artifi cial, as estratégias de negócios passam a ser 
adotadas com maior rapidez e confi abilidade. Isso possibilita experiências como 
a linguagem natural, a personalização em tempo real, a operação multicanal 
e a geração de conteúdo. A automação de processos, tanto internos quanto 
externos, facilita a comunicação entre a empresa e seu público-alvo.
Identificação por dispositivos cruzados
Atualmente, as pessoas utilizam dispositivos distintos para se comunicar. 
Portanto, estar presente na maioria deles é um desafi o para as organizações, 
tanto em relação a clientes quanto a fornecedores e funcionários. Nesse con-
texto, é necessário identifi car quais TIs devem ser utilizadas para garantir a 
melhor experiência para o usuário.
Com a evolução crescente da automatização das atividades e a elimina-
ção do fator humano nos processos operacionais, as pessoas se tornam mais 
importantes para a organização. Cada funcionário carrega em sua trajetória 
profissional um histórico de experiências, e atualmente as organizações preci-
sam de profissionais capazes de identificar nuances e detalhes que podem ser 
definitivos em situações adversas. Portanto, mesmo que estejam envolvidos 
em processos bem definidos, todos os funcionários precisam de algumas 
características para que a tríade composta por indivíduos, processos e cultura 
organizacional efetivamente funcione em perfeito sincronismo.
Os processos podem ser definidos como atividades organizadas de forma 
ordenada para que cada participante entenda o que precisa ser feito, em que 
momento e com quais objetivos. Isso é o que permite a identificação de difi-
culdades, pontos de gargalo e ajustes a serem realizados para que a eficiência 
do processo seja cada vez maior. Quando se juntam pessoas e processos, já 
se tem grande parte do necessário para realizar os objetivos da organização, 
porém é a tecnologia que possibilita os avanços efetivos.
3 O impacto das tecnologias emergentes 
na sociedade organizacional
De acordo com alguns pesquisadores, o impacto das tecnologias emergentes 
surge em meio a um novo conceito de economia, a “economia criativa”. Ela 
é caracterizada por negócios estruturados a partir do capital intelectual e 
9Tecnologias de comunicação e de informação
cultural e da criatividade, objetivando a geração de valor econômico. Essa 
nova economia abrange as fases de criação, transformação e distribuição de 
produtos e serviços que se apoiam no uso de criatividade, capital intelectual 
e cultura como insumos primários. O impacto dessa econômica já é sentido, 
originando o conceito de “disrupção criativa”.
Nesse contexto, a evolução da inteligência artificial tem proporcionado 
enormes benefícios, com progressos da computação cognitiva para a re-
alização de análises de grandes bancos de dados, possibilitando ainda a 
compreensão de comportamentos específicos. Com isso, os computadores 
são capazes de reconhecer padrões e “aprender” novas ações sem a neces-
sidade de programação.
Para Rogers (2017), as tecnologias digitais estão transformando a forma 
como as empresas inovam. Tradicionalmente, as inovações eram arrisca-
das e dispendiosas. Afinal, testar novas ideias era difícil e custoso, e as 
organizações dependiam das sugestões de seus gestores para definir as 
características dos produtos a serem lançados no mercado. Hoje, com as 
tecnologias emergentes, é possível verificar e experimentar continuamente, 
algo inimaginável no passado. Atualmente, é perceptível a rapidez com que 
as organizações, nos mais diversos setores e regiões, se adaptam às mudanças 
de cenário e aos avanços tecnológicos. Elas têm investido em infraestrutura 
em nuvem, IoT e segurança da informação cibernética, por exemplo. Além 
disso, têm compreendido o iminente impacto dos dispositivos móveis nas 
suas rotinas e processos.
Porém, mesmo tendo evoluído nos últimos anos, o potencial de tec-
nologias como cloud computing e analytics permanece em grande parte 
inexplorado. Enquanto isso, surgem outras tendências, como a realidade 
digital, as tecnologias cognitivas, a realidade aumentada e a blockchain, 
que estão crescendo exponencialmente em importância. A realidade virtual 
e a realidade aumentada estão redefinindo as formas fundamentais pelas 
quais os humanos interagem com o ambiente, com os dados e entre si. 
A blockchain tem passado rapidamente de validador de bitcoin a provedor 
de confiança. Já as tecnologias cognitivas, como aprendizado de máquina, 
processamento de linguagem natural, reconhecimento de padrão e redes 
neurais artificiais, deixaram de ser possibilidades embrionárias para se 
tornarem princípios de estratégia, permitindo a exploração do seu imenso 
potencial nos negócios e na sociedade.
Tecnologias de comunicação e de informação10
O bitcoin foi a primeira moeda digital (criptomoeda) par a par (Peer-to-Peer — P2P) do 
mundo, com código aberto e sem dependência de uma autoridade central. Entre outras 
características, o que torna o bitcoin único é o fato de ele ser um sistema de pagamento 
global totalmente descentralizado. Desde sua criação, em 2008, por Satoshi Nakamoto, 
o bitcoin funciona sem qualquer interrupção. Todas as transações na economia bitcoin 
são registradas em uma espécie de livro-razão público, conhecido como blockchain.
Agora observe a Figura 2, a seguir. A economia colaborativa só é possível 
devido à evolução da tecnologia, que possibilita a gestão dos negócios de 
forma mais rápida e segura.
Figura 2. Economia colaborativa.
Fonte: Adaptada de Owyang (2020).
Um exemplo de economia colaborativa é o bikesharing, que consiste no 
uso compartilhado de bicicletas, geralmente mantidas em espaços específicos 
das cidades. Pelo menos três gerações de sistemas de compartilhamento de 
bicicletas evoluíram nas últimas décadas. Além disso, vários modelos de 
negócios diferentes foram empregados para facilitar o compartilhamento 
de bicicletas em cidades em todo o mundo. Devido ao seu apoio ao trânsito 
11Tecnologias de comunicação e de informação
multimodal mais sustentável e ao fato de driblar os desafios do transporte 
público, principalmente nos grandes centros, o bikesharing tem feito sucesso 
nas cidades em que é implementado.
Algumas cidades, como Barcelona, restringemo acesso ao serviço de 
compartilhamento de bicicletas aos residentes, enquanto outras, como Viena, 
também oferecem serviços de aluguel aos visitantes. O compartilhamento de 
bicicletas geralmente é uma iniciativa impulsionada pelo interesse público 
e apoia o consumo sustentável, diminuindo o uso de veículos motorizados. 
Embora muitos sistemas de compartilhamento de bicicletas sejam desenvol-
vidos e operados localmente, alguns, como os desenvolvidos pelo BCycle, 
da Trek Bikes, passaram para um modelo de franquia, sendo oferecidos em 
maior escala.
Os espaços de coworking, outro exemplo de economia colaborativa, sur-
giram nas grandes cidades ao redor do mundo. Eles frequentemente oferecem 
acesso a impressoras, internet, correio, espaços para reuniões e outras ins-
talações que normalmente se espera encontrar em ambientes de escritório. 
Além disso, oferecem a oportunidade de interação com outras pessoas em um 
ambiente mais informal. Embora a maioria dos espaços de trabalho colaborativo 
que emerge nas cidades em todo o mundo seja local e independente, também 
existem alguns modelos de franquia. A Estação Urbana, por exemplo, surgiu 
como uma cadeia de espaços de trabalho conjunto, primeiro na Argentina e, 
posteriormente, no Chile, no México, na Colômbia e na Turquia. Os membros 
podem pagar uma taxa mensal, diária ou por hora para usar as instalações. 
Outros exemplos são WeWork, CWK Coworking e 4Work.
Por sua vez, o crowdshipping facilita o uso compartilhado do excesso de 
capacidade nos veículos para entregar mercadorias localmente. A Mee-Meep, 
uma start-up de crowdshipping sediada em Melbourne, conecta pessoas que 
precisam transportar objetos com outras pessoas em trânsito. Semelhante ao 
Uber, o Mee-Meep possui um processo para verificar os aspirantes a moto-
ristas, a fim de atenuar as preocupações com a segurança do usuário. Embora 
muitas das entregas ocorram na mesma cidade, o serviço está disponível em 
toda a Austrália.
Tecnologia blockchain
A tecnologia blockchain tem o potencial de melhorar a maneira como todos 
os setores gerenciam suas informações e dados, e não apenas seus serviços 
fi nanceiros. Imagine poder rastrear remessas por meio da sua cadeia de supri-
Tecnologias de comunicação e de informação12
mentos com facilidade, até o pacote individual ou até o nível do componente, 
ou executar um contrato com um fornecedor sem a necessidade de um auditor 
intermediário. A blockchain pode até ajudar a verifi car materiais e fontes de 
alimentos para garantir a manutenção de padrões éticos e de saúde.
Embora a tecnologia blockchain seja frequentemente equiparada ao bitcoin, 
essa tecnologia oferece mais possibilidades de armazenamento de dados de 
transações, clientes e fornecedores em um livro on-line transparente e imutável. 
Qualquer relacionamento que dependa de manutenção de terceiros ou que exija 
várias fontes de dados para atender às expectativas do cliente por experiências 
coesas pode ser aprimorado pelos aplicativos de blockchain.
Todos os setores podem usufruir dessa tecnologia, e não só a área finan-
ceira. A seguir, veja algumas opções de aplicação da blockchain (OWYANG; 
SZYMANSKI, 2017).
  Jurídica: “contratos inteligentes” armazenados nas blockchains ras-
treiam partes contratuais, termos, transferência de propriedade e entrega 
de bens ou serviços sem a necessidade de intervenção legal.
  Cadeia de suprimentos: ao utilizar uma linha distribuída, as empresas 
de cadeia de suprimentos obtêm transparência no rastreamento de 
remessas, entregas e progressos, por exemplo.
  Governo: essa tecnologia pode ser utilizada para armazenar informações 
de identidade pessoal, antecedentes criminais e “cidadania eletrônica”, 
autorizada por biometria.
  Energia: transferência e distribuição de energia descentralizada são 
possíveis por meio de microtransações de dados enviados para blo-
ckchain, validados e redispersos para a rede, garantindo o pagamento 
ao remetente.
  Alimentos: o uso da blockchain para armazenar dados da cadeia de 
suprimentos de alimentos oferece rastreabilidade aprimorada da origem 
do produto, do seu lote, do seu processamento, da sua expiração, da sua 
temperatura de armazenamento e do seu transporte.
  Varejo: os mercados P2P seguros podem rastrear transações de varejo 
P2P, com informações sobre produtos, remessas e embarques na blo-
ckchain, bem como sobre pagamentos feitos via bitcoin.
  Saúde: os registros médicos eletrônicos armazenados em uma blo-
ckchain, acessados e atualizados via biometria, permitem a democra-
tização dos dados dos pacientes e aliviam a carga de transferência de 
registros entre os fornecedores.
13Tecnologias de comunicação e de informação
  Seguro: quando veículos autônomos e outros dispositivos inteligentes 
comunicam atualizações de estado a provedores de seguros via blo-
ckchain, os custos diminuem conforme a necessidade de auditoria, e a 
autenticação de dados desaparece.
  Turismo: os passageiros armazenam seu “ID único de viagem” auten-
ticado na blockchain, substituindo documentos de viagem, cartões de 
identificação, cartões de programas de fidelidade e dados de pagamento.
  Educação: as instituições educacionais podem utilizar a blockchain para 
armazenar dados de credenciamento relativos a avaliações, diplomas 
e transferências.
Para a transformação digital por meio da TI, são necessárias três forças:
  a modernização dos sistemas gerenciais centrais, para que se tornem 
a base para a inovação e o crescimento;
  a elevação da segurança cibernética e o domínio de risco mais abran-
gente, para uma função estratégica incorporada;
  a reengenharia da função tecnológica das organizações, para o cumpri-
mento da promessa de tecnologias emergentes e disponíveis.
Pode-se afirmar que todos esses recursos (ou macroforças) — infraestrutura 
em nuvem, analytics, computação cognitiva, realidade virtual aumentada, 
criptomoedas, blockchain, segurança da informação, inteligência artificial e 
agentes inteligentes — continuam a desenhar o futuro digital da sociedade. Um 
dos maiores desafios enfrentados pelos gestores de TI e negócios é adquirir e 
aproveitar o valor que todas essas macroforças podem oferecer coletivamente. 
Nesse contexto, você deve ter em mente que tais forças são um conjunto de 
ingredientes de uma receita muito mais complexa de TI empresarial. Portanto, 
a união delas em uma linha de manufatura ou em qualquer outro processo 
administrativo organizacional culmina em maiores ganhos e agregação de 
valor para qualquer negócio.
As macroforças são as tendências tecnológicas duradouras que seguirão 
definindo estratégias e determinando prioridades de investimento. Mas atente 
ao seguinte: elas não são entidades independentes e isoladas. As macroforças 
atuam de forma conjunta, e a TI é a integradora das soluções e formas de 
processamento, armazenamento e apresentação do conhecimento construído, 
seja ele um bem ou serviço.
Tecnologias de comunicação e de informação14
Um exemplo prático da conjunção bem-sucedida de tecnologia, pessoas e processos 
é a start-up CargoX. Ela é a primeira transportadora baseada em tecnologia e big 
data do Brasil. Por meio de um aplicativo próprio, a empresa opera em tempo real na 
área de transportes. Veja como Federico Vega, CEO e fundador da CargoX, explica o 
funcionamento da empresa: “O mercado de transporte de cargas é rodeado pela falta 
de informações, então nosso setor de big data tem sua atuação baseada atualmente 
na colheita desses dados, referentes a rotas, perfis, localizações e todas as possíveis 
variáveis dentro de um frete” (VEGA, 2017 apud PINELLI, 2017, documento on-line).
Com clientes como Leroy Merlin e Whirpool, a companhia realiza uma média de 3 mil 
embarques por mês. Entre os diferenciais oferecidos por ela, está o acesso a um painel 
administrativo no qual os usuários podem fazer cotações on-line e obter informações 
sobre o transporte e o caminhoneiro, além de realizar observações sobre a viagem.
AUDY, J.L. N.; ANDRADE, G. K.; CIDRAL, A. Fundamentos de sistemas de informação. Porto 
Alegre: Bookman, 2007. E-book.
BALTZAN, P.; PHILLIPS, A. Sistemas de informação. Porto Alegre: AMGH, 2012. (Série A).
COMER, D. E. Redes de computadores e internet. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC,1999.
O'BRIEN, J. A.; MARAKAS, G. M. Administração de sistemas de informação. 15. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2012.
OWYANG, J. [Site]. [2020]. Disponível em: http://www.catalystcompanies.co/blog/. 
Acesso em: 12 maio 2020.
OWYANG, J.; SZYMANSKI, J. Infographic: blockchain opportunities for every industry. 
[2017]. Disponível em: http://www.catalystcompanies.co/infographic-blockchain-
-opportunities-for-every-industry/. Acesso em: 12 maio 2020.
PINELLI, N. Economia compartilhada. Época Negócios, São Paulo, 16 jan. 2017. Disponível 
em: https://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/
noticia/2017/01/economia-compartilhada.html. Acesso em: 12 maio 2020.
ROGERS, D. L. Transformação digital: repensando o seu negócio para a era digital. São 
Paulo: Autêntica Business, 2017.
TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
15Tecnologias de comunicação e de informação
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Leitura recomendada
PEREIRA JÚNIOR, A.; SARDINHA, A. S.; JESUS, E. S. Evolução e aplicação da tecnologia 
da informação e comunicação, os impactos ambientais e a sustentabilidade. Brazilian 
Journal of Development, São José dos Pinhais, v. 6, n. 1, p. 3628–3666, 2020.
Tecnologias de comunicação e de informação16
PERÍCIA,
AVALIAÇÃO E 
ARBITRAGEM
Conteúdo:
José Valter Januário
Pablo Rojas
Coordenador
J33p Januário, José Valter.
Perícia, avaliação e arbitragem [recurso eletrônico] / José Valter Januário; 
coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre: SAGAH, 2016.
Editado como livro impresso em 2016.
ISBN 978-85-69726-19-7
1. Contabilidade. 2. Perícia – Avaliação. I. Título. 
CDU 657.92
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
© SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016
Colaboraram nesta edição:
Coordenador técnico: Pablo Rojas
Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH
Imagem da capa: Shutterstock
Editoração: Renata Goulart
Reservados todos os direitos de publicação à
SAGAH EDUCAÇÃO S.A., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A
Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana
90040-340 - Porto Alegre, RS
Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070
É proibida a duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer 
formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia, 
distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da empresa.
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
140
INTRODUÇÃO
Mediação significa a resolução de conflitos, onde não existe a condição de 
adversários, onde profissional neutro e devidamente capacitado, auxilia 
as partes a encontrarem seus verdadeiros interesses e preservá-los, Na 
mediação não existe imposição de sentenças ou laudo e esse acordo, feito de 
uma maneira criativa, as duas partes ganham.
OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Entender o conceito de Mediação, sua aplicação e finalidade;
• Identificar casos onde a Mediação é a ferramenta indicada para encontrar o 
acordo entre as partes;
• Realizar a mediação de conflitos para obter resultados que satisfaçam as 
partes envolvidas.
PRECEITOS DA MEDIAÇÃO
Os preceitos da Mediação envolvem conhecimentos e ensinamentos 
multidisciplinares de áreas como:
• Direito; 
• Psicologia;
• Comunicação;
• Sociologia;
• Administração de Empresas;
• Diversas outras.
Além desses conhecimentos o mediador deve demonstrar: 
• Compreensão;
• Capacidade de induzir a necessidade e vontade de mudança dos mediados;
• Interesse na qualidade da relação entre eles;
• Ser portador de ética para ter credibilidade na condução da mediação. 
141
O mediador deve ter ciência que a necessidade da mediação é fruto da 
incapacidade de duas partes resolverem seus conflitos sem a ajuda de um 
terceiro. Em geral isso ocorre pela inflexibilidade de pontos de vistas diferentes 
do problema. Isso dificulta a solução e o mediador precisa trabalhar no sentido 
de proporcionar a visão objetiva da situação. Uma visão que permita as partes 
enxergarem todos os aspectos envolvidos com a situação conflitante.
Para obter sucesso na mediação, o mediador deve:
• Ter habilidade de inspirar sentimentos de segurança, credibilidade e 
confiança das partes mediadas; 
• Ter capacidade de transmitir interesse e respeito aos mediados (ele não deve 
usar os mediados para satisfazer suas próprias necessidades ou interesses);
• Ter conhecimento específico da área que envolve a mediação;
• Compreender o comportamento dos mediados, sem impor julgamento de 
valor, bem como, identificar padrões de comportamento contraproducentes 
nos mediados.
Perfil do cliente de Mediação
O cliente da mediação é um indivíduo capaz de decidir e que deseja preservar seu 
relacionamento com a outra parte. O que prevalece é o desejo de tomar decisões 
que contemplem e satisfaçam os interessados. Eles desejam que a Mediação 
transcorra em um clima cordial, sem discussões e em menor tempo possível.
Vantagens da mediação
A mediação oferece inúmeras vantagens, dentre elas: 
• A solução rápida dos casos;
• Menores despesas com o litígio;
• Tudo é confidencial;
• Evita que o caso se agrave;
• Evita reivindicações ou expectativas despropositadas:
• Possibilita a continuidade das relações interpessoais;
• Aumenta a possibilidade de cumprimento do acordo;
142
• Atende as necessidades das partes;
• Outras diversas vantagens.
Etapas da mediação
A base da mediação está depositada basicamente em seis etapas: 
1. Abertura: Esta fase tem como objetivo, “explicar o processo, avaliar as 
possibilidades e estabelecer regras e funções”. 
Nessa fase, o mediador deve colocar as partes a vontade, e ganhar a confiança 
necessária para a realização da mediação.
Para que a mediação possa ter êxito, o mediador deve “demonstrar 
comunicação eficaz através de suas ações”, esclarecendo o processo e 
entrosando as partes, estabelecendo regras, mostrando o papel das partes e 
do mediador, bem como tratando dos seus honorários.
2. Fala das Partes: Nesta fase, o mediador deve trabalhar no sentido de 
desenvolver uma boa relação entre as partes e para que elas exponham o 
problema a ser solucionado. Para isso é preciso fazer com que as partes 
explicitem suas percepções, para permitir a avaliação do ambiente emocional. 
As técnicas mais usadas nesta etapa são:
• A escuta ativa: O mediador estimula os mediandos a se ouvirem e 
expressarem suas emoções;
• O parafraseamento: Reformulação de frases com o objetivo de sintetizar as 
falas e conteúdo;
• A formulação de perguntas: Perguntas exploratórias sobre o conflito para 
encontrar sugestões e ideias para solução do conflito; 
• Resumo seguido de confirmações: Proporciona aos mediados a ideia de 
como esta transcorrendo a mediação;
• O cáucus copos em latim: Encontro amistoso (figurativamente) entre p 
mediador e cada um dos mediando em separado para diálogo confidencial;
• O brainstorming (em inglês, tempestade de ideias): Busca capturar as ideias 
dos mediando sobre como resolver a disputa;
• O teste de realidade: Proporciona aos mediandos a oportunidade de 
refletirem sobre as propostas realizadas entre as partes.
143
3. Resumo: Esta etapa consiste na “identificação dos problemas e interesses”, 
tendo como tarefa, esclarecer e confirmar os interesses de cada parte, ajudar 
as partesa começar a ver o ponto de vista uma da outra e motivar as partes 
para a solução de problemas.
4. Construções de Alternativas: Essa etapa é a de aprofundar a mediação nos 
problemas e nas diferenças entre as partes, desenvolver novas consciências 
e perspectivas nas partes.
Para cumprir essa etapa, o mediador deve, executar as tarefas de recompor o 
relacionamento interpessoal, desenvolver nova consciência e perspectivas e 
descobrir interesses ainda ocultos.
5. Escolhas das Alternativas: Nesta etapa, o mediador deve criar e avaliar 
opções que atendam aos interesses das partes e as tarefas consistem em 
ajudar as partes a desenvolver opções que atendam seus interesses e avaliar, 
selecionar e organizar propostas.
6. Fechar o Acordo: Nesta fase, deve-se fazer com que as partes formalizem 
o acordo, tendo o mediador, as tarefas de desenvolver os termos finais de 
um acordo, colocar os termos por escrito, obter a aprovação legal, redigir em 
conjunto com as partes o acordo final.
REFERÊNCIAS 
CAVAGNOLI, I. Curso de mediação e arbitragem do sindicato dos economistas 
do Estado de São Paulo. Disponível em: <www.ambito-jurídico.com.br> 
acesso em 19/01/2016.
WOLFSDDORF, Pablo J. Curso de técnicas de negociação extrajudicial na 
área cível, comercial, trabalhista e familiar. Sindicato dos Economistas do 
Estado de São Paulo. Disponível em: < http://www.sindecon-esp.org.br/> 
acesso em: 19/01/2016.
http://www.ambito-jur�dico.com.br/
http://www.sindecon-esp.org.br/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
PERÍCIA,
AVALIAÇÃO E 
ARBITRAGEM
Conteúdo:
José Valter Januário
Pablo Rojas
Coordenador
PERÍCIA 
CONTÁBIL I
Aline Alves
Danielle Ferreira 
Fabiana Tramontin 
Tatiane Antonovz
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
P441 Perícia contábil I / Aline Alves ... [et al.] ; [revisão técnica:
 Lilian Martins]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 330 p. il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-150-1
 1. Contabilidade - Perícia. I. Alves, Aline.
CDU 657
Revisão técnica:
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Professora do Curso de Ciências Contábeis 
Coordenadora do Núcleo de Assessoramento Fiscal (NAF) 
das Faculdades São Judas Tadeu
Mediação, conciliação e 
arbitragem: conceitos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 De� nir os conceitos de mediação e conciliação.
 Descrever o conceito de arbitragem.
 Identi� car as vantagens do uso da mediação e da arbitragem.
Introdução
A mediação e a conciliação são dois diferentes instrumentos que as partes 
podem utilizar. A mediação é um processo formal. Ela depende do auxílio 
de um terceiro para ocorrer. Sua atuação deverá contar com absoluta 
independência. Já a conciliação é um processo um pouco diferente, 
mais leve e que pode ser conhecido como mediador. Esse processo, 
composto de seis diferentes etapas, visa a agilizar a solução para a lide, 
trazendo mais rapidez e objetividade para questões legais. A arbitragem, 
outra forma de solução de problemas legais, inclui também órgãos da 
administração direta e indireta. O perito contábil tem aqui novamente um 
papel decisivo. Cabe a ele calcular os valores envolvidos nos processos, 
as despesas relativas a eles ou os valores julgados como pagáveis ao 
final de todas as análises. Isso tanto na mediação quanto na conciliação 
ou na arbitragem. 
Neste texto, você irá entender as diferentes características tanto da 
mediação quanto da conciliação, suas fases e os envolvidos. Também 
vai compreender a arbitragem e todas as suas nuances. Além disso, verá 
como o perito desempenha suas funções, auxiliando no cálculo dos 
valores apurados.
U N I D A D E 4 
joliveira
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joliveira
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Mediação e conciliação
A mediação é um processo formal. Nele, partes confl itantes recebem auxílio 
de um terceiro, que deverá obrigatoriamente ser imparcial em relação a elas. 
Esse terceiro pode ser substituído por um painel de pessoas também sem 
interesses diretos na causa da lide. 
A lide é o conflito de interesses manifestado em juízo. O termo lide frequentemente 
é utilizado como sinônimo da palavra ação. Ele também pode estar relacionado à 
demanda, ao litígio ou ainda ao pleito judicial (DIREITONET, 2005).
A pessoa ou o painel de pessoas, também denominado como mediador, 
não sugere nem impõe uma solução. Também não interfere nos termos de um 
eventual acordo entre as partes. Todo o trabalho de mediação é regido pelas Leis 
nº 13.105 e nº 13.140, ambas de 2015. O papel do mediador é fazer com que as 
partes divergentes possam chegar a um acordo julgado como bom para ambas.
A conciliação, por sua vez, é um processo mais breve. É oriundo de ajustes 
de interesses entre as partes discordantes. Além disso, sempre tem o objetivo 
de dirimir os conflitos a partir da interposição de um acordo. Em tal acordo, 
as partes divergentes recebem auxílio de um terceiro. Este também é impar-
cial. Se necessário, um painel de pessoas sem qualquer interesse na causa 
pode substituí-lo. O terceiro é denominado conciliador. Ele utiliza técnicas 
específicas para auxiliar todas as partes a chegarem a uma solução para o 
caso, denominada acordo.
Diferente do mediador, o conciliador apenas sugere uma solução para a 
lide. Ele não impõe qualquer possibilidade às partes, ficando tal prerrogativa 
ao árbitro ou a um juiz. Todo o processo de conciliação é normatizado pelo 
Manual de Mediação do CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2015).
O processo de mediação é composto de seis etapas distintas. São elas: 
1. Início e ambientação.
2. Reunião de informações.
3. Identificação de questões, interesses e sentimentos.
4. Esclarecimento das controvérsias e dos interesse.
Mediação e arbitragem: conceitos246
5. Resolução das questões do conflito.
6. Encerramento, que é o registro das resoluções encontradas.
Um mediador, no entanto, pode pular ou abreviar as etapas da maneira 
que julgar mais conveniente, sempre de forma que beneficie ambas as partes. 
Além disso, deve manter a total transparência do processo.
Tanto a mediação quanto a conciliação são regidas por alguns princípios 
básicos. São a independência, a imparcialidade, a autonomia da vontade, a 
confidencialidade, a oralidade, a informalidade e a decisão confirmada, todos 
definidos pela Lei nº 13.140 (BRASIL, 2015b).
De acordo com a legislação específica que versa sobre o tema, tanto a 
mediação quanto a conciliação têm a utilização aventada quando a divergência 
tiver a possibilidade de ser resolvida com o uso de diálogo. Isso vale para 
pessoas físicas e jurídicas, sejam elas públicas ou privadas.
A mediação é largamente utilizada. Ela possui maior eficácia quando já 
existe um vínculo entre as partes. A conciliação, por sua vez, é mais indicada 
em casos específicos, com uma controvérsia bem direcionada e delimitada. 
Nessas situações, não há a necessidade de se manter o relacionamento eventual 
entre as partes após os trâmites terem terminado.
É possível usar tanto a mediação quanto a conciliação de duas maneiras 
distintas: na esfera judicial e na esfera extrajudicial. A diferença entre as duas 
é que a primeira está ligada aos trâmites legais formais, e a segunda, não. 
Esta se caracteriza pelo maior nível de informalidade e, consequentemente, 
rapidez para as partes envolvidas na controvérsia.
Os juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público 
devem estimular essas formas de resolução de problemas. Afinal, elas são 
consensuais e mais ágeis. Cabe ao autor da ação indicar de maneira explícita 
na petição inicial se deseja ou não a audiência de conciliação ou de mediação.
A lei também estabelece que não cabe às partes a aceitação ou não dos 
mediadores. A única situação em que isso pode ocorrer é nos casos compro-
vados de impedimento ou suspeiçãopor parte dos mediadores.
Para ações que não ultrapassam o montante de 40 salários mínimos e com 
menor potencial ofensivo, a conciliação passou a ser uma regra nas infrações 
penais, de acordo com o que estabelece a Lei nº 9.099 (BRASIL, 1995). Já 
no ano de 2016, uma resolução foi aprovada, a 174 do Conselho Superior da 
Justiça do Trabalho. Ela traz regulamentação para a mediação, mas no âmbito 
da Justiça do Trabalho. O objetivo é deixar esse ramo mais ágil, garantindo 
não somente os interesses dos funcionários, mas também os direitos dos 
empregadores.
247Mediação e arbitragem: conceitos
Já na esfera extrajudicial, a mediação trata de conflitos em que as partes 
procuram um profissional em mediação ou em conciliação. Alternativamente, 
uma entidade especializada neste tipo de serviço pode ser procurada pelas partes.
O convite para que a mediação extrajudicial ocorra deve ser feito com o 
uso de qualquer meio de comunicação. Ele deve deixar claro tanto a matéria 
que será objeto da negociação como a data e o local em que se pretende que 
ocorra a mediação. Caso esse pedido não seja respondido no prazo de 30 dias 
contados do seu recebimento, o mesmo será considerado rejeitado.
É possível realizar uma audiência de conciliação ou de mediação por 
meio eletrônico, não havendo necessidade de que tal meio seja homologado 
pela Justiça. O uso da internet está completamente liberado para a difusão de 
informação de áudio e vídeo das partes. Isso, como você deve imaginar, desde 
que não haja qualquer objeção de nenhuma parte envolvida.
Um perito contábil sempre será o responsável por calcular os valores envolvidos em 
um processo. Ele definirá quanto cada parte será responsável por cobrir. Nesse sentido, 
se consideram tanto despesas relativas ao processo quanto valores julgados como 
pagáveis ao final de todas as análises. Isso vale para a mediação e para a conciliação.
Existem duas maneiras distintas pelas quais as pessoas podem escolher a 
mediação. Elas são a cláusula compromissória e o compromisso de mediação. A 
primeira delas, a cláusula compromissória, já vem explícita nos contratos. Ela 
estabelece que a mediação poderá ser o meio utilizado para dirimir os eventuais 
conflitos que ocorram. O compromisso de mediação se refere ao compromisso 
dos envolvidos em uma lide qualquer de utilização do processo de mediação. 
É possível verificar que a cláusula compromissória normalmente vem antes 
do compromisso de mediação, momento em que já há alguma rusga existente.
Também é importante você saber que, mesmo se tratando de situação extra-
judicial, em nenhum momento qualquer das partes está impedida de ingressar 
no Poder Judiciário com processo judicial. Se houver qualquer suspeita de que 
os procedimentos podem prejudicar uma parte, esta tem completa liberdade 
para exercer esses direitos. Um perito contábil é o melhor profissional para 
direcionar as partes e definir se um acordo está, de fato, trazendo justiça a 
um processo, seja ele judicial ou extrajudicial.
Mediação e arbitragem: conceitos248
O conceito de arbitragem
A Lei nº 9.307 (BRASIL, 1996), alterada pela Lei nº 13.129/15, estabelece 
todas as normas relativas à arbitragem. Ela especifi ca que as pessoas podem 
se utilizar dessa ferramenta para acabar com problemas de ordem legal ligados 
a direitos patrimoniais disponíveis. Isso inclui órgãos tanto da administração 
direta quanto da administração indireta das três esferas governamentais.
O processo de arbitragem também possui alguns princípios norteadores 
explícitos. São a boa-fé das partes, a igualdade das partes, o contraditório e 
a ampla participação das partes no processo, a celeridade e a imparcialidade 
do árbitro, além de seu livre convencimento.
Nos casos em que a arbitragem tiver como parte a administração pública, seja ela 
direta ou indireta, se deve utilizar complementarmente o princípio da publicidade. 
Além dele, se fazem necessários os princípios gerais de direito e as regras internacionais 
de comércio, em sua integralidade.
Considere as situações em que se fazem necessários o cálculo e o 
levanta-mento de valores monetários para a identificação de direitos e a 
compensação financeira de qualquer parte. Nelas, o trabalho do perito 
contábil ganha im-portância. Afinal, ele é o único profissional capaz de 
realizar o levantamento preciso dos direitos e do que necessita ser 
compensado a cada parte envolvida na situação de arbitragem.
Para ser um árbitro, é necessário seguir o que estabelece a Lei nº 9.307 
(BRASIL, 1996), que é a Lei da Arbitragem, alterada pela Lei 13.129/15. 
De acordo com ela, se deve ter a confiança das partes envolvidas no 
processo, e a pessoa deve ser legalmente capaz. As partes podem efetuar a 
nomeação de um ou mais árbitros, mas sempre totalizando um número ímpar. 
Isso também vale para o número dos suplentes. A utilização de um número 
ímpar de árbitros evita a situação de empate nos julgamentos. As partes 
também podem convencionar que utilizarão um órgão arbitral institucional ou 
uma empresa que preste serviços de seleção de árbitros.
Enquanto estiver no pleno desempenho da função, o árbitro sempre deve 
agir com imparcialidade, com independência, com competência, com dili-
gência e com discrição. Assim como no caso dos juízes, os árbitros também 
249Mediação e arbitragem: conceitos
estão sujeitos a impedimento por suspeição. Nesse sentido, se aplicam a eles 
as mesmas obrigações e responsabilidades previstas no Código de Processo 
Civil (BRASIL, 2015a).
Outro fato merece destaque. O árbitro, de maneira distinta de um perito 
contábil, é considerado um funcionário público para efeitos penais enquanto 
estiver no pleno desempenho de suas funções. Além disso, você deve considerar 
que a sentença do árbitro não é sujeita a recurso nem necessita de homologação 
do Poder Judiciário. Isso faz com que ele seja um juiz não somente de fato, 
mas também de direito.
Uma das obrigações de um árbitro é, sempre que for instaurado o devido 
processo arbitral, a condução e a decisão da controvérsia. As partes e seus 
representantes legais, os advogados, são obrigados a colaborar, cooperar e 
fornecer ao árbitro todos os elementos necessários para que o julgamento da 
lide ocorra da melhor maneira.
Um processo arbitral é finalizado com a emissão da sentença. Esta é fir-
mada pelo árbitro ou pelo conjunto de árbitros, se houver. Para que ele seja 
finalizado, também é necessário que o relatório contenha os nomes de todas as 
partes e um breve resumo da causa geradora da lide. Nele devem constar ainda 
os fundamentos para a decisão tomada, em que se tomam como base todas as 
provas e ocorridos de fato e de direito. Nesse sentido, é necessário deixar claro 
que os árbitros julgaram o processo utilizando a equidade. Também se deve 
incluir no relatório o dispositivo utilizado para que os árbitros resolvessem as 
questões e definissem o prazo para que a decisão seja cumprida. Por último, 
devem constar o local e a data em que a sentença foi definida.
Caso não haja um prazo definido pelas partes, a sentença será proferida no prazo de 
até seis meses. Esse prazo é contado a partir do início do processo de arbitragem ou 
da eventual substituição do árbitro ou dos árbitros existentes.
Cabe lembrar que a sentença arbitral possui as mesmas prerrogativas legais 
de uma sentença proferida por um juiz. Ela é caracterizada como um título 
executivo de condenação.
Dado seu escopo, é salutar que um perito contábil calcule e defina os valores 
devidos pelas parte. Isso para efeito de compensação por prejuízos ou outras 
Mediação e arbitragem: conceitos250
perdas julgadas como procedentes pelo árbitro ou pelo conjunto de árbitros 
após proferida a sentença arbitral.
Comparativamente com a Justiça estatal, a arbitragem apresenta uma série 
de distinções. Estas trazem mais facilidade para o trabalho de todos. Considere 
uma perícia contábil, por exemplo, que é muito requisitada nos casos que 
envolvem bens tangíveis e intangíveis. Ela setorna muito mais direcionada 
e facilitada quando o processo é movido com o uso da arbitragem em vez do 
uso da Justiça comum.
O tempo médio de um processo tramitando no regime de arbitragem é de alguns 
poucos meses, não chegando a completar um ano, em média. Já um processo de 
mesma monta e importância, se ajuizado na Justiça comum e seguindo todos os 
trâmites, normalmente demora anos para ser considerado transitado em julgado.
Com relação aos custos incorridos por todas as partes, no caso da Justiça 
comum há as custas processuais ordinárias, além dos honorários advocatícios 
e dos ônus de sucumbência. Isso sem contar todos os protocolos e pagamentos 
necessários para recorrer a instâncias superiores nos casos de recursos a serem 
impetrados pelas partes. Já no caso da arbitragem, os custos do procedimento 
são bem inferiores aos ordinários. Isso faz com que todas as partes possam 
honrar com tais pagamentos sem prejudicar o seu equilíbrio financeiro de 
maneira indevida.
Quanto à representatividade realizada por terceiros, nos casos da Justiça 
comum, a constituição de um advogado e o pagamento de custas são obrigató-
rios. Assim, deixa de existir tal obrigatoriedade nos casos de arbitragem, pois 
a própria pessoa pode se representar e se defender sozinha. O mesmo ocorre 
com as possibilidades de negociação. Eles são muito amplas nos processos de 
arbitragem e mais restritas em se tratando de Justiça comum.
251Mediação e arbitragem: conceitos
Um processo que se encaminhe em uma câmara de arbitragem possui sigilo que pode 
ser pleiteado pelas partes sem qualquer restrição. Já na Justiça comum todos os pro-
cessos são de acesso público, a não ser que tramitem em regime de confidencialidade. 
Isso, contudo, se apresenta como exceção à regra de publicidade do direito brasileiro.
Outro fator que diferencia muito a arbitragem da Justiça comum é a efi-
cácia da sentença e os possíveis recursos que as partes podem impetrar. Na 
arbitragem, não há possibilidade de recurso. Já na Justiça comum existe uma 
ampla possibilidade de recursos, se podendo chegar até a Suprema Corte 
brasileira em casos extremos.
Na esfera arbitral, a sentença é anunciada em instância única. Assim, é 
automaticamente constituída em título executivo judicial. É nesse momento 
que o trabalho do perito contábil se faz importante. Afinal, uma vez proferido 
o resultado final pelo árbitro, o perito contábil já pode iniciar os trabalhos de 
coleta de informações e de cálculos periciais para auxiliá-lo nos trabalhos finais.
Em se tratando da Justiça comum, a sentença judicial apenas é considerada 
como um título executivo após o julgamento do último recurso ajuizado pela 
parte interessada. Conforme você viu anteriormente, há várias possibilida-
des de recursos por parte dos interessados que se julgarem injustiçados ou 
prejudicados. Contudo, todos os recursos representam custas adicionais para 
os pleiteantes.
Vantagens do uso da mediação e da arbitragem
Não é novidade buscar novas soluções para fazer com que o Poder Judiciário 
fi que menos sobrecarregado. Como você sabe, hoje há imensa quantidade de 
processos em fi la para serem analisados e julgados. Assim, qualquer cidadão 
pode utilizar uma maneira alternativa, porém legal, de ter sua controvérsia 
analisada e seu problema resolvido. Isso sem a necessidade de recorrer ao 
Poder Judiciário de maneira direta, o que acarretaria mais um peso para o já 
tão sobrecarregado sistema brasileiro.
O profissionalismo da mediação e da arbitragem é equivalente ao de um 
juiz. Isso traz tranquilidade para todas as partes de um processo, assim como 
para seus representantes legais devidamente constituídos.
Mediação e arbitragem: conceitos252
Quando se retira do Estado a responsabilidade exclusiva pelo julgamento 
de lides entre diversas partes, não se retira de forma alguma o seu poder ou 
a sua soberania. O que se faz é exatamente o contrário. Afinal, o Estado 
continua tão poderoso que resolve delegar tal tarefa a outros partícipes. Estes 
são considerados tão competentes quanto ele para o desempenho de tarefas 
de julgamento e definição de sentenças.
No Brasil, existe tanto a Lei de Arbitragem quanto a Lei de Mediação. 
Elas resultam de uma evolução da cultura jurídica brasileira. Assim, dão 
à população a escolha de buscar a Justiça estatal ou a Justiça privada, sem 
qualquer prejuízo.
Essas leis buscam tornar o direito processual brasileiro mais social. Elas 
identificam os ajustes necessários decorrentes da nova realidade tecnológica. 
Além disso, rompem com o mito de que apenas o aparelhamento estatal tem 
o poder de resolver conflitos jurídicos.
Atualmente, a arbitragem passou a ser um instrumento muito usual nos negócios. 
Ela ganhou princípios e tem uma importância tão grande, que já passou a ser parte 
integrante de especificidades contratuais País afora. Essas influências podem ser tanto 
positivas quanto negativas, caracterizando a eficácia do uso da arbitragem como 
solucionadora de problemas entre partes.
A arbitragem possui um caráter bem amplo. Isso ocorre pois trata de 
relações entre particulares, sendo largamente utilizada no âmbito comercial. 
Causas mais ou menos complexas muitas vezes sequer necessitam do trabalho 
mais técnico de um perito contábil. Afinal, já estão claras as especificidades 
contratuais e os meandros de cada rusga contratual que eventualmente ocorra. 
No entanto, você sabe que não é possível prever todas as ocorrências, nem 
mapear todos os problemas de uma relação contratual. Dessa forma, o uso 
dos serviços de um perito contábil se faz presente e importante em muitos 
processos de arbitragem no País.
Como benefícios diretos da mediação e da conciliação, você pode consi-
derar a celeridade, a autonomia da vontade das partes, a informalidade dos 
processos, a efetividade, a confidencialidade, a exequibilidade e a prevenção de 
conflitos. Além disso, o processo é mais brando do que um processo normal. 
253Mediação e arbitragem: conceitos
Isso acontece porque as partes concordaram previamente em buscar uma 
solução alternativa para dirimir seus conflitos.
Toda a etapa procedimental também é mais simplificada, e as partes podem 
compreendê-la mais facilmente. Isso permite que elas mesmas criem artifícios 
e possam pensar em alternativas que auxiliem o mediador ou o conciliador 
durante as tarefas rotineiras. Com a aproximação mais latente entre as partes e 
os titulares pela mediação, eles identificam melhor as necessidades. Isso, é claro, 
sem deixar de respeitar as individualidades e os diretos de nenhuma das partes.
Para que a mediação seja realmente simples, é necessária uma análise mais minuciosa. 
Normalmente, um perito contábil realiza essa análise. Esse trabalho de perícia é muito 
mais ágil que uma perícia judicial. Isso ocorre pois ele normalmente possui um aval 
prévio da parte afetada, deixando o processo todo mais rápido.
Outro fator benéfico para todas as partes é que elas mesmas são responsáveis 
por apresentar possíveis soluções para os conflitos em questão. Isso gera uma 
possibilidade quase nula de insatisfação com os resultados finais alcançados. 
Você pode perceber isso especialmente se comparar essa situação com uma 
decisão imposta por um terceiro.
A mediação diminui o desgaste emocional, economizando tempo, recursos 
financeiros, controlando os riscos e mantendo a relação afetiva, negocial ou 
social que previamente existia entre as partes. Assim, representa uma ótima 
relação custo-benefício.
Se for interesse de ambas as partes que todo o processo seja levado sob sigilo, 
há o princípio da confidencialidade. Dessa forma, fica completamente resguardado 
o completo sigilo das informações e das deliberações realizadas pelo mediador 
ou pelo conciliador. Esse recurso é bastante atraente em determinadas situações.
Já para a arbitragem, as vantagens diretas estão ligadas à celeridade e à 
economia, assim como na mediação e na conciliação. Há ainda vantagens 
relacionadas à especialidade, à confidencialidade,à autonomia da vontade, 
à segurança jurídica processual e à irrecorribilidade, ou seja, à incapacidade 
das partes de recorrerem de uma decisão tomada por um árbitro. Isso deixa o 
processo mais rápido, diminuindo para zero as possibilidades de recursos ou 
postergações processuais tão comuns no Poder Judiciário.
Mediação e arbitragem: conceitos254
1. A mediação é um processo formal 
em que as partes conflitantes 
recebem o auxílio de um terceiro. 
Existe a possibilidade de substituir 
este terceiro por uma outra figura 
legal. Qual seria essa figura? 
a) Um comitê de pessoas.
b) Um painel de pessoas.
c) Uma junta de pessoas.
d) Um conselho.
e) Um parente de um 
dos envolvidos.
2. A mediação é regida por alguns 
princípios básicos, estabelecidos 
pela Lei nº 13.140/2015 (BRASIL, 
2015b). Assinale a alternativa que 
apresenta tais princípios: 
a) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
b) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
eficiência, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
c) Imparcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, formalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
d) Parcialidade do mediador, 
isonomia entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
e) Parcialidade do mediador, 
desigualdade entre as partes, 
oralidade, informalidade, 
autonomia da vontade das 
partes, busca do consenso, 
confidencialidade e boa-fé.
3. Em alguns casos, a arbitragem pode 
ter como parte a administração 
pública, seja ela direta ou ainda 
indireta. Nesses casos, de forma 
adicional, qual outro princípio 
deverá ser respeitado? 
a) Princípio da competência.
b) Princípio da publicidade.
c) Princípio da eficiência.
d) Princípio da eficácia.
e) Princípio da entidade.
4. O processo arbitral, quando 
instaurado, é composto de diferentes 
etapas. Para que ele seja finalizado, 
é preciso que o relatório contenha o 
nome de todas as partes, o resumo 
da lide e os fundamentos para a 
decisão tomada. Além disso, como 
pode ser caracterizada a finalização 
do processo arbitral? 
a) Como a emissão da sentença.
b) Como a emissão do laudo.
c) Como a emissão do relatório.
d) Como a emissão da nota técnica.
e) Como a emissão do recurso.
5. No Brasil, existe tanto a 
normatização relativa à 
arbitragem quanto a relativa à 
mediação. Ambas são 
consideradas como uma 
revolução na cultura brasileira, 
permitindo maior acesso à 
Justiça pela população em geral. 
Considerando que a arbitragem 
possui um caráter bem mais amplo, 
255Mediação e arbitragem: conceitos
BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Brasília, DF, 1995. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso em: 10 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm>. Acesso em: 25 set. 2016.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília, DF, 2015a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 10 
ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Brasília, DF, 2015b. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm>. Acesso em: 10 
ago. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Comitê Gestor Nacional da Conciliação. Manual 
de mediação judicial 2015. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/
files/conteudo/destaques/arquivo/2015/06/c276d2f56a76b701ca94df1ae0693f5b.
pdf>. Acesso em: 18 set. 2017.
CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Resolução CSJT nº 174, de 30 de setem-
bro de 2016. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://www.csjt.jus.br/c/document_li-
brary/get_file?uuid=235e3400-9476-47a0-8bbb-bccacf94fab4&groupId=955023>. 
Acesso em: 19 set. 2017.
DIREITONET. Lide. Sorocaba, 2015. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/
dicionario/exibir/873/Lide>. Acesso em: 19 set. 2017.
já que trata de relações entre 
particulares, qual é a sua forma mais 
comum de utilização? 
a) Âmbito público.
b) Âmbito litigioso.
c) Âmbito legal.
d) Âmbito administrativo.
e) Âmbito comercial.
Mediação e arbitragem: conceitos256
Conteúdo:
PERÍCIA 
CONTÁBIL I 
Aline Alves
Mediação e arbitragem: 
procedimentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar o processo de mediação.
  Reconhecer o processo de arbitragem.
  Demonstrar o método de convenção de arbitragem e seus re� exos.
Introdução
Você sabe como ocorre o procedimento arbitral? Na arbitragem, as partes 
envolvidas possuem a liberdade de escolher os árbitros que atuarão no 
processo. O princípio de independência da vontade das partes afirma 
que elas poderão realizar todo o procedimento arbitral do modo como 
preferirem. Podem inclusive confiar a regulação ao órgão institucional ou 
ao árbitro. Vale destacar que as partes envolvidas deverão possuir total 
confiança no árbitro. Afinal, ele orientará o procedimento que regulará 
a arbitragem.
Neste texto, você vai estudar os procedimentos de mediação e ar-
bitragem. Também aprenderá sobre a convenção de arbitragem e seus 
reflexos.
Procedimentos de mediação
A mediação está evidenciada na legislação mediante a Lei nº 13.140/15. Essa 
lei demonstra os princípios que regem o processo, conforme especifi ca o artigo 
2º (BRASIL, 2015b):
Art. 2o A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
 I – imparcialidade do mediador;
 II – isonomia entre as partes;
 III – oralidade;
 IV – informalidade;
 V – autonomia da vontade das partes;
 VI – busca do consenso;
 VII – confidencialidade;
 VIII – boa-fé.
 § 1o Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, 
as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação.
 § 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de 
mediação.
O procedimento de mediação está definido no artigo 14 da Lei nº 13.140/15 
(BRASIL, 2015b). Esse artigo declara que, na primeira reunião e sempre que 
for preciso julgar, o mediador deverá lembrar às partes envolvidas a respeito 
das normas de confidencialidade executáveis ao procedimento.
O procedimento de mediação estabelece critérios que contemplam fases. 
Isso ocorre a fim de se atingir um resultado aceitável para as partes envolvidas. 
Uma das fases é a introdução. Ela se destaca pela comunicação inicial entre o 
mediador e as partes interessadas. Nessa etapa, são definidas algumas regras.
Posterior à fase introdutória do procedimento de mediação, há as fases de 
ingresso do mediador no litígio e de definição de normas. Nesta, se inserem 
os princípios que direcionam a mediação. Assim, se demonstram a função do 
mediador e a responsabilidade que ele possui no processo.
As fases do processo ainda englobam a evolução e o entendimento com 
relação às partes envolvidas. Estas fazem seus relatos e depois há o encerra-
mento, com um acordo que satisfaça a todos os envolvidos no litígio.
Pode-se considerar instituída a mediação a partir da data em que ocorrer a primeira 
reunião. Depois do início da mediação, as demais reuniões com a presença das partes 
envolvidas apenas poderão ser agendadas com a sua aprovação.
O procedimento de mediação será considerado finalizado a partir da lavra-
tura do termo que encerra o processo. Isso também pode ocorrer no momento 
em que for confirmado o acordo, ou ainda quando não se expliquem novos 
Mediação e arbitragem: procedimentos268
procedimentos a fim de adquirir o consenso. Nesse sentido, é válida tanto a 
declaração do mediador nesse caminho quanto a demonstração de qualquer 
das partes envolvidas.
Quanto à mediação extrajudicial, o convite para instituir o processo ocor-
rerá por meio de qualquer método de comunicação.É necessário estimar a 
finalidade proposta para a negociação, a data e o lugar onde será efetuada a 
primeira reunião. O convite para o processo de mediação será considerado 
recusado ou rejeitado se não for respondido dentro do prazo de até 30 dias a 
partir da data do seu recebimento.
De acordo com o artigo 22 da Lei nº 13.140/15, a estimativa contratual de 
mediação precisará obter no mínimo (BRASIL, 2015b):
I – prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de 
mediação, contado a partir da data de recebimento do convite;
 II – local da primeira reunião de mediação;
 III – critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
 IV – penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada 
à primeira reunião de mediação. 
A estimativa contratual poderá substituir os itens especificados no artigo 
22 da Lei nº 13.140/15 (BRASIL, 2015b), conforme indicação de regulamento. 
Nesse caso, é necessária a atuação de uma instituição idônea que preste serviço 
de mediação. Esta deve contemplar métodos transparentes para adoção do 
mediador e efetuação da primeira reunião da mediação. Contudo, não existindo 
a estimativa contratual completa, é necessário analisar alguns métodos para 
que ocorra a primeira reunião do processo de mediação:
  Considerar o prazo mínimo de 10 dias úteis e máximo de três meses, 
que devem ser contados a partir do recebimento do convite;
  Definir um lugar apropriado para a reunião, onde seja possível discutir 
informações confidenciais;
  Elaborar uma lista que contenha cinco nomes, informações relativas a 
contato e referências profissionais de mediadores qualificados. A parte 
convidada poderá decidir sobre qualquer um dos cinco apresentados. 
Porém, na ocorrência de a parte convidada não se manifestar, será 
considerado o primeiro nome da lista indicada.
Considerando a mediação judicial, se sabe que os tribunais criarão pontos 
centrais judiciários com o intuito de solucionar litígios. Esse pontos serão 
269Mediação e arbitragem: procedimentos
responsáveis pela realização de sessões e audiências relativas à conciliação 
e à mediação, pré-processuais e processuais. Também atuam na elaboração 
de sistemas designados a assessorar, direcionar e estimar a autocomposição.
No processo de mediação judicial, os mediadores não são submetidos à 
prévia confirmação das partes, conforme o que expõe o artigo 5º da Lei nº 
13.140/15 (BRASIL, 2015b):
Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedi-
mento e suspeição do juiz.
 Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem 
o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato 
ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua 
imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser 
recusada por qualquer delas. 
Os procedimentos de mediação judicial precisarão ser finalizados no prazo 
de até 60 dias, contados a partir da primeira reunião. Isso não ocorre quando 
as partes envolvidas homologarem, em concordância, o acordo por sentença 
e o termo conclusivo da mediação, definindo o arquivamento do processo.
Quando o problema for resolvido por meio da mediação antes da citação do réu, não 
serão cabíveis custas judiciais finais.
Procedimentos de arbitragem
Na arbitragem, as partes envolvidas têm livre arbítrio para escolher quem 
as representará juridicamente. Assim, não têm a obrigatoriedade de serem 
representadas por advogados no processo de arbitragem.
A arbitragem pode ocorrer mediante formas diferentes. A seguir, você 
pode conhecer melhor essas formas.
Arbitragem de direito ou equidade: atribui às partes envolvidas a capa-
cidade de escolher normas que serão executadas pelo árbitro. Ela se concretiza 
fundamentada nos princípios do direito, na utilização e nos hábitos do contrato 
e nas normas internacionais de comércio ou empresariais.
Mediação e arbitragem: procedimentos270
Arbitragem institucional: acontece quando as partes envolvidas esco-
lhem um organismo institucional que apresenta as normas que apoiarão o 
julgamento do litígio.
Arbitragem avulsa: ocorre sem a participação de uma entidade caracte-
rizada, ou seja, especializada. Assim, as partes envolvidas poderão realizar a 
contratação de um árbitro e, dessa forma, minimizar os custos da arbitragem.
Arbitragem única e colegiada: destaca-se por possuir somente um árbitro 
indicado pelas partes envolvidas. Se escolherem mais de um árbitro, a quan-
tidade deverá ser em número impar. Uma das características do processo de 
arbitragem única e colegiada é que ocorre mediante notificação por escrito. 
No mesmo documento contratual ou em um anexo deverão constar a quali-
ficação das partes envolvidas e dos árbitros, a indicação do objeto e o lugar 
para protelação da sentença.
As etapas da arbitragem envolvem:
  Nomeação do árbitro;
  Procedimento arbitral;
  Sentença arbitral.
O procedimento arbitral está definido na legislação. Você pode conferi-
-lo na Lei nº 9.307/96 (BRASIL, 1996), modificada pela Lei nº 13.129/15 
(BRASIL, 2015a):
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas 
partes na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de 
um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, 
ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular 
o procedimento.
 § 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao 
árbitro ou ao tribunal arbitral discipliná-lo.
 § 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios 
do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e 
de seu livre convencimento.
 § 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, res-
peitada, sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista 
no procedimento arbitral.
 § 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do proce-
dimento, tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, 
o art. 28 desta Lei.
271Mediação e arbitragem: procedimentos
 Art. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento 
das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou 
outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes 
ou de ofício.
 § 1º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em 
local, dia e hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a 
termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros.
 § 2º Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação 
para prestar depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará 
em consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua 
sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, 
poderá o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade 
judiciária que conduza a testemunha renitente, comprovando a existência 
da convenção de arbitragem.
 § 3º A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença 
arbitral.
Na ocorrência da substituição do árbitro durante a sentença arbitral, ficará 
a critério do novo árbitro repetir as provas que já foram fornecidas.
O procedimento de arbitragem acontece de uma forma menos formal, ou 
seja, é mais flexível. Ele permite maior celeridade na execução do processo 
e, por isso, possui um custo menor se comparado ao processo judicial.
A maior diferença existente entre o Judiciário e a arbitragem está exatamente no 
método como é realizado o procedimento. A vantagem da arbitragem está na rapidez 
com que o processo ocorre, já que é mais econômico, mais rápido e menos formal 
que os procedimentos judiciais em vigor.
A convenção de arbitragem e seus reflexos
O artigo 3º da Lei nº 9.307/96 (BRASIL, 1996), modifi cada pela Lei nº 13.129/15 
(BRASIL, 2015a), apresenta a convenção de arbitragem e seus efeitos. Esse 
artigo determina que:
Mediação e arbitragem: procedimentos272
As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo 
arbitral mediante convenção

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