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Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos

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Prévia do material em texto

Dos crimes contra o sentimento religioso e
contra o respeito aos mortos.
Prof. Rogério B. Gabbelini
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL
➢ Liberdade religiosa-direito fundamental-art. 5, VI e VII
Pacto São José da Costa Rica art. 12.1
"Embora sejam admissíveis os debates, críticas ou polêmicas a
respeito das religiões em seus aspectos teológicos, científicos,
jurídicos, sociais ou fllosóflcos, não se permitem os extremos de
zombarias, ultrajes ou vilipêndios aos crentes ou coisas religiosas.”
(MIRABETE)
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele
relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de
crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou
prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto
de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.
PRÁTICAS DELITIVAS 
Prescinde-se da interrupção da cerimônia ou da prática de culto 
religioso:
(a)entrar embriagado no recinto;
(b)altos brados durante a cerimônia religiosa;
(c)palavrões durante a missa ou culto; e
(d)explodir fogos de artifício na frente do estabelecimento 
religioso para perturbar o orador, as orações e os cânticos.
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
PRÁTICAS DELITIVAS 
CONCURSO DE CRIMES: 
O disparo de arma de fogo na frente do estabelecimento
religioso caracteriza o crime em análise, em concurso formal
com o delito previsto no art. 15 da Lei 10.826/2003.
Obs: Lei exige prática de culto religioso.
atos como a oração individual, a quermesse, a coleta de
donativos, não configura o crime.
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
C) VILIPENDIAR PUBLICAMENTE ATO OU OBJETO DE CULTO RELIGIOSO VILIPENDIAR
É considerar vil, desprezar ou ultrajar injuriosamente. Pode ser
praticado por palavras, escritos, gestos (crime de forma livre).
Exige-se seja a conduta praticada publicamente
O vilipêndio deve recair sobre ATO OU OBJETO DE CULTO RELIGIOSO. 
Ato é a cerimônia ou a prática do culto religioso.
Objeto é qualquer coisa (bem corpóreo) com a qual ou em torno da qual
se exerça o culto religioso (livros, imagens, cálices etc.). O objeto deve
estar consagrado
Objetos expostos à venda na fábrica ou em loja comercial, o fato será atípico
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
SUJEITO ATIVO: crime comum- fiel ou não à religião-bem como
os próprios religiosos que presidem os cultos.
SUJEITO PASSIVO:
I) na primeira modalidade, a vítima será pessoa determinada;
II) nas demais, figurará no polo passivo a coletividade religiosa.
Exemplo: Em relação à segunda conduta, os titulares lesados os fiéis
que assistem à cerimônia como aqueles que celebram ou auxiliam a
mesma. E, por fim, na última, tutela-se a coletividade
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Conduta
No art. 208 do CP o agente zomba da vítima em razão religião; no crime contra a 
honra, o sujeito atribui ao crente qualidade negativa em face da sua crença.
escarnecer (achincalhar, 
zombar, ridicularizar) 
X injúria qualificada (art. 140, § 3°)-
Diferença. 
impedir (interromper, 
obstruir, proibir) 
Pode ser dentro ou fora do templo
vilipendiar (desprezar, 
rebaixar, aviltar)
Necessários objetos consagrados
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo. Não se admite a modalidade culposa.
1ª conduta (“escarnecer de alguém publicamente”), exige-se ainda um
especial fim de agir.- “por motivo de crença ou função religiosa”.
2ª conduta dolo eventual, quando o sujeito assume o risco de “impedir
ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”.
Exemplo: “A” estaciona o carro ao lado da igreja com som alto durante a
missa, não quer diretamente impedir a missa mas assume o risco.
3ª conduta (“vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”)
um especial fim de agir.
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
CAUSA DE AUMENTO DA PENA: PARÁGRAFO ÚNICO
Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, 
sem prejuízo da correspondente à violência.
MODALIDADES 
Violência física, tanto contra a pessoa (exemplo: agredir um
padre durante a cerimônia religiosa) contra a coisa (exemplo:
lançar contra a parede uma imagem santa).
Concurso material obrigatório
“sem prejuízo da correspondente à violência”
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
CONDUTA CONSUMAÇÃO
escarnecer de alguém 
publicamente
No instante em que o agente zomba, publicamente,
de alguém, por motivo de crença ou função religiosa
impedir ou perturbar 
cerimônia ou prática de culto 
religioso
No momento em que o agente efetivamente
interrompe ou atrapalha a realização da cerimônia
ou culto
vilipendiar publicamente ato 
ou objeto de culto religioso
Pode ser atos de destruir imagem, atirar lixo sobre
objeto, de culto, proferir impropério contra o ato que
se realiza'.
Em todas as hipóteses o crime é formal, de resultado cortado ou de consumação 
antecipada. Independe da efetiva lesão ao sentimento religioso penalmente tutelado.
Art. 208-Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Art. 209 – Impedimento ou perturbação de cerimônia
funerária
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Violação de sepultura
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
OS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.
OBJETIVIDADE JURÍDICA
O sentimento de respeito aos mortos.
OBJETO MATERIAL
O enterro ou a cerimônia funerária.
Enterro é a trasladação do cadáver, com ou sem acompanhamento por 
outras pessoas, para o lugar onde deve ser inumado.
Cerimônia funerária é todo ato de assistência ou homenagem que se
presta a um defunto. Exemplos embalsamento, o velório, as honras
fúnebres junto à sepultura e inclusive a cremação autorizada.
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
NÚCLEOS DO TIPO
impedir e perturbar. Ambos se referem ao enterro ou à cerimônia 
funerária.
TIPO MISTO ALTERNATIVO:
O sujeito pratica um só crime se, no mesmo contexto fático.
impede e perturba um mesmo enterro ou cerimônia funerária.
ADMITE OMISSÃO
O delito pode ser praticado por omissão, como no caso de não fornecer o 
esquife, a viatura para o transporte, as chaves do túmulo
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
SUJEITO ATIVO
Pode ser qualquer pessoa (crime comum).
SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo principal ou imediato é a coletividade. 
Trata-se de crime vago, por se tratar de ofendido destituído de 
personalidade jurídica.
É possível ainda a existência de sujeitos passivos secundários
ou mediatos (: pessoas presentes no enterro ou na cerimônia
funerária).
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de impedir 
ou perturbar enterro ou cerimônia funerária. 
Não se admite a modalidade culposa.
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
CONSUMAÇÃO
Dá-se com o efetivo impedimento ou perturbação do enterro ou da
cerimônia fúnebre,independentementeda ofensa ao sentimento de
respeito aos mortos (crime formal, de resultado cortado ou de
consumação antecipada).
TENTATIVA
É possível nas hipóteses em que, nada obstante a conduta criminosa, o 
agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue impedir 
ou perturbar o enterro ou cerimônia funerária.
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
Violação de sepultura
Art. 210
Violação de sepultura
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
OBJETIVIDADE JURÍDICA
O sentimento de respeito aos mortos.
OBJETO MATERIAL
É a sepultura ou a urna funerária.
Sepultura- Sentido amplo- engloba não só a cova, enterrados os restos mortais- mas 
também tudo o que lhe é imediatamente conexo-Exemplo construção acima da cova, 
a lápide, os ornamentos estáveis, as inscrições etc. 
O Código Penal não faz distinção entre a vala comum e o mausoléu. 
A lei equipara à sepultura a urna funerária, que não é só aquela que guarda as cinzas
(urna cinerária), como também a que contém ossos do falecido (urna ossuária).
CRIME IMPOSSÍVEL- por absoluta impropriedade do objeto material (CP, art. 17)- na 
ausência do cadáver ou dos restos mortais-sujeito viola ou profana sepultura ou urna 
funerária vazia.
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA
ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo, vontade livre e consciente de violar ou profanar sepultura ou 
urna funerária. 
Não se admite a forma culposa.
Na modalidade profanar reclama-se um especial fim de agir, 
consistente no propósito de ultrajar a sepultura ou urna funerária. 
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA
HIPÓTESES
➢ Sujeito quer profanar sepultura ou urna funerária, é subtrair algum
objeto-concurso material do crime de furto com o delito em análise.
➢ A mera subtração de objetos que estejam sob a sepultura ou urna, sem 
que ocorra sua violação ou profanação, caracteriza crime de furto.
➢ Se houver destruição ou danificação do túmulo, haverá concurso formal 
entre o crime de violação de sepultura e o de dano (CP, art. 163).
➢ Na hipótese de subtração do próprio cadáver-, o crime será o definido 
pelo art. 211 do Código Penal (subtração de cadáver)-ante factum não 
punível (crime-meio).
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA
CONSUMAÇÃO
Dá-se com a efetiva violação ou profanação da sepultura ou urna
funerária, independentemente da efetiva lesão ao sentimento de
respeito aos mortos (crime formal, de resultado cortado ou de
consumação antecipada).
É irrelevante, esteja a sepultura ou urna em cemitério público, ou,
excepcionalmente, em lugar privado.
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA
Destruição, subtração ou ocultação de 
cadáver
Art. 211 -
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
OBJETIVIDADE JURÍDICA
O sentimento de respeito aos mortos.
Objeto material
É o cadáver ou parte dele. Expressão latina caro data vermibus.
“cadáver propriamente dito é o corpo morto enquanto conserva a
aparência humana.”
Os restos de cadáver em completa decomposição, bem como suas cinzas, 
não são parte dele.Em tais casos, o que se poderá identificar é o crime de 
violação de sepultura ou urna funerária.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
A múmia não ingressa no conceito de cadáver, ainda que não transformada
em peça de museu. O interesse é meramente histórico ou arqueológico,
mas não há ofensa ao sentimento de respeito aos mortos.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Consumação
(1)com a destruição do cadáver, total ou parcial;
(2)com a subtração, isto é, com a retirada do cadáver da esfera de
vigilância ouproteção dos legítimos detentores;
(3)com o seu desaparecimento, ainda que temporário, na hipótese de 
ocultação.
“Ocultar” o crime é permanente-
O crime é formal, de resultado cortado ou de consumação antecipada
Vilipêndio a cadáver
Art. 212 -
Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Vilipêndio a cadáver
OBJETIVIDADE JURÍDICA
Sentimento de respeito aos mortos.
Objeto material
cadáver ou suas cinzas.
Cadáver é o corpo humano sem vida.
Cinzas do cadáver são os resíduos da cremação ou combustão (autorizadas, casuais ou criminosas) a que foi ele
submetido, ou mesmo frutos do decurso do tempo.
Incluem-se também as partes do cadáver (exemplo: esqueleto humano).
do cadáver quando o Código Penal a ele equipara até mesmo suas cinzas.
Os esqueletos e cadáveres destinados a pesquisas e estudos científicos também são tutelados pela lei penal, e não podem 
ser vilipendiados. 
Vilipêndio a cadáver
Consumação
O crime se consuma com o efetivo vilipêndio ao cadáver ou suas cinzas, 
independentemente da efetiva lesão ao sentimento de respeito aos 
Mortos-crime formal ou de consumação antecipada).

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